Buscar

Direito Comercial II_1a_Aval Apostila

Prévia do material em texto

�PAGE �17�
�PAGE �2�
		
	
	
Direito
	
Empresarial II
Primeira Avaliação
2011
1º Semestre
Professor Maurício da Cunha Peixoto
Introdução ao tema societário por ações 
Valores mobiliários ( são títulos emitidos pelas companhias.
Partes beneficiárias: valores que a companhia emite e vende, e quem as compra ganha direito de participar dos lucros, embora não seja sócio da sociedade anônima.
Debentures: são alienados pelas companhias, e caracterizam empréstimo a companhia, que são remunerados com valor atrativo ao investidor. Para companhia é interessante, porque se fosse solicitar empréstimo no Banco pagaria 8-9% de juros, e ao investidor paga, por exemplo, 3%. Se a companhia quebrar e não pagar, o investidor perde o valor investido. Normalmente a emissão de debêntures é feita a médio e longo prazo.
Bônus de subscrição: título emitido pelas companhias de capital autorizado (cujos estatutos já tem autorização para aumentar o capital), e quem compra tem preferência para subscrever o aumento de capital.
Constituição da Companhia: a companhia pode ser constituída como companhia aberta ou fechada. A companhia aberta pode negociar no mercado de valores mobiliários (MVM).
Três fases (aberta): Pré-constitutiva (ênfase nos fundadores, avaliar viabilidade, encaminhar a venda de ações através de distribuidora de ações ( subscrição), constitutiva (assembléia geral, aonde todas as pessoas que subscreveram o capital devem comparecer para votar o estatuto, e a companhia é então constituída) e pós-constitutiva (entre em função os administradores, arquivando os autos de constituição na Junta Comercial)
Acionistas: mais direitos que obrigações. A obrigação básica é integralizar o capital, através da compra das ações.A obrigação de pagar pelas ações é irretratável, caso não aja forma de pagar, ela pode colocá-la para fora do quadro social.
Direitos essenciais: aqueles que nem o Estatuto, nem a Assembléia Geral podem impedir os acionistas do seu exercício.
Acionista controlador: aquele que tem ações votantes, em número que lhe permita impor a vontade nas votações da assembléia geral, não precisa tem 50% + 1. Tem uma série de deveres e responsabilidades, pois a companhia não é dele. Se não exercer o controle de forma a não resguardar os interesses da sociedade, pode ser responsabilizado.
Órgão de cúpula: Assembléia Geral. Extraordinárias e Ordinárias. Se o exercício social encerra em dezembro, em 4 meses, ou seja, abril, é obrigatória a realização de AGOrdinária (AGO). Tudo que não for competência da AGO, é competência da AGE. Quorum de apresentação e quorum de deliberação.
Administração da Sociedade Anônima: pode ser bipartida, entre Conselho de Administração e Diretoria. O Conselho é um colegiado, que se situa entre a Assembléia Geral e os Diretores. O Conselho não tem existência obrigatória, a não ser que a sociedade seja aberta. Somente os acionistas podem ser membros do Conselho. Sua função é traçar a orientação geral, e quem vai executar são os diretores. Os diretores precisam ser competentes na administração, e por vezes, entre os acionistas não existem membros competentes do ponto de vista administrativo. Tanto os Conselheiros, como os Diretores são considerados administradores, e possuem vários deveres, como dever de sigilo, de informação, de lealdade, etc, que se não cumpridos podem gerar uma ação de responsabilidade (responsabilidade civil).
Conselho Fiscal: órgão de fiscalização, que pode ser composto de acionistas ou não.
Ponto 10 - Questão Contábil. Operações de dissolução, liquidação e extinção da sociedade anônima. Transformações de sociedades ( alteração do tipo societário, independente de liquidação e dissolução. Incorporação, Cisão, Fusão, etc.
Ponto 11 – As sociedades de economia mista (necessariamente anônima, mas parte pertence ao poder público e parte aos particulares, e o controlador é o poder público e os grupos societários). Concentração ( grupos de sociedades, holdings.
Ponto 12 – Sociedade em Comandita por Ações ( responsabilidade ilimitada dos sócios, na prática não existem.
O Direito Comercial – Evolução Histórica
Direito Comercial: área do direito privado, que traduz um conjunto sistematizado de normas que disciplina as relações jurídicas decorrentes de atos mercantis (comerciais).
O comércio foi iniciado com as trocas, mas muitas vezes as trocas não eram realizadas, pela falta de equivalência, então foi idealizada uma mercadoria padrão, a moeda. Com o surgimento da moeda, iniciou-se a cobrança pela troca da mercadoria em moeda, surgindo os juros. O primeiro código foi o de Napoleão em 1807, por força do desenvolvimento mercantil, especialmente as margens do mar mediterrâneo. O comércio estava se desenvolvendo em ambiente hostil. Sob o aspecto social havia aversão aos comerciantes, por conta da Igreja, reprimindo a usura, no aspecto jurídico também havia resistência, porque as normas da época eram oriundas do direito romano, muito formalistas, e o comércio é ágil, não suporta formalismos. Esse movimento levou os comerciantes a se agruparem em corporações, que passaram a dirimir os conflitos entre os comerciantes. Criaram-se então regras, e juízes privados foram eleitos para resolver os conflitos, que se chamavam cônsules. O direito comercial começa a se cristalizar a medida que as decisões dos cônsules passaram para os estatutos das corporações. Tudo ocorreu as margens do Estado. Napoleão, percebendo que o dinheiro estava no Comércio, e que este não precisava mais do Estado para realizar conflitos, institui então uma Comissão de Notáveis e impôs uma nova lei.
As sociedades anônimas surgiram na idade média, especialmente por força da política de colonização dos Estados europeus, no século XVII. Já existiam sociedades na época, mas a regra era a ilimitação de responsabilidade. Naquela época, os Estados europeus estavam imbuídos da conquista de novos mundos, era necessário grande capital, e os riscos eram grandes. Quem tinha capacidade para promover o investimento era o Estado, que queria dividir o risco, e o investimento, além de centralizar o jogo diplomático na Europa, ou seja, queriam sócios. A ilimitação de responsabilidade inibia os grandes comerciantes de se associarem ao Estado, então surgiu a idéia de limitar a responsabilidade ao capital investido. Atribui também os pequenos poupadores, para investir os seus recursos. Exemplos: Companhia das Índias Orientais (1589) e a Companhia das Índias ocidentais (países baixos, 1617, que teve muita influência no Brasil), que tinha poderes estatais de conquistar territórios, e o principal objetivo era conquistar o Brasil. A Holanda não estava em guerra com Portugal, quem estava era a Companhia, o que facilitava o jogo diplomático. O capitalismo gostou do modelo, e as sociedades anônimas se perpetuaram.
Na evolução histórica das S.A., elas passaram por 3 fases: 
1) Privilégio real: no início para utilizar S.A., era necessário convencer o rei a ser sócio no empreendimento;
2) Autorização: com a revolução francesa, igualdade, liberdade e fraternidade, ocorreu uma liberdade de constituição de sociedades na França, mas ocorreu excesso de liberdade, e o código de Napoleão, trouxe a necessidade de autorização. Criou dois tipos: S.A. (autorização burocratizada) e a Sociedade em comandita por ações (que não precisa de autorização do Estado). Período conhecido como febre da comandita, mas pressionavam o Estado para facilitar a formação das S.As.;
3) Liberdade de constituição: a França e a Inglaterra no século XIX fizeram acordo de livre comércio, e como na Inglaterra a formação de S.A. era livre, foi a gota d’agua para a liberalização das S.A. na França (era necessário apenas cumprir os pré-requisitos).
Atualmente nos encontramos na fase de Liberdade de Constituição, mas ainda convivemos com sociedades que ainda necessitam de autorização do Estado, como as sociedades de economia mista, os bancos comerciais,que precisam de autorização do Banco Central, mas a grande maioria das sociedades é criada livremente.
18/02/08
Evolução Histórica no Brasil
CCom de 1850
Decreto 434 – Consolidação de leis 1891
Decreto Lei 2627 (1940-1976)
Lei 6404/76 (duas revisões recentes)
Estudo de anteprojeto de lei no final da década de 30, e a lei 2627 foi elogiado, mas tinha em conta a situação econômica do Brasil na década de 40, economia estagnada em decorrência da segunda grande guerra. Era mais focada na pequena e média empresa. Após a segunda guerra ocorreu grande crescimento econômico.
Na década de 50 decidiu-se criar um parque industrial e o investimento externo foi iniciado. Na década de 60, as 20 maiores empresas eram estatais, 7 eram empresas estrangeiras, e apenas 2 eram empresas de capital genuinamente nacional, ainda sofrendo concorrência dos bancos estatais. Deseja-se que o empresário nacional crescesse e tivesse condição de concorrer. Outra pesquisa da década de 60, do capital que circulava no país, 75% era capital privado, e 8% era capital estrangeiro, o governo então incentivou as empresas a abrir o capital no mercado e o próprio capital nacional poderia financiar as empresas nacionais. Acreditavam ainda poder melhorar a distribuição de renda.
Primeiro era necessário dar estrutura jurídica ao mercado, mas o decreto-lei 2627 não tinha a sociedade de capital aberto como modelo. O governo levou adiante a idéia, mesmo sem nova legislação. O mercado efetivamente respondeu, cresceu, sem qualquer fiscalização governamental, ou melhor, apenas 12 funcionários do Banco Central eram responsáveis pela fiscalização. Em 1970-71, a bolsa de valores despencou, decorrente da grande alta precedente.
Aprendida a lição, o governo promoveu amplo debate sobre a reformulação da legislação societária no país, o que culminou com a lei 6404 em 1976. A lei foi oriunda de dois grandes comercialistas, ainda vivos. Havia uma aversão ao minoritarismo, porque a lei anterior não protegia os minoritários, porque o modelo era a pequena e média empresa familiar. Objetivos precípuos: incentivar o surgimento da grande empresa nacional e proteger os acionistas minoritários.
Lei 6404 institui o chamado dividendo mínimo obrigatório, que estabelece que se a Companhia teve lucro, ela precisa dividir entre os acionistas. Instituiu o acionista controlador e trouxe regramento sofre deveres e responsabilidades deste. O controlador deveria resguardar os interesses da companhia, dos empregados (social) e da sociedade em que está inserida. A administração societária foi bipartida e criou o Conselho de Administração, que deveria traçar o rumo da empresa, e os membros precisam ser acionistas, mas a execução das diretrizes devem ser executadas pelos diretores (executivos especializados), que não precisam ser acionistas. Se eventualmente desviarem dos objetivos, podem então ser responsabilizados. Normatizou a remuneração dos administradores, podem participar dos lucros, mas somente nas companhias em que o dividendo mínimo obrigatório seja pelo menos de 25%. Não havia padrão para a demonstração financeiras das empresas, dentro de regime de pool disclosure, aumentou as hipóteses de retirada mediante reembolso (um minoritário não concordando vende as ações para a própria companhia). Antes podia somente constituir sociedade anônima com no mínimo 7 acionistas, hoje apenas 2, podem ser até um em situações especiais. Foram instituídos a incorporação, fusão, etc. O inter-relacionamento societário foi disciplinado. 
Paralelamente a lei 6404, foi editada a lei 6385, disciplinando o MVM, no bojo da qual foi criada a CVM. Foi então criada autarquia com o objetivo de fiscalizar o MVM. Enquanto o Banco Central normatiza o mercado monetário, cambial, ou seja, bancário, a CVM fiscaliza o MVM. Isso gera segurança para o público investidor.
Valores mobiliários: títulos emitidos pelas sociedades abertas no mercado para captação de recursos.
Mercado primário: nele ocorre a negociação dos títulos novos. O primeiro investidor paga para a própria empresa.
Mercado secundário: negociação dos títulos já em circulação. Dá liquidez para os valores mobiliários emitidos pelas companhias.
Quem atua nos dois mercados, está sob a fiscalização da CVM.
 
Principais características das S.A.
Sociedade de capital, porque o afectio societatis é focado no capital. Se o sócio arca com a contribuição para o capital social, está dentro da sociedade, não existe controle pessoal dos demais sócios, pois vigora o princípio da livre sensibilidade.
O capital da S.A. é dividido em ações, que podem se materializar em documentos
A responsabilidade dos sócios da S.A. é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas (L6404, art. 1º):
        Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Limitação de responsabilidade de sócio: possibilidade do patrimônio social do sócio responder pelas dívidas da sociedade. Quem em primeiro lugar responde pelas dívidas societárias é o patrimônio da sociedade, mas se a responsabilidade é ilimitada, todo o patrimônio do sócio pode ser chamado para responder pelas dívidas da sociedade. Na sociedade limitada, apenas parte do patrimônio do sócio pode ser chamado, no caso das S.A. o limite é o preço de emissão das ações. Ver CC (art. 1052):
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
A responsabilidade da S.A. é ilimitada, apenas a responsabilidade dos sócios é limitada (preço das ações subscritas (mercado primário ou adquiridas (mercado secundário).
Art. 29. As ações da companhia aberta somente poderão ser negociadas depois de realizados 30% (trinta por cento) do preço de emissão.
        Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo importa na nulidade do ato.
21/02/08
Objeto
Empresa em usa acepção moderna, ou seja, atividade econômica.
        Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
A S.A. terá sempre objeto mercantil e registro na Junta comercial:
        Art.2º, § 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio.
CC, Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Proteção aos acionistas minoritários. Se eventualmente os administradores se desvirtuarem do objeto social, fica mais fácil a identificação de atos contrários aos interesses da companhia:
        Art. 2º, § 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
Ao descrever o objeto, maliciosamente, coloca transporte, indústria e comércio, e passa a comerciar pastéis, em tese estaria correto, daí a necessidade de especificar o objeto de modo preciso e completo (art. 117, §1º, a; art. 154 e art. 158, II):
Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.
        § 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
        a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
    Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa.
        Art. 158. O administrador nãoé pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:
        I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;
        II - com violação da lei ou do estatuto.
Quando ocorre ato ultra vires, ato que ultrapasse o objeto da companhia, a companhia responde perante terceiros? Se o objeto delimita, qualquer ato que contrarie o objeto, será praticado por incapaz de acordo com a teoria inglesa que perdurou por muito tempo. Esta teoria foi transplantada para o direito americano, surgindo a teoria dos poderes implícitos, dizendo que todo o estatuto traz poderes implícitos sobre o objeto social. No direito brasileiro a lei foi omissa quanto a responsabilidade diante de terceiros
Possibilidade da companhia participar de outras sociedades:
        § 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
Exemplos de estatuto sem previsão autorizativa (A estaria praticando ato ultra vires?):
A ( fabricante de pneus e B( distribuidora de pneus: quanto mais distribuir, mais vai fabricar, mas Modesto Carvalhosa entende que não, porque uma tem objeto comercial e a outra industrial.
A ( fabrica medicamentos e B ( produz matéria-prima para medicamentos que A utiliza, além de outros: promove a disponibilidade de matéria-prima, mas Modesto Carvalhosa diz que como B vende para outras empresas não pode.
A ( indústria automotora e B ( outra indústria automotora: participar de capital de outra indústria concorrente não pode.
O advogado deve sempre estabelecer na cláusula do objeto para poder sempre participar em outras empresas, porque desta forma termina a controvérsia.
Toda sociedade tem nome empresarial, e existem 5 regras (art. 3º):
Vai sempre ser denominação, nunca firma ou razão social;
Na denominação sempre tem que constar S.A ou Cia. Por extenso ou abreviado;
Uma expressão exclui a outra, ou S.A ou Cia.;
A expressão S.A. pode ser colocada no início, meio ou fim;
Cia. no início ou meio.
        Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.
        § 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.
        § 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes.
O nome empresarial é protegido pelo arquivo dos atos constitutivos na Junta Comercial. O decreto que regulamentou a lei dos registros públicos disse a jurisdição da Junta era regional, mas como o decreto não pode restringir a amplitude da lei, existiam controvérsias. Hoje, com o novo CC não há dúvida, a proteção é de caráter regional, se quiser estender é possível, mas a princípio é estadual.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.
Companhia aberta é aquela que negocia seus valores mobiliários no MVM (bolsa de valores + mercado de balcão):
        Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. 
Mercado de Balcão: engloba toda negociação de valores mobiliários realizada no mercado, intermediada por instituição financeira especializada, que ocorra fora da bolsa de valores. Pode inclusive negociar ações sem o intermédio da bolsa de valores.
Quase totalidade das negociações do mercado primário ocorre em Balcão e no mercado secundário na bolsa de valores.
Para negociar no MVM, a S.A. precisa se registrar no CVM:
        Art. 4º, § 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários. 
Existe registro diferenciado para negociar na bolsa e no mercado de balcão, e para obter o registro em bolsa os requisitos são maiores.
Capital Social (Homero Leão)
Capital – Conceito (cifra/moeda nacional): é a massa patrimonial da sociedade, que normalmente está delineado no contrato social.
Funções básicas: produtividade (relacionada aos bens para iniciar a companhia) e garantia de credores (para incentivar os investidores).
Princípios: 
Determinação (fixidez): o estatuto determina com certeza, com fixidez o capital. Fixidez não se confunde com imutabilidade.
Realidade e Integralidade: os investidores tem que ter a exata noção do que é a sociedade, os ativos, os dividendos, que deverão estar determinados no estatuto. Dá expectativa concreta para o acionista.
Intangibilidade: o capital investido não poderá ser devolvido, mas o sócio-proprietário terá o lucro. O capital é negociável, mas intangível.
Formação $ ou bens (art. 7º): 
Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Pode ser casa, carro, mas tem que ser suscetível de avaliação em dinheiro.
Avaliação dos bens
        Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença desubscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.
Subscrição x integralização: promessa de integralização. Enquanto não houver avaliação e liquidação não ocorre a integralização.
Responsabilidade civil dos subscritores: 
Evicção: Perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma coisa em conseqüência da reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor.
Vício redibitório: vício oculto. A compra carro, roda 10 km e o motor funde. Esse bem também não serve para o capital
Créditos subscritos: título de crédito é entregue na compra das ações, mas os títulos perderam a validade. A sociedade não pode levar o prejuízo.
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do vendedor.
        Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
Alteração do capital
Duas formas de aumento de capital:
Aporte de novos recursos: o capital não é imutável, apesar de fixo. A empresa precisa de recurso
Emissão de ações
Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
        I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);
        II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);
        III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
        IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.
Capitalização de recursos já existentes
	Hipótesesde aumento de capital:
Correção da expressão monetária do seu valor (capitalização de recursos já existentes)
        Art. 167. A reserva de capital constituída por ocasião do balanço de encerramento do exercício social e resultante da correção monetária do capital realizado (artigo 182, § 2º) será capitalizada por deliberação da assembléia-geral ordinária que aprovar o balanço.
        § 1º Na companhia aberta, a capitalização prevista neste artigo será feita sem modificação do número de ações emitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for o caso.
        § 2º A companhia poderá deixar de capitalizar o saldo da reserva correspondente às frações de centavo do valor nominal das ações, ou, se não tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um por cento) do capital social.
        § 3º Se a companhia tiver ações com e sem valor nominal, a correção do capital correspondente às ações com valor nominal será feita separadamente, sendo a reserva resultante capitalizada em benefício dessas ações.
Lei 9249/95 modificou o art. 167, e não tornou obrigatória mais a correção.
Capital autorizado (aporte de novos recursos): pelo princípio da instrumentalização e agilidade. Deve existir limite, e tem estar especificado a espécie, se é ação, debênture ou título. Não pode ser em bens, pelo princípio da liquidez e da agilidade.
Capitalização dos lucros ou reservas (capitalização de recursos já existente): ou a empresa aumenta o valor nominal da ação e mantém o número de ações ou aumento o número de ações e mantém o valor nominal.
28/02/08 – Retorno Maurício
Se o legislador não distinguir, o dispositivo se aplica tanto as sociedades abertas e fechadas.
Exemplos de tratamento diferente entre as companhias abertas e fechadas:
Um dos dogmas das S.A. é o princípio da livre sensibilidade das ações ( o acionista vende suas ações para quem quiser, pelo preço que quiser. Este princípio tem aplicação absoluta nas companhias abertas, mas nas fechadas o estatuto pode mitigá-lo.
        Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à circulação das ações nominativas, contanto que regule minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da companhia ou da maioria dos acionistas.
        Parágrafo único. A limitação à circulação criada por alteração estatutária somente se aplicará às ações cujos titulares com ela expressamente concordarem, mediante pedido de averbação no livro de "Registro de Ações Nominativas".
A administração da companhia pode ser bipartida entre Conselho de administração e Diretoria. O Conselho é facultativo nas fechadas. 
        Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria.
        § 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da companhia privativa dos diretores.
        § 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de administração.
        Art. 177, § 3º As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma comissão.
Dividendo mínimo obrigatório: parcela do lucro que obrigatoriamente deve ser distribuído para os acionistas. A companhia aberta para não repassar o lucro precisa passar por burocracia, inclusive com autorização da CVM.
As companhias abertas se sujeitam a fiscalização da CVM.
Para a companhia ser aberta, precisa ser registrada no CVM. A companhia pode estar registrada somente em balcão e só em mercado de ações. Não basta o registro da companhia, toda vez que a companhia resolver lançamento de valores mobiliários por subscrição pública, é necessário registro da emissão na CVM.
        Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 2o Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Existem companhias abertas mais complexas (negociam em bolsa) e menos complexas (debênture em mercado de balcão). Anteriormente a lei não distinguia as companhias pela complexidade. A lei 10.303 incluiu essa novidade.
        Art. 4º,§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada categoria. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
 Para ser companhia aberta, existe despesa, com registro, com divulgação no mercado, relação com os acionistas, ou seja, tem a vantagem de ter acesso ao mercado, mas tem um custo. Assim, a companhia pode optar por fechar o capital. O acionista da companhia aberta pode vender no mercado, a partir do momento que fecha, restringe-se o número de pessoas que podem comprar, ou seja, ocorre perda de liquidez. O próprio preço de mercado das ações, de uma companhia que era aberta e vai fechar o capital, ocorre queda. A companhia tem antes de fechar o capital, então, que fazer oferta pública de compra de ações da companhia pelo preço “X” ( existe disciplina da lei 10.303 ( o preço ofertado tem que ser justo, e estabelece parâmetros de cálculo desse preço, pode inclusive haver revisão do preço da oferta. Se for feita perícia, e esta apurar que o valor era justo, o acionista que pediu a revisão é que vai arcar com os custos da perícia. Acionistas que representem 10% das ações em circulação, podem convocar assembléia geral, aonde vai ser deliberado se a revisão do preço vai ser realizada, mas se a nova avaliação mostrar que a avaliação é justa, os acionistas que pediram a revisão precisam arcar com os custos da perícia.
   Art. 4º, § 4o O registro de companhia aberta para negociação de ações no mercado somente poderá ser cancelado se a companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle, direta ou indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações em circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual ao valor de avaliação da companhia, apurado com base nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação por múltiplos, de cotação das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base em outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da oferta, em conformidade com o disposto no art.
        Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação no mercado poderão requerer aos administradores da companhia que convoquem assembléia especial dos acionistas titulares de ações em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de determinação do valor de avaliação da companhia, referido no § 4o do art. 4o.
 
Ações em circulação no mercado para esse dispositivo, são todas as ações menos as que estão nas mãos do contralador, diretor, conselheiro e em tesouraria (art. 4ºA, §2º). Se o administrador não convocar assembléia geral, os próprios acionistas poderão convocá-la.
        § 1o O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da oferta pública, devidamentefundamentado e acompanhado de elementos de convicção que demonstrem a falha ou imprecisão no emprego da metodologia de cálculo ou no critério de avaliação adotado, podendo os acionistas referidos no caput convocar a assembléia quando os administradores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
  § 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as em tesouraria.  (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 3o Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverão ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior ou igual ao valor inicial da oferta pública. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Pode acontecer que o controlador decidir fechar, todos os acionistas decidirem vender, e restar apenas um ou minoria que não tem interesse de vender, mesmo o preço sendo justo. Se restou apenas 5%, a lei permite que as ações sejam resgatadas (art. 4º, §5º).
        Art. 4º, § 5o Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de Valores Mobiliários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das ações emitidas pela companhia, a assembléia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo valor da oferta de que trata o § 4o, desde que deposite em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor de resgate, não se aplicando, nesse caso, o disposto no § 6o do art. 44. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Outra característica das S.A., especialmente em relação as abertas, é o caráter institucional dado pelo legislador, pois gravita em torno dessa empresas, interesses que não são apenas dos acionistas. O acionista controlador não pode fazer tudo o que quiser, pois existem outros interesses, é como se fosse “quase pública”.
Características das S.A.
Tratamento institucional
Capital da S.A. dividido em ações
Responsabilidade do acionista limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas;
Circulação das ações: princípio da livre sensibilidade das ações.
S.A. é uma sociedade de capital, mas as fechadas podem ter características das sociedades de pessoas;
Importante por diferenciar: pode se capitalizar fazendo apelo ao público investidor
Nome empresarial precisa ser denominação, com S.A ou Cia. no nome.
Independente do objeto, vai sempre ser empresária, e registrada na Junta Comercial.
Finalidade precípua é o lucro;
O objeto pode ser qualquer empresa de fins lucrativos
Regime de publicidade ( o rigor é maior. Os principais atos além de serem arquivados, precisam também ser publicados em jornais de grande circulação.
	S.A
	Ltda.
	Institucional
	Contratual
	Capital
	Híbrido
	Capital dividido em ações que se materializam em documentos
	Cotas, que não se materializam em documentos. Existem apenas no contrato social
	Responsabilidade limitada ao valor das ações
	Limitada ao valor do capital social
	Nome: denominação
	Nome: denominação, firma ou razão social
	Circulação das ações: princípio da livre sensibilidade das ações
	Não vigora o princípio da livre sensibilidade
	Bens para serem integralizados: rigorosa avaliação
	Na limitada não tem essa exigência
	Precisam se reunir pelo menos uma vez ao ano
	Também existe agora nas limitadas.
	Publicidade dos atos: alguns são arquivados e alguns são publicados.
	Basta arquivar na Junta Comercial
	Tem acesso ao MVM
	Não tem acesso
	Existem 300 artigos – lei minuciosa
	Lei antes era muito lacunosa. O novo CC diminui um pouco a diferença, mas não chega a ser minucioso como as S.A.
	S.A. com um sócio só – subsidiária integral
	Não é possível. Mínimo de dois sócios
	Dividendo mínimo obrigatório
	Não existe obrigatoriedade da distribuição de lucros
Capital social – continuação – Maurício
O capital de uma sociedade tem 2 funções:
Produtividade: para realizar o objeto da companhia;
Garantia de credores.
Princípio da determinação ou fixidez: capital precisa ser fixado no estatuto. O capital pode ser alterado, desde que observado as prescrições da lei e do estatuto.
        Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional.
        Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida anualmente (artigo 167).
Alteração
        Art. 6º O capital social somente poderá ser modificado com observância dos preceitos desta Lei e do estatuto social (artigos 166 a 174).
Princípio da integralidade: capital tem que ser real, traduzir o que os sócios contribuíram, tem que espelhar a realidade patrimonial da empresa.
Principio da intangibilidade: capital social via de regra não pode ser devolvido para os acionistas no curso da vida social. Relação de “empréstimo”, determinando que a empresa não precisa devolver o dinheiro, apenas devolvendo os lucros.
O capital social pode ser formado de bens e dinheiro (art. 7º):
Dinheiro
        Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
        Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.
        § 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
        h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social da companhia.  (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997).
Avaliação
        Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.
        § 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas.
        § 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão.
        § 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia.
        § 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor.
        § 5º Aplica-se à assembléia referida neste artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
        § 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.
03/03/08
Na primeira assembléia nomeia-se o perito e na segunda aprova-se ou não o laudo – art. 8º §1º Se o subscritor aceitar (aquele que deu como pagamento, bens) – art. 8º §2º 
Tanto a assembléia como o subscritor podem rejeitar o laudo, mas o subscritor somente pode fazê-lo se o valor ofertado pelos peritos for menor do que o proposto (§3º). 
O subscritor que tiver subscrito bens não pode participar da assembléia que vai avaliar o laudo pericial:
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da companhia; considerar-se-á abusivo ovoto exercido com o fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1º o acionista não poderá votar nas deliberações da assembléia-geral relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas como administrador, nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de modo particular, ou em que tiver interesse conflitante com o da companhia.
        § 2º Se todos os subscritores forem condôminos de bem com que concorreram para a formação do capital social, poderão aprovar o laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que trata o § 6º do artigo 8º.
        § 3º o acionista responde pelos danos causados pelo exercício abusivo do direito de voto, ainda que seu voto não haja prevalecido.
        § 4º A deliberação tomada em decorrência do voto de acionista que tem interesse conflitante com o da companhia é anulável; o acionista responderá pelos danos causados e será obrigado a transferir para a companhia as vantagens que tiver auferido.
Se os bens pertencerem a todos os subscritores. É necessário avaliação pericial, e nos termos da lei, os subscritores não podem participar da assembléia. Nesta situação excepcional, a lei permite que os subscritores votem, mas determinam responsabilidade, dizendo que responderão pelos prejuízos se estiverem fraudando a avaliação. (art. 115, §2º e 3º e art. 8º, §6º)
No caso com subscrição com bens, o subscritor tem as mesmas responsabilidades de um vendedor, ou seja, responde por vícios redibitórios, por exemplo, os bodes dados como pagamento podem estar doentes. Respondem também os subscritores pela evicção (art. 10º), assim como pela solvência do devedor, em caso de crédito. 
        Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do vendedor.
        Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
O parágrafo único agora fala em subscritor ou acionista, porque também se refere a situações de aumento de capital.
O capital da S.A. pode alterar no curso da vida social, ou seja, aumentar ou reduzir o capital social.
Aumento de capital
Aporte de novos recursos: aumentar o capital e o patrimônio da companhia. Exemplo: subscrição de novas ações. A companhia emite novas ações e aliena essas ações, pelo preço de emissão.
Capitalização de lucros e reservas: aumenta o capital, mas o patrimônio continua o mesmo. Tira os valores da conta de lucros e reservas e coloca na conta de capital. O capital aumenta, mas o patrimônio não aumenta.
Aporte de novos recursos - Emissão de novas ações
Os antigos acionistas têm preferência pela aquisição das novas ações. Esse direito é ex lege, não precisa estar previsto no estatuto e nem depende de aprovação de assembléia.
Ex: 1000 reais dividido em 1000 ações e o grupo controlador detém 800 ações, ou seja, 80% do capital social está na mão do controlador. Existe minoria, com 20% das ações, se não houvesse esse direito, ao emitir as ações, os controladores poderiam impedir a minoria de comprar as ações, para aumentar sua participação (art. 109, IV).
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
        IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172;
Art. 171. Na proporção do número de ações que possuírem, os acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital.
        § 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de preferência.
        § 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de preferência. 
        § 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.
O prazo para exercer o direito de preferência é em regra 30 dias (art. 171, §4º).
O acionista pode ceder o direito de preferência (art. 171, §6º), considerando o direito de livre sensibilidade das ações.
Existe a preferência no lançamento, e não na conversão, por exemplo, no momento de conversão da debênture em ação. O acionista somente tem a preferência no lançamento das debêntures, e não no momento da conversão em ações.
A BODEX precisando expandir seus negócios, quer comprar mais uma fazenda de bodes. Vizinho tem a fazenda que a BODEX precisa, mas ela não tem dinheiro para comprar a fazenda. Pode o fazendeiro virar acionista, com a emissão de novas ações em troca da fazenda. Também pode a BODEX pagar um devedor com aumento de capital e pagando com ações (capitalização de créditos). Mas, como fica o direito de preferência do antigo acionista?
Antes existia discussão na doutrina se o acionista antigo tinha preferência na compra das ações nestas duas situações. O legislador acabou com a controvérsia, e deu a preferência para o antigo acionista (art. 171, §2º).
        Art. 171, § 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aos acionistas o direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao titular do crédito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado.
Antes que o capital esteja totalmente integralizado, ela pode aumentar o capital mediante emissão de novas ações?
Supondo capital que será integralizado a prazo. Lá pelo terceiro mês, após integralização de 40% do capital, a empresa quer aumentar o capital, isso é possível? Se for permitido o aumento, diminui-se a garantia de credores. O legislador determinou que somente é possível se o capital já estiver pelo menos 70% integralizado (art. 170).
        Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou particular de ações.
A companhia fechada não pode emitir ações por subscrição pública, a companhia aberta pode fazê-lo tanto por subscrição pública ou particular.
E o preço pelo qual serão vendidas as ações, ou seja, o preço da emissão das novas ações? (art. 170, §1º):
       Art. 170, § 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        I - a perspectiva de rentabilidade da companhia; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
        II - o valor do patrimônio líquido da ação; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
       III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságio em função das condições do mercado. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
Governo inicia licitação, e diz que a empresa tem que ter pelo menos capital de 1 milhão de reais, e a empresa tem apenas 800 mil reais. A empresa pode então aumentar o capital para participar da licitação.
No caso de aumento de capital, mediante emissão de novas ações, os preços das ações deverão ser fixados. As ações têm vários valores:
Valor nominal: é o valor que relaciona a ação com o capital social (divide o valor do patrimônio pelo número das ações);
Valor de mercado: preço pelo qual as ações são vendidas no mercado (cotação em bolsa de valores);
Valor patrimonial líquido: patrimônio líquido (ativo menos passivo) divididopelo número de ações. Se a companhia for dissolvida, cada acionista receberá exatamente esse valor, ou seja, vai pagar o passivo e o que sobrar vai ser dividido pelos acionistas.
Valor econômico das ações: calculado tendo em vista as perspectivas de rentabilidade no futuro em virtude de investimentos já realizados.
Na hora de fixar o preço é necessário observar esses valores, para evitar a diluição da participação dos antigos acionistas, e não permitir que terceiros entrem na companhia em situação melhor que os antigos acionistas.
BODEX
Valor de mercado = 5 reais
Valor patrimonial líquido = 4 reais
Valor econômico = 4,5 reais
Para o aumento de capital o preço de 4,5 reais é bastante razoável.
Valor de mercado = 3 reais
Valor do patrimônio líquido = 4 reais
Valor econômico = 4,5 reais
Se o preço for de 4,5 reais, ninguém vai comprar, é só ir no mercado e comprar por 3 reais. Se o preço for de 2,8 vai diluir a participação dos antigos acionistas. A diluição não pode ser injustificada, mas no caso é justificada pelo valor de mercado. A administração tem então que justificar para o acionistas (art. 170, §1º e §7º) . 
Art. 170, § 7º A proposta de aumento do capital deverá esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1º deste artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos econômicos que determinaram a sua escolha. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
Mesmo tendo o direito de preferência, é necessário evitar a diluição, pois o antigo acionista pode não ter dinheiro para adquirir as ações.
Capitalização de lucros e reservas
Transferência da conta de lucros e reservas para a conta de capital, para que então sejam utilizados para realização do objeto social, ou por exemplo, para poder participar de licitação que exija determinado capital.
Companhia com capital de 1000 reais, com 1000 ações. Valor nominal = 1 real.
No certificado de ação vai constar o valor de 1 real, nome do acionista entre outras informações. Supondo que a companhia fez aumento de capital pela capitalização, aumentando para 2000 reais. O repasse para o antigo acionista pode ser feito através de duas opções:
Não aumentando o número de ações, mantendo o valor da ação e distribuindo para os antigos acionistas. Cada acionista passa a ter então duas ações ( o que caracteriza a bonificação (art. 169, caput);
Aumentar o valor nominal da ação: tem que recolher todas as ações, para então poder aumentar o valor de cada ação.
Pode ser que a companhia trabalhe com ações sem valor nominal. No certificado não vai constar o valor nominal. Existe um valor nominal intrínseco, dividindo o capital pelo número de ações em circulação. Se aumentou o capital pela capitalização, não precisará recolher as ações para o valor nominal.
Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.
§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada sem modificação do número de ações.
§ 2º Às ações distribuídas de acordo com este artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário dos instrumentos que os tenham constituído, o usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a incomunicabilidade que porventura gravarem as ações de que elas forem derivadas.
§ 3º As ações que não puderem ser atribuídas por inteiro a cada acionista serão vendidas em bolsa, dividindo-se o produto da venda, proporcionalmente, pelos titulares das frações; antes da venda, a companhia fixará prazo não inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual os acionistas poderão transferir as frações de ação.
O acionista da companhia em questão dá as ações em usofruto para fulano, ou seja o acionista continua sendo o proprietário. A companhia bonificou então 10 para 1 (art. 169, §2º), a bonificação também é distribuída, a menos que no instrumento tenha se estabelecido o contrário.
Para aumentar o capital é necessário reformar o estatuto, e para isto é necessário aprovação da Assembléia Geral. O processo é então, complexo e demorado. A companhia pode precisar captar recursos de forma mais ágil. O legislador então, idealizou o capital autorizado, que são companhias que o estatuto já contém autorização para aumentos futuros dentro de determinado limite de modificação (art. 168).
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.
        § 1º A autorização deverá especificar:
        a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas;
        b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o conselho de administração;
        c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
        d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito (artigo 172).
        § 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será anualmente corrigido pela assembléia-geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.
        § 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.
Capital da companhia é de 1000 reais, mas capital autorizado é de 10 mil reais. Se chegar ao limite é necessário reformar o capital para novo aumento (art. 168, §1º, a). O Conselho de Administração pode ser o órgão competente para deliberar o aumento de capital.
A companhia com capital autorizado, mas com competência da assembléia-geral, o quorum de instalação é de maioria simples.
  Art. 135. A assembléia-geral extraordinária que tiver por objeto a reforma do estatuto somente se instalará em primeira convocação com a presença de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá instalar-se em segunda com qualquer número.
        § 1º Os atos relativos a reformas do estatuto, para valerem contra terceiros, ficam sujeitos às formalidades de arquivamento e publicação, não podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas formalidades ser oposta, pela companhia ou por seus acionistas, a terceiros de boa-fé.
        § 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto o disposto no artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no artigo 98 e seu § 1º.
        § 3o Os documentos pertinentes à matéria a ser debatida na assembléia-geral extraordinária deverão ser postos à disposição dos acionistas, na sede da companhia, por ocasião da publicação do primeiro anúncio de convocação da assembléia-geral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Se a companhia não tiver conselho de administração, não pode ser de capital autorizado.
O estatuto pode prever ausência de preferência dos antigos acionistas, que na companhia aberta contiver autorização para o aumento do capital (art. 172). Entretanto, a subscrição deve ser pública, ou seja, quem quiser pode comprar, o controlador não pode reservar para si as ações
        Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou
        II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada, pode excluir o direito de preferência para subscrição de ações nos termos de lei especial sobre incentivos fiscais.
 
Hipóteses de aumento do capital social (art. 166). Antes era obrigatória a correção da expressão monetária. Hoje, em virtude da desindexação da economia, essa exigência não vigora mais. Capital autorizado (art. 166, II). Aumento de capital mediante a conversão de outros valores mobiliários em ações (art. 166, III), como debêntures conversíveis em ações. Aumento de capital em companhias que não tem capital autorizado (art. 166, IV).
        Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
        I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);
        II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);
        III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
        IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.
        § 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes à efetivação do aumento, a companhia requererá ao registro do comércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata da assembléia de reforma do estatuto, no caso do número IV.
        § 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos casos do número III, ser obrigatoriamente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de capital.
Aumento de capital
Hipóteses de redução voluntária (art. 173):
Para compensar prejuízos;
Capital encontra-se excessivo.
        Art. 173. A assembléia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.
        § 1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da assembléia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento.
        § 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição.
Empresa com prejuízo contábil pode diminuir o capital para compensar o prejuízo, ou seja, está distribuindo o prejuízo entre o acionista. 
Acionista constituem a Companhia de transporte de alunos MC. Supondo que todos os acionistas sejam muito ricos. Proposto capital social de 10 bilhões, 1 bilhão foi suficiente, sobram 9 bilhões, então a assembléia geral propõe devolver o valor para os acionistas. Atenção para a garantia dos credores, pois o credor contratou com companhia que tinha capital de 10 bilhões de reais. A garantia diminuiu, portanto, para que essa redução se torne efetiva é necessário aguardar 60 dias, durante esse prazo os credores quirografários pode se opor a redução. Ou a companhia paga o credor, ou deposita o valor em juízo ou não reduz o capital.
O credor pode se opor apenas quando existe excesso, no caso do prejuízo o credor não pode, pois o prejuízo já tinha ocorrido, quando foi proposta a diminuição do capital social (art. 174).
        Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a publicação da ata da assembléia-geral que a tiver deliberado.
        § 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação da ata poderão, mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio da sede da companhia, opor-se à redução do capital; decairão desse direito os credores que o não exercerem dentro do prazo.
        § 2º Findo o prazo, a ata da assembléia-geral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova do pagamento do seu crédito ou do depósito judicial da importância respectiva.
        § 3º Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembléia especial.
Os debenturistas na verdade são credores da companhia, portanto, também precisam autorizar a redução.
Supondo a companhia de transporte com capital de 10 bilhões de reais. Ao invés de integralização a vista, o capital seria integralizado a cada ano em prestações anuais de 1 bilhão de reais. O capital pode ser reduzido, e perdoar a integralização futura dos acionistas (art. 174, caput) ( “diminuição pelo valor destas, quando não integralizadas”. 
Hipóteses de redução obrigatória:
Os arts. 45 e 107 tratam da redução obrigatória, portanto, os credores não podem se opor.
As Ações
Podem ser classificadas quanto ao valor, espécie, forma (maneira de circulação).
Valor: nominal e sem valor nominal
Espécie: ordinárias, preferenciais e de fluição
Forma: nominativas. Antes existiam as endossáveis e ao portador, que hoje não existem mais. Hoje existem apenas nominativas.
Representação física: documentais (representam por documento), escriturais (não se representam por documento)
Quanto a Espécie
A companhia pode ter o capital todo constituído de ações ordinárias, mas não pode ter só ações preferenciais. Até 50% do capital de uma companhia, pode ser composto de ações preferenciais. Antes o limite era de 2/3, para estimular o mercado, hoje passou para 50%, considerando que o mercado não é mais insipiente. Hoje, o controlador precisa investir mais na companhia, considerando o limite de 50%, o que traz mais garantia (art. 15).
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
        § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.
        § 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
É possível que o capital da sociedade anônima seja composto de ações preferenciais em percentual superior a 50%? Desde que ao ultrapassar 50%, tenha direito de voto, o que não pode é ultrapassar e não dar direito de voto.
Ações Ordinárias
Conferem aos acionistas todos os direitos, inclusive o direito de voto. A cada ação corresponde um voto (art. 110).
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia-geral.
        § 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista.
        § 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.
Ações Preferenciais
Apresentam vantagem patrimonial, mas podem ser destituídas do direito de voto (art. 111)
        Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.
        § 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendosnão forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.
        § 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as ações preferenciais com direito de voto restrito terão suspensas as limitações ao exercício desse direito.
        § 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da implantação do empreendimento inicial da companhia.
Quem determina sobre o direito de voto é o estatuto.
As vantagens estão no art. 17:
Prioridade na distribuição de dividendos, fixo ou mínimo (art. 17, I). Quando distribui dividendos, ela está dividindo lucros em espécie. O dividendo prioritário pode ser fixo ou mínimo. O valor do dividendo prioritário está definido no estatuto social. Ou trabalha com dividendos prioritários fixos ou mínimos.
Dividendos Prioritários Fixos: não participam dos lucros remanescentes. O dividendo é fixo e determinado no estatuto;
Dividendos Prioritários Mínimos: participam dos lucros remanescentes, em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas estarem assegurados os dividendos iguais ao mínimo (art. 17, §4º). 
Exemplo: BODEX. Capital de 1000 reais. 500 ordinárias e 500 preferenciais. Fixas: direito de 1 real por ação. Supondo lucro de 500 reais e o lucro será distribuído para os acionistas. Supondo lucro de 800 reais, paga 500 para as preferenciais. Sobrou 300 que vão para as ordinárias. Lucro de 1000 reais, 500 para as preferenciais e 500 para as ordinárias. 
Agora dividendo prioritário mínimo de 1 por ação. Lucros de 500 reais. Paga 500 reais para as mínimas. Se lucro de 800 reais, paga 500 para as mínimas, sobrou 300, paga então os 300 para as ordinárias. Lucro de 1000, paga 500 para as mínimas e 500 para as ordinárias. Lucro de 5000, paga 500 para as mínimas e 500 para as ordinárias. Depois paga 2000 reais para cada, ficando um total de 2500 com as preferenciais e 2500 com as ordinárias.
O dividendo prioritário pode ser cumulativo ou não. Se não teve dinheiro para pagar os preferenciais, a dívida acumula para o exercício seguinte. Se o dividendo for não cumulativo, se não teve lucro, não fica prejuízo acumulado para o exercício seguinte. (art. 17, §4º)
Prioridade no reembolso do capital: vantagem fictícia, porque só se torna concreta se a companhia se dissolver. Indivíduo compra ação preferencial,querendo ter vantagem preferencial, e fica torcendo para a companhia se liquidar e ter vantagem?
Companhia com capital de 1000 reais, com 1000 ações, entrou em liquidação e sobraram 500 reais. Considerando 500 preferenciais e 500 ordinárias e aquelas com preferência de reembolso do capital, iria tudo para as preferenciais. Se sobrou 750, 500 vai para as preferenciais e 250 vão para as ordinárias.
Com prêmio: por exemplo, 50 centavos por ação. Se sobrou 750, para 550 para as preferenciais, e depois paga as ordinárias.
Sem prêmio: não há prêmio.
Inciso III no caso de cumulação
        Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou  (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério:(Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
       a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou  (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
       III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 4o Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 5o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o direito das ações preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 6o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1o do art. 182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
Vantagens Políticas
        Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração.
        Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação, em assembléia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.
10/03/08
A ação é indivisível. Pode existir mais de uma pessoa possuindo uma única, ação, mas terão ela em condomínio.
        Art. 28. A ação é indivisível em relação à companhia.
        Parágrafo único. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos serão exercidos pelo representante do condomínio.
A ação é um título corporativo, em outras palavras, é um título que fundamenta a condição de sócio, pois o sócio é o acionista. Confere ao acionista direito de crédito eventual de participar dos lucros e do acerto social. Não é certo porque ele somente vai participar dos lucros, se houver lucros.
Título que confere direitos políticos, de votar, de fiscalizar, de participar da vida social da companhia.
Classes de Ações
Preferenciais nominativasda classe A ( direitos determinados no estatuto, por exemplo, dividendo prioritário mínimo de 10 reais por ação.
Preferenciais nominativas de classe T ( direitos determinados no estatuto, por exemplo, prioridade no reembolso dos capitais.
Preferenciais nominativas 5.3 ( direitos determinados no estatuto, por exemplo, direito de eleger o diretor jurídico e além disso tem dividendo prioritário mínimo igual a A e reembolso de capital igual a T.
As ações ordinárias das companhias abertas não podem variar de classe, ou seja, têm a mesma classe. As ações preferenciais de companhias abertas e fechadas podem variar de classe. As ações ordinárias de companhias fechadas podem variar de classe. (art. 15, §1º)
        Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
        § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.
        § 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de:
        I - conversibilidade em ações preferenciais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
        Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for expressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações atingidas.
Vantagens Políticas
        Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração.
        Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação, em assembléia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.
Regulação no Estatuto
        Art. 19. O estatuto da companhia com ações preferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuídas a cada classe dessas ações e as restrições a que ficarão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, a conversão de ações de uma classe em ações de outra e em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as respectivas condições.
O espírito do legislador é desenvolver o MVM, pois quanto mais pulgente, melhor vai fluir a economia do país, pois é no MVM que as grandes companhias conseguem os recursos para se auto-financiar. Qual a espécie de ação mais negociável no mercado? Preferenciais, pois as ordinárias estão nas mãos do controlador. O legislador em 2001 tentou melhorar o produto que é negociável no mercado, que são as preferenciais, criando ações que permitam vantagem concreta, evitando a preferência oca (ou seja preferência apenas no reembolso do capital). Então entrou o §1º do art. 17.
        § 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério:(Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
       a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou  (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
       III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Vantagens das ações preferenciais:
Direito de participar dos dividendos mínimos obrigatórios, que tem que ser de pelo menos 25% do lucro líquido.
A ação tem que conferir dividendo prioritário mínimo de pelo menos 3% do valor patrimonial líquido da ação.
Tem que conferir aos seus titulares, dividendos pelo menos 10% maior do que as ordinárias.
Participam dos lucros e participam de oferta pública em caso de alienação de controle (inciso III do §1º). 
Dividendo mínimo obrigatório é a parcela que a companhia tem que distribuir para os acionistas, ou seja, obrigatoriedade de distribuição dos lucros entre os acionistas, o que é diferente do dividendo prioritário mínimo. 
13/03008
Oferta pública no caso de alienação (vantagem das ações preferenciais)
Exemplo: Companhia aberta de capital de 1000 ações, 500 ordinárias e 500 preferenciais sem direito a voto. O valor de mercado das ordinárias na bolsa é de 10 reais. O acionista controlador tem 251 ações ordinárias. Se o controlador vai vender as 251, não quer vender por 10 reais cada ação, pois está vendendo também o controle.
Como o controle é da companhia e não do controlador, os acionistas tem preferência na oferta pública. A legislação antes trazia a obrigatoriedade do sobrevalor ser distribuído entre os acionistas. Hoje, o comprador do controle da companhia é obrigado a se ofertar para comprar qualquer ação ordinária, no mesmo preço que está pagando na compra. Na verdade, hoje não é o mesmo preço é 80% do preço que pagou ao controlador. Entretanto, a companhia pode criar uma classe de ações preferenciais com a mesma garantia das ações ordinárias, no que diz respeito a venda de suas ações na venda do controle da companhia.
Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle.
Ações de Fruição
Serão discutidas adiante
Quanto a Forma
Hoje todas são nominativas, antigamente podiam ser endossáveis ou ao portador. O titular é aquele que tem o nome registrado no livro de registro de ações nominativas que é a companhia é obrigada a manter.
       Art. 20. As ações devem ser nominativas.  (Redação dada pela Lei nº 8.021, de 1990)
Ações Nominativas
        Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
        § 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.
        § 2º A transferência das ações nominativas em virtude

Continue navegando