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Semiologia do sistema endócrino, semiologia ginecológica e locomotora

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO
Considerar, na avaliação dessas doenças
Complexidade das apresentações clínicas
Multiplicidade de órgãos envolvidos
Natureza vaga de alguns sintomas, que muitas vezes são atribuídos a ansiedade e depressão ou a outras doenças não endócrinas.
O sistema endócrino tem dois setores que o regulam:
Regulador: Responsável por identificar as demandas adaptativas que avaliam as necessidades orgânicas e secretam substância estimuladoras (tróficas) ou inibidoras (inibidores), que agem sobre o setor efetor.
Efetor: Secreta hormônios que agem a níveis tissulares, modificando o comportamento celular procurando a resposta adaptativa.
Esses dois setores se autorregulam de acordo com a necessidade, têm feedback (geralmente negativo).
Os hormônios afetam a função de todos os tecidos e órgãos, consequentemente, sinais e sintomas de doenças endócrinas são muito diversificados.
Avaliar na anamnese e exame físico, principalmente: Fraqueza e fadiga, perda e ganha de peso, temperatura corporal, alterações na pele (hiperpigmentação, hipopigmentação, Hirsutismo, pele seca, sudorese, acne, estrias, equimoses)
HIPÓFISE
Alojada na cela turca do osso esfenoide
Conecta a base do encéfalo pelo infundíbulo
Constituída por hipófise anterior (adenohipofise – invaginação das células da cavidade oral) e posterior (neurohipófise – derivada das células do III ventrículo)
NEUHIPÓFISE
Os corpos dos neurônios magnocelulares estão situados nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo; nesses núcleos há a produção dos hormônios ADH e ocitocina. Os grânulos secretores são transportados pelo axônio desses neurônios, ao longo da haste, para o interior da neuro-hipófise, onde ficam armazenados.
Oxitocina: Hormônio relacionado com o parto e lactação
Uterotônica (aumento da força de contração da musculatura uterina)
Uterocinética (aumenta a frequência de contrações)
Galactocinética (provoca ejeção do leite)
Tem efeito constritores secundário sobre a musculatura lisa dos vasos.
ADH: Seus efeitos ocorrem principalmente na parede do túbulo contorcido distal, e depois no túbulo coletor.
Diminui o clearence de água livre = redução do volume urinário = aumento da osmolaridade da urina.
Regulação: Regulação osmótica e volumétrica.
ADENOHIPÓFISE
Tireotrofina ou TSH: Aumenta a vascularização e o tamanho da tireoide, captação de iodo e síntese de T3 e T4.
Somatotrofina: Estimula produção e atividade dos fatores de crescimento insulina miméticos, atividade metabólica das cartilagens epifisárias e promove o crescimento.
Corticotrofina ou ACTH: Estimula a hiperplasia e hipertrofia das suprarrenais, estimula a esteroidogênese (glicocorticoides, mineralocorticoides e esteroides sexuais).
Prolactina: Desenvolvimento das mamas e estimula lactação junto com outros hormônios.
Hormônio luteinizante (LH): Ovulação e luteinização do folículo ovariano. NO homem estimula a secreção de testosterona pelas células de Leydig no testículo.
Hormônio folículo-estimulante ou FSH: Desenvolvimento do folículo ovariano até a ovulação. No homem estimula as células de Sertoli e desenvolvimento do epitélio germinativo.
GIGANTISMO
Hipersecreção do GH = distúrbios do crescimento que acompanha alterações metabólicas.
Crescimento exagerado do esqueleto, partes moles e vísceras
Tem início antes da soldadura das epífises
Indagar sobre o crescimento (velocidade e magnitude)
Pode acompanhar cefaleia, fraqueza, aumento das partes moles, alterações na aparência, perda de tratamentos dentários, dores articulares, diminuição ou perda da visão e da libido.
Pode apresentar características de acromegalia com feições rudes e grosseiras.
Crescimento continuo das costelas = tórax em tonel
Extremidades aumentadas e alargamento das falanges = mais fácil de ver nas mãos.
Adultos: Crescimento exagerado de extremidades, partes moles e vísceras após a soldadura das epífises.
Alargamento do nariz
Espessamento das cristas superciliares e dos lábios
Prognatismo
Espaçamento anormal entre os dentes
Protrusão frontal
Aumento das orelhas
Pele espessada
Aumento da secreção sebácea e de suor (odor desagradável de gordura rançosa).
Propedêutica do Gigantismo
Dosagem de GH: Níveis elevados particularmente nos jovens (secreção pulsátil), valores isolados elevados não são suficientes para diagnóstico definitivo.
IGFBP-3: Proteína ligadora dos fatores de crescimento insulina miméticos -> valioso, tem mais vida mais longa que GH -> dosagem mais confiável.
Fosfato sérico: Hiperfosfatemina em 20%
Cálcio urinário: Elevado de 50%
Glicose: Elevada em 25%
RX crânio: Expansão ou destruição da sela turca
RX de extremidades: Aumento das partes moles e da largura dos ossos.
TC e RNM da hipófise: Mais especificidade e sensibilidade para estudo das imagens. Pode revelar tumor secretar de GH (adenoma = mais comum) e outras alterações da hipófise, além de repercussões dos tumores (invasão de seio cavernoso, compressão do quiasma óptico, etc.).
NANISMO
Deficiência inata ou adquirida do GH = crescimento linear insuficiente -> dado mais importante a ser averiguado é o déficit de crescimento.
Dados sugestivos de deficiência de GH: Crises convulsivas devido a episódios de hipoglicemia espontânea.
Crianças com lábio leporino e fenda palatina -> grupos mais prováveis de ter déficit de Somatotrofina.
Exame físico
Déficit de estatura para idade cronológica
Face infantil
Massa muscular diminuída -> excesso de peso (50% tem obesidade cefálica = deposição de gordura acima das cristas ilíacas)
Voz infantil
Crescimento lento das unhas e dos cabelos.
Propedêutica
Dosagem isolada de GH: Não tem valor diagnóstico
Testes de estímulo a secreção/liberação de GH: Teste da clonidina, do exercício e estimulo pela insulina.
Métodos de imagem: RX de mão e punho (avaliar idade óssea), RX do crânio, TC e RNM.
HIPERPROLACTINEMIA
Prolactina pode ser produzida em excesso por tumores da hipófise (geralmente benignos com dimensões variadas – adenoma)
Algumas vezes a causa da hipersecreção não é identificada
Mulheres: Secreção de leite fora da gestação e puerpério
Homens: Diminuição da libido e potência sexual
Infertilidade pode ser motivo da consulta.
Investiga antecedentes de meningites, encefalites, trauma craniano, AVCs, cirurgias do SNC.
Medicamentos podem causar hiperprolactinemia: Metildopa, verapamil, tricíclicos, reserpina, estrógenos, sulpiride, domperidona, metoclopramida.
Investigar manifestação decorrentes da expansão de um possível tumor: Cefaleia, alterações visuais (por compressão do quiasma).
Propedêutica
Dosagem de prolactina sérica: Paciente em repouso -> estresse pode elevar os níveis
Avaliar possibilidade de hipermacroprolactinemia
RX de crânio: Casos avançados
TC e RNM: Métodos de escolha para diagnóstico de tumores
HIPERSECREÇÃO DE GONADOTROFINAS
Adenomas gonadotrofos são muito comuns e pouco conhecidos
Secreção de LH e FSH geralmente não produz efeitos clínicos reconhecíveis no adulto.
Manifestações mais comum: Ordem neurológica, como compressão de estruturas.
Índice de suspeição diagnóstico é mais importante que as alterações clínicas.
HIPOPITUITARISMO
Falência secretória isolada (parcial) ou múltipla (pan-hipo) da hipófise.
Déficits parciais/seletivos: Disfunção de uma glândula alvo que reduz sua atividade de secreção por falta de estímulo.
Pan-hipopituitarismo: Destruição extensa da glândula. Possíveis causas:
Tumores, tramas e cirurgias.
Infecções, radioterapia e hipofisite autoimune
Infarto hemorrágico relacionado ao parto = Síndrome de Sheehan
Sintomas a serem pesquisados -> referem-se à disfunção das glândulas prejudicadas
Laboratorial: Mesmos métodos propostos para a investigação das deficiências isoladas ou parciais.
TIREOIDE
Produz hormônios envolvidos no metabolismo geral -> Tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) e a calcitonina (envolvida especificamente no metabolismo ósseo).
Glândula é estimulada pelo TSH -> produção e liberação estão sob controle dohipotálamo através do TRH.
T3 e T4 tem feedback negativo sobre o hipotálamo e hipófise
Processo de estímulo ocorre no sentido de que exista o hormônio necessário as atividades metabólicas normais em todo o tempo.
Hipertireoidismo
Emagrecimento com aumento do apetite
Intolerância ao calor e tremores
Nervosismo, irritabilidade, depressão e ansiedade 
Aumento do volume da tireoide (bócio)
Diminuição da capacidade física
Distúrbio de sono e distúrbios menstruais
Queda de cabelos e unhas frágeis
Palpitação, taquicardia e sudorese abundante
Pele quente e fina e alterações oculares
Dispneia, disfagia e aumento da frequência intestinal.
Hipotireoidismo
Ganho de peso, edema e intolerância ao frio
Fraqueza para tarefas rotineiras
Desânimo, angústia e sonolência
Diminuição do apetite
Queda do cabelo, cabelos ressecados e unhas frágeis
Constipação intestinal, pele áspera, ressecada e fria
Rouquidão, dispneia e alterações menstruais.
Exames da tireoide
Alterações do volume, forma, consistência, mobilidade da tireoide -> pesquisar
Inspeção estática
Mensuração da circunferência cervical
Palpação superficial
Ausculta
Palpação propriamente da glândula -> estática anterior e dinâmica anterior
Palpação -> estática posterior e dinâmica posterior
Propedêutica da tireoide
Dosagem de T3 e T4 e TSH
Pesquisa e titulação de anticorpos antitireoide (antitireoglobulina, anti-TPO/peroxidase tireoidiana)
Dosagem da tireoglobulina
Cintilografia tireoidiana
US tireoidiana, TC e RNM
Citologia aspirativa por agulha fina (CAAF)
SEMIOLOGIA GINECOLÓGICA
IDADE:
Faz com que a atenção seja voltada para as patologias mais frequentes daquela faixa etária.
Infância: Anomalias de desenvolvimento da genitália externa, associadas as anomalias da genitália interna e sistema urinário (ex: genitália ambígua, imperfuração himenal), vulvovaginites.
Vulvovaginites: Maioria dos problemas ginecológicas em crianças pré-menarca. 85% são inespecíficas, provenientes de bactérias piogênicas mistas.
Corrimento genital: Geralmente traz as crianças as consultas.
Menacme (período reprodutivo): Queixas ligadas aos distúrbios menstruais. Geralmente de origem funcional, na adolescente, tornando-se progressivamente mais relacionada a doenças orgânicas à medida que fica mais velha.
Dor pélvica: Frequente na fase reprodutiva, relacionadas a infecções pélvicas e urinárias, miomas uterinos e às complicações e sequelas da vida reprodutiva (ex: ruturas perineais, prolapsos genitais).
Idade avançada: Queixas relacionadas com a menopausa, problemas emocionais, perda do estímulo trófico dos hormônios ovarianos e neoplasias malignas. 
Estado civil: Alertar quando à maneira de colocar as questões, principalmente ligadas a sexualidade.
Hábitos de vida
Práticas esportivas exageradas: Alterações sobre a função do eixo hipotálamo-hipófise.
Uso de medicamentos: Investigar, principalmente os que atuam sobre o SNC e hormônios.
Anticoncepcional, antibióticos amplos e corticoides: Predispõem aparecimento de candidíase.
Fumo, álcool e drogas ilícitas: Importantes principalmente durante a gravidez.
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL
Muitas vezes a queixa expressa da paciente é apenas um escudo a encobrir a sua disfunção sexual.
Queixas mais frequentes: Sangramento uterino anormal, dor pélvica, corrimento vaginal.
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL
Sangramento disfuncional ou endócrino sem nenhuma evidência de lesão orgânica
Aquele que não se enquadra nos padrões da menstruação normal -> alterado na duração, frequência, ou quantidade e cuja etiologia não está relacionada com nenhuma causa orgânica.
É um sintoma, o tratamento deve ser baseado no diagnóstico etiológico, dividindo as pacientes em as que estão ovulando e as que não estão.
É fundamental comprova a ovulação.
Sangramento da ovulação: Coincide com período ovulatório, geralmente é escasso e ocorre com mais frequência no fim da vida reprodutiva, durando de 1 a 3 dias.
Polimenorreia: Ciclo ovulatório com menos de 22 dias de intervalo, geralmente por causa de encurtamento da fase folicular (mais comum), luteínica ou de ambas.
Descamação irregular: Sangramento prolongado e abundante com intervalos regulares. Pode sugerir regressão lenta do corpo lúteo
Sangramento pré-menstrual: Perda escassa de sague, escuro, tipo borra de café. Mais comum acima dos 35 anos. Uma das causas é a deficiência na produção de progesterona pelo corpo lúteo.
Hipermenorréia ou menorragia: Causas orgânicas, incluindo discrasias sanguíneas, pólipos, adenomiose e adenocarcinoma. É um diagnóstico de exclusão.
Sangramento uterino disfuncional anovulatório: É uma das manifestações clínicas da anovulação, podendo ser leve ou intenso, prolongado ou intermitente. A causa é a ação continua dos estrógenos sem a presença de progesterona.
Gravidez e suas complicações
Sempre estar em mente quando um sangramento uterino surgir entre a puberdade e a menopausa.
Aborto: Interrupção antes de completar 20 semanas. 10 a 15% das gestações.
Gravidez ectópica: Ocorre quando um ovo se implanta fora da cavidade endometrial.
Lesões orgânicas pélvicas, benignas ou malignas
Lesões vaginais: Sangramento pós-coital, pós-cirúrgico, traumático, corpo estranho, vaginites (pré-puberal, infecciosa, atrófica).
Lesões cervicais: Cervicites, pólipos, endometriose, neoplasias malignas.
Lesões uterinas: Pólipos, miomas, corpo estranho (ex: DIU), neoplasias malignas, como adenocarcinoma de endométrio
Lesões tubárias: Salpingites e carcinomas.
Lesões ovarianas: Cistos funcionais (não neoplásicos) tipo cisto folicular, ovários policísticos ou sob a forma de tumores funcionais.
Problemas extragenitais (coagulopatias, endocrinopatias e iatrogenias).
Discrasias sanguíneas: Ocorre em cerca de 10% das pacientes com coagulopatias. Pode ser o primeiro e único sintomas de um processo discrásico. Ex: Púrpura trombocitopênica, doença de Von Willebrand, deficiência do fator V de Leiden.
Efeito de drogas: Uso crônico de anticoagulantes, aspirinas ou antiinflamatórios não esteroidais.
Doenças sistêmicas: Hipotireoidismo, distúrbios da suprarrenal, descompensação cardíaca e cirrose hepática, podem provocar uma perda sanguínea uterina anormal.
DOR PÉLVICA
2ª queixa mais frequente no consultório ginecológico.
Uma das principais formas de distúrbios psicossomáticos, pois é através do aparelho genital que a mulher mais frequentemente encontra sua forma de expressão.
Anorgasmia: Principal causa de dor pélvica quando o exame clinico não consegue encontrar uma causa orgânica, e isto se deve à congestão crônica dos vasos pélvicos.
Outras causas: Dismenorreia, dor de ovulação, aborto, gravidez ectópica, DIP, torção de ovário, endometriose, cistite aguda, cálculo ureteral, pielonefrite, apendicite, diverticulite.
CORRIMENTO VAGINAL
Toda secreção não sanguínea que se exterioriza pela vagina. Associada a ideia de que algo anormal está acontecendo.
Candidíase: Aparecimento súbito de prurido e ardor vulvar, que se agrava com a relação sexual e ao lavar com sabão. Secreção espessa, leitosa, tipo nata de leite.
Tricomoníase: Corrimento amarelado, abundante, com mau cheiro, prurido e ardo vulvar, que se seguiram a uma relação sexual.
Vaginose bacteriana: Corrimento escuro, esverdeado, com intenso mau cheiro, lembrando odor de peixe podre, acentua no período pós-menstrual e pós-coito e geralmente não provoca prurido ou ardor, sugestivo de infecção por Gardnerella vaginalis.
ANTECEDENTES FAMILIARES
DM na família
Câncer ginecológico e particularmente da mama
Osteoporose familiar
Cirurgias, especialmente as abdominais, podem causar aderências, obstruções intestinais e esterilidade.
ANTECEDENTES PESSOAIS
Uso de medicamentos atual ou recente
Ocorrência de abortos recorrentes
Curetagens e manipulações uterinas prévias
Gonorreia prévia
Portadora de cardiopatia e/ou nefropatia.
HISTÓRIA MENTRUAL
Menarca: Ocorre com maior frequência em torno dos 11 a 14 anos, entretanto é considerado normalde 9 a 16 anos.
Mamas: Botões mamários (telarca) ocorrem geralmente entre 9 e 11 anos, logo após surgem os pelos pubianos (pubarca), estirão da puberdade, culminado com o aparecimento da 1ª menstruação (menarca)
Puberdade precoce: Menstruação acompanhada do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 9 anos.
Puberdade retardada: Quando a menarca não tiver ocorrido até a idade de 16 anos. Os caracteres sexuais secundários não surgirem até 14 anos de idade. 3 anos de telarca sem aparecimento de menarca.
MENSTRUAÇÕES POSTERIORES
Menacme: Entre a menarca e a menopausa, período reprodutivo e maturidade sexual.
Início: Costumam ser irregulares, sinalizam atividade anovulatória do ovário (imaturidade do eixo hipotálamo-hipofisário-ovariano).
Intervalo habitual: De 28 a 30 dias, a duração de 3 a 5 dias, e a perda sanguínea média entre 30 a 80ml.
Dismenorreia primária: Dor durante a menstruação. Surge imediatamente antes do início ou no primeiro dia da menstruação, tipo cólica, irradiando para as faces internas das coxas e região sacral.
Dismenorreia secundária: Surge do meio para o fim da menstruação, ou se prolonga por alguns dias após o término. Devemos suspeitar de patologias tipo endometriose, adenomiose e mioma.
Atraso menstrual: Perguntar a data da última menstruação. Fundamental para cálculo de idade gestacional e data provável do parto.
Amenorreia: Questionar sobre uso de hormônios, drogas tranquilizantes ou depressoras do SNC, ambiente profissional e familiar.
Amenorreia secundaria: Após a menarca ocorre suspensão temporária ou definitiva da menstruação.
Menopausa: Data da última menstruação em pacientes no climatério. A mulher passa por diminuição da fertilidade, irregularidade menstrual, parada definitiva da menstruação, atrofia tissular e envelhecimento.
HISTÓRIA REPRODUTIVA: Investigar o número de gestações, a paridade e a ocorrência de abortamentos (GPA). Avaliar lactação, duração e intercorrências.
HISTÓRIA CONTRACEPTIVA: Métodos contraceptivos utilizados à época da consulta, início do uso, motivação para escolha do método, efeitos colaterais e uso correto.
HISTÓRIA SEXUAL: Início da atividade sexual, a frequência das relações sexuais, libido, orgasmo, número de parceiros, lubrificação vaginal e antecedentes de DST.
FUNÇÃO URINÁRIA E INTESTINAL
Investigar disúria, polaciúria, algúria, presença de incontinência aos esforços (tossir, espirrar, rir).
Constipação intestinal pode causa dor e desconforto pélvico e abaulamento na vagina, a retocele.
EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO
Exame físico: Necessária sala acompanhada de banheiro, ampla, arejada, iluminada, de preferência sem comunicação com meio externo.
Ectoscopia: Minuciosamente realizada como alteração na cor e textura da pele, aumento ganglionar, varizes, vesículas, crostas e exantemas.
Estado nutricional é avaliado pelo exame da estrutura muscular e do panículo adiposo. Calcular IMC.
EXAME FÍSICO DAS MAMAS
Inspeção estática: Mãos alocadas na porção anterolateral do abdome ou estendida ao longo do quadril. Avaliar simetria, volume, forma, contorno, cor e presença de abaulamentos e/ou retrações na pele.
Inspeção dinâmica: Movimentação dos músculos peitorais para evidenciar alteração não perceptível a inspeção estática, estendendo os braços para frente do tórax, para cima e para baixo.
Palpação axilar e supraclavicular
Médico posicionado ao lado do paciente, que deve ficar com o antebraço fletido em 90 graus, abduzi-lo e aloca-lo no braço homolateral do examinador.
Palpação mamária
Paciente se posiciona em decúbito dorsal com cabeça elevada (sobre um travesseiro) e braços fletidos e posicionados ao lado do pescoço.
Todos os quadrantes mamários devem ser palpados
Pode ser realizada usando a face palmar das falanges distais dos dedos indicador, médio, anular e mínimo. Usa-se movimentos de compressão.
Expressão do complexo aoréolo-papilar
Final do exame
Com cada dedo indicador posicionado lateralmente a aréola mamária, realizar movimento de aproximação e elevação das faces internas dos dedos, produzindo compressão do sistema ductal situado abaixo da aréola. 
Antes do exame da genitália externa, o aparelho digestivo deve ser avaliado.
EXAME DA GENITÁLIA EXTERNA
Esvaziar a bexiga antes, ficar em posição ginecológico (posição de litotomia).
Examinador assentado em banco giratório com luvas realiza inspeção da vulva e do períneo.
Afastar pequenos lábios para exame do vestíbulo vaginal
Pesquisar presença de condilomas, cancros, distrofias vulvares, leucorréias e outras dermatoses.
EXAME DA GENITÁLIA INTERNA
Iniciado com exame especular -> visualizar cavidade vaginal e colo uterino
Afastar pequenos lábios e introduzir o especulo fechado, apoiando-o na fúrcula vaginal, em seguida afastar as lâminas do espéculo para expor as paredes vaginais e o colo.
Pesquisar: Cor das paredes vaginais, presença de secreções, aspecto do colo, colheita ectocervical com espátula de Ayre e a endocervical com a escova cytobrush, nessa ordem. Cada lâmina é dividida ao meio e o material espalhado separadamente em cada parte.
EXAME DO COLO UTERINO
Limpeza do colo uterino com ácido acético a 2 ou 5%. 
Embrocamento do colo uterino com solução de Schiller (identificar lesões do epitélio estratificado pavimentoso da ectocérvice que apresentem depleção de glicogênio, que podem indicar a presença de lesões precursoras do câncer do colo). 
Retirada do iodo com bissulfito de sódio a 5%.
Iniciar a retirada do espéculo com as lâminas permanecendo abertas e somente quando o colo uterino estiver totalmente livre das extremidades superiores das lâminas, o espéculo deve ser fechado e retirado.
TOQUE
Combinado abdominovaginal é o mais comum (manobra de Schultze), com as mãos enluvadas e posicionadas à frente da paciente.
O paciente deve realizar um esforço abdominal evidenciando possíveis prolapsos genitais, avaliar a porção vaginal do colo uterino (comprimento, posição e abertura) e as paredes vaginais anterior, posterior e laterais.
Manobra de Schultze (bidigital): Examinador coloca a outra mão no abdome inferior e aproveitando os movimentos expiratórios, a mão abdominal deve ser aprofundada na pelve e deslizada da região Infraumbilical para a região supra púbica, para apalpar o corpo uterino e regiões anexiais.
TOQUE RETAL: Situações especiais (virgens, pós irradiação, déficit hormonal acentuado com atrofia vaginal, aderências, atresia vaginal), deve ser feito por via retal, porém unidigital.
SEMIOLOGIA LOCOMOTORA
É importante o exame de segmentos homólogos para o efeito de comparação
Etapas do exame: Inspeção, palpação, movimentação ativa e movimentação passiva
Coluna vertebral
Vértebras ligadas por articulações que são os discos intervertebrais, que são constituídos por material fibroso e gelatinoso que desempenham função de amortecimento e dão mobilidade.
Inspeção
Paciente em posição ortostática, descalço com os pés juntos e braços ao longo do corpo.
Examinador fica na região posterior do paciente para observar a postura, alinhamento dos ombros e das cristas ilíacas.
Alturas desiguais das cristas sugerem membros inferiores com tamanhos diferentes.
Cifose: Concavidade anterior da coluna torácica. Se for muito acentuada (corcunda) pode ser por causa de postura incorreta ou osteoporose senil.
Pode ser estrutural ou postural. Quando durante a flexão da coluna for visto um abaulamento da coluna, ela é estrutural.
Giba: Curvatura angulada (saliência), resultado do colapso de corpos vertebrais.
Lordose: Concavidade posterior da coluna
Escoliose: Desvio lateral da coluna, podendo ser postural (uma única curva) ou compensatória, curvatura em S (membro inferior encurtado). Quando na flexão um hemitórax fica mais alto que o outro, ela é estrutural.
Palpação
Pressionar cada processo espinhoso observando se estão alinhados e se há dor.
Palpar musculatura paravertebral com os polegares até a lombar, fazendo com a mão aberta, verificando se há hiper ou hipotonia ouespasmo muscular.
Movimentação ativa
Movimentos: Flexão, extensão, rotação e lateralização. Observar se há dor ou limitação
Flexão: Pedir paciente para encostar mãos no chão sem flexionar os joelhos. Observar a facilidade do movimento, amplitude e desvios. A concavidade lombar deve desaparecer.
Extensão: Pedir ao paciente para se inclinar para trás.
Rotação: Pedir para colocar as mãos na cintura ou atrás da cabeça. O examinador fixa a pelve do paciente colocando as mãos na cintura e pede para ele girar os ombros para os dois lados. O movimento normal é mais ou menos 45 graus.
Lateralização: Pedir para paciente inclina para os dois lados, na mesma posição da lateralização. O normal é mais ou menos 30 graus.
Espondilite anquilosante: Causa rigidez, dor, limitação da flexibilidade e retificação da lordose lombar. Graus mais discretos podem não ser percebidos na inspeção, mas na flexão, o paciente vai ter dificuldade. A espondilite anquilosante (EA) é uma inflamação sistêmica crônica que acomete, principalmente, as articulações da coluna vertebral e, aos poucos, leva à fusão das vértebras e perda da mobilidade. Realizar teste de Schober com paciente em pé.
Teste de Schober
Marcar um ponto 10 cm acima da linha que liga as espinhas posterossuperiores e 5 cm abaixo.
Flexionar a coluna
Se a variação da distância entre o ponto proximal e o distal for menor que 6cm, o sinal é positivo.
Articulação temporomandibular
Articulação da mandíbula com o crânio (osso temporal)
Inspeção: Sentar o paciente, ficar na frente dele e observar possíveis desvios, deformidades ou qualquer alteração.
Movimentação ativa: Pedir ao paciente que abra e feche a boca e que movimento a mandíbula de um lado para o outro (lateralização).
Palpação: Colocar o dedo indicador na frente do trago da orelha e pedir para que o paciente abra a boca. A ponta dos dedos deve entrar nos espaços articulares quando a boca é aberta.
Movimentação passiva: Mesmos movimentos da ativa.
Ombros e adjacências
Fica entre o MMSS e a cintura escapular
Inspeção: Do ombro e da cintura escapular na parte anterior e posterior, observando se há edema, deformidade ou atrofia muscular.
Palpação: Da articulação esternoclavicular, acromioclavicular (extremidade distal da clavícula com a parte medial do acrômio) 
Movimentação passiva: Flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa.
Toda vez que o paciente fizer movimentação ativa colocar a mão na articulação para ver se tem crepitação (identificar artrose).
Artrite: A dor pode limitar os movimentos, mesmo nos estágios mais precoces. Há crepitação articular e na limitação crônica da mobilidade, surge atrofia muscular.
Cotovelos
Inspeção: Identificar epicôndilos medial e lateral do úmero e do olecrano da ulna.
Palpação: Palpar nervo ulnar entre o olecrano e o epicôndilo medial, posteriormente.
Procurar espessamento (o do nervo ulnar pode ser o primeiro sinal de Hanseníase), edema, dor ou nódulos.
Movimentos: Flexão, extensão, pronação, Supinação.
Bursite olecraniana (cotovelo do estudante): Traumatismo, inflamação ou gota que podem levar ao acumulo de liquido no interior da Bursa olecraniana. A tumefação é superficial ao olecrano, edema é flutuante, obscurecendo o processo olecraniano.
Derrame da articulação do cotovelo: Formação de protuberância flutuante em ambos lados do processo olecraniano. 
Artrite séptica: Edema doloroso com pus
Artrose: Crepitação, com pouco dor ao movimento.
Epicondilite lateral ou cotovelo do tenista: Causada pela extensão repetida do punho ou pronação e Supinação do antebraço. Há dor e hipersensibilidade no epicôndilo lateral e nos músculos extensores próximos. 
Epicondilite medial ou cotovelo dos lançadores de baseball: Acompanha a flexão repetida do punho. Há intensa hipersensibilidade no epicôndilo medial.
Punhos
Propicia amplitude de movimento maior para as mãos.
É através dele que chegam seus feixes vasculares e nervosos.
Seu comprometimento causa alterações do moimento, alterações vasculares e nervosas.
Inspeção e palpação: Das extremidades ósseas do rádio e da ulna. Assim como do sulco da articulação radiocarpeana, no dorso do punho com os polegares.
Movimentação ativa: Flexão (90), extensão (70), lateralização radial (20), lateralização ulnar (50), rotação das mãos.
Examinador deve palpar a articulação do paciente, estando atento para presença de crepitações, durante os movimentos.
Síndrome do túnel do carpo: É uma estrutura anatômica do pulso por onde passam os feixes nervosos e vasculares que vão para a mão. A síndrome é quando ocorre estreitamento desse túnel com compressão de nervos e vasos. Há parestesia local da região inervada pelo nervo, dor associada limitada a mão ou irradiando para antebraço, fraqueza e imprecisão de movimentos finos dos dedos. Pode ocorrer atrofia da metade radial da eminência tenar e hiperestesia dos três dedos e da metade do quarto dedos radiais.
Sinal de Tinel: Percutir levemente a borda radial do tendão palmar. O paciente cita parestesia na distribuição do nervo mediano.
Manobra de Phalen: Pedir paciente para encostar os dorsos das mãos um no outro, mantendo ângulo de 90 graus por 1min. Se surgir parestesia na superfície palmar no polegar e do indicador e dedo médio = positivo.
Mão
Inspeção: Examinador deve estar atento para deformidades ósseas e articulares (principalmente nos dedos), presença de nódulos articulares e atrofia da musculatura interóssea.
Palpação: Iniciar com cada um dos cinco metacarpos e as falanges proximal, média e distal. Palpar faces medial e lateral de cada articulação interfalangiana procurando notar edema, empastamento, aumento ósseo e dor.
Movimentação ativa: Articulação metacarpofalangiana (flexão de 90 e hiperextensão de 30). Articulações interfalangianas proximais (flexão entre 100 e 120). Articulações interfalangianas distais (flexão e extensão).
Polegares: Flexão, extensão, abdução máxima, adução máxima (oposição) e movimentação de pinça.
Para finalizar, abrir e fechar cada mão.
Osteoartrite: Nódulos de Heberden, apenas nas articulações interfalangianas distais.
Artrite reumatoide: Nódulos de Bouchard, nas articulações interfalangianas proximais.
Tendinite de Quervain: Extensor longo do polegar é um dos componentes da tabaqueira anatômica, que pode sofrer processos inflamatórios decorrentes de LER. O acometimento do tendão dele gera essa tendinite.
Manobra de Fincklestein: Aprisionar o polegar e fazer desvio ulnar.
Coxa e Quadril
Articulação do quadril está profundamente, por isso a inspeção pode não dar muitas informações.
Medição dos membros inferiores é feita das espinhas ilíacas anterossuperiores até os maléolos mediais da tíbia, podendo ser assimétricos.
Palpação direta das articulações: Prejudicada também. Ainda assim, alguns sintomas como dor podem ser avaliados, principalmente em pacientes magros.
Paciente em decúbito dorsal, pressionar as duas espinhas anterossuperiores para baixo com a região tenar das mãos, observando se há dor.
Movimentos: Flexão, extensão, abdução (40), adução (30), rotação interna e externa.
Manobra de Laségue: Pacientes com queixa de lombalgia, mais unilateral, que se irradia para MMII ipsilateral (ciatalgia). Nesses quadros há compressão do nervo isquiático (L4 a S1), causando dor que se irradia por seu trajeto e face posterior da perna.
Segurar o tornozelo, mantendo o joelho em extensão, elevando-se a perna para avaliar grau de flexão do quadril. Até 30 graus ela deve ser indolor, se houver dor irradiada pelo trajeto do nervo ciático, pensar em ciatalgia.
Teste de Patrick: A dor no início do movimento significa comprometimento da articulação coxofemoral e a dor no fim do movimento significa que a articulação sacroilíaca está comprometida.
Teste especial realizado em um exame físico para avaliar a articulação sacroilíaca e do quadril de pacientes que possuem dor lombar. É realizada a manobra de Flexão, Abdução e Rotação Externa (FABERE) do membro inferior. O teste permite ao avaliador realizar umestresse articular na região sacroilíaca, visando reproduzir a dor referida pelo paciente.
Manobra de Volkman: Movimento de abertura da bacia do paciente, empurrando e lateralizando as espinhas anterossuperioras, testa a capacidade de mobilização da articulação sacroilíaca e pode provocar dor.
Podagra é a inflamação da primeira articulação metatarsofalangeana (hálux=dedão do pé) e é a primeira manifestação clínica da gota úrica em 75% a 90% dos casos. Embora a podagra seja mais comum em pacientes com gota, também é encontrada em outras doenças, como sarcoidose, artrite psoriática, doença de deposição de pirofosfato de cálcio (pseudo-gota) ou trauma.

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