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1 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Básica e Clínica - 12° edição Quimioterapia do câncer I Câncer Doença caracterizada por perda dos mecanismos normais de controle que regulam a sobre vida, diferenciação e proliferação celular Essas células expressam antígenos de superfície celular, apresentam sinais de imaturidade aparente e alterações cromossômicas qualitativas e quantitativas Dentro das massas tumorais há as células tronco tumorais, que são responsáveis pelas metástases, por causa da sua capacidade de sofrer ciclos repetitivos de proliferação e migração e sua capacidade de formar colônias Isso possibilita resistência à quimioterapia e radioterapia Causas do câncer Sexo Idade Raça Predisposição genética Exposição a agentes carcinógenos externos → exposição ambiental (radiação ionizante), carcinógenos químicos, vírus Oncogenes → codificam fatores de crescimento específicos e seus receptores, podem estar em excesso ou mutados, levando a uma grande produção de células malignas (ex: genes bcl-2 promovem a sobrevida quando inibem a apoptose) Genes supressores de tumor → podem estar suprimidos ou mutados, originando células neoplásicas (ex: gene p53 retarda a passagem da fase G1 para a S caso haja um erro no DNA) Modalidades de tratamento do câncer Cirurgia ou radioterapia para tumores localizados Quimioterapia → usada para tratamento de indução primaria para doença avançada ou que não tem outro jeito de tratar; tratamento neoadjuvante para tumores localizados que não pode fazer cirurgia, radioterapia; e tratamento adjuvante junto com cirurgia e radioterapia Cânceres curáveis por quimioterapia em adultos → linfoma Hodgkin e não-Hodgkin, leucemia mieloide aguda, câncer de células germinativas e coriocarcinoma Cânceres curáveis por quimioterapia em crianças → leucemia linfoblástica aguda, linfoma de Burkitt, tumor de Wilms e rabdomiossarcoma embrionário Papel da associação de fármacos Normalmente uma monoterapia com dose toleráveis não são eficientes Poliquimioterapia permite destruição máxima das células dentro da faixa de toxicidade tolerada e uma interação entre fármacos e células tumorais heterogêneas Retarda a resistência celular aos fármacos Eficácia → são usados em associação somente aqueles fármacos que tem alguma eficácia sozinhos, são preferíveis os que produzem remissão completa 2 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Básica e Clínica - 12° edição Toxicidade → os fármacos devem ser escolhidos com base na toxicidade para que nenhum se sobreponha aos outros, isso apesar de aumentar os efeitos colaterais, também diminui a chance de letalidade e pode- se usar a máxima dose Programação ideal do esquema → doses e esquemas ideais, com intervalos consistentes, esse intervalo deve ser o mínimo para a recuperação da medula óssea Mecanismo de interação → um fármaco não pode omitir o outro, isso pode causar um clono tumoral sensível a esse fármaco, mas resistentes a todos os outros Prevenção de mudanças arbitrarias na dose Resistência aos fármacos Resistência primaria → ausência de resposta na primeira exposição Resistência adquirida → devido a exposição Fármacos alquilantes Bis(cloroetil)amina → ciclofosfamida, mecloretamina, melfalano e clorambucila Ifosfamida Tiotepa e bussulfano → câncer de mama, ovariano e leucemia mieloide crônica, respectivamente Nitrosureias → carmustina e lomustina Mecanismo de ação Transferência do grupo alquila para constituintes celulares (principal é alquilação do DNA, que leva a morte) São bifuncionais Pode provocar um emparelhamento anormal ou despurinização das proteínas do DNA levando à ruptura Fase de replicação é mais suscetível a esses fármacos (G1 tardia e S) Resistência Capacidade de reparo do DNA Diminuição do transporte do fármaco para dentro da célula Aumento das proteínas e enzimas que conjugam e catalisam a conjugação do fármaco Efeitos colaterais Dose dependentes Ocorrem em tecidos de crescimento mais rápido Náusea e êmese Potentes vesicantes → lesão local e toxicidade sistêmica São carcinogênicos (neoplasias secundárias) Ciclofosfamida Alquilante mais usado Boa biodisponibilidade oral VE com mesma eficácia que VO 3 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Básica e Clínica - 12° edição Ativada por enzimas hepáticas Nitrosureias Resistência cruzada com outros alquilantes Precisa de ativação e seus metabolitos tem ação alquilante e carbamoilante Lipossolúveis Atravessam a BHE VO Eliminação pela urina Estreptozocina tem toxicidade mínima à medula → tratamento de carcinoma de células das ilhotas do pâncreas secretoras de insulina Fármacos alquilantes não clássicos Procarbazina VO Para linfomas Hodgkin e não Hodgkin e tumores cerebrais Inibe a biossíntese do DNA, RNA e proteínas, prolonga a interfase e produz rupturas cromossômicas Produz metabólitos citotóxico Produz também um inibidor da MAO Alto potencial carcinogênico Dacarbazina Sofre ativação no fígado Via parenteral Tratamento de melanoma maligno, linfoma Hodgkin, sarcoma de tecidos moles e neuroblastoma Efeitos adversos → mielosupressão, náuseas e vômitos Potente vesicante Bendamustina Forma ligação cruzada com DNA produzindo ruptura, inibição da síntese e da função do DNA Inibe pontos de verificação da mitose, induzindo à morte celular Resistência cruzada com outros alquilantes é parcial Tratamento de leucemia linfocítica crônica Efeitos adversos → mielossupressão, náuseas, vômitos, hipersensibilidade à infusão e exantema cutâneo Análogos da platina Cisplatina Carboplatina Oxaliplatina Mesmo mecanismo de ação que os alquilantes Matam células tumorais em todas as fases do ciclo celular Fazem ligação cruzada com DNA, inibindo a síntese e função do mesmo 4 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Básica e Clínica - 12° edição Efeitos sinérgico com antineoplásicos (alquilantes, fluoropirimidinas e taxanos) Cisplatina → tratamento para o câncer de pulmão de células não pequenas e de células pequenas, câncer esofágico e gástrico, colangiocarcinoma, câncer de cabeça e pescoço e cânceres geniturinários Depurados pelos rins e excretados na urina Carboplatina → amplo espectro para tumores sólidos, toxicidade renal e gastrointestinal menores, principal efeito adverso é a mielossupressão, não precisa de hidratação intravenosa durante a terapia Oxaliplatina → não tem resistência cruzada com outros análogos da platina, tem neurotoxicidade (aguda por exposição ao frio e crônica que é dose dependente) 5 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Básica e Clínica - 12° edição
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