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Prof. Dra. Evania Andrade 1 Fundamentos de ELETROQUÍMICA E Titulação Redox Macaé Novembro - 2014 Prof. Dra. Evania Andrade 2 Usa uma reação química espontânea para gerar eletricidade. Para isso um dos reagentes deve ser oxidado enquanto o outro deve ser simultaneamente reduzido. Entretanto os agentes oxidantes e redutor são fisicamente separados e os elétrons são forçados a fluir através de um circuito externo para passarem de um reagente para o outro. FEM da pilha ∆E° = E°oxidante – E°redutor ∆E° = + 1,10 V Zn (E° = - 0,76 V) Cu2+ (E° = + 0,34 V) e - CATODO - REDUÇÃO ANODO - OXIDAÇÃO CÉLULA GALVÂNICA Uma substância que tem uma grande afinidade por elétrons, é chamada agente oxidante ou oxidante. Um agente redutor, ou redutor, é uma espécie, que doa facilmente um elétron para outra espécie. Espontânea e- e- Zn2+ Catodo Anodo + - Cu2+ 3 Metais alcalinos e alcalinos terrosos Reatividade dos metais K Na Li Ca Mg Al Zn Fe Ni Pb H Cu Hg Ag Pt Au Outros metais H Metais nobres Fila de reatividade dos metais Reatividade (eletronegatividade) crescente A ocorrência de reações de oxirredução depende da reatividade dos metais, isto é, a tendência de doar elétrons, que será maior quanto menor for a energia de ionização. afinidade química Um dos reagentes tem a tendência de ganhar elétrons e o outro tende a perder elétrons. O metal à esquerda reage com a substância formada por íons situados à sua direita. O contrário não ocorre. Prof. Dra. Evania Andrade Prof. Dra. Evania Andrade 4 2 Al(s) + 3 CuSO4(aq)→ 3 Cu(s) + Al2(SO4)3(aq) Al(s) se oxidou, perdendo 3 elétrons cada e se tornando cátion alumínio – Al3+: Observe!!! Al(s) → Al 3+ (aq) + 3 e - O cátion cobre (Cu2+) que estava presente na solução recebeu os elétrons do alumínio e se reduziu, tornando-se cobre metálico – Cu(s). Cada cátion cobre recebe 2 elétrons: Cu2+(aq) + 2 e - → Cu(s) Posso armazenar sulfato de cobre em recipiente de alumínio? Resposta: Não. Pois: K Na Li Ca Mg Al Zn Fe Ni Pb H Cu Hg Ag Pt Au Al é mais reativo que o Cu Prof. Dra. Evania Andrade 5 Observe!!! Posso armazenar uma solução de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3(aq)), em um recipiente de cobre? Resposta: Sim. K Na Li Ca Mg Al Zn Fe Ni Pb H Cu Hg Ag Pt Au Cu é menos reativo que o Al Cu(s) + Al2(SO4)3(aq) → não ocorre Prof. Dra. Evania Andrade 6 O oxidante e o redutor em contato direto Prof. Dra. Evania Andrade 7 célula eletroquímica Agente oxidante e o agente redutor estão fisicamente separados um do outro Prof. Dra. Evania Andrade 8 -∆G = trabalho máximo trabalho máximo = n F Epilha n = n° de mols de elétrons transferidos F = constante de Faraday 96,485 C Epilha = potencial da pilha em V ∆G = - n F Epilha ∆G° = - n F E°pilha Potenciais da pilha estão relacionados a variação na energia livre da reação ∆G de uma reação é uma medida do trabalho útil máximo que pode ser obtido de uma ração química. Em um sistema elétrico, o W é fornecido pelo fluxo de carga elétrica criado pelo Epilha Combinando as duas equações No estado padrão, considerando o E°pilha, pode-se calcular ∆G° Prof. Dra. Evania Andrade 9 para soluções aquosas 1 mol/L, a 25 °C e 1 atm, de qualquer oxidante ou redutor: As setas horizontais grandes, na tabela, indicam o sentido normalmente espontâneo das reações. Última: 2e- + F2 → 2 F -, é extremamente espontânea para a direita. Primeira reação: e- + Li ← Li, é extremamente espontânea para a esquerda; Prof. Dra. Evania Andrade 10 Prof. Dra. Evania Andrade 11 Representação esquemática de um eletrodo de hidrogênio: Nessas condições, convencionou-se, arbitrariamente, que o potencial desse eletrodo (E °) é igual a zero. Eletrodo inerte (material não reativo que conduz corrente elétrica) Prof. Dra. Evania Andrade 12 Estabelecidas essas condições, todos os metais serão confrontados com esse eletrodo-padrão. O valor medido no voltímetro (0,76 V) é denominado potencial normal ou potencial-padrão ou potencial de meia-célula ou potencial de oxi-redução do zinco, e é indicado por E°. pólo negativo (anodo), pólo positivo (catodo) Prof. Dra. Evania Andrade 13 Calcule ∆G° para a seguinte reação, sabendo que o potencial- padrão de pilha é 0,320 V a 25 °C. NiO2(s) + 2Cl - (aq) + 4H+ (aq) → Cl2(g) + Ni 2+(aq) +2H2O Exemplo 1 Prof. Dra. Evania Andrade 14 E°pilha = 𝑅𝑇 nF . ln Kc Contestantes de equilíbrio podem ser obtidas a partir de do E°pilha ∆G° = - RT ln Kc ∆G° = - n F E°pilha - nF Epilha = - nRT ln Kc ∆G° esta relacionado a Kc pela expressão: ∆G° esta relacionado a E°pilha pela expressão: Portanto, o E°pilha e Kc estão relacionados. Assim, igualando-se os lados diretos das duas equações: Resolvendo para o E°pilha, obtemos: R = 8,314 J mol-1 K-1 T = Kelvin (K) F = 9,65 x 104 C por mol de e- n = n° de mols de e- transferidos na reação Prof. Dra. Evania Andrade 15 Calcule Kc para a seguinte reação, sabendo que o potencial- padrão de pilha é 0,320 V a 25 °C. NiO2(s) + 2Cl - (aq) + 4H+ (aq) → Cl2(g) + Ni 2+(aq) +2H2O Exemplo 2 Prof. Dra. Evania Andrade 16 Equação de Nerst ∆G = ∆G° + RT ln Q Variação de energia livre está relacionada ao quociente reacional Q Substituindo as expressões de ∆G e de ∆G° - nF Epilha = - n F E°pilha + RT ln Q Epilha = E°pilha - 𝑅𝑇 nF ln Q ∆G = - n F Epilha ∆G° = - n F E°pilha Dividindo-se ambos os lados por - nF Prof. Dra. Evania Andrade 17 Prof. Dra. Evania Andrade 18 Referência: Skoog, Fundamentos de química analítica, 8ª Ed. Prof. Dra. Evania Andrade 19 Supunha que uma pilha galvânica utilize as meias-reações: Exemplo Ni2+(aq) + 2e- (aq) Ni(s) E°Ni 2+ = -0,25 V Cr3+(aq) + 3e- (aq) Cr(s) E°Cr 3+ = -0,74 V Calcule o potencial da pilha quando [Ni2+] = 1,0 x 10-4 M e [Cr3+] = 2,0 x 10-3 M. Prof. Dra. Evania Andrade 20 2 Prof. Dra. Evania Andrade 21 TITULAÇÃO REDOX Uma reação redox envolve a transferência de elétrons de uma espécie para outra. Considera-se que uma espécie é oxidada quando perde elétrons. Quando ganha elétrons, ela é reduzida. Um agente oxidante, também chamado de oxidante, recebe elétrons de uma outra espécie e torna-se reduzido. Um agente redutor, ou redutor, doa elétrons para uma outra substância e é oxidado no processo. Prof. Dra. Evania Andrade 22 Universidade Federal do Rio de Janeiro - Macaé 2 1 /1 1 /2 0 1 4 Equação geral para uma reação redox pode ser descrita na forma: Ared Box Aox Bred Base conjugada (capaz de aceitar esse próton) Acido H+ Agente oxidante (Capaz de aceitar esse e-) Agente redutor e- Reações ácido-base (Conceito de Brønsted-Lowry) Reações redox Onde: Box é a forma oxidada da espécie B, recebe elétrons de Ared para formar o novo redutor, Bred. O redutor Ared, tendo liberado os elétrons, torna-se um agente oxidante, Aox. Prof. Dra. Evania Andrade 23 Titulação 100,0 mL de uma solução de Fe2+ 0,050 M com uma solução de Ce4+ 0,100 M. O ponto de equivalência é atingido quando VCe4+ = 50,0 mL. Calcule a diferença de potencial da célula eletroquímica quando 36,0;50,0 e 63 mL foram adicionados. Em 36,0 mL o valor 36,0/50,0 corresponde à fração do caminho percorrido até o ponto de equivalência. Portanto, 36,0/50,0 do Fe estão na forma de Fe3+, e 14,0/50,0 estão na forma de Fe2+. Substituindo na fórmula temos: Região 1: Antes do ponto de equivalência Prof. Dra. Evania Andrade 24 Neste ponto, a quantidade de Ce4+ adicionada foi exatamente suficiente para reagir com todo o Fe2+ presente. Praticamente todo o cério se encontra na forma de Ce3+ e praticamente todo o ferro se encontra na forma de Fe3+. Região 2: No ponto de equivalência Prof. Dra. Evania Andrade 25 Agora praticamente todos os átomos de ferro estão na forma de Fe3+, e existe um excesso conhecido de Ce4+ que não reagiu. Como conhecemos [Ce3+] e também [Ce4+], temos: Em 63,00 mL: os primeiros 50 mL de cério foram transformados em Ce3+. Como foram adicionados 13,0 mL de Ce4+ em excesso teremos: Região 3: Após o ponto de equivalência Prof. Dra. Evania Andrade 26 Prof. Dra. Evania Andrade 27 1. Calcule o potencial do eletrodo para um eletrodo de prata imerso em uma solução 0,0500 mol L–1 de NaCl utilizando (a) E°Ag+/Ag = 0,799 V e (b) E°AgCl/Ag = 0,222 V. Prof. Dra. Evania Andrade 28 2. O potencial padrão de um eletrodo de zinco é - 0,76 , e o potencial padrão da célula Zn(s)Zn2+(aq)Sn4+(aq),Sn2+(Aq)Pt(s) é + 0,91 V. Qual o potencial padrão do eletrodo Sn4+/Sn2+? Prof. Dra. Evania Andrade 29 3. Calcule a constante de equilíbrio da reação AgCl(s) → Ag+(aq) + Cl-(aq), em 25°C. A constante de equilíbrio dessa reação é o produto de solubilidade, Kps = [Ag+][Cl-], do cloreto de prata. R = 8,314 J mol-1 K-1 T = Kelvin (K) F = 9,65 x 104 C por mol de e- n = n° de mols de e- transferidos na reação AgCl(s) + e- → Ag(s) + Cl-(aq) E° = + 0,22 V Ag+(aq) + e-→ Ag(s) E° = + 0,80 V Dados Prof. Dra. Evania Andrade 30 4. Calcule o potencial de célula, em 25 °C, de uma célula de Daniell na qual a concentração de íons Zn2+ é 0,10 mol L-1 e a de íons Cu2+ é 0,0010 mol L-1. Semirreação de oxidação: Zn(s) → Zn2+ (aq)+ 2e- Semirreação de redução: Cu2+(aq) + 2e-→ Cu(s) Prof. Dra. Evania Andrade 31 5. Quantos mililitros de uma solução 0,0200 M de KMnO4 serão necessários para titular exatamente 25,00 Ml de uma solução 0,200 M de Fe(NO3)2? Considere a reação: MnO4 - + 5Fe2+ + 8H+ → Mn2+ + 5Fe3+ + 4H2O. Prof. Dra. Evania Andrade 32 6. Considere a titulação de 25,00 mL de Fe2+ 0,0200M com K2Cr2O7 0,0166M, e calcule o potencial, E, da solução quando adiciona-se 0,10 mL e 5,20 mL de titulante. Dados: Fe3+ + e- ⇌ Fe2+ E° = 0,77 V Cr2O7 2- + 14H+ + 6e- ⇌ 2Cr3+ 7H2O E° = 1,33 V Prof. Dra. Evania Andrade 33 7. Uma amostra da calcário pesando 400 mg foi dissolvida em ácido e tratada com excesso de Na2C2O4. A solução foi alcalinizada e o precipitado de CaC2O4 foi filtrado, lavado e redissolvido em ácido diluído. A solução gastou 14,1 mL de KMnO4 0,00865 M para titulação. Qual é a porcentagem de cálcio no calcário? Dados: MnO4- + 8H+ + 5e- ⇌ Mn2+ 4H2O 2CO2(g) + 2H + + 2e- ⇌ H2C2O4 MM(Ca) = 40,1 g mol-1 Prof. Dra. Evania Andrade 34 - KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G. C. QUÍMICA GERAL E REAÇÕES QUÍMICAS VOL. Tradução da 6ª edição norte-americana SÂO PAULO: Cengage Learning, 2010. - BROWN, T. L.; JUNIOR, H. E. l.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química a Ciência Central 9 ed São Paulo: Pearson, 2011. - ATKINS P. JONES L. Princípios de Química-Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente 3 ed. Porto Alegre: BOOKMAN, 2006. BIBLIOGRAFIAS