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Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde Nivel II

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Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Guia do profissional em treinamento
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Nível 2
Gerenciamento de 
Resíduos de Serviços de 
Saúde
Guia do profissional em treinamento
Gerenciamento de 
Resíduos de Serviços de 
Saúde
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Nível 2
Promoção Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Realização Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - NUCASE
Instituições integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (líder) | Universidade Federal do Espírito Santo | 
Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia | Fundação Nacional de Saúde do Ministério 
da Saúde | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades
Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor Saneamento-PMSS
Patrocínio FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais
Comitê consultivo da ReCESA
 · Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC 
 · Associação Brasileira de Engenharia Sanitária E Ambiental – ABES 
 · Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH 
 · Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP 
 · Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE 
 · Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE 
 · Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – Concefet 
 · Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA 
 · Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE 
 · Federação Nacional dos Urbanitários – FNU
	 ·	 Fórum	Nacional	de	Comitês	de	Bacias	Hidrográficas	–	Fncbhs	
 · Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 
– Forproex 
 · Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&C
 · Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental – FNSA 
 · Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
 · Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS
 · Programa Nacional de Conservação de Energia – Procel 
 · Rede Brasileira de Capacitação Em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil
Comitê gestor da ReCESA
 · Ministério das Cidades;
 · Ministério da Ciência e Tecnologia;
 · Ministério do Meio Ambiente
 · Ministério da Educação;
 · Ministério da Integração Nacional;
 · Ministério da Saúde;
 · Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico Social (BNDES);
 · Caixa Econômica Federal (CAIXA);
Parceiros do Nucase
 · Cedae/RJ - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
 · Cesan/ES - A Companhia Espírito Santense de Saneamento
 · Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana
 · Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
 · DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo
 · DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas
 · Fundação Rio-Águas
 · Incaper/Es - O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
 · IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
 · PCJ - Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
 · SAAE/Itabira - Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Itabira – MG.
 · SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
 · SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
 · SLU/PBH - Serviço de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte
 · Sudecap/PBH - Superintendência de desenvolvimento da capital da prefeitura de Belo Horizonte
 · UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
 · UFSCar - Universidade Federal de São Carlos
 · UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce
Gerenciamento de 
Resíduos de Serviços de 
Saúde
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Nível 2Guia do profissional em treinamento
Conselho Editorial Temático
Conselho Editorial Temático do Nucase
Liséte Celina Lange – UFMG
Álvaro Luiz Gonçalves Cantanhede – UFRJ
Eglé Novaes Teixeira – Unicamp
Conselho Editorial Temático do Nucasul
Luciana Paulo Gomes – Unisinos
Armando Borges de Castilhos Júnior – UFSC
Cláudia Teixeira Panarotto – UCS
Profissionais que participaram da elaboração deste guia
Professora Doutora Liséte Celina Lange – UFMG | Doutora Noil Amorim de Menezes Cussiol – CDTN/
CNEN | Professora Doutora Vânia Elisabete Schneider – UCS
Consultores Liséte Celina Lange (conteudista) | Noil Amorim de Menezes Cussiol (conteudista) 
Vânia Elisabete Schneider (conteudista) | Wesley Schettino de Lima (conteudista) 
Izabel Chiodi Freitas (validadora)
Créditos
Consultoria pedagógica cátedra da Unesco de Educação a Distância - FaE/UFMG 
Juliane Correa | Sara Shirley Belo Lança
Projeto Gráfico e Diagramação 
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi
Impressão Sigma
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
R232 Resíduos sólidos : gerenciamento de resíduos de serviços de 
	 	 saúde	:	guia	do	profissional	em	treinamento	:	nível	2	/	Ministério	das	
 Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org.). – 
 Brasília : Ministério das Cidades, 2008. 98 p.
 Nota: Realização do NUCASE – Núcleo Sudeste de 
 Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental 
 (Coordenadores temáticos: Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, 
 Léo Heller; Liséte Celina Lange; Paulo Roberto Diniz Junqueira 
 Barbosa e Valer Lúcio de Pádua).
 1. Resíduos sólidos - tratamento. 2. Hospitais – resíduos. 
 3. Serviços de saúde. 5. Gestão de resíduos. 4. Lixo hospitalar. 
 I. Brasil. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento 
 Ambiental. II. Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão 
 Tecnológica em Saneamento Ambiental.
 CDD – 628.4
Catalogação da Fonte : Ricardo Miranda – CRB/6-1598
Apresentação da ReCESA 
A criação do Ministério das Cidades no 
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 
em	2003,	permitiu	que	os	imensos	desafios	
urbanos passassem a ser encarados como polí-
tica de Estado. Nesse contexto, a Secretaria 
Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) 
inaugurou um paradigma que inscreve o sane-
amento como política pública, com dimensão 
urbana e ambiental, promotora de desenvolvi-
mento e da redução das desigualdades sociais. 
Uma concepção de saneamento em que a técnica 
e a tecnologia são colocadas a favor da prestação 
de um serviço público e essencial.
A missão da SNSA ganhou maior relevância e 
efetividade com a agenda do saneamento para 
o quadriênio 2007-2010, haja vista a decisão 
do Governo Federal de destinar, dos recur-
sos reservados ao Programa de Aceleração do 
Crescimento – PAC, 40 bilhões de reais para 
investimentos em saneamento.
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações em 
capacitação como um dos instrumentos estra-
tégicos	para	a	modificação	de	paradigmas,	o	
alcance de melhorias de desempenho e da quali-
dade na prestação dos serviços e a integração 
de políticas setoriais. O projeto de estrutu-
ração da Rede de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental 
– ReCESA constitui importante iniciativa 
nesta direção.
A ReCESA tem o propósito de reunir um conjun-
to de instituições e entidades com o objetivo 
de coordenar o desenvolvimento de propostas 
pedagógicas e de material didático, bem como 
promover ações de intercâmbio e de exten-
são tecnológica que levem em consideração as 
peculiaridades regionais e as diferentes políticas, 
técnicas	e	tecnologias	visando	capacitar	profis-
sionais para a operação, manutenção e gestão 
dos sistemas de saneamento. Para a estruturação 
da ReCESA foram formados Núcleos Regionais e 
um Comitê Gestor, em nível nacional.
Por	fim,	cabe	destacar	que	este	projeto	ReCESAtem	sido	bastante	desafiador	para	todos	nós.	Um	
grupo,	predominantemente	formado	por	profis-
sionais da engenharia, mas, que compreendeu a 
necessidade de agregar outros olhares e sabe-
res, ainda que para isso tenha sido necessário 
“contornar todos os meandros do rio, antes de 
chegar ao seu curso principal”.
Comitê gestor da ReCESA ∙
Os Núcleos Sudeste e Sul de Capacitação 
e Extensão Tecnológica em Saneamento 
Ambiental – Nucase e Nucasul – têm por 
objetivo o desenvolvimento de atividades de 
capacitação	de	profissionais	da	área	de	sane-
amento, em seis estados da Região Sudeste 
e Sul do Brasil.
O Nucase é coordenado pela Universidade Federal 
de Minas Gerais – UFMG, tendo como instituições 
co-executoras a Universidade Federal do Espírito 
Santo – UFES –, a Universidade Federal do Rio 
de Janeiro – UFRJ – e a Universidade Estadual de 
Campinas – Unicamp. 
O Nucasul é coordenado pela Universidade 
Federal de Santa Catarina – UFSC –, tendo como 
instituições co-executoras a Universidade de 
Caxias do Sul – USC –, Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul – UFRGS – e a Universidade 
do Vale do Rio dos Sinos -Unisinos. 
Atendendo aos requisitos de abrangência 
temática e de capilaridade regional, as univer-
sidades que integram o Nucase e Nucasul têm 
como parceiros, em seus estados, prestado-
res de serviços de saneamento e entidades 
específicas	do	setor.
Coordenadores institucionais do Nucase e Nucasul
Nucase e Nucasul Os guias
A coletânea de materiais didáticos produ-
zidos pelo Nucase é composta de 42 guias 
que	serão	utilizados	em	oficinas	de	capacita-
ção	para	profissionais	que	atuam	na	área	do	
saneamento. São seis guias que versam sobre 
o manejo de águas pluviais urbanas, doze 
relacionados aos sistemas de abastecimento 
de água, doze sobre sistemas de esgotamento 
sanitário, nove que contemplam os resíduos 
sólidos urbanos e três terão por objeto temas 
que perpassam todas as dimensões do sane-
amento, denominados temas transversais.
Dentre as diversas metas estabelecidas pelo 
NUCASE, merece destaque a produção dos 
Guias dos profissionais em treinamento, 
que	servirão	de	apoio	às	oficinas	de	capa-
citação de operadores em saneamento que 
possuem grau de escolaridade variando do 
semi-alfabetizado ao terceiro grau. Os guias 
têm uma identidade visual e uma abordagem 
pedagógica que visa estabelecer um diálogo 
e	a	troca	de	conhecimentos	entre	os	profis-
sionais em treinamento e os instrutores. Para 
isso, foram tomados cuidados especiais com 
a forma de abordagem dos conteúdos, tipos 
de linguagem e recursos de interatividade.
Equipe da central de produção de material didático - CPMD
A série de guias relacionada aos resíduos 
sólidos urbanos resultou do trabalho cole-
tivo que envolveu a participação de dezenas 
de	profissionais.	Os	temas	que	compõem	esta	
série	foram	definidos	por	meio	de	uma	consulta	
aos serviços de limpeza urbana dos municípios, 
prefeituras, instituições de ensino e pesquisa 
e	profissionais	da	área,	com	o	objetivo	de	se	
definir	os	temas	que	a	comunidade	técnica	
e	científica	da	região	Sudeste	considera,	no	
momento, os mais relevantes para o desenvol-
vimento do projeto pelo Nucase.
Os temas abordados nesta série dedicada aos 
resíduos sólidos urbanos incluem: Gestão 
integrada de resíduos sólidos urbanos; 
Processamento de resíduos sólidos orgânicos; 
Saúde e segurança do trabalho aplicada ao 
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos; 
Gerenciamento de resíduos da construção 
civil; Gerenciamento dos resíduos de serviços 
de saúde; Projeto, operação e monitoramento 
de aterros sanitários. 
Certamente há muitos outros temas importantes 
a serem abordados, mas considera-se que este 
é um primeiro e importante passo para que se 
tenha material didático, produzido no Brasil, 
destinado	a	profissionais	da	área	de	saneamento	
que raramente têm oportunidade de receber 
treinamento	e	atualização	profissional.
Coordenadores da área temática de resíduos sólidos urbanos
Apresentação da 
área temática: 
Resíduos sólidos urbanos
Sumário
Introdução .................................................................................. 11
Resíduos de Serviços de Saúde – RSS...........................................14
 Conceito de resíduos de serviços 
 de saúde e fontes geradoras ..............................................18
 Impactos negativos do mau gerenciamento 
 dos resíduos de serviços de saúde .....................................25
Gerenciamento de RSS ................................................................33
	 Classificação	dos	RSS .........................................................33
 Etapas do gerenciamento dos grupos 
	 de	classificação	dos	RSS .....................................................41
 Grupo A .............................................................................43
 Grupo B .............................................................................61
 Grupo C .............................................................................71
 Grupo D .............................................................................79
 Grupo E .............................................................................89
Reavaliando os conhecimentos ....................................................93
Referências	bibliográficas ...........................................................93
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 11
Introdução
Caro	Profissional,
Em todos os momentos de nossas vidas, a 
geração de resíduos está presente. Essa cons-
tatação não é diferente para a geração de 
resíduos de serviços de saúde. Já ao nascer-
mos, no momento do parto, geramos tais 
resíduos. À medida que crescemos, toma-
mos uma série de vacinas, passamos por 
atendimentos médicos, hospitalares ou nos 
submetemos a tratamentos dentários, ou 
seja, mais resíduos são gerados em serviços 
de saúde. Se continuarmos por esse cami-
nho,	perceberemos	que,	até	o	final	de	nossas	
vidas, a geração de resíduos é uma constante 
que nos acompanha.
Mas o que são resíduos de serviços de saúde? 
Muitos diriam que são aqueles gerados nos 
hospitais e postos de saúde. Outros iriam além, 
listariam também clínicas odontológicas, clíni-
cas veterinárias, farmácias, entre outros locais. 
Como podemos perceber, as fontes gerado-
ras são muitas e variadas. E, se pensarmos um 
pouco adiante, perceberemos, em função das 
diversificadas	 fontes	 geradoras,	 uma	gama	
enorme e variada de substâncias que constituem 
os resíduos gerados na assistência à saúde, seja 
ela humana ou animal.
E é justamente essa enorme gama de substâncias 
e materiais que, quando mal gerenciados, põem 
em risco a saúde da população e do trabalha-
dor que diretamente manuseia os resíduos, 
provocando, por exemplo, ferimentos devi-
do ao mau acondicionamento de bisturis, 
agulhas, entre outros; o meio ambiente, por 
meio do descarte inadequado de rejeitos 
químicos e radioativos; os recursos hídricos, 
quando certos produtos químicos e materiais 
biológicos são descartados na rede coletora 
de esgoto domiciliar sem prévio tratamento; 
entre vários outros riscos e problemas.
Profissional, diante do exposto, inúmeras 
perguntas devem estar aguçando sua mente, tais 
como: para onde encaminhar adequadamente 
os resíduos de serviços de saúde de maneira a 
não causar impactos negativos à saúde cole-
tiva, ao meio ambiente, aos recursos hídricos? 
Será que eles possuem características diferen-
tes dos demais resíduos gerados por nós? Será 
que os medicamentos ou as fraldas descartá-
veis encontradas nas lixeiras de nossas casas 
são também resíduos de serviços de saúde? É 
melhor incinerá-los ou dispô-los em aterros 
sanitários? Qual fração deve ser tratada dentro 
dos estabelecimentos de saúde? Esses e outros 
questionamentosserão discutidos e trabalhados 
ao longo desse guia o qual foi dividido em dois 
conceitos-chave: 
- Resíduos de serviços de saúde – RSS;
- Gerenciamento de RSS.
Esperamos, com essa divisão, facilitar 
nossas atividades e estudos. Porém, antes 
de prosseguirmos, gostaríamos que você, 
coletivamente, realizasse a seguinte ativi-
dade proposta.
12 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Atividade
A seguir é apresentada uma planta de um hospital e algumas infor-
mações sobre o gerenciamento de resíduos sólidos no município 
onde ele se localiza. 
Primeiro Andar
Fon
te: C
U
S
S
IO
L, 2
0
0
8
Esse hospital está localizado em um município com as seguintes 
características:
População: 30.000 habitantes.
Distância da capital: 150 km.
Responsável pelos serviços de limpeza urbana: Secretaria 
Municipal de Obras.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 13
Diagnóstico do sistema de limpeza urbana:
Inexistência de aterro sanitário: todo o resíduo coletado é lançado, a ∙
céu aberto, no lixão, situado na localidade vizinha, a 4 km da cidade.
Inexistência de caminhão coletor de qualquer tipo. ∙
Coleta domiciliar onerosa. ∙
Presença de crianças no lixão, separando materiais comerciáveis, ∙
para depois serem vendidos no município.
Não-cobrança da taxa de limpeza pública. ∙
Baixa capacidade gerencial do setor de limpeza urbana. ∙
Inexistência de curso de capacitação de garis. ∙
Frágil organização da população no tocante às questões relativas ∙
à limpeza urbana.
Dados complementares:
O hospital apresenta 60 leitos. ∙
Todo	efluente	gerado	é	lançado	na	rede	de	esgoto	domiciliar. ∙
Possui uma autoclave em estado precário. ∙
Alto índice de acidentes com perfurocortantes entre os ∙
funcionários da limpeza.
Alto índice de embalagens descartadas no lixão. ∙
Grande quantidade de remédios vencidos na ∙
farmácia do hospital.
Há um incinerador somente na capital. ∙
Não possui coleta seletiva. ∙
Quais tipos de resíduos são gerados no hospital como base nas 
plantas	ap	resentadas?	Após	identificar	os	resíduos,	proponha	um	
gerenciamento interno e externo para eles.
Como	foi	o	exercício?	Houve	dificuldades?	Guarde	suas	respostas,	pois,	ao	final	desse	guia,	retor-
naremos	a	essa	primeira	atividade	e	discutiremos	as	dificuldades	encontradas	por	você.
14 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Resíduos de Serviços de Saúde - 
RSS- Contextualizar os 
aspectos 
legais referentes 
ao gerenciamento 
de RSS.
- Apresentar um 
conceito de resíduos 
de serviços de 
saúde – RSS.
- Identificar as 
fontes geradoras 
dos RSS e 
quantidades gera-
das de RSS.
- Trabalhar e 
discutir os impactos 
negativos causados 
pelos RSS na 
sociedade, na 
saúde do trabalhador 
e coletiva, no meio 
ambiente e na bacia 
hidrográfica.
OBJETIVOS:
No	final	do	século	XX	e	início	do	século	XXI,	as	sociedades	modernas	vêm	
discutindo e enfrentando várias questões ambientais, como o aqueci-
mento global, esgotamento dos recursos não-renováveis, poluição dos 
recursos hídricos, etc. Dentre os vários problemas, um deles se destaca 
por sua magnitude: os resíduos sólidos. 
Mais comumente chamado de lixo, os resíduos sólidos roubaram a cena 
nesse começo de século, pois seus impactos negativos ultrapassam as 
questões ambientais e atingem as mais diversas áreas. Quando os resíduos 
sólidos são mal gerenciados, eles prejudicam todos os outros compo-
nentes do saneamento básico (esgotamento sanitário, abastecimento de 
água e drenagem de águas pluviais urbanas). Por falar em saneamento 
básico, vamos ler o texto “Saneamento e suas dimensões” e esclarecer 
nossas dúvidas a respeito do referido termo.
Saneamento e suas dimensões
Saneamento básico: conjunto formado pelos 
sistemas de abastecimento de água, sistema 
de esgotamento sanitário, gerenciamento de 
resíduos sólidos, drenagem de água de chu-
vas – drenagem pluvial.
Sistema de abastecimento de água: sistema 
que tem por objetivo captar, transportar, tratar 
e distribuir a água que será utilizada em casas, 
no comércio e na indústria, para os mais di-
versos fins, tais como cozinhar, tomar banho, 
beber, entre outros.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 15
Sistema de esgotamento sanitário: sistema 
que tem por objetivo afastar, coletar, transpor-
tar, tratar e dispor sanitariamente o esgoto ge-
rado em casas, no comércio e nas indústrias.
Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto 
de ações técnico-operacionais que objetivam re-
duzir na fonte, acondicionar, coletar e transportar, 
tratar e dispor corretamente o resíduo gerado.
Sistema de drenagem pluvial: sistema cujo 
objetivo é captar e transportar as águas de 
chuva a um destino correto, minimizando pro-
blemas como inundações. Por exemplo, a mi-
crodrenagem se constitui de meio-fio, sarjeta, 
bocas-de-lobo, tubulações de ligação, galerias 
e poços de visita.
Acesse	o	software	“Bacia	Hidrográfica	Virtual”	e	assista	a	uma	animação	sobre	saneamento	
básico e suas dimensões.
Os resíduos sólidos podem provocar impactos negativos ainda no que tange à saúde do 
trabalhador e à coletiva. Mesmo não sendo os resíduos sólidos diretamente transmissores 
de doenças, eles fornecem abrigo e alimento a vários vetores causadores de moléstias aos 
seres humanos, tais como dengue, amebíase, elefantíase, febre tifóide. Já as atribulações 
sociais	ocasionadas	pelos	resíduos	sólidos	ficam	bem-representadas	na	figura	degradante	
das crianças e catadores em lixões.
Dentro do contexto apresentado até o momento e dentre os vários tipos de resíduos sólidos 
gerados no meio urbano, um ganhou destaque nas últimas duas décadas: os Resíduos de Serviços 
de Saúde (RSS). A preocupação com esse tipo de resíduo, porém, remonta a séculos passados. O 
primeiro incinerador para os RSS foi instalado em um hospital de Nova York, em 1891, e projetos 
para o aproveitamento destes como fonte de energia, via incineração, datam de 1937.
Contudo, quando resíduos de serviços de saúde foram encontrados boiando em algumas praias 
da	Flórida,	durante	o	verão	de	1987	e	1988	(auge	da	AIDS	–	Síndrome	da	Imuno-Deficiência	
Adquirida),	diversos	aparatos	legais	passaram	a	ser	publicados,	a	fim	de	promoverem	a	
segurança e proteção da saúde da população e do meio ambiente com relação aos resí-
duos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde dispostos de forma 
inadequada.
Seguindo as tendências internacionais, no Brasil, os resíduos de serviços de saúde ganharam 
destaque legal no início da década de 90, quando foi aprovada a Resolução Conama (Conselho 
Nacional de Meio Ambiente) n° 006/91 que desobrigou a incineração ou qualquer outro 
tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde e 
16 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
de terminais de transporte, e deu competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para 
estabelecerem normas e procedimentos ao licenciamento ambiental do sistema de coleta, 
transporte,	acondicionamento	e	disposição	final	dos	resíduos,	nos	estados	e	municípios	que	
optaram pela não-incineração. 
A	fim	de	definir	normas	mínimas	para	o	tratamento	de	resíduos	sólidos	oriundos	de	servi-
ços de saúde, portos e aeroportos e estender tais exigências aos terminais ferroviários e 
rodoviários, o Conama publicou a Resolução n° 5/1993.
Depois,	o	mesmo	órgão	publicou	a	Resolução	Conama	n°	283/01	que	dispõe	especificamente	
sobre	o	tratamento	e	destinação	final	dos	resíduos	de	serviços	de	saúde,	não	englobando	
mais	os	resíduos	de	terminais	de	transporte;	modifica	o	termo	Plano	de	Gerenciamento	de	
Resíduos da Saúde para Plano de Gerenciamento dos Resíduosde Serviços de Saúde (PGRSS); 
impõe responsabilidade aos estabelecimentos de saúde em operação e àqueles a serem 
implantados,	para	implementarem	o	PGRSS;	define	os	procedimentos	gerais	para	o	manejo	
dos resíduos a serem adotados na ocasião da elaboração do plano, o que, desde então, não 
havia sido contemplado em nenhuma resolução ou norma federal.
Risco à Saúde: é a probabilidade 
da ocorrência de efeitos adversos 
à saúde relacionados com a ex-
posição humana a agentes físicos, 
químicos ou biológicos, em que 
um indivíduo exposto a um deter-
minado agente apresente doença, 
agravo ou até mesmo morte, den-
tro de um período determinado de 
tempo ou idade.
Nessa perspectiva, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária 
(Anvisa), cumprindo sua missão de “proteger e promover a 
saúde da população, garantindo a segurança sanitária de 
produtos e serviços, e participando da construção de seu 
acesso”, dentro da competência legal que lhe é atribuída 
pela Lei no 9782/99, chamou para si essa responsabilidade e 
passou a promover um grande debate público para orientar 
a	publicação	de	uma	norma	específica.	Assim,	em	2003,	foi	
promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC Anvisa 
n° 33/03, que dispõe sobre o regulamento técnico para o 
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. A resolução 
passou a considerar os riscos aos trabalhadores, à saúde e 
ao meio ambiente. A adoção dessa metodologia de análise 
de risco da manipulação dos resíduos gerou divergência 
com as orientações estabelecidas pela Resolução Conama 
n° 283/01.
Risco para o Meio Ambiente: 
é a probabilidade da ocorrência de 
efeitos adversos ao meio ambiente, 
decorrentes da ação de agentes 
físicos, químicos ou biológicos, cau-
sadores de condições ambientais 
potencialmente perigosas que favo-
reçam a persistência, disseminação 
e modificação desses agentes 
no ambiente.
Fonte: Série ANVISA – Tecnologia em Serviços de Saúde – Volume 1
Essa situação levou os dois órgãos a buscarem a harmo-
nização das regulamentações. O entendimento foi 
alcançado com a revogação da Resolução Conama n° 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 17
283/01, das disposições que tratam dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde na 
Resolução Conama n° 5/93, da RDC Anvisa n° 33/03, e a publicação da RDC Anvisa n° 306/04 e da 
Resolução Conama n° 358, em maio de 2005.
A RDC Anvisa n° 306/04 e a Resolução Conama n° 358/05 versam sobre o gerenciamento dos RSS 
em	todas	as	suas	etapas;	definem	a	conduta	dos	diferentes	agentes	da	cadeia	de	responsabili-
dades	pelos	RSS;	refletem,	portanto,	um	processo	de	mudança	de	paradigma	(modelo)	no	trato	
dos RSS, fundamentada na análise dos riscos envolvidos, em que a prevenção passa a ser eixo 
principal e o tratamento é visto como uma alternativa para dar destinação adequada aos resíduos 
com potencial de contaminação. Com isso, essas resoluções exigem que os resíduos recebam 
manejo	específico,	desde	a	sua	geração	até	a	disposição	final,	definindo	competências	e	respon-
sabilidades para tais procedimentos.
A RDC Anvisa n° 306/04 concentra sua regulação no controle dos processos de segregação, 
acondicionamento,	armazenamento,	transporte,	tratamento	e	disposição	final.	Estabelece	
procedimentos operacionais em função dos riscos envolvidos e concentra seu controle na 
inspeção dos serviços de saúde.
Por outro lado, a Resolução Conama n° 358/05 trata do gerenciamento sob o prisma da 
preservação	dos	recursos	naturais	e	do	meio	ambiente	e	define	a	competência	aos	órgãos	
ambientais estaduais e municipais para estabelecerem critérios para o licenciamento 
ambiental	dos	sistemas	de	tratamento	e	destinação	final	dos	RSS.
Bom,	Profissional,	nós	vimos	então	um	breve	histórico	o	qual	contextualiza	a	situação	
dos resíduos de serviços de saúde no mundo e no Brasil. Agora, coletivamente discuta as 
perguntas propostas na atividade a seguir.
Atividade
Por que os resíduos de serviços de saúde passaram a ser tão preo-
cupantes? Enumere algumas razões que levaram diversos países, 
inclusive o Brasil, a estabelecerem leis, normas e regulamentos para 
esse tipo de resíduo.
18 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Do ponto de vista das políticas públicas referentes aos resíduos de 
serviços de saúde, você considera a harmonização das regulamen-
tações	feitas	pela	Anvisa	e	Conama	satisfatória	e	suficiente?	Essa	
harmonização é de fato exercida na prática em seu município? Existe 
uma cooperação entre os agentes da saúde e do meio ambiente? 
Você proporia mudanças nas atuais Anvisa n° 306/04 e Conama n° 
358/05 com o objetivo de melhorar o gerenciamento dos resíduos 
de serviços de saúde? Quais seriam as mudanças e por quê?
Conceito de resíduos de serviços de saúde e fontes 
geradoras
Até o momento, foi apresentado um breve histórico que contextualiza o surgimento de leis e 
normas referentes aos RSS, mas ainda não foi apresentado um conceito para esses resíduos 
e	nem	definidas	as	fontes	geradoras	deles.	
Na RDC Anvisa n° 306/04, Resíduos de Serviços de Saúde ou RSS são os resíduos resultantes 
de atividades exercidas por estabelecimento gerador que, por suas características, neces-
sitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua 
disposição	final.
As	fontes	geradoras,	por	sua	vez,	são	definidas	pela	RDC	Anvisa	n°	306/04	e	pela	Resolução	
Conama n° 358/05 como sendo
serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços ∙
de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; 
laboratórios analíticos de produtos para a saúde; ∙
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; ∙
serviços de medicina legal; ∙
drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; ∙
estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde; ∙
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 19
centro de controle de zoonoses; ∙
distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de ∙
materiais e controles para diagnóstico in vitro;
unidades móveis de atendimento à saúde; ∙
serviços de acupuntura; ∙
serviços de tatuagem, entre outros similares. ∙
Entre todas essas fontes geradoras, as mais conhecidas e também as maiores geradoras 
são os hospitais onde são oferecidos serviços diversos e, por isso também, onde encontra-
mos	a	maior	heterogeneidade.	Se	você	pensar	bem,	Profissional,	o	hospital	assemelha-se	a	
um hotel com alguns serviços especiais. Sendo assim, algumas atividades assemelham-se 
àquelas realizadas nas residências, e os resíduos gerados também. 
Logo, a maior parte dos resíduos gerados nos estabelecimentos de assistência à saúde (em 
particular os hospitais), são resíduos comuns, orgânicos ou potencialmente recicláveis (entre 
75	%	a	90	%),	especificamente	quando	considerados	setores	como	almoxarifados,	cozinhas	ou	
Serviço de Nutrição e Dietética – SND –, lanchonetes e farmácias que recebem mercadorias 
e descartam grandes quantidades de embalagens, ou diretamente na geração de frascos de 
soro,	por	exemplo,	que	têm	um	alto	valor	no	mercado	da	reciclagem.	No	gráfico	a	seguir,	
são mostrados a quantidade e tipos de materiais gerados em alguns estabelecimentos de 
serviços de saúde dos municípios de São Carlos e São Paulo; e, no conceito-chave 2, nós 
discutiremos algumas ações que objetivam a minimização desses resíduos.
Composição Gravimétrica dos Resíduos de Serviços de Saúde – São Carlos/SP
Fon
te: A
N
D
R
A
D
E, J. B
. L., 1
9
9
9
. p.1
6
7
1
 apud C
U
S
S
IO
L, 2
0
0
5
.
Papel
31%
Vidro
15%
Plástico Filme
14%
Plástico Duro
10%
Tecido
9%
Outros
8%
Metal
5%
Papelão
5%
Matéria Orgânica
2%
Madeira
1%
Vidro 15%
Papel 31%
Madeira1%
Matéria Orgânica 2%
Papelão 5%
Metal 5%Outros 8%
Tecido 9%
Plástico Duro 10%
Plástico Filme 14%
20 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Dessa maneira, a fração de resíduos de serviços de saúde que necessitam de cuidados 
especiais	está	entre	10	a	25	%	do	total	gerado	de	resíduos,	como	apresentado	no	gráfico	e	
na tabela. Mas como estimar a quantidade gerada de resíduos?
A quantidade de RSS gerados depende do tipo de estabelecimento, dos hábitos e procedi-
mentos médico-hospitalares adotados, da época em que são feitas as medições, do tipo de 
alimentação utilizado no hospital, entre outras variáveis. Assim sendo, quando for necessário 
quantificar	os	RSS	gerados	em	um	estabelecimento,	para	qualquer	fim	a	que	se	destine	essa	
quantificação,	o	correto	é	proceder	a	uma	pesagem	por	7	dias	consecutivos,	com	o	objetivo	
de se obter uma média representativa. Para avaliar a geração por paciente, normalmente, 
adota-se uma relação entre a quantidade média gerada por dia com o número de leitos 
ocupados, com a qual se forma um parâmetro comparativo.
Essa relação pode ser aplicada a outros estabelecimentos de serviços de saúde como 
farmácias, ambulatórios, postos de saúde, consultórios, clínicas, etc. Nesse caso, divide-se 
a quantidade de RSS gerada e pesada no dia pelo número de pacientes atendidos.
Na tabela a seguir, são mostradas as quantidades geradas de resíduos sépticos e não-sépticos 
pelo	número	de	leitos	de	um	hospital,	de	acordo	com	a	classificação	da	Resolução	Conama	
5/93 vigente na época em que o trabalho foi desenvolvido.
Taxa de geração de RSS em três hospitais, na cidade de 
Campo Grande, Mato Grosso
Tipo do hospital Quantidade (kg/dia)
RSS total Resíduo séptico Resíduo não séptico 
Menos de 50 leitos 150 38 112
Entre 50 e 100 leitos 220 65 155
Mais de 100 leitos 255 82 173
Fonte: SANTOS et al., 1999 apud CUSSIOL, 2005.
Séptico: que contém germes patogênicos, ou seja, microrganismos 
causadores de doenças.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 21
Na vigência da atual RDC Anvisa n° 306/04 e Conama n° 358/05, as tabelas a seguir apre-
sentam a geração média diária de estabelecimentos de atendimento à saúde do município 
de Caxias do Sul-RS
Média de resíduos por categoria, no hospital SUS, 
no período de 24 meses
Resíduo Geração média 
Diária (kg)
Índice de geração 
kg/leito/dia
Volume 
médio diário 
(litros)
Índice de 
geração 
litros/leito/dia
Taxa de 
geração 
(%)
Comum
Reciclável
Infectante
Especial
297,36
96,87
142,78
23,26
1,36
0,44
0,65
0,11
3.469,73
3.561,33
986,04
144,27
15,75
16,16
4,48
0,65
52,5
17,4
25,9
4,2
Total 560,27 2,56 8 161,36 37,04 100,00
Número de leitos: 267; Ocupação média no período: 249 leitos; Taxa de ocupação = 93,26 
Fonte: SCHNEIDER, 2005
Média de resíduos por categoria, no hospital conveniado, 
no período de 24 meses.
Resíduo Geração média 
Diária (kg)
Índice de geração 
kg/leito/dia
Volume 
médio diário 
(litros)
Índice de 
geração 
litros/leito/dia
Taxa de 
geração 
(%)
Comum
Reciclável
Infectante
Especial
306,21
100,23
94,47
16,39
2,76
0,90
0,85
0,15
3.573,07
3.684,92
652,41
101,63
32,24
33,25
5,89
0,92
59,19
19,38
18,26
3,17
Total 517,30 4,67 8 012,03 72,29 100,00
Número de leitos: 144; ocupação média no período: 109,8; taxa de ocupação: 76,25%
Fonte: SCHNEIDER, 2005
22 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 222
Outra fonte geradora de resíduos similares aos de serviços de saúde, que muitas vezes 
passa despercebida por nós, são os domicílios. Esses resíduos gerados nos domicílios são 
provenientes dos serviços de assistência domiciliar ou da geração cotidiana de uma casa 
(papel higiênico, fralda descartável, absorvente feminino, camisinhas, lâminas de barbear, 
remédios vencidos, etc). O texto “Assistência Domiciliar” contextualiza, no Brasil e no mundo, 
esse tipo de serviço e fornece um conceito para ele.
O modelo “Home Care” (ou Assistência Domi-
ciliar) de atendimento à saúde surgiu em Ge-
nebra – Suíça, em 1920, por iniciativa da Cruz 
Vermelha. Nos Estados Unidos, teve seu início 
no final da década de 70, com a finalidade de 
atender a doentes crônicos. 
 No início dos anos 80, o surgimento da epide-
mia de Síndrome da Imunodeficiência Adquiri-
da (aids) e a falta de leitos hospitalares contri-
buíram para o desenvolvimento do modelo de 
cuidado alternativo para os enfermos. Desde 
então, tem havido um grande crescimento no 
setor. De acordo com dados da Associação 
Nacional de Assistência Domiciliar nos Estados 
Unidos, mais de 20 mil empresas prestadoras 
de serviços de Assistência Domiciliar estão ca-
dastradas no país. 
Outros países, como Canadá, Inglaterra, Fran-
ça, Israel e África do Sul têm programas de As-
sistência Domiciliar, em várias esferas de situa-
ções clínicas e doenças crônicas, que atendem 
a pacientes idosos, com doenças terminais, 
como aids, doenças pulmonares, entre outras.
No Brasil, os serviços de Assistência Domiciliar 
tiveram início há duas décadas, em hospitais 
públicos, sendo que a internação domiciliar teve 
seu início marcado pelo Serviço de Assistência 
Domiciliar (SAD) do Hospital Servidor Público 
Estadual de São Paulo (HSPE-SP), em 1968; e, 
desde então, o país oferece atendimento domi-
ciliar com o intuito de prevenir hospitalização ou 
reduzir a permanência hospitalar, ampliando a 
oferta de leitos disponíveis. 
Já os serviços de empresas privadas foram 
criados somente na década de 90. Atual-
mente, são 20 mil profissionais da saúde que 
trabalham na área, atendendo cerca de 5 mil 
pacientes. No Brasil, já existem cerca de 250 
empresas cadastradas investindo nos progra-
mas de Assistência Domiciliar, movimentando 
cerca de R$ 240 milhões por ano.
As enfermidades mais tratadas em Assistência 
Domiciliar são as advindas do progressivo en-
velhecimento da população, as ditas “crônicas”, 
como câncer, seqüelados de acidente vascular 
cerebral (AVC), doentes de Alzheimer e escleroses 
(arteriais, cerebrais, musculares e múltiplas). Pres-
ta, também, atendimento a pacientes terminais, 
aos que precisam de suporte ventilatório, como 
enfisematosos, asmáticos e pacientes com aids 
que não querem ser expostos publicamente.
Assistência Domiciliar
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 23
Segundo	a	Anvisa,	os	seguintes	termos	são	assim	definidos:	
Assistência Domiciliar: termo genérico que representa várias modalidades de atenção 
à saúde desenvolvidas no domicílio, entre elas o atendimento e a internação domiciliar.
Atendimento Domiciliar: caracteriza-se pelo conjunto de atividades de caráter 
ambulatorial, programadas e continuadas por meio de ações preventivas e/ou as-
sistenciais com participação da equipe multiprofissional.
Internação Domiciliar: o conjunto de atividades caracterizadas pela atenção em 
tempo integral para pacientes com quadros clínicos mais complexos e com neces-
sidade de tecnologia especializada de recursos humanos, equipamentos, materiais, 
medicamentos, atendimento de urgência/emergência e transporte. 
Edna Gasques Loureiro
Fonte: Disponível em: <http://www.portaldoenvelhecimento.net/pforum/ad.htm>
Nos	gráficos	a	seguir,	é	mostrada	a	quantidade	de	resíduos	potencialmente	infectantes	gerados	
nos domicílios (distritos de coleta da Regional Sul) de Belo Horizonte – Minas Gerais –, quais são 
esses materiais e suas porcentagens.
Preservativo
0,02%
Absorvente Higiênico
4,02%
Curativo
0,16%
Papel Higiênico e Lenço de 
Papel54,78%
Fralda Descartável
40,30%
Luvas Descartáveis
0,18%
Frasco vazio de Soro
0,28%
Saco Branco Leitoso 
Infectante
0,26%
Aparelho de Barbear
48%
Lâminas
3%
Ampolas
37%
Seringas
12%
Fonte: CUSSIOL, 2005 Fonte: CUSSIOL, 2005
Bom,	Profissional,	confirmamos,	pelo	texto	e	gráficos	anteriores,	que	há	uma	geração	de	
resíduos semelhantes aos de serviços de saúde em nossas casas. Responda individualmente 
às perguntas apresentadas a seguir e discuta-as na atividade proposta.
Seringas 12% Lâminas 3%
Aparelho de 
barbear 45%
Ampolas 37%
Luvas Descartávies 
0,18%
Papel Higiênico e Lenço 
de Papel 54,78%
Saco Branco Leitoso 
Infectante 0,26%
Saco vazio de Soro 
0,28% Absorvente Hisiênico 
4,02%
Fralda Descartável 
40,30%
Preservativo 0,02%
Curativo 0,16%
24 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Atividade
Há necessidade de se gerenciarem os resíduos gerados nos domicílios 
como se gerenciam os resíduos de outras fontes geradoras especiais 
– por exemplo, de um hospital ou pronto socorro? Por quê? Existe 
algum tipo de gerenciamento para esses resíduos em seu município? 
Quais os benefícios de se gerenciarem esses resíduos para a socie-
dade,	para	a	saúde	coletiva	e	para	a	bacia	hidrográfica?
Bacia hidrográfica: 
é uma área natural 
cujos limites são de-
finidos pelos pontos 
mais altos do relevo 
(divisores de água ou 
espigões dos mon-
tes ou montanhas) 
e dentro da qual a 
água da chuva é 
drenada superficial-
mente por um curso 
de água principal até 
sua saída da bacia, 
no local mais baixo 
do relevo, ou seja, 
na foz do curso de 
água. 
Supondo-se que há necessidade de gerenciar também os resíduos 
gerados nos domicílios, elabore um modelo de gerenciamento para 
esses resíduos.
Como foi a atividade anterior, Profissional? O modelo criado 
por você e seus colegas seria viável de ser implantando em 
seu município? Ele minimizaria os impactos causados pelo mau 
gerenciamento dos resíduos dos domicílios na saúde coletiva, na 
sociedade e na bacia hidrográfica? Por falar em impactos negati-
vos causados pelos RSS, qual(is) você listaria? Em caso de vários, 
faça uma lista deles e discuta-os com seus colegas.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 25
Impactos negativos do mau gerenciamento dos resíduos de 
serviços de saúde
Você listou anteriormente algum(ns) impacto(s) causado(s) pelos RSS. Vamos discuti-lo(s) mais 
detidamente a partir de agora. Apresentamos alguns dos problemas na introdução desse guia, 
tais como possibilidade de poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de produtos químicos 
na rede coletora de esgoto doméstico, acidentes e potencial contaminação dos trabalhadores 
que diretamente lidam com os resíduos de serviços de saúde e urbanos, agravos à saúde da 
população pela contaminação química e por rejeitos radioativos, entre outros. 
Como primeiro exemplo dos impactos negativos causados pelo mau gerenciamento de resídu-
os de serviços de saúde e rejeitos radioativos, vamos ler o texto “O acidente em Goiânia”.
O acidente de Goiânia envolveu uma contamina-
ção radioativa, isto é, existência de material radioa-
tivo em lugares onde não deveria estar presente.
Uma fonte radioativa de césio-137 era usada 
em uma clínica da cidade de Goiânia, para tra-
tamento de câncer. Nesse tipo de fonte, o cé-
sio-137 fica encapsulado, na forma de um sal, 
semelhante ao sal de cozinha, e guardado em 
um recipiente de chumbo, usado como uma 
blindagem contra as radiações.
Após vários anos de uso, a fonte foi desa-
tivada, isto é, não foi mais utilizada, embo-
ra sua atividade radioativa ainda fosse muito 
elevada, não sendo permitida a abertura do 
invólucro e o manuseio da fonte sem cuida-
dos especiais.
A clínica foi transferida para novas instalações, 
mas o material radioativo não foi retirado, con-
trariando a Norma da Comissão Nacional de 
Energia Nuclear – CNEN. 
Assim, duas pessoas retiraram sem autoriza-
ção o equipamento do local abandonado, que 
servia de abrigo e dormitório para mendigos.
A blindagem foi destroçada, deixando à mostra 
um pó azul brilhante, muito bonito, principal-
mente no escuro, sendo esse pozinho, pos-
teriormente, , distribuído para várias pessoas, 
inclusive crianças.
Com isso, o material radioativo foi sendo espa-
lhando pela vizinhança e várias pessoas foram 
contaminadas. A CNEN foi chamada a intervir 
e iniciou um processo de descontaminação de 
ruas, casas, utensílios e pessoas.
O acidente radioativo de Goiânia resultou na 
morte de quatro pessoas, entre 249 contami-
nadas. As demais vítimas foram descontamina-
das e continuaram em observação, não tendo 
sido registrados, até o momento, efeitos tardios 
provenientes do acidente.
O acidente em Goiânia
Eliezer de Moura Cardoso e colaboradores
Fonte: Adaptado de: Apostila educativa Radioatividade, CNEN. Disponível em: <http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/radio.pdf> Acesso em: ago. 2008 
26 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Você sabia?
Qualquer instalação que utilize fontes radioativas, na indústria, centros de pesquisa, 
medicina	nuclear	ou	radioterapia,	deve	ter	pessoas	qualificadas	em	Radioproteção,	para	
que o manuseio seja realizado de forma adequada. Locais destinados ao armazenamento 
provisório de fontes ou rejeitos devem conter tais fontes ou rejeitos com segurança, 
nos aspectos físico e radiológico, até que possam ser removidos para outro local, com 
aprovação da CNEN.
Toda	firma	que	usa	material	radioativo,	ao	encerrar	suas	atividades	em	um	local,	deve	
solicitar o cancelamento da autorização para funcionamento (operação), informando o 
destino a ser dado a esse material. A simples comunicação do encerramento das ativi-
dades não exime a empresa da responsabilidade e dos cuidados correspondentes, até 
a conclusão do processo na CNEN.
Caro	Profissional,	frente	ao	que	foi	exposto	no	texto	lido	anteriormente,	seria	válido	continuar-
mos a utilizar recursos que, de alguma forma, possam causar contaminação radioativa? Discuta 
a pergunta com os demais colegas na perspectiva das gerações presentes e futuras.
Dando continuidade aos impactos, o trabalhador que lida direta e diariamente com os resí-
duos de serviços de saúde e os gerados nas nossas casas é submetido ao risco biológico, 
devido à possível presença de microrganismos como bactérias, vírus e fungos.
No quadro a seguir, são apresentadas algumas doenças infecciosas, assim como o seu modo 
de transmissão:
Doença Infecciosa Modo de transmissão
Hepatite B, Hepatite C e AIDS 
(imunodeficiência humana 
pelo HIV)
Praticar sexo sem proteção, compartilhamento de 
drogas injetáveis, transfusões de sangue e acidentes 
profissionais	com	perfurocortantes	contendo	sangue	
ou secreção de pessoa contaminada.
Tuberculose Via aérea, a partir de espirro, tosse e aerossóis (a 
contaminação pode ocorrer durante a trituração de 
resíduo contaminado, por exemplo).
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 27
O texto “Prefeitura terá de indenizar gari que pegou HIV em Santa Catarina” é um bom exemplo 
dos impactos negativos do mau gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
Prefeitura terá de indenizar gari que pegou HIV 
em Santa Catarina
A prefeitura de Brusque - SC, foi condenada 
ao pagamento de indenização ao gari L.C.M, 
33 anos, contaminado com o vírus HIV quando 
recolhia lixo hospitalar do Hospital e Maternida-
de Cônsul Carlos Renaux. Ao pegar um saco 
de lixo, o gari teve o dedo espetado por uma 
seringa com restos de sangue. O ferimento foi 
profundo, e o trabalhador foi levado ao hospital 
para que a agulha fosse retirada, pois estava 
presa debaixoda unha. O fato aconteceu em 
1995. Mesmo com o dedo machucado e mos-
trando sinais de infecção, L. C. M. continuou 
coletando lixo. Um ano depois, o gari mostrava 
os primeiros sintomas de Aids.
Condenada ao pagamento de uma indenização 
cujo valor atualizado chega a R$ 140 mil, a pre-
feitura recorreu, alegando que a contaminação 
não se teria dado durante o trabalho. O recurso 
foi julgado improcedente pelo Superior Tribunal 
de Justiça (STJ), em Brasília. Em estado termi-
nal, L. C. M. comemorou o resultado, alertan-
do as autoridades e seus próprios colegas de 
profissão sobre os riscos da manipulação de 
lixo hospitalar. Segundo a advogada de L. C. 
M., Albanesa Tonet, é o primeiro caso no Brasil 
em que uma prefeitura é responsabilizada por 
um caso de contaminação em coleta de lixo. O 
gari trabalhava sem nenhum equipamento de 
proteção individual, nem sequer luvas.
Fonte: Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,AA1454412-5598,00.html Acesso em: jun 2008
Você sabia?
Para que se desenvolva uma doença infecciosa, é necessária a inter-relação concomi-
tante entre os seguintes fatores: a) presença do agente (vírus, bactérias, etc); b) dose 
de infectividade (capaz de infectar, contaminar); c) resistência do hospedeiro; d) porta 
de entrada; e) via de transmissão.
Fonte: Adaptado da Série Anvisa – Tecnologia em Serviços de Saúde – Volume 1
28 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Para que outros casos, como o descrito no texto, sejam evitados, os trabalhadores que lidam 
com os resíduos de serviços de saúde devem estar usando adequadamente os equipamentos 
de proteção individual (EPIs) durante a execução do trabalho. A seguir, são apresentados 
alguns dos EPIs utilizados pelos garis que coletam o RSS. 
Acesse	o	software	“Bacia	Hidrográfica	Virtual”	e	veja	quais	outros	equipamentos	são	utili-
zados nos serviços de limpeza urbana.
Contudo, não somente os garis estão em risco de contrair uma doença relacionada aos resíduos 
de serviços de saúde e urbanos, mas também a própria população pode vir a se contaminar com 
esse tipo de resíduo, se ele for disposto de forma inadequada. Na tabela a seguir, é mostrado o 
tempo de sobrevivência de algumas bactérias e vírus presentes nos resíduos sólidos.
Organismo Doença Tempo de sobrevivência (dias)
Salmonella typhi Febre tifóide 29 - 70
Entamoeba histolytica Amebíase 8 -12
Ascaris lumbricoides Ascaridíase ou ascaríase 2.000 – 2.500
Leptospira interrogans Leptospirose 15 - 43
Poliovírus Poliomielite 20 -170
Mycobacterium tuberculosis 
(ou bacilo de Koch)
Tuberculose 150 - 180
Larvas de vermes Condição insalubre 25 - 40
Fonte: SUBERKROPP, K. F. ; KLUG, M. J., 1974, apud LIMA L. M. Q., 1991.
O problema de potenciais contaminações torna-se mais grave uma vez que a maioria dos 
resíduos sólidos, inclusive os resíduos de serviços de saúde, é depositada em lixões, como 
mostrado na tabela a seguir. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 29
Disposição final, tratamento e coleta de resíduos de serviços de saúde no Brasil
Serviço N° de Municípios
Coleta 3.466
Disposição	final
Lixão 1.696
Aterro 873
Tratamento
Incinerador 589
Microondas 21
Forno 147
Autoclave 22
Queima a céu aberto 1.086
Outros 471
Sem tratamento 1.193
Fonte: Adaptado de Série Temáticas Anvisa – Tecnologias em Serviço de Saúde – Volume 1 - 2006
Nesses depósitos a céu aberto, são encontrados milhares de catadores que sobrevivem da 
coleta	e	venda	de	materiais	recicláveis	(ver	gráfico	de	composição	gravimétrica	apresenta-
do anteriormente), bem como utilizam restos para a alimentação deles como retratado na 
reportagem “Pessoas que se alimentam de lixo”.
 
Já as conseqüências do mau gerenciamento de resíduos de serviços de saúde ao meio ambiente, 
ao	saneamento	básico,	e	à	bacia	hidrográfica	ficam	exemplificadas	pelos	despejos	de	efluentes	de	
unidades de saúde, sem qualquer tratamento prévio, na rede domiciliar de esgoto doméstico.
As	características	desses	efluentes	são	muito	parecidas	com	a	dos	esgotos	domiciliares,	
pois apresentam, entre seus componentes, patógenos como vírus, bactérias, protozoários, 
entre	outros.	Porém,	como	agravante,	os	efluentes	de	unidades	de	saúde	apresentam	ainda	
uma variedade de substâncias, tais como fármacos, antibióticos, desinfetantes, anestésicos, 
metais pesados e drogas não metabolizadas por pacientes, de difícil decomposição.
30 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Fármaco: medica-
mento, remédio;
Metabolizada: aquilo 
que é absorvido pelo 
organismo.
Uma vez lançadas nas redes coletoras, quando estas existem, algumas 
dessas substâncias citadas passam pelos sistemas de tratamento de 
esgotos sem sofrerem qualquer mudança, pois essas unidades, na 
maioria	das	vezes,	não	são	apropriadas	para	tratar	os	efluentes	que	
contêm esses tipos de contaminantes. Contudo, a maior parte desses 
efluentes	é	lançada	diretamente	nos	cursos	de	água,	colocando	em	
risco	toda	a	bacia	hidrográfica.
Além	dos	efluentes	de	unidades	de	saúde,	os	medicamentos	ingeridos	pelos	seres	humanos	
e de uso veterinário e os remédios vencidos descartados inadequadamente no lixo e no 
esgoto contribuem consideravelmente para a poluição do meio ambiente como mostrado 
no texto “Medicamentos contaminam a água”.
Pesquisas feitas na Europa revelam que 
princípios ativos de remédios ameaçam 
ecossistemas e fluem das torneiras domés-
ticas. No Brasil, o problema pode ser ainda 
mais grave. Tomar um comprimido de antibi-
ótico, antidepressivo, anticoncepcional, etc. 
é a coisa mais comum no dia-a-dia. Esses 
remédios essenciais para resolver proble-
mas de saúde graves agem no corpo du-
rante horas ou dias. Mas, e depois? O que 
acontece com eles? Essas substâncias que 
ingerimos e que fazem tanto bem, comba-
tendo as mais diversas doenças, que des-
tino têm dentro do nosso corpo? Quando e 
como saem do nosso organismo? 
De acordo com os cientistas, de um terço a 
90% de todas as doses ministradas de alguns 
remédios, como os antibióticos, são excre-
tados na urina. As drogas e os medicamen-
tos que ingerimos ou recebemos por injeção 
são eliminados do nosso corpo na sua for-
ma original através da urina e das fezes ou, 
depois de transformados em nosso próprio 
organismo, podem ser eliminados na forma 
de metabólito (o fragmento químico dessa 
substância). Esse metabólito pode ser ati-
vo ou totalmente inerte. Sua eliminação, na 
maior parte das vezes, também ocorre na 
urina ou nas fezes.
Medicamentos contaminam a água
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 31
Alguns dos metabólitos são bem mais ativos 
e mais tóxicos do que a droga original e, ge-
ralmente, mais solúveis em água. Além disso, 
alguns desses metabólitos inativos, quando li-
berados no meio ambiente, podem voltar à sua 
forma ativa pela ação de bactérias presentes em 
água ou terra. Isso não é uma mera curiosidade 
da biologia humana, mas tem a ver com a biolo-
gia de todos os animais. 
Recentemente, pesquisadores ligados ao governo 
suíço iniciaram um estudo sistemático de poluen-
tes em águas de várias regiões daquele país. En-
quanto procuravam por pesticidas, por acaso de-
tectaram na água de um lago traços de um remé-
dio utilizado para diminuir o colesterol, o clofibrato. 
Investigaram-se as águas dos rios e dos lagos na 
região rural da Suíça, além dos grandes centros 
urbanos. Havia clofibrato em todo canto. 
A reação imediata foi sugerir a prisão dos respon-
sáveis pela indústria fabricante do medicamento, 
pois certamente estavam poluindo as águas dos 
rios. Depois de procurar, descobriram, curiosa-
mente, que essemedicamento não é fabricado na 
Suíça. Portanto, não era possível atribuir a presen-
ça do clofibrato a acidentes industriais.
Ao analisar os esgotos urbanos, os mesmos cien-
tistas observaram que a droga vinha diretamente 
dos dejetos humanos. As pessoas comuns que, 
na tentativa de controlar o colesterol, tomam o seu 
clofibrato diariamente, vão ao banheiro e despe-
jam gramas e mais gramas dessa substância no 
ecossistema. 
Outros pesquisadores, na Alemanha, encontraram 
traços desse mesmo medicamento na água de 
torneira dos moradores de Berlim. Esses estudos 
repetiram-se ao redor do mundo. Mais e mais me-
dicamentos são identificados no solo e nas águas. 
Em concentrações mínimas, bilionésimos de mili-
gramas (nanogramas), mas detectáveis. 
No fim da década de 90, pesquisas detectaram 
traços de remédios antiinflamatórios, estrógenos e 
antilipêmicos (contra o colesterol) em águas de rios 
e em afluentes de estações de tratamento de es-
gotos, no estado do Rio de Janeiro. Diferentemente 
do que foi observado na Europa, a concentração 
dessas substâncias foi considerada relativamente 
elevada (mais de mil vezes a concentração dessas 
substâncias encontrada na Suíça).
Não há dúvida de que toneladas e toneladas de 
drogas são excretadas todos os dias em todo o 
planeta. Cientistas ao redor do mundo, mas princi-
palmente na Europa, têm observado que números 
cada vez maiores de drogas complexas – incluindo 
hormônios, medicamentos para o coração, vitami-
nas, antiinflamatórios, etc. – passam pelo sistema 
digestivo sem serem metabolizadas e são elimina-
das por meio das fezes e da urina. Muitas delas 
conseguem “driblar” os sistemas de saneamento 
básico e de tratamento de esgotos e água. Caem 
nos rios e nos lagos e voltam através de nossas 
torneiras.
Riad Younes - Fonte: Disponível em: <http://www.portaldoenvelhecimento.net/artigos/artigo437.htm> (Adaptação)
32 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Não somente a água é contaminada, mas também o solo, pois, os medicamentos possuem 
compostos	químicos	que	podem	influenciar	a	biota	(conjunto	de	todos	os	seres	vivos	de	uma	
região) daqueles, alterando seus componentes e, conseqüentemente, seus usos e ocupações.
Você sabia?
O termo “uso e ocupação do solo” descreve as mais diversas formas de utilização e ocupação 
do	meio	físico,	compreendendo	tanto	as	situações	naturais	(lagos,	cursos	d’água,	florestas,	
campos, etc.) como também as decorrentes das inúmeras intervenções humanas (urbanização, 
agricultura, mineração, etc.). Porém, quando alguns tipos de uso e ocupação do solo alte-
ram as condições naturais do meio ambiente, principalmente quando realizados de maneira 
inadequada,	eles	trazem	impactos	negativos.	Vamos	sobrevoar	a	Bacia	Hidrográfica	Virtual	e	
ver alguns dos diferentes usos e ocupações do solo.
Diante da realidade referente aos fármacos apresentada no último texto, como conciliar 
duas situações aparentemente antagônicas: salvar vidas com a utilização de medicamen-
tos e preservar o meio ambiente e a própria saúde dos seres humanos contra os mesmos 
medicamentos excretados diariamente por bilhões de humanos? 
Atividade 
Bom,	Profissional,	esses	são	alguns	dos	problemas	entre	vários	outros	
causados pelo mau gerenciamento de resíduos, inclusive os resíduos 
de serviços de saúde. Na sua listagem de problemas, quais outros 
poderiam ser mencionados? Esses problemas são observados em seu 
município? Quais ações são implementadas em sua cidade para mini-
mizar tais problemas? Discuta essas perguntas com seus colegas e 
anote as boas ações que possam ser utilizadas em sua localidade.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 33
Chegamos,	então,	ao	final	do	primeiro	conceito-chave	no	qual	nós	contextualizamos	e	
discutimos o surgimento e importância de políticas públicas referentes aos resíduos de 
serviços saúde. Apresentamos um conceito para eles, bem como as fontes geradoras e 
quantidades	geradas	e,	por	fim,	elaboramos	e	discutimos	um	modelo	de	gerenciamento	
para os resíduos semelhantes aos de serviços de saúde gerados nos domicílios. Na última 
parte do conceito-chave, levantamos alguns impactos negativos gerados pelo RSS em diver-
sos segmentos: sociedade, saúde coletiva, meio ambiente. Relembramos alguns conceitos, 
tais	como	saneamento	básico,	bacia	hidrográfica	e	uso	e	ocupação	do	solo,	os	quais	serão	
importantes para o desenvolvimento do próximo conceito-chave.
Gerenciamento de RSS
- Apresentar e traba-
lhar a classificação 
vigente para os 
resíduos de serviços 
de saúde;
- Apresentar, discutir 
e trabalhar as etapas 
do gerenciamento 
(cuidados no manu-
seio, minimização da 
geração, segregação 
dos RSS, acondicio-
namento e identifica-
ção, armazenamento 
temporário, coleta e 
transporte interno, 
tratamento interno 
e externo, armaze-
namento externo, 
coleta e transporte 
externo, disposição 
final) para cada gru-
po dos resíduos de 
serviços de saúde.
OBJETIVOS:
No conceito-chave anterior, foram apresentados diversos impactos 
negativos causados pelos resíduos de serviços de saúde. Se vocês, 
profissionais,	analisarem	esses	impactos,	perceberão	que	existem	
diversas substâncias que fazem parte desse tipo de resíduo, um 
problema a ser gerenciado. Algumas são radioativas, outras apre-
sentam risco químico ou biológico. Mas, como saber qual substância 
apresenta risco biológico, químico ou de acidente com perfuração ou 
cortes? Como segregar e acondicionar corretamente as substâncias 
químicas para que não haja, por exemplo, risco de ocorrência de 
uma explosão? A resposta a estas e outras perguntas constituem o 
nosso próximo assunto.
Classificação dos RSS
Como	você,	Profissional,	já	deve	saber,	existe	uma	classificação	cujo	
objetivo principal é auxiliar no gerenciamento dos resíduos gerados 
nas unidades de serviços de saúde. minimizando os impactos nega-
tivos	já	por	nós	discutidos.	Para	relembrarmos	essa	classificação,	
propõe-se que seja realizada individualmente a seguinte atividade:
34 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Caso tenha dúvidas referentes a termos encontrados ao longo dessa 
seção, consulte o glossário em anexo ao final desta seção.
Atividade
A	atividade	tem	por	objetivo	classificar	os	resíduos	de	serviços	de	
saúde. Para isso, utilize o quadro a seguir. Na primeira coluna da 
esquerda, estão os diferentes tipos de resíduos e, na primeira linha, 
está	a	possível	classificação	desses	resíduos.	Marque	com	um	“x”	a	
classificação	que	você	considera	correta	para	cada	resíduo.	
Resíduo
Grupo A Grupo 
B
Grupo 
C
Grupo 
D
Grupo 
EA1 A2 A3 A4 A5
Caixas vazias de 
medicamentos
Tecnécio-99m
Bolsa de sangue 
contaminada
Restos de alimentos 
da cantina.
Bisturi
Cadáver animal 
contaminado com 
vírus da febre aftosa
Perna amputada 
Fármacos 
antineoplásicos
Vacinas
Flores
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 35
Resíduo
Grupo A Grupo 
B
Grupo 
C
Grupo 
D
Grupo 
EA1 A2 A3 A4 A5
Frasco de soro 
misturado com 
citostático 
Bandagens com 
sangue contaminado 
com príons
Seringa com agulha
Cartelas de 
comprimidos
Filtros de ar e de 
gases aspirados de 
áreas contaminadas
Flúor-18
Bolsa de sangue 
com volume residual 
pós-transfusão
Reveladores e 
fixadores
Fralda descartável
Pipeta quebrada
Gesso retirado de 
uma perna sem 
evidências de 
sangue ou secreções
Iodo-131
Lata aberta
Frasco de soro 
glicosado parcial-
mente usado
Abaixadores de 
língua
Luvas usadas em 
exame ginecológico
36 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível2
Essa	mesma	atividade	se	encontra	no	software	“Bacia	Hidrográfica	Virtual”.	
E	aí,	Profissional,	como	você	avalia	o	seu	desempenho	na	atividade	de	classificação	dos	
resíduos?	Para	dirimir	quaisquer	outras	dúvidas,	vamos	relembrar	a	classificação	vigente	
para os resíduos de serviços de saúde. 
Os	resíduos	de	serviços	de	saúde	são	classificados	em	cinco	grupos,	conforme	as	caracterís-
ticas principais e seu potencial de risco. Os grupos e correspondentes resíduos encontram-se 
nos quadros, adaptados do Apêndice I da RCD Anvisa nº 306/04, a seguir.
Grupo A – Resíduos potencialmente infectantes
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.
A1
Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos 
biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganis-
mos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para 
transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de 
manipulação genética.
Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita 
ou certeza de contaminação biológica por agentes da classe de risco 4, micror-
ganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causadores 
de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo 
mecanismo de transmissão seja desconhecido.
Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por 
contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e 
aquelas oriundas de coleta incompleta.
Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, 
recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo 
sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas carac-
terísticas, podem apresentar risco de infecção.
A2
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais 
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganis-
mos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem 
portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de 
disseminação que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou 
confirmação	diagnóstica.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 37
Grupo A – Resíduos potencialmente infectantes
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.
A3
Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais 
vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou 
idade	gestacional	menor	que	20	semanas,	que	não	tenham	valor	científico	ou	legal	
e não tenha havido requisição pelo paciente ou pelos familiares.
A4
Filtros	de	ar	e	gases	aspirados	de	área	contaminada;	membrana	filtrante	de	
equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secre-
ções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de 
conter agentes classe de risco 4 e nem apresentem relevância epidemiológica e 
risco de disseminação, ou microorganismo causador de doença emergente que se 
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja 
desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro 
procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.
Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não 
contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de proce-
dimentos	cirúrgicos	ou	de	estudos	anátomo-patológicos	ou	de	confirmação	
diagnóstica. 
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais 
não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microor-
ganismos, bem como suas forrações. 
A5
Órgãos,	tecidos,	fluidos	orgânicos,	materiais	perfurocortantes	ou	escarificantes	
e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, 
com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
38 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Grupo B – Resíduos químicos
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, 
dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
 Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; 
imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando 
descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de 
medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos 
medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.
 Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais 
pesados;
 Reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
				Demais	produtos	considerados	perigosos,	conforme	classificação	da	NBR	10004	
da	ABNT	(tóxicos,	corrosivos,	inflamáveis	e	reativos).
				Efluentes	de	processadores	de	imagem	(reveladores	e	fixadores).
				Efluentes	dos	equipamentos	automatizados	utilizados	em	análises	clínicas.
Grupo C – Rejeitos radioativos
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades 
superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é 
imprópria ou não prevista.
 Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de 
pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços 
de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quanti-
dade superior aos limites de eliminação.
Grupo D – Resíduos equiparados aos resíduos domiciliares
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo 
ser equiparados aos resíduos domiciliares.
 Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis 
de vestuário, resto alimentar de pacientes, material utilizado em anti-sepsia e 
hemostasia de venóclises, equipamento de soro e outros similares não clas-
sificados	como	A1.
 Sobras de alimentos e do preparo de alimentos.
 Resto alimentar de refeitório.
 Resíduos provenientes das áreas administrativas.
				Resíduos	de	varrição,	flores,	podas	e	jardins.
 Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 39
Grupo E – Resíduos perfurocortantes
			Materiais	perfurocortantes	ou	escarificantes,	tais	como:	lâminas	de	barbear,	
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas 
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas 
e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório 
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
Você sabia?
Anátomo-patológico: estudos de doenças por métodos morfológicos (forma).
Antimicrobianos: drogas que têm a capacidade de inibir o crescimento de microrganismos.
Antineoplásicos: medicamentos químicos utilizados no tratamento de câncer.
Anti-retrovirais: drogas que inibem a reprodução de vírus no sangue. Muito utilizados 
no tratamento da AIDS.
Anti-sepsia: prevenção do desenvolvimento de agentes infecciosos por meio de procedimen-
tos físicos ou químicos destinados a destruir todo microrganismo. Exemplo de anti-sepsia é 
a lavagem das mãos.
Citostáticos: fármaco que evita a multiplicação e o crescimento das células;
Desinfestantes: são produtospara o controle de insetos, roedores e outros vetores incômodos 
ou nocivos à saúde.
Dialisadores:	equipamentos	que	filtram	o	sangue	no	processo	de	
hemodiálise;
Digitálicos: constituem um grupo de fármacos usados no tratamento de doenças do coração, 
nomeadamente	de	arritmias	e	insuficiência	cardíacas.
Escalpes: conjunto de agulha com dispositivo em forma de asas usado para a infusão 
de	medicamentos	na	veia.	É	também	chamado	de	Butterfly	(borboleta);
Limas endodônticas: instrumento utilizado em tratamento de canal, para o esvazia-
mento deste. 
Escarificante: instrumento cirúrgico, munido de lâminas, que serve para fazer incisões 
superficiais	e	simultâneas	na	pele.
Fixadores: líquido contendo combinação de substâncias químicas que torna a imagem obtida 
no	filme	radiográfico	estável	quando	exposta	à	luz	branca.	O	agente	fixador	é	uma	solução	
composta basicamente por água, tiossulfato de sódio ou tiossulfato de amônio.
Hemocomponentes: componentes do sangue.
40 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Hemoderivados: produtos derivados do sangue.
Hemostasia de venóclises: algodão ou outro material que estanca o sangue após a injeção.
Imunomoduladores:	medicamentos	modificadores	da	doença,	os	quais	alteram	o	curso	da	
doença.
Imunossupressores: medicamentos que agem suprimindo as ações imunológicas do 
corpo. São muito utilizados para prevenir rejeições em pacientes transplantados. 
Inoculação: transmissão artificial ao organismo de um agente que tem capacidade 
de se multiplicar.
Microrganismos de relevância epidemiológica: microrganismos dotados de grande 
capacidade de difusão e propagação de doenças infecto-contagiosas.
Príons: estrutura protéica alterada relacionada como agente etiológico das diversas 
formas de encefalite espongiforme.
Placas de Petri: recipiente cilíndrico, achatado, de vidro ou plástico que os biológos 
utilizam para a cultura de microrganismos. A placa é parcialmente cheia com um caldo 
líquido ágar onde estão misturados alguns nutrientes, sais e aminoácidos, de acordo 
com	as	necessidades	específicas	do	metabolismo	do	microrganismo	a	ser	estudado.
Placa de Petri com bactérias
Radionuclídeo: átomo de um elemento químico que se caracteriza por apresentar um núcleo 
atômico instável que emite energia quando se transforma num isótopo mais estável.
Reveladores: solução contendo agente redutor capaz de transformar os halogenetos 
de	prata,	contidos	no	filme	radiográfico,	em	prata,	quando	afetados	pela	luz,	mais	
rapidamente do que os halogenetos não expostos à luz. Os agentes hidroquinona e 
felidona são os mais comuns.
Transfusionais: dotado de capacidade de ser transfundida, ou seja, de possibilitar a 
transfusão de substâncias como o sangue.
Vísceras: coração, útero, pâncreas, intestinos, etc.
Bom,	Profissional,	agora	que	você	já	relembrou	os	cinco	grupos	que	os	resíduos	de	serviços	de	
saúde	podem	ser	classificados,	volte	à	atividade	que	abre	essa	seção	e	reveja	suas	respostas,	
esclarecendo	suas	dúvidas	e	corrigindo	alguma	classificação	incorreta.	
Placa de Petri
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 41
Etapas do gerenciamento dos grupos de classificação dos RSS
A partir de agora, nós vamos abordar as etapas do gerenciamento de cada um dos grupos 
de	classificação	dos	RSS.	Porém,	vamos	realizar	coletivamente	a	seguinte	atividade	proposta,	
cujo objetivo é exercitar os conhecimentos referentes ao gerenciamento de RSS.
Atividade 
Recorda-se	dos	resíduos	presentes	na	atividade	de	classificação?	Pois	
bem!	Um	dos	objetivos	da	classificação	é	orientar	as	demais	etapas	
do	gerenciamento	de	resíduos.	Ela	define	quais	tipos	de	acondicio-
namento,	coleta,	transporte,	disposição	final	são	os	recomendáveis	e	
exigíveis para determinado resíduo. Assim, a sua tarefa e dos demais 
colegas é descrever as etapas do gerenciamento para alguns resíduos. 
Para auxiliá-los, uma sugestão é estruturar o gerenciamento desses 
resíduos, descrevendo as seguintes etapas: 
Etapas intra-estabelecimento de saúde
Classificação ∙
Cuidados no manuseio (equipamentos de proteção individual ∙
e coletivo)
Minimização da geração (boas práticas de minimização de ∙
resíduos)
Segregação dos RSS ∙
Acondicionamento	e	identificação ∙
Armazenamento temporário (Sala de Resíduos) ∙
Coleta e transporte internos ∙
Tratamento interno e externo ∙
Armazenamento externo (Abrigo de Resíduos); ∙
Etapas extra-estabelecimento de saúde
Coleta e transporte externo ∙
Disposição	final ∙
42 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Caixas vazias de medicamentos
Tecnécio-90m
Bolsa de sangue contaminada
Seringa com agulha
Frasco de soro misturado com citostático
Bandagens com sangue contaminado 
com príons
Perna amputada
Restos de alimentos da cantina
Pipeta quebrada 
Frasco de soro glicosado parcialmente 
usado
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 43
Perna amputada
E	aí,	Profissional?	Como	foi	a	atividade?	Relembrou	as	etapas	do	gerenciamento	dos	resíduos	
de	serviços	de	saúde?	Quais	foram	as	dificuldades	e/ou	dúvidas?	Guarde	suas	respostas,	
pois,	ao	final	dessa	seção,	nós	voltaremos	e	reavaliaremos	essa	atividade.	Dando	seqüência	
aos nossos estudos, vamos ver como é o gerenciamento na teoria e na prática para cada 
um dos grupos que compõem os resíduos de serviços de saúde.
Grupo A
- Apresentar, 
discutir e trabalhar 
as etapas do 
gerenciamento 
interno e externo 
dos resíduos do 
grupo A.
OBJETIVOS:
Os resíduos do grupo A são os resíduos que possivelmente têm 
agentes biológicos que, por suas características de maior virulência 
(capacidade de um vírus ou bactéria de se multiplicar dentro de um 
organismo, provocando doença) ou concentração, podem apresentar 
risco de infecção. Tudo o que entre em contato com esse tipo de resí-
duo, como recipientes de acondicionamento (sacos plásticos, caixas 
de materiais perfurantes e cortantes, etc), carro de coleta interna, 
contêineres e abrigo de resíduos dos grupos A e E, entre outros, deve 
ser	identificado	com	etiqueta	em	rótulo	de	fundo	branco,	desenho	
e contornos pretos, contendo o símbolo de presença de substância 
infectante e a inscrição de Resíduo Infectante.
Resíduo 
Infectante
Atividade 
Antes de prosseguirmos, liste os impactos negativos que o mau 
gerenciamento dos resíduos do grupo A pode trazer à saúde cole-
tiva,	ao	meio	ambiente	e	à	bacia	hidrográfica	e	às	demais	áreas	do	
saneamento. Em seguida, nós trabalharemos e discutiremos como 
as etapas do gerenciamento, bem-estruturadas, podem evitar ou 
minimizar os impactos listados. 
44 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Nível 2
Cuidados no manuseio
Para minimizar os riscos de ocorrência de acidentes ao se manusearem esses resíduos, 
adotam-se os seguintes procedimentos: 
uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI; ∙
lavagem das mãos; ∙
segregação adequada dos resíduos nos diferentes subgrupos; ∙
acondicionamento seguro (barreira de contenção); ∙
imunização	dos	profissionais	envolvidos	no	manuseio	de	resíduos. ∙
Além desses procedimentos, existem outros utilizados em seu município ou no local de seu 
trabalho,	Profissional?	Discuta	com	os	demais	colegas	esses	outros	procedimentos.
No	quadro	a	seguir,	sugerem-se	alguns	tipos	de	EPIs	para	os	profissionais	que	lidam	com	os	
resíduos do grupo A, como o pessoal da limpeza e higienização e os que fazem a coleta.
EPI Importância
Uniforme
De algodão, calça comprida 
e camisa de manga 
comprida ou pelo menos ¾.
Evitar a disseminação de agente biológico para fora do serviço de saúde.
Luvas de látex ou PVC, com palma 
antiderrapante
Barreira física para evitar o contato com agente biológico ou quími-
co. Há luvas para proteção das mãos contra agentes

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