Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Odontologia Profª Ana Paula Nunes HISTOLOGIA II BUCAL E EMBRIOLOGIA Daniela Haubman Pereira Ato 222 1 Período Fetal − Começa na 9 semana de VIU (11 semanas após o último período menstrual normal = UPMN). − Termina com o nascimento (38 semanas de VIU). Principais Características • Rápido crescimento do corpo, junto com uma diminuição relativa do crescimento da cabeça (em relação ao corpo) • Especialização dos tecidos, órgãos e sistemas Crescimento Corporal x Cefálico (Número de semanas – período fetal) 2 Processo de produção de hemácias Principais eventos em cada subperíodo: 9 - 12 semanas VIU: • Rápida aceleração do crescimento em comprimento • Início da formação dos centros primários de ossificação no crânio e ossos longos • Genitália externa ainda não estará definida • Alças intestinais estarão dentro do cordão umbilical • Eritropoiese, que até então ocorria no fígado, inicia a ocorrer também no baço • Início da formação de urina fetal, lançada no líquido amniótico Formação do sangue: principalmente no fígado e levemente no baço. Com 12 semanas os centros primários de ossificação aparecem em quase todos os ossos dos membros. (antes estavam apenas no crânio e ossos longos). 13 – 16 semanas VIU • Prossegue o crescimento fetal rápido • Início de movimentos coordenados dos membros na 14ª sem. (ainda não percebidos pela mãe, só no ultrassom) • Formação ativa de tecido ósseo (BMPs ativas - Proteínas Morfogenéticas Ósseas) • Início do movimento dos olhos (14ª sem.) • Genitália externa definida (entre 13ª e 14ª sem.) • Se o feto for feminino = ovogônias dentro dos ovários (16ª sem.) • Olhos em posição frontal (16ª sem.) • Orelhas externas próximas da sua posição definitiva 17 – 20 semanas VIU • Taxa de crescimento fetal relativamente diminuída • Movimentos de membros percebidos pela mãe • Pele sem gordura subcutânea • Vascularização do couro cabeludo • Sistema Respiratório ainda imaturo • Presença de sobrancelhas e cabelo (20 sem.) 17 semanas 3 • Corpo recoberto por lanugo (penugem delicada) • Início da formação de tecido adiposo marrom • Formação do útero e canalização da vagina (18 sem.) • Ovários com folículos ovarianos primordiais contendo ovogônias no seu interior • Ovários e testículos já estarão na parede abdominal posterior 21 – 25 semanas VIU • Substancial ganho de peso fetal • Pele rosada, pela intensa formação de capilares sanguíneos na derme • Unhas dos dedos das mãos já presentes (24 sem) • Os pneumócitos tipo II (septos interalveolares) iniciam a secretar substância surfactante (24 sem), entretanto o sistema respiratório como um todo ainda é imaturo 26 – 29 semanas VIU • Pulmões já com capacidade potencial de respirar • SNC amadurecido • Pálpebras já estão abertas • Unhas dos dedos dos pés formadas, cabelo e pelos também • Acúmulo de gordura subcutânea, 3,5% do peso corporal (PC) corresponde à tecido adiposo branco • Hematopoiese hepática e esplênica vai até às 28 semanas, mas por volta de 24 semanas começa a ser substituída pela hematopoiese na medula óssea 30 – 34 semanas VIU • Reflexo pupilar dos olhos à luz • Pele rosada e lisa • Membros mais gordos • 8% do PC corresponderá a tecido adiposo branco • PODERIA NASCER? São prematuros pela data, tem peso normal, mas com apenas 30-34 semanas. Feto viável pela fisiologia respiratória e térmica (se tiver mais de 2.5 kg) 4 35 – 38 semanas VIU • Reflexo palmar presente • Testículos dentro das bolsas escrotais (fetos masculinos prematuros podem apresentar testículos ainda na cavidade pélvica) • Circunferência cefálica = circunferência abdominal (36 sem) • Peso médio ao nascer 3,4kg • Corpo “gorducho”, com 16% do PC de tecido adiposo branco • Há uma taxa de ganho de peso ao redor de 14g./dia Circulação placentária Gêmeos Monozigóticos - pela divisão do embrioblasto (65%) 5 Gêmeos Monozigóticos - pela divisão da mórula em dois blastocistos (35%) Gêmeos Dizigóticos 6 Embriologia da face e da cavidade bucal − Regiões suscetíveis a anomalias congênitas, no período pré-embrionário e embrionário: − Regiões suscetíveis a defeitos funcionais e anomalias menores (período fetal): Fases na Vida Intrauterina • Fase proliferativa: da concepção até o ínicio da 3ª semana de VIU • Fase de morfogênese (histodiferenciação): da 4ª à ± 8ª semana de VIU (período embrionário) fase critica • Fase de crescimento e maturação: 9ª semana de VIU até o nascimento (período fetal) Desenvolvimento Craniofacial Eventos importantes já abordados: • Formação da Placa Precordal Membrana Bucofaríngea • Notocorda Eixo Cefalocaudal Tubo Neural • Proliferação do Tubo Neural na região cefálica, formando: telencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo • Cristas Neurais = na 4ª semana as células que migrarem para a região cefálica formam o Ectomesênquima da face e do pescoço, além de participarem da formação de melanócitos, gânglios nervosos, camada medular da glândula adrenal 7 Prega Cefálica = originada na 4ª semana, pelos dobramentos cefalo-caudal e ventral/lateral. Sendo fundamental para a formação da cavidade oral primitiva (estomoideo). As células da crista neural da região anterior migram para a região cefálica, auxiliando a formação da PROEMINÊNCIA FRONTAL e dos ARCOS BRANQUIAIS (do Aparelho Branquial). Arcos branquial ou aparelho faríngeo: colabora na formação da face, cavidade nasal, boca, laringe, faringe e pescoço Arcos Branquiais − 1º Arco branquial inicia sua formação nos primeiros dias da 4ª sem. VIU (22-28 dias) − É o único que subdivide-se em 2 processos: • P. Maxilar: formará a maxila, o arco zigomático e a porção escamosa do osso temporal • P. Mandibular (maior): formará a mandíbula − Ao final da 4ª semana, teremos: • Quatro pares de arcos branquiais bem definidos e visualizados (1º ao 4º) • 2 pares rudimentares (5º e 6º) 8 Desenvolvimento dos processos faciais (4ª para 5ª sem. viu) A partir da eminência frontal, formam-se os processos frontal e frontonasal, iniciando como 2 saliências esféricas do ectoderma, evoluem para placóides nasais (formarão o assoalho das fossas nasais). − Formação de elevações ao redor: processos nasais laterais e mediais. 27 DIAS 9 − As bordas inferiores das fossetas fusionam-se entre si e também com o processo maxilar − Fosseta nasal − Sulco nasolacrimal • Processo maxilar • Processos nasais laterais e mediais Fosseta nasal Processo nasal lateral Processo nasal médio Processo mandibular Processo maxilar Olho em desenvolvimento 10 32 dias (5ª sem.) 40 dias (6ª sem.) Ao nascer 11 − Também serão formados a partir deste aparelho faríngeo: − Sulcos Branquiais 1° sulco = forma o meato acústico externo 2° e 3 ° sulco = são obliterados e participamdo desenvolvimento do pescoço − Bolsas Branquiais 1ª bolsa = Tuba auditiva 2ª bolsa = Amígdala ou tonsila palatina 3ª bolsa = Paratireóides inferiores e o timo 4ª bolsa = Paratireóides superiores 5ª bolsa = Células parafoliculares da Tireóide Desenvolvimento da língua (6ª semana viu) Sua formação ocorre a partir dos 4 arcos faríngeos − 1º arco faríngeo = duas saliências linguais ou brotos linguais Estas duas saliências linguais crescem e fundem-se, formando os 2/3 anteriores da língua − As porções centrais do 2º, 3º, e 4º arco elevam-se e formam o 1/3 posterior da língua − A fusão da parte anterior (1ºarco) com a posterior (2º., 3º. e 4º. arcos) forma a sulco terminal (V lingual), que é uma cicatriz embrionária 12 Língua Estará já formada na 6ª semana VIU, mas ainda está ocupando o centro do estomoideo. O fechamento do estomoideo depende do fechamento dos processos palatinos, formando o palato. Desenvolvimento do palato Entre a 6ª e 10ª semana VIU − 6ª semana: Processos palatinos laterais (PPL) Língua Desenvolvimento do palato (entre a 6ª e 10ª semana viu) Processo palatino primário/mediano Processo palatino secundário/lateral Septo nasal Lábio superior 13 − Na 7ª semana: ocorre o rebaixamento da língua → este rebaixamento da língua permite a aproximação dos processos palatinos laterais (PPL) em direção à linha média → leva à fusão dos PPL com o processo palatino mediano → fusão dos PPL entre si → formação do palato secundário → fusão dos PPL com o septo nasal − Após a 10ª semana: cavidades nasais e oral definitivas, formadas e separadas após formação do palato secundário − Palato mole e úvula: são formados por expansões das extremidades dorsais dos processos palatinos (PPL), não ossificados. ± 10ª semana: palato já estará separando a cavidade nasal da cavidade oral Na 6ª semana: projeções mesenquimais oriundas da fusão do processo nasal medial C - pré-maxila da maxila Na 8ª semana: projeções verticais mesenquimais da maxila A - processos palatinos laterais ou prateleiras palatais dispostos verticalmente devido a interposição lingual Na 10ª semana: fusão completa dos processos palatinos 14 Desenvolvimento da cavidade nasal O septo nasal se desenvolve como um crescimento ventral, a partir das regiões internas dos processos nasais mediais. Fusão do septo nasal: inicia pela parte anterior na 9ª semana e termina pela parte posterior, na 12ª semana, superiormente ao palato duro. Desenvolvimento da Mandíbula − Origem: do processo mandibular do 1º arco branquial, após a 6ª semana VIU o A Cartilagem de Meckel apenas orientará a formação do osso mandibular, por ossificação intramembranosa. − A formação da mandíbula inicia na 7ª semana, quando inicia a ossificação intramembranosa da mandíbula, no sentido medial e lateral − Na 10ª semana já há um esboço rudimentar do osso mandíbular − As extremidades anteriores da cartilagem de Meckel induzem a ossificação endocondral da sínfise mandibular Epitélio olfatório Septo nasal Cavidade nasal Cartilagem de meckel 15 Desenvolvimento da maxila − Origem: do processo maxilar do 1º arco branquial − Forma-se por ossificação intramembranosa, sendo que o centro de ossificação começa a ser formado na 8ª sem. (56º dia) Processos mandibular e maxilar 12ª semana viu = início da formação dos centros de ossificação dos ossos do crânio e longos. Após a 11ª semana, epiderme estratificada. Cristas papilares (entre epiderme e derme) iniciam a ser observadas. Estas cristas estarão formadas completamente após a 17ª semana. 14ª semana = início do surgimento de brotos dos bulbos dos pelos 16ª semana = folículos pilosos com início da formação de pelos Ao final da 16ª semana: olhos em posição frontal e orelhas externas próximas da sua posição definitiva 16 Odontogênese É o período de formação dos dentes, se inicia na 6ª semana de VIU, portanto no período embrionário. 7 Fases da Odontogênese 1. Banda Epitelial Primária 2. Lâmina Dentária e Lâmina Vestibular 3. Broto ou Botão DENTES (decíduos ou permanentes) MATURIDADE (fisiológica ou funcional) → Processo fisiológico de evolução contínua → modificações: • Histológicas • Fisiológicas • Bioquímicas Todas progressivas e simultâneas 17 4. Capuz ou Casquete 5. Campânula ou Sino 6. Coroa 7. Raiz Todas são sensíveis à teratogênese, gerando anomalias variadas e clinicamente distintas. Estágios de Formação (dente normal) Sobrepõem-se em muitos momentos. − Estágio de crescimento • Iniciação (1) • Proliferação (1 e 2) • Histodiferenciação (2 e 3) • Morfodiferenciação (3) • Aposição (4) − Estágio de Mineralização − Estágio de Erupção − Estágio de Atrição Histodiferenciação – características: • Crescimento contínuo por diferenciação celular • Adoção do padrão morfológico do futuro dente Quando ocorre: 1. Nas fases de banda epitelial primária, lâminas, e broto/botão 2. Na fase de capuz/sino 3. Na fase de campânula/sino 4. Nas fases de coroa e de raiz 18 • As células tornam-se restritas à sua potencialidade e perdem sua capacidade de se multiplicarem Morfodiferenciação – características: • Células se dispõem na forma e o tamanho do dente • Isto ocorre antes da deposição da matriz Formação do Epitélio Odontogênico 6ª semana VIU: Rápida proliferação das células epiteliais, levando ao espessamento do epitélio odontogênico (setas), na forma de ferradura, dita Fase de Banda Epitelial Primária (BEP). Ocorre aos 34 dias, entre a 4 a e 5ª semana VIU. Ectomesênquima Origem: ectoderme, células da crista neural Epitélio odontogênico Eptélio oral primitivo 19 Banda Epitelial Primária Na 7ª semana VIU, as células desta Banda Epitelial primária proliferam e formam duas massas epiteliais (grupos), ditas Lâminas: Lâmina Dentária e Lâmina Vestibular, estas lâminas ocuparão os primórdios da maxila e mandíbula. Com o avanço do crescimento celular, ficarão 10 pequenas esferas em cada arco maxilar e mandibular, na posição onde serão desenvolvidos os dentes decíduos (de forma não sincronizada) Proliferação das células basais da Banda Epitelial Primária e formação das Lâminas Dentária e Vestibular Epitélio oral Ectomesênquima Banda epitelial primária Banda epitelial primária Região em degeneração Lâmina vestibular Lâmina vestibular Lâmina dentária Sulco vestibular Lâmina dentária Lâmina dentária 20 Fase de Lâminas Dentária e Vestibular As células da Lâmina Vestibular sofrerão degeneração, enquanto as células da Lâmina Dentária seguirão em mitose, sofrendo processos de iniciação e proliferação, e formarão um brotamento → fase de broto ou botão. Fase de Broto ou Botão (8ª semana VIU) Nesta fase, é possível visualizar o broto (epitelial) e o ectomesênquima (tecido abaixo do epitelial) condensado ao seu redor, marcando o início da organização da regiãoPapila Dentária. Região em degeneração Epitélio Oral Lâmina vestibular Futuro fundo de saco do sulco vestibular Lâmina Dentária Futuro dente (Arco Dentário) 21 • A multiplicação e o crescimento do Broto é desigual, sendo maior na periferia e menor no centro • O ectomesênquima central fica mais condensado na região central; enquanto o externo inicia a regionalizar-se esfericamente (Folículo dentário) → caracterizando a Fase de Capuz ou Casquete (12ª sem. VIU) Fase de capuz Inicia na 12ª semana VIU. Lâmina dentária Broto Papila dentária Epitélio oral Papila dentária Broto Broto Ectomesênquima condensado Botão Germe dentário evoluindo da fase de broto para a de capuz Características: • Concavidade central • Rodeada de ectomesênquima condensado (organização inicial da Papila Dentária) • Nesta fase, o Germe Dentário como um todo, estará composto de 3 regiões: Capuz inicial Depressão Ectomesênquima condensado 22 1. órgão do Esmalte (= região epitelial) 2. papila dentária (= ectomesênquima condensado) 3. folículo ou saco dentário (= ectomesênquima ao redor) Germe dentário na Fase de Capuz − Órgão do esmalte: derivado do ectoderma, era o epitélio odontogênico primitivo, que proliferou. Será o responsável pela formação do esmalte, dentre outros tecidos. − Papila dentária: derivada das células migradas das cristas neurais, era o ectomesênquima que se condensou dentro do capuz. Suas células futuramente formarão a dentina, e também formarão a polpa dental. − Folículo dentário: também derivado das células migradas das cristas neurais (ectomesênquima). Envolve totalmente o órgão do esmalte e a papila dentária. Futuramente originará o periodonto de inserção (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar). Mucosa Oral Lâmina Dentária Papila dentária Órgão do Esmalte Folículo Dentário 23 Ainda na fase de Capuz, as Células do órgão do esmalte se diferenciam em 3 regiões celulares: retículo estrelado, epitélio externo e interno. Interações moleculares da odontogênese 24 Fase de Campânula ou Sino (14ª semana VIU) Inicia-se a histodiferenciação celular dos tecidos dentários, porque enquanto a taxa de mitose diminui, aumenta a especificidade celular. A região do Órgão do Esmalte assume a forma de Sino, com uma cavidade central e bordos bem profundos. Germe dentário na fase de campânula Nas extremidades, o local onde os epitélios interno e externo do órgão do esmalte se unem, recebe a denominação de Alça Cervical. 25 Histodiferenciação do Órgão do Esmalte na fase de Campânula I. O retículo estrelado acumula mais Água (GAGs), aumentando a distância entre as células estreladas II. As células do epitélio externo tornam-se pavimentosas (eram cúbicas) III. As células do epitélio interno tornam-se cilíndricas baixas a cúbicas IV. Nesta fase forma-se uma quarta região, dita Estrato Intermediário, 2 a 3 camadas de células pavimentosas, entre o epitélio interno e o retículo estrelado O Epitélio Intermediário é formado pela modificação de células do retículo estrelado, próximas ao epitélio interno. − Estrato Intermediário: sintetizará proteínas de manutenção do epitélio interno. Irá colaborar na maturação do esmalte, liberando fosfatase alcalina. − Alça Cervical: atuará na formação da raiz, por originar a bainha radicular de Hertwig, à qual induzirá a formação da raiz no final da fase de Coroa. Folículo dentário Nesta fase de Campânula, há apenas um resquício da Lâmina Dentária. 26 Principal fenômeno morfogenéticos na fase de Campânula Indução recíproca na fase de Campânula Inicia nas futuras cúspides, segue até as alças cervicais. Histodiferenciação e indução recíproca entre células do Epitélio Interno do Órgão do Esmalte e de células da Papila Dentária As células do estrato intermediário induzem as do epitélio interno a sofrerem inversão da polaridade, sendo agora diferenciadas e chamadas de Pré-Ameloblastos (cilíndricas) Pré-ameloblastos induzem as células da papila dentária (próximas à lâmina basal) a se diferenciarem em Pré- Odontoblastos Pré-Odontoblastos iniciam a produção da 1ª camada de matriz da dentina, dita Dentina do Manto (Colágeno III), que neste momento ainda não estará mineralizada Dentina do Manto secretada induzirá os Pré-ameloblastos a se diferenciarem em Ameloblastos 27 Dentina do Manto e diferenciação de Préameloblastos em Ameloblastos Ao final da Fase de Campânula, teremos: • Papila dentária com pré-odontoblastos, + fibrilas colágenas e já com capilares sanguíneos • Dentina do manto • Pré-ameloblastos (polarizados) • Desintegração quase completa da lâmina dentária • Folículo dentário envolvendo todo o germe dentário. Já estarão sendo formadas trabéculas do osso alveolar ao redor do folículo dentário, formando uma cripta óssea 28 Fase de Coroa ou Campânula Avançada Inicia-se na 18ª semana de VIU. É caracterizada pela deposição das matrizes: • Dentina (dentinogênese) • Esmalte (amelogênese) Com a presença de Dentina e esmalte, a Papila dentária a gora denomina-se Polpa Dentária. • A dentinogênese ocorre de fora para dentro = centrípeta. • A amelogênese ocorre de dentro para fora = centrífuga. Ambas iniciam nas Cúspides e seguem em direção às Alças Cervical. Quanto mais próximo da cúspide, mais avançados os estágios de diferenciação celular. Com isto, em um mesmo germe dentário é possível ocorrer ameloblastos, odontoblastos, pré- ameloblastos, pré-odontoblastos, células do epitélio interno do órgão do esmalte, e células indiferenciadas na periferia da papila dentária. CÚSPIDES ALÇAS CERVICAIS Na região de coroa do germe dentário 29 Fase de Raiz (Rizôgenese) Ocorre na 28º semana VIU. Inicia quando a Dentinogênese coronária e Amelogênese alcançam a região da Alça Cervical A partir deste momento, a Alça Cervical sofre um dobramento, formando o Diafragma Epitelial internamente e a Bainha Epitelial de Hertwig. A Alça cervical dobra-se por que encontra o osso alveolar Logo a seguir, as células desta Bainha Epitelial de Hertwig cessam sua divisão celular, se separam e podem ser observados temporariamente como Restos Epiteliais de Malassez. Esta separação permite o contato entre a Dentina Radicular recém formada e o Folículo Dentário (externamente). Este contato induz as células do ectomesênquima a se diferenciam em: • Cementoblastos → secretando Cemento • Fibroblastos → secretando Ligamento Periodontal (LPD) • Osteoblastos → secretando Osso Alveolar Esmalte Dentina Diafragma epitelial Bainha epitelial de Hertwig A Bainha Epitelial de Hertwig induz as células da papila dentária desta região → se diferenciam em odontoblastos, secretando Dentina Radicular. A formação da dentina radicular no ápice radicular marca o final da odontogênese 30 E os permanentes? • Osgermes de dentes permanentes precedidos de decíduos originam-se a partir de uma invaginação da lâmina dentária do próprio decíduo equivalente, quando seu decíduo estiver na fase de capuz. Fase Broto do Permanente. • Permanentes sem decíduos: seus germes originam-se do próprio epitélio oral, mas em fases posteriores. Em ambos os casos, seguem a mesma sequência de odontogênese dos decíduos. Resumindo: CAPUZ DO DECÍDUO (não é do slide dela, fonte: http://histobuco.paginas.ufsc.br/odontogenese/) 31 Lâmina Basal Fibrilas Colágenas-III Dentina Tipos de dentina quanto à região • Dentina do manto • Dentina circumpulpar Dentina do Manto • Primeira dentina a ser produzida (tem 10-30nm de espessura) • É produzida odontoblastos em diferenciação • Formada por Fibrilas de Colágeno tipo III, dispostas perpendiculares à Lâmina Basal À medida que os odontoblastos vão desenvolvendo seu prolongamento, seu corpo vai se deslocando em direção à papila dentária e Nesta trajetória, seus prolongamentos ocupam os Túbulos Dentinários (espaço físico na matriz dentinária). Coronária Radicular Fibrilas de colágeno tipo III perpendiculares à lâmina basal Polarização das células da papila dentária – no início da Dentinogênese 32 Dentina propriamente • Matriz secretada por odontoblastos diferenciados • Não apresentará células, só o prolongamento dos odontoblastos, que estarão dentro de túbulos dentinários • É uma matriz mineralizada de natureza conjuntiva; avascularizada; 85% de Colágeno I em fibrilas (50 nm) • Cor branco-amarelada • Aloja a polpa no seu interior • Externamente a dentina é revestida pelo esmalte na porção coronária e pelo cemento na porção radicular Odontoblastos diferenciando-se e secretando dentina em sentido centrípeto Prolongamentos de Odontoblasto e Túbulo Dentinário − Quando todas as vesículas da matriz estão calcificadas, o processo de mineralização progride para as fibrilas de colágeno e regiões interfibrilares. − Nesta matriz dentinária, entre os túbulos dentinários, fomam-se Cristais de Hidroxiapatita; inicialmente únicos, e depois fundidos, deixando a matriz dentinária inteiramente mineralizada 33 Dentina interglobular: entre glóbulos mineralizados Dentinas Peritubular e Intertubular: entre Túbulos Dentinários Túbulos Dentinários • Contém os prolongamentos dos odontoblastos e também um Fluido dentinário • Seguem trajeto sinuoso Dentina peritubular Túbulo Dentina intertubular 34 Comparação dos túbulos dentinários por região: Túbulo dentinário Próximo ao Esmalte (limite Amelodentinário =LAD) Próximo à Polpa Ramificações Maior número → alguns podem ficar presos dentro do esmalte = fusos do esmalte Menor número No de túbulos Menor (20.000/mm2) Maior (45.000/mm2) Diâmetro túbulo 1 µm 2,5 µm Preenchimento do túbulo Sem prolongamento, só com fluído dentinário, podem estar esclerosados (fechados) O prolongamento do odontoblasto Odontoblasto Pré-dentina Dentina mineralizada ODONTOBLASTO PRÉ-DENTINA DENTINA MINERALIZADA 35 Composição da Dentina 70% Mineral 18% M. Orgânico 12% Água Dentina radicular • Formada na Fase de Raiz (odontogênese) • Produzida por odontoblastos radiculares, que têm maior número de ramificações na extremidade distal, estas ramificações são visualizadas e denominadas como a Camada Granulosa de Tomes (observada em lâmina preparadas por desgaste) • As Fibrilas de Colágeno da dentina radicular são paralelas à lâmina basal, enquanto que na dentina Coronária esta orientação é perpendicular DC - Dentina Circumpulpar DM – Dentina do manto 36 Tipos de dentina quanto ao momento de secreção • Primária: antes do fechamento do ápice radicular • Secundária: após o fechamento do ápice radicular • Terciária, Reacional ou Reparativa: produzida em resposta à atrição, cáries, ou restauração. Tem menor organização, ou ausência desta. Formada como uma dentina osteóide, por células indiferenciadas. Polpa Pulpogênese É a formação da polpa − Inicia sua organização na cavidade central no estágio de capuz, entretanto.... − Só terá a denominação de polpa quando ocorrer à deposição de dentina circumpulpar, na fase de coroa − O Grau de especialização da polpa vai aumentando gradativamente: • maior número de capilares sanguíneos e linfáticos 37 • aumento da Inervação (fibras amielínicas), que inicialmente era apenas central e passa a se estender até a camada odontoblástica − A SFA da polpa tem alto teor de GAGs (glicosaminoglicanas) e sulfato de condroitina − A pulpogênese só termina quando se estabelece o comprimento final da raiz Regiões anatômicas Forame apical (local de união entre polpa e ligamento periodontal) *canais laterais Composição e regiões da polpa − A polpa é formada por tecido conjuntivo frouxo − Duas camadas periféricas (regiões histológicas) • Odontoblástica • Subodontoblástica: - pobre em células, fibras amielínicas - rica em células (indiferenciadas) Polpa coronária Polpa radicular 38 − Uma região central • Tecido conjuntivo frouxo, com células dendríticas, macrófagos, fibroblastos, vasos sanguíneos e linfáticos Zonas periféricas da polpa 1. Zona Odontoblástica: células pseudoestratificadas (polpa coronária) e cúbicas (polpa radicular) 2. Zona Subodontoblástica: • (A) pobre em células: prolongamentos de células subjacentes, vasos e fibras nervosas amielínicas. Evidente apenas na polpa coronária. • (B) rica em células: formada por células indiferenciadas Inervação da polpa dentária − Inicia na fase de Capuz, com a penetração de axônios sensoriais do nervo trigêmio e por axônios simpáticos do gânglio superior − Ocorrem fibras mielínicas e amielínicas, formando o feixe neurovascular pulpar, com função nociceptora 1 A B 39 − Esses feixes ramificam-se abaixo dos odontoblastos, formando o Plexo de Raschkow • Fibras Mielinizadas – A maioria são do tipo Delta A (rápidas condutoras e com diâmetro de 1 a 6 µm. Associadas à dor localizada e rápida – 1% são do tipo Delta B, com 6 a 12 µm de diâmetro • Fibras Amielínicas – Denominadas Fibras C, com diâmetro de 0.4 a 1.2 µm. Associadas com a dor mais difusa e persistente (processos inflamatórios) Esmalte dentário − Produzido por ameloblastos na fase de coroa da odontogênese − Define a coroa dentária anatômica − É o tecido com maior taxa de mineralização do corpo humano (95%) − É o único tecido epitelial mineralizado − É avascularizado, branco-cinza azulado ou amarelo, devido à dentina subjacente − Tem espessura média de 2,5 mm nas cúspides, tornando-se mais delgado à medida que alcança o colo dentário − Observado em cortes histológicos preparados por desgaste 40 Componentes do Órgão do Esmalte no início da fase secretora Amelogênese É a secreção de esmalte, inicia na fase de coroa. As células do ectoderma formaram o epitélio oral primitivo, invaginaram-se para dentro doectomesênquima e iniciaram a odontogênese (Banda → Lâmina → Broto...Capuz) Na fase de capuz: região do orgão do esmalte denominada epitélio interno do órgão do esmalte No final da fase de Campânula, as células deste epitélio Interno diferenciaram-se em Pré-Ameloblastos A dentina do manto induziu a diferenciação final destas células em ameloblastos Secretam esmalte na fase de coroa 41 Ameloblastos maturos apresentam um processo de Tomes na sua extremidade distal. Mas inicialmente os Ameloblastos não apresentam esse processo, o que produz um esmalte sem padrão, dito Esmalte Aprismático Ameloblasto na fase secretora Fases da Amelogênese 1. Pré-Secretória: células do epitélio interno diferenciam-se em Pré-Ameloblastos, com polaridade reversa (final da fase de campânula). 2. Secretória: O 1º esmalte será aprismático. Logo a seguir, os Ameloblastos diferenciados iniciam a deposição de esmalte prismático, no sentido centrífugo (fase de Coroa). Esmalte Aprismático PROCESSO DE TOMES 42 3. Transição: é uma fase curta, ameloblastos estarão mais baixos e já com o processo de Tomes reduzido → secretam esmalte aprismático externo. 50% dos ameloblastos sofre apoptose. As Células do Estrato Intermediário iniciam a secretar fosfatase alcalina, atraindo Ca+2 e iniciando a mineralização da matriz 4. Maturação: mineralização efetiva do esmalte. O germe dentário estará na fase pré-eruptiva 5. Redução: As células do órgão do esmalte estarão todas reduzidas e aglomeradas sobre o esmalte, inclusive os poucos ameloblastos ainda remanescentes. Formarão o Órgão Reduzido do Esmalte, que auxiliará na formação do epitélio juncional, na erupção. Quando o dente erupciona, mais de 95% dos ameloblastos estarão mortos. Composição do esmalte maduro 97% Mineral 1% M. Orgânico 2% Água 43 Características da matriz do esmalte • 97% de fosfato de cálcio na forma de cristais de hidroxiapatita. Fórmula Ca10 (PO4)6 (OH)2. O uso de fluor forma a fluorapatita, uma matriz mais resistente. • Não apresenta colágeno, as proteínas orgânicas são amelogeninas, não amelogeninas, glicoproteínas sulfatadas e enamelinas • Taxa de mineralização: esmalte novo 15%; e 97% quando maduro • A mineralização inicia próximo à dentina do manto e prossegue em sentido perpendicular, como fitas, bastões ou prismas, na taxa de 4µm/dia • A matriz do esmalte está organizada em feixes, bastões ou prismas do esmalte, formados pela mineralização da matriz secretada nas faces dos processos de Tomes • Cada prisma é o produto da atividade de um ameloblasto ➢ Os prismas seguem um padrão que muda a cada ciclo, formando estrias de crescimento (Estrias de Retzius) a cada 4µm. ➢ Pode ocorrer o cruzamento entre prismas, dito Esmalte Nodoso Junção ou Limite AmeloDentinária (JAD ou LAD) • Local de contato entre as matrizes esmalte e dentina • Apresenta superfície ondulada, pois apresenta concavidades das matrizes • Com espessura de 10 a 12 mm • Nesta região (LAD) podem ocorrem algumas das estruturas do esmalte, como tufos, lamelas, e fusos Estruturas do Esmalte i. Linhas Incrementais ou Estrias de Retzius ii. Esmalte Nodoso iii. Tufos e Lamelas iv. Fusos 44 I. Linhas Incrementais ou Estrias de Retzius • São formadas pela mudança de direção dos ameloblastos, após um período de repouso • Terão sentido oblíquo aos prismas do esmalte • Ocorrem desde o LAD até a superfície externa do esmalte • A cada 4 µm II. Esmalte Nodoso • Fruto do cruzamento entre si dos prismas do esmalte • Mais comum no vértice de cúspides • Ocorrem do LAD até a superfície externa do vértice das cúspides III. Tufos do Esmalte • Representam áreas levemente hipomineralizadas do esmalte • Finas e curtas, podem ser onduladas • Ocorrem desde o LAD até a metade do esmalte Esmalte nodoso Tufo 45 • Apresentam no seu interior a proteína tumefina • ...tufos de grama... III. Lamelas do Esmalte • Também são áreas hipomineralizadas do esmalte • Porém percorrem toda a espessura do esmalte, do LAD até a superfície externa do esmalte IV. Fusos do Esmalte • Representam a continuação de prolongamentos dos túbulos dentinários, que ficaram presos na matriz do esmalte mineralizado (...lá no início da amelogênese, quando ocorreu a diferenciação) • Este “aprisionamento” deu-se pela mineralização do esmalte entre estes prolongamentos Lamela Fusos 46
Compartilhar