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ANTIDIABÉTICO

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ANTIDIABÉTICOS
	Diabetes: aumento de glicose pela falta absoluta ou relativa de insulina (produzida pelas células beta do pâncreas). Diabetes tipo I: pâncreas não produz insulina, comum na infância e em jovens (reação autoimune contra as células beta). Diabetes tipo II: células resistentes à insulina, comum em pessoas acima de 40 anos. Diabetes gestacional: mulher grávida pode desenvolver a diabetes, prejudicando o feto pelo aumento da glicose.
	Fármacos contra o diabetes: Insulina (asparte, detemir, glargina, glulisina, lispro, NHP, suspensão, regular), são tipos insulinas com diferentes tempos de ação: rápida, ultrarrápida, intermediária, lenta, etc. 
	Estimulantes da liberação de insulina:
Humorais: glicose manose, leucina, arginina, outros aminoácidos, ácido graxo (em grandes concentrações).
Hormonais: glucagon, peptídeo semelhante ao glucagon, peptídeo dependente de glicose, colicistrocinina, gastrina.
Neurais: estimulação beta-adrenérgica, estimulação vagal (parassimpático).
Fármacos: sulfoniluréias, meglitinida, nateglinida, isoproterenol, acetilcolina, etc.
Inibidores da liberação de insulina:
Hormonais: somatostatina, insulina, leptina.
Neurais: efeito alfa-simpatomimético das catecolaminas
Fármacos: diazóxido, fenitoína, vimblastina, colchicina.
Secretagogos da insulina:
Sulfoniluréias e glinidas: 
	Mecanismo de ação: bloqueia canais de potássio sensíveis ao ATP (K+ATP) nas células das ilhotas de Langerhans. Consequentemente, abrem-se canais de cálcio e ocorre o influxo desse íon, promovendo a despolarização e esta faz com que as vesículas que contém insulina sejam liberadas.
	-Sulfoniluréias de primeira geração: tolbutamida, clorpropamida, tolazamida (todas têm metabolismo hepático).
	-Sulfoniluréias de segunda geração: glibenclamida, glipizida, glimepirida (também possuem metabolismo hepático, mas são menos metabolizados do que os de primeira geração).
	Os dois grupos possuem excreção renal.
	Efeitos adversos: induzir hepatotoxicidade e hipoglicemia (por isso é importante que a consulta seja rápida, pois o paciente precisa se alimentar com maior frequência, e preferencialmente, no período da manhã, para evitar desmaios).
	Interações medicamentosas:
	-Fármacos que intensificam os efeitos das sulfoniluréias (intensificam a hipoglicemia): anti-histamínicos, antifúngicos azóis, inibidores da MAO, anticoagulantes orais, salicilatos, antidepressivos tricíclicos, bloqueadores de receptores beta-adrenérgicos.
	-Fármacos que atenuam o efeito das sulfoniluréias: sais de cálcio, corticosteroides, estrógenos, simpatomiméticos.
	Megletinidas: repaglinida.
	Derivados da d-fenilalanina: nateglinida.
	Biguanidas: metformina.
Diminui o apetite e saciedade, diminui ingestão de carboidrato, supre a produção hepática de glicose, diminui a gliconeogênese e glicogenólise, reduz a absorção intestinal de glicose, favorece absorção da glicose por tecido adiposo e músculo.
	Tiazolidinedionas: pioglitazona, roziglitazona. 
	Mecanismo de ação: atuam no receptor PPARgama (receptor de células adiposas), diminuindo a liberação de ácido graxo (lipólise), favorecendo a diminuição da liberação de glicose pelo fígado e aumentando a absorção de glicose pelo músculo esquelético.
	Inibidores da alfa-glicosidase: acarbose e mioglitol. Absorção oral.
	Mecanismo de ação: provoca a redução na absorção de carboidratos complexos no intestino delgado e consequente redução na digestão, levando a uma queda no pico de glicose pós-prandial. 
	Efeitos adversos: GI (flatulência, diarreia e dor abdominal).
	Contraindicação: doença inflamatória intestinal crônica e doença renal.
	Interações medicamentosas: outros antidiabéticos orais (causa intensificação da hipoglicemia). 
	Sequestradores de ácidos biliares: cloridrato de colesevelan.
	Análogos da amilina: pranlintida.
	Agonistas do receptor de polipeptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1): exenatida e liraglutida.
	Inibidores da dipeptidil peptidase (DPP-4): sitagliptina, saxagliptina, linagliptina.
	Efeitos adversos de todos os secretagogos: hipoglicemia, distúrbios GI, aumento da massa corporal, náusea, risco de hepatotoxicidade.
	Manifestações bucais dos diabéticos: doença periodontal, xerostomia, hipossalivação, ardência bucal, distúrbios da gustação, ulcerações na mucosa bucal, hipocalcificação do esmalte, hálito cetônico, líquen plano, susceptibilidade a infecções, dificuldade de cicatrização, neuropatias, periodontite. Todas são implicações médico-dentárias!
	Não associar com glicocorticoides sistêmicos (intensifica muito o retardo de cicatrização), os locais não possuem tanta interferência.
	Conduta do dentista: fazer assepsia, solicitar TGO e TGP (são enzimas que indicam a condição do fígado – se está sobrecarregado ou não), pedir teste de glicemia.
	Complicações sistêmicas: nefropatia, retinopatia, neuropatia, doença microvascular, neutropatia, periodontite. 
	Interações medicamentosas de todos os secretagogos: 
-Doxiciclina e oxitetraciclina (antibióticos): aumentam o efeito antiglicemiante da insulina regular (causa hipoglicemia). Recomendação: usar outro antibiótico ou aumentar o consumo de carboidratos.
-AAS: aumenta o efeito hipoglicemiante de sulfoniluréias, gliburida, clorpropamida e acetohexamida. Recomendação: usar outro analgésico.
Recomendação: usar AINE de baixa ligação a proteínas plasmáticas (p. ex. celecoxibe).
Papel do dentista: reconhecer os sinais da doença, tratar as condições bucais, trabalhar em multidisciplinaridade (entrar em contato com o médico do paciente).
Tratamento odontológico: colaborar para o diagnóstico, tratamento adequado, averiguar tipo de grau da doença, prevenção de complicações médicas (choque hipo e hiperglicêmico, episódios cardiovasculares agudos), tratamento de emergências médicas.
Cuidados especiais: suspensão do uso de nicotina, consulta pela manhã (>glicose, <insulina), tranquilizante ou sedação complementar para evitar estresse, manter dieta normal antes do tratamento, monitorar sinais vitais. Se a consulta demorar, interromper para refeição leve, reduzir ao máximo a possibilidade de infecção (assepsia), dieta pós operatória deve ser avaliada, dificuldade de alimentação = redução hipoglicemiante, cuidados com a doença periodontal (para não virar sistêmico -> endocardite bacteriana), redução do vasoconstritor adrenérgico-quebra glicogênio, avaliar prilocaína com felipressina (é recomendado). Alguns desses itens são conduta do dentista.

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