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CHARGE DO POLÍTICO.SUGESTÃO DE LEITURA

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Políticos preparados para eleitores exigentes
Em época de eleições, muitos textos reforçam ou questionam fragilidades da democracia brasileira. A charge de Gilmar, por exemplo, critica candidatos que, confortáveis na mesmice, não querem mudanças, por isso sentem-se intimidados diante de eleitores os quais, atentos, esclarecidos e críticos, não aceitam mais vender o voto. 
O chargista apresenta um concorrente a cargo público que sobe o morro de periferia em busca de votos. Afinal, nesse lugar carente geralmente estão pessoas pobres e alienadas que trocam o voto por pequenos favores pessoais e assim elegem candidatos alheios aos problemas coletivos. Mas um eleitor recebe o político com atitude diferente. Em vez de aceitar passivamente promessas falsas ou uma cesta básica, o morador surpreende e convida o visitante a sentar-se no banquinho do barraco improvisado. Desse lugar, o candidato poderia ver como aquela comunidade estava abandonada, sem água encanada, serviço de esgoto, habitação decente e sem pavimentação local e outras políticas públicas. Metaforicamente, sentar-se ao lado significa olhar do mesmo lugar que o já cansado morador vê: do lugar das privações, da impotência e das necessidades básicas as quais, após anos, continuam as mesmas, uma vez que os políticos só aparecem em período eleitoral. O cidadão da charge pressiona o candidato a conhecer a realidade a partir da qual deve ser elaborada plataforma política clara e exequível que possa mudar a realidade e, assim, justifique o voto. Naturalmente, a ousadia do eleitor intimida o candidato que prefere pessoas alienadas, facilmente manipuláveis e descartáveis. 
O eleitor da charge remete às manifestações ocorridas no Brasil as quais desencadearam protestos e/ou greves de diversas categorias e grupos. Desses movimentos e, graças aos distintos meios de comunicação cada vez mais acessíveis, tem surgido um novo perfil de cidadão. Mais politizado, ele sabe que o voto é relevante instrumento para promover mudanças políticas e socioeconômicas, por isso não deve ser desperdiçado. Em contrapartida, muitos candidatos a cargo público ainda não perceberam as transformações e continuam com atitudes arcaicas que revelam despreparo e/ou foco apenas em benefícios próprios. Como o político da charge que se sente pressionado, pois não tem nada confiável a dizer ao cidadão exigente. 
Diante dessa realidade, espera-se que os eleitores informados cresçam no país e continuem a pressionar, especialmente com o voto, a fim de que os candidatos sejam atentos aos clamores do povo e preocupados com a coletividade. E, ao se elegerem, tais políticos possam fazer cumprir os direitos básicos do cidadão, garantidos na Constituição brasileira, e sintam orgulho de contribuir com a formação de pessoas críticas e politizadas.

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