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Trabalho de SARA e EAP3

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Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema 
Agudo de Pulmão (EAP) 
 
1 . Introdução 
 A respiração é uma característica básica dos seres vivos. 
Essencialmente consiste na absorção pelo organismo de oxigênio, e 
eliminação do gás carbônico resultante. O sistema respiratório pode ser 
dividido de acordo com sua função: a porção de condução e a porção de 
respiração. Os pulmões, órgãos das trocas gasosas, são formados por cerca 
de 300 milhões de alvéolos, dispostos em grupos de 15 a 20, sendo 
responsáveis pela hematose. 
 Varias doenças afetam este sistema, iremos falar da Síndrome da 
Angústia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP). 
 Primeiramente vamos definir a SARA como uma condição clínica em 
que o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial 
de oxigênio adequado a certa demanda metabólica. E instalação aguda 
caracterizada ao raio-X por quadro compatível com edema pulmonar, 
hipoxemia grave. Algumas condições desencadeiam reações inflamatórias e 
lesões pulmonares, seja de forma direta, como no caso de pneumonia de 
aspiração do conteúdo gástrico e de trauma torácico; ou indireta, como na 
sepse, na pancreatite, no choque e múltiplos traumas. 
 O EAP é um processo patológico secundário, caracterizado por acúmulo 
de líquido nos espaços intersticial e alveolar impedindo a adequada difusão na 
troca gasosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 . Objetivo 
 Realizar uma revisão bibliográfica sobre as patologias Síndrome da 
Angústia Respiratória do Adulto (SARA) e Edema Agudo de Pulmão (EAP), 
apresentar Etiologia, Fisiopatologia e Assistência de Enfermagem. 
 
3 . Metodologia 
 Pesquisa descritiva em Artigos Científicos online, Livros e Periódicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 . Revisão 
4 .1 . Etiologia 
4 .1 .1 . Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto 
 A etiologia de SARA é dividida em dois grupos, sendo considerada 
direta, quando de origem pulmonar como pneumonia, aspiração de conteúdo 
gástrico entre outras que lesam diretamente o epitélio das vias respiratórias; e 
indireta ou extrapulmonar caso o endotélio vascular tenha sido o sitio inicial da 
lesão. (CHEREGATTI. A. et al. 2011) 
 De acordo com ANTONIAZZI P. et al. (1998), A SARA é um processo de 
edema pulmonar agudo, não hidrostático ou não cardiogênico, acompanhado 
de uma hipoxemia persistente, associado a uma ampla lista de situações que 
predispõem ao seu desenvolvimento, e que pode atingir um índice de 
mortalidade alto. A maior causa de SARA ocorre nos pacientes com síndrome 
séptica. A probabilidade de um paciente desenvolver a síndrome aumenta a 
medida que um ou mais fatores de risco estão presentes. Por esta razão, é de 
fundamental importância identificar o paciente com o risco de desenvolver a 
síndrome, pois, quanto mais precocemente se intervém na causa básica, 
melhor será o prognóstico. Os fatores de risco mais comumente relacionados a 
SARA são os seguintes: 
• Aspiração 
• Infecção pulmonar, difusa (bacteriana, viral, pneumocystis e outros); 
• Afogamento; 
• Inalação tóxica; 
• Contusão pulmonar; 
• Embolia gordurosa; 
• Toxicidade pelo oxigênio. 
 
 
 
 
 
 
 
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4 .1 .2 . Edema Agudo de Pulmão 
 O EAP é desencadeado por aumento da pressão hidrostática nos 
capilares pulmonares (normalmente é 10 mmHg e passa a ser 30 mmHg) 
quando é de origem cardíaca, costumeiramente relacionado com a insuficiência 
súbita do ventrículo esquerdo (CATERINO, 2006). 
 As causas mais comuns de origem cardiogênica são: insuficiência 
ventricular esquerda, obstrução da válvula mitral, arritmias cardíacas, 
hipovolemia em decorrência de disfunção da bomba cardíaca, Infarto Agudo do 
Miocárdio (IAM), relaxamento ventricular, Insuficiência Cardíaca Congestiva 
(ICC) e emergência hipertensiva. E o não cardíaco engloba a SARA, choque 
séptico, coagulação intravascular disseminada pneumonite por irradiação, 
queimaduras extensas, pneumonia aspirativa, inalação de agentes tóxicos, 
afogamento, dosagem elevada de narcóticos, Insuficiência Renal Aguda, entre 
outras. (CHEREGATTI. A. et al. 2011) 
 
 
4 .2 . Fisiopatologia 
4 .2 .1 . Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto 
 Na fase inicial da Lesão Pulmonar Aguda (LPA), denominada fase 
exsudativa, os pacientes apresentam déficit de oxigenação, provavelmente 
causado por diminuição da complacência pulmonar em função de infiltrados 
pulmonares bilaterais. Nesta fase, cuja duração é de 3 a 5 dias, iniciasse uma 
excessiva resposta inflamatória com ativação de macrófagos alveolares e 
recrutamento e ativação de neutrófilos, culminando em aumento da 
permeabilidade capilar pulmonar e trombose microvascular, o que determina 
edema intersticial e alveolar. Postula-se também a existência de produção 
anormal ou inativação do surfactante como causa contribuinte do 
acometimento alveolar. (COIMBRA, R. and SILVERIO, C.C. 2001) 
 No mesmo artigo Coimbra e Silvério, 2001 também refere que A fase 
subaguda, também denominada fibroproliferativa, caracteriza-se por aumento 
do espaço morto alveolar, complacência pulmonar persistentemente reduzida e 
hipoxemia, tornando-se necessário maior ventilação minuto, aumento na 
pressão das vias aéreas, FiO2 elevada e aumento da pressão expiratória final 
positiva (PEEP) para manutenção da PaO2 e da pressão parcial de dióxido de 
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carbono no sangue (PaCO2) em níveis toleráveis. Radiologicamente, 
observam-se infiltrados pulmonares bilaterais e difusos. Do ponto de vista 
microscópico nota-se fibrose intersticial com proliferação de pneumócitos do 
tipo II, obstrução e destruição de partes da microcirculação pulmonar. A 
resolução do processo de fibrose alveolar é lenta e requer reestruturação da 
arquitetura do pulmão. 
 
4 .2 .2 . Edema Agudo de Pulmão 
 A sequência de acúmulo de líquido independe do mecanismo 
desencadeador, é sempre a mesma e pode ser dividida em três estágios: 1) 
aumento do fluxo de líquidos dos capilares para o interstício, sem que se 
detecte, ainda, aumento do volume intersticial pulmonar devido ao aumento 
paralelo, compensatório, da drenagem linfática; 2) o volume que é filtrado pelos 
capilares ultrapassa a capacidade de drenagem linfática máxima e inicia-se o 
acúmulo de líquido no interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial 
junto aos bronquíolos terminais, onde a tensão intersticial é menor; 3) 
aumentos adicionais do volume, no interstício, terminam por distender os 
septos interalveolares e consequente inundação dos alvéolos. (CASTRO RBP. 
2003) 
 O EAP cardiogênico é descrito como um aumento da pressão diastólica 
do ventrículo esquerdo aumentando a pressão atrial esquerda. Logo 
desencadeia um aumento da pressão venosa e capilar pulmonar com 
extravasamento de liquido para o espaço intersticial que não possui alteração 
da sua composição por não ser um processo inflamatório. O debito cardíaco 
reduzido é quase sempre presente e responsável pela maioria dos sintomas 
identificados no exame físico. Isso ocorre por que a hipoxemia acelera uma 
hipertensão pulmonar causando a queda do débito cardíaco (CATERINO, 
2003). 
 
 
 
 
 
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5 . Assistência de Enfermagem 
 Embora existam muitos teóricos a descrever e a tentar definir a 
enfermagem e seu processo de assistência, encontra-se a Teoria de Wanda de 
Aguiar Horta como uma das teorias mais completas para a prestação de 
cuidados, considerada Teoria universal. 
 Para Horta (1979) o processo de enfermagem é a dinâmica de ações 
sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano. 
Segundo a autora o processo de enfermagem se dá através de seis fases: 
- Histórico de Enfermagem: 
Onde é feito um levantamento dedados significativos para os diagnósticos e a 
prestação dos cuidados de enfermagem; 
- Diagnóstico de enfermagem: 
Identificação das necessidades humanas e determinação do grau de 
dependência; 
- Plano assistencial: 
A assistência que o paciente deve receber perante o diagnóstico identificado; 
- Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem: 
O roteiro diário dos cuidados de enfermagem; 
- Evolução de enfermagem: 
O relato diário sobre o estado do paciente; 
- Prognóstico de enfermagem: 
 A estimativa da capacidade do ser humano em atender as necessidades 
alteradas. 
 Segundo Horta (1979) “O objeto da enfermagem é assistir o ser humano 
no atendimento de suas necessidades humanas básicas, sendo estas os entes 
da enfermagem”. 
 Diagnostico de Enfermagem conforme Nanda Internacional (2014). 
Troca gasosa comprometida, relacionada à atividade inadequada do centro 
respiratório ou movimentação inadequada da parede torácica, obstrução da via 
aérea e/ou líquido nos pulmões. 
Ansiedade caracterizada por dificuldades respiratórias, morte relacionadas ao 
estado de saúde. 
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Débito cardíaco diminuído caracterizado por quantidade insuficiente de sangue 
bombeada pelo coração para atender a necessidade metabólica. 
Padrão respiratório ineficaz caracterizado por inspiração e expiração que não 
proporciona ventilação adequada relacionado a fadiga da musculatura 
respiratória. 
 
5 .1 . Plano de cuidados: 
-Administrar oxigênio em cateter nasal, máscara de nebulização ou máscara de 
venturi, conforme orientação médica; 
-Posicionar o paciente em posição Fowler; 
-observar e comunicar alterações da perfusão tissular; 
-Realizar acesso venoso periférico calibroso; 
-Atentar para cuidados com acesso venoso central; 
-Instalar monitorização cardíaca, PANI e oximetria de pulso 
-Aspirar vias aéreas e boca se necessário; 
-Administrar diurético, broncodilatadores e outros conforme prescrição médica; 
-Realizar sondagem vesical de demora para controle de balanço hídrico; 
-Atentar para sinais de hipovolemia e outros; 
-Realizar sinais vitais (SSVV), atenção para saturação (<90 avisar o médico); 
-Auxiliar na intubação orotraqueal, caso seja necessário; 
-Manter carrinho de emergência próximo ao leito do paciente; 
-Fornecer apoio psicológico; 
-Realizar mudança de decúbito de 2 / 2 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
 Concluímos que a SARA e EAP são síndromes clínica, em que o 
paciente apresenta hipoxemia grave e complacência diminuída dos pulmões, 
levando ao quadro de insuficiência respiratória e que na maioria dos casos o 
quadro e reversivo se abortado imediatamente com tratamento adequado e que 
o índice de morte é aumentado com a demora no atendimento. 
 Sendo assim a atividade profissional da enfermagem visa assistir ao 
paciente em suas necessidades básicas, objetivando promover a sua 
recuperação de forma a reintegrá-la ao convívio familiar e social. O enfermeiro 
deve ter base de conhecimento que facilite a capacidade de perceber grande 
variedade de questões, bem como informações altamente definidas e 
específicas. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) os pacientes que são 
admitidos nessas unidades precisam de constante atenção, e dependem da 
enfermagem, também é imprescindível que os cuidados de enfermagem e o 
seu processo sejam fundamentados em uma teoria de enfermagem para que 
assim possa haver uma assistência de qualidade individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referencias Bibliográficas 
 
ANTONIAZZI P et al. Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). 
Medicina, Ribeirão Preto, 31: 493-506, out./dez. 1998. Disponivel em: 
http://www.limic.xpg.com.br/sindrome_angustia_respiratoria_aguda%20artigo2.pdf 
 
BROOKS-BRUNN, J. A. Tratamento de Pacientes com Distúrbios Torácicos e 
do Trato Respiratório Inferior. In: BARE, B.G; SMELTZER, S.C. Brunner & 
Suddarth: Enfermagem Médico-Cirurgica. 10 ed. Editora Guanabara Koogan, 
Rio de Janeiro, 2005. 
 
CASTRO; Renato Barroso Pereira de. Edema Pulmonar Agudo. Revista 
Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
CARDIOLÓGICAS 36: 200-204, abr./dez. 2003. Disponível em: 
http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/6_edema_pulmonar_agudo.pdf 
 
CATERINO. J. M; KAHAN. Emergências médicas em uma página. 1° edição, 
Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003 
 
CHEREGATTI, Aline Laurenti. AMORIN, Carolina Padrão, Enfermagem em 
Unidade de Terapia Intensiva. 2 ed. – São Paulo, 2010. 
 
COIMBRA, R. and SILVERIO, C.C.. Novas estratégias de ventilação 
mecânica na lesão pulmonar aguda e na Síndrome da Angústia Respiratória 
Aguda. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2001, vol.47, n.4, pp. 358-364. ISSN 
0104-4230. Disponivel em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302001000400040&script=sci_arttext 
 
HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 1979 
 
NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: 
definições e classificações 2012-2014. Porto Alegre (RS): Artmed, 2012 
 
 
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CENTRO UNIVERSITARIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ 
 
 
 
André Turíbio de Souza RA: 4423862971 
Diego Vilela de Almeida RA: 3708631806 
 
 
 
Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e 
Edema Agudo de Pulmão (EAP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo André 
2015 
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André Turíbio de Souza RA: 4423862971 
Diego Vilela de Almeida RA: 3708631806 
 
 
 
 
Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e 
Edema Agudo de Pulmão (EAP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo André 
2015 
Atividade desenvolvida na disciplina de 
Enfermagem em UTI sob a supervisão do 
Professor: Eliseu Aleixo no 7° Semestre de 
Enfermagem.

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