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Atualidades: O Mundo em Transformação

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ATUALIDADES 
Apresentação 
 
Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de 
concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ, 
Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos, 
principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a 
serem exigidos dos candidatos. 
 
Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor 
público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente 
denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um 
servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político 
e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na 
qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se 
somando ao bom atendimento à população. 
 
Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas 
de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta 
de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se 
utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados, 
como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc. 
 
Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de 
atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem 
a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o 
seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e 
pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e 
transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é 
importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o 
acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes 
das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos, 
nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado, 
principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil 
ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades 
viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades 
num futuro próximo. 
 
Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas 
na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do 
conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país. 
 
Boa sorte 
 
 
 
 
O Mundo em Transformação 
 
 
ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS 
E SOCIAIS 
 
Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 
2001, que culminaram com a destruição do 
“World Trade Center” em Nova Iorque e 
com a parte oeste do prédio do Pentágono em 
Washington/DC nos EUA, não podem ser 
encarados como um fato isolado, que após 
algum tempo será esquecido e substituído por 
novos fatos. Na realidade, este acontecimento 
é precedido de momentos também 
importantes, mas em menor escala de 
importância global. O 11 de setembro 
também antecede mudanças 
nos acontecimentos, que nos próximos anos, 
deverão alterar de forma significativa o 
comportamento dos EUA, a nação mais 
poderosa do planeta, modificando suas 
relações com os demais países e interferindo 
no modo de vida dos cidadãos de todo o 
mundo. Também não pode ser analisado 
somente de acordo com uma variável ou um 
ato terrorista e, sim, de acordo com as 
variáveis - econômicas, políticas, sociais, 
geoestratégicas, ambientais e culturais. 
Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não 
cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não 
terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria 
responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte - 
americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato 
sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista 
e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao 
ataque, inclusive com o apoio da ONU. 
Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no 
Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003. 
 
 
FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 
 
A Política Externa dos EUA 
 
Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do 
mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação 
aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países 
do sul. 
George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas 
para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posição clara de 
recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em 
entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente 
 
da guerra. 
 
O governo republicano de George W. Bush 
 
Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum 
Econômico Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta 
de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para 
os EUA”. 
 
Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo 
estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star 
War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar 
nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a 
desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos 
principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo 
parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa 
espacial. 
 
Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e 
centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas 
armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do 
pós - segunda Guerra. 
Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia 
do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba, 
Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina. 
 
O presidente norte - americano 
torna público que vai conseguir 
autorização ou o ajuste rápido 
(fast track) do Congresso de seu 
país para implantar a Alca – Área 
de Livre Comércio das 
Américas. 
Com o 11 de setembro, o 
Congresso dos EUA aprovam o 
TAP – Permissão para Acordos 
Comerciais, mesmo não tendo a 
maioria de republicanos. 
 
Passa a reduzir rapidamente os 
impostos e os juros internos, 
demonstrando que sua economia 
está entrando em recessão, 
provocando elevado déficit fiscal e 
comercial. 
 
Em julho de 2003 os EUA 
reduzem os juros internos para 
1% ao ano, são os juros internos 
mais baixos desde 1958. 
Em 2004, voltou a elevar os juros 
internos para 2% ao ano, num 
claro aviso aos países periféricos 
como o Brasil, que vai retornar a 
política de atração dos 
 
 
investimentos externos para 
financiar seu déficit. 
 
Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8), 
em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de 
imposição e não de propostas a serem discutidas. 
 
Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na 
Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de 
Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre 
Clima, na Alemanha, em 2001. 
 
Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo, 
Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias 
31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de 
setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o 
“sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a 
questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de 
implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de 
2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das 
Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel 
Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do 
antigo Templo SagradoJudeu, atual área onde existe a Praça das 
Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais 
importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É 
óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000 
seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação 
dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio 
território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e 
Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos 
eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina 
conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado 
para primeiro - ministro. 
 
 
FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 
 
O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em 
1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer 
cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios 
centrais naquele local. 
 
Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na 
Tanzânia, (África, 1999). 
 
 
 
Já colocados como atentados de responsabilidade da 
Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita 
Osama Bin Laden. 
 
A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de 
Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a 
Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado 
praticado por dois homens bombas. 
 
 
 
 
 
 
A Política Externa Dos Eua 
No Pós - Segunda Guerra 
 
 
Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os 
EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida 
armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça 
às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa 
combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os 
principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos 
EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos 
quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma 
neurose nuclear. 
 
 
A Guerra na Coréia 
 
Com a derrota do império japonês na 
Segunda Guerra Mundial, os territórios 
antes ocupados militarmente por esta 
potência passam a ser disputados pelos 
novos mandatários mundiais, entre eles a 
Península da Coréia, pois logo após a vitória 
da Revolução Chinesa e com o apoio da 
URSS a China Popular invade a parte norte 
da península em apoio aos grupos 
socialistas da região. Em contrapartida, os 
EUA passam a apoiar os coreanos na parte 
sul do território, resultando numa guerra 
que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo 
paralelo 37 criando a Coréia do Norte – 
socialista, e a Coréia do Sul – capitalista, 
hoje um Tigre Asiático. 
 
 
A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma 
gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver 
pesquisas para produzir armas nucleares. 
A Guerra no Vietnã classificada 
como um dos países que formam o 
eixo do mal. 
 
A grande derrota militar dos EUA, no 
período da Guerra Fria, provocou certo 
enfraquecimento de um de seus ícones 
de sustentação, pois o nacionalismo 
anglo-saxônico, protestante, 
conservador, não consegue convencer a 
opinião pública nacional, quanto aos 
elevados gastos, os anos de guerra e às 
mortes de milhares de jovens brancos 
americanos, bem como o uso de armas 
de extermínio em massa nesta guerra, 
como o mapalm ou fogo químico, o 
agente laranja, um desfolhante químico 
e o agente azul que, de acordo com as 
autoridades norte-americanas eliminava 
as plantações de arroz, produto básico 
no regime alimentar da população 
vietnamita. 
 
 
 
A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa 
de seu governo. 
 
 
A pergunta é: 
o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo? 
 
Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma 
rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o 
governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo, 
adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a 
usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o 
comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não 
assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se 
aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a 
famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla 
diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota 
do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS. 
 
A sociedade americana sofre alterações em sua base de 
organização, principalmente quanto aos valores e formas de 
comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde 
força competindo com outras formas de comportamento também 
nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país, 
provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no 
comportamento de sua sociedade como: 
 
 
 
 
» nacionalismo regionalizado – o californiano, o 
texano, o nova-iorquino, etc.; 
 
» nacionalismo coorporativo – a defesa dos 
interesses econômicos em grupos organizados de 
interesse comum; 
 
» nacionalismo hifenado ou étnico – o 
crescimento mais rápido da população não-branca, 
gera uma forma de nacionalismo étnico afro-
americano, asiático-americano, hispânico – norte - 
americano, etc. 
 
» O poder político e econômico anglo-saxônico 
que sustentava as oligarquias no poder havia perdido 
uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo, 
com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de 
novos conflitos contra o inimigo externo. 
 
 
O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois 
quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de 
guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa 
guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS 
inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a 
Glasnost (transparência política), que dura até 1991. 
 
 
A Guerra no Golfo em 1991 
 
Operação Tempestade no Deserto, nome 
oficial da guerra para os EUA, comandada 
por Colin Power, ou guerra pré-datada ou 
guerra vídeo game devido às 
transmissões ao vivo dos confrontos entre 
a força de coalizão, na época formada 
principalmente por EUA, Reino Unido, 
Canadá e Austrália contra o Exército 
Iraquiano. É a grande oportunidade 
depois da guerra do Vietnã de os EUA 
recuperarem o apoio da opinião pública 
de seu país. 
Quando o Iraque invade militarmente o 
território do Kwait ao mesmo em tempo 
que bombardeia o território do Estado de 
Israel, é a grande oportunidade de o 
poder bélico norte-americano recuperar o 
apoio da opinião pública dos EUA. 
 
Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento, 
tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro. 
Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência 
(os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista 
 
das últimas décadas. 
 
É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis 
atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma 
resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países 
islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização 
para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram 
dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os 
ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque. 
 
As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de 
última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo: 
 
 
 
Mostrar a supremacia bélica dos 
EUA para o mundo. 
 
Convencer a sociedade norte-
americana de que era possível ser 
rápido, gastar pouco e provocar 
elevada destruição do inimigo 
externo. 
 
 
 
 
 
 
NOTAS 
 
» Dados oficiais dos EUA 
mostram que morreram 100soldados aliados e 500.000 
iraquianos nesta guerra. 
 
» Observe-se que na guerra 
do Golfo atual (2003) o 
comportamento dos EUA é 
semelhante ao da guerra de 1991, 
declarando o término da guerra o 
mais rápido possível. 
Lamentavelmente, o número de 
perdas de soldados norte-
americanos e britânicos em 
combate após a declaração oficial 
do término da guerra pelo 
presidente George W. Bush já é 
superior ao número de mortos no 
período de confronto declarado. O 
mesmo fato vem ocorrendo na 
guerra contra o terrorismo 
internacional praticada no 
Afeganistão, onde os Taliban 
continuam provocando baixas na 
Força norte-americana. 
 
Força norte-americana. 
 
» Atualmente, cerca de 
250.000 soldados e familiares, 
dos EUA, Reino Unido, Austrália e 
Canadá, que participaram da 
guerra do Golfo em 1991 sofrem 
seqüelas violentas em razão dos 
medicamentos que tomaram para 
evitar as armas químicas e 
biológicas que poderiam ser 
usadas pelo Iraque naquela 
época. 
 
» É importante lembrar que 
este desgaste pós – guerra 
provocou a não reeleição - de 
George Bush, que foi derrotado 
por Bill Clinton. 
 
» O bombardeio aéreo 
praticado pela Otan – Organização 
do Tratado do Atlântico Norte, na 
Iugoslávia (atual Sérvia-
Montenegro) veio a comprovar 
esta supremacia bélica. É a 
primeira vez que a Otan usa seu 
poder bélico contra um Estado-
nação. 
 
» Com a independência das 
repúblicas da Eslovênia, Croácia, 
Bósnia - Herzegovina, Macedônia 
e a autonomia da região de 
Kosovo. Em 2003 o nome 
Iugoslávia desaparece, sendo 
transformada em Sérvia e 
Montenegro, um novo nome para 
o que restou da grande Iugoslávia 
do período de Jozip Tito. É 
interessante observar que as 
repúblicas da Sérvia e Montenegro 
formam um país, mas com dois 
parlamentos e duas moedas, 
portanto, caminhando no sentido 
contrário do projeto da União 
Européia. 
 
» A partir desta situação, os 
EUA passam a defender o “modo 
de vida norte-americano” como o 
modelo ideal para o mundo, 
calcado numa espécie de 
“fundamentalismo” tecnológico e 
econômico, pois ao defender a 
 
econômico, pois ao defender a 
política da dupla diplomacia, o 
dólar como poder econômico para 
os “amigos” e do poder bélico 
tecnológico para os “inimigos”, 
acaba substituindo o inimigo 
externo, a ex-URSS com seu 
socialismo real, pelo 
fundamentalismo dito religioso do 
mundo islâmico. 
 
» Osama Bin Laden e as 
organizações radicais islâmicas 
mais famosas, como o Hamas – 
nos acampamentos palestinos, a 
Jihad Islâmica – sediada no Egito, 
o Hezbollah e o Amal no Líbano, 
são grupos que foram parceiros 
dos EUA na guerra contra a União 
Soviética (1979/1988), no 
Afeganistão, agora são 
transformados em inimigos do 
mundo ocidental, pela forma de 
organização e funcionamento de 
suas sociedades, passam a ser 
considerados obstáculos para os 
avanços da globalização, portanto, 
inimigos do capitalismo neoliberal 
e dos EUA. 
 
 
Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo 
palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do 
século passado, apresenta debilidade física devido a idade já 
avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala, 
Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo 
levado para a França para tratamento. 
 
Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da 
Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de 
Yasser Arafat. 
 
Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de 
retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de 
Gaza, a partir de 2005. 
 
O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para 
implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua 
própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo 
Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom 
lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a 
discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área 
 
que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia. 
 
O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção 
do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo 
para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao 
estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo 
palestino nessa região. 
 
Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em 
setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram, 
sendo a maioria dos palestinos. 
 
 
O Sionismo 
 
O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século 
XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da 
comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de 
influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no 
império britânico, o mais poderoso na época. 
 
 
 
Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar 
para os lugares sagrados na região da Palestina, no 
Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de 
Jerusalém e nela construído o Grande Templo de 
Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez 
mandamentos, de onde foram expulsos nos anos 
68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo 
representa, também, o direito de o povo judeu, ser 
judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva 
no mundo. 
 
 
Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C. 
destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das 
lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a 
Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das 
Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira 
mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada 
em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do 
profeta. 
 
 
Avanços do Sionismo 
 
1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a 
economia dos impérios europeus, passaram a comprar 
propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos 
de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, 
Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e 
sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na 
Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou 
propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de 
 
 
Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc. 
 
2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata 
britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado 
próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava 
sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a 
dominar o Oriente Médio. 
 
3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império 
Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na 
Palestina, pois nesta região já existia um protetorado 
britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental. 
 
4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial 
Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são 
mortas nos campos de concentração e deste total quase 6 
milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de 
outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os 
ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc. 
Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós-
Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se 
deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do 
Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no 
comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os 
judeus podiam perder esta oportunidade histórica, 
reivindicando seus direitos de criação e implantação de um 
Estado judeu na Palestina. 
 
5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha, 
diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário 
geral, presidente da Organizaçãodas Nações Unidas declara o 
seu voto de minerva, com a seguinte posição: 
 
 
 
 
- término do protetorado britânico na Palestina; 
 
- criação do Estado de Israel, com um pouco mais 
da metade do território; 
 
- criação do Estado Palestino dividido em duas 
áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a 
região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região 
da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões 
neutras como Jerusalém. Portanto o Estado 
Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo 
Estado de Israel, que teria o controle 
geoestratégico da região; 
 
- criação das zonas neutras, principalmente da 
cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração 
internacional da ONU. 
 
 
 
6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que 
estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução 
da ONU. 
– O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a 
forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe 
Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia 
Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando 
bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a 
força do poder econômico e bélico dos países ocidentais, 
principalmente dos EUA e Inglaterra. 
 
 
 
Nota 
 
Com a início da implantação do estado de 
Israel em 1948, acaba a diáspora do povo 
judeu, ao mesmo tempo em que começa a 
diáspora do povo palestino. 
 
 
7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro-mundista do 
Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o 
apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e 
franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. 
Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da 
guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de 
poder. 
 
8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias. 
 Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de 
Israel passa para a fase de expansão, ocupando 
militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos, 
como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba, 
conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com 
as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan 
(Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje 
não foi devolvida. 
 
 
 
Notas 
 
a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área 
militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a 
Libertação da Palestina, posteriormente substituída 
naquele território pelo Hezbollah, organização financiada 
pela Síria. 
 
b) é deste período que surge o ódio que os povos 
islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder 
judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o 
comandante militar que coordenou o processo de ocupação 
do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as 
milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem 
os campos de concentração nesta região e praticassem um 
 
os campos de concentração nesta região e praticassem um 
genocídio contra o povo palestino, provocando os 
massacres de Sabra e Shatila. 
Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída 
vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos. 
 
 
9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o 
povo judeu. 
Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por 
Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados. 
 
 
 
Notas 
 
a) Não é mera coincidência, nesse mesmo 
ano ocorrer a primeira crise do petróleo. 
 
b) É correto afirmar que esta foi a última 
guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas 
que os conflitos não mudaram, pois a 
importância da OPEP – Organização dos 
Países Exportadores de Petróleo e os 
petrodólares, alteram o equilíbrio de poder 
no Oriente Médio. 
 
c) A região da Palestina perde importância 
para outra área no Oriente Médio, o Golfo 
Pérsico, cercado totalmente por países 
islâmicos e com a maior reserva 
mundial conhecida de petróleo . 
 
 
 
 
 
 
A Questão Palestina 
 
Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o Estado de Israel e seu exército, através de grupos político 
organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, que tinha como princípios 
não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Palestina.
 
Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econômica, pois no início dessa década o Golfo Pérsico fornecia dois terços do 
petróleo consumido diariamente no planeta. 
 
Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba provocando nova crise mundial do petróleo. A queda da Dinastia Pahlevi, 
que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-americana, q
com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalista islâmica, pois a maioria de sua população é de origem persa xiita, 
 
que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu ódio aos valores ocidentais, 
principalmente aos EUA. 
 
 
 
Nota 
 
Surge um ponto divisor entre o pan
arabismo e o pan-islamismo, sendo este 
último muito mais abrangente e radical 
do que o primeiro, pois acaba 
envolvendo todo o mundo islâmico, 
enquanto o pan-arabismo defende a 
união do mundo árabe, que corresponde 
somente a 20% da população
atual. 
 
 
Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estratégia contra o Estado de Israel, com o objetivo de chamar a atenção 
do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo Exército de Israel, criam o processo da intifada para substituir os 
grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel. 
 
Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam a população civil palestina nos acampamentos que, utilizando paus, 
pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre uma população civil e um exército organizado, o número de mortes 
do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. 
 
Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo terminar ou começar a qualquer momento, de acordo com os interesses 
de seus líderes. 
 
Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestinos.
No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao uso de armas de fogo.
 
 
A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000 em diante)
 
Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia protegido por centenas de seguranças pela Praça das Mesquitas em 
Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os votos da maioria dos judeus. Seu partido vence as eleições e torna
primeiro-ministro de Israel. 
 
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É interessante lembrar que Ariel Sharon circula 
pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, mas 
justifica sua atitude alegando que está visitando 
os lugares sagrados onde existia o Grande Templo 
com a Arca Sagrada e os dez mandamentos, 
templo este construído pelos judeus e destruído 
pelos romanos no primeiro século da era cristã.
 
É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolta ou guerra das pedras, pois os palestinos estão melhor organizados 
para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente,homens e mulheres
população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores. 
 
 
 
 
Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar do caso da guerra na Colômbia, onde alegam que o IRA 
Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurgimento do grupo Sendero Luminoso no Peru e a situação na tríplice 
fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a opinião publica, tentando provar que daquela região sai apoio financeiro 
para os grupos fundamentalistas Islâmicos. 
 
A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela primeira vez na história moderna e contemporânea, não temos guerra 
envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta contra territórios e populações pobres. A guerra é no territó
Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado pelo Mulá Omá e seus talebans protegiam Osama Bin Laden e seus 
seguidores da Al’Qaeda. 
 
A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o Iraque. Para isto, foi necessário retirar o diplomata brasileiro Maurício 
Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesmo tempo em que se tentava provar que o Iraque possuía armas 
destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita de Saddan Hussein e impor um governo pró
 
 
 
Em julho de 2003 a Organização Internacional 
do Trabalho (OIT), julgou a forma como o 
diplomata brasileiro Maurício Bustani foi 
retirado da presidência da Opaq. O resultado do 
processo o inocentou e, inclusive, exigiu que 
lhe fosse paga uma indenização de mais de 
70.000 dólares. 
 
Enquanto presidente da Opaq (1996/2002), 
Maurício Bustani conseguiu reduzir em um terço 
o número de depósitos de armas químicas no 
mundo. Hoje ele é embaixador brasileiro no 
Reino Unido, está sendo cogitado para receber 
o Prêmio Nobel da Paz, pois se o Iraque tivesse 
entrado para a Opaq ficaria difícil para os EUA 
justificar, a guerra, pois o Iraque, como 
membro da Opaq estaria sujeito às regras e 
normas internacionais de controle de armas de 
extermínio em massa, inclusive teria que 
permitir a visita de inspetores internacionais 
sem prévio aviso ao país. Maurício Bustani doou 
sua indenização para entidades beneficentes no 
Brasil. 
 
 
 
Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado aos grupos islâmicos pa
reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Hamas, o Jihad, o Hezbollah e, com isto, facilitar as negociações com 
 
Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do caminho é elaborado pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU) para 
firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo até 2005.
 
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Em 25/05/2003, o Parlamento de Israel aprova por 
12 votos a favor, sete contra e quatro abstenções, 
o projeto mapa de rota proposto pelos 4 (EUA, 
União Européia, Rússia e ONU). 
 
 
 
 
O Fundamentalismo Islâmico 
 
 
 
Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gabriel, seu objetivo maior era o de unificar os povos árabes, pois o 
que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. 
 
O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interessavam no processo de unificação dos povos árabes, facilitando o 
crescimento político, econômico e militar desta civilização. 
 
Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura dos xiitas e dos sunitas. Na realidade, todos são moderados e/ou 
radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofrer.
 
Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio, principalmente econômico, dos países islâmicos, que passam 
a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos com
Islâmica, o Hezbollah, etc. 
 
 
 
 
Nota 
 
Devemos tomar cuidado com a imprensa 
ocidental pois como normalmente é 
colocado, estes grupos são formados 
somente por homens e mulheres bombas e 
que praticam exclusivamente atos 
terroristas. Um bom exemplo disto é o 
Hamas, grupo organizado nos 
acampamentos palestinos, que 
inicialmente foi sustentado por Israel para 
fazer oposição à OLP que na época 
confrontava o Estado de Israel. Na década 
de 80 a OLP muda seu comportamento 
tornando-se negociadora e política, Israel 
pára de apoiar o Hamas, que passou para 
o controle iraniano. Hoje, mais de 90% 
dos seguidores do Hamas trabalham na 
área social, como educação, saúde, 
alimentação e habitação dos palestinos, 
nos acampamentos e, menos de 10% é 
que fazem parte do Hamas militar. Mas 
são estes últimos que se destacam na 
imprensa mundial. 
 
 
O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 90
 
1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também, viver na região da Palestina, dando início a um processo de 
reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I. 
 
1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cidade portuária na Faixa de Gaza no litoral do Mediterrâneo, como 
primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na implantação de um Estado palestino definitivo.
 
1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud, perturbando as eleições em Israel e favorecendo a 
vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colônias i
seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tempo em que expande seus domínios na cidade de Jerusalém.
 
Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um Estado Provisório, organizando sua estrutura política, econômica, 
social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado um modelo de força armada palestina.
 
 
 
 
 
ANP - Autoridade Nacional Palestina 
comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de 
executivo provisório. 
 
CNP - Conselho Nacional Palestino 
formado por representantes dos principais grupos 
palestinos, de acordo com a sua 
representatividade na população, portanto, com a 
maioria da OLP – Organização para a Libertação 
da Palestina, liderada por Yasser Arafat. 
Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro 
palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat 
das negociações de Paz de Acordo com o Plano 
dos Quatro. 
 
 
 
 
 
Nota 
 
Em 1995, o CNP – Conselho Nacional 
Palestino- reconhece a existência do 
Estado de Israel e o direito do povo judeu 
também viver na região da Palestina. Isto 
já havia sido reconhecido em 1993 pela 
OLP. 
Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova 
expectativa de paz para a região do 
Oriente Médio, com a proposta de 
implantação do Estado palestino definitivo 
até 2005. 
Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU 
aprova o plano dos quatro, isto é, um 
plano de paz para a região Palestina, 
inclusive com a proposta de implantação 
do Estado palestino. Este plano foi 
elaborado em comum acordo entre os 
EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foiaprovado por unanimidade no Conselho de 
Segurança, pois dos 15 países que formam 
o Conselho de Segurança da ONU, 
somente a Síria se absteve de votar, os 14 
países restantes votaram a favor da 
proposta de implantação de um Estado 
palestino. 
Em outubro de 2003, com os atentados 
provocados pelos homens e mulheres - 
bombas palestinos, Israel toma a decisão 
de atacar o sul da Síria alegando que 
nesta área os palestinos estão se 
organizando militarmente. Como a Síria 
está ocupando uma das cadeiras 
provisórias do Conselho de Segurança da 
ONU, solicitou uma reunião de emergência 
do Conselho com a justificativa de que 
sofrera um ato de guerra por parte de 
Israel. Mais uma vez as autoridades 
americanas saíram em defesa de Israel, 
George W. Bush declarou que Israel tem o 
direito de reagir contra qualquer ataque 
que venha a sofrer de seus inimigos no 
Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma 
das cadeiras permanentes no Conselho de 
Segurança da ONU, com poder de veto, é 
certo que a ONU não poderá tomar 
medidas que forcem Israel a mudar seu 
comportamento bélico com os países 
distintos, a falta de apoio do Conselho de 
Segurança acabou inviabilizando a 
proposta da Síria. 
O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica 
cada vez mais distante como solução para 
a região da Palestina. 
 
 
 
 
Formação Dos Megablocos E Blocos 
Supranacionais 
 
 
 
1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em uma forma de produção, o processo de internacionalização passou a 
avançar. 
Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formação dos Estados 
sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades organizadas. 
expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pelas guerras, gerando avanços tecnológicos e provocando mudanças na 
base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional. 
 
2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas multinacionais paulatinamente vão substituindo as matrizes em valor 
de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial. 
O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionalização das finanças, onde os fluxos financeiros internacionais (capital 
especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional. 
De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recentes, ou as transnacionais é que enquanto estas últimas são resultado 
da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra diferença é que se depender dos países centrais, as matrizes param de 
produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os países do sul, enquanto o desenvolvimento e contr
financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exemplo muito didático desta situação é o caso dos dois cartéis que 
dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártica
pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com o privilégio que usufruíam em relação ao consumidor brasileiro. Os 
cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obsoleta e criaram a Ambev 
ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equador, ma
parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos custos.
 
 
 
 
 
3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalização, mas que avança, atingindo outros valores numa sociedade, por 
exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comunicação.
 
 
 
Uma sociedade se globaliza na proporção direta de 
sua capacidade de consumo, principalmente 
através de imagens e informações transmitidas 
pelos meios de comunicação, como a televisão, o 
que a globalização apresenta para uma sociedade 
não são some nte produtos, mas, sim, idéias quanto 
ao mercado, à democracia, à educação, à família, à 
sexualidade, ao trabalho, ao lazer etc.
 
Um fator importante, responsável pelos avanços da 
globalização foi o esgotamento da fase pós
Segunda Guerra, denominada de Gu
corrida armamentista bipolar, que permitiu a 
recuperação econômica e o crescimento dos países 
que atualmente formam os blocos econômicos 
supranacionais, como o Nafta, União Européia, 
Mercosul, etc. 
 
 
 
Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção em escala ou 
forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a robótica e a automação, resultantes dos a
ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando transformações na estrutura de funcionamento, substituindo o trabalho 
humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversidade e queda no custo final dos produtos fabricados, ao mesmo tempo 
em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca instabilidade política e social, gerando desemprego estrut
do comportamento xenofobista. 
 
XENOFOBISMO 
 
Desconfiança, temor ou antipatia por 
pessoas estranhas ao meio daquele 
que as ajuíza, ou pelo que é incomum 
ou vem de fora do país; xenofobismo.
 
 
 
Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas atingem a fase pós
comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao mesmo tempo em que força uma desconcentr
perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos. 
Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até forçando, de acordo com a conveniência dos países cent
na forma de funcionamento das sociedades, como: 
 
 
Formação dos megablocos e blocos econômicos 
supranacionais. 
 
Retorno do pensamento liberal, sob nova 
roupagem, na manutenção do comando mundial.
 
Teoria do estado mínimo. 
 
Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT) com 
a transnacionalização . Que provoca um 
fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de 
fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, 
como forma de reação às mudanças provocadas 
 
 
 
O Neoliberalismo 
 
 
A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países ricos que, através de suas principais representações internacionais, 
como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científico, forçam os países pobres a reduzir o poder de seus Estados como 
agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estruturais e es
monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países periféricos a eliminarem o protecionismo.
 
Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem ter sob sua responsabilidade direta apenas a área da educação, de 
preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Esta situação ficou bem exposta no 31º Fórum Econô
Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, demonstrando a nova política externa da superpotência nas relações 
internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no Brasil,onde grupos organizados que participavam do 
fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantando transgênicos.
 
 
 
O Novo Papel Das Organizações Internacionais
 
BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
 
1980 O Plano de Reformas Estruturais. 
 
Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as seguintes medidas:
- Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciária, trabalhista, sindical
 
- Avancem no processo de privatizações. 
 
1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas. 
- Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil. 
 
- Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, etc.
 
- Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, sistema viário, de comunicações, etc.
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo neoliberalismo. Para isto, 
elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e social de cada país, mantém seu objetivo principal, que é obrigar os 
países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Cavallo na Argentina.
 
 
1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do processo de implantação das reformas neoliberais na América Latina.
 
 
 
 
Análise Geopolítica 
 
Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite militar, era convenie
foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos movimentos populares de tendência socialista, mas, como, agora o 
interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implantação dos blocos econômicos. 
 
A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, alterando o papel de cada país no comércio internacional, a DIT 
Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento mundial.
 
 
A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conseqüência o desemprego estrutural e, fortalecendo, como re
processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado. 
 
 
 
É cada vez mais difícil analisar de forma 
sedimentada a realidade econômica mu
fácil perceber como as situações política e social 
são resultados diretos da realidade econômica e do 
poder de manipulação do capital financeiro 
internacional. 
 
É possível distinguir como a implantação das idéias 
neoliberais alteram a forma de funcionamento das 
sociedades, principalmente na eliminação dos 
valores coletivos e avanços do individualismo. Em 
contrapartida, o mundo se surpreende cada vez 
mais com os discursos de cunho social das 
autoridades nacionais e internacionais, quanto à 
necessidade de investir na solução das questões 
que afetam as populações do Terceiro Mundo, 
como a fome, a tuberculose, a Aids, o ebola, o 
analfabetismo, o excedente populacional, as 
guerras tribais, de interesse econômico para as 
empresas multinacionais, como as guerras de 
diamantes na África. O processo de exclusão 
também está atingindo parcela significativa das 
populações dos países ricos, tanto na Europa como 
na América do Norte. 
 
O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido 
às idéias neoliberais, de forma muito rápida. As 
elites nacionais embarcaram nestas idéias, 
implantaram seus planos econômicos, sem 
preocupações quanto à capacidade de 
absorção dessas mudanças por suas sociedades.
 
 
Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gênova, na Itália, onde, pela primeira vez, os sete países mais ricos e a 
Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido ao processo de exclusão provocado pela globalizaç
perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilhões de dólares para o continente africano.
 
 
 
 
O processo de globalização nos países 
do Sul ou periféricos 
 
 
Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fases de estagnação. Esta situação é 
conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas formas de produção e produtos, com 
novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao grau de dependência.
 
 
 
 
O processo de globalização fortaleceu mais 
ainda os processos anteriores, aumentando a 
dinâmica de internacionalização e a 
transnacionalização em níveis jamais 
esperados pelos especialistas. Os países 
centrais entram na fase pós-
urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob 
a nova tecnologia e o sistema financeiro, 
enquanto a maioria das fábricas, 
principalmente aquelas que exigem elevado 
uso de matéria-prima, recursos energéticos e 
que não necessitam de mão-de-obra muito 
qualificada e degradam o meio ambiente, são 
transferidas para os países periféricos. 
 
 
 
Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividades mais antigas da produção para o 
Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e do poder de capital. Os laboratórios 
e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentrados nos países centrais, enquanto 
fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapidamente transferidas para os países 
pobres. 
 
 
 
NOTA 
 
Um bom exemplo desta situação é o que 
está acontecendo na China Popular: com 
a abertura econômica localizada nas 
Zonas Econômicas Especiais, em seu 
litoral, é o país que mais cresce 
economicamente nas duas últimas 
décadas do século XX e início do século 
XXI, mas sua luta maior é quanto à 
transferência de tecnologia de ponta e o 
controle do capital externo. Para superar 
esta situação, o país pratica a pirataria 
tecnológica, onde mais de 90% dos 
softwares utilizados no país são cópias 
ilegais, gerando prejuízo de bilhões de 
dólares para as multinacionais. 
 
O Brasil, a exemplo dos demais países 
latino-americanos, está lutando para 
assumir este novo papel nas relações 
internacionais, mas esta nova forma de 
dependência exige mudanças internas 
estruturais, tanto econômicas como 
financeiras que vão refletir na realidade 
política, social e cultural de sua 
população. 
 
 
 
O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunicação em massa que quantifica, podendo também até qualificar o número de 
informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do Estado, ao mesmo tempo em que o 
próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras com as medidas neoliberais.
 
Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência administrativa, enfim, de prepotência 
das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informações e a capacidade de cobrança da 
sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava fora do conhecimento da sociedade 
civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhecimento da sociedade. É preciso que 
as autoridadesse conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorrendo a fase de transição, o Terceiro 
Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos. 
 
 
 
Processo Histórico 
 
A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que podem ser analisados de acordo com 
vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma forma interessante é interpretar esse 
momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez mais rápidas e profundas devido ao 
término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimento das potências emergentes, como 
os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os avanços tecnológicos, que aumentam a 
produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e elevando a exploração dos recursos 
naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capacidade de recuperação natural do 
planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, 
modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novos continentes, impondo a forma de 
produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica dos povos africanos, americanos e 
da Ásia Tropical. 
 
 
 
 
A disputa pela hegemonia mundial provoca a 
Primeira Guerra, a primeira revolução socialista 
vitoriosa na Rússia, seguida da crise de 
superprodução do sistema capitalista em 1929 e 
chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial. 
Terminando, assim, com a fase do capitalismo 
industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje 
classificamos de capitalismo monopolista ou 
financeiro. 
 
 
 
Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde a “Nova Roma” (EUA), substitui os 
impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra. 
 
Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que surge no pós
precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atendam aos seus interesses e esvaziem 
os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus. 
 
Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que através de sua ingerência, 
tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”, assumindo o comando mundial. Por 
isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Pode
o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundiais para atender aos interesses da 
superpotência norte-americana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conferência de Bretton Woods (1944) 
 
 
 Reunião entre quarenta e quatro nações, em New Hampshir
cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária 
internacional, de acordo com a nova realidade nas relações de poder 
do pós-Segunda Guerra Mundial.
 
Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as 
relações econômicas e comerciais entre os países, resultando em 
quatro pontos. 
 
a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. 
b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilando numa banda cambial (2,5%) de
no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. 
c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos países
taxas cambiais. 
d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambial resultante do período conturbado 
das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais baseados na conversão da moeda.
 
Criação do Banco Mundial 
 
É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em quatro organizações para atuação de 
acordo com objetivos específicos. 
 
1) CFI – Corporação Financeira Internacional. 
Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que 
investem no Terceiro Mundo. 
 
2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos países
financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países que mesmo não sendo da extrema 
periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH –
elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. 
 
A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou 
resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande parte desta dí
empréstimos feitos pela ADI. 
 
Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de 
 
 
miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. 
 
Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, 
entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, 
principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas 
sociedades mais pobres do mundo. 
 
3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que procura dar garan
não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos. Se uma multinacional implanta uma 
filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os prejuízo
 
4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida diretamente com os governos dos países 
subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazendo a intermediação entr
Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria técnica e econômica através de suas 
equipes ou missões, como são chamadas. 
 
Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a 
juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no 
Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para 
conseguir mais dinheiro. 
 
Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para países centrais, principais 
mantenedores deste órgão. 
 
O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo 
que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus 
compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação 
internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional.
 
A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos 
países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocesso; os países subdesenvolvidosdevem 
voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de 
desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportamento do Bird é quanto à capacidade 
competitiva desses países no comércio mundial. 
 
 
Conseqüências imediatas: 
 
-Plano Marshall para a Europa. 
 
-Plano Colombo para a Ásia. 
 
-Criação do “cordão sanitário” para os novos 
países, de independência concedida, que surgem 
no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, 
África e América Latina, ou países que já existiam, 
e que adquirem importância na realidade da Guerra 
Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na 
América do Sul. 
 
 
 
 
Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional 
 
 
De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de 
pagamento dos países-membros. 
-É uma instituição monetária. 
 
-Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares 
americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da 
economia mundial. 
Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as 
moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação 
de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton 
Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos 
países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias. 
 
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O principal papel do FMI era o de socorrer os 
países-membros, principalmente na manutenção 
do câmbio e na correção das balanças de 
pagamentos, na década de 70, os EUA 
abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio 
flutuante. O motivo mais sério para esta 
mudança foi a emissão muito elevada de dólares 
necessários para sustentar a guerra do Vietnã, 
que provocou uma desvalorização muito rápida 
da moeda no mercado internacional. Os EUA 
mudam o seu sistema cambial, pois seria um 
desastre econômico se o FED (banco central), 
continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É 
quase certo que boa parte de suas reservas 
deste metal seria trocada pelo excesso de 
dólares que existia no mercado externo. 
 
 
Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio mundial, pois mudou o seu 
câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que havia sido adotado para o mundo na 
Conferência de Bretton Woods. 
 
Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial legalizam o câmbio flutuante e para 
compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Especial de Saque, u
calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do 
comércio mundial. 
 
Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer que 
Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pagamentos, ditando padrões para as 
políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua principal função era
crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saques
pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos países
Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina. 
 
Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da União Européia, em primeiro de janeiro 
de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Libra Esterlina e o Euro, portanto, hoje, 
são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países-membros, como está previsto para 2002, os 
critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido, Dinamarca e Suécia não adotaram o 
Euro. 
 
 
Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotaram a moeda supranacional.
 
 
 
 
CRIAÇÃO DO GATT 
 
Conferência de Havana, 1948 
– Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC 
– Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985).
 
 
É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional do Comércio, ma
maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não 
era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países. 
 
Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organização mais próxima da nova realidade 
do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi 
aprovado o seu regulamento para o comércio mundial. 
 
Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945. 
 
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* Precedida pela Conferência de Yalta e um 
pouco antes da Conferência de Potsdan, que 
vieram a redefinir o papel da Europa na nova 
realidade mundial. 
 
Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar). 
Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o 
comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus países
bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), 
caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com fortalecimento do Estado; 
corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos 
a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os 
avanços na clonagem. 
 
 
 
 
A década de 80 é considerada a “década 
perdida”. O esgotamento do sistema 
implantado após a Segunda Guerra 
Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA 
como a URSS tinham capacidade de 
destruir várias vezes seu inimigo, mas 
sabiam que se alguém tomasse esta 
atitude estaria destruindo a si próprio. Não 
existe mais a vantagem militar da primeira 
iniciativa. É nesta situação que se percebe 
as intransigências dos EUA, quanto a 
continuar com o projeto Guerra nas 
Estrelas e a não-assinatura do Tratado de 
Kioto, mesmo com suas mudanças, na 
reunião do G-8, em Gênova – 2001. 
 
 
 
O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma 
situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde 
prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a 
maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a 
população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos desse conhecimento.
Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, Perestroika
déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Nestemomento, surge um 
questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram investidos na corrida armamentista, 
nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e 
a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto? 
Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações 
internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do 
retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó
neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou 
conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de 
mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica, informática e automação provocam 
mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toyotismo
estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maior competitividade para os produtos 
maquinofatureiros. 
Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas 
de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas 
sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida. 
 
 
 
 
Com a globalização, o poder bélico e 
geoestratégico caem para o segundo plano. 
Hoje, país-potência é definido pela 
capacidade tecnológica, de planejamento, 
produção, produtividade e competitividade 
no mercado global. E não basta para o 
indivíduo a especialização; é necessário que 
ele seja qualificado, capaz de assimilar 
novos conhecimentos e técnicas para se 
manter na área produtiva e manter o seu 
emprego. 
 
 
 
Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com seus paíse4s 
periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criaç
caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo “jogo de xadrez” nas relações 
mundiais. 
 
 
 
Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais 
 
 
1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE 
Processo Histórico 
 
 
A União Européia é o mais antigo e o melhor estru
existentes na globalização. Sua formação resulta da necessidade dos 
Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados 
Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à 
tendência expansionista soviética neste continente.
 
A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952 no 
tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a 
França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma em 1956 formando o 
MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Europa Atômica, sendo que esta última 
organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonucleares e reduzir as dependências de 
importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus. 
 
Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os 
escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu. 
 
Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração econômica e monetária 
para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países-membros, e se possível chegar a um comando 
central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de uma união política e econômica. São os 
princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia. 
 
Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria 
(EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. 
 
Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as 
 
superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus.
 
a) 1986 - o Ato Único Europeu 
Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia. 
* criação de um Banco Central (1/1999); 
* fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnológico de cada membro);
Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia –
moeda única da Europa; 
* criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan, exclusivamente, para a defesa do 
continente. 
Proposta de unificação das leis trabalhistas. 
Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político
membro. 
 
O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, porém, respeitando as culturas region
 
b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht 
Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu. 
 
Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam que: ao adotarem a moeda única, o 
processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado geopolítico como a perda de um 
símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica. 
 
A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992 o Tratado do Porto.
 
c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto. 
Principais medidas. 
 
União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu. 
 
Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos 
países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famoso Mezzogiorno, e na República da 
Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas. 
 
 
 
 
Nota 
 
• O Tratado do Porto impõe a todos os 
países-membros que o déficit público 
não pode ultrapassar 3,5% ao ano a 
partir de 1997. 
 
• A inflação de todos os países-
membros deve ficar no máximo 1,5% 
acima dos três países-membros com 
menor inflação, no ano posterior à 
avaliação. 
 
• As taxas cambiais devem flutuar, no 
prazo mínimo de dois anos, dentro das 
bandas definidas pelo sistema monetário 
europeu. 
 
• A dívida pública não pode exceder a 
60% do PIB. 
 
 
Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a proposta de reduzir a capacidade de 
influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar social, provocando queda na qualidade 
de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita 
reconquistar o poder em alguns países-membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e França e Itália.
 
d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht. 
* Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países-membros. 
Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização sendo colocada na prática.
 
Como são medidas

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