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1 Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP) 1 . Introdução A respiração é uma característica básica dos seres vivos. Essencialmente consiste na absorção pelo organismo de oxigênio, e eliminação do gás carbônico resultante. O sistema respiratório pode ser dividido de acordo com sua função: a porção de condução e a porção de respiração. Os pulmões, órgãos das trocas gasosas, são formados por cerca de 300 milhões de alvéolos, dispostos em grupos de 15 a 20, sendo responsáveis pela hematose. Varias doenças afetam este sistema, iremos falar da Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP). Primeiramente vamos definir a SARA como uma condição clínica em que o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio adequado a certa demanda metabólica. E instalação aguda caracterizada ao raio-X por quadro compatível com edema pulmonar, hipoxemia grave. Algumas condições desencadeiam reações inflamatórias e lesões pulmonares, seja de forma direta, como no caso de pneumonia de aspiração do conteúdo gástrico e de trauma torácico; ou indireta, como na sepse, na pancreatite, no choque e múltiplos traumas. O EAP é um processo patológico secundário, caracterizado por acúmulo de líquido nos espaços intersticial e alveolar impedindo a adequada difusão na troca gasosa. 2 2 . Objetivo Realizar uma revisão bibliográfica sobre as patologias Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP), apresentar Etiologia, Fisiopatologia e Assistência de Enfermagem. 3 . Metodologia Pesquisa descritiva em Artigos Científicos online, Livros e Periódicos. 3 4 . Revisão 4 .1 . Etiologia 4 .1 .1 . Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto A etiologia de SARA é dividida em dois grupos, sendo considerada direta, quando de origem pulmonar como pneumonia, aspiração de conteúdo gástrico entre outras que lesam diretamente o epitélio das vias respiratórias; e indireta ou extrapulmonar caso o endotélio vascular tenha sido o sitio inicial da lesão. (CHEREGATTI. A. et al. 2011) De acordo com ANTONIAZZI P. et al. (1998), A SARA é um processo de edema pulmonar agudo, não hidrostático ou não cardiogênico, acompanhado de uma hipoxemia persistente, associado a uma ampla lista de situações que predispõem ao seu desenvolvimento, e que pode atingir um índice de mortalidade alto. A maior causa de SARA ocorre nos pacientes com síndrome séptica. A probabilidade de um paciente desenvolver a síndrome aumenta a medida que um ou mais fatores de risco estão presentes. Por esta razão, é de fundamental importância identificar o paciente com o risco de desenvolver a síndrome, pois, quanto mais precocemente se intervém na causa básica, melhor será o prognóstico. Os fatores de risco mais comumente relacionados a SARA são os seguintes: • Aspiração • Infecção pulmonar, difusa (bacteriana, viral, pneumocystis e outros); • Afogamento; • Inalação tóxica; • Contusão pulmonar; • Embolia gordurosa; • Toxicidade pelo oxigênio. 4 4 .1 .2 . Edema Agudo de Pulmão O EAP é desencadeado por aumento da pressão hidrostática nos capilares pulmonares (normalmente é 10 mmHg e passa a ser 30 mmHg) quando é de origem cardíaca, costumeiramente relacionado com a insuficiência súbita do ventrículo esquerdo (CATERINO, 2006). As causas mais comuns de origem cardiogênica são: insuficiência ventricular esquerda, obstrução da válvula mitral, arritmias cardíacas, hipovolemia em decorrência de disfunção da bomba cardíaca, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), relaxamento ventricular, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e emergência hipertensiva. E o não cardíaco engloba a SARA, choque séptico, coagulação intravascular disseminada pneumonite por irradiação, queimaduras extensas, pneumonia aspirativa, inalação de agentes tóxicos, afogamento, dosagem elevada de narcóticos, Insuficiência Renal Aguda, entre outras. (CHEREGATTI. A. et al. 2011) 4 .2 . Fisiopatologia 4 .2 .1 . Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto Na fase inicial da Lesão Pulmonar Aguda (LPA), denominada fase exsudativa, os pacientes apresentam déficit de oxigenação, provavelmente causado por diminuição da complacência pulmonar em função de infiltrados pulmonares bilaterais. Nesta fase, cuja duração é de 3 a 5 dias, iniciasse uma excessiva resposta inflamatória com ativação de macrófagos alveolares e recrutamento e ativação de neutrófilos, culminando em aumento da permeabilidade capilar pulmonar e trombose microvascular, o que determina edema intersticial e alveolar. Postula-se também a existência de produção anormal ou inativação do surfactante como causa contribuinte do acometimento alveolar. (COIMBRA, R. and SILVERIO, C.C. 2001) No mesmo artigo Coimbra e Silvério, 2001 também refere que A fase subaguda, também denominada fibroproliferativa, caracteriza-se por aumento do espaço morto alveolar, complacência pulmonar persistentemente reduzida e hipoxemia, tornando-se necessário maior ventilação minuto, aumento na pressão das vias aéreas, FiO2 elevada e aumento da pressão expiratória final positiva (PEEP) para manutenção da PaO2 e da pressão parcial de dióxido de 5 carbono no sangue (PaCO2) em níveis toleráveis. Radiologicamente, observam-se infiltrados pulmonares bilaterais e difusos. Do ponto de vista microscópico nota-se fibrose intersticial com proliferação de pneumócitos do tipo II, obstrução e destruição de partes da microcirculação pulmonar. A resolução do processo de fibrose alveolar é lenta e requer reestruturação da arquitetura do pulmão. 4 .2 .2 . Edema Agudo de Pulmão A sequência de acúmulo de líquido independe do mecanismo desencadeador, é sempre a mesma e pode ser dividida em três estágios: 1) aumento do fluxo de líquidos dos capilares para o interstício, sem que se detecte, ainda, aumento do volume intersticial pulmonar devido ao aumento paralelo, compensatório, da drenagem linfática; 2) o volume que é filtrado pelos capilares ultrapassa a capacidade de drenagem linfática máxima e inicia-se o acúmulo de líquido no interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial junto aos bronquíolos terminais, onde a tensão intersticial é menor; 3) aumentos adicionais do volume, no interstício, terminam por distender os septos interalveolares e consequente inundação dos alvéolos. (CASTRO RBP. 2003) O EAP cardiogênico é descrito como um aumento da pressão diastólica do ventrículo esquerdo aumentando a pressão atrial esquerda. Logo desencadeia um aumento da pressão venosa e capilar pulmonar com extravasamento de liquido para o espaço intersticial que não possui alteração da sua composição por não ser um processo inflamatório. O debito cardíaco reduzido é quase sempre presente e responsável pela maioria dos sintomas identificados no exame físico. Isso ocorre por que a hipoxemia acelera uma hipertensão pulmonar causando a queda do débito cardíaco (CATERINO, 2003). 6 5 . Assistência de Enfermagem Embora existam muitos teóricos a descrever e a tentar definir a enfermagem e seu processo de assistência, encontra-se a Teoria de Wanda de Aguiar Horta como uma das teorias mais completas para a prestação de cuidados, considerada Teoria universal. Para Horta (1979) o processo de enfermagem é a dinâmica de ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano. Segundo a autora o processo de enfermagem se dá através de seis fases: - Histórico de Enfermagem: Onde é feito um levantamento dedados significativos para os diagnósticos e a prestação dos cuidados de enfermagem; - Diagnóstico de enfermagem: Identificação das necessidades humanas e determinação do grau de dependência; - Plano assistencial: A assistência que o paciente deve receber perante o diagnóstico identificado; - Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem: O roteiro diário dos cuidados de enfermagem; - Evolução de enfermagem: O relato diário sobre o estado do paciente; - Prognóstico de enfermagem: A estimativa da capacidade do ser humano em atender as necessidades alteradas. Segundo Horta (1979) “O objeto da enfermagem é assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades humanas básicas, sendo estas os entes da enfermagem”. Diagnostico de Enfermagem conforme Nanda Internacional (2014). Troca gasosa comprometida, relacionada à atividade inadequada do centro respiratório ou movimentação inadequada da parede torácica, obstrução da via aérea e/ou líquido nos pulmões. Ansiedade caracterizada por dificuldades respiratórias, morte relacionadas ao estado de saúde. 7 Débito cardíaco diminuído caracterizado por quantidade insuficiente de sangue bombeada pelo coração para atender a necessidade metabólica. Padrão respiratório ineficaz caracterizado por inspiração e expiração que não proporciona ventilação adequada relacionado a fadiga da musculatura respiratória. 5 .1 . Plano de cuidados: -Administrar oxigênio em cateter nasal, máscara de nebulização ou máscara de venturi, conforme orientação médica; -Posicionar o paciente em posição Fowler; -observar e comunicar alterações da perfusão tissular; -Realizar acesso venoso periférico calibroso; -Atentar para cuidados com acesso venoso central; -Instalar monitorização cardíaca, PANI e oximetria de pulso -Aspirar vias aéreas e boca se necessário; -Administrar diurético, broncodilatadores e outros conforme prescrição médica; -Realizar sondagem vesical de demora para controle de balanço hídrico; -Atentar para sinais de hipovolemia e outros; -Realizar sinais vitais (SSVV), atenção para saturação (<90 avisar o médico); -Auxiliar na intubação orotraqueal, caso seja necessário; -Manter carrinho de emergência próximo ao leito do paciente; -Fornecer apoio psicológico; -Realizar mudança de decúbito de 2 / 2 horas 8 Conclusão Concluímos que a SARA e EAP são síndromes clínica, em que o paciente apresenta hipoxemia grave e complacência diminuída dos pulmões, levando ao quadro de insuficiência respiratória e que na maioria dos casos o quadro e reversivo se abortado imediatamente com tratamento adequado e que o índice de morte é aumentado com a demora no atendimento. Sendo assim a atividade profissional da enfermagem visa assistir ao paciente em suas necessidades básicas, objetivando promover a sua recuperação de forma a reintegrá-la ao convívio familiar e social. O enfermeiro deve ter base de conhecimento que facilite a capacidade de perceber grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e específicas. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) os pacientes que são admitidos nessas unidades precisam de constante atenção, e dependem da enfermagem, também é imprescindível que os cuidados de enfermagem e o seu processo sejam fundamentados em uma teoria de enfermagem para que assim possa haver uma assistência de qualidade individual. 9 Referencias Bibliográficas ANTONIAZZI P et al. Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Medicina, Ribeirão Preto, 31: 493-506, out./dez. 1998. Disponivel em: http://www.limic.xpg.com.br/sindrome_angustia_respiratoria_aguda%20artigo2.pdf BROOKS-BRUNN, J. A. Tratamento de Pacientes com Distúrbios Torácicos e do Trato Respiratório Inferior. In: BARE, B.G; SMELTZER, S.C. Brunner & Suddarth: Enfermagem Médico-Cirurgica. 10 ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005. CASTRO; Renato Barroso Pereira de. Edema Pulmonar Agudo. Revista Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS 36: 200-204, abr./dez. 2003. Disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/6_edema_pulmonar_agudo.pdf CATERINO. J. M; KAHAN. Emergências médicas em uma página. 1° edição, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003 CHEREGATTI, Aline Laurenti. AMORIN, Carolina Padrão, Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. 2 ed. – São Paulo, 2010. COIMBRA, R. and SILVERIO, C.C.. Novas estratégias de ventilação mecânica na lesão pulmonar aguda e na Síndrome da Angústia Respiratória Aguda. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2001, vol.47, n.4, pp. 358-364. ISSN 0104-4230. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302001000400040&script=sci_arttext HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979 NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificações 2012-2014. Porto Alegre (RS): Artmed, 2012 10 CENTRO UNIVERSITARIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ André Turíbio de Souza RA: 4423862971 Diego Vilela de Almeida RA: 3708631806 Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP) Santo André 2015 11 André Turíbio de Souza RA: 4423862971 Diego Vilela de Almeida RA: 3708631806 Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP) Santo André 2015 Atividade desenvolvida na disciplina de Enfermagem em UTI sob a supervisão do Professor: Eliseu Aleixo no 7° Semestre de Enfermagem.
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