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1. Uma paciente T.B., 36 anos, relata ter azia, gases e desconforto abdominal. 
O médico solicitou que a paciente realizasse uma endoscopia para investigar a 
presença da bactéria H. pylori, e, enquanto aguardava o resultado, prescreveu um 
antiácido contendo bicarbonato de sódio contra a azia. 
 
a) Qual o efeito do bicarbonato sobre a secreção gástrica? 
O bicarbonato de sódio (HCO3
-) é secretado pelas células superficiais mucosas 
das glândulas gástricas. Ele fica retido na camada de muco que reveste o estômago, 
protegendo a mucosa contra possíveis lesões causadas pelo HCl e pela pepsina. Isso 
ocorre porque o HCO3
- tampona os íons H+ que se difundem do lúmen do estômago 
para a superfície epitelial. Tal tamponamento, associado à alta viscosidade da camada 
de muco permite que o pH na superfície celular permaneça em torno de 7, enquanto o 
da secreção gástrica é de 1 a 2. Por esses motivos, o bicarbonato foi prescrito para 
diminuir a acidez gástrica, aliviando os sintomas da pirose. (Princípios de Fisiologia; 
Berne e Levy) 
 
b) Mesmo com o uso de antiácidos, a paciente ainda apresentava as mesmas 
queixas. O médico prescreveu um novo medicamento, o omeprazol. De que 
maneira atua, no estômago, este tipo de medicamento? 
A bomba H+/K+ ATPase, localizada na membrana luminal das células parietais 
(produtoras de HCl), transporta os íons H+ e K+ contra seus gradientes eletroquímicos. 
Os medicamentos omeprazólicos agem de uma forma que inibem o funcionamento da 
bomba, uma vez que se ligam irreversivelmente aos grupos sulfídricos da H+/K+ 
ATPase, inibindo a secreção de H+. (Fisiologia; Margarida de Mello Aires) 
 
c) O resultado da endoscopia confirmou que a paciente tem uma infecção por 
H. pylori que, provavelmente, é a causa de sua úlcera duodenal. Porque as úlceras 
pépticas são encontradas mais comumente no duodeno, e não no jejuno ou íleo? 
A doença caracteriza-se por erosões através do revestimento epitelial do 
estômago ou do duodeno. As úlceras duodenais provavelmente estão relacionadas com a 
deficiência nos mecanismos de defesa da mucosa do órgão, que não está preparada para 
receber secreção ácida. (Fisiologia médica; Hershel Raff ). Além disso, tais úlceras são 
mais comuns no duodeno uma vez que este está mais próximo ao estômago do que o 
jejuno e o íleo, estando mais exposto aos sucos ácidos gástricos e às enzimas digestivas. 
(Patologia, bases patológicas das doenças, Robbins & Cotran). 
Uma vez que o duodeno está exposto ao ácido, este, mesmo secretado em 
quantidades normais devido seu papel na sustentação da ativação da pepsina, contribui 
para a patogênese da úlcera devido aos efeitos lesivos diretos dos prótons nas células 
epiteliais deste local, o que não acontece em outras partes do intestino delgado. 
(Princípios de Fisiologia; Berne e Levy) 
 
2) O paciente S.R., 4 anos de idade, é encaminhado ao posto de saúde com sinais de 
desidratação, diarreia aguda e vômitos. Como medida inicial, o enfermeiro de 
plantão na unidade prescreveu soro caseiro ao paciente. Qual a composição do 
soro caseiro? Explique a importância de cada componente. 
O soro caseiro é composto de água, sódio e glicose (sal+açúcar) que são 
administrados oralmente seguindo uma proporção de 1L de água:2 medidas rasas de 
açúcar: 1 medida rasa de sal. 
O enfermeiro prescreveu soro caseiro estando o paciente com quadro clínico de 
desidratação, tendo em vista que a diarreia aguda e o vômito permitem que a água flua 
do sangue para dentro do intestino, fazendo com que o organismo fique com deficiência 
de fluidos e eletrólitos. Nessa situação, o soro caseiro tem como função equilibrar o 
meio interno do organismo, pois a glicose é uma fonte energética que ajuda na absorção 
do sal, atraindo as moléculas de água para dentro dos vasos. Isso ocorre porque a água é 
absorvida de forma passiva, seguindo os movimentos dos sais, segundo os princípios 
osmóticos. Por isso é necessário repor os sais, já que eles funcionam como essa porta de 
entrada de água no organismo. O cotransporte de Na+ e glicose nas células epiteliais do 
intestino faz com que a glicose seja absorvida. (Fisiologia; Linda S. Constanzo. 
Programa Bem Estar; g1.globo.com) 
 
 
Esquema representando o cotransporte de Na+ e glicose e 
absorção da glicose nas células intestinais. 
 
 
 
 
 
 
3) Descreva as 3 fases de secreção gástrica: a) fase cefálica; b) fase gástrica e c) fase 
intestinal. 
 
a) Fase cefálica: desencadeada pela visão, cheiro e paladar do alimento. Neurônios do 
plexo intramural liberam Ach que estimula diretamente as células parietais a secretarem 
HCl. Indiretamente, a Ach ainda estimula a secreção ácida pela liberação da gastrina nas 
células G no antro e duodeno. 
Na ausência de alimentos no estômago para tamponar o ácido secretado, o pH 
cai rapidamente durante essa fase. O baixo pH limita a quantidade de ácido secretado 
pela inibição das células parietais devido a liberação da somatostatina e pela evocação 
dos reflexos neurais inibitórios intrínsecos. (Princípios de Fisiologia; Berne e Levy) 
 
b) Fase gástrica: essa fase inicia com a chegada do alimento no estômago por meio do 
estímulo principal de distensão do estômago e a presença de aminoácidos e peptídeos 
resultantes da ação de pepsinas. Isso causa um aumento da secreção de HCl por meio da 
distensão do corpo ou antro do estômago, gerando estímulo nos mecanoceptores que 
iniciam reflexos locais e centrais, podendo ser bloqueados quando banhados na 
superfície da mucosa com solução ácida de pH de 2 ou menos. A auto-regulação da 
acidez dos conteúdos gástricos é dada por meio da saturação da capacidade de 
tamponamento desse conteúdo. 
Além da ação dos mecanoceptores, quando as proteínas são quebradas em 
aminoácidos ou peptídeos no estômago, desencadeiam secreção de ácido gástrico em 
função de provocarem a liberação de gastrina pelas células G. 
Nessa fase ocorre a maior secreção ácida em resposta a uma refeição. (Princípios de 
Fisiologia; Berne e Levy) 
 
c) Fase intestinal: essa fase é responsável por 10% de toda a secreção gástrica e 
depende da chegada do quimo ao intestino delgado. Quando o quimo chega ao duodeno 
ele se distende e isso aumenta a secreção de HCl por meio de reflexos enterogástricos e 
vago-vagais. À medida que o quimo é esvaziado para o duodeno ocorre uma regulação 
neuro-hormonal da secreção de gastrina e HCl, vários processos que ocorrem entre as 
porções proximais do delgado inibem a secreção ácido gástrica por mecanismo de 
retroalimentação negativa. (Princípios de Fisiologia; Berne e Levy)

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