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ATUALIDADES Apresentação Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ, Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos, principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a serem exigidos dos candidatos. Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se somando ao bom atendimento à população. Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados, como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc. Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos, nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado, principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades num futuro próximo. Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país. Boa sorte O Mundo em Transformação ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição do “World Trade Center” em Nova Iorque e com a parte oeste do prédio do Pentágono em Washington/DC nos EUA, não podem ser encarados como um fato isolado, que após algum tempo será esquecido e substituído por novos fatos. Na realidade, este acontecimento é precedido de momentos também importantes, mas em menor escala de importância global. O 11 de setembro também antecede mudanças nos acontecimentos, que nos próximos anos, deverão alterar de forma significativa o comportamento dos EUA, a nação mais poderosa do planeta, modificando suas relações com os demais países e interferindo no modo de vida dos cidadãos de todo o mundo. Também não pode ser analisado somente de acordo com uma variável ou um ato terrorista e, sim, de acordo com as variáveis - econômicas, políticas, sociais, geoestratégicas, ambientais e culturais. Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte - americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao ataque, inclusive com o apoio da ONU. Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003. FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 A Política Externa dos EUA Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países do sul. George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posição clara de recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente da guerra. O governo republicano de George W. Bush Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa espacial. Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do pós - segunda Guerra. Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba, Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina. O presidente norte - americano torna público que vai conseguir autorização ou o ajuste rápido (fast track) do Congresso de seu país para implantar a Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Com o 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovam o TAP – Permissão para Acordos Comerciais, mesmo não tendo a maioria de republicanos. Passa a reduzir rapidamente os impostos e os juros internos, demonstrando que sua economia está entrando em recessão, provocando elevado déficit fiscal e comercial. Em julho de 2003 os EUA reduzem os juros internos para 1% ao ano, são os juros internos mais baixos desde 1958. Em 2004, voltou a elevar os juros internos para 2% ao ano, num claro aviso aos países periféricos como o Brasil, que vai retornar a política de atração dos investimentos externos para financiar seu déficit. Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8), em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de imposição e não de propostas a serem discutidas. Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre Clima, na Alemanha, em 2001. Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo, Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o “sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de 2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do antigo Templo SagradoJudeu, atual área onde existe a Praça das Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000 seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado para primeiro - ministro. FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em 1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios centrais naquele local. Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na Tanzânia, (África, 1999). Já colocados como atentados de responsabilidade da Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita Osama Bin Laden. A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado praticado por dois homens bombas. A Política Externa Dos Eua No Pós - Segunda Guerra Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma neurose nuclear. A Guerra na Coréia Com a derrota do império japonês na Segunda Guerra Mundial, os territórios antes ocupados militarmente por esta potência passam a ser disputados pelos novos mandatários mundiais, entre eles a Península da Coréia, pois logo após a vitória da Revolução Chinesa e com o apoio da URSS a China Popular invade a parte norte da península em apoio aos grupos socialistas da região. Em contrapartida, os EUA passam a apoiar os coreanos na parte sul do território, resultando numa guerra que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo paralelo 37 criando a Coréia do Norte – socialista, e a Coréia do Sul – capitalista, hoje um Tigre Asiático. A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver pesquisas para produzir armas nucleares. A Guerra no Vietnã classificada como um dos países que formam o eixo do mal. A grande derrota militar dos EUA, no período da Guerra Fria, provocou certo enfraquecimento de um de seus ícones de sustentação, pois o nacionalismo anglo-saxônico, protestante, conservador, não consegue convencer a opinião pública nacional, quanto aos elevados gastos, os anos de guerra e às mortes de milhares de jovens brancos americanos, bem como o uso de armas de extermínio em massa nesta guerra, como o mapalm ou fogo químico, o agente laranja, um desfolhante químico e o agente azul que, de acordo com as autoridades norte-americanas eliminava as plantações de arroz, produto básico no regime alimentar da população vietnamita. A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa de seu governo. A pergunta é: o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo? Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo, adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS. A sociedade americana sofre alterações em sua base de organização, principalmente quanto aos valores e formas de comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde força competindo com outras formas de comportamento também nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país, provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no comportamento de sua sociedade como: » nacionalismo regionalizado – o californiano, o texano, o nova-iorquino, etc.; » nacionalismo coorporativo – a defesa dos interesses econômicos em grupos organizados de interesse comum; » nacionalismo hifenado ou étnico – o crescimento mais rápido da população não-branca, gera uma forma de nacionalismo étnico afro- americano, asiático-americano, hispânico – norte - americano, etc. » O poder político e econômico anglo-saxônico que sustentava as oligarquias no poder havia perdido uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo, com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de novos conflitos contra o inimigo externo. O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a Glasnost (transparência política), que dura até 1991. A Guerra no Golfo em 1991 Operação Tempestade no Deserto, nome oficial da guerra para os EUA, comandada por Colin Power, ou guerra pré-datada ou guerra vídeo game devido às transmissões ao vivo dos confrontos entre a força de coalizão, na época formada principalmente por EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália contra o Exército Iraquiano. É a grande oportunidade depois da guerra do Vietnã de os EUA recuperarem o apoio da opinião pública de seu país. Quando o Iraque invade militarmente o território do Kwait ao mesmo em tempo que bombardeia o território do Estado de Israel, é a grande oportunidade de o poder bélico norte-americano recuperar o apoio da opinião pública dos EUA. Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento, tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro. Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência (os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista das últimas décadas. É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque. As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo: Mostrar a supremacia bélica dos EUA para o mundo. Convencer a sociedade norte- americana de que era possível ser rápido, gastar pouco e provocar elevada destruição do inimigo externo. NOTAS » Dados oficiais dos EUA mostram que morreram 100soldados aliados e 500.000 iraquianos nesta guerra. » Observe-se que na guerra do Golfo atual (2003) o comportamento dos EUA é semelhante ao da guerra de 1991, declarando o término da guerra o mais rápido possível. Lamentavelmente, o número de perdas de soldados norte- americanos e britânicos em combate após a declaração oficial do término da guerra pelo presidente George W. Bush já é superior ao número de mortos no período de confronto declarado. O mesmo fato vem ocorrendo na guerra contra o terrorismo internacional praticada no Afeganistão, onde os Taliban continuam provocando baixas na Força norte-americana. Força norte-americana. » Atualmente, cerca de 250.000 soldados e familiares, dos EUA, Reino Unido, Austrália e Canadá, que participaram da guerra do Golfo em 1991 sofrem seqüelas violentas em razão dos medicamentos que tomaram para evitar as armas químicas e biológicas que poderiam ser usadas pelo Iraque naquela época. » É importante lembrar que este desgaste pós – guerra provocou a não reeleição - de George Bush, que foi derrotado por Bill Clinton. » O bombardeio aéreo praticado pela Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Iugoslávia (atual Sérvia- Montenegro) veio a comprovar esta supremacia bélica. É a primeira vez que a Otan usa seu poder bélico contra um Estado- nação. » Com a independência das repúblicas da Eslovênia, Croácia, Bósnia - Herzegovina, Macedônia e a autonomia da região de Kosovo. Em 2003 o nome Iugoslávia desaparece, sendo transformada em Sérvia e Montenegro, um novo nome para o que restou da grande Iugoslávia do período de Jozip Tito. É interessante observar que as repúblicas da Sérvia e Montenegro formam um país, mas com dois parlamentos e duas moedas, portanto, caminhando no sentido contrário do projeto da União Européia. » A partir desta situação, os EUA passam a defender o “modo de vida norte-americano” como o modelo ideal para o mundo, calcado numa espécie de “fundamentalismo” tecnológico e econômico, pois ao defender a econômico, pois ao defender a política da dupla diplomacia, o dólar como poder econômico para os “amigos” e do poder bélico tecnológico para os “inimigos”, acaba substituindo o inimigo externo, a ex-URSS com seu socialismo real, pelo fundamentalismo dito religioso do mundo islâmico. » Osama Bin Laden e as organizações radicais islâmicas mais famosas, como o Hamas – nos acampamentos palestinos, a Jihad Islâmica – sediada no Egito, o Hezbollah e o Amal no Líbano, são grupos que foram parceiros dos EUA na guerra contra a União Soviética (1979/1988), no Afeganistão, agora são transformados em inimigos do mundo ocidental, pela forma de organização e funcionamento de suas sociedades, passam a ser considerados obstáculos para os avanços da globalização, portanto, inimigos do capitalismo neoliberal e dos EUA. Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do século passado, apresenta debilidade física devido a idade já avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala, Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo levado para a França para tratamento. Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de Yasser Arafat. Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de Gaza, a partir de 2005. O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo palestino nessa região. Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram, sendo a maioria dos palestinos. O Sionismo O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no império britânico, o mais poderoso na época. Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar para os lugares sagrados na região da Palestina, no Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de Jerusalém e nela construído o Grande Templo de Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez mandamentos, de onde foram expulsos nos anos 68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo representa, também, o direito de o povo judeu, ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva no mundo. Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C. destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do profeta. Avanços do Sionismo 1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a economia dos impérios europeus, passaram a comprar propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc. 2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a dominar o Oriente Médio. 3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na Palestina, pois nesta região já existia um protetorado britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental. 4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são mortas nos campos de concentração e deste total quase 6 milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc. Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós- Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os judeus podiam perder esta oportunidade histórica, reivindicando seus direitos de criação e implantação de um Estado judeu na Palestina. 5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário geral, presidente da Organizaçãodas Nações Unidas declara o seu voto de minerva, com a seguinte posição: - término do protetorado britânico na Palestina; - criação do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do território; - criação do Estado Palestino dividido em duas áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões neutras como Jerusalém. Portanto o Estado Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo Estado de Israel, que teria o controle geoestratégico da região; - criação das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração internacional da ONU. 6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução da ONU. – O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a força do poder econômico e bélico dos países ocidentais, principalmente dos EUA e Inglaterra. Nota Com a início da implantação do estado de Israel em 1948, acaba a diáspora do povo judeu, ao mesmo tempo em que começa a diáspora do povo palestino. 7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro-mundista do Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de poder. 8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias. Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de Israel passa para a fase de expansão, ocupando militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos, como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba, conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan (Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje não foi devolvida. Notas a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, posteriormente substituída naquele território pelo Hezbollah, organização financiada pela Síria. b) é deste período que surge o ódio que os povos islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o comandante militar que coordenou o processo de ocupação do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem os campos de concentração nesta região e praticassem um os campos de concentração nesta região e praticassem um genocídio contra o povo palestino, provocando os massacres de Sabra e Shatila. Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos. 9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o povo judeu. Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados. Notas a) Não é mera coincidência, nesse mesmo ano ocorrer a primeira crise do petróleo. b) É correto afirmar que esta foi a última guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas que os conflitos não mudaram, pois a importância da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os petrodólares, alteram o equilíbrio de poder no Oriente Médio. c) A região da Palestina perde importância para outra área no Oriente Médio, o Golfo Pérsico, cercado totalmente por países islâmicos e com a maior reserva mundial conhecida de petróleo . A Questão Palestina Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o Estado de Israel e seu exército, através de grupos político organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, que tinha como princípios não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Palestina. Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econômica, pois no início dessa década o Golfo Pérsico fornecia dois terços do petróleo consumido diariamente no planeta. Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba provocando nova crise mundial do petróleo. A queda da Dinastia Pahlevi, que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-americana, q com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalista islâmica, pois a maioria de sua população é de origem persa xiita, que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu ódio aos valores ocidentais, principalmente aos EUA. Nota Surge um ponto divisor entre o pan arabismo e o pan-islamismo, sendo este último muito mais abrangente e radical do que o primeiro, pois acaba envolvendo todo o mundo islâmico, enquanto o pan-arabismo defende a união do mundo árabe, que corresponde somente a 20% da população atual. Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estratégia contra o Estado de Israel, com o objetivo de chamar a atenção do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo Exército de Israel, criam o processo da intifada para substituir os grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel. Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam a população civil palestina nos acampamentos que, utilizando paus, pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre uma população civil e um exército organizado, o número de mortes do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo terminar ou começar a qualquer momento, de acordo com os interesses de seus líderes. Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestinos. No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao uso de armas de fogo. A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000 em diante) Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia protegido por centenas de seguranças pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os votos da maioria dos judeus. Seu partido vence as eleições e torna primeiro-ministro de Israel. O B S E R V A Ç Ã O É interessante lembrar que Ariel Sharon circula pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, mas justifica sua atitude alegando que está visitando os lugares sagrados onde existia o Grande Templo com a Arca Sagrada e os dez mandamentos, templo este construído pelos judeus e destruído pelos romanos no primeiro século da era cristã. É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolta ou guerra das pedras, pois os palestinos estão melhor organizados para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente,homens e mulheres população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores. Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar do caso da guerra na Colômbia, onde alegam que o IRA Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurgimento do grupo Sendero Luminoso no Peru e a situação na tríplice fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a opinião publica, tentando provar que daquela região sai apoio financeiro para os grupos fundamentalistas Islâmicos. A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela primeira vez na história moderna e contemporânea, não temos guerra envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta contra territórios e populações pobres. A guerra é no territó Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado pelo Mulá Omá e seus talebans protegiam Osama Bin Laden e seus seguidores da Al’Qaeda. A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o Iraque. Para isto, foi necessário retirar o diplomata brasileiro Maurício Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesmo tempo em que se tentava provar que o Iraque possuía armas destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita de Saddan Hussein e impor um governo pró Em julho de 2003 a Organização Internacional do Trabalho (OIT), julgou a forma como o diplomata brasileiro Maurício Bustani foi retirado da presidência da Opaq. O resultado do processo o inocentou e, inclusive, exigiu que lhe fosse paga uma indenização de mais de 70.000 dólares. Enquanto presidente da Opaq (1996/2002), Maurício Bustani conseguiu reduzir em um terço o número de depósitos de armas químicas no mundo. Hoje ele é embaixador brasileiro no Reino Unido, está sendo cogitado para receber o Prêmio Nobel da Paz, pois se o Iraque tivesse entrado para a Opaq ficaria difícil para os EUA justificar, a guerra, pois o Iraque, como membro da Opaq estaria sujeito às regras e normas internacionais de controle de armas de extermínio em massa, inclusive teria que permitir a visita de inspetores internacionais sem prévio aviso ao país. Maurício Bustani doou sua indenização para entidades beneficentes no Brasil. Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado aos grupos islâmicos pa reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Hamas, o Jihad, o Hezbollah e, com isto, facilitar as negociações com Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do caminho é elaborado pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU) para firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo até 2005. O B S E R V A Ç Ã O Em 25/05/2003, o Parlamento de Israel aprova por 12 votos a favor, sete contra e quatro abstenções, o projeto mapa de rota proposto pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU). O Fundamentalismo Islâmico Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gabriel, seu objetivo maior era o de unificar os povos árabes, pois o que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interessavam no processo de unificação dos povos árabes, facilitando o crescimento político, econômico e militar desta civilização. Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura dos xiitas e dos sunitas. Na realidade, todos são moderados e/ou radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofrer. Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio, principalmente econômico, dos países islâmicos, que passam a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos com Islâmica, o Hezbollah, etc. Nota Devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental pois como normalmente é colocado, estes grupos são formados somente por homens e mulheres bombas e que praticam exclusivamente atos terroristas. Um bom exemplo disto é o Hamas, grupo organizado nos acampamentos palestinos, que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposição à OLP que na época confrontava o Estado de Israel. Na década de 80 a OLP muda seu comportamento tornando-se negociadora e política, Israel pára de apoiar o Hamas, que passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90% dos seguidores do Hamas trabalham na área social, como educação, saúde, alimentação e habitação dos palestinos, nos acampamentos e, menos de 10% é que fazem parte do Hamas militar. Mas são estes últimos que se destacam na imprensa mundial. O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 90 1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também, viver na região da Palestina, dando início a um processo de reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I. 1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cidade portuária na Faixa de Gaza no litoral do Mediterrâneo, como primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na implantação de um Estado palestino definitivo. 1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud, perturbando as eleições em Israel e favorecendo a vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colônias i seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tempo em que expande seus domínios na cidade de Jerusalém. Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um Estado Provisório, organizando sua estrutura política, econômica, social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado um modelo de força armada palestina. ANP - Autoridade Nacional Palestina comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de executivo provisório. CNP - Conselho Nacional Palestino formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com a sua representatividade na população, portanto, com a maioria da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat das negociações de Paz de Acordo com o Plano dos Quatro. Nota Em 1995, o CNP – Conselho Nacional Palestino- reconhece a existência do Estado de Israel e o direito do povo judeu também viver na região da Palestina. Isto já havia sido reconhecido em 1993 pela OLP. Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova expectativa de paz para a região do Oriente Médio, com a proposta de implantação do Estado palestino definitivo até 2005. Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprova o plano dos quatro, isto é, um plano de paz para a região Palestina, inclusive com a proposta de implantação do Estado palestino. Este plano foi elaborado em comum acordo entre os EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foiaprovado por unanimidade no Conselho de Segurança, pois dos 15 países que formam o Conselho de Segurança da ONU, somente a Síria se absteve de votar, os 14 países restantes votaram a favor da proposta de implantação de um Estado palestino. Em outubro de 2003, com os atentados provocados pelos homens e mulheres - bombas palestinos, Israel toma a decisão de atacar o sul da Síria alegando que nesta área os palestinos estão se organizando militarmente. Como a Síria está ocupando uma das cadeiras provisórias do Conselho de Segurança da ONU, solicitou uma reunião de emergência do Conselho com a justificativa de que sofrera um ato de guerra por parte de Israel. Mais uma vez as autoridades americanas saíram em defesa de Israel, George W. Bush declarou que Israel tem o direito de reagir contra qualquer ataque que venha a sofrer de seus inimigos no Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma das cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, é certo que a ONU não poderá tomar medidas que forcem Israel a mudar seu comportamento bélico com os países distintos, a falta de apoio do Conselho de Segurança acabou inviabilizando a proposta da Síria. O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica cada vez mais distante como solução para a região da Palestina. Formação Dos Megablocos E Blocos Supranacionais 1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em uma forma de produção, o processo de internacionalização passou a avançar. Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formação dos Estados sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades organizadas. expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pelas guerras, gerando avanços tecnológicos e provocando mudanças na base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional. 2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas multinacionais paulatinamente vão substituindo as matrizes em valor de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial. O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionalização das finanças, onde os fluxos financeiros internacionais (capital especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional. De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recentes, ou as transnacionais é que enquanto estas últimas são resultado da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra diferença é que se depender dos países centrais, as matrizes param de produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os países do sul, enquanto o desenvolvimento e contr financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exemplo muito didático desta situação é o caso dos dois cartéis que dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártica pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com o privilégio que usufruíam em relação ao consumidor brasileiro. Os cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obsoleta e criaram a Ambev ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equador, ma parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos custos. 3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalização, mas que avança, atingindo outros valores numa sociedade, por exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comunicação. Uma sociedade se globaliza na proporção direta de sua capacidade de consumo, principalmente através de imagens e informações transmitidas pelos meios de comunicação, como a televisão, o que a globalização apresenta para uma sociedade não são some nte produtos, mas, sim, idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, ao lazer etc. Um fator importante, responsável pelos avanços da globalização foi o esgotamento da fase pós Segunda Guerra, denominada de Gu corrida armamentista bipolar, que permitiu a recuperação econômica e o crescimento dos países que atualmente formam os blocos econômicos supranacionais, como o Nafta, União Européia, Mercosul, etc. Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção em escala ou forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a robótica e a automação, resultantes dos a ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando transformações na estrutura de funcionamento, substituindo o trabalho humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversidade e queda no custo final dos produtos fabricados, ao mesmo tempo em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca instabilidade política e social, gerando desemprego estrut do comportamento xenofobista. XENOFOBISMO Desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país; xenofobismo. Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas atingem a fase pós comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao mesmo tempo em que força uma desconcentr perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos. Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até forçando, de acordo com a conveniência dos países cent na forma de funcionamento das sociedades, como: Formação dos megablocos e blocos econômicos supranacionais. Retorno do pensamento liberal, sob nova roupagem, na manutenção do comando mundial. Teoria do estado mínimo. Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT) com a transnacionalização . Que provoca um fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, como forma de reação às mudanças provocadas O Neoliberalismo A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países ricos que, através de suas principais representações internacionais, como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científico, forçam os países pobres a reduzir o poder de seus Estados como agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estruturais e es monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países periféricos a eliminarem o protecionismo. Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem ter sob sua responsabilidade direta apenas a área da educação, de preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Esta situação ficou bem exposta no 31º Fórum Econô Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, demonstrando a nova política externa da superpotência nas relações internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no Brasil,onde grupos organizados que participavam do fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantando transgênicos. O Novo Papel Das Organizações Internacionais BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento 1980 O Plano de Reformas Estruturais. Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as seguintes medidas: - Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciária, trabalhista, sindical - Avancem no processo de privatizações. 1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas. - Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil. - Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, etc. - Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, sistema viário, de comunicações, etc. O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo neoliberalismo. Para isto, elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e social de cada país, mantém seu objetivo principal, que é obrigar os países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Cavallo na Argentina. 1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do processo de implantação das reformas neoliberais na América Latina. Análise Geopolítica Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite militar, era convenie foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos movimentos populares de tendência socialista, mas, como, agora o interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implantação dos blocos econômicos. A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, alterando o papel de cada país no comércio internacional, a DIT Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento mundial. A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conseqüência o desemprego estrutural e, fortalecendo, como re processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado. É cada vez mais difícil analisar de forma sedimentada a realidade econômica mu fácil perceber como as situações política e social são resultados diretos da realidade econômica e do poder de manipulação do capital financeiro internacional. É possível distinguir como a implantação das idéias neoliberais alteram a forma de funcionamento das sociedades, principalmente na eliminação dos valores coletivos e avanços do individualismo. Em contrapartida, o mundo se surpreende cada vez mais com os discursos de cunho social das autoridades nacionais e internacionais, quanto à necessidade de investir na solução das questões que afetam as populações do Terceiro Mundo, como a fome, a tuberculose, a Aids, o ebola, o analfabetismo, o excedente populacional, as guerras tribais, de interesse econômico para as empresas multinacionais, como as guerras de diamantes na África. O processo de exclusão também está atingindo parcela significativa das populações dos países ricos, tanto na Europa como na América do Norte. O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido às idéias neoliberais, de forma muito rápida. As elites nacionais embarcaram nestas idéias, implantaram seus planos econômicos, sem preocupações quanto à capacidade de absorção dessas mudanças por suas sociedades. Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gênova, na Itália, onde, pela primeira vez, os sete países mais ricos e a Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido ao processo de exclusão provocado pela globalizaç perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilhões de dólares para o continente africano. O processo de globalização nos países do Sul ou periféricos Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fases de estagnação. Esta situação é conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas formas de produção e produtos, com novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao grau de dependência. O processo de globalização fortaleceu mais ainda os processos anteriores, aumentando a dinâmica de internacionalização e a transnacionalização em níveis jamais esperados pelos especialistas. Os países centrais entram na fase pós- urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob a nova tecnologia e o sistema financeiro, enquanto a maioria das fábricas, principalmente aquelas que exigem elevado uso de matéria-prima, recursos energéticos e que não necessitam de mão-de-obra muito qualificada e degradam o meio ambiente, são transferidas para os países periféricos. Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividades mais antigas da produção para o Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e do poder de capital. Os laboratórios e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentrados nos países centrais, enquanto fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapidamente transferidas para os países pobres. NOTA Um bom exemplo desta situação é o que está acontecendo na China Popular: com a abertura econômica localizada nas Zonas Econômicas Especiais, em seu litoral, é o país que mais cresce economicamente nas duas últimas décadas do século XX e início do século XXI, mas sua luta maior é quanto à transferência de tecnologia de ponta e o controle do capital externo. Para superar esta situação, o país pratica a pirataria tecnológica, onde mais de 90% dos softwares utilizados no país são cópias ilegais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para as multinacionais. O Brasil, a exemplo dos demais países latino-americanos, está lutando para assumir este novo papel nas relações internacionais, mas esta nova forma de dependência exige mudanças internas estruturais, tanto econômicas como financeiras que vão refletir na realidade política, social e cultural de sua população. O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunicação em massa que quantifica, podendo também até qualificar o número de informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do Estado, ao mesmo tempo em que o próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras com as medidas neoliberais. Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência administrativa, enfim, de prepotência das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informações e a capacidade de cobrança da sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava fora do conhecimento da sociedade civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhecimento da sociedade. É preciso que as autoridadesse conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorrendo a fase de transição, o Terceiro Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos. Processo Histórico A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que podem ser analisados de acordo com vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma forma interessante é interpretar esse momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez mais rápidas e profundas devido ao término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimento das potências emergentes, como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os avanços tecnológicos, que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e elevando a exploração dos recursos naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capacidade de recuperação natural do planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novos continentes, impondo a forma de produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica dos povos africanos, americanos e da Ásia Tropical. A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial. Terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje classificamos de capitalismo monopolista ou financeiro. Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde a “Nova Roma” (EUA), substitui os impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra. Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que surge no pós precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atendam aos seus interesses e esvaziem os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus. Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que através de sua ingerência, tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”, assumindo o comando mundial. Por isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Pode o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundiais para atender aos interesses da superpotência norte-americana. Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião entre quarenta e quatro nações, em New Hampshir cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional, de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países, resultando em quatro pontos. a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilando numa banda cambial (2,5%) de no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos países taxas cambiais. d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambial resultante do período conturbado das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais baseados na conversão da moeda. Criação do Banco Mundial É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos. 1) CFI – Corporação Financeira Internacional. Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo. 2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos países financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países que mesmo não sendo da extrema periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH – elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande parte desta dí empréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas sociedades mais pobres do mundo. 3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que procura dar garan não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos. Se uma multinacional implanta uma filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os prejuízo 4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida diretamente com os governos dos países subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazendo a intermediação entr Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria técnica e econômica através de suas equipes ou missões, como são chamadas. Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para países centrais, principais mantenedores deste órgão. O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional. A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocesso; os países subdesenvolvidosdevem voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportamento do Bird é quanto à capacidade competitiva desses países no comércio mundial. Conseqüências imediatas: -Plano Marshall para a Europa. -Plano Colombo para a Ásia. -Criação do “cordão sanitário” para os novos países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, África e América Latina, ou países que já existiam, e que adquirem importância na realidade da Guerra Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na América do Sul. Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de pagamento dos países-membros. -É uma instituição monetária. -Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da economia mundial. Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias. O B S E R V A Ç Ã O O principal papel do FMI era o de socorrer os países-membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos, na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a guerra do Vietnã, que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria um desastre econômico se o FED (banco central), continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo. Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio mundial, pois mudou o seu câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que havia sido adotado para o mundo na Conferência de Bretton Woods. Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial legalizam o câmbio flutuante e para compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Especial de Saque, u calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do comércio mundial. Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer que Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pagamentos, ditando padrões para as políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua principal função era crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saques pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos países Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina. Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da União Européia, em primeiro de janeiro de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Libra Esterlina e o Euro, portanto, hoje, são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países-membros, como está previsto para 2002, os critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido, Dinamarca e Suécia não adotaram o Euro. Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotaram a moeda supranacional. CRIAÇÃO DO GATT Conferência de Havana, 1948 – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC – Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985). É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional do Comércio, ma maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países. Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organização mais próxima da nova realidade do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi aprovado o seu regulamento para o comércio mundial. Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945. O B S E R V A Ç Ã O * Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial. Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar). Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus países bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os avanços na clonagem. A década de 80 é considerada a “década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. É nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA, quanto a continuar com o projeto Guerra nas Estrelas e a não-assinatura do Tratado de Kioto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova – 2001. O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos desse conhecimento. Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, Perestroika déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Nestemomento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto? Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica, informática e automação provocam mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toyotismo estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maior competitividade para os produtos maquinofatureiros. Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida. Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológica, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização; é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego. Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com seus paíse4s periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criaç caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo “jogo de xadrez” nas relações mundiais. Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais 1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE Processo Histórico A União Européia é o mais antigo e o melhor estru existentes na globalização. Sua formação resulta da necessidade dos Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência expansionista soviética neste continente. A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952 no tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma em 1956 formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Europa Atômica, sendo que esta última organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonucleares e reduzir as dependências de importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus. Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu. Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração econômica e monetária para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países-membros, e se possível chegar a um comando central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de uma união política e econômica. São os princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus. a) 1986 - o Ato Único Europeu Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia. * criação de um Banco Central (1/1999); * fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnológico de cada membro); Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia – moeda única da Europa; * criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan, exclusivamente, para a defesa do continente. Proposta de unificação das leis trabalhistas. Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político membro. O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, porém, respeitando as culturas region b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu. Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam que: ao adotarem a moeda única, o processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado geopolítico como a perda de um símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica. A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992 o Tratado do Porto. c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto. Principais medidas. União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu. Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famoso Mezzogiorno, e na República da Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas. Nota • O Tratado do Porto impõe a todos os países-membros que o déficit público não pode ultrapassar 3,5% ao ano a partir de 1997. • A inflação de todos os países- membros deve ficar no máximo 1,5% acima dos três países-membros com menor inflação, no ano posterior à avaliação. • As taxas cambiais devem flutuar, no prazo mínimo de dois anos, dentro das bandas definidas pelo sistema monetário europeu. • A dívida pública não pode exceder a 60% do PIB. Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a proposta de reduzir a capacidade de influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar social, provocando queda na qualidade de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns países-membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e França e Itália. d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht. * Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países-membros. Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização sendo colocada na prática. Como são medidas
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