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FUNDAMENTOS DA FÍSICA DO LASER – ROTEIRO ILUSTRATIVO DA AULA TEÓRICA HISTÓRICO DO LASER (principais acontecimentos) 1862: Teoria eletromagnética de Maxweel 1900: Dualismo de onda-partícula segundo Planck 1905: Hipótese de Einstein sobre os quanta da luz 1913: Postulados de Bohr sobre as transições dos elétrons 1917: Mecanismos de absorção e emissão segundo Einstein (Teoria da emissão Estimulada) 1919: Física nuclear de Sommerfeld 1928: Demonstração da emissão induzida em gazes 1951: Princípio MASER de Purcell e Pound 1957: Bases teóricas do bombeamento óptico do Laser segundo Gould 1958: Schalow e Townes propõem a aplicação do princípio do Maser à luz 1961: Maiman: Efeito do laser no rubi 1961: Primeira aplicação do laser de rubi na fotocoagulação em oftamologia 1961: Primeiro laser a gás (He-Ne) de Javan, Bennett e Herriott 1962: Introdução do laser de semicondutor 1964: Primeiro laser de CO2 de Patel 1965: Primeiras experiências com raios laser sobre esmalte e dentina 1965: Aplicações do laser de rubi em operações do ouvido interno em pacientes com surdez 1966: Yahr & Strully: Constatação das propriedades hemostáticas no corte 1967: Primeira aplicação do laser de CO2 em cirurgia da boca 1972: Cirurgia com laser de CO2 em cordas vocais por via endoscópica 1973: Kaplan & Sharon: hemangioma cavernoso –lábio inferior- CO2 LASER A palavra laser é um acrônimo de: L ight A mplification by the S timulated E mission of R adiation Ou seja: AMPLIFICAÇÃO DA LUZ POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO E RADIAÇÃO é uma Energia que se move através do espaço, da fonte para um objeto onde é absorvida. A ABSORÇÃO gera a transformação da radiação em outras formas de Energia: CALOR, ALTERAÇÕES QUÏMICAS, etc. Tipos de radiação: Partículas: (beta, alfa...) matéria (massa) com Energia Fótons ou quanta: pacotes de energia (partículas luminosas), que embora não tenham massa, se comportam como se tivessem: propagam-se como uma onda sendo, portanto, um campo eletromagnético oscilante. A luz, é composta por fótos. E a propagação de um fóton no espaço pode ser assim esquematizada (Fig. 3): Cada fóton possui um comprimento de onda ((): que é a distância entre duas cristas consecutivas da onda. A energia do Fóton é descrita por: E = h. ( ( = c/( E = h.c/ ( Assim, (substituindo os valores) a energia do fóton é: E = 1 ( Ou seja, é inversamente proporcional ao seu comprimento de onda. A unidade usual de medida da Energia de Fóton é o elétron-volt e pode ser convertido em Joule(J) ou calorias (cal). Desta forma, comparando 2 fótons com diferentes comprimentos de onda, podemos afirmar qual deles tem maior energia e maior freqüência (Fig 5). �Fig. 5. Comparação entre 2 fótons ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO: Observando o Espectro Eletromagnético (Fig.6), podemos verificar que a radiação eletromagnética possui um extenso intervalo de comprimento de onda. São atribuidos nomes que dividem este espectro (radiação cósmica, gama, raios-x, ultravioleta (UV), luz visível, infra-vermelho (IR), microondas e ondas de rádio) de acordo com o seu comprimento de onda, utilização e fontes que geram esta radiação (tabela 1). � RADIAÇÃO IONIZANTE Altas energias são consideradas irradiações ionizantes, ou seja, irradiações capazes de quebrar ligações químicas, podendo por exemplo causar mutações. Para que isso ocorra, a energia do fóton deve ter entre 3,5 → 20 eV. Os lasers odontológicos, portanto, não são considerados ionizantes (Tabela 2). Tabela 2: Lasers e suas energias. O laser Excimer é o único da lista que é considerado possuir irradiação ionizante, porém este não tem aplicabilidade odontológica como os outros mencionados. O excimer é utilizado na oftamologia para cirurgias de correção de miopia por exemplo. DIFERENÇAS ENTRE A LUZ BRANCA E A LUZ LASER � Coerência: fotons em fase no tempo e espaço ABSORÇÃO E EMISSÃO DE ENERGIA Um sistema físico em equilíbrio no seu estado de menor energia está no seu estado fundamental. Se um de seus elétrons mudar para uma camada (órbita) mais externa, adquirindo energia, passa para um estado de energia excitado. Esta excitação pode se dar pela absorção de um fóton, de energia correspondente à diferença de energia entre dois níveis deste sistema. Espontaneamente este elétron sofre decaimento, ou seja, volta ao seu estado fundamental, liberando energia (Fig 6). � Fig 6. Ilustração da absorção e emissão de energia por um elétron MECANISMO DE FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO LASER Os lasers são compostos basicamente por (fig.7): Meio Ativo, ou meio amplificador Mecanismo de excitação ou Bombeamento Ressonador, ou cavidade óptica (onde se encontram um espelho totalmente refletor e um espelho parcialmente refletor por onde o feixe laser sai da cavidade) O MEIO ATIVO é o material onde ocorre a ação laser (doador de átomos/moléculas). O meio ativo determina o tipo de laser e o comprimento de onda de emissão. Podendo ser sólido, líquido ou gasoso. Sólido: é constituído por um sólido como por exemplo toda a família YAG (Yttrium-Aluminium-Garnet) dopados com outras substâncias. Exemplos: Nd:YAG (neodímio-YAG); Er:YAG (érbio-YAG). Paralelamente ao grupo dos meios ativos sólidos existem os meios ativos Semicondutores (Fig 8), onde estão os laseres de diodo: GaAs (Arseneto de Gálio), GaAlAs (Arseneto de Gálio Alumínio), InGaAIP (mistura de semicondutores: Índio-Gálio-Alumínio-Fósforo) Gasoso: composto por gases ex: He-Ne (mistura de gás hélio e neônio), laser de CO2 (gás carbônico), Argônio e Excimer (mistura de gases nobres e halogênicos). Líquido: constituído por corantes orgânicos dissolvidos em solventes. O mais utilizado é a série das Rodaminas, que emitem no visível. Fig 7. Principais componentes do laser LASER DE DIODO (SEMICONDUTOR): � Fig. 8: Laser de Semiconduto PROCESSO DE EMISSÃO DO FEIXE LASER: Para que ocorra a ação laser é necessário que os átomos ou moléculas do meio ativo recebam energia, este processo é chamado de bombeamento (pump). O BOMBEAMENTO pode entregar energia de vários modos: Bombeamento Luminoso (por lâmpadas flash ex. laser sólido da família YAG) Bombeamento elétrico (laser de semicondutor e gasosos) Bombeamento a laser (laseres líquidos normalmente são bombeados por laser de argônio O bombeamento fornece energia para os elétrons dos átomos/moléculas do meio ativo do laser, fazendo com que todos os elétrons fiquem no seu estado excitado. Espontanemante, um dos elétrons sofre decaimento, e o fóton liberado por este estimula outro elétron a sofrer decaimento e assim sucessivamente – Teoria da emissão estimulada de Einsten (Fig 9): Após o átomo emitir o fóton, o átomo recebe novamente energia (bombeamento) retornando para o estado excitado e o fóton que foi emitido fica viajando pela cavidade e acaba estimulando (incentivando) os outros átomos a decaírem do seu estado energético e emitirem fótons que são exatamente cópias dele, ou seja, com as mesmas características. Este processo é repetido várias vezes (amplificação) dentro da cavidade, e é a chave do funcionamento dos laser, como o próprio nome diz: Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Irradiação. Ilustração de muitos fótons sendo liberados sem direção determinada. Os espelhos presentes envolvendo-os fará com que todos adquiram a mesma direção. O espelho semi-transparente presente faz com que por este orifício saiam os fótons, emitindo assim o feixe laser. INTERAÇÃO DO LASER COM O TECIDO: A interação do feixe laser com os tecidos depende das propriedades ópticas dos tecidos e do comprimento de onda da luz laser. Assim dependendo do tecido e do laser,a luz pode sofrer: reflexão, transmissão, espalhamento e/ou absorção. Os efeitos do laser, em suas aplicações terapêuticas são devidos essencialmente à energia que os fótons transferem ao tecido durante os processos de absorção. Fatores inerentes ao Tecido: PROPRIEDADES ÓPTICAS: coeficiente de reflexão, absorção e espalhamento (λ e prop. ópticas) PROPRIEDADES TÉRMICAS: condutibilidade térmica e capacidade térmica Fatores inerentes ao Laser: λ, energia aplicada, potência, área focalizada (DE), tempo de exposição Assim, para ocorrer absorção, o coeficiente de absorção do tecido/molécula deve ser correspondente ao comprimento de onda do laser (Fig 9). Fig. 9: Principais cromóforos de tecidos biológicos (Puig, 1999, MPLO-FOUSP, IPEN) A interação Laser-Tecido: varia com a transformação da energia absorvida: EFEITOS FOTOTÉRMICOS - Laser de Alta Potência desidratação coagulação vaporização ablação EFEITOS NÃO TÉRMICOS – Laser de baixa Potência antiinflamatório biomodulador analgésico terapia fotodinâmica PROTEÇÀO Existem alguns cuidados fundamentais que devemos ter ao utilizar um equipamento laser, uma vez que este pode ter efeitos indesejáveis, como lesões cutâneas e lesões oculares. Sempre utilizar óculos de proteção Evitar superfícies refletivas IMPORTANTE: Utilizar óculos de proteção específico para cada comprimento de onda. CLASSIFICAÇÃO DE PERIGO DO LASER: Laser de Baixa Potência Classificação segundo a NBR IEC 601-2-22 da ABNT como CLASSE IIIB : constituem um perigo ocular EFEITOS NO OLHO: LOCAL DOS DANOS CAUSADOS: Visível e IR-A : RETINA UV-A: CRISTALINO UV-B, UV-C, IR-B, IR-C: CÓRNEA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GUTKNECHT N, EDUARDO CP. A odontologia e o laser: atuação do laser na especialidade odontológica. São Paulo: Quintessence; 2004. ZEZELL D. Fundamentos da física do laser In: Workshop: utilização clínica do laser (Apostila). FOUSP/IPEN; 2002. TUBOY AM. A física do laser: uma breve introdução. São Carlos; MM Optics; 2005 ALMEIDA-LOPES L. Laserterapia na Odontologia. Clínica Odont Int. 2004: 1(1)11-88. MECANISMOS DE AÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA - Esquema da aula teórica - EFEITOS NÃO TÉRMICOS DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA: ANTIINFLAMATÓRIO ANALGÉSICO BIOMODULADOR TERAPIA FOTODINÂMICA AÇÃO DO LASER NA CÉLULA � Componentes da cadeia respiratória com suas respectivas estruturas quimicas semelhantes a “Sistemas de antenas” e a sua interação com a radiação eletromagnética laser com seus comprimentos de onda. Fonte: Wilden and Karthein: Clinical Laser Medicine & Surgery, v.16, n. 3, 1998. Representação da célula e seus cromóforos, em destaque a mitocôndria, com os prováveis mecanismos de ação primária e efeitos em curto prazo do laser: Mudanças no estado redox celular → aceleração no transporte de elétrons da cadeia respiratória Alterações na atividade bioquímica e estrutural pelo aquecimento transitório dos cromóforos ↑Produção superóxido (O2) / ↑ produto de sua dismutação (H2O2) Geração de oxigênio molecular O2 ALTERAÇÃO ESTRUTURAL DAS MITOCÔNDRIAS Mudanças nas propriedades químicas e físicas das membranas mitocondriais (cristas mitocondriais) induzidas pelo Laser, resultam em fusão preferencial das membranas de mitocôndrias que estão localizadas uma ao lado das outras, constituindo assim uma MITOCÔNDRIA GIGANTE Proporciona altos níveis de respiração e energia de reposição obs: OS EFEITOS DO LASER SOBRE AS MITOCÔNDRIAS SÃO REVERSÍVEIS TEORIAS DA FOTORESPOSTA (ADAPTADO DE KARU, 1989) � LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA CURA DE FERIDAS (Vladimirov, 2004) � Feridas: Reação inflamatória – exsudato Radical superóxido (O2-) pela quebra do H2O2 ( da atividade da SOD e/ou catalase Dano tecidual Laser: ( da atividade da SOD e/ou catalase Remoção dos radicais superóxido (O2-) e H2O2 ( do exsudato inflamatório Cicatrização� CONDIÇÃO PARA SE TER EFEITO BIOLÓGICO: A ESTRUTURA DEVE ESTAR EM NÍVEL INTERMEDIÁRIO DE POTENCIAL REDOX – EM ESTRESS OXIDATIVO SE A ESTRUTURA ESTIVER COMPLETAMENTE OXIDADA OU REDUZIDA O LASER NÃO TEM AÇÃO BIOLÓGICA Beckerman et al., 1992; Karu, 1998 EFEITOS DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA: Crescimento celular estimulado: tecido conjuntivo, tendinoso e ósseo Regeneração celular maior regeneração de células nervosas Efeito anti-inflamatório reduz a habilidade de linfócitos a reagir aos estímulos antigênicos Função nervosa estimulada Aumento na amplitude dos potenciais de ação Redução de edema/Revascularização Maior regeneração de vasos linfáticos e veias Redução de fibrose na formação tissular Inibe PGE2 Maior conteúdo de enzimas específicas Produção aumentada de produtos celulares Analgesia Aumento da microcirculação local Aumento na síntese e liberação de opiáceos endógenos – endorfina, encefalina Aumento da síntese de serotonina e prolactina DOSIMETRIA – ROTEIRO ILUSTRATIVO DA AULA TEÓRICA Parâmetros dos Lasers Potência: A potência óptica está ligada ao número de fótons que está sendo emitida pela fonte. É designada como Watts (W). Densidade de Potência ou Intensidade: É a quantidade de potência por unidade de área que a fonte está emitindo. É designada por W/cm2 . Densidade de Energia*: É a energia (J) entregue no tecido por unidade de área (cm2). É designada por J/cm2. Freqüência: Pulsos por segundo (Hz) Tempo: (segundos) Área: (cm2) Energia do fóton: (J) Comprimento de onda: (nm) Fórmula: T = DE X A P T = tempo (segundos) DE = densidade de energia (J/cm2) A = área (cm2) P = potência (W) Área da fórmula: Aplicação Pontual = spot do feixe Aplicação em Varredura = área da lesão Eficácia da Terapia Laser In vivo, menos que 1 J/cm2, por sessão, não há efeito significativo. Abaixo de 5 mW, não há suficiente potência para provocar reação biológica. Mester, A.R. Lei de Arnold-Schultz da ativação Fotobiológica: A RESPOSTA FISIOLÓGICA É DOSE DEPENDENTE (MESTER et al., 1985; SAITO & SHIMIZU, 1997; FREITAS et al. 2000) COLIMAÇÃO X PROFUNDIDADE A profundidade de penetração relaciona-se com a absorção da luz; Quanto menor a densidade de fótons por área, menor a penetração (Lei de Beer). “A intensidade de luz (monocromática) transmitida por um corpo homogêneo é proporcional à intensidade de luz incidente” Uma luz cuja incidência não é perpendicular sofre refração e crescente reflexão com o grau de incidência. Quanto maior a refração, maior o espalhamento da luz. Se há espalhamento da luz, ocorre aumento da área irradiada. Luz não colimada: ocorre redução da irradiância, o limite de absorção não é atingido e os fótons são absorvidos nas camadas superficiais, não atingindo maiores profundidades. COLIMAÇÃO E PROFUNDIDADE COMPRIMENTOS DE ONDA VERMELHO E INFRA-VERMELHO: � FATORES QUE INFLUENCIAM NA LASERTERAPIA FATOR PACIENTE: FATOR OPERADOR FATOR EQUIPAMENTO PACIENTE: Pele, Idade, Estado do tecido a ser irradiado, Área a ser aplicada: mucosa – pele, Área a ser atingida: superficial x profunda Disponibilidade de tempo para tratamento OPERADOR: Forma de aplicação (varredura, pontual, contato) Habilidade na escolha do comprimento de onda Bom senso para alterar parâmetros e indicar a laserterapia Conhecimento da lesão a ser tratada e das possibilidades da laserterapia na terapêutica Cuidados antes da aplicação (incidência perpendicular, secar local, escolha dos pontos -Aplicação na pele: limpeza com álcool para remover gordura -Mucosa: secar antes da radiação -Ferida s/ pele: 1/3ou ¼ da dose normal -Alteração da dose: indivíduos obesos, idosos, muito claros... EQUIPAMENTO: Comprimento de onda e absorção correspondente no tecido em apreço Modo de ação do Laser (CW, interrompido...) Energia dos pulsos em Joule (J) e área do feixe laser que incide sobre o tecido (cm2) – DE (J/cm2), DP (W/cm2) CW Modo de aplicação (contato/focalizado/movimentos) Duração total da exposição ao feixe laser Pontas de aplicação do laser – conforto x acesso Facilidade no manuseio FÓRMULA DA ENERGIA: E = DE. X A n. Pontos = ENERGIA TOTAL ENERGIA PONTUAL ENERGIA TOTAL (Et) : DE x área da lesão Et = 5 J/cm2 x 2cm2 Et = 10 J ENERGIA PONTUAL(Ep): DE x área do spot Ep = 5 J/cm2 x 0,04 cm2 Et = 0,2J CLAREAMENTO DENTAL COM FONTE LED E LED/LASER Prof. Bruno Lopes da Silveira Dra. Leila Soares Ferreira INTRODUÇÃO O clareamento dental é uma alternativa de melhora estética que está em evidência nos dias atuais. A procura pelo clareamento tem aumentado e este fato promove uma corrida aos consultórios odontológicos na busca de soluções estéticas. Na maioria das vezes há exigência, por parte dos clientes, de rapidez na realização do “tratamento”. A idéia de dentes brancos é estimulada pela mídia, formando um comportamento de massa que culmina com a demanda real de clareamentos nos consultórios odontológicos. A maior busca é pelo clareamento “in office” ou da técnica de clareamento dental em consultório, devido ao menor tempo dispendido para esta opção. Desde 1989, quando Haywood e Heymann descreveram a técnica de clareamento dental caseiro, as técnicas de clareamento dental evoluíram muito e tornaram-se mais rápidas, confortáveis e principalmente mais seguras. Quanto a indicação do tratamento, o clareamento dental deve ser sempre a primeira alternativa a ser utilizada em dentes com alterações de cor, sejam elas causadas por pigmentos superficiais adquiridos, pelo uso de tetraciclinas e seus derivados, pelo envelhecimento natural com a idade, por calcificação pulpar, por fluorose ou por traumatismo. Um aspecto importante a ser observado é a quantidade de remanescente dental. Dentes amplamente restaurados, com pouca estrutura de tecido dental, normalmente não terão o problema estético resolvido com clareamento dental, necessitando de procedimentos restauradores. Em algumas situações, visando minimizar o desgaste do dente em técnicas restauradoras, como facetas diretas ou indiretas, pode-se associar o clareamento dental a estes procedimentos. Os dentes sofrem alterações na cor devido a fatores extrínsecos ou intrínsecos: Os fatores extrínsecos podem ser manchas superficiais causadas por ingestão de alimentos que contenham corantes fortes. As descolorações intrínsecas têm os pigmentos incorporados na intimidade da estrutura dental. Esta descoloração é mais profunda e necessita do tratamento específico de CLAREAMENTO DENTAL. Podem ser adquiridas durante a vida ou ser congênitas, ou seja, aparecerem na fase de formação dos dentes. Os manchamentos por tetraciclina são grandes desafios ao dentistas, visto a falta de previsibilidade de sucesso destes tratamentos. A severidade das manchas por tetraciclina dependem do tempo e da duração do uso do antibiótico e do tipo de tetraciclina. Nestes casos muitas vezes associamos as técnicas de clareamento em consultório e clareamento caseiro. Manchas de fluorose também são freqüentes e são causadas pela ingestão exacerbada de flúor durante a calcificação dental. As manchas apresentam-se como brancas, amarelas ou marrons. Elas não assumem um padrão definido e podem localizar-se em qualquer área do dente. Os dentes sofrem um processo de envelhecimento fisiológico, com a deposição de dentina fisiologicamente e internamente a câmara coronária, promovendo um escurecimento natural do elemento dental. Esta maior quantidade de dentina, associada aos hábitos pessoais, determinam o maior ou menor escurecimento dos dentes com o passar dos anos. COMO ACONTECE O CLAREAMENTO O peróxido de hidrogênio (H2O2), componente ativo da quase todos agentes clareadores, quando entra em contato com a estrutura dental, se decompõe em água (H2O) e oxigênio reativo (O2-). O oxigênio reativo que é liberado por esta reação é o responsável pelo clareamento dental. Esta molécula de oxigênio tem baixo peso molecular, assim, ele apresenta um alto poder de penetração nas porosidades dos prismas de esmalte dental, deixando-os mais largos e degradando as moléculas de pigmento, tornando-as menores, pouco pigmentadas e até incolores. Todo esse processo pode ser acelerado por calor (temoativado) ou pela presença de luz (fotoativado) que pode vir de várias fontes, entre elas: LEDs, luzes halógenas, xenohalógenas, lasers e instrumentos aquecidos Decomposição do peróxido de hidrogênio H2O2 H+ + HO2- H++ + O2 2- Os peróxidos de hidrogênio variam entre 5 e 35% e os peróxidos de carbamida com concentrações variando de 10 a 37%. No clareamento caseiro é utilizado peróxido de carbamida em concentrações que variam de 10 a 22% ou peróxido de hidrogênio em concentrações de 3 a 9%. DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO Alguns passos são imprescindíveis para uma boa conduta e controle das variáveis que compõem o clareamento dental: são elas: Anamnese e questionário de saúde (deve-se investigar na anamnese o histórico de possível manchamento dental); Exame intraoral, procurando identificar a presença de trincas, retrações gengivais, lesões cervicais, restaurações extensas nos elementos que serão clareados, doença periodontal, lesões de cárie; Histórias sobre possíveis tratamentos de canal Estudar se o paciente já foi realizou outros tratamentos clareadores; Exame radiográfico geral CLAREAMENTO EM CONSULTÓRIO O produto mais empregado para esta técnica é o peróxido de hidrogênio a 35%. O uso de fontes de calor (LEDs, luzes, plasma, laser, etc.) é usado para ativar e acelerar o processo. Essa técnica tem como objetivo acelerar a velocidade do procedimento clareador. O primeiro passo clínico a ser executado é a medida da cor dental, através de uma escala de cores, para podermos ao final do tratamento comparar as colorações do início e do fim do tratamento. A lubrificação labial é o próximo passo e ajuda a proteger os lábios do paciente contra rachaduras e ressecamentos em função do afastamento labial com afastadores especiais para clareamento dental. Vale ressaltar que os afastadore devem ser providos de um dispositivo de stop, ou referencial de fechamento bucal, pois permite assim a manutenção da mesma abertura bucal do início ao fim do tratamento. O isolamento dos tecidos moles adjacentes à estrutura dental que será clareada é o próximo passo, e tem por finalidade proteger a gengiva e mucosa oral da possível agressão do gel clareador caso o gel tenha contato com os tecidos moles da boca. Este isolamento pode ser feito pelo uso de resinas fluidas específicas para uso em barreiras protetoras gengivais. Após a manipulação do gel clareador, que geralmente é proporcionado na fração de 3/1, ou seja, 3 gotas do peróxido para 1 gota do espessante. Para uma arcada dental estima-se que sejam usadas 21 gotas de peróxido para 7 gotas do espessante. O gel deve ser colocado sobre os dentes e ativado, dependendo do sistema que ativação selecionado. Existem alguns protocolos sugeridos na literatura vigente. Vale ressaltar que é importante o tempo de contato entre o gel de peróxido de hidrogênio e a estrutura dental. Estima-se que o tempo de contato entre 20 a 25 minutos por sessão clínica é o um intervalo efetivo para o clareamento das estruturas dentais. Um tempo maior pode provocar sensibilidade dentinária devido a penetração do oxigênio reativo, que pode chegar até a polpa. PROTOCOLOS DE CLAREAMENTO 1. Clareamento Dental a LED (dente por dente) WHITENESS HP / LASE PEROXIDE / FORMULA E AÇÃO / WHITENESSHP MAX Colocar o gel em uma arcada e ativar com o LED por 30 segundos cada dente (ponteira única) Ativar o gel com uma espátula de plástico e esperar 3 minutos Ativar com o LED (ponteira de 2 a 3 dentes) por 30 segundos cada dente Ativar o gel com uma espátula de plástico e esperar 3 minutos Remover o excesso de gel com um sugador e depois com uma gaze umedecida Remover o excesso de gel com um sugador e lavar Repetir esta seqüência mais uma vez Ao final das seqüências lavar todo o gel em contato com o dente e fazer polimento com um feltro associado ou não a um dessenibilizante OBS: Não ultrapassar 20 minutos de permanência do gel com o esmalte dental OPALESCENCE EXTRA / LASE PEROXIDE Colocar o gel em uma arcada e esperar 7 minutos Ativar com o LED por 30 segundos cada dente (ponteira única) Ativar o gel com uma espátula de plástico e esperar 3 minutos Ativar com o LED (ponteira de 2 a 3 dentes) por 30 segundos cada dente Ativar o gel com uma espátula de plástico e esperar 3 minutos Remover o excesso de gel com um sugador e lavar Repetir esta seqüência mais uma vez Ao final das seqüências lavar todo o gel em contato com o dente e fazer polimento com um feltro associado ou não a um dessenibilizante OBS: Não ultrapassar 20 minutos de permanência do gel com o esmalte dental 2. Clareamento Dental com BRIGHT MAX ou WHITENING LASE I ou WHITENING LASE II LASE PEROXIDE / WHITENESS HP / OPALESCENCE XTRA / WHITENESS HP MAX Colocar o gel nas duas arcadas e ativar com o LED por 3 minutos (intercalado ou não) Deixar o gel em descanso por 2 minutos Remover o excesso de gel com um sugador e depois com uma gaze umedecida Repetir este ciclo por 3 vezes Ao final dos ciclos lavar todo o gel em contato com o dente e fazer polimento com um feltro associado ou não a um dessenibilizante OPALESCENCE XTRA Colocar o gel nas duas arcadas ou em uma arcada e esperar 7 minutos Ativar com o LED por 2 minutos em cada arcada Deixar o gel descansar por 2 minutos Remover o excesso de gel com um sugador e depois com uma gaze umedecida Repetir esta seqüência mais uma vez Ao final lavar todo o gel em contato com o dente e fazer polimento com um feltro associado ou não a um dessensibilizante OBS: Não ultrapassar 20 minutos de permanência do gel com o esmalte dental nm, µm FÓTON DISTÂNCIA ( ( ionizantes λ = bola baseball λ = casa λ = bactéria 10-5 nm 1 nm E λ 200 nm 10 km 10 cm 10.103 nm 103 nm 1 µm Cósmica Gama Radiação X Rádio microondas Radiação Ultra-violeta Radiação Infra-vermelha Luz Visível 400nm Violeta Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho 700nm ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO GaAsAl: 1,57 eV Nd:YAG: 1,16 eV Er:YAG: 0,422 eV Argônio: 2,5 eV Excimer: 6,42 eV LUZ LASER: COLIMADA POSSUI DIFERENTES COMPRIMENTOS DE ONDA LUZ BRANCA: POLICROMÁTICA TODOS OS FÓTONS POSSUEM O MESMO COMPRIMENTO DE ONDA LUZ BRANCA: NÃO COLIMADA LUZ LASER: MONOCROMÁTICA LUZ BRANCA: NÃO COERENTE LUZ LASER: COERENTE Energia (fóton) decaimento Elétron volta para o estado fundamental Elétron Excitado Fóton Formação de mitocôndrias atípicas Aumento na atividade enzimática DECAIMENTO ESPONTÂNEO DE 1 ELÉTRON EXCITADO ÁTOMOS DO MEIO ATIVO (SÓLIDO, LÍQUIDO, GASOSO) BOMBEAMENTO E2 E3 E1 �Emissão Estimulada: � ESPELHOS COM REFLEXÃO MÁXIMA ESPELHO SEMI-TRANSPARENTE BOMBEAMENTO FEIXE LASER Bombeamento por eletricidade - radiação FOTORECEPÇÃO TRANSDUÇÃO E AMPLIFICAÇÃO DO SINAL FOTORESPOSTA ENERGIA Espelho de reflexão máxima Espelho semi transparente Bombeamento Meio ativo + MITOCONDRIA CITOPLASMA MEMBRANA CELULAR CITOPLASMA NÚCLEO REGULAÇÃO DA PROLIFERAÇÃO APLICAÇÃO EM VARREDURA APLICAÇÃO PONTUAL ( proliferação celular = ( na [H+] ( pH, [Ca++] = ( ativação de enzimas ( pot. memb. celular = ( pot. redox celular = ( pot. memb mitocondrial TEORIA DE SMITH (Luz Infravermelha) TEORIA DE KARU (Luz Visível - vermelho) = ( síntese de DNA/RNA Feixe Laser ABSORÇÃO ESPALHAMENTO TRANSMISSÃO REFLEXÃO Fig 3: Esquema da tragetória oscilante de um fóton Sendo: E= Energia do fóton h= Constante de Planck (6,27.10-34Js) (= Freqüência c= Velocidade da luz (3.108 m/s) λ λ Freq . E E λ λ Freq . E E Fotoestimulação da taxa respiratória mitocondrial Síntese de ATP Alteração da permeabilidade da membrana celular NÚCLEO DNA/RNA MITOCÔNDRIA CROMÓFOROS LASER LASER Velocidade constante sobre a área Métodos Terapêuticos Potência x penetração x comprimento de onda IV V Grau de atividade biológica Quantidade de Estímulo Aplicado (Dose) Efeito inibitório “Janela Terapêutica” Bioestimulação ANALGESIA Lei de Beer Quanto maior a densidade de fótons por área, maior a penetração - A intensidade de luz (monocromática) transmitida por um corpo homogêneo é proporcional à intensidade de luz incidente. Isto é: It = k Io.�- A intensidade de luz (monocromática) transmitida decresce exponencialmente com o aumento da espessura da camada do corpo homogêneo. - A transmissão de luz para uma determinada substância é inversamente proporcional à sua concentração, isto é: A’= A.C *onde, C é a concentração e é A absortividade (constante independente da concentração). Pierre Bouguer (1729), Johann Heindrich Lambert (1760). August Beer (1852) As propriedades associadas ao processo de absorção de luz podem ser enunciadas em termos : MAIS ENERGÉTICO, PORÉM PENETRA MENOS VERMELHO INFRA -VERMELHO -Afinidade tecidual superficial -Frequência -Potência MODALIDADES DOSIMÉTRICAS EXISTENTES: BAIXA DOSE/ MUITOS PONTOS ALTA DOSE/ POUCOS PONTOS 5 J/cm2 60 J/cm2 DE = E E = 5 x 0,04 E = 0,2J A Energia / ponto = 0,2 J 0,2 J x 20 pontos = 4 J Energia total = 4 J DE = E E = 60 x 0,4 E = 2,4 J A Energia / ponto = 2,4 J 2,4 J x 2 pontos = 4,8 J Energia total = 4,8 J DE = E A n. Pontos = 10 = 50 pontos 0,2 O QUE INFLUENCIA NO NÚMERO DE PONTOS QUE DEVEMOS APLICAR? TAMANHO DA LESÃO POTÊNCIA UTILIZADA ÁREA DO SPOT DO LASER MODALIDADE DOSIMÉTRICA ESCOLIDA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA Agente oxidante �PAGE � �PAGE �1�