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8/14/2014 1 Profa. Dra. Giovana Tófoli Universidade São Francisco Cuidados em Pacientes Paliativos Cuidados em Pacientes Paliativos Objetivos: melhorar qualidade de vida paciente a família. Tratar sintomas e não a causa (não prolongar a vida) Cuidados em Pacientes Paliativos Tratamento dos sintomas (medidas farmacológicas ou não) Alívio do sofrimento e melhora na qualidade de vida de pacientes e cuidadores (família) Garantir tratamento de acordo com as decisões tomadas pelo paciente/família. Garantir local seguro para o tratamento (fora ou dentro de hospitais). Melhores resultados: início com o diagnóstico da doença Cuidados em Pacientes Paliativos Cuidados paliativos: Câncer HIV Insuficiência Cardíaca Congestiva Doença Cérebro Vascular Desordens Neurovegetativas Doenças Respiratórias Crônicas 8/14/2014 2 Cuidados em Pacientes Paliativos Cuidados em Pacientes Paliativos Etiologia dos sintomas: Doença de base Intervenções médicas Interações medicamentosas Efeito adverso de fármacos Cuidados em Pacientes Paliativos Princípios do tratamento dos sintomas : 1. Mostrar interesse nos sintomas: perguntar sobre os sintomas de maneira direta e detalhada (linguagem). 2. Priorizar os sintomas: estabelecer prioridades para o tratamento (sintoma mais incômodo). 3. Escolha do medicamento: considerar alvo do fármaco 4. Seja específico com a posologia e dosagem: preferência por esquemas mais simples. 5. Faça uma mudança por vez. 6. Avaliações freqüentes. SHOEMAKER et al., 2011 Cuidados em Pacientes Paliativos Sintomas mais freqüentes em pacientes paliativos: Dispnéia Fadiga Confusão/Delírio Ansiedade/Depressão Náusea/Distúrbios de motilidade TGI Hemorragia DOR (90%- pacientes com câncer ) 8/14/2014 3 Alto índice de falha de tratamento: Pacientes: medo de efeitos adversos, dificuldade da obtenção de controle da dor, medo de desviar atenção do maior problema, dor é sinal da progressão da doença. Médicos: avaliação da dor inadequada, falta de conhecimento de manejo farmacológico da dor (efeitos farmacológicos, dependência, tolerância e dosagem) DOR O QUE É DOR ? ativação dos nociceptores transmissão da informação percepção do estímulo resposta aversiva Nocicepção: detecção e transmissão do estímulo nocivo. DOR: percepção estímulo. Experiência complexa, subjetiva que envolve mecanismos e sensações somáticas e, também, componentes psicológicos e comportamentais Nociceptores: receptores específicos Analgesia: supressão ou redução da dor DOR MECANISMOS CENTRAIS MECANISMOS PERIFÉRICOS Definição IASP (05/2012): Experiência sensorial e emocional desagradável associada com dano tecidual potencial ou real. Imediatamente após lesão: estímulo nóxico excessivo, sensação intensa e desagradável (aguda). Excede a duração da lesão VIA FISIOLÓGICA ANORMAL HIPERALGESIA: quantidade de dor aumentada com estímulo que normalmente promove dor. ALODINIA: dor promovida por estímulo não nóxico (inflamação). DOR NEUROPÁTICA: dor promovida por lesão ou doença no sistema somatosensorial. Sem estímulo precipitador. Difícil controle com fármacos analgésicos convencionais. DOR 8/14/2014 4 DOR DOR NEUROPÁTICA: Lesões nas vias centrais ou periféricas de dor. DOR NOCICEPTIVA: estimulação de nociceptores . Tratamento da dor: qualidade de vida, individualização de fármacos e doses. DOR Tratamento da dor: qualidade da dor, latência, duração, ações que melhoram ou agravam o quadro e intensidade. DOR NEUROPÁTICA: formigamento, queimação, choque, picada. DOR NOCICEPTIVA SOMÁTICA: localizada, aguda ou sensação de pressão. DOR NOCICEPTIVA VISCERAL: difusa, cólica, lancinante. Dificuldade de quantificação: poucos critérios objetivos; Ouvir o paciente e avaliar resposta à terapia. Pacientes não verbais, com delírios e confusão: maior dificuldade. Sinais: expressão facial, taquicardia e hipertensão Escalas de dor: diagnóstico e avaliação do tratamento. DOR 8/14/2014 5 Escalas para pacientes não verbais e crianças. DOR Cuidados em Pacientes Paliativos A’s: activities of daily living (e.g., psychological functioning, sleep), adverse effects, and aberrant drug-related behavior (e.g., addiction-related outcomes). Cuidados em Pacientes Paliativos O ópio é obtido a partir da planta Papaver somniferum, sendo composto por mais de 20 alcalóides. Os principais alcalóides são a morfina, codeína, papaverina (relaxante da musc. Lisa) e a tebaína. Analgésicos Opióides 8/14/2014 6 RECEPTORES OPIÓIDES & MECANISMO DE AÇÃO (MU): analgesia, depressão respiratória, miose, dependência física e euforia (DELTA): analgesia, músculo liso GI (KAPA): analgesia espinal, sedação, miose e depressão respiratória (SIGMA): euforia, delírios, alucinações (ÉPSILON): ? Analgésicos Opióides Receptores opióides : ligados através da proteína G (inibição da adenilato ciclase e AMPc, canais iônicos) Analgésicos Opióides HIPNONALGÉSICOS NATURAIS HIPNONALGÉSICOS SEMI-SINTÉTICOS: diacetilmorfina, hidromorfona, oximorfona, dehidroxicodeína HIPNONALGÉSICOS SINTÉTICOS: petidina, fentanil, sulfentanil, metadona, meperidina, pentazocina, etorfina, Analgésicos Opióides AGONISTAS: morfina, codeína, metadona (fraco), propoxifeno, tramadol AGONISTAS PARCIAIS/AGONISTA-ANTAGONISTA: nalorfina, pentazocina ANTAGONISTAS: naloxona e naltrexona EFEITOS FARMACOLÓGICOS Analgésicos Opióides OUTROS: Miose Contração da musculatura brônquica : liberação de histamina 8/14/2014 7 FARMACOCINÉTICA VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: oral , inalatória, SC, IM, IV, intratecal, intra-articular, transdérmica. ABSORÇÃO: liberação imediata e liberação controlada/ajuste de doses BIOTRANSFORMAÇÃO: hepática (Citocromo P450 e esterases) EXCREÇÃO: renal Analgésicos Opióides Maior variabilidade individual com via oral: Efeito de primeira passagem Efeitos da morfina 6 glicuronídeo são similares ao da morfina Trato Gastrintestinal: constipação, náuseas, vômitos Sedação: ajuste de doses e acompanhamento (se o quadro persistir-rotação) Depressão respiratória: ocorre em doses terapêuticas (raro em pacientes com dor), não é acompanhada por depressão da função cardiovascular. Retenção urinária Tolerância: depois de 12 a 24 h da primeira administração Dependência física/Dependência psicológica: limitação do uso clínico (rara em pacientes com dor) Síndrome de abstinência: irritabilidade, perda de apetite, padrões comportamentais anormais, bocejos, dilatação pupilas e diarréia. EFEITOS ADVERSOS Analgésicos Opióides TOXICIDADE AGUDA: Freqüência respiratória baixa: cianose Estado de torpor ou coma profundo Queda da pressão arterial Pupilas simétricas e puntiformes (hipóxia grave-dilatação) Queda da temperatura corporal Relaxamento muscular TRATAMENTO: VENTILAÇÃO ADEQUADA, ANTAGONISTAS OPIÓIDE (NALOXONA) Aparecimento de síndrome de abstinência EFEITOS ADVERSOS Analgésicos Opióides 8/14/2014 8 Cuidados em Pacientes Paliativos- Analgésicos Opióides Analgésicos mais potentes para o tratamento de dor severa. Mais utilizados: morfina, hidromorfona, fentanil e oxicodona. Seleção: conhecer as diferenças farmacológicas entre os agentese intensidade de dor Grande variabilidade individual nas respostas terapêuticas e nos efeitos adversos. Rotação clínica entre opióides: melhora de resposta em 50% dos pacientes. Cuidados em Pacientes Paliativos- Analgésicos Opióides Tolerância cruzada entre os agentes: rotação clínica Doses equianalgésicas entre os diferentes agentes Tolerância cruzada não é total: usar dose menor que a equianalgésica e titular novamente. Níveis plasmáticos na faixa terapêutica: contato com o paciente Morfina: primeira escolha (5 a 15 mg VO/ 1 a 5 mg IV) As doses são variáveis critério de escolha é o sucesso clínico Goodman & Gilman- as Bases Farmacológicas da Terapêutica, 2006 Cuidados em Pacientes Paliativos Opióides “Step II” Opióides “Step III” 8/14/2014 9 Cuidados em Pacientes Paliativos- Analgésicos Opióides Opióides “Step II” : dor de intensidade leve a moderada Dor leve a moderada não controlada com agentes não opióides Evidências : o uso de morfina em pequenas doses pode ser mais efetivo Cuidados em Pacientes Paliativos Opióides “Step III”: dor de intensidade moderada a severa Evidências: morfina, oxicodona e hidromorfona são equivalentes Morfina: Primeira escolha (familiaridade, disponibilidade e custo) Titulação: iniciar com opióide de liberação imediata no caso de formulações de liberação controlada (longa duração) Formulações transdérmicas: alternativa para pacientes que não conseguem deglutir. Rotação Clínica (tolerância cruzada): benefício não comprovado (várias tabelas de doses equianalgésicas- nível de confiança) Associação com não opióides- AINES (sem evidência de melhora de analgesia ou diminuição da dose de opióide). EFEITOS ADVERSOS Falta de evidências- poucos estudos randomizados Cuidados em Pacientes Paliativos Opióides “Step III” : Pacientes que são parcialmente ou não responsivos á opióides Associação com ADJUVANTES - componente de dor neuropática Anticonvulsivante ou Antiepilético Titulação adequada: efeitos adversos no SNC.
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