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4 A PLANTA INTRODUÇÃO Os vegetais desenvolvem-se na atmosfera próxima ao solo, tendo como apoio o próprio solo. Para seu desenvolvimento, o sistema radi- cular absorve água e nutrientes, subdivididos em: Macronutrientes: 1. Nitrogênio, N: absorvido principalmente como N03- e NH/; 2. Fósforo, P: Hl04- e HP04 2-; 3. Potássio, K: K+; 4. Cálcio, Ca: Ca2+; 5. Magnésio, Mg: Mg2+; e 6. Enxofre, S: S042-. Os macronutrientes são elementos essenciais para o crescimento e o desenvolvimento das plan- tas e são assim denominados não por serem os mais importantes, mas os absorvidos (e necessi- tados) em maiores quantidades. Micronutrientes: 7. Zinco, Zn: Zn2+; 8. Cobre, Cu: Cu2+; 9. Manganês, Mn: Mn2+; 10. Ferro, Fe: Fe2+; 11. Boro, B: ácido bórico H3B03; 12. Molibdênio, Mo: M00 4 1-; 13. Cloro, Cl:o Os micronutrientes também são elementos essenciais, porém absorvidos e necessitados em quantidades muito baixas. Sua falta, entretanto, não permite que o vegetal complete de modo pleno seu ciclo vital. São essenciais, ainda, o Carbono, C; o Oxigê- nio, O; e o Hidrogênio, H; fechando assim a lista dos dezesseis elementos essenciais. Além disso, são úteis e encontrados nos tecidos vegetais o Cobalto, Co (C02+), importante para as leguminosas; o Silício, Si (Si03-) e o Níquel, Ni (Ni:"). Malavolta et al. (1989) fazem uma avaliação do estado nutricional das plantas, descrevendo detalhes importantes sobre a dinâmica e absorção de nutrientes. Pela parte aérea da planta, especificamente através dos estômatos, entra o gás carbônico, COz, que participa da fotos síntese, uma síntese de açúcares realizada à custa de energia solar. É o pro- cesso por meio do qual as plantas verdes trans- formam energia radiante (eletromagnética) em 58 I SOLO, PLANTA E ATMOSFERA energia química (Ferri, 1985). A formulação ge- ral da fotos síntese é dada por: Planta CO H O 1 verde O M rÓ» O ' .2 + 2 + uz ------7 2 + atena rgamca + + Energia Química sendo que a energia química resultante é empre- gada pela célula em vários processos metabólicos. A matéria orgânica produzida é o carboidrato, simbolizado por (CH20 )0. Os agentes de absorção da luz solar são os pigmentos que ocorrem nos cloroplastos das plantas superiores (e algumas algas) (Quadro 4.1): O principal ciclo fotossintético de produção de carboidratos é o de Calvin, com a formação do PGA, um açúcar com três carbonos. Por isso, as plantas que seguem esse ciclo são denominadas plantas C3. Outro grupo de plantas, entre as quais algumas gramíneas (ou poáceas, família Poaceae), e outras espécies de plantas adaptadas ao clima árido, seguem uma variação do ciclo de Calvin, descoberto por Hatch & Slack e produzem o malato, um carboidrato com quatro carbonos, e são denominadas plantas C4. Ferri (1985) faz uma comparação da fisiologia das plantas C3 e C4, que vão desde diferenças na capacidade de trans- ferência do sistema vascular, na resistência dos estômatos ao fluxo de CO2, até diferenças na eficiência de utilização do nitrogênio em proces- sos de assimilação. Ainda várias espécies de plantas que habitam ambientes áridos e quentes, apresentam outro sistema de fixação do CO2, denominado metabolismo ácido das crassuláceas, que são as plantas CAM. Entre elas destacam-se o cacto, o abacaxi e as orquídeas. Para o crescimento e desenvolvimento das plantas, a água do solo passa por elas indo acabar na atmosfera. Como nesse processo praticamente não entra energia vital, a planta é muitas vezes vista como o elo de ligação entre a água do solo e a água da atmosfera, ocupando um papel preponderante no ciclo da água. O consumo de água por culturas agrícolas normalmente se refere a toda água perdida pelas plantas (transpiração e gutação) e da superfície do solo, mais a água retida nos tecidos vegetais. A porcentagem de água nos tecidos vegetais é altíssima, mas mesmo assim é, em geral, menor que 1% do total evaporado durante o ciclo de crescimento da planta. Por isso, o consumo de água das plantas normalmente se refere apenas à Quadro 4.1. Pigmentos que ocorrem nas plantas superiores (e em algumas algas) e que participam da fotossíntese. Pigmento Comprimento de onda de absorção máxima de luz (nm) Clorofila a (verde-azulada) Clorofila b (verde) (X Caroteno (amarelo-alaranjado) ~ Caroteno (amarelo-alaranjado) Luteol Violoxantol 430-660 453-643 420-440-470 425-450-480 425-445-475 425-450-475 água perdida pela transpiração das plantas e pela evaporação da superfície do solo. Nestes estudos as seguintes definições são importantes: a) Transpiração: perda de água na forma de vapor, através da superfície da planta. b) Evaporação: perda de água na forma de vapor, através da superfície do solo. c) Evapotranspiração: é a soma da transpi- ração com a evaporação. Na prática, a evapotranspiração de uma cultura tam- bém é denominada Uso Consuntivo de uma cultura. o consumo de água de uma cultura é de fun- damental importância do ponto de vista agríco- la, pois, em geral, os recursos de água disponível são limitados. De importância na evapotranspi- ração é a arquitetura da planta, sendo que, nesse aspecto, destaca-se a área foliar, que é a superfície evaporante exposta à atmosfera. A área foliar de y ponto de inflexão ~ A PLANTA I 59 uma cultura é a soma das áreas de cada folha. Muito utilizado é o índice de área foliar (IAF), a relação entre a área das folhas e a área de solo ocupada pela planta. Assim, se uma planta ocupa 1 m? de solo e tem uma área foliar de 3,5 m", o IAF é 3,5 m2/1m2 = 3,5. Isso significa que a eva- poração da água do solo se dá em 1m2 e a transpiração das plantas em 3,5 rrr'. Para efeito de cálculo, porém, a evapotranspiração é estimada por m- de cultura, isto é, em Um2 = mm. O IAF varia com o desenvolvimento da cultura. Na semeadura não há nem planta nem folha e, com o passar do tempo, as plantas crescem e podem chegar a cobrir totalmente o solo, res- tando uma cobertura, ou um dossel verde. Depois da floração, frutificação e maturação, as plantas perdem folhas por senescência, e a área foliar chega a diminuir. Na maioria dos casos, um modelo sigmoidal, como o apresentado na Figura 4.1 para acúmulo de matéria seca, descreve muito bem esse processo. '-- __ -----"..L'- --'----- ---+__ -----. Tempo (t) ti Y ------------------.-------------.-------.-------.--------------------------max semeadura maturação Figura 4.1. Modelo sigmoidal para descrição do acúmulo de matéria seca por uma cultura vegetal. 60 I SOLO, PLANTA E ATMOSFERA y n/2 x +A -----------;...-;.:;"r,---------------r--------------------I-.----------/' i', i i / i -, i i / i "i i / i "i i ;" i 1 ',i ! o irt -, i ", i "- i" <, ______________.L. .j.J" .'::.:::-:.-A ramo que interessa /- y = Asenx --:::.:,.------------!---- "- I, i , i , i 'i -,t i' 3n', i ' i _._._. ._. 4"_t . . ._._~_._._._._._._._.'=.L. _ i 3n/2 i 5n/2 Figura 4.2. Curva da função seno indicando a parte (em negrito) que se assemelha à sigmoidal da Figura 4.1 . Uma equação que se adapta bem a esse mo- delo é uma senóide, com seu início no 3º quadrante, istoé, em 3rr,/2 (Figura 4.2). Um modelo desse tipo é sugerido por Garcia yGarcia (2002), no qual (y) representa a fitomassa seca de uma cultura, digamos em kg de MS . ha', em função do tempo (t) durante seu ciclo de crescimento: sendo Ymaxa fitomassa seca máxima atingida na rnaturação e tmaxo tempo no instante da matu- ração, considerando t = O a emergência das plantas. Note-se que a relação t/tmax é adimen- sional e que no início do ciclo t = O, portanto, ti tmax= O, e no fim do ciclo t/tmax = 1,pois t = tmax.Já Ymaxé a fitomassa seca máxima atingida no fim do ciclo. Para entender a equação 4.1, note que no col- chetedo seno aparece uma defasagem de 3n12, o que nos mostra que para t I tmax= O, o seno come- ça em 3nl2 (início do 4° quadrante), valendo -1, como mostra a Figura 4.2. Esse resultado somado ao +1 da equação resulta em O, que multiplican- do os demais fatores leva a y = O, que é a fitomassa do início do ciclo. Para t/tmax = 1 (fim do ciclo), temos sen Snl2 = 1.Agora, 1+ 1= 2 que multipli- cado por 1/2 da equação resulta em 1, ou y = Ymax. O parâmetro a é um fator de forma, isto é, ele modifica o S da senóide, que é pura só para a = 1. Conforme o valor de a o S se alonga ou se enco- lhe, mexendo em sua forma. O valor de a é obti- do ajustando a equação 4.1 a dados experimentais de Ye t, pelo método dos quadrados mínimos. De importância, também, são as taxas de cres- cimento das plantas, que seriam as derivadas da curva da Figura 4.1, isto é, dy/dt, que podem ser dadas em kg. ha-1• dia-I. O primeiro ramo utili- zado na senóide (de 3n/2 a 2n) é crescente e as derivadas são positivas e crescentes. No ponto 2n, que é um ponto de inflexão, a derivada segunda d'y/dt' é nula, o que indica que daí para a frente (de 2n a Sn12) as derivadas continuam positivas, mas decrescem no tempo. O resultado é que a taxa de crescimento dy/dt, em função do tempo, passa a ter forma de co-seno (lembre-se que a primeira derivada de seno é co-seno), com um máximo, como indica a Figura 4.3. Até aqui falamos em crescimento e desenvol- vimento; que são conceitos importantes. Não são sinônimos, são bem distintos, mas inseparáveis. Enquanto a planta cresce, ela se desenvolve. Crescimento se refere mais a tamanho da planta, mais corretamente em acúmulo de matéria seca. Desenvolvimento envolve diferenciação e a plan- (dy / dt)max ------------.-.-.-.~.-----.-----------:;;;.---- ..,.--~ dy/dt semeadura A PLANTA I 61 t maturação Figura 4.3. Taxa de crescimento dy/dt em função do tempo. ta passa por diversos estádios até fechar o ciclo reprodutivo, produzindo sementes que perpe- tuarão a espécie. De forma genérica fala-se em fase vegetativa, floração, frutificação, maturação e senescência. Essas fases são períodos do ciclo que não podem ser confundidos com estádios, que são momentos. A descrição das fases e estádios é denominada fenologia. O milho (Zea mays L.), da família das Poáceas (antigas Gramíneas), uma das plantas mais estudadas, apresenta dez estádios: O). emergência; 1) 4 folhas; 2) 8 folhas; 3) 12 folhas; 4) pendoamento; 5) florescimento; 6) grãos leitosos; 7) grãos pastosos; 8) grãos farináceos; 9) grãos duros; e 10) ponto de maturidade fisiológica. Cada estádio é considerado atingido quando 50% das plantas apresentarem os sintomas. Importante ainda é o termo DAE (dias após a emergência), muito utilizado para acompanhar o ciclo de desenvolvimento das plantas. No lugar de t, usa-se DAE, por exemplo, 50 DAE ou DAEmax, que é duração do ciclo. A duração do ciclo é razoavelmente constan- te para uma dada variedade ou cultivar, desde que as condições ambientais sejam adequadas, isto é, haja disponibilidade de nutrientes e água, de luminosidade, temperatura adequada do ar e do solo etc. Há variedades precoces, de ciclo médio e tardias. Em relação à luminosidade, destaca-se a duração do dia (ver N no Capítulo 5, item ra- diação solar) que leva ao fenômeno do fotope- riodismo. A indução da floração é afetada pelo fotoperíodo ou duração do dia, em muitas espécies. Há plantas que não são fotossensíveis, e entre as quais há as de dias longos e as de dias curtos. Na cultura da cana-de-açúcar, por exem- plo, na qual a produção é representada por colmos, a floração é indesejada. De qualquer forma, ela floresce quando o fotoperíodo está entre 12,0 e 12,5 h, o que em São Paulo ocorre entre 25/2 e 20/3. Entretanto, há um efeito combinado de temperatura, isto é, a flor ação só é induzida se a temperatura máxima do ar for me- 62 I SOLO, PLANTA E ATMOSFERA nor que 31°C (o que é raro nessa época do ano) ou maior que 18°C. As plantas, para crescerem e se desenvolverem, utilizam energia que vem do sol. Uma forma prática de quantificá-la é pelo conceito de graus- dia, detalhado no próximo capítulo. Ele se baseia nas temperaturas do ar que reinam no dossel vegetal durante seu ciclo de crescimento. Cada espécie vegetal possui uma temperatura ótima para seu desenvolvimento, que é uma função da radiação solar. Há ainda uma temperatura míni- ma em termos de crescimento, denominada temperatura de base inferior Tbj, abaixo da qual a cultura praticamente não se desenvolve, e uma temperatura base superior Tbs> acima da qual o desenvolvimento da cultura é prejudicado. Assim, o intervalo ótimo para o crescimento e o desen- volvimento de uma cultura é (Tbs - TbJ. O conceito de graus-dia (GD) se baseia nessas temperaturas. Na planta, o movimento de água, desde a entrada na extremidade radicular até sua saída pelas folhas, dá-se por vias especiais e algumas noções de anatomia vegetal se tornam indispensá- veis para a compreensão do processo. ANATOMIA VEGETAL Em estudos de movimento e transporte de água nas plantas, é fundamental o conhecimento de sua anatomia, sobretudo da raiz, do caule e da folha, que pode ser visto em detalhe em Ferri (1985). A zona de absorção de água da raiz se estende desde sua extremidade meristemática (zona de crescimento), por alguns centímetros, até o ponto onde a suberização da epiderme se torna evidente. Os pêlos absorventes (células epidérmicas com uma extremidade alongada como indica a Figura 4.4) geralmente estão presentes na zona de ab- sorção e podem aumentar a área de contato en- tre raiz e solo (para efeito de absorção de água e nutrientes) de um fator 3 ou 4. Uma seção trans- versal de uma raiz, na zona de absorção de água, é mostrada na Figura 4.4. As células da raiz são diferenciadas em cama- das e a água (e nutrientes) passa por todas essas camadas, através das células ou pelos espaços intercelulares, até atingir as células do xilema (elemento condutor) localizadas no cilindro central. A epiderme é constituída de uma camada de células, após a qual se inicia o córtex que usualmente possui de cinco a quinze camadas de células de parênquima. Após o córtex se inicia a endoderme, também constituída de uma única camada celular. Uma característica da endoderme é que parte das paredes celulares é suberizada, de tal forma que todo o movimento de água (e nutrientes) só se dá pelas células e não por espaços intercelulares ou paredes celulares. A barreira suberizada da endoderme denomina-se banda de Caspari. Após a endoderme encontra -se o periciclo, constituído de uma ou duas camadas de células de paredes finíssimas e, após o periciclo encontram- se os tecidos vasculares: xilema e floema. O primeiro leva a seiva bruta (água e sais minerais) à parte aérea da planta e o segundo conduz a seiva elaborada (solução de materiais orgânicos elabo- rados na fotossíntese) das folhas às raízes. O movimento da solução do solo pode dar- se por duas vias na raiz. A primeira via é através das paredes celulares e espaços intercelulares, em conjunto denominados de espaço externo. Nesse caso, a água move-se devido a diferenças de po- tencial, e os solutos, ou são arrastados (fluxo de massa), ou movem-se por difusão. Nesse pro- cesso não é envolvida energia proveniente do meta- bolismo vegetal, motivo pelo qual é denominado processo de transferência inativo ou absorção passiva. A segunda via é através de membranas celulares e células vivas ou espaço interno. Nes- se caso, a água move-se principalmente devido água partícula do solo "-, " movimento da solução do solo das membranas celulares (biologicamente ativas) A PLANTA I 63 pêlo absorvente endoderme xilema floema Figura 4.4. Esquema da seção transversal de raiz, indicando o movimento da água do solo para o xilema, por dois caminhos: 1. através das paredescelulares (apoplasto), linha cheia; 2. através do protoplasma (simplasto), linha tracejada. As áreas escuras entre as células da endoderme são as estrias de Cáspari. a diferenças de potencial osmótico e os solutos movem-se por transporte ativo, isto é, transporte que envolve energia biológica e é denominado absorção ativa. As membranas celulares são membranas sernipermeáveis e seletivas,nas quais há dispêndio de energia durante o transporte de íons. Até o momento, a maioria das pesquisas indica que o movimento de água é prioritariamente inativo. O xilema estende-se das raízes até as folhas, pelo caule. Quando o feixe vascular do xilema penetra na folha, ele se subdivide em uma série de ramos até se constituir progressivamente de simples células. Estas estão em contato com as células do parênquima lacunoso, tecido espon- joso com grande quantidade de espaços interce- lulares, onde a água evapora, isto é, passa do estado líquido para o estado de vapor. Na Figu- ra 4.5 é representado, esquematicamente, o cor- te transversal de uma folha. O vapor da água dos espaços intercelulares atinge a atmosfera por dois caminhos: pela cutícula, em menor quantidade, e pelos estômatos. A cutícula é uma camada suberizada que re- cobre as células da epiderme e, por isso, as perdas de água pela cutícula são muito pequenas. Estômatos são orifícios de 4 a 12 11mde largura 64 I SOLO, PLANTA EATMOSFERA xilema Figura 4.5. Esquema de corte transversal de uma folha. por 10 a 141lm de comprimento, encontrados na superfície da folha (superior, inferior ou ambas, dependendo da espécie) pelos quais se dão as principais trocas gasosas entre a planta e a atmos- fera. Através deles o vapor da água sai da folha atingindo a atmosfera e o gás carbônico penetra nos espaços intercelulares, sendo aproveitado no processo fotossintético. São constituídos de duas células, entre as quais se encontra um orifício de dimensões variáveis (Figura 4.6). A estrutura do aparelho estomatal pode variar consideravelmen- te de planta para planta. Seu número médio é de cerca de 10.000/cm2• As variações de sua abertu- ra são devidas a diferenças do potencial da água dentro deles, uma função de vários fatores. Um aumento de volume de células-guarda provoca a abertura do ostíolo. Essas variações de volume podem ser devidas a variações na translocação de parênquima paliçádico parênquima lacunoso __ epiderme ••• ------ __ cutícula cavidade subestomática água na planta e à intensidade de perda de água da folha para a atmosfera. Os estômatos também são sensíveis à luz, temperatura e concentrações de CO2 e potássio. Seu funcionamento, bastante complexo, não será tratado aqui. Mais detalhes sobre o movimento da água na planta podem ser vistos em Angelocci (2002). ÁGUA NA PLANTA Em capítulos posteriores (Capítulo 7 ao 16), estudaremos o movimento da água no sistema solo-planta-atmosfera, como um todo. Para isso, torna-se importante o conhecimento de como a água se apresenta nos diversos tecidos vegetais: a) Nas paredes celulares: a parede celular de uma célula adulta geralmente é consi- ostíolo células subsidiárias Figura 4.6. Esquema de estômato. derada composta de três partes: a lamela central (pectato de cálcio); a parede pri- mária (fibras de celulose impregnadas de materiais pécticos); e a parede secundária (celulose, pectina, lignina e cutina). As superfícies desses materiais e os grupos hidróxilos das moléculas de celulose são fortemente hidrofilicos, absorvendo água, principalmente por ligações de hidro- gênio. Em células túrgidas, a água é retida nas paredes (poros dos tecidos fibrosos) por fenômenos de tensão superficial. O conteúdo de água na parede celular varia muito de célula para célula, podendo che- gar a 50% (na base de volume, m' HP/ m" de parede celular). b) No protoplasma: em comparação cor~ a parede celular, o conteúdo de água no A PLANTA I 65 núcleo cloroplasto células-guarda protoplasma chega a alcançar 95% do volume, podendo, porém, cair para ní- veis bem inferiores quando ocorre a inatividade celular por temperatura extre- ma, falta de água etc. O protoplasma é constituído essencialmente de proteínas e água. c) No vacúolo: aqui seu conteúdo pode che- gar a mais de 98% do volume; os restan- tes 2% são açúcares, ácidos orgânicos e sais minerais. Todos esses componentes são de grande importância nos fenômenos osmóticos da célula. d) No sistema vascular: constitui a seiva, cuja composição no xilema e floema geral- mente é bem diferente. O xilema contém, principalmente, água como solvente dos saisminerais absorvidos do solo e o floema, 66 I SOLO, PLANTA E ATMOSFERA água com produtos metabólitos produ- zidos pela fotossíntese. e) No lenho: nas árvores de grande porte, o tronco e os ramos lenhosos constituem- se de casca (material morto, suberizado), EXERCíCIOS do alburno (que contém o xilema e o floema) e do cerne (madeira propria- mente dita). A madeira "verde" chega a ter 50% de água e, depois de seca, 10 a 15%. 4.1. O que é floema? 4.2. O que é xilema? 4.3. Na planta, onde a água passa da fase líquida para a fase de vapor? 4.4. O que são pêlos absorventes? 4.5. O que são estômatos? 4.6. Derive a equação 4.1 para obter uma equação da taxa de acréscimo da fitomassa seca em função do tempo. Lembre-se que derivada de seno é coseno. 4.7. O índice de área foliar varia de cultura para cultura? Com o espaçamento entre linhas e plantas? Com o estágio de crescimento da cultura? 4.8. Quais as diferenças entre crescimento e desenvolvimento?
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