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Princípios do Direito Processual

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Princípios Gerais do direito processual.
Os princípios informativos do processo: Deve-se à Mancini, processualista italiano, a formulação da categoria dos princípios informativos do processo. São os preceitos fundamentais que dão forma e caráter ao sistema processual. Estes diferem dos princípios gerais por se tratarem de uma aspiração de melhoria do aparelhamento processual, embora inspirem e influenciem estes princípios gerais. São eles:
1) Principio Logico: Impõe ao legislador processual (quando da elaboração das normas abstratas) e ao juiz ( quando da concreta aplicação dessas normas aos casos que lhe caiba processar e julgar) a escolha dos meios mais eficazes e rápidos, para descoberta da verdade, evitando ou minimizando os erros judiciais. 
2) Principio Jurídico: O processo deve propiciar às partes tratamento igualitário e decisões judiciais justas. Não se admitem discriminações que não se mostrem razoáveis e necessárias. Isto é, deve se buscar a igualdade no processo e a justiça na decisão. O conceito de justiça é variável de sociedade para sociedade. 
3) Principio Politico: Fundamenta-se na ideia de que “ a liberdade individual não pode ser limitada, senão nos casos determinados por lei e nos limites do interesse público.” Máximo de garantias à sociedade, com um mínimo de sacrifício aos direitos e liberdades individuais. Proporcionaliadde.
4) Principio econômico: As desigualdades socioeconômicas entre as partes não devem influir a promessa constitucional de acesso à Justiça. – Disponibilização á parte economicamente carente os meios de efetivo acesso a justiça e reduzir a demora da tramitação e julgamento das causas ao mínimo essencial. Exemplos: Defensoria, juizados especiais.
 -Os princípios atingem status de norma jurídica, trataremos dos principais princípios. quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Os princípios constituem a raiz de onde deriva a validez intrínseca do conteúdo das normas jurídicas. Os princípios são idéias básicas que servem de fundamento ao Direito Positivo. A função orientadora decorre da função fundamentadora do direito. Se as leis são informadas ou fundamentadas nos princípios, então devem ser interpretadas de acordo com os mesmos, porque são eles que dão sentido às normas. Os princípios servem, pois, de guia e orientação na busca do sentido e alcance das normas.
-Principio do devido processo legal o julgador deve observar o ordenamento jurídico, texto constitucional, com as observâncias das garantias do processo. Vinculação legal com fiscalização do povo. É importante ressaltar que não há devido processo legal se não se assegurar o contraditório e a ampla defesa. Aqui a proteção é material. Princípio expresso no art. 5º, LIV, da Constituição Federal que estabelece “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Assim, cabe ao Judiciário observar o processo estabelecido em lei, a fim de que este assegure o respeito às garantias e direitos fundamentais aos que a ele se submetem.
-Principio da Imparcialidade do Juiz O magistrado não deve opinar, para nenhuma das partes, ele deve ter a posição de ficar entre as partes e acima delas, para poder ter a capacidade de julgar aquele processo. (equidistante das partes) A Declaração Universal dos Direitos do Homem, contida na proclamação feita pela Assembleia Geral das Nações Unidas reunida em Paris em 1948, estabelece: “ Toda pessoa tem direito, condições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um Tribunal independente e imparcial (...)”.A imparcialidade pode ser subjetiva (quando disser respeito às partes) e objetiva (quando disser respeito aos interesses). Vale lembrar, porém, que as idéias políticas do juiz não comprometem a sua imparcialidade, que só pode ser exigida sob a égide do caso concreto;
-Principio do Juiz Natural. Diz que a jurisdição só poderá ser exercida por que a CF houver delegado a função jurisdicional, sendo vedado, criação do Juízo ou Tribunal de exceção. fixando que as regras de competência sejam objetivas e anteriores ao fato a ser julgado. “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente previamente instituído”. Este princípio, prevalece mesmo em casos de guerra. De certa forma pensa-se até em ser “absoluto”. Estabelece um tríplice entendimento. Num primeiro momento significa que a instituição dos juízos e tribunais devem ser anteriores ao fato ensejador de sua atuação. Num segundo momento, que a competência dos órgãos deve ser estabelecida por regra geral. E, por último, requer que a designação dos juízes seja feita com base em critérios gerais, estabelecidos por lei ou procedimentos fixados em lei.
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa Deriva da frase latina Audi alteram partem, que significa “ ouvir o outro lado”, ou “deixar o outro lado ser ouvido bem”. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. O constituinte de 1988 estendeu a garantia do contraditório aos processos civis e administrativos, sendo que na constituição anterior havia previsão do contraditório apenas aos processos penais.
O princípio do contraditório possui ampla ligação com o princípio da igualdade das partes.
Não só a CF garante este principio como também, o pacto de são josé da costa rica. Aqui a proteção é formal em seu objetivo. Em resumo o princípio do contraditório e da ampla defesa são a garantia de manifestação entre as partes, significando a participação geral dos agentes em defender sua tese. No princípio do contraditório pressupõe que a verdade só pode ser evidenciada pelas teses contrapostas das partes. Por este princípio, o órgão judicante não pode decidir uma demanda, sem ouvir a parte contra qual ela foi proposta. Na ampla defesa, entende-se que as partes podem produzir provas de maneira ampla, quando observados os meios lícitos conhecidos e permitidos pelo direito. A ampla defesa, em sentido amplo, significa a observância de dois ângulos: a defesa técnica, que é a defesa por advogado, e a defesa não técnica, que consiste no direito de presença.
Principio da Independência o Princípio da independência pode ser visto sob duas óticas. Pode ser entendido sob a ótica da instituição judiciária (art. 2º da CF) ou do juiz, pessoa física (art. 95 da CF). Dessa forma, por independência pode-se entender tanto a ausência de sujeição a ordens de outros poderes, bem como as garantias de imparcialidade que garantem ao juiz certa estabilidade, especialmente nas causas em que o Estado é parte.
Principio da exclusividade da jurisdição pelo Judiciário (inafastabilidade da jurisdição) Em síntese, o princípio quer dizer que nenhum conflito pode ser excluído da apreciação do judiciário. Art. 5º, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O princípio, porém, comporta temperamentos, uma vez que a própria Constituição estabelece a exceção do art. 52, incisos I e I, que dita regra de competência privativa ao Senado Federal, para processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República, nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles e, ainda, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador Geral da República e o Advogado Geral da União, nos crimes de responsabilidade. No âmbito infraconstitucional, ressalta-se, também, a título de exceção do princípio da exclusividade da jurisdição pelo judiciário, os conflitos dirimidos por árbitros à luz da Lei nº 9.307/1996.
Princípio da Inercia e Impulso Oficial (Da ação, ou da demanda)  O processo não pode principiar por iniciativa do juiz. Pode-se dizer que deriva do princípio da independência (visa a resguardar a imparcialidade do juiz) e do acesso à justiça. Observe-> O processocomeça por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Em outras palavras, o juiz não pode iniciar o processo de oficio. Já o Impulso oficial, significa que quando iniciado o processo pela parte, o juiz deve dar andamento até o seu final depois que iniciado, ou seja, uma vez que inicie-se o processo mesmo que a parte fique inerte, cabe o estado movimentar o processo até o seu final. Existe exceções: sumula 631 do STF: Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário. Princípio da ação, ou princípio da demanda, ou princípio da iniciativa das partes, indica que o Poder Judiciário, depende da provocação do titular da ação para movimentar-se no sentido de satisfazer a pretensão. A jurisdição é inerte. Acredita-se que o juiz que instaura processo por iniciativa própria acaba ligado psicologicamente à pretensão, podendo julgar favoravelmente a ela. Este é o processo inquisitivo, onde a função de acusar, defender e julgar se encontra em um mesma figura, que é a do juiz. Ele é secreto, não-contraditório e escrito. O processo acusatório é um sistema processual de partes, onde elas se encontram em igualdade e ainda é um processo com as garantias da imparcialidade do juiz, do contraditório e da publicidade. Existe o processo penal misto em que há algumas etapas secretas e não-contraditórias. A reconvenção é algo bem diverso da simples defesa do réu: ao reconvir, o réu move uma nova demanda ao autor, exercendo uma pretensão própria e autônoma, com relação a qual são invertidas as posições das partes no processo. O réu não limita a defender-se, ele também move uma ação contra o demandante.
Princípio do acesso à justiça é a possibilidade garantida pela Constituição Federal, no seu art. 5º, XXXV, para que todos possam pleitear a proteção jurisdicional do Estado; “A lei não excluíra da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão.” O princípio do Acesso à Justiça tem como sinônimos as seguintes expressões: – Acesso à ordem Jurídica Justa – Inafastabilidade da jurisdição – Inafastabilidade do controle jurisdicional – Ubiquidade da jurisdição.
Princípio da Igualdade Derivado do princípio do devido processo legal. Expresso na Constituição Federal no art. 5º caput. Atualmente, temos que enxergar o princípio da igualdade não só sob a ótica da igualdade formal, mas também do aspecto da igualdade substancial. ( A igualdade formal é a igualdade perante a lei, ou seja, significa que todo mundo será tratado como um indivíduo desconhecido, sem ser beneficiado ou punido por ser uma pessoa em específico. Já a igualdade material ou substancial, é a igualdade que se manifesta quando todas as pessoas tem a mesma quantidade dos bens ou que tem o mesmo nível de felicidade. )
Princípio da liberdade da prova expresso na Constituição Federal, no seu art. 5º, LVI “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meio ilícito”. Assim, serão admitidos todos os meios de prova em direito, admitidas desde que não sejam obtidas por meio ilícito; 
Princípio da publicidade o princípio da publicidade destina-se: (a) às partes; e (b) ao público em geral. Possui grande relevância e também está expresso na Constituição Federal no seu art. 93, IX; A publicidade dos atos processuais está elencada como direito fundamental do cidadão, mas a própria Constituição Federal faz referência aos casos em que a lei admitirá o sigilo e a realização do ato em segredo de justiça. A lei enumera os casos, nada impedindo que o juiz confira a outros, ao seu critério, em virtude de interesse público, processamento em segredo de justiça, hipótese em que deverá justificar o seu proceder. Em regra os atos judiciais são transparentes a população. Contudo, existem exceções, especialmente, nas causas de segredo de justiça, notadamente, nas causa de direito de família, em que, questões íntimas e pessoais são discutidas.
Princípio dos recursos no Brasil, o recurso constitui-se garantia fundamental inerente à ampla defesa. A própria estrutura dos órgãos judicantes induz à aceitação do princípio dos recursos, facultando a parte sucumbente a possibilidade de outro órgão jurisdicional reexaminar a decisão que lhe foi desfavorável;
Principio da Motivação A motivação das decisões encontra-se expressa no art. 93, IX; portanto, o juiz, como intérprete e aplicador da lei, deverá motivar suas decisões, sob pena de cometer ato contrário ao direito; Todas as decisões, quanto judiciais ou administrativas devem ser motivadas ou fundamentadas, significando que a autoridade deve sempre explicar os motivos pelos quais decidiu daquela forma, explicando com detalhes o porquê de seu livre convencimento. Trata-se de requisito de validade, sendo um dos elementos formais dos pronunciamentos decisórios da Justiça, ou seja “o Estado se justifica”, o qual o juiz motiva com precisão o seu julgado. Constituindo preceito de ordem pública, o princípio da motivação das decisões visa proteger a Justiça do arbítrio e da parcialidade. O princípio em tela tem uma função política, pois permite a aferição da imparcialidade do julgador, da legalidade e da justiça da decisão, por qualquer das partes, pelo próprio Poder Judiciário e por qualquer do povo. Dessa forma, a Carta Magna visa repelir de modo incisivo as decisões judiciais despidas de fundamentação, passíveis de nulidade, sanção essa prevista no próprio Código Supremo. Destarte, serão considerados inconstitucionais quaisquer instrumentos normativos que exonerem o magistrado de motivar as suas decisões, não podendo prevalecer qualquer entendimento jurisprudencial que deixe de aplicar o comando inserto no art. 93, IX da Constituição Federal.
Princípio da coisa julgada visa a assegurar a efetividade das decisões judiciais. Expresso na Constituição Federal no art. 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”;
Princípio da justiça gratuita pode ser considerado como a manifestação do princípio da igualdade material no processo. É princípio expresso na Constituição Federal no art. 5º LXXIV: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”, bem como no art. 134, também da Constituição Federal: “A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados na forma do art. 5º, LXXIV”.
Principio da disponibilidade e indisponibilidade A disponibilidade aqui tratada diz respeito ao poder que o individuo tem de ajuizar ou não a ação e até de desistir da ação. Ó sofre restrição quando o próprio direito material é indisponível, ex direito civil é disponível, mas a pensão alimentícia que é civil é indisponível. Já no processo penal prevalece a indisponibilidade ou obrigatoriedade. A apuração do crime, regra geral é imperdoável e deve ser processado e julgado não podendo o MP dispor da ação penal. Denomina-se poder dispositivo a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus direitos. Esse poder é configurado pela disponibilidade de apresentar ou não sua pretensão em juízo, isto é, pode renunciar a ela ou a certas situações processuais. Esse poder de dispor é quase absoluto no processo civil, devido a natureza do direito material, as limitações ocorrem quando o próprio direito material tem natureza indisponível, quando o interesse público prevalece sobre o privado. É diferente do direito penal, em que prevalece o princípio da indisponibilidade, pois o crime é considerado uma lesão irreparável ao interesse público, a pena é realmente reclamada para a restauração da ordem jurídica violada.
Principio da livre investigação das provas (Verdade formal x Verdade Real) consiste na regra de que o juiz depende da iniciativa das partes quanto a instauração da causa e às provas, assim como às alegações em que se fundamentará a decisão. No campo penal sempre predominou o sistema da livre investigaçãode provas. Mesmo quando, no processo cível, se confiava exclusivamente no interesse das partes para o descobrimento da verdade, tal critério não poderia ser seguido nos casos em que o interesse público limitasse ou excluísse a autonomia privada. Isso porque, enquanto no processo civil em princípio o juiz pode satisfazer-se com a verdade formal, no processo penal o juiz deve averiguar o descobrimento da verdade real, como fundamento da sentença. De todos os fatores envolvidos no processo que influenciam diretamente na atuação do juiz como, fatores sociais, técnicos e locais o mais importante e relativo a ele e a sua neutralidade e imparcialidade no processo, e o que garante o princípio do dispositivo. As partes devem com o máximo de liberdade e segundo os ritos do processo e seus procedimentos apresentarem suas alegações com o máximo de veracidade para que assim o juiz possa se decidir ficando ainda a sua disposição um amplo poder de também, fazer com que se produzam provas e estimule o diálogo entre as partes para um maior convencimento. No Brasil se assegura a livre investigação de provas pelo juiz. Porém e necessário entender que no processo civil o juiz poderá se satisfazer com provas formais a que se acerca o processo, aquelas contidas nos autos, sendo que no processo penal o juiz deverá atender a necessidade de se averiguar as provas e ver se estão são verdadeiras (verdade real ou verdade material) para que fundamente assim a sua sentença.Vale ressaltar que no processo civil o juiz não está limitado as provas existentes, não e um mero espectador pois ele possui amplos poderes para assistir e dar iniciativas a novas provas que se façam necessárias para o seu convencimento. Pois na maior parte dos casos em direitos disponíveis ele pode se satisfazer com a verdade formal, aceitando o que as partes levam ao processo e rejeitando provas por falta de elementos contundentes. Porém no processo penal ocorre o inverso, pois só excepcionalmente o juiz penal se satisfaz com a verdade formal, quando não dispor de meios para assegurar a verdade real. O princípio e absoluto e está estabelecido como regra pelo legislador, conforme artigo 197 CPP sobre a confissão. Que mesmo que haja novas provas que possam incriminar um réu absolvido isso será impossível. Uma vez a coisa julgada no âmbito penal não caberá nova acusação. No processo Civil se manteve a tendência de permitir ao juiz que participe da constituição de provas necessárias para que todo o esclarecimento e verdade sejam apontados, como ainda reforçou todos os poderes diretivos do magistrado nos arts. 125, 130,131,330,342 e 440.
Princípio da Oficialidade A repressão ao crime e ao criminoso constitui uma necessidade essencial e função precípua do Estado, de modo que este, em virtude do ordenamento jurídico que tutela os bens sociais públicos, torna-se titular de um poder (poder-dever) de reprimir o transgressor da norma penal. Em tendo a função penal índole eminentemente pública, a pretensão punitiva do Estado deve ser feita por um órgão público que deve iniciar o processo de ofício. Nisto consiste o princípio da oficialidade, isto é, os órgãos incumbidos da persecutio criminis são órgãos do Estado, oficiais portanto. 
Principio da Oralidade Historicamente, o processo civil surgiu sob a forma oral e a escritura não acompanhou o surgimento da escrita, ou seja, mesmo com a criação e o desenvolvimento da grafia, a maior parte dos povos manteve o processo oral por um longo período. O processo escrito desenvolveu-se somente com a popularização do papel, que possibilitou o uso mais amplo e menos dispendioso de documentos e de manifestações escritas (GUEDES, 2003, p. 18). Assim, o processo pré-romano era oral, como, por exemplo, entre os gregos, maias, pérsias e sumérios.. Uma das exceções era o Egito, cujo processo continha uma fase inicial escrita, mas desenvolveu-se oralmente. Dessa forma, percebemos que a oralidade foi o primórdio para o desenvolvimento do processo jurídico, muito embora, hoje o ordenamento jurídico é essencialmente escrito, porém as fases da oralidade ainda permanecem, especialmente, nas audiências em que depoimentos pessoais e testemunhais são colhidos pelo juiz, fazendo parte da prova. O Princípio da Oralidade tem quatro elementos: - A imediatiedade que é o contato direto com o juiz. - A identidade física do juiz que consiste em manter o mesmo juiz durante o processo. - A concentração da causa e a necessidade de ser mostrado de modo mais rápido as provas/materiais para que possa ser julgado o processo. -A irrecorribilidade, fazendo assim que o processo não fique muito parado devido aos recursos. Esse Princípio é de total auxílio ao Princípio do Devido Processo Legal.
Principio da Persuasão Racional do Juiz O princípio da persuasão racional do juiz consiste na possibilidade deste decidir livremente de acordo com seu próprio convencimento e suas convicções pessoais. Como se nota no art. 131: “O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegado pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento”. 
 O artigo 131 do Código de Processo Civil dá liberdade do juiz de decidir um caso de acordo com seu convencimento pessoal sobre o assunto mas ao mesmo tempo o limita ao ter que explicar o que o levou à decisão. De acordo com Pontes Miranda “Não se confere ao juiz liberdade absoluta mas não lhe impõe critérios rígidos e inflexíveis na apreciação da prova.
Principio da Lealdade Processual Sendo o processo, por sua índole, eminentemente dialético, é reprovável que as partes se sirvam dele faltando ao dever de verdade, agindo deslealmente e empregando artifícios fraudulentos. O desrespeito ao dever de lealdade processual traduz-se em ilicitude processual (compreendendo o dolo e a fraude processuais), ao qual correspondem sanções processuais. O princípio da lealdade é um princípio infraconstitucional, justificado através dos art. 14ss do CPC, a lealdade processual é um dever que emana de um princípio. Esse princípio vai justificar a má-fé processual. A lealdade norteia o comportamento de todos os integrantes do processo. Esses integrantes não dizem respeito apenas as partes envolvidas, autor e réu, mas sim todos aqueles envolvidos no processo direta ou indiretamente, os funcionários do judiciário, juiz, promotor de justiça, escrivão, etc. A punição da quebra de lealdade para o réu e para o autor é a litigância de má-fé. A punição para os funcionários, componentes do judiciário é multa, responderão por ato atentatório ao exercício da jurisdição. O advogado será punido juto com a parte respondendo por litigância de má-fé, além da comissão de ética da OAB.
Principio da Economia Processual e das instrumentalidades das formas O Princípio da economia considera o processo como instrumento, que precisam ser realizados da maneira menos onerosa possível para as partes, obtendo assim um equilíbrio entre binômio e custo benefício. Esse princípio é aplicado nas reuniões de processo em casos de conexidade ou continência, própria reconvenção, ação declaratória incidente etc. Tendo sempre como finalidade a análise das formalidades baseadas em lei e não a forma em si. Decorrente desse princípio se estabelece a regra do aproveitamento dos atos processuais, já realizados, e desde que não tenham relação com nulidade anterior, e devem permanecer íntegros e válidos. No processo civil, se verifica essa regra no artigo 920 na indiferença na escolha do interdito possessório adequado. O processo de pequenas causas civis (lei n. 9099/95). O princípio da economia processual deve ser aplicado de modo equilibrado. Não deve ser considerado fundamental o valor das causas economicamente, permitindo que independentemente do valor econômico das causas se possa buscar o judiciário, previsto na Constituição no artigo 5º, inc. Xxxv). Também assim se possibilita a revisão de causas que foram julgadas em órgãos inferiores por órgãos superiores, em grau de recuso, sem quese tenha como fundamento o valor econômico dessas causas.
Principio do duplo grau de jurisdição Significa o reexame recursal (recurso). Toda sentença esta sujeita ao recurso (Sucumbência), visa a reanalise por juízes mais experientes (Desembargadores), colegiados diminuindo a possibilidade de erro judiciário.
Não Há nenhuma menção explícita deste princípio no texto constitucional, razão pela qual a doutrina diverge em considerá-lo ou não um princípio de processo constitucional.
Princípio da celeridade e da tempestividade da prestação jurisdicional  A prestação jurisdicional, para ser útil, deve ocorrer em tempo hábil. Visando a economia processual e a razoável duração do processo, o legislador ao instituir o presente princípio buscou agilizar os processos judiciais em geral, principalmente na esfera processual civil, como também nos processos administrativos. Reza o artigo 5º, inciso LXXVIII, da Carta Magna que, “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.” Afinal, a palavra celeridade tem como sinônimos: presteza, velocidade, rapidez, diante disso, é necessário esforço para que a justiça não “corra” em direção aos seus antônimos, pois justiça demorada, é justiça negada.
Principio da Legalidade O princípio da legalidade surgiu com o Estado de Direito, opondo-se a toda e qualquer forma de poder autoritário, antidemocrático. Esse princípio já estava previsto no Art. 4º da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão. No direito brasileiro vem contemplado nos Arts. 5º, II; 37; 84, IV; da Cf/88. O inciso II do Art. 5º estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” Mencionado princípio deve ser lido de forma diferente para o particular e para a administração. Vejamos: No âmbito das relações particulares, pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade, lembrando a possibilidade de ponderação desse valor com o da dignidade da pessoa humana e, assim, a aplicação horizontal dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, conforme estudado.
Já no tange a administração, esta só poderá fazer o que a lei permitir. Deve andar nos “trilhos da lei”, corroborando a máxima do direito inglês: rule of law, noto f men. Trata-se do princípio da legalidade estrita, que, por seu turno, não é absoluto! Existem algumas restrições, como as medidas provisorias, o estado de defesa e o estado de sítio. Em resumo, significa que o processo civil é essencialmente regrado pelo seu respectivo código, que deve ser obedecido como lei.
Principio da Isonomia O princípio da igualdade ou da isonomia provavelmente tenha sido utilizado em Atenas, na Grécia antiga, cerca de 508 a. C. Por Clístenes, o pai da democracia ateniense. No entanto, sua concepção mais próxima do modelo atual data de 1215 d. C., quando o Rei João Sem-Terra assina a Magna Carta. Tal princípio deve ser considerado em dois aspectos: o da igualdade na lei, a qual é destinada ao legislador, ou ao próprio executivo, que, na elaboração das leis, atos normativos, e medidas provisórias, não poderão fazer nenhuma discriminação. E o da igualdade perante a lei, que se traduz na exigência de que os poderes executivo e judiciário, na aplicação da lei, não façam qualquer discriminação. A igualdade das partes advém da garantia constitucional da qual goza todo cidadão, qual seja, a igualdade de tratamento de todos perante a lei. A Constituição Federal em seu art. 5º, caput, regula que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)”.
Simplificando o conteúdo acima é a mesma coisa que dizer que o juiz deve tratar igualmente as partes, sem privilegiar uma em detrimento da outra.

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