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corporações e contexto empreendedor aula 3

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Prévia do material em texto

Corporações e Contexto 
Empreendedor 
 
 
Aula 3 
 
 
Professor Ademir Bueno 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O fim da Economia Feudal, como apresentado na Aula 2, não se 
deu por acaso. As transformações sociais, econômicas e 
políticas levaram, aos poucos, à implementação de um novo 
sistema de produção, o Capitalista. O qual inicia de forma bem 
tímida para a partir do Século XX dominar o mundo em termos 
de forma de organização da produção e trabalho. 
Esse sistema, presente até os dias de hoje em nossas fábricas, 
comércio e serviços tem como objetivo maior a busca pelo lucro, 
onde os trabalhadores devem produzir em sua jornada de 
trabalho mais do que o necessário para sua subsistência 
possibilitando a mais valia, ou seja, lucro ao dono do capital e 
dos meios de produção. Cada fase do desenvolvimento 
Capitalista se deu dentro de um contexto histórico-social, o que 
não poderia ser diferente, e cada período foi marcado por 
invenções, forma de organização do trabalho e dos 
trabalhadores, bem como, o papel desempenhado pelos 
empresários, empreendedores, gestores também foram distintos 
em cada momento. 
PROBLEMATIZAÇÃO 
Uma característica do capitalismo é a concorrência: para 
obter a maior rentabilidade possível, as empresas buscam 
oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis, 
tentando conquistar mais consumidores. 
Fonte: adaptado de 
<http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2012/12/geografia-
questoes-multipla-escolha-com.html>. Acesso em: 11 jun. 2015. 
A concorrência entre as empresas é benéfica. Sobre isso, 
assinale a alternativa CORRETA. 
a) A concorrência busca obter a maior rentabilidade possível, que 
significa aumentar o lucro, e isso prejudica os consumidores. 
b) A concorrência é uma característica do capitalismo que 
beneficia aos empresários e é prejudicial aos consumidores, pois 
amplia suas opções de compra e reduz preços. 
c) A concorrência é uma característica do capitalismo que 
beneficia aos consumidores, pois amplia suas opções de compra 
e reduz preços. 
d) A concorrência é uma característica do capitalismo que traz 
prejuízos aos consumidores, pois diminui suas opções de 
compra e reduz preços. 
Feedback da resposta certa (C): Sim, a concorrência é uma das 
características do Capitalismo, o qual surgiu para atender 
demandas do mercado consumidor, sendo que inicialmente isso 
era muito localizado, mas foi se ampliando até termos o que se 
vê na atualidade com inúmeras possibilidades de produtos, 
qualidade e preço. 
CONCEITOS E DIFERENÇAS 
Conceitos e início do Capitalismo Comercial 
Como já foi discutido nas aulas anteriores ao tratarmos da forma 
de organização social, econômica e política não podemos pensar 
que as mudanças se processaram do dia para a noite, muito 
menos que apenas um fator pode explicar as transformações 
pelas quais o mundo passou nos últimos séculos. O que é certo 
é que tudo está em movimento, levando sempre à frente, a 
mudanças, a novas maneiras de se organizar a vida em 
sociedade. Embora todas essas alterações não precisam ser 
consideradas, necessariamente, positivas. 
Graças a capacidade das embarcações de chegarem a outros 
pontos e continentes, as grandes potências europeias (Portugal, 
Espanha, França, Itália e Inglaterra) passaram a procurar 
matérias primas, riquezas em outros lugares. Buscaram 
descobrir um mundo novo, com novas possibilidades de 
exploração, de ganhos e aumento de suas riquezas. O Brasil foi 
 
 
uma dessas conquistas. É o início da globalização, marcada 
pelas trocas comerciais entres os países. 
Os países exploradores recebiam as riquezas de suas colônias e 
para essas enviavam produtos manufaturados. Uma troca, uma 
reciprocidade. Mas claro, que a potência exploradora fazia essas 
trocas dentro de parâmetros que mais lhe beneficiassem. 
Na aula 2, o objetivo foi apresentar os principais aspectos do 
Feudalismo e tratamos também da transição deste para uma 
nova forma de organização, o capitalismo, mas do que se trata 
essa forma de produção, presente até os dias atuais em nosso 
mundo? 
Para Hobson (1996, p. 25), 
“O Capitalismo pode ser definido como a organização da 
empresa em larga escala, por um empregador ou por uma 
companhia formada por empregadores, possuidores de um 
estoque acumulado de riqueza, destinada a adquirir matérias-
primas e instrumentos e a contratar mão de obra, a fim de 
produzir uma quantidade maior de riqueza, que irá constituir 
lucro.” 
Já Dobb (1963, p. 17) apresenta o conceito e visão de Marx 
sobre o Capitalismo: 
“... temos o significado inicialmente conferido por Marx, que não 
buscava a essência do capitalismo num espírito de empresa nem 
no uso da moeda para financiar uma série de trocas com o 
objetivo de ganho, mas num determinado modo de produção. Por 
modo de produção, ele não se referia apenas ao estado da 
técnica – ao que chamou de estágio de desenvolvimento das 
forças produtivas – mas ao modo pelo qual se definia a 
propriedade dos meios de produção e às relações sociais entre 
os homens que resultavam de suas ligações com o processo de 
produção. Desse modo, o capitalismo não era apenas um 
sistema de produção para o mercado – mas um sistema sob o 
qual a própria capacidade de trabalho ‘se tornara uma 
mercadoria” e era comprada e vendida no mercado como 
qualquer outro objeto de troca.” 
No Capitalismo de um lado há aqueles que possuem os meios de 
produção ou capital para adquiri-los, como máquinas, 
equipamentos e ferramentas necessárias à fabricação de 
produtos, e de outro – os trabalhadores – que só tem sua força 
de trabalho para “negociar/comercializar” e com isso garantir a 
sua subsistência e de sua família. 
Antes desse sistema de produção o artesão era dono dos meios 
de produção e do produto final, resultado de seu trabalho. Com o 
advento dessa nova forma de organização para a produção de 
bens, ele passou a ter que se sujeitar ao dono do capital, 
seguindo as regras impostas por este e tendo que oferecer 
produtividade para manter-se empregado. 
A vida do pequeno agricultor, antes do início do Capitalismo, era 
preenchida por várias tarefas, seja no campo, seja na manufatura 
dentro de sua propriedade a fim de garantir sua subsistência e de 
sua família. 
Assim, Hobson (1996, p. 72) aponta que: 
“Da mesma maneira que o pequeno agricultor de uma 
propriedade agrícola auto-suficiente devia realizar muitas e 
diferentes atividades, assim também o fabricante não ficava 
limitado a um único processo de manufatura. Grande parte das 
manufaturas mais primitivas constituía produção doméstica para 
uso doméstico e, assim, as mesmas mãos que cuidavam das 
ovelhas fornecedoras de lã fiavam e teciam a lã para o uso da 
família. O ferreiro era o fabricante da ferradura e dos pregos ou 
cravos, em sentido muito mais amplo do que atualmente; o 
carpinteiro de rodas, o carpinteiro comum e outros artífices 
realizavam um número muito maior de processos diferentes do 
que agora. Além disso, cada família, afora suas atividades 
principais na agricultura e na manufatura, se dedicava a muitas 
 
 
outras atividades secundárias, como o fabrico de pão, bebidas 
alcoólicas, manteiga e roupas, assim como à lavagem de roupa, 
que são atualmente ramos de atividade, em sua maior parte, 
especializados e independentes.” 
E ainda para o autor supracitado: 
“A forma mais simples de empresa manufatureira seria aquela 
em que uma família empenhada na indústria, produzindo ou 
comprando os materiais e instrumentos, e atuando com a força 
de seus próprios braços, em seu próprio lar, sob a direçãodo 
chefe da casa, produz bens, em parte para seu próprio consumo, 
em parte para um pequeno mercado local” (HOBSON, 1996, p. 
74) 
Assim nascem as pequenas manufaturas que produzem para 
subsistência e para atender à pequena demanda de mercado, 
ainda que isso ocorra de forma incipiente. 
E segundo Hobson, dois fatores levaram a mudança da fábrica 
caseira para a que daria origem as grandes manufaturas: 
“(...) dois passos para ultimar a transição do sistema “doméstico” 
para o sistema da “fábrica”, referindo-se um à propriedade da 
força motriz, e o outro ao local de trabalho. (a) A substituição da 
força física do trabalhador pela força extra-humana em mãos do 
empregador; (b) o afastamento dos trabalhadores de seus lares e 
sua concentração em fábricas e locais de trabalho de 
propriedade dos capitalistas” (1996, p. 76). 
E depois desse longo processo de mudança na forma de 
organização da produção doméstica temos que: 
“Por meio de uma série de transformações econômicas, as 
diversas funções desempenhadas pelo artesão independente lhe 
vão sendo tomadas, até deixá-lo na posse apenas da sua força 
de trabalho, que ele deve vender a um empregador, o qual lhe 
fornece os materiais, instrumentos e máquinas, local de trabalho 
e direção, e que possui e comercializa o produto de seu trabalho. 
Da condição de artesão livre, ele passou para a de simples 
‘braço alugado’” (HOBSON, 1996, p. 78). 
Desta maneira, nasce o Capitalismo, que leva o artesão a ter que 
se sujeitar não mais à sua vontade, tempo e necessidade e sim 
vincular-se ao dono do capital que possuía os meios de 
produção. Pois, anteriormente ele era o dono da fábrica e o 
próprio operário, pois para mantê-la funcionando não precisava 
de muita coisa, as atividades eram simples, a produção em baixa 
escala e o capital fixo exigido era mínimo. Mas quando há a 
necessidade de mais capital, mais tecnologia, maior capacidade 
de negociação/comercialização esse quadro começa a se alterar. 
“Um fator predominante que levou ao desenvolvimento das 
indústrias foi o desenvolvimento, invenção das máquinas, pois 
até então o que se tinha era apenas ferramentas, como, faca, 
machado etc, peças que sem a ação direta e contínua do 
trabalhador não produzia resultado algum. A máquina vem como 
um impulsionador no processo produtivo, pela sua maior 
autonomia de produção, condições de produzir mais que o 
próprio homem” (HOBSON, 1996, p. 85). 
A máquina é essencialmente uma estrutura mais complexa que a 
ferramenta, visto que ela deve conter em si mesma, meios 
mecânicos para acionar uma ferramenta, ou mesmo para acionar 
ao mesmo tempo muitas ferramentas, que antes eram dirigidas 
diretamente pelo homem. E desta forma temos que: 
“à medida que a produção mecanizada torna-se mais altamente 
desenvolvida, materializa-se no produto uma parte cada vez 
maior do pensamento e da vontade do inventor, e uma parte 
cada vez menor daquele que é o agente humano imediato, ou 
seja, do “encarregado” da máquina.” (Hobson, 1996, p. 88) 
Essa fase do Capitalismo, a primeira, denominada de Comercial 
foi marcada pela expansão dos negócios dentro das cidades e 
entre elas. Mas não era nada comparado ao que temos hoje, 
após o surgimento de novas máquinas e equipamentos há um 
 
 
brutal aumento na produtividade, características marcantes da 
próxima fase, discutida a seguir. 
Assista o vídeo “Você sabe o que é Capitalismo?” 
https://www.youtube.com/watch?v=8R4H53fu1fo 
 
Agora que já teve contato com o texto da aula 3 e 
viu o vídeo referenciado anteriormente vamos 
reforçar seus conhecimentos. Para tanto, conceitue 
o que é Capitalismo e suas principais 
características. 
Capitalismo industrial 
Essa fase do Capitalismo é a denominada de Capitalismo 
Industrial que compreende o período da metade do século XVIII 
até o século XX. Período das Revoluções Industriais, utilização 
do carvão e da invenção da máquina a vapor, entre outras, as 
quais irão mudar as formas de produção dali para diante. 
Denominado período antropoceno, onde o homem passa a 
transformar constantemente o meio no qual está inserido. Fase 
marcada e denominada pelo Imperialismo, quando há uma 
significativa busca por novos domínios territoriais. 
E essa ação não era o domínio pelo domínio, mas sim pela 
busca de matérias primas que pudessem dar suporte às 
industriais das grandes potências. 
Há nesta situação um afastamento do trabalhador do produto 
fabricado por ele, pois, se antes ele plantava, colhia, produzia, 
comercializa ou tratava os animais, retirava a lã das ovelhas, 
tratava a lã e dela produzia peças para serem comercializadas e 
utilizadas por si e seu familiares, com o advento da maquinaria 
ele passa a operar uma máquina, a qual não foi ele quem criou, 
passa a ser um operador e não mais um trabalhador artesão. E 
com isso a escala de produção se altera enormemente 
 
 
ampliando a quantidade produzida, diminuindo com isso o 
número de trabalhadores necessários a esta produção. 
Se no Feudalismo havia uma apropriação quase que forçada da 
mão de obra do trabalhador, isso se altera quando ele vende sua 
capacidade de produção ao capitalista e esse o comanda a fim 
de alcançar não objetivos comuns, pelo contrário, há uma 
sujeição à vontade daquele que é dono do capital. Mas como 
está sendo pago em dinheiro por isso, não lhe resta alternativa 
do que fazer o que lhe mandam, seguir regras e normas que são 
estabelecidas por outros e se não o fizer haverá inúmeros outros 
“necessitados” querendo se sujeitar a essa forma de relação. 
Antes havia trocas, um produto pelo outro, um serviço por 
produto, mas com a colocação de preço em todos os produtos 
fabricados há também uma mercantilização do trabalho 
objetivado, onde a força de trabalho ganha características de 
mercadoria, a qual devia ser disponibilizada e paga por quem a 
contratasse. 
E assim de um lado está o trabalhador, disponibilizando sua 
força de trabalho, de outro o capitalista, possuidor dos meios de 
produção e começa a surgir uma terceira figura, a do Gestor, o 
qual fica responsável por fazer a gestão daqueles seres 
(humanos) que colocaram sua mão de obra à disposição para 
receber um salário. Esse gestor não é o operacional, aquele que 
coloca a mão na massa diretamente, mas fica responsável para 
que o trabalhador o faça dentro dos padrões esperados, atuando 
na gestão e organização do trabalho. 
As empresas que se mantiveram no mercado foram aquelas que 
conseguiram produzir mais, em menor tempo e com número de 
trabalhadores dentro de padrões que não comprometessem o 
lucro do capitalista. A pequena e média empresa se viu obrigada 
a se juntar às maiores, pois não conseguiam sobreviver no 
mercado. Formaram com isso cartéis, trustes ou fundiram-se 
para assegurar sua presença no mercado. 
Em relação às mudanças tecnológicas que foram desenvolvidas 
ao longo do tempo, não se pode imaginar que um único criador 
desenvolveu o projeto da máquina a vapor e a construiu, mas 
sim foi uma somatória de outras descobertas e invenções. Tudo 
isso acarretou em maior produtividade, o que não ocorria com o 
artesão ou nos primórdios da fábrica capitalista. Essa revolução 
em termos de ferramentas e máquinas aumentou a produção, 
racionalizando-a e consequentemente aumentando a 
produtividade e levaram as empresas a utilizar métodos 
científicos na organização do trabalho dentro da fábrica, o que foi 
capitaneado por Taylor. 
Para conhecer mais sobre o Taylorismo, acesse 
<https://www.youtube.com/watch?v=LD6kGNQKt44>. 
 
Seu objetivo maior era racionalizar a produção. Por isso, estudou 
e sistematizoumétodos de seleção, treinamento e capacitação 
dos trabalhadores a fim de produzirem de forma mais eficiente e 
rápida. 
Os princípios sistematizados por Taylor foram aplicados e 
ampliados por Ford, um grande empresário do ramo 
automobilístico. O qual colocou em funcionamento em suas 
fábricas a esteira rolante, elevando o ritmo de trabalho, elevando 
ao ponto máximo a divisão do trabalho, onde cada trabalhador 
ficava parado executando apenas uma tarefa e com isso passava 
a ser mais eficiente em sua jornada de trabalho. 
Taylor e Ford tiveram e continuam tendo expressão no mundo da 
gestão de empresas, pois foram inovadores e perspicazes 
melhorando a produtividade de suas empresas e aumentando a 
“energia” do capitalismo, possibilitando com seu trabalho e ação, 
maior produção em menor tempo, sem se esquecer do fator 
qualidade. 
 
 
“As máquinas permitem que o homem consiga usar várias forças 
motrizes alheias a seu corpo — vento, água, vapor, eletricidade, 
ação química etc. Assim, com o aprovisionamento de novas 
forças produtivas, e com a aplicação mais econômica de todas 
as forças produtivas, as máquinas aperfeiçoam as artes 
industriais” (HOBSON, 1996, p. 89). 
E ainda para Hobson (1996, p. 92): 
Quando esboçamos historicamente o desenvolvimento das 
economias capitalistas modernas nas diferentes indústrias, 
vemos que elas podem ser distribuídas, no geral, em três 
períodos: 
1) Período das primeiras invenções mecânicas, que assinala a 
passagem da indústria doméstica 
para a indústria fabril. 
2) Evolução do novo motor na manufatura. Aplicação do vapor 
aos processamentos manufatureiros. 
3) Evolução do transporte a vapor e sua relação com a indústria. 
As duas indústrias, especialmente na Inglaterra, que foram 
destaques nesta fase são a metalúrgica e a têxtil. Hobson (1996, 
p. 93) destaca que “Dos 283 milhões de libras que constituíram o 
valor das exportações inglesas em 1903, 72 milhões 
corresponderam ao algodão e 35 milhões ao ferro e ao aço.” Isso 
demonstra de fato a importância desses segmentos para a 
expansão do capitalismo. A seguir discutiremos um novo 
momento deste sistema de produção, chamado de Capitalismo 
Financeiro. 
 
 
É hora de agir... 
Após ter lido a aula 2 (a anterior) e visto os vídeos 
correlacionados a ela, onde se encontram os 
fatores mais importantes que constituíram as 
Revoluções Industriais, abaixo, apresente 3 
invenções, que em sua visão, foram decisivas para 
que o Capitalismo Industrial pudesse ter sido constituído e 
avançado. 
Comentário: Pode ser qualquer invenção, em especial, a 
Máquina a Vapor, Eletricidade, Esteira Rolante. O acadêmico 
deve perceber que as invenções do passado continuam dando 
suporte para a produção na atualidade. 
Capitalismo Financeiro ou Monopolista 
Essa fase se dá a partir da metade do século XIX, esse 
desenvolvimento ocorreu graças a várias invenções, utilização de 
novos minérios de forma mais efetiva no século anterior e assim, 
Hobson afirma que, “O ferro transformou-se no alicerce sobre o 
qual se ergue toda espécie de indústria mecanizada. Tão 
pequenas no século XVIII, as manufaturas de metal atingiram 
desenvolvimento sem precedentes e importância ímpar no século 
XIX.” (1996, p. 104) 
Esse novo momento do modo capitalista de produção se dá a 
partir da metade do século XIX, com as novas descobertas e 
invenções. As quais se fizeram possíveis graças ao 
desenvolvimento da indústria siderúrgica, química, petrolífera e 
automobilística. 
As pesquisas científicas levaram ao novo patamar tecnológico e 
com isso deu suporte a esse novo momento do capitalismo. 
As indústrias já faturavam muito por terem grandes mercados a 
serem atendidos e o sistema bancário estava bem estruturado, 
houve então uma maior proximidade dessas duas áreas da 
economia, a industrial e a financeira. 
 
 
Para continuar ditando as regras de mercado, preços e manter o 
seu poder, houve uma fusão entre o capital industrial e o 
financeiro. Houve intensificação de operações financeiras com o 
objetivo de se manter o controle das atividades produtivas. 
Essa proximidade destes setores só aumentou o poder de 
ambas. 
Por essas razões é que se denomina este momento de 
desenvolvimento do capitalismo como financeiro e monopolista. 
Para Chiavenato (2003, p. 34), o Capitalismo Financeiro, tem 
quatro características principais: 
a) Dominação da indústria pelas inversões bancárias e 
instituições financeiras e de crédito, como na formação da 
United States Steel Corporation, em 1901, pela J. P. 
Morgan & Co. 
b) Formação de imensas acumulações de capital, 
provenientes de trustes e fusões de empresas. 
c) Separação entre a propriedade particular e a direção das 
empresas. 
d) Aparecimento das holding companies para coordenar e 
integrar os negócios. 
Mas o que é um Monopólio? Monopólio (do grego monos, um + 
polein, vender) é a concentração de poder de produção e/ou 
comercialização de produtos ou serviços em uma única empresa 
ou grupo econômico. 
A partir da detenção deste poder ela define preços, condições de 
pagamento e o efeito disso é que ao comprador não resta opção, 
a não ser se sujeitar aos desmandos daquela que detém o poder. 
E se houver concorrência essa não perdurará ou terá que se aliar 
a empresa de maior poder. Essa fusão de duas ou mais 
empresas do mesmo segmento é denominado truste. 
Dos monopólios podem surgir os oligopólios, onde empresas 
detentoras de uma grande parcela do mercado, ainda que de 
diferentes segmentos, se unem para realizarem acordos e 
conchavos sobre preços de produtos e realiza também uma 
divisão do mercado entre elas, o que levará ao conceito de 
cartel, onde as empresas definem o que será vendido, em qual 
mercado, por qual preço e em quais condições, isso tudo elimina 
a livre concorrência e prejudica quem está na ponta, ou seja, o 
consumidor, o qual fica sem opção de escolha e para tanto se vê 
obrigado a aceitar as condições impostas pelas empresas 
organizadas. 
Mas, não só de glória viveu e continua em ação o sistema 
capitalista de produção, a seguir discutimos uma crise que é 
lembrada até os dias atuais. 
A Crise de 1929 
Mas como todo sistema, o qual está interligado a outros 
sistemas, influenciando e sendo influenciado por eles, o 
Capitalismo viu e vivenciou uma grande crise em 1929, a qual se 
deu nos Estados Unidos e espalhou seus tentáculos pelo resto 
do mundo por duas razões. Uma, por que como estavam 
passando pela diminuição do consumo, esses países diminuíram 
suas importações e outra, por ter havido uma grande 
desvalorização das ações no pregão de Nova Iorque, os 
detentores de capital foram buscar junto aos outros países o 
dinheiro investido neles. 
E a crise se instalou e trouxe consigo: diminuição brusca na 
produção, perda de empregos, protestos e o mundo todo sofreu 
as consequências. 
Assim afirma Hobson: “As nações industriais modernas estão 
aptas a produzir artigos de consumo com mais rapidez do que 
aqueles que têm a capacidade de consumi-los estão dispostos a 
fazê-lo.” (1996, p. 159) 
 
 
A bolsa quebrou porque do dia para noite os possuidores de 
ações começaram a vendê-las, o que levou a diminuição nos 
valores e consequente crise, tanto das empresas que viram seu 
valor de mercado despencar, quanto de investidores que 
passaram a perder muito dinheiro a partir do momento em que 
houve brusca redução dos valores dos papéis comercializados. 
Após esse acontecimento, o qual teve graves efeitos sobre a 
gestão das empresas, para a vida dos cidadãos e trabalhadores 
e também para os governos,os quais até o momento atuavam 
de forma pouco significativa para controlar o mercado, mas o 
deixava livre para decidir para onde e como ir. Após isso os 
países em desenvolvimento e a produção passaram por uma 
fase de maior controle dos aspectos relacionados ao mercado, 
no setor social e econômico. 
Essa teoria, que embasou esta nova maneira de governar, foi 
formulada pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-
1946), ele contestava o liberalismo econômico priorizando a 
necessidade de o Estado intervir na economia. 
Essa nova política, não mais ultra-liberal, mas controladora de 
alguns aspectos do mercado ficou conhecida como Novo Acordo, 
do inglês New Deal, baseada no que se denominou de Estado do 
Bem-Estar Social. Onde os governos passaram a controlar em 
parte os monopólios, as relações de trabalho e os benefícios 
sociais oferecidos aos trabalhadores. Houve uma grande 
intensificação da globalização nesta época, as empresas foram 
buscar em países periféricos e em desenvolvimento mão de obra 
barata, melhores condições para explorar os trabalhadores, 
novos mercados produtores e consumidores. 
Ainda para Hobson, “O estabelecimento de um mercado mundial 
para um número cada vez maior de mercadorias está 
transformando, com incrível rapidez, a face industrial do globo. 
(1996, p. 165). E a partir do final da Segunda Grande Guerra, o 
capitalismo já havia espalhado seus tentáculos por outros 
continentes e havia uma demanda pela reconstrução dos países 
que estiveram envolvidos diretamente na Guerra e com isso 
passamos a um novo momento ou fase do Capitalismo, 
denominado Capitalismo Informacional-global. 
Capitalismo informacional-global 
Essa fase é marcada pela vinda dos sistemas informacionais 
bem desenvolvidos, como eletrônica, redes de computadores, 
internet, automação industrial, tudo isso gerou grandes 
mudanças no cotidiano das empresas, as quais passaram a 
contar com equipamentos e novas tecnologias, das pessoas, que 
tiveram suas vidas invadidas por um cem número de produtos 
revolucionários que tornaram a vida mais fácil. 
Mas como já foi escrito anteriormente nada é para sempre, tudo 
está em movimento e a partir da década de 1970 mudanças 
começam a se processar no interior do sistema capitalista de 
produção. A teoria Keynesiana não dá conta de sustentar esse 
sistema, não se pode mais controlar plenamente as ações das 
empresas capitalistas, muito menos, assegurar direitos amplos à 
classe trabalhadora. E começa a ganhar força e vez o 
Neoliberalismo. 
No Neoliberalismo o mercado deve se auto-regular, não se deve 
garantir os benefícios sociais ao trabalhador de forma tão ampla 
como se havia feito a partir da crise de 1929, mas deixar o 
mercado oferecer aquilo que achar conveniente e em condições 
de bancar. Os países que foram os primeiros a instituir novas 
regras foram Inglaterra e Estados Unidos. 
Novas tecnologias disponíveis, novas formas de organização do 
trabalho, novos mercados produtores e consumidores marcaram 
esse novo período, assim a partir de 1990 o mundo passa a não 
ter mais fronteiras como no passado. 
Tudo está interligado, o tempo todo e por todos, há uma maior 
influência dos países desenvolvidos sobre os em 
 
 
desenvolvimento, maior controle das pessoas por meio dos 
recursos informacionais e abrem-se as portas para um novo 
período, nova fase, a saber, o Capitalismo Contemporâneo, o 
qual será discutido após a apresentação de qual foi o papel e 
atuação do empreendedor em cada momento explicitado até 
aqui. 
Assista ao vídeo “A crise de 1929 e seus efeitos” 
https://www.youtube.com/watch?v=1WXj2kDyEXg 
 
Agora reflita o seguinte: Se essa crise se 
repetisse hoje, quais seriam seus efeitos? 
Depois, descreva 3 tipos/segmentos de 
empresas que seriam mais prejudicados e 3 
que poderiam ser iniciados baseando-se no 
conceito de negócios iniciados por oportunidades, estudados na 
aula 01. 
Anota suas resposte e compare-as com esta dica do professor! 
 
 Os efeitos seriam parecidos com os que 
ocorreram em 1929, guardadas as devidas 
proporções para mais ou menos. 
 
Os segmentos mais prejudicados podem ser todas as empresas, 
em especial as pequenas e médias que não encontram o mesmo 
suporte que as Multinacionais dos Governos. 
Quanto os empreendimentos que poderiam ser abertos: loja com 
preços super populares, ONGs ou OCIPs. 
As fases do capitalismo e o papel do gestor 
A seguir apresentamos alguns pontos tratados por Wood Jr, em 
seu artigo Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da 
indústria em busca do tempo perdido, de 1992. O objetivo é 
descrever como se dava a atuação do gestor frente às 
características do sistema capitalista de produção a partir do 
Taylorismo e posterior Fordismo. Para o autor: 
“Taylor desenvolveu uma série de princípios práticos baseados 
na separação entre trabalho mental e físico e na fragmentação 
das tarefas. Estes princípios são aplicados até hoje tanto nas 
fábricas como nos escritórios. O efeito direto da aplicação desses 
princípios foi a configuração de uma nova força de trabalho 
marcada pela perda das habilidades genéricas manuais e um 
aumento brutal da produtividade. Por outro lado, passaram a 
surgir problemas crônicos como absenteísmo e elevado turnover” 
(p. 03) 
Enfocar e administrar as organizações como máquinas significam 
fixar metas e estabelecer formas de atingi-las; organizar tudo de 
forma racional, clara e eficiente; detalhar todas as tarefas e, 
principalmente, controlar, controlar, controlar. 
E nesta configuração de empresa o papel do administrador era 
de fazer com que os objetivos pré-definidos fossem alcançados, 
que as metas fossem atingidas, que as tarefas fossem realizadas 
conforme o que haviam sido pensadas, idealizadas pelos 
gestores. Não que isso não continue valendo, mais do que nunca 
essa é uma realidade dentro das empresas, mas hoje os meios 
para controlar os trabalhadores são outros, diferentes daqueles 
do início do século passado. 
Naquela época tinha-se o “chefe” ou “encarregado” e o 
trabalhador, o primeiro, comandava por meio de sua autoridade e 
até autoritarismo os trabalhadores. 
O administrador do processo produtivo tinha a incumbência de 
fazer com que os operários realizassem suas tarefas de forma 
idêntica ao que se havia planejado, ao administrador cabia 
 
 
pensar como seria feito e ao trabalhador a obrigação de 
executar. 
O papel deste gestor não era de alguém que apenas 
acompanhava o que se produzia, tipo um Supervisor (que tinha 
uma visão mais ampla, mais elaborada do processo) mas seu 
trabalho era de fazer com que o havia sido planejado, fosse de 
fato executado, pois, só assim é que haveria produtividade. 
Esse gestor, não era de pessoas, mas de tarefas que estas 
deviam executar, não cabia e não estava sob sua 
responsabilidade compreender necessidades, desejos e 
vontades dos trabalhadores, mas sua preocupação principal 
estava voltada às tarefas. 
Tarefas estas que foram separadas por habilidades e 
necessidades daquele processo produtivo, e o trabalhador 
deveria se preocupar em realizar com exatidão o que se 
esperava de seus braços e corpo, sua mente era apenas um 
invólucro que comandava suas mãos para bem realizar o que 
havia sido planejado por outro, o Gestor/Administrador. Isso fica 
muito claro em cenas do filme “Tempos Modernos”, já 
apresentado anteriormente. 
Se em épocas anteriores ao desenvolvimento do capitalismo o 
trabalhador era o artesão, que pensava determinado produto, 
colhia a matéria-prima para transformá-la no que projetou, 
cuidando de cada etapa da produção.Isso se altera neste 
momento, pois ele é executor e não mais responsável por pensar 
no que irá fazer. Mas, tem que fazer e de forma idêntica para 
transformar o projeto do Gestor em algo concreto, que pudesse 
ser comercializado no mercado. Porém, ele na maior parte das 
vezes fica apenas com uma tarefa, as outras eram de 
responsabilidade de seus colegas, também 
trabalhadores/executores. 
“Quando do seu surgimento, o gerenciamento científico foi visto 
como solução para todos os problemas. Ainda hoje muitas 
indústrias, ou mesmo unidades ou departamentos dentro de 
empresas, encontram na administração científica uma resposta 
para os seus problemas. Mas isto pressupõe condições 
ambientais estáveis, produtos com poucas mudanças ao longo 
do tempo e previsibilidade do fator humano” (WOOD Jr, 1992, p. 
03). 
O perfil do empreendedor era então de constituir a empresa, a 
partir das necessidades do mercado, contratar gestores 
alinhados com essa filosofia de trabalho, os quais então ficavam 
responsáveis pelo recrutamento, seleção e treinamento dos 
trabalhadores, que deveriam executar o projeto idealizado por 
eles, a saber, executar atividades rotineiras e repetitivas a fim de 
conseguir produzir o que era esperado deles. O início do ciclo de 
produção capitalista caracterizou-se fundamentalmente pela 
separação do trabalhador dos meios de produção. 
Mas foi o surgimento das grandes fábricas e das linhas contínuas 
que aceleraram as mudanças, alterando radicalmente os 
sistemas organizacionais. (Wood Jr, 1992, p. 04) 
Henry Ford e a produção em massa 
O conceito-chave da produção em massa não é a ideia de linha 
contínua, como muitos pensam, mas a completa e consistente 
intercambiabilidade de partes, e a simplicidade de montagem. 
Antes da introdução da linha contínua, Ford já tinha reduzido o 
ciclo de tarefa de 514 para 2 minutos; a linha contínua diminuiu 
este número à metade. 
“As mudanças implantadas permitiram reduzir o esforço humano 
na montagem, aumentar a produtividade e diminuir os custos 
proporcionalmente à elevação do volume produzido. Além disso, 
os carros Ford foram projetados para uma facilidade de operação 
e manutenção sem precedentes na indústria. Em contraste com 
o que ocorria no sistema de produção manual, o trabalhador da 
linha de montagem tinha apenas uma tarefa. Ele não comandava 
componentes, não preparava ou reparava equipamentos, nem 
 
 
inspecionava a qualidade. Ele nem mesmo entendia o que o seu 
vizinho fazia. Para pensar em tudo isto, planejar e controlar as 
tarefas, surgiu a figura do engenheiro industrial” (WOOD Jr, 
1992, p. 04). 
Ford foi quem aplicou e melhorou os princípios tayloristas, 
elevando a produção, distanciando ainda mais o trabalhador do 
resultado final do trabalho, ou seja, do produto final. Pois, ele – o 
trabalhador – ficou responsável apenas por uma tarefa, repetitiva 
e simples, aumentou a produção com isso e tornou-se uma 
extensão da máquina, passando apenas a produzir, produzir, 
produzir, sem refletir ou compreender e ver sua contribuição no 
processo produtivo de forma geral. 
Neste novo sistema, o operário não tinha perspectivas de 
carreira e tendia a uma desabilitação total. Além disso, com o 
tempo, a tendência de superespecialização e perda das 
habilidades genéricas passou a atingir também os demais níveis 
hierárquicos. (Wood Jr, 1992, p. 05) 
Ford passou a produzir em suas instalações a maioria dos itens 
necessários à montagem do carro, ou seja, centralizou a 
produção em massa sob seus olhos, porém, conforme expõe 
Wood Jr (1992, p. 5) “Mas ele mesmo não tinha ideia de como 
gerenciar globalmente a empresa sem ser centralizando todas as 
decisões. Esta é uma das principais raízes do declínio da 
empresa nos anos 30.” 
Um concorrente de Ford, Alfred Sloan, da General Motors, foi 
além dele, implementando, uma divisão da empresa em setores, 
e implantou níveis de controle rigorosos com a finalidade de 
poder ter sob suas mãos o domínio da empresa. E Sloan foi 
além, não limitou a produzir apenas um modelo, como Ford com 
seu modelo T, que podia ter várias cores, desde que fosse preta, 
isso é algo que se encontra na literatura sobre o carro 
disponibilizado por Ford, um único modelo, de uma só cor. Sloan 
para atender as necessidades e desejos do mercado produziu 5 
modelos básicos de carro. Assim, o Taylorismo foi a base do 
Fordismo, esse fez alterações significativas e foram 
aperfeiçoadas por outros. 
Um aperfeiçoamento, uma mudança significativa na forma de 
organização da produção, que até então era em massa, de 
produtos estandardizados, com pouca variedade de modelo, cor 
e funcionalidade é alterado por outra grande indústria do 
segmento automobilístico, a Toyota. Por meio do engenheiro Eiji 
Toyoda e seu especialista em produção, Taiichi Ohno, a partir da 
visita do primeiro à fábrica da Ford em Detroit implementaram 
várias mudanças em seu sistema de produção: 
“Trabalhando na reformulação da linha de produção e premidos 
pelas limitações ambientais, Toyoda e Ohno desenvolveram uma 
série de inovações técnicas que possibilitavam uma dramática 
redução no tempo necessário para alteração dos equipamentos 
de moldagem. Assim, modificações nas características dos 
produtos tornaram-se mais simples e rápidas. Isso levou a uma 
inesperada descoberta: tornou-se mais barato fabricar pequenos 
lotes de peças estampadas, diferentes entre si, que enormes 
lotes homogêneos” (WOOD Jr, 1992 p. 08). 
Mas para chegar aos seus objetivos eles precisavam de 
trabalhadores bem treinados, capacitados e motivados. Nesta 
abordagem do trabalhador multifuncional, o 
Gestor/Administrador/Empreendedor deve ir além de 
simplesmente planejar, iniciar um negócio e colocar o trabalhador 
só para executar, mas precisa tê-lo ao seu lado, não como um 
apêndice da máquina, mas alguém que queira produzir com 
qualidade, que se preocupe com a manutenção preventiva das 
máquinas, que entenda do processo como um todo e quais são 
as consequências de suas ações sobre todo o processo 
produtivo. 
Tudo isso pede, exige um novo gestor, alguém com mais 
preparo, maior capacidade de enxergar no trabalhador, além da 
 
 
mão de obra, uma pessoa, capaz de motivá-lo e integrá-lo aos 
objetivos da organização. Assim temos que: 
“Trabalhando com esta mão-de-obra diferenciada, Ohno realizou 
uma série de implementações nas fábricas. A primeira foi 
agrupar os trabalhadores em torno de um líder e dar-lhes 
responsabilidade sobre uma série de tarefas. Com o tempo, isto 
passou a incluir conservação da área, pequenos reparos e 
inspeção da qualidade. E mais adiante afirma que: Toyoda e 
Ohno levaram mais de 20 anos para implementar completamente 
essas ideias, mas o impacto foi enorme, com consequências 
positivas para a produtividade, qualidade e velocidade de 
resposta às demandas do mercado” (p.08-09) 
O que foi descrito até aqui ainda é possível ver na prática de 
muitas organizações, seja o Taylorismo, Fordismo ou Toyotismo 
ou um mix de cada uma dessas filosofias de organização do 
trabalho. 
Cada modelo, cada prática traz consigo uma concepção de 
homem, de trabalhador, de trabalho, de gestor e cada uma à sua 
moda isolada ou em conjunto sempre objetiva alcançar maior 
produtividade e sempre maior rentabilidade. E as mudanças 
continuam se processando no interior das empresas, sempre 
com vistas a atender aos objetivos capitalistas de rentabilizar o 
capital aplicado naquela organização. 
Abaixo, figura que apresenta as fases do Capitalismo, bem 
como, fatos e datas mais marcantes desses períodos: 
 
Fonte: 
<http://www.tiberiogeo.com.br/AssuntoController/buscaAssunto/138%20acesso%20em%2026/01/15>. Acesso em: 11 jun. 2015. 
*Para ver a imagem em tamanho ideal, acesse a sua aula no 
AVA. 
 
É hora de agir... 
 Leia o artigo “O papel do Administrador na 
sociedade moderna”. 
(www.portalibg.com.br/files/download/28/O_papel_do_Administra
dor_na_sociedade___Artigo_Juarez.pdf) 
O capitalismo contemporâneo 
A forma de organização do capitalismo como vemos na 
atualidade é fruto das mudanças que vem passando desde a 
década de 1960, com o advento de novas tecnologias, em 
especial às ligadas a sistemas informacionais, microeletrônica, 
que não só alteraram a transmissão e velocidade das 
informações entre países, como possibilitaram às empresas 
 
 
obterem maior controle sobre seus processos produtivos, seus 
trabalhadores, seus consumidores. 
Para Costa e Godoy (2008): 
“O atual estágio do capitalismo, que a partir da década de 60, 
adquiriu uma forma globalizada e se serviu da evolução das 
novas tecnologias da informação e da comunicação 
(microeletrônica, computação, telecomunicações, óptica 
eletrônica, radiodifusão, engenharia genética, entre outras; que 
vieram operacionalizar a atividade humana e o comportamento 
social) tanto nos processos produtivos quanto nas relações 
sociais, apontam para o que, de uma maneira geral, chamamos 
de capitalismo contemporâneo.” 
Depois da crise do Fordismo, da produção em massa, outra 
maneira de organizar a produção foi colocada em prática, a 
produção flexível, com maior número de produtos disponíveis 
aos consumidores, chegando a um número maior de 
consumidores espalhados pelo mundo, graças ao 
desenvolvimento dos meios de transporte, das 
telecomunicações, de novos mercados a serem explorados, 
inclusive o Brasil. 
As grandes corporações buscaram outros mercados para seus 
produtos e/ou serviços, mão de obra mais barata para conseguir 
manterem-se rentáveis e com isso mapearam o mundo e se 
deslocaram para outros países e continentes onde seus objetivos 
de crescimento pudessem ser alcançados. 
A China também despontou como um grande mercado produtor, 
com mão de obra muito barata se comparada aos países já 
desenvolvidos e mesmo em relação aos em desenvolvimento. E 
depois de se tornarem produtores para o mundo passaram 
também aumentar o consumo interno. Assim, essa potência 
passou a ser um país produtor de tudo que se possa imaginar, 
de um alfinete a um avião. 
E da mesma forma passou a comprar mais, desde minério de 
ferro para conseguir produzir o que o mundo queria comprar a 
alimentos para saciar seu povo. 
As relações de trabalho também se alteraram, se havia no 
passado maior protecionismo dos trabalhadores, garantindo 
benefícios de alta qualidade e excelente remuneração. A partir 
dessas mudanças as empresas passaram a buscar locais onde 
pudessem produzir mais, explorando melhor a mão de obra e 
com isso reduzindo seus custos para obterem mais lucros. 
Nos anos 2000 já há uma intensa inter-relação entre países, de 
produção, comércio e consumo. Aqueles que já vinham à frente 
ali se mantiveram, e os que ainda estavam em busca de sair do 
estado de subdesenvolvimento passaram a ser as estrelas do 
momento. O Brasil é um desses que obteve crescimento e 
desenvolvimento, controlando inflação, aumentando suas 
exportações, em especial de commodities, aumentou a renda do 
trabalhador, levando uma grande parcela da população a ter 
acesso a produtos e serviços que até então não tinham. 
Se as empresas se modernizaram, se atualizaram 
tecnologicamente, se tornaram mais competitivas isso não 
ocorreu sem a ajuda de seus trabalhadores, os quais passam ou 
deixam de ser meros executores de atividades programadas e 
pensadas por outros para poderem ser considerados como um 
ser importante em todo o processo produtivo. 
O trabalhador passou a não ser mais visto como recurso, mas 
sim como pessoa, e como tal é possuidor de vontades, 
necessidades, desejos e anseios que devem ser considerados 
pelas empresas que querem se despontar no mercado. E essa 
nova configuração na gestão de pessoas alterou o tratamento 
recebido pelo trabalhador de seus gestores e líderes, não mais 
chefes, não mais autoritários, mas mais democráticos e 
participativos, mais preocupados com a realidade dos seus, 
agora, colaboradores e não mais funcionários. 
 
 
Essa realidade exigiu do Administrador uma nova e complexa 
atuação, se antes a ele cabia apenas fazer controles, exigir 
produção, coagir para que seus objetivos fossem alcançados, 
agora neste novo momento tem de ter uma formação mais 
completa e complexa, mais abrangente, deve conseguir 
visualizar a empresa como um todo, todas suas áreas, se 
preocupando em interligar processos e pessoas, e que estas não 
fiquem apenas responsáveis por uma atividade isolada, mas 
também que compreenda que seu papel é maior, que tem que 
cuidar da manutenção dos equipamentos à sua volta, de produzir 
com qualidade e agilidade e exigir isso dos demais. 
Assim, temos a configuração alterada do gestor, que não é mais 
um mero controlador, mas um profissional completo que com 
visão ampliada leva a empresa a alcançar seus objetivos. 
E empreendedor depois dos anos 1990 continuou como antes? 
Claro que não. 
Quando a concorrência é acirrada, quando os consumidores 
deixam de ser passivos e passar a agir para ter seus objetivos 
atendidos pelas empresas, quando há a estabilidade da 
economia, quando se tem a cada dia mais profissionais 
preparados, tudo isso exige um novo perfil de empreendedor e 
intraempreendedor, temas que serão discutidos posteriormente 
na Rota 4. 
 
É hora de refletir 
Recentemente uma emissora de TV da Noruega 
levou 3 Blogueiras da área de moda para 
passarem umas “férias” em um lugar distante, 
desconhecido por todas elas. Esse lugar é um 
outro país, o Camboja, neste país elas foram 
enviadas para trabalharem em fábricas de roupas, e não de 
qualquer roupa, mas roupas que essas mesmas profissionais 
compravam, usavam e escreviam sobre elas. O resultado e o 
desenrolar deste fato pode ser visto no artigo abaixo. 
Leia o artigo “Série envia blogueiros de moda para conhecer 
fábrica têxtil no Camboja”. (http://g1.globo.com/pop-
arte/noticia/2015/01/serie-envia-blogueiros-de-moda-para-
conhecer-fabrica-textil-no-camboja.html) 
Para conhecer um pouco da internacionalização das maiores 
construtoras do Brasil, acesse: 
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-
noticias/2014/11/21/casamento-de-empreiteiras-com-poder-
comecou-com-jk-e-teve-lua-de-mel-na-ditadura.htm 
Leia também sobre a matéria sobre blogueiras norueguesas que 
foram conhecer a realidade das fábricas no Camboja. 
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/serie-envia-blogueiros-
de-moda-para-trabalhar-no-camboja 
Síntese 
Nesta aula discutimos o conceito de Capitalismo, o qual se 
vincula a uma produção em larga escala, diferente do que ocorria 
até o Feudalismo. Suas principais características é a busca pelo 
lucro, o trabalhador vende sua força de trabalho por um salário e 
não é mais o dono dos meios de produção. 
A seguir, apresentamos a primeira fase do Capitalismo, a 
Comercial, onde as empresas e empresários buscam novos 
mercados para seus produtos, pois só assim é que conseguirão 
continuar produzindo em escala e para tanto irão buscar novos 
consumidores e matérias-primas para manter ativa sua 
produção. 
O Capitalismo Industrial está relacionado ao momento em que há 
um grande número de inovações que possibilitaram aumentar a 
produção e reduzir custos. Algumas descobertas como a 
máquina a vapor, o tear, a eletricidade e outros alavancaram a 
produçãocapitalista. 
 
 
A partir do momento em que há uma grande aferição de lucro por 
parte das empresas há também uma junção ou aproximação do 
capital financeiro e o capitalismo, assim há possibilidades de 
expansão dos negócios baseados no financiamento pelo setor 
bancário. 
Mas como nem tudo é só sucesso e prosperidade o sistema 
capitalista de produção conheceu em 1929 uma grave crise que 
comprometeu seus objetivos e o mesmo teve que se reestruturar 
a fim de manter-se vivo e retomar seus projetos expansionistas. 
A partir do desenvolvimento de novas tecnologias, em especial 
as ligadas a área de informática há uma nova expansão da 
atuação deste sistema, espalhando por espaços ainda não 
conquistados, tendo maior controle da produção, qualidade e dos 
trabalhadores. 
Em cada momento, cada fase exigiu do 
administrador/empreendedor comportamentos e ações que 
pudessem contribuir para o desenvolvimento da produção em 
larga escala, bem como, a continuidade do desenvolvimento do 
sistema capitalista. 
Esse desenvolvimento continua em curso e a na atualidade 
novas configurações são arranjadas para manter o Capitalismo 
ainda mais dominante que no passado. 
 
Referências 
HOBSON, J. A. A evolução do capitalismo moderno – um 
estudo da produção mecanizada, Trad. Benedicto de Carvalho. 
São Paulo: Nova Cultura, 1996. 
DOBB, M. A evolução do Capitalismo. São Paulo: Zamar 
Editores, 1963. 
CHIAVENATO, I, Teoria Geral da Administração. 7. ed. 
Atualizada e revisada, São Paulo: Campus, 2003. 
WOOD Jr; T. Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da 
indústria em busca do tempo perdido. In: Revista de 
Administração de Empresas. São Paulo 32(4): 6-18, Set./Out. 
1992.

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