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Pedagogia da natação

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Profº. Eduardo Jorge 
PEDAGOGIA DA NATAÇÃO 
O ensino da natação sofreu a ação de muitas correntes, que através do tempo se aperfeiçoou até 
chegar a um nível capaz de satisfazer às necessidades das pessoas em várias categorias: BEBÊS , 
CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS e IDOSOS. 
Por isso, foi importante detectar o ponto de partida de toda a evolução para entender como os 
antigos, resolviam seus problemas de aprendizagem e como grandes nadadores chegaram ao nível 
de hoje. 
Concepções Pedagógicas 
Um estudo sobre os Métodos desenvolvidos em várias regiões principalmente da Europa, permitiu 
sintetizá-los em algumas concepções de ensino que representam o tripé da pedagogia da natação: 
• Concepção Global; 
• Concepção Analítica; 
• Concepção Sintética. 
Concepção Global 
As origens da natação se confundem com a evolução humana, onde os primeiros contatos com a 
água ocorreram: 
►aventurando–se em busca de alimento; 
►para proteção diante da ameaça de perigo; 
►para o lazer e pelo instinto de competição para escolher o melhor. 
Muitos documentos relativos à arte de nadar sobreviveram às civilizações, mas não informavam nada 
sobre o aspecto pedagógico. Somente a partir de algumas publicações na segunda metade do século 
XVIII, é que foram abordados mais detalhes sobre a aprendizagem da arte de nadar. 
A Concepção Global é considerada a mais velha corrente pedagógica e sua aprendizagem baseia-se 
no instinto natural do indivíduo, sem nenhuma preocupação de método de ensino ou organização. 
A intervenção do professor é ausente e uma simples adaptação ao meio líquido está ligada ao tempo 
que o indivíduo pode passar na água. 
“A criança que tem contato diário com a água aprende a nadar naturalmente”. (George Hébert) 
Crianças que vivem próximas de rios e lagos aprendem a nadar institivamente. 
Mas nadam cheios de vícios e erros de técnica. 
O reflexo natatório está presente em muitas espécies de animais. 
A forma empírica do homem se deslocar na água pelo Método Global, inspirou-se na imitação de 
certos animais. 
 Profº. Eduardo Jorge 
O homem ao contrário dos animais, nasce com instintos reflexos, que se somem após o primeiro ano 
de vida, mas é capaz de aprender tudo de novo. 
Concepção Analítica 
Primeira corrente a apresentar características pedagógicas para a aprendizagem da natação. 
Baseava-se no conceito dos antigos de que: 
“Para nadar era preciso executar movimentos capazes de manter e progredir o corpo na água”. 
A aprendizagem era feita por etapas e iniciavam com movimentos fora d’água, até que fossem 
compreendidos, fixados e automatizados. 
A “natação a seco” realizada através de exercícios fora d’água, era 
praticada principalmente nos pátios das escolas e quartéis. O 
soldado precisava saber nadar para defender-se melhor. 
A mecanização dos movimentos consistia em cerca de quinze 
sessões de meia hora cada. 
Na transição para a água, muitas dificuldades surgiam e novas 
técnicas foram desenvolvidas para permitir que os movimentos fossem realizados dentro d’água. 
A natação sustentada prendia os alunos em cabos para garantir a segurança. Gravações de “aprenda 
a nadar” serviam para auxiliar a aprendizagem. 
Tais métodos levaram a muitas contradições do entendimento da arte de nadar, pois com poucas 
sessões, era possível alcançar o objetivo principal, ou seja, nadar pequenas distâncias (25m ou 50m). 
Ao se procurar a natação como prática esportiva era comum a surpresa dos pais ao ouvirem dos 
treinadores a expressão: 
“Seu filho precisa aprender a nadar: ele sabe se movimentar, mas não sabe respirar”. 
A Concepção Analítica foi muito importante para a evolução pedagógica da natação, mas através 
dela pode-se constatar que era preciso resolver o triplo problema: equilíbrio, propulsão e respiração. 
“Nadar não é somente manter e deslocar o corpo na água, pois para nadar, é preciso coordenar os 
movimentos com o menor gasto de energia”. 
Concepção Sintética 
Preservou os aspectos positivos das correntes Global e Analítica e representa a forma pedagógica 
mais moderna de todas as correntes. 
Apoia-se na corrente psicológica alemã, “Gestalt”, que preconiza a iniciação da natação começando 
do todo para as partes. 
O “todo” significa estar familiarizado ao ambiente até se acostumar com o rosto na água. Para depois 
poder coordenar movimentos, que facilitem a progressão na água. 
 Profº. Eduardo Jorge 
Métodos Arcaicos 
Por desconhecimento ou tradicionalismo, métodos nada pedagógicos eram comuns nas primeiras 
tentativas de aprendizagem da natação no Brasil. Caracterizados pela falta de uma sequência 
pedagógica adequada, alguns adotavam a metodologia de: “Jogar o aluno na água funda”. Com 
medo de se afogar, ele acabava nadando ou ficava com trauma da água. 
Tais métodos, influenciaram o surgimento das Escolas de Natação com técnicas pedagógicas mais 
modernas. Essa nova metodologia, inicialmente não agradou aos pais. Pela falta de esclarecimentos 
e acostumados com métodos tradicionais, não entendiam como brincadeiras e jogos, podiam 
melhorar e facilitar o aprendizado das crianças. 
A Concepção Sintética, representa o método de ensino mais moderno e divide a natação em etapas, 
capaz de levar qualquer pessoa a um aprendizado: alegre, prático e sequencial. 
Estratégias Ensino e Aprendizagem da Natação 
Várias pedagogias podem ser utilizadas para se alcançar o objetivo, onde de forma sequencial 
procuram sempre avançar de maneira gradual e progressiva cada uma das etapas da aprendizagem. 
Sequência Pedagógica da Natação - David Camargo Machado (1978) 
1. Adaptação ao meio líquido; 
2. Flutuação; 
3. Respiração; 
4. Propulsão; 
5. Mergulho elementar. 
 
Sequência Pedagógica da Natação - David Camargo Machado (2004) 
1.Adaptação ao meio líquido; 
2. Flutuação / Respiração; 
3. Noções de deslize; 
4. Propulsão de pernas; 
5. Propulsão de braços; 
6. Coordenação geral; 
7. Mergulho elementar. 
 
Sequência Pedagógica da Natação - Lima (1999) 
1. Adaptação ao meio líquido; 
2. Respiração geral; 
3. Flutuações ventral, dorsal e lateral; 
4. Propulsão das pernas; 
5. Propulsão dos braços; 
6. Coordenação de pernas e braços; 
7. Respiração específica lateral e frontal; 
8. Coordenação de pernas e braços e respiração; 
9. Saltos; 
10. Sobrevivência; 
11. Salvamento. 
 Profº. Eduardo Jorge 
DIDÁTICA DE ENSINO - EIXOS TEMÁTICOS 
 
Mais do que ter conteúdo e conhecimento, é preciso pensar nas maneiras que o professor pode 
ensinar. Para haver aprendizagem eficaz e significativa deve haver componentes Conceituais, 
Procedimentais e Atitudinais. Os Conteúdos podem ser: simples, complexos ou muito complexos. Há 
conteúdos de Aprendizagem de diversas naturezas tais como: habilidades, datas, nomes, 
procedimentos, atitudes, valores e comportamentos. 
Tipologia dos Conteúdos 
Conteúdos Conceituais – Saber o nome de um rio, a data de uma revolução ou conhecer o processo 
digestivo no ser humano. 
Conteúdos Procedimentais – Saber abrir um frasco, saber escrever ou saber deduzir. 
Conteúdos Atitudinais – Saber cumprir uma regra, seguir uma norma ou ser solidário. 
Tipologia dos Conteúdos 
É importante priorizar a visão global do educando em relação ao: SABER, FAZER e SER. Há Diferenças 
e Semelhanças para cada uma das tipologias. Aprende-se de forma distinta: o que sabemos, o que 
sabemos fazer e o que nos faz agir de um modo ou de outro. 
CONTEÚDOS CONCEITUAIS: APRENDER A CONHECER 
 
Todos os conteúdos necessitam de uma base teórica, denominados conceitos. Estes revelam a 
verdadeira base da descoberta do saber, estimulando a curiosidade de aprender. Os conteúdos 
conceituais fazem parte daconstrução do pensamento, através dele aprende-se a discernir o real do 
abstrato ou ilusório. Referem-se, portanto, a fatos, princípios e informações pontuais como nomes, 
datas e acontecimentos. Os conceitos são representados por palavras que tem um significado 
específico e quando ouvidos, produzem uma imagem mental. 
Como exemplos, podem-se citar: o nome dos afluentes do rio Amazonas, os nomes dos ossos do 
corpo humano, entre outros. 
É sempre desejável que as estratégias voltadas para a aprendizagem dos fatos sejam propostas em 
contextos significativos. Quando se ouve a palavra bactéria, por exemplo, é possível ter uma ideia do 
que ela significa, mesmo que nunca se tenha visto um microrganismo. 
CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS: APRENDER A FAZER 
Resumem-se em colocar em prática o conhecimento adquirido com os conteúdos conceituais. Toda 
produção ou reprodução é determinada pelos conteúdos procedimentais. Caracterizado pelo estudo 
de técnicas e estratégias para o avanço do conhecimento proporcionado através da experiência do 
fazer. 
Todo conhecimento depende do outro, assim como aprender a conhecer é base do aprender a fazer, 
aprender a fazer também se torna base para aprender a viver juntos, pois nenhum projeto pode ser 
totalmente produzido por um único ser. 
Para que um livro seja publicado é preciso que haja um escritor, alguém que revise, alguém que 
publique; para que um edifício se erga é necessário um engenheiro, um técnico, pedreiros, serventes 
e outras especificidades, ou seja, um conjunto. 
 
 Profº. Eduardo Jorge 
CONTEÚDOS ATITUDINAIS: APRENDENDO A VIVER JUNTOS – APRENDENDO A SER 
Caracterizados pelas normas e valores da sociedade em que vive. O individuo é moldado de acordo 
com suas vivências, porém, não é escravo destas, podendo redimir-se ou simplesmente questionar-
se. As atitudes de um grupo ou sociedade determinam a maneira como podem viver ou aprender 
juntos, respeitando, concordando ou discordando de determinadas atitudes que ferem as normas e 
os valores estabelecidos. 
 
CONCLUSÃO 
Não se deve trabalhar os conteúdos de forma separada, pois nenhum deles é mais importante que o 
outro e todos trabalham coletivamente para a conclusão do conjunto da obra, ou seja, a 
aprendizagem.

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