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1 Giovana Pires – MED13 FPS RESUMO FISIOLOGIA E SEMIOLOGIA 1 Caso 1 – Fisiologia da pele • Maior órgão do corpo humano • Barreira Mecânica • Controle de temperatura • Órgão dos sentidos • Excreção e produção de substâncias • Reservatório de sangue 1-Epiderme ➢ Tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado ➢ Renova-se continuamente ➢ Avascular ➢ Células: • Queratinócitos: produção de queratina • Melanócitos: produção de melanina • Células de Langerhans: defesa por fagocitose • Células de Merkel: sensibilidade tátil ➢ Possui 5 camadas: • Basal – rica em células-tronco e com intensa atividade mitótica. Abriga os melanócitos e as células de merkel. • Espinhosa – é mais espessa e possui muitos desmossomos. Abriga as células de langerhans. • Granulosa – onde ocorre a apoptose dos queratinócitos • Lúcida – presente apenas na pele espessa. Formada por queratinócitos mortos. • Córnea – mais superficial e é continuamente renovada. 2-Derme ➢ Garante suporte e nutrição à epiderme ➢ Dá resistência à pele ➢ Tecido conjuntivo ➢ Possui 2 camadas • Reticular – Formada por tecido conjuntivo denso, espessa, abriga vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículos pilosos e glândulas. • Papilar – mais superficial e é onde encontram-se as papilas, que são projeções que se encaixam, aumentando a coesão entre a derme e a epiderme. *Hipoderme Serve de união com os órgãos adjacentes, amortece impactos e é reserva energética; inervada e vascular; tecido conjuntivo rico em adipócitos. 2 Giovana Pires – MED13 FPS ANEXOS DA PELE 1-Pelos • Proteção contra raios UV e calor/sensibilidade tátil • Invaginação da epiderme (folículo piloso) • Atividade influenciada por andrógenos 2-Unhas • Placas de células queratinizadas • Proteção dos dedos/percepção tátil/manipulação 3-Glândulas A-Sebáceas • Ausente nas palmas das mãos e plantas dos pés • Desembocam no folículo piloso ou na superfície da pele • Liberam o sebo – mistura complexa de lipídios ➢ Cobertura protetora dos pelos ➢ Desestimulação de ectoparasitas ➢ Contribuição para o odor corpóreo característico B-Sudoríparas • Termorregulação/secreção/sensibilidade • Merócrinas/Écrinas – Superfície da pele; Todo o corpo. *termorregulação • Apócrinas – Folículo piloso; axila, regiões pubianas etc. • Liberam o suor – líquido transparente, inodoro e hipotônico Caso 2 – Semiologia da pele Semiotécnica: inspeção e palpação COLORAÇÃO (eritrose/cianose/icterícia); UMIDADE; TEXTURA; ESPESSURA; TURGOR; SENSIBILIDADE. 3 Giovana Pires – MED13 FPS Lesões elementares: modificações externas do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, por distúrbio do metabolismo ou por defeito de formação. PRIMÁRIAS: aparecem sem serem precedidas por nenhuma alteração. SECUNDÁRIAS: normalmente resultam da evolução das primárias ou por trauma. ALTERAÇÕES DE COR ➢ MÁCULA/MANCHA • PIGMENTARES – alterações de melanina (hipercrômicas/hipocrômicas/acrômicas) • HEMORRÁGICAS – sangue extravasado (não desaparecem com compressão) ✓ PETÉQUIAS ✓ EQUIMOSES ✓ VÍBICES • VASCULARES – Distúrbios na microcirculação da pele ✓ TELANGIECTASIA – desaparece à puntipressão ✓ MANCHA ERITEMATOSA – desaparece à vitopressão e digitopressão FORMAÇÕES SÓLIDAS ➢ PÁPULA – elevações pequenas, superficiais e bem delimitadas (acne, verruga) ➢ TUBÉRCULOS – elevações na derme (sífilis, hanseníase) ➢ NÓDULOS/NODOSIDADES/GOMAS – formações sólidas na hipoderme (furúnculo) ➢ VESÍCULA – elevações que contém líquido (varicela, herpes) • BOLHA – vesícula maior (flictena = bolha de queimadura) • PÚSTULA – vesícula com pus (acne) ➢ HEMATOMA – quando o extravasamento sanguíneo causa elevação na pele ALTERAÇÕES DE ESPESSURA ➢ QUERATOSE – espessamento da camada córnea (calo) ➢ EDEMA – acúmulo de líquido (inchaço) ➢ ESCLEROSE – aumento da consistência da pele PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS ➢ EROSÃO – perda somente da epiderme (não deixa cicatriz) ➢ ULCERAÇÃO – perda que atinge a derme (deixa cicatriz) ➢ ESCARA – porção de tecido cutâneo necrosado ➢ CICATRIZ – reposição de tecido destruído pela proliferação de tecido fibroso • HIPERTRÓFICA • QUELOIDE MUCOSAS ➢ CIANOSE ➢ ICTERÍCIA ➢ LEUCOPLASIA PELOS ➢ HIPERTRICOSE – aumento exagerado de pelos ➢ HIRSUTISMO – aumento de pelos sexuais masculinos na mulher UNHAS ➢ LEUCONÍQUIAS (manchas brancas) ➢ ONICÓLISE (descoladas) ➢ UNHAS EM VIDRO DE RELÓGIO 4 Giovana Pires – MED13 FPS Caso 3 – Fisiologia do Sistema Osteoarticular ARTICULAÇÕES • Tecido conjuntivo flexível que mantêm ossos unidos. • Classificação Funcional: Sinartrose – imóvel Anfiartrose – ligeiramente móvel Diartrose – totalmente móvel • Quanto à composição: Fibrosas – tecido conjuntivo denso não modelado ➢ Suturas: Apenas entre ossos do crânio (locais de crescimento e absorção de choque no crânio). Sincondroses – São substituídas por osso no adulto. Metópica – Articulação fixa, persiste além dos 6 anos de idade. ➢ Sindesmoses: Distância maior entre as faces articulares e mais tecido conjuntivo. Movimento limitado. Ex: Tibio-fibular anterior ➢ Membranas interósseas: Lâmina sólida que une ossos longos adjacentes e permite um pequeno movimento. Ex: Entre o rádio e a ulna e entre a tíbia e a fíbula. Cartilaginosas – cartilagem hialina ou fibrocartilagem ➢ Sincondroses: artic fixa de cartilagem hialina. Ex: Lâmina epifisial ➢ Sínfises: artic com fibrocartilagem. Todas ocorrem na linha mediana do corpo. Ex: Sínfise púbica Sinoviais – contém a cavidade articular. Variam de pouco à muito móveis. ➢ Plana: movimentos laterais e deslizamento. Ex: Intercarpais e estenocostais ➢ Gínglimo: flexão e extensão. Ex: artic do joelho e cotovelo ➢ Trocoidea: rotação no próprio eixo. Ex: radioulnar e atlantoaxiais ➢ Elipsoidea: flexão/extensão e abdução/adução. Ex: metacarpofalângicas ➢ Selar: côncavo-convexa. Flexão/extensão e abd/ad. Ex: carpometacarpal ➢ Esferoidea: flexão/extensão, abd/ad e rotação. Ex: do ombro e do quadril Cápsula Articular – Composta por duas membranas (fibrosa externa e sinovial interna). Líquido Sinovial – Redução do atrito; fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitos; remove resíduos metabólicos; contém células fagocitárias que removem micróbios e fragmentos. *Mais líquido significa menos tensão sobre as articulações LIGAMENTOS: Atuam como estruturas de ligação intrínsecas no interior da própria articulação ou como faixas de suporte extrínsecas que estabilizam articulações enquanto limitam sua amplitude de movimento. SISTEMA ÓSSEO OSSO: Tecido ósseo, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e cartilagem. FUNÇÕES: Suporte Proteção Assistência ao movimento Liberação e armazenamento mineral Produção de eritrócitos Armazenamento de triglicerídios CLASSIFICAÇÃO: • Quanto ao formato ➢ Longo – possuem resistência. Ex: Rádio e Fêmur ➢ Curto – cuboides e predominantemente esponjoso. Ex: carpais ➢ Sesamoide – proteção dos tendões. Ex: patelas ➢ Plano – proteção de partes moles e inserção de músculos. Ex: crânio e costelas ➢ Irregular – formas complexas e variam na composição. Ex: vértebras ANATOMIA DO OSSO 1-Diáfise: Corpo do osso 5 Giovana Pires – MED13 FPS 2-Epífises: Terminações do osso 3-Metáfises: Regiões entre a diáfise e as epífises 4-Cartilagem articular: fina camadaque recobre a epífise 5-Periósteo: bainha conjuntiva que circunda a superfície do osso onde não há cartilagem. Protege o osso, auxilia no reparo de fratura, ajuda na nutrição do tecido e atua como ponto de fixação para ligamentos e tendões. 6-Cavidade medular: espaço cilíndrico oco dentro da diáfise contendo M.O.A. e vasos sanguíneos 7-Endósteo: fina membrana que reveste a cavidade medular CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO: • Células Osteogênicas – células-tronco não especializadas; originam os osteoblastos. • Osteoblastos – células formadoras de osso; sintetizam a parte orgânica. • Osteócitos – células ósseas maduras, manutenção da matriz óssea. • Osteoclastos – reabsorção do tecido. MATRIZ ÓSSEA: - Orgânica – Sais minerais (principalmente cálcio e fósforo/hidroxiapatita). - Inorgânica – Fibras de colágeno, glicoproteínas e proteoglicanos. ➢ TECIDO ÓSSEO COMPACTO Encontrado na superfície do osso Forma a parte principal das diáfises dos ossos longos Fornece proteção e suporte e resiste às forças produzidas por peso e movimento • Sistemas de Havers / Ósteons Cada um consiste em lamelas dispostas concentricamente em torno de um canal central (de Havers), que circundam uma rede de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. • Canais de Volkmann São canais transversais e oblíquos que se comunicam com a superfície do periósteo e endósteo; ajudam na comunicação entre os vasos sanguíneos nos canais de Havers. ➢ TECIDO ÓSSEO ESPONJOSO Não contém ósteons Localizado no interior do osso, protegido por uma cobertura do compacto Existem espaços visíveis a olho nu que são preenchidos com M.O.V. ou M.O.A. É leve, o que reduz o peso total do osso Onde ocorre a hematopoese nos adultos FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DO OSSO ✓ Ossificação Endocondral - Substitui um "molde" de cartilagem hialina por osso. ✓ Ossificação Intramembranosa - Mineralização direta da membrana, de tecido conjuntivo denso, ricamente vascularizada. Ex: ossos do crânio e face *O esqueleto cartilaginoso está completamente formado aos 3 meses de gravidez. *O crescimento longitudinal do osso continua em uma sequência definida aproximadamente até os quinze anos de idade, na mulher e dezesseis, no homem. *Lei de Wolff - Afirma que a força mecânica sobre o osso e o uso alterado deste, conduzem a uma alteração tanto na sua estrutura interna como externa e, também, na sua função. ➢ Esqueleto • Axial: ossos da cabeça, coluna vertebral, esterno e costelas • Apendicular: Superior: escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, carpos, metacarpos, falanges e sesamóides Inferior: osso coxal, fêmur, tíbia, fíbula, ossos do tarso, metatarso, falanges e sesamóides FRATURAS: Qualquer ruptura no osso. I-Formação de hematoma - Devido ao rompimento e extravazamento dos vasos próximos a área fraturada. Esse rompimento explica, sobretudo, a demora que leva para a fratura se reconstituir. Os osteoclastos começam a remover as células do tecido lesado. 6 Giovana Pires – MED13 FPS II-Formação do calo fibrocartilagíneo: Fibroblastos invadem o local da fratura, produzindo fibras colágenas que darão origem a um calo fibrocartilagíneo. II-Formação do calo ósseo: Os osteoblastos começam a produzir traves de osso esponjoso, dando início a formação do calo ósseo que vai progressivamente substituindo o calo fibrocartilagíneo. IV-Remodelagem óssea: O osso esponjoso vai sendo substituído por osso compacto. • Luxação - É o afastamento de ossos da posição normal que ocupam em uma articulação. É necessário que o osso seja colocado por um profissional em sua posição normal e posteriormente seja imobilizado por um tempo para estabilizar-se e permanecer no lugar. • Entorse - Trata-se de uma lesão nos ligamentos que mantém a estabilidade articular, mas sem que haja deslocamento dos ossos de seus locais naturais (o que seria uma luxação). EXERCÍCIO E TECIDO ÓSSEO Dentro de determinados limites, o tecido ósseo possui a capacidade de alterar sua resistência em resposta a cargas diferentes. Quando submetido à tensão, se torna mais resistente pelo aumento da deposição de sais minerais e da produção de fibras colágenas pelos osteoblastos. Sem a tensão mecânica, o osso não se remodela normalmente, porque a reabsorção ocorre mais rapidamente do que a formação óssea. As principais tensões mecânicas que atuam sobre o osso são aquelas resultantes da tração dos músculos esqueléticos e da atração da gravidade. *FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO ÓSSEO: Minerais (cálcio e fósforo), vitaminas (A, C, D, K e B12), hormônios (gh, tireóideos e sexuais), exercício e envelhecimento. ➢ O papel do Osso na Homeostase Cálcica - 99% do cálcio total do corpo encontram-se nos ossos, o restante está no plasma sanguíneo e líquido intersticial. A ausência de cálcio do sangue resulta: 1. Excitação das membranas da fibra nervosa com transmissão de impulsos incontrolados. 2. Enfraquecimento do músculo cardíaco com um consequente suprimento inadequado para a circulação sistêmica. 3. Interferência no processo de coagulação sanguínea. *Dois hormônios regulam a liberação de cálcio pelo osso. (Paratireóide -tira do osso e põe no sangue)(Calcitonina ou Tireocalcitonina - tira do sangue e põe no osso) SISTEMA MUSCULAR • TECIDO MUSCULAR Célula muscular = MIÓCITO/FIBRA MUSCULAR Citoplasma = SARCOPLASMA Membrana Plasmática = SARCOLEMA Fibras contráteis = MIOFIBRILAS Mitocôndrias = SARCOSSOMAS R.E.L = RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO Unidade contrátil do músculo: SARCÔMERO ou MIÔMERO (segmento da miofibrila entre dois discos Z). *MIÓCITOS: Tipo 1 – fibras vermelhas (contração lenta) Tipo 2 – fibras brancas (contração rápida) MÚSCULO – FIBRAS – MIOFIBRILAS – SARCÔMEROS – ACTINA/MIOSINA FUNÇÕES: Movimentos do corpo Estabilização das posições Armazenamento e movimentação de substâncias Produção de calor CARACTERÍSTICAS: Células altamente especializadas Excitabilidade elétrica Contratilidade Extensibilidade Elasticidade *ENDOMÍSIO – Tecido Conjuntivo Frouxo situado entre as fibras musculares. Contém os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. 7 Giovana Pires – MED13 FPS *PERIMÍSIO – Tecido Conjuntivo Denso Não Modelado que reúne as fibras musculares em fascísulos. *EPIMÍSIO – Tecido Conjuntivo Denso Modelado que envolve todo o músculo. PROTEÍNAS: Mioglobina – cor vermelha ao músculo Tropomiosina – durante o repouso impede que ocorra atração entre actina e miosina Troponina – responsável pela ligação entre a tropomiosina e a actina Tinina – mantém os filamentos de actina e miosina no lugar ➢ DIVISÃO DO TECIDO MUSCULAR o MÚSCULO ESTRIADO • ESQUELÉTICO Contração rápida e voluntária Células longas e cilíndricas com o núcleo na periferia Ligado aos ossos • CARDÍACO Contração rápida, involuntária e rítmica Células curtas e cilíndricas, com o núcleo no centro No miocárdio o MÚSCULO LISO Contração lenta e involuntária Células fusiformes Em órgãos ocos CONTRAÇÃO MUSCULAR: Interação entre as actinas e as pontes cruzadas. Etapas: 1-O impulso nervoso chega às fibras 2-Em cada terminação o nervo secreta acetilcolina 3-A acetilcolina age na membrana para abrir canais de cátion 4-Os canais permitem a difusão de Na+ para dentro, despolarizando e abrindo canais de Na+ (isso desencadeia o potencial de ação na membrana) 5-O potencial de ação se propaga por toda a membrana, que é despolarizada 6- A eletricidadedo potencial flui pela fibra e faz com que o retículo sarcoplasmático libere grande quantidade de Ca++ 7-O Ca++ ativa as forças atrativas entre miosina e actina, fazendo com que deslizem 8-Após fração de segundo, o Ca++ volta para o retículo pela bomba de Ca++ da membrana (fazendo com que a contração cesse) Fontes de Energia: A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP (que atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular). Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte (estado de rigidez cadavérica chamada rigor mortis). A concentração de ATP presente numa fibra muscular é suficiente para manter uma contração por no máximo 1 a 2 segundos. A fonte primaria para reconstituição do ATP: fosfocreatina sua quebra fornece 1 ATP. A fosfocreatina é clivada de imediato e a energia liberada provoca a ligação de novos íons fosfato ao ADP, para reconstituir o ATP. A fonte secundaria para reconstituir o ATP é glicogênio. Com o oxigênio a glicólise aeróbica produz 38 ATPs. Sem oxigênio glicólise anaeróbica 2 ATPs. As reações glicolíticas podem ser vantajosas por ocorrerem na ausência de O2. A velocidade com que é formado o ATP é 2 vezes maior. Os produtos da glicólise acumulam-se nas células musculares alterando o pH do organismo, podendo assim, ser usado cerca de 1 minuto. A rápida degradação enzimática do glicogênio em ácidos lático e pirúvico libera energia que é utilizada para converter ADP em ATP, sendo 8 Giovana Pires – MED13 FPS usado na contração ou para reconstituir a fosfocreatina. Os nutrientes que são consumidos são os carboidratos, gorduras e as proteínas. Para atividade muscular prolongada a maior proporção de energia vem da gordura. TIPOS DE MÚSCULOS • MÚSCULO AGONISTA - principal músculo responsável por um movimento específico do corpo. Contrai-se concentricamente para produzir movimento desejado (gasta a maior parte da energia). • MÚSCULO SINERGISTA - completa ação de um agonista. Pode auxiliar de forma direta (atuando como componente mais fraco ou mecanicamente mais favorável) ou indireta (atuando como fixador de uma articulação interposta) • MÚSCULO FIXADOR - estabiliza as partes proximais de um membro numa contração isométrica enquanto há movimento nas partes distais. • MÚSCULO ANTAGONISTA - se opõe à ação do outro. Podem ser: PRIMÁRIOS (se opõe ao agonista) e SECUNDÁRIOS (se opõe ao sinergista). EX: M. bíceps e tríceps do braço. Caso 4 – Semiologia do Sistema Osteoarticular SISTEMA ÓSSEO ➢ Anamnese: É importante valorizar os dados da identificação, principalmente a idade, o sexo, a raça, a profissão e a procedência do paciente. Além de levar em consideração os fatores de risco, dieta, tipo de atividade física, fatores epidemiológicos, sinais e sintomas. No exame físico é possível, através da palpação, identificar dor, encurtamento muscular, assimetria dos membros, etc. ➢ Sinais e Sintomas • Dor - Deve ser analisada a: localização, duração, intensidade, caráter, presença de fatores agravantes ou atenuantes. Para identificação de "dor inflamatória" e "dor mecânica" é importante identificar quais fatores agravam e quais aliviam a dor. É importante saber, no caso dos ossos longos, o segmento com dor: - Na epífise - mais comum em doenças inflamatórias e degenerativas. - Na metáfise - mais comum em neoplasias, artrites infecciosas e traumáticas. - Na diáfise - mais comum em fraturas, posturas e alterações mecânicas. E a Intensidade: - Grande - pode indicar processos traumatológicos e infecciosos; - Moderado - pode indicar doenças metabólicas, neoplasias benignas e alterações posturais. • Deformidades Ósseas - Podem adquirir diferentes aspectos. Em geral, indicam doenças de longa duração, podendo ser resultado de uma malformação congênita ou uma condição adquirida. • Sintomas Gerais - As doenças ósseas podem apresentar sintomas gerais. ➢ Exame físico: São utilizados os dados de inspeção e palpação, sempre complementados pelo estudo da mobilidade de cada segmento. O exame físico ósseo exige a avaliação das articulações e dos músculos. Essas avaliações devem ser feitas nas diversas posições, ou seja, o paciente deve ser examinado em pé, deitado e sentado. Na palpação é possível perceber o aumento de volume, caracterizando a consistência, forma, localização, tamanhos, etc. A presença de fístulas no segmento afetado indica um processo infeccioso crônico. • Mãos e punhos - Palpar as articulações das mãos do paciente, realizar a extensão e a flexão do punho (essas manobras podem detectar uma possível artrite); • Cotovelos - Solicitar ao paciente a realização de flexão e extensão dos cotovelos e também a supinação e a pronação dos braços. (pode identificar bursite); • Braços - Erguer os braços ao nível do ombro com a palma da mão para baixo, erguer as duas mãos para o alto até as palmas se encontrarem, colocar as mãos atrás do pescoço (em casos de bursite ou artrite o paciente não consegue fazer essa manobra); • Coluna vertebral - Observar possível assimetria olhando a linha do ombro(postura do paciente), palpação das vértebras; • Quadril - Observar como o paciente anda e apóia os pés no chão, palpar o ligamento inguinal, etc; • Joelho - Inspecionar o alinhamento dos joelhos, palpar a patela, flexionar os joelhos; • Calcanhar e pés - Palpar para observar os tendões, realizar a flexão dorsal e plantar do pé; 9 Giovana Pires – MED13 FPS SISTEMA ARTICULAR ➢ Sinais e Sintomas • Dor (artralgia) - Deve-se investigar todas as características da dor. A dor articular pode ser aguda ou crônica, em peso ou cruciante. • Rigidez pós-repouso - "Rigidez matinal"; sintoma característico de doenças inflamatórias. Resulta do acúmulo de substâncias produzidas pelo processo inflamatório. A duração é proporcional à intensidade da doença. • Artrite - Processo inflamatório da articulação. Aumento do volume (edema), acompanhado da elevação de temperatura local (calor), de dor e de modificação da coloração circundante (rubor). • Crepitação Muscular - Comprometimento da cartilagem articular e está presente em todos os processos em que haja degeneração daquele elemento. • Manifestações Sistêmicas - As mais importantes são febre, astenia, anorexia e perda de peso. ➢ Exame físico É feito pela inspeção, palpação e movimentação (usadas de maneira associada). Durante o exame, o paciente deve ficar em pé, sentado ou deitado. Quando deitado, as mãos devem repousar sobre as coxas ou sobre o leito, em estado de relaxamento. O examinador deve sempre comparar articulações homólogas. Procura-se reconhecer aumento do volume, rubor, atrofia, desalinhamento articular, deformidades, fístulas e nódulos. • Inspeção - A determinação do peso do paciente em relação à idade e à altura é o indicador mais objetivo de sobrecarga do aparelho locomotor. Observa-se, também, a marcha do paciente, pois ela costuma modificarse nas enfermidades vertebrais e osteoarticulares dos membros inferiores. • Palpação - Pode-se determinar o aumento do volume articular, a presença de pontos hipersensíveis, a presença de tumorações, aumento da temperatura local, caracterizar crepitações. ➢ Exame das articulações • Forma e volume - Observação do tamanho e dos contornos. • Posição das estruturas - Checar o alinhamento e o encaixe das estruturas. • Massas musculares - Avaliar se as massas próximas às articulações estão em perfeito estado ou se encontram, por exemplo, atrofiadas. • Sinais inflamatórios - Presença de rubor, calor, edema, artralgia, etc. • Estruturas circunjacentes • Crepitação articular - Ruído que aparece ao movimentaras articulações; analisar a ocorrência, a qual pode indicar desgaste da cartilagem. • Movimentação - Verificar o grau de limitação e a amplitude dos movimentos. É importante que sejam feitos movimentos delicados e que o médico fique sempre atento as reações do paciente (dores ou incômodos, por exemplo), as quais podem ser indicativas de problemas. SISTEMA MUSCULAR ➢ Sinais e Sintomas • Fraqueza Muscular - É a queixa mais frequente nas miopatias (afecções e doenças musculares em que as fibras musculares não funcionam e, em muitas vezes, resultam em uma fraqueza muscular). É importante ser distinguida da astenia, pois esta é uma fraqueza orgânica, porém sem perda real da capacidade muscular. Geralmente aparece na infância, com o bebê tendo dificuldade para engatinhar/andar e se locomover. • Atividades diárias - É comum em exames musculares, que se peça ao paciente que realize atividades como: levantar os braços, levantar-se sozinho (estando sentado ou em decúbito), bater palmas estando em pé, abrir e fechar as mãos, beber água, falar e etc. de maneira a identificar possíveis defeitos/problemas musculares. ➢ Exame Físico • Tipos de Marcha • Atrofia Muscular • Dor • Cãibras, Espasmos Musculares, Rigidez ➢ Sistematização do Exame Físico: Observa-se o paciente como um todo, sentado, de pé, deitado e em ação, e também observando aspectos restritos a determinadas regiões como pés, mãos, face, coluna vertebral, grupos musculares de cinturas e raiz dos membros. • Inspeção estática - procura-se atrofia muscular, determinando sua localização, extensão, distribuição e intensidade. 10 Giovana Pires – MED13 FPS • Inspeção dinâmica - observa-se o paciente durante a marcha ou executando algumas tarefas padronizadas. Palpação, percussão, mensuração e movimentação passiva das articulações são passos do exame, visando informações sobre o tônus e trofismo muscular. • Palpação - Sentir a consistência muscular. ➢ Sinais/Testes • Rechaço – derrame articular • Sinal da Onda – derrame articular • Teste de Lachmann – ligamentos do joelho • Teste da gaveta – ligamentos do joelho • Teste de Schober – flexibilidade lombar • Teste de Adams – escoliose ➢ DOENÇAS REUMÁTICAS • GOTA – transtorno metabólico caracterizado por hiperuricemia e crises recidivantes de artrite aguda (articulação metatarsofalangiana do primeiro dedo – podagra) • FEBRE REUMÁTICA – complicação tardia de uma infecção que atinja indivíduos hipersensíveis. • OSTEOARTROSE – doença articular degenerativa que aomete indivíduos de ambos os sexos na idade madura. *Genu Valgum = joelhos para dentro *Genu Vargum = joelhos para fora *Lordose/cifose/escoliose *Gibosidade = cifose acentuada Caso 5 – Fisiologia do Sistema Respiratório ➢ PARTE CONDUTORA • FOSSAS NASAIS – aquecem, umidificam e filtram o ar • FARINGE – permite a passagem de ar e alimentos • LARINGE – impede a passagem de alimentos (epiglote), protege a tireoide e abriga as pregas vocais • TRAQUEIA – permite a passagem do ar e se ramifica em brônquios (carina) • BRÔNQUIOS – o principal direito é mais vertical e estreito (recebe objetos aspirados) ➢ PARTE RESPIRATÓRIA • PULMÕES São protegidos pela pleura (possui o líquido pleural – pressão negativa) Caracterizam-se por: ✓ COMPLACÊNCIA – capacidade de extensão ✓ ELASTICIDADE – capacidade de voltar ao estado inicial ✓ RESISTÊNCIA – envolve a diferença de pressão Envolvem: ✓ BRONQUÍOLOS ✓ ALVÉOLOS: Onde ocorrem as trocas gasosas (hematose) Possuem o líquido surfactante que diminui a tensão superficial, evitando o colapso FUNÇÃO: RESPIRAÇÃO -Influencia no pH do sangue, pois permite a eliminação do ácido carbônico (que deixa o sangue ácido) *equilíbrio ácido-base *ACIDOSE RESPIRATÓRIA: hipoventilação *ALCALOSE RESPIRATÓRIA: hiperventilação -Possui 3 etapas: • VENTILAÇÃO ✓ INSPIRAÇÃO – processo ativo ✓ EXPIRAÇÃO – processo passivo • RESPIRAÇÃO EXTERNA – trocas gasosas entre o ar atmosférico e o sangue (hematose) • RESPIRAÇÃO INTERNA – trocas gasosas entre o sangue e as células -É regulada pelo centro respiratório: Envolve o BULBO e a PONTE 11 Giovana Pires – MED13 FPS ➢ CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA – nutrição das estruturas (não realiza trocas gasosas) ➢ CIRCULAÇÃO PULMONAR – transporte de CO2 (dissolvido no plasma/íons bicarbonato/carboemoglobina) e de O2 (oxiemoglobina) VENTRÍCULO DIREITO – ARTÉRIAS PULMONARES – CAPILARES PULMONARES – VEIAS PULMONARES – ÁTRIO ESQUERDO – VENTRÍCULO ESQUERDO – GRANDE CIRCULAÇÃO VOLUMES E CAPACIDADE *Volume corrente (Vt) = volume de uma respiração (ex: 500mL/respiração) *Ventilação-minuto (VM) = volume total de ar inalado e exalado em cada minuto (frequência respiratória x Vt) (ex:6 litros/minuto) *Volume de reserva inspiratório = ar adicional inalado, ou seja, maior que 500 ml *Volume de reserva expiratório = volume de ar expirado forçadamente *Volume residual = quantidade considerável de ar permanecidos dentro do pulmão para manter os alvéolos ligeiramente inflados *Volume mínimo = após a saída do volume residual, permanece o volume mínimo. *Espirômetro ou respirômetro = aparelho usado para medir o volume do ar trocado durante a respiração *Espirograma = registro das medidas do espirômetro (inspiração=deflexão ascendente e expiração=deflexão descendente) *Capacidade inspiratória = volume corrente + volume de reserva inspiratória *Capacidade residual funcional = volume residual + volume de reserva expiratório *Capacidade vital = volume de reserva inspiratório + volume corrente + volume de reserva expiratório *Capacidade pulmonar total = capacidade vital + volume residual Caso 6 – Semiologia do Sistema Respiratório PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS: • Dor – localização, irradiação e referência • Tosse – período (aguda/subaguda/crônica) e tipo (rouca/seca/produtiva) • Expectoração – cor, odor, transparência e consistência • Hemoptise – eliminação de sangue pela boca (origem brônquica ou alveolar) • Dispneia – dificuldade de respirar • Sibilância – ruído das vias aéreas • Rouquidão/disfonia – mudança no timbre da voz • Cornagem – dificuldade inspiratória por redução no calibre das vias superiores (ruído) Semiotécnica: inspeção, palpação, percussão e ausculta INSPEÇÃO: ESTÁTICA – forma do tórax (chato/globoso/escavado/cariniforme/cônico/cifoescoliótico) e a presença/ausência de abaulamentos e depressões (derrame pleural / atelectasia / malformação / lesões fibróticas) DINÂMICA – tipo respiratório, ritmo e frequência respiratória, amplitude dos movimentos e presença ou não de tiragem. ▪ Ritmos respiratórios Normalmente a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração, sucedendo-se os dois movimentos com a mesma amplitude, intercalados por leve pausa. CHEYNE-STOKES – caracteriza-se por uma fase de apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, para depois vir decrescendo até nova pausa. As causas mais frequentes são: insuficiência cardíada, hipertensão intracraniana, AVCs e traumatismos cranioencefálicos. BIOT – a respiração apresenta-se com duas fases. A primeira, de apneia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. Quase sempre indica grave comprometimento cerebral. KUSSMAUL – compõe-se de quatro fases: (1) inspirações ruidosas, dradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (2) apneia em inspiração; (3) expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (4) apneia em expiração. A acidose, principalmente diabética, é a sua causa principal SUSPIROSA – o pacienteexecuta uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade. 12 Giovana Pires – MED13 FPS ➢ DISPNEIA – dificuldade de respirar ➢ ORTOPNEIA – dificuldade de respirar mesmo deitado ➢ PLATIPNEIA – dificuldade de respirar na posição ereta ➢ TREPOPNEIA – mais confortável para respirar em decúbito lateral ➢ TAQUIPNEIA – frequência respiratória acima do normal ➢ BRADIPNEIA – frequência respiratória abaixo do normal ➢ APNEIA – parada respiratória ➢ EUPNEIA – frequência normal ➢ TIRAGEM – depressão dos espaços intercostais provocada pela pressão atmosférica sobre a parede torácica PALPAÇÃO: estrutura da parede torácica, expansibilidade e frequência toracovocal • EXPANSIBILIDADE: amplitude da movimentação durante a respiração ➢ UNILATERAL – processo cicatricial/infeccioso (ápice); derrame pleural/pneumotórax/atelectasia (bases) ➢ BILATERAL – processo cicatricial/infeccioso (ápice); gravidez/derrame bilateral (bases); enfisema pulmonar/esclerodermia (difusa) • FRÊMITO TORACOVOCAL: vibrações percebidas na parede torácica quando são emitidos sons ➢ AUMENTO DO FRÊMITO – consolidação de uma área (pneumonia/infarto do pulmão) ➢ DIMINUIÇÃO DO FRÊMITO – anormalidade que impeça a transmissão de ondas sonoras (derrame pleural/atelectasia/pneumotórax) PERCUSSÃO: apenas a digitodigital, com roteiro preestabelecido (anterior de cima pra baixo, laterais e posterior), ajuda a detectar se os tecidos estão cheios de ar, líquido ou sólidos. ➢ HIPERSONORIDADE – nota de percussão mais clara e intensa indica aumento de ar nos alvéolos (enfisema pulmonar) 13 Giovana Pires – MED13 FPS ➢ SUBMACICEZ/MACICEZ – diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar e indicam ausência de ar nos alvéolos (derrame ou condensação) ex: diafragma ➢ SOM TIMPÂNICO – indica ar aprisionado no espaço pleural ou em uma grande cavidade intrapulmonar (pneumotórax) *hipertimpânico AUSCULTA: permite analisar o funcionamento pulmonar, avaliando o fluxo aéreo pela árvore brônquica. Sons normais – som traqueal, respiração brônquica, murmúrio vesicular e respiração broncovesicular. ➢ SOM TRAQUEAL – origina-se na passagem do ar pela fenda glótica e traqueia ➢ RESPIRAÇÃO BRÔNQUICA – som traqueal audível na zona de brônquios de maior calibre, na face anterior próximo ao esterno ➢ MURMÚRIO VESICULAR – ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax que são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as paredes. • MURMÚRIO AUMENTADO – após esforço; em pessoas magras etc. • MURMÚRIO DIMINUIDO – pneumotórax; hidrotórax; enfisema pulmonar etc. ➢ RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR – somam-se as características da respiração brônquica com do murmúrio vesicular. Aparece em algumas regiões (esternal superior, interescapulovertebral direita e ao nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais) e sua presença em outras regiões indica condensação pulmonar; atelectasia ou presença de caverna. Sons anormais – descontínuos (estertores), contínuos (roncos – sons graves/sibilos – sons agudos/estridor – ruído inspiratório) e de origem pleural (pleurite). *AUSCULTA DA VOZ *Pectorilóquia fônica - quando se ouve com nitidez a voz falada *Pectorilóquia afônica - quando se ouve com nitidez a voz cochichada *Broncofonia - ausculta-se a voz sem nitidez *Egofonia - forma especial de broncofonia, ou seja, é uma broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido de cabra. SÍNDROMES BRÔNQUICAS: obstrução e/ou infecção dos brônquios • ASMA BRÔNQUICA – afecção inflamatória crônica caracterizada por hiper-reatividade das vias inferiores, com limitação do fluxo respiratório. Se manifesta por crises de dispneia com sensação de aperto no tórax • BRONQUITES – pode ser causada por bactéria, vírus, micoplasma ou clamídia, que comprometem as vias desde a faringe. Não se observa nada além de sons anormais na ausculta • BRONCOPNEUMONIA – lesões brônquicas com comprometimento alveolar pelo processo inflamatório SÍNDROMES PULMONARES • CONSOLIDAÇÃO PULMONAR – é dada pela ocupação de espaços alveolares por células e exsudato (fluido inflamatório extravascular). Se manifesta por dispneia e tosse • ATELECTASIA – caracteriza-se pelo desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço seja ocupado. Pode ser provocada por obstrução das vias ou compressão dos pulmões. Manifesta-se por dispneia, sensação de desconforto e tosse seca • ENFISEMA PULMONAR – destruição dos tecidos pulmonares SÍNDROMES PLEURAIS • PLEURITE – inflamação dos folhetos pleurais • DERRAME PLEURAL – acúmulo anormal de líquido no espaço pleural • PNEUMOTÓRAX – ar acumulado no espaço pleural, penetrado através de lesão traumática, ruptura da bolha subpleural ou em afecções pulmonares • INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA – tipo de alteração que impossibilita uma adequada troca de gases FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA – IRPM (incursões respiratórias por minuto) Valores de referência: >20 anos: 12-20 IRPM 7-10 anos: 20-30 IRPM 10-20 anos: 16-19 IRPM 2-7 anos: 25-32 IRPM 14 Giovana Pires – MED13 FPS 15 Giovana Pires – MED13 FPS 16 Giovana Pires – MED13 FPS Caso 7 – Fisiologia do Sistema Circulatório e Linfático SISTEMA LINFÁTICO Funções: • Drenagem do excesso de líquido intersticial – drenam o excesso dos espaços teciduais para o sangue. • Transporte de lipídios da dieta – transportam lipídios e vitaminas lipossolúveis (K, A, D, E) ingeridas até o sangue. • Execução das respostas imunes – inicia respostas muito específicas direcionadas contra micróbios específicos ou células anormais. Componentes: • Linfa – liquido que se encontra dentro dos capilares e ductos linfáticos • Vasos linfáticos – capilares, troncos e ductos • Órgãos e estruturas linfáticos – nódulos, timo, baço e linfonodos (estruturas que filtram a linfa antes de retornar ao sangue) • Medula Óssea Vermelha CAPILARES SANGUÍNEOS -> ESPAÇOS INTERSTICIAIS -> CAPILARES LINFÁTICOS -> VASOS LINFÁTICOS -> DUCTOS LINFÁTICOS -> JUNÇÃO DAS VEIAS SUBCLÁVIA E JUGULAR INTERNA SISTEMA CIRCULATÓRIO Funções: • Transporte – eritrócitos, substâncias excretórias e produtos da digestão • Regulação – hormonal e da temperatura • Proteção – contra toxinas, microorganismos e perda de sangue CORAÇÃO – Bomba dupla com 4 câmaras (2 átrios e 2 ventrículos) ÁTRIOS: recebem sangue VENTRÍCULOS: ejetam sangue Átrio e ventrículo direitos=bomba pulmonar Átrio e ventrículo esquerdos=bomba sistêmica PROTEÇÂO: Pericárdio – membrana que envolve e protege o coração, limitando sua posição no mediastino. Líquido Pericárdico – secreção lubrificante que reduz o atrito entre as membranas enquanto o coração se move CAMADAS DO CORAÇÃO: • Epicárdio (externa) • Miocárdio (intermediária) • Endocárdio (interna) VÁLVULAS • Atrioventriculares – tricúspide e bicúspide (mitral). Permitem o fluxo dos átrios para os ventrículos e evita o refluxo • Semilunares – localizam-se na origem do tronco pulmonar e da aorta. Abrem-se durante a contração ventricular, permitindo que o sangue entre nas circulações pulmonar e sistêmica. Durante o relaxamento ventricular, as válvulas fecham-se abruptamente, impedindo o refluxo do sangue. Som (tum-tac): fechamento inicial das válvulas AV e fechamento posterior das semilunares VASOS SANGUÍNEOS: • Artérias • Veias • Capilares CIRCULAÇÃO ➢ Circulação Pulmonar 17 Giovana Pires – MED13 FPSO sangue rico em CO2 resultado das trocas gasosas teciduais chega ao AD, onde é direcionado para o VD. O VD o direciona para os pulmões através do tronco pulmonar e artérias pulmonares. Chegando aos pulmões, ocorrerá a oxigenação desse sangue nos alvéolos. Após o processo, esse sangue é devolvido ao coração por meio das veias pulmonares que desembocam no AE ➢ Circulação Sistêmica O sangue oxigenado do AE passa para o VE, onde é bombeado para o interior da aorta. A aorta ascende uma curta distância (curva U) e logo após desce através das cavidade torácicas e abdominal. Ramos arteriais da aorta vão suprir todos os sistemas orgânicos com sangue rico em O2. O retorno ao coração é feito através das veias cavas superior e inferior, que desembocam no AD. Caso 8 – Semiologia do Sistema Circulatório ➢ ANAMNESE Idade: Crianças -> anomalias congênitas Adultos -> chagas e hipertensão Idosos -> doença arterial coronariana Sexo: F – estenose M – aterosclerose Antecedentes Familiares – Hipertensão arterial/cardiopatias Hábitos de vida – tabagismo/alcoolismo/sedentarismo ➢ SINAIS E SINTOMAS • DOR ✓ ISQUÊMICA – causada pela isquemia (diminuição da passagem de sangue nas artérias coronárias). Tipos: angina estável/instável, infarto agudo e isquemia silenciosa. A dor pode ser leve, moderada ou forte. Comumente do lado esquerdo. Dura minutos. ✓ PERICÁRDICA – vem da pericardite e é mais aguda que a angina. Dura horas. ✓ AÓRTICA – a causa mais comum é a dissecção da aorta. Tem início subido e é muito intensa. Se localiza no esterno e irradiação para o pescoço. ✓ PSICOGÊNICA – ocorre em pacientes com ansiedade e depressão. Piora com as emoções e melhora com remédios, repouso ou placebos. • PALPITAÇÕES • DISPNEIA • HEMOPTISE • DESMAIO • CIANOSE • EDEMA • ASTENIA • HEMORRAGIAS • TOSSE E EXPECTORAÇÃO • ALTERAÇÕES DO SONO ➢ EXAME FÍSICO • Inspeção e Palpação 1)Pesquisa de abaulamentos 2)Ictus Cordis 3)Retração Sistólica Apical 4)Levantamento em massa do precórdio 5)Pulsações epigástricas 6)Frêmito cardiovascular (localização/situação do ciclo cardíaco/intensidade) 18 Giovana Pires – MED13 FPS • Ausculta - Reconhecer o ritmo e a frequência - Identificar as bulhas e analisar suas características - Identificar cliques, estalidos, sopros. FOCOS: Mitral (ictus cordis); Aórtico (2° espaço intercostal direito); Pulmonar (2° espaço intercostal esquerdo); Tricúspide (região paraesternal) e Aórtico Acessório. IDENTIFICAÇÃO DAS BULHAS CARDÍACAS B1 – Fechamento da mitral e tricúspide (início da sístole) TUM B2 – Fechamento da aórtica e pulmonar (final da sístole) TA B3 – Vibrações da parede ventricular (crianças e adolescentes) TU B4 – Ruído da contração atrial/desaceleração do fluxo sanguíneo (final da diástole) 3 bulhas: tríplice TUM-TA-TU-TUM-TA-TU 2 bulhas: binário TUM-TA-TUM-TA-TUM • ELETROCARDIOGRAMA No ECG, os eletrodos detectam a corrente elétrica gerada na propagação do potencial de ação durante todo o complexo estimulante do coração. Cada eletrodo fixado no paciente tem uma derivação, ou seja, dá um traçado diferente de acordo com sua posição. Quando a despolarização se aproxima de um eletrodo, a linha vai para cima, e quando se afasta, para baixo. Onda P: despolarização dos átrios, potencial sai do nó AS e desce para o nó atrioventricular. Ou seja, se aproxima de D2, logo a linha vai para cima. Seguimento PQ: atraso causado pelo nó atrioventricular, a linha é reta. Onda Q: No início da despolarização do ventrículo, que consiste na despolarização do septo, há um leve afastamento da despolarização em relação a D2, por isso há uma leve depressão. Onda R: Propagação da despolarização para o ápice, se aproxima muito de D2. Onda S: Subida da despolarização para ambos os ventrículos pelas fibras de Purkinje, afasta-se de D2. Onda T: Repolarização dos ventrículos. Caso 9 – Fisiologia e Semiologia do Sistema Hematopoético ➢ SANGUE (5L = 8% do peso corporal total) COMPOSIÇÃO: • Plasma (55% do sangue) – líquido constituído por água e solutos dissolvidos (Na+, hormônios, enzimas etc). *Proteínas plasmáticas: albuminas (mantém a pressão e o volume sanguíneo - pressão osmótica), globulinas (alfa e beta que atuam no transporte de lipídios e vit lipossolúveis, e gama que são anticorpos) e fibrinogênio (atua na coagulação sanguínea). • Elementos Figurados – eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Eritrócitos: Discos bicôncavos achatados, sem núcleo ou mitocôndrias Transporte de O2 Período de vida de 120 dias (removidos por células fagocitárias do fígado, baço e medula) 19 Giovana Pires – MED13 FPS Pigmento: Hemoglobina (cadeias prostéticas + heme). Contém ferro, que a torna capaz de se combinar com o O2. Leucócitos: Possuem núcleo e movem-se de modo ameboide Podem atravessar poros dos capilares para chegar a uma infecção (diapedese/migração) Dividem-se em Acidófilo – combate à infecções parasitárias/desintoxicação Granulócitos Basófilo – liberação de heparina Neutrófilo – fagocitose Monócitos – fagocitose Agranulócitos Linfócitos – resposta imune específica B (diferencia-se em plasmócitos/memória imunológica) T (CD4: coordenam a resposta imunológica; CD8: morte da célula com o parasita dentro/rejeição de órgãos/doença autoimune) Plaquetas: São fragmentos de células grandes (megacariócitos) e encontradas na medula óssea Não possuem núcleo Sobrevivem em média de 5 a 9 dias (destruídas pelo baço e fígado) Coagulação sanguínea (rede de fibrina + colágeno e liberam serotonina que estimula a constrição dos vasos no local) HEMATOPOIESE – produção de células sanguíneas As células-tronco hematopoiéticas originam-se do saco vitelínico do embrião humano e migram para o fígado (onde ocorre a hematopoiese do feto). Então migram para a medula óssea, que se torna a fonte de produção após o nascimento. Uma população de células indiferenciadas diferencia-se gradualmente para se transformar em células-tronco. Eritropoiese – formação de eritrócitos (principal regulador: eritropoietina) Leucopoiese – formação de leucócitos (principal regulador: citocina) ANTÍGENOS ERITROCITÁRIOS : SISTEMA ABO Tipo A – antígenos A e anticorpos anti-B Tipo B – antígenos B e anticorpos anti-A Tipo AB – antígenos A e B e nenhum anticorpo Tipo O – nenhum antígeno e anticorpos anti-A e anti-B COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Hemostasia = interrupção do sangramento 1-Vasoconstrição: estimulada pela serotonina e tromboxano A2 liberados pelas plaquetas 2-Formação de tampão de plaquetas: a liberação das substâncias acima torna as plaquetas “adesivas”, de modo que elas se ligam à aquelas já aderidas ao colágeno, formando várias camadas (tampão) 3-Produção de uma malha de fibrina: o tampão é fortalecido por uma malha de fibrina, quando depois ocorre a contração da massa de plaquetas e a retração do coágulo, formando um tampão mais compacto e efetivo. *a trombina converte o fibrinogênio em fibrina *anticoagulantes: heparina e vit K 20 Giovana Pires – MED13 FPS EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE O ph do plasma sanguíneo mantem-se dentro de uma faixa de valores (media: 7,4) pelas funções dos pulmões e rins. Os pulmões regulam a concentração de CO2 e os rins regulam a concentração de bicarbonato (principal tampão do plasma). HCO3- + H+ H2CO3 Essa reação de tamponamentonão pode continuar para sempre porque o HCO3- livre acaba desaparecendo. Se isso ocorrer, a concentração de H+ aumenta e o pH do sangue diminui. Mas sob condições normais, o excesso de H+ é eliminado na urina. Acidose: pH sanguíneo abaixo de 7,35 Alcalose: pH sanguíneo acima de 7,45 Ambas podem ser respiratórias (devido à hipo/hiperventilação – concentração de ácido carbônico) ou metabólicas (excesso de ácidos não voláteis como lático ou graxo/bicarbonato). ➢ SEMIOLOGIA • ANAMNESE: idade, sexo, profissão, antecedentes e condições. Informações sobre alimentação, febre, emagrecimento, dores ósseas, possíveis locais de sangramento e tempo de instalação da doença fornecem dados preciosos para o raciocínio clínico. Da mesma maneira, a exposição a agentes tóxicos à medula, tais como organofosforados e benzeno, também deve ser investigada. O uso indiscriminado de antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos tem aumentado a incidência de vários tipos de anemias e de púrpuras de origem iatrogênica. Por fim, até mesmo condições emocionais e estresses podem explicar o aparecimento ou o agravamento de algumas hemopatias. Antecedentes Familiares: Algumas hemopatias são de natureza hereditária. Assim, as anemias por aumento da destruição causadas por defeito intrínseco das hemácias, tais como a anemia esferocítica constitucional e as hemoglobinopatias, costumam incidir em mais de um membro da família, incluindo irmãos, pais, avós, tios ou primos. Condições socioeconômicas: os pacientes com menor poder aquisitivo têm mais chances de desenvolver anemias carenciais. Profissão: Pessoas que trabalham em contato com defensivos agrícolas (agrotóxicos), em fábricas em que há substâncias químicas tóxicas (p. ex., benzeno) ou em contato com cosméticos podem desenvolver anemia aplásica por intoxicação da medula óssea. • SINAIS E SINTOMAS ✓ Astenia – pode caracterizar a anemia ✓ Hemorragia – perdas sanguíneas pelas mucosas (gengivorragia, enterorragia etc)ou pelo aparecimento de manchas cutâneas. Pode ser espontânea ou pós traumas. ✓ Febre – frequente principalmente em pacientes com hemopatias ✓ Adenomegalia – crescimento de gânglios linfáticos ou linfonodos. Ocorre na leucemia ✓ Dor – pode ser localizada na orofaringe, tórax, abdome ou membros. Pode ser de localização óssea (mieloma), articular (distúrbios de coagulação) ou muscular (como em anêmicos) ✓ Icterícia- acompanha quase sempre as crises hemolíticas. É permanente nas anemias hemolíticas constitucionais. Pode ser do tipo hemolítico (quando há aumento da destruição das hemácias) ou hepático (lesão parenquimatosa causada por infiltração de células leucêmicas ou linfomatosas no fígado) ✓ Manifestações cutâneas – petéquias, esquimoses, edema, máculas, bolhas, alterações de cor etc. A anemia caracteriza-se pela palidez, queda de cabelo e unhas quebradiças. ✓ Sintomas osteoarticulares e musculoesqueléticos – comumente referidos em anemias crônicas constitucionais e coagulopatias. Doença falciforme caracteriza-se por dores ósseas. • EXAME FÍSICO: avalia-se o estado geral, a pele, as mucosas, o sistema osteomuscular, os gânglios linfáticos, o sistema cardiorrespiratório, o sistema digestivo, o sistema geniturinário e o sistema nervoso. ✓ Pele e mucosas – a palidez cutaneomucosa varia em função do grau de redução dos glóbulos vermelhos e da taxa de hemoglobina 21 Giovana Pires – MED13 FPS ✓ Sistema Locomotor – Hipertrofia muscular é frequente nas hemopatias malignas de evolução lenta. ✓ Gânglios Linfáticos – seu aumento ocorre em diversas hemopatias ✓ Sistemas Circulatório e Respiratório - as alterações cardiorrespiratórias podem depender de infecções, anemia grave, presença de derrames etc. ✓ Sistema Digestivo - Nas anemias carenciais megaloblásticas, há atrofia das papilas linguais, dando origem à glossite atrófica, em que a língua é lisa e brilhante. ✓ Sistema Genitourinário - O hipodesenvolvimento dos caracteres sexuais secundários associado à estatura pequena é frequente nas anemias de tipo crônico em ambos os sexos. No sexo feminino, são frequentes as hemorragias e as metrorragias secundárias à plaquetopenia ou à plaquetopatia. Por outro lado, a menorragia é uma das causas frequentes de anemia ferropriva na mulher em idade reprodutiva, sem que ela apresente qualquer coagulopatia. No sexo masculino, pode ocorrer infiltração de células leucêmicas ou linfomatosas nos testículos, resultando em dor e em aumento de volume da bolsa escrotal. ✓ Sistema Nervoso - As manifestações neurológicas compreendem tonturas, cefaleia, paralisia de nervos cranianos ou periféricos e perda da sensibilidade superficial e profunda (paraplegia, tetraplegia). • EXAMES COMPLEMENTARES HEMOGRAMA: É o exame de sangue periférico no qual vem expressos o número de eritrócitos, leucócitos, plaquetas e a velocidade da hemossedimentação. Avaliação quantitativa e qualitativa. ERITRÓCITOS: 4.500.000 a 5.000.000/mm³ (sendo mais alto, em geral, nos homens) PLAQUETAS: 200.000 a 400.000/mm³ (menor: plaquetopenia/maior: trombocitose) LEUCÓCITOS: 4.000 a 10.000/mm³ ▪ EXAME FÍSICO DOS LINFONODOS Semiotécnica: inspeção e palpação Sistematização da investigação: 1) Localização – saber quais linfonodos estão comprometidos 2) Tamanho/volume – normalmente variam de 0,5 a 2,5 cm de diâmetro 3) Coalescência – é a junção de dois ou mais linfonodos, formando uma massa de limites imprecisos (não é normal) 4) Consistência – pode estar endurecido ou amolecido, com flutuação ou não 5) Mobilidade – pode ser móvel (normal) ou estar aderido aos planos profundos 6) Sensibilidade – pode estar doloroso ou não. Processos infecciosos crônicos são pouco dolorosos e infecções virais e processos parasitários são indolores 7) Alteração da pele – existência de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor) ou fistulização Causas de comprometimento de linfonodos: Processo infeccioso/ invasão carcinomatosa/ doença hemopoética primária/ doenças inflamatórias. ✓ Adenomegalia: encontro de linfonodos hipertrofiados *O tecido linfático apresenta uma hipertrofia na infância, sendo normal encontrarmos linfonodos cervicais e submandibulares palpáveis, de pequeno tamanho, em crianças. Analisar as características dos linfonodos alterados (acima citadas) e determinar se o comprometimento deles é localizado ou generalizado. CAUSAS: Infecções bacterianas; metástases; tuberculose ganglionar; mononucleose infecciosa; linfomas e leucemias linfáticas. 22 Giovana Pires – MED13 FPS Caso 10 – Fisiologia do trato gastrintestinal (até estômago) FUNÇÕES: • Digestão – A digestão de moléculas grandes em seus monômeros ocorre através de reações de hidrólise. • Absorção – Os monômeros formados são transportados através da parede do intestino delgado para o interior da corrente sanguínea e da linfa. • Motilidade – movimento do alimento pelo sistema digestório. • Secreção – exócrina (água, HCl, enzimas etc) e endócrina (hormônios). • Armazenamento e eliminação – armazenamento temporário e eliminação subsequente de moléculas não digeríveis. ETAPAS: ➢ BOCA – A mastigação do alimento o mistura com a saliva, secretada pelas glândulas, que contém amilase salivar (ou ptialina) que realiza a digestão parcial do amido. ➢ FARINGE – passagem que leva o bolo alimentar da boca para o esôfago (músculo esquelético) ➢ ESÔFAGO – realiza contrações musculares involuntárias (peristaltismo), que movimenta o bolo alimentar. O alimento é impedido de regurgir pelo fechamento do esfíncter esofágico inferior. Secreta muco (lubrifica e reduz o atrito). ➢ ESTÔMAGO – é a parte mais distensível do trato GI. Localiza-se inferiormente ao diafragma.Quando vazio possui rugas, que se tornam lisas quando cheias. Armazena o alimento, inicia a digestão de proteínas (pepsina) e continua a de amido e triglicerídios (lipase gástrica), mata bactérias através da acidez do suco gástrico e move o alimento (quimo – conversão do bolo alimentar semissólido em líquido) para o intestino. As únicas substâncias que podem ser absorvidas pela parede gástrica são o álcool e a aspirina. Glândulas gástricas: Células calciformes – secretam muco Células parietais – secretam HCl Células principais – secretam pepsinogênio (forma inativa da pepsina) Células G – secretam a gastrina (estimula a secreção de HCl) na corrente sanguínea Células D – secretam o hormônio somatostaina Além disso, a mucosa gástrica secreta um polipeptídio necessário para a absorção intestinal de vit B12, denominado fator intrínseco. As secreções exócrinas das células gástricas com grande quantidade de água formam o suco gástrico (tem como funções tornar o pH ácido, amolecer o bolo alimentar, esterilizar o bolo alimentar e ativar as formas inativas das enzimas do suco gástrico). FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA: 1. Fase cefálica - ocorre até mesmo antes de o alimento entrar no estômago. Resulta da visão, odor, da lembrança ou do sabor do alimento e quanto maior o apetite, maior a estimulação. Sinais neurogênicos que causam a fase cefálica originam-se no córtex cerebral e nos centros de apetite da amígdala e do hipotálamo. São transmitidos pelos nervos vagos até o estômago. Essa fase contribui com cerca de 20% da secreção gástrica. 2. Fase gástrica - o alimento que entra no estômago excita os reflexos vasovagais longos do estômago para o cérebro e de volta para o estômago, os reflexos entéricos locais e o mecanismo da gastrina, todos os quais levando à secreção de suco gástrico durante várias horas, enquanto o alimento permanece no estômago. Essa fase contribui com cerca de 70% da secreção gástrica. 3. Fase intestinal - a presença de alimento no duodeno continuará a causar secreção estomacal de pequenas quantidades de suco gástrico. Estimulação autônoma da secreção 1. Estimulação parassimpática - quase sempre aumenta a taxa de secreção das glândulas da porção superior do trato - inervado pelos nervos glossofaríngeo e parassimpático vagal - (glândulas salivares, esofágicas, gástricas, o pâncreas e as glândulas de Brunner no duodeno) e algumas glândulas da porção distal do intestino grosso - inervado 23 Giovana Pires – MED13 FPS por nervos parassimpáticos pélvicos. A secreção do restante do intestino delgado e nos primeiros dois terços do intestino grosso ocorre basicamente em resposta a estímulos neurais locais e hormonais em cada segmento do intestino. 2. Estimulação simpática - causa um aumento na secreção de algumas glândulas locais, mas também pode causar uma constrição de vasos sanguíneos que suprem as glândulas. Portanto, a estimulação simpática pode ter efeito duplo: (1) pode aumentar a secreção e (2) se a estimulação parassimpática ou hormonal já estiver causando secreção das glândulas, a estimulação simpática sobreposta pode reduzir essa secreção. Deglutição (1) Estágio voluntário: o alimento é comprimido e empurrado, voluntariamente, em direção à faringe pela pressão da língua para cima e para trás contra o palato. (2) Estágio faríngeo: ao ser deglutido voluntariamente e tocar a faringe, o bolo alimentar estimula as áreas receptoras epiteliais da deglutição ao redor da abertura da faringe, especialmente nos pilares tonsilares, e seus impulsos passam para o tronco encefálico onde iniciam uma série de contrações musculares faríngeas automáticas: a) O palato mole é empurrado para cima para fechar a parte posterior da cavidade nasal, evitando refluxos. b) As pregas palatofaríngeas são empurradas medialmente de forma a formarem uma fenda que vai dar passagem, prioritariamente, aos alimentos mais bem mastigados. c) Cordas vocais se aproximam e a laringe é empurrada para cima e para frente, fazendo com que a epiglote se mova para trás, na direção da abertura da laringe, e também eleva a glote, afastando ela do fluxo de alimento, isso impede de o alimento ir parar na traquéia. d) Esse movimento da laringe citada no item "c" faz com que a abertura do esôfago se dilate, ou seja, o esfíncter esofágico superior ou faringoesofágico relaxa, fazendo com que o alimento passe da faringe para o esôfago. Entre as deglutições esse esfíncter permanece fechado para impedir entrada de ar no esôfago. e) Quando o esfíncter é relaxado as paredes da faringe se contrai, iniciando na parte superior e assim progredindo para baixo, o que impulsiona o alimento para o esôfago por peristaltismo. (3) Estágio esofágico: a passagem do alimento é facilitada pela força gravitacional e pelo tipo de músculo que forma o esôfago: -Terço superior composto por músculo estriado - controlado pelos nervos vago e glossofaríngeo; -Dois terços inferiores composta por músculo liso - controlada pelo nervo vago e sistema nervoso mioentérico esofágico; O esôfago exibe dois tipos de movimentos peristálticos: *Peristalse primária: continuação da onda peristáltica que começa na faringe durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa onda percorre desde a faringe até o estômago em cerca de 8 a 10 segundos. *Peristalse secundária: se peristalse primário for insuficiente, a peristalse secundária provocará a distensão do esôfago pelo alimento retido; essas ondas continuam até o completo esvaziamento do estômago. Essas ondas são deflagradas em parte por circuitos intrínsecos mioentéricos e em parte por reflexos que se são transmitidos para a medula por fibras vagais aferentes e retornando ao esôfago por fibras eferentes vagais e glossofaríngas *Glândulas salivares: pequenas (labiais, da bochecha, palatinas e linguais) e grandes (parótidas, submandibulares e sublinguais). A saliva lubrifica e dissolve alimentos e inicia a decomposição química de carboidratos e lipídios (amilase salivar e lipase lingual). Parótidas – inferior e anterior às orelhas. Submandibulares – posição medial e parcialmente inferior à mandíbula Sublinguais – superiores às submandibulares A salivação é controlada pelo sistema nervoso. A estimulação parassimpática promove secreção contínua e moderada de saliva. A estimulação simpática predomina durante o estresse, o que leva ao ressecamento da boca. O odor, a visão, o som, a textura e o sabor dos alimentos também são potentes estimuladores das secreções das glândulas. *Dentes: Duas dentições surgem durante a vida do indivíduo: a decidual/temporária (de leite) e a permanente. Decidual - consiste em 20 dentes, cinco em cada quadrante: dois incisivos, um canino e dois molares. Nascem em média dos 6 aos 24 meses após o nascimento, e geralmente caem entre os 6 e 12 anos. Permanente - consiste em 32 dentes, oito em cada quadrante: dois incisivos, um canino, dois pré-molares e três molares. Apenas os molares ocupam novas posições na mandíbula, o restante substitui os deciduais. 24 Giovana Pires – MED13 FPS Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade polpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto naextremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. CONTROLE NEURAL DO TGI - Componente Intrínseco = Sistema Nervoso Entérico - Componente Extrínseco = SNC e SNA (alteram o grau de atividade do intrínseco) • Sistema Nervoso Entérico - Plexo Submucoso / de Meissner = submucosa Atua na secreção gástrica - Plexo Mioentérico / de Auerback = entre a camada longitudinal e muscular Regula o controle dos movimentos • SNA/SNC - Recebem estímulos da visão, olfato e sabor e estimulam as glândulas salivares e o estômago (gastrina – estimula a liberação de suco gástrico) Caso 11 – Fisiologia do Trato Digestivo Baixo ➢ INTESTINO DELGADO Estende-se da porção distal do esfíncter pilórico até o ceco. É dividido em três porções: duodeno, jejuno e íleo. Ele recebe secreções do fígado e do pâncreas. A junção entre o duodeno e o jejuno é demarcada por uma faixa fibromuscular que surge do diafragma conhecida como músculo suspensor do duodeno - músculo de Treitz. Os intestinos delgado e grosso estão presos à parede abdominal através de dobras de peritônio (mesentérios). Onde ocorre a maior parte da digestão e absorção de nutrientes. Células da mucosa intestinal: Células de Paneth – secretam lisozima (enzima bactericida) Células absortivas – digerem e absorvem nutrientes Células Enteroendócrinas – células S (secretina), CKK (colecistoquinina) e K (PIG – estimula a liberação de insulina) Células Caliciformes – secretam muco A submucosa contém glândulas duodenais, que secretam um muco alcalino que ajuda a neutralizar o ácido gástrico do quimo. Possui pregas circulares (cristas permanentes) que aumentam a área de superfície e levam o quimo a se mover em espiral, vilosidades (projeções da mucosa) e microvilosidades (projeções da membrana apical das células absortivas). Enzimas: Encontram-se na superfície das células epiteliais que revestem as vilosidades Carboidratos – α-dextrinase, maltase, sacarase e lactase. Proteínas – peptidades Nucleotídios – nucleosidades e fosfatases Contrações intestinais: 1-Segmentares (ou de mistura): contrações rítmicas que ocorrem ao longo de uma seção do intestino que o divide em pequenos segmentos, dando uma aparência de uma corrente de salsichas. O conteúdo intestinal (quimo) é misturado pelas segmentações repetidas. As contrações de segmentação tornam-se extremamente fracas quando a atividade excitatória do sistema nervoso entérico é bloqueado pelo fármaco atropina. Portanto, muito embora sejam as ondas lentas no próprio músculo liso que causam as contrações de segmentação, essas contrações não são efetivas sem a excitação de fundo do plexo nervoso mioentérico. 25 Giovana Pires – MED13 FPS 2-Peristalticas (ou propulsivas): o anel de constrição move-se em apenas uma direção, mais rápidas no intestino proximal e mais lenta no intestino terminal. *Além dos sinais nervosos (estimulação parassimpática vagal) que podem afetar a peristalse no intestino delgado, diversos hormônios também afetam: gastrina, CCK, insulina, motilina e serotonina. Estes hormônios intensificam a motilidade do intestino delgado. *Função da válvula Ileocecal – A válvula ileocecal é uma invaginação da extremidade inferior do íleo no ceco. Sua principal função é evitar o refluxo de conteúdos fecais do cólon para o intestino delgado. A válvula é fechada quando a pressão do intestino grosso aumenta e empurra os conteúdos contra sua abertura. Acima dessa válvula, na parede do íleo, há uma musculatura circular espessa - esfíncter ileocecal - que permanece levemente contraído e retarda o esvaziamento de conteúdos ileais no ceco. A resistência ao esvaziamento na válvula ileocecal prolonga a permanência do quimo no íleo e, assim, facilita a absorção. O controle desse esfíncter ileocecal (intensidade da peristalse e grau de contração) é feito por reflexos no ceco (plexo mientérico e gânglios simpáticos pré-vertebrais). ➢ INTESTINO GROSSO Divide-se em ceco, cólon, reto e canal anal. Difere-se no intestino delgado em vários aspectos: a) Não existem vilosidades na superfície da túnica mucosa; b) No ceco, cólon e reto superior, as glândulas são mais profundas, mais densamente reunidas e contêm muitas células caliciformes; c) A camada muscular longitudinal do ceco e do cólon forma três faixas denominadas tênias cólicas; d) Muitos apêndices epiplóicos, ou bolsas do peritônio cheias de gordura, aparecem ao longo da borda livre do cólon; Ceco - primeira porção do intestino grosso; ligado á sua base está o apêndice vermiforme (semelhante a um verme). Cólon ascendente - estende-se para cima a partir do ceco até a superfície inferior do fígado; Cólon transverso - cruza a cavidade abdominal da direita para a esquerda abaixo do estômago; Cólon descendente - começa perto do baço, caminhando para baixo, do lado esquerdo do abdome, em direção à crista ilíaca, tornandose o cólon sigmóide ou cólon pélvico; Reto - situado entre a superfície anterior do sacro e cóccix e termina no estreito canal anal. As glândulas intestinais encontram-se ausentes no canal anal; o epitélio muda de cilíndrico para pavimentoso estratificado, o qual é contínuo com a epiderme no orifício anal. O músculo liso circular no canal anal se espessa para formar o esfíncter anal. Feixes de músculo esquelético que circundam o canal formam o esfíncter externo. Porção terminal do TGI, dividido em ceco, colo, reto e canal anal. Células: Células absortivas – atuam na absorção de água Células caliciformes – secretam muco que lubrifica a passagem Funções: O estágio final da digestão ocorre no colo graças à atividade de bactérias que habitam o lume e fermentam os carboidratos remanescentes e liberam os gases hidrogênio, dióxido de carbono e metano. Também convertem proteínas remanescentes em aminoácidos, decompõem bilirrubina e absorvem vitaminas do complexo B e a K. Depois de permanecer de 3 a 10h no intestino grosso, o quimo torna-se sólido em razão da absorção de água (10%) e passa a ser chamado de fezes. ➢ PÂNCREAS É uma glândula retroperitoneal. Formado por cabeça, corpo e cauda, e está conectado ao duodeno por dois ductos. Constituido de pequenos aglomerados de células epiteliais glandulares (99% ácinos), responsáveis por secretar o suco pancreático e de ilhotas pancreáticas (de Langerhans), que constituem a parte endócrina e secretam os hormônios glucagon, insulina, somatostatina e polipeptídio pancreático. Ampola de Vater – ducto comum resultado da união do ducto pancreático e do ducto colédoco Funções: 26 Giovana Pires – MED13 FPS Produz o suco pancreático, líquido transparente constituído principalmente de água, alguns sais, bicarbonato de sódio e várias enzimas. O bicarbonato confere ao suco um pH levemente alcalino, que tampona o suco gástrico ácido do quimo, interrompe a ação da enzima pepsina e cria o pH apropriado para a ação das enzimas pancreáticas. Enzimas: Amilase pancreática – amido Tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase e elastase – proteínas Lipase pancreática – lipídios Ribonuclease e desoxirribonuclease – RNA e DNA A secreção do pâncreas é regulada principalmente pelos hormônios secretina e colecistoquinina (CKK), liberados pelo intestino delgado. ➢ FÍGADO Maior órgão interno e a glândula mais pesada do corpo (1,4kg). É dividido em lobo direito e esquerdo, unidos pelo ligamento falciforme. Funções: Produz a bile – Os sais biliares atuam na emulsificação e absorção de lipídios. *Entre as refeições a bile flui para a vesícula biliar, onde é armazenada.Estímulos neurais e hormonais promovem a produção e liberação. Metabolismo dos carboidratos – importante na manutenção do nívelsanguíneo normal de glicose (quando o nível é baixo, o fígado metaboliza o glicogênio em glicose, sendo tb capaz de converter em glicose alguns aminoácidos e ácido lático por exemplo/ quando o nível é alto, o fígado converte glicose em glicogênio e triglicerídeos para armazenamento) Metabolismo dos lipídios – os hepatócitos armazenam alguns triglicerídios, decompõem ácidos graxos para gerar atp etc Metabolismo das proteínas – os hepatócitos desaminam aminoácidos para serem usados na produção de atp Processamento de fármacos e hormônios – consegue destoxificar substâncias como álcool ou secretar fármacos como penicilina. Armazenamento – é um local de importante armazenamento de vitaminas (K, A, D, E, B12) e minerais (ferro e cobre). Fagocitose – as células do fígado fagocitam hemácias e leucócitos envelhecidos e algumas bactérias. Ativação da vitamina D Hepatócitos – principais células funcionais e realizam várias funções metabólicas, secretoras e endócrinas. 80% do volume do fígado. Secretam a bile. Canalículos biliares – pequenos ductos que recolhem a bile produzida. CANALÍCULOS – DÚCTULOS BILIARES – DUCTOS BILIARES – DUCTOS HEPÁTICOS DIR E ESQ – DUCTO HEPÁTICO COMUM – DUCTO CÍSTICO – DUCTO COLÉDOCO Sinusoides hepáticos – capilares sanguíneos muito permeáveis entre as lâminas hepáticas que recebem sangue oxigenado (artéria hepática) e desoxigenado (veia porta). Lóbulo hepático – unidade funcional do fígado. Formato hexagonal. ➢ VESÍCULA BILIAR Bolsa piriforme localizada na face inferior do fígado. Dividido em fundo, corpo e colo. CKK – causa contração das paredes da vesícula, o que expele a bile armazenada e também relaxa o esfíncter, o que permite o fluxo de bile para o duodeno. 27 Giovana Pires – MED13 FPS Caso 12 – Semiologia do Sistema Digestório ➢ SINAIS E SINTOMAS • DOR ESOFÁGICA • DISPEPSIA – conjunto de sintomas relacionados com a parte alta do abdome. Compõe-se de dor ou desconforto epigástrico, acompanhado de empazinamento, sensação de distensão do abdome por gases, pirose, saciedade precoce, náuseas com vômitos, intolerância a alimentos gordurosos e eructação. • NÁUSEAS E VÔMITOS • REGURGITAÇÃO • PIROSE – sensação de queimação retroesternal. É a expressão da inflamação ou irritação da mucosa esofágica causada pelo refluxo. • DIARREIA – aumento do teor de líquido das fezes e da quantidade de evacuações. Pode ser decorrente de: Aumento da pressão osmótica do conteúdo intralumina; aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal; aumento da permeabilidade da mucosa; alterações da motilidade do intestino delgado. • ESTEATORREIA – aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes, as quais se tornam volumosas, amareladas ou acinzentadas, fétidas e as vezes espumosas. • DISTENSÃO ABDOMINAL • HEMORRAGIA DIGESTIVA – o sangue pode ser eliminado pela boca (hematêmese) ou pelo ânus (enterorragia/melena). • CONSTIPAÇÃO – quando as fezes ficam retidas por mais de 48h. • ICTERÍCIA • SIALOSE/PTIALISMO – produção excessiva de saliva. • FLATULÊNCIA É importante delimitar as regiões do abdome: Andar superior e inferior do abdome – regiões acima e abaixo, respectivamente, da linha horizontal que passa pela cicatriz umbilical Baixo ventre – hipogástrio e suas imediações Hemiabdome esquerdo e direito – cada uma das metades do abdome quando se imagina uma linha vertical passando pelo umbigo ➢ INSPEÇÃO Investiga-se: forma e volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias superficiais, cicatrizes na parede abdominal e movimentos. 1-Forma e volume do abdome • Globoso – diâmetro anteroposterior maior que o transversal • Em ventre – diâmetro transversal maior que o anteroposterior • Pendular – protrusão na região da parte inferior da parede abdominal • Em avental – a parede abdominal pende “como um avental” sobre as coxas 28 Giovana Pires – MED13 FPS • Escavado – percebe-se nitidamente que a parede abdominal está retraída 2-Cicatriz umbilical Apresenta forma plana ou levemente retraída. Sua protrusão normalmente indica a existência de uma hérnia ou acúmulo de líquido na região. Infecções do umbigo podem acompanhar-se de secreção. *Sinal de Cullen: Mancha hemorrágica periumbelical na Pancreatite Hemorrágica. 3-Abaulamentos e retrações localizadas Abaulamento ou retração, em uma determinada região, torna o abdome assimétrico e irregular, indicando alguma anormalidade (deve-se analisar localização, forma, tamanho, mobilidade e pulsatilidade). 4-Veias superficiais O padrão venoso da parede abdominal geralmente é pouco perceptível, quando as veias tornam-se visíveis pode caracterizar circulação colateral. 5-Cicatrizes na parede abdominal A localização, extensão e forma podem fornecer informações úteis sobre cirurgias anteriores (Ex: flanco direito – colecistectomia/ flanco esquerdo – colectomia) 6-Movimentos Três tipos: respiratórios, pulsações e peristálticos visíveis. Movimentos respiratórios: costumam desaparecer nos processos inflamatórios do peritônio que se acompanham de rigidez da parede abdominal. Pulsações: Podem ser observadas no abdome de pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. Movimentos peristálticos visíveis: faz-se a diferenciação entre peristaltismo normal e anormal correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente, como nas síndromes de estenose pilórica, por exemplo. Indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo (ver localização e direção das ondas). ➢ PALPAÇÃO Objetivos: Avaliar o estado da parede abdominal; Explorar a sensibilidade abdominal e Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais, detectando alterações. Etapas: Palpação Superficial – Estudo das paredes abdominais e das vísceras que alcançam a parede. Investiga sensibilidade, resistência da pele, continuidade da parede, pulsações e o reflexo cutâneo abdominal. • Sensibilidade – detectar pontos em que há dor (com objeto pontiagudo ou compressão). *Principais pontos dolorosos: gástricos, cístico, apendicular, esplênico e ureterais. • Resistência – diferenciar a contratura voluntária da involuntária (generalizada ou localizada). • Continuidade – Reconhecer diástase (separação de músculos retos, sendo possível colocar um ou mais dedos entre eles) e hérnias (alterações da parede abdominal caracterizadas por haver uma solução de continuidade por onde penetram uma ou mais estruturas intra-abdominais.). • Pulsações – podem ser visíveis e palpáveis ou apenas palpáveis. Deve-se analisar a localização e as características. Palpação Profunda – investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações” (a presença desses leva a analisar-se: localização, forma, volume, sensibilidade, consistência, mobilidade e pulsatilidade). ✓ Palpação do Fígado, Vesícula Biliar, Baço, Ceco, Colon Transverso e Sigmoide. *vesícula biliar: não é palpável normalmente. ➢ PERCUSSÃO Observa-se: timpanismo, hipertimpanismo, submacicez e macicez. Som timpânico – presença de ar dentro de uma víscera oca. É percebido em quase todo o abdome. Hipertimpanismo – quando a quantidade de ar está aumentada (obstrução intestinal, pneumoperitônio etc). Submacicez – quando há menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal. Macicez – ausência de ar (fígado, baço etc) 29 Giovana Pires – MED13 FPS Determina também o limite superior do fígado e da área de macicez hepática e a presença de ascite. ➢ AUSCULTA Fornece informações importantes a respeito da movimentação de gases
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