Buscar

porfólio inclusão na escola Maria Carolina Cândido

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS ESCOLAS
CÂNDIDO, Maria Carolina. RU: 2264398
Polo Itajaí - SC UNINTER
Resumo: 
Este trabalho tem como objetivo descrever a realidade das escolas, por meio da educação inclusiva e mostrar de diferentes maneiras como os professores acolhem seus alunos e adaptam a metodologia em sala de aula, mesmo com a diversidade e com alunos com deficiência. O que é fundamental para quebrar paradigmas e contribuir com uma formação sociedade para que os alunos possam desde cedo saber conviver com as divergências culturais. Já que na teoria a lei de inclusão é simples, mas na prática é tão comum encontrar escolas mal estruturadas para acolher seus alunos, gestores e professores despreparados. Além de buscar saber quais as estratégias esses profissionais buscaram para obter melhorias com alunos com necessidades especiais. 
Palavras-chave: Educação, Escola, Inclusão.
O apoio pedagógico e a educação inclusiva, perante a lei, é para funcionar para todos. Porém, na prática, a falta de preparação para profissionais da educação ou de uma estrutura adequada para atender alunos com necessidades especiais pode fazer com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola, de mente presente, o que gera a discriminação, a falta de interesse desses alunos de voltar a escola ou passem de ano, sem conseguir acompanhar o conteúdo mais avançado das disciplinas.
Na minha pesquisa realizada sobre educação inclusiva, conversei com três professores de escolas e cidades diferentes para fazer uma comparação em relação a realidade dessas escolas e como elas estão preparadas para acolher ou não estes alunos. 
Conversei com a professora Dulcilene Moraes Cândido, do Colégio Visão, da Pedra Branca situado na cidade de Palhoça. Por ser um colégio particular, a realidade em relação a estrutura física e ao ensino estão de acordo com a lei de inclusão para alunos com necessidades especiais. 
O suporte pedagógico é iniciado do berçário ao ensino médio. Do berçário ao fundamental 1, o professor regente tem como parceria o segundo professor. Do fundamenta 1 ao ensino médio as avaliações são adaptadas conforme o laudo do aluno.
Dulcilene trabalha Talles Eduardo Coelho, com 07 anos de idade, que tem autismo leve. Talles participa ativamente das aulas fazendo leituras de sílabas simples, copia com autonomia, pinta e desenha. 
A pedagoga diz que no caso do autismo mantém-se uma rotina. Todas as disciplinas são trabalhadas conforme a demanda da turma e adaptadas para o aluno. Em todas as vivências da turma ele é incluído respeitando suas potencialidades. Em sua escola é passada a orientação para todo o aluno com laudo, especialmente os professores de disciplinas específicas para conduzir suas aulas para esse aluno.
Na Escola de Ensino Básico - Pedro Paulo Philippi, no centro de Itajaí, conversei com a Professora Ana Paula Mafra, que trabalha com um aluno, também autista chamado Miguel dos Santos Alves, de 08 anos de idade. Miguel, de acordo com a professora, tem autonomia.
Pede para ir ao banheiro, come sozinho, pede para ir a biblioteca e consegue seguir a rotina da escola. 
Ana Paula trabalha com Miguel em forma de rotina, pois todo autista precisa de um quadro de rotina, sendo assim, ela usa recursos lúdicos para dirigir-se ao aluno. Não há um combinado com os demais professores, pois nas séries iniciais, são propostas diferentes usadas para se dirigir a ele. 
Para Ana, a escola é ideal, mas falta material especializado e profissionais como fonodiólogos e fisioterapeutas. O aluno participa do Serviço de Atendimento Especializado (SAED), no contra turno. 
E é claro que não basta apenas ter uma escola bem preparada com professores capacitados, se os pais não estiverem em sintonia com os educadores e auxiliar seus filhos em casa, sendo assim, indispensável a sua função para a melhora do desempenho do seu (sua) filho (a) em sala de aula.
Já a mãe de Miguel, Ângela dos Santos, faz o dever de casa com Miguel e mantém sempre uma comunicação com os professores. Ângela participa frequentemente nas aulas de música com o filho, na Universidade do Vale do Itajaí – Univali e acompanha ele no médico de rotina. 
Os pais precisam se dar conta de que exercem papel importante nessa
nova perspectiva. Eles são grandes aliados na reconstrução da nova escola brasileira. São também uma força estimuladora e reivindicadora dessa tão almejada recriação da escola, exigindo o melhor para os seus filhos, sejam eles com ou sem deficiência. (LIMA, 2011, p. 26)
Temos aqui, a realidade de uma escola pública, com estrutura adequada para atender deficientes físicos, mas ainda faltam profissionais capacitados, especialmente da área da saúde, para juntamente com o professor, atender esses alunos, de acordo com a professora. 
Já no Centro de Intervenção e Estímulos Precoce (CIEP) - Vovó Biquinha, pude perceber uma realidade um pouco diferente das escolas anteriores. É um ambiente que suporta em condições de estrutura para atender alunos com deficiência, mas ainda de acordo com o 
professor entrevistado, falta preparação para os demais profissionais acolherem alguns alunos com necessidades mais complexas. 
O professor de Educação Física, Ivan Cardoso, da escola CIEP Vovó Biquinha diz que em sua carreira trabalhou com vários tipos de alunos com necessidades especiais, mas para ele um aluno em especial marcou a sua trajetória enquanto professor: A história do aluno Cristiano Vieira Junior, de apenas cinco anos de idade. 
Cristiano sofre da síndrome de Kinsbourne, que consiste em um conjunto de sistemas neurológicos como ataxia apendicular e ataxial, sendo assim não possui movimentos controlados e movimentos oculares arrítmicos. Ou seja, não tem foco em um ponto fixo no olhar, não possui domínio de fala com palavras em frases, somente palavras soltas. Também tem dificuldades de gesticular devido a suas contrações involuntárias.
Para Ivan, trabalhar com o Cristiano foi uma atividade complexa no início, pois a turma não era muito unida, haviam muitas brigas e puxões de cabelo, era difícil controlar as outras crianças e ainda trabalhar a inclusão com este aluno. Até que passou a praticar as atividades com música, contação de histórias com personagens com significados que elas mesmo expressavam, e assim, conseguiu fazer a turma entrar em harmonia, mas o Cristiano ainda estava ali e Ivan passou dias pensando o que fazer com ele. 
Até que certo dia, Ivan colocou música clássica e pegou ele no colo para dançar. Percebeu que as contrações musculares começaram a se relaxar e seu estrese diminuiu drasticamente de forma que seus olhos já não estavam na forma caótica. “Me envolvi com ele em uma conversa calma, como se fosse meu filho mesmo com todo afeto e carinho, neste dia tinha ganhado o ano de todas as aulas que tinha dado, daí para frente utilizei de atividades com música para inserir ele ao grupo”, lembra Ivan. 
Sendo assim, Ivan vivia em uma integração escolar, tentando adaptar-se a turma. Aos poucos as crianças foram acolhendo o Cristiano par dentro do círculo de convívio deles, até na hora das refeições, completa o professor. 
Para Ivan, a escola em que trabalha é um ambiente onde pode ter crianças com deficiência. Atualmente, trabalha com quatro alunos autistas de níveis diferenciados. Mas no caso de 
Cristiano, não teria como acolher devido ao pouco conhecimento dos Professores as a diversidades. Acredita que as formações que recebem não são suficientes para atender essas crianças, precisa haver mais envolvimento por parte dos professores e que isso, não há formação que revele aquilo que só o envolvimento pode trazer. 
Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como recursos a serem mobilizados (ARANHA, 2004, p.7)
Ivan, nestecaso foi um ótimo profissional, capaz de planejar estratégias para harmonizar a turma e incluir Cristiano. Além disso, obteve empatia com o aluno e conseguiu melhorias em seu desempenho nas aulas. Através desta entrevista, pude perceber que o professor, conseguiu com esta atitude generosa e com a gratificação do Cristiano demonstrada por meio de gestos, obter uma realização profissional. 
Precisamos de mais profissionais como Ivan ministrando aula e fazendo parte da gestão escolar, para conseguir melhorias para o sistema educacional e acolher esses alunos de braços abertos. Para que deste modo, os alunos saibam conviver com a diversidade em sala de aula e assim, construirmos uma sociedade mais justa, capaz de saber conviver e solidarizar-se com o próximo. 
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Salete Fábio. Educação inclusiva: v. 3: A Escola / Coordenação Geral SEESP/MEC; Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004.
LIMA, Tiago Alves. A educação inclusiva e suas contribuições para inserção
social da pessoa com deficiência. III Título. Faculdade de Educação Baixada Fluminense. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2011. 
Portal de Domínio Público – Biblioteca Digital Desenvolvida de Software Livre. Resultado de pesquisa de obras de educação inclusiva. Disponível no site: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do Acesso em: 07, de junho de 2018.

Continue navegando