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1 EFEITO DA APLICAÇÃODO TENS E ULTRASSOM TERAPÊUTICO SOBRE A FUNÇÃO DE PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE JOELHO: ESTUDO RANDOMIZADO E DUPLO CEGO EFFECT OF TENS APPLICATION AND THERAPEUTIC ULTRASOUND ON THE FUNCTION OF PATIENTS WITH KNEAD OSTEOARTRASIS: BLIND AND RANDOMIZED STUDY Autores – Graduando – Centro Universitário Católico Unisalesiano Auxilium Mônika Santana Carderari – monik_santanac@hotmail.com Tais Nayara de Andrade Pereira – tahnayara@hotmail.com Prof. Orientador – Centro Universitário Católico Unisalesiano Auxilium Lins Marco Aurélio Gabanela Schiavon - gabanela@hotmail.com RESUMO A osteoartrose é caracterizada como uma patologia crônico-degenerativa na articulação do joelho, que gera dor, rigidez articular e perda da função, e, consequentemente, reduz a qualidade de vida. A eletroterapia atua na osteoartrose com o objetivo de redução do processo inflamatório e da dor, gerados pelo desgaste articular, que promove atrito durante a mobilidade. O trabalho tem por objetivo analisar os resultados das avaliações da função e dor após intervenções, com recurso da eletroterapia, em indivíduos com osteoartrose de joelho. O método utilizado trata-se de uma pesquisa do tipo experimental, com uma abordagem quantitativa, em cuja pesquisa de campo foram recrutados 10 pacientes de ambos os sexos, com diagnóstico de osteoartrose de joelho, com classificação de 2 e 3 na escala de kellgram – Lawrence, sendo distribuídos em dois grupos (TENS e US), com um período de 10 sessões de fisioterapia. Antes e após as intervenções, aplicou-se o questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index – WOMAC, sendo avaliados os parâmetros de dor, rigidez e funcionalidade. As intervenções fisioterapêuticas foram realizadas na clínica de fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, na cidade de Lins, SP. Os resultados demonstraram melhora na dor, rigidez articular e função durante as atividades diárias, notando-se diferença na média e desvio - padrão de ambos os grupos. Apenas o quesito de rigidez articular obteve um valor significativamente relevante, porém os demais apresentaram 2 valores satisfatórios, utilizando-se o Teste T para verificar a significância da pesquisa. Conclui-se que ambas as intervenções apresentaram melhora, quando comparadas no pré e pós, mediante a avaliação do WOMAC. Palavras-chave: Osteoartrose. Qualidade de vida. Eletroterapia. ABSTRACT The osteoarthritis is characterized as a pathology chronic-degenerative in the joint of knee, wich causes pain, joint stiffness and loss of function, and, consequently, reduct the life quality. The electrotherapy acts on osteoarthritis with objective of reduct the inflammatory process and of pain, generated by joint wear, that promotes friction while the mobility. This work has as objective analise the results of evaluation of function and pain after interventions, with resource of electrotherapy, in people with osteoarthritis of knees. The utilized method is a experimental type research, with a quantitative approach, whose the field search were recruited 10 patients of both sex, with diagnostic of osteoarthritis of knees, with classification of 2 to 3 in kellgram scale - Lawrence, being distributed in two groups (TENS and US), with a period of 10 sessions of physiotherapy. Before and After the interventions, was applied the questionnaire Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index - WOMAC, being evaluated the parameters of pain, stiffness and functionality. The physiotherapy interventions was performed on the physiotherapy clinic of Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, in Lins, SP. The results prove decrease in pain and improvement on joint stiffness and function during the daily activities, noticing difference in average and deviation - pattern of both groups. Only the question of joint stiffness got a value significantly relevant, but the others presented values satisfactory, using the T Test to verify the meaningfulness of the research. It is concluded that both interventions present improvement, where compared in the before and after, through the evaluations of WOMAC. Keywords: Osteoarthritis. Quality of life. Electrotherapy. 3 INTRODUÇÃO Diante ao aumento de diagnósticos de casos de osteoartrose de joelho, surge a necessidade de analisar e comparar as melhores intervenções eletroterapêuticas para a redução dos sinais e sintomas da patologia. O presente estudo busca analisar os resultados pós-intervenções com recursos da eletroterapia, em indivíduos com diagnóstico de osteoartrose de joelho, de ambos os gêneros com idade entre 57- 81 anos. Segundo Brandão et al. (2005), dentro da eletroterapia, os principais efeitos fisiológicos atuam significativamente na modulação da intensidade da dor, através do sistema neuro-músculo-esquelético. Desde a década de 1967, a estimulação elétrica transcutânea (TENS) vem se mostrando como um recurso muito utilizado na eletroterapia para a redução da dor na osteoartrose, não havendo uma modulação definida para o tratamento (MELZACK; WALL, 1965). Devido às propriedades físicas do ultrassom terapêutico, surge o efeito térmico, que atua na diminuição do processo inflamatório. (DIONÍSIO; VOLPON,1999). O ultrassom terapêutico é considerado uma referência para o tratamento da dor e perda da função devido à osteoartrose. (CARLOS; BELLI; ALFREDO, 2012) Na realização desta pesquisa, houve uma pergunta problema: Os recursos eletroterapêuticos (TENS e US) melhoram a condição clínica (função e dor) dos pacientes com osteoartrose de joelho? Baseado na pergunta problema, Morgan (2010) relata em seu estudo o uso da corrente TENS, em um período de 10 sessões, com duração de 30 minutos, utilizando uma modulação de baixa frequência, com parâmetros de 80 Hz, duração do pulso de 140 µs. Na prática optou-se pela colocação de eletrodos em quatro pontos, correlacionando com a inervação do joelho; obtendo resultados no alívio da dor e melhora da funcionalidade do joelho. Hipótese que poderá ser confirmada ou não, através das intervenções fisioterapêuticas: uso da técnica de eletroterapia, com a utilização do aparelho de ultrassom terapêutico e com o TENS, no período de dez sessões de fisioterapia. Sendo aplicado, antes e após as intervenções, o questionário WOMAC. 4 1 Métodos O estudo realizado tratou-se de uma pesquisa do tipo experimental, com uma abordagem quantitativa. Após a aprovação do presente estudo pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Parecer nº 2.083.429 -25 de maio de 2017, assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos voluntários, e leitura e assinatura da carta de informação ao paciente, a pesquisa foi realizada, com o objetivo de investigar a eficácia dos recursos eletroterapêuticos (TENS e Ultrassom pulsado) no tratamento de pacientes com OA de joelho, com acometimento grau II e III, segundo a classificação de KeL, e analisar a qualidade de vida dos voluntários antes e após as intervenções terapêuticas, através do questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index – WOMAC. Em 1988, na Universidade McMaster, no Canadá, Bellamy, a fim de desenvolver um instrumento de fácil e eficaz avaliação da qualidade de vida em procedimentos na osteoartrose, apresentou o WOMAC, um questionário tridimensional especifico para a OA. (FERNANDES,2002) O questionário é composto por três domínios, que são: a dor, que contém cinco perguntas; rigidez articular, com duas e atividades diárias, com dezessete. Pode ser respondido através da escala visual analógica, com pontuações de 0 a 10, em que 0 representa a pior condição e 10 a melhor; ou através da escala de Likert, a qual é verbal, com 5 pontos, representados nas respostas entre nenhuma (sem sintomas) a extrema (intensidade máxima de sintomas). As duas formas foram reprodutíveis e válidas, oferecendo os benefícios de fácil administração e duas vantagens, em comparação aos demais instrumentos já existentes com a mesma finalidade, como a eficácia superior aos demais instrumentos, comprovada através de scores de eficiência, que, dessa forma, podem apresentar significantes resultados com pequenas amostras, e levar a resultados ou consequências importantes para o paciente. (FERNANDES, 2002) O estudo foi realizado nas dependências do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco - Clínica de Fisioterapia do UniSALESIANO de Lins, no setor de ortopedia. As intervenções fisioterapêuticas foram realizadas nos meses de junho, 5 agosto e setembro de 2017, entre o horário das 13h00min às 16h00min, com frequência diária durante 10 dias úteis. A população alvo foi composta por (quadro 1) (quadro 2) dez voluntários, de ambos os sexos, pacientes do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco - Clínica de Fisioterapia do UniSALESIANO de Lins, os quais não tinham iniciado qualquer tipo de tratamento fisioterapêutico nos últimos seis meses, relacionado a OA de joelho, mas que se apresentaram com o diagnóstico, mediante exames radiológicos, classificados como KeL 2 ou 3. Foram excluídos da pesquisas os voluntários classificados em KeL 1 e 4 ou que não possuíam diagnóstico definido de Osteoartrose de joelho, e exames radiológicos. Uma vez que a OA de joelho é uma doença crônica, alguns voluntários faziam uso de analgésicos ou anti-inflamatórios. Quadro 1: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da pesquisa - Grupo TENS PACIENTE IDADE GRAU DE CLASSIFICAÇÃO DA ARTROSE SEXO 1 69 2 M 2 72 3 F 3 57 2 M 4 68 3 M 5 68 3 F Fonte: autoras da pesquisa,2017 Quadro 2: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da pesquisa Grupo US PACIENTE IDADE GRAU DE CLASSIFICAÇÃO DA ARTROSE SEXO 1 61 2 F 2 81 2 F 3 73 2 F 4 58 2 M 5 80 2 M Fonte: autoras da pesquisa,2017 6 Inicialmente, todos os participantes foram avaliados, relatando seus principais incômodos relacionados a OA de joelho, no que foi possível analisar as incidências radiológicas para se ter conhecimento do grau de acometimento na articulação. Após a avaliação, apenas os pacientes com OA de joelho grau II e III foram convidados para participar da pesquisa, sendo informados dos procedimentos, riscos e benefícios mediante sua participação; em seguida, foram submetidos ao questionário WOMAC, com a avaliação do grau de dor, rigidez articular e dificuldade em realizar as atividades diárias. O método escolhido para analisar a resposta dos participantes foi através da escala de Likert, em que as respostas coletadas no questionário foram transformadas em escore (0, 25, 50, 75 e 100) que, posteriormente, foram tabuladas em planilhas no Excel. Em sequência, os voluntários da pesquisa foram divididos em dois grupos, divisão feita através de sorteio em envelope sem que tivessem acesso ao resultado; sendo um, para intervenções através da utilização do TENS, com parâmetros de largura de pulso de 3 (85 µs), frequência de 3,5 (120 Hz), duração de 35 minutos; e outro, para o grupo do US, com frequência de 1MHZ, frequência de pulso portadora de 1/9, modo pulsado, dose de 1W/cm², durante 3 minutos na região anteromedial e 3 minutos na anterolateral, sempre com a incidência na interlinha articular femorotibial, durante o período de dez sessões. Ao finalizar as dez sessões, novamente foi aplicado o questionário de qualidade de vida (WOMAC) em todos participantes. Resultados Os dados contidos nas tabelas abaixo (tabela 1) (tabela 2) (tabela 3) referem- se à intensidade da dor, teste T Student intragrupo e intergrupo e pontuação do WOMAC. Para analisar a intensidade da dor, rigidez articular e funcionalidade das atividades diárias, foram utilizados os valores apresentados nas médias dos resultados do WOMAC, da pré-intervenção e divididos pela média pós- intervenção, sendo o valor final subtraído por -1 (média pós WOMAC / média pré WOMAC – 1). O estudo utilizou o teste T Student para comparação de dados finais, que, dentro de sua fórmula, contém a média de pré e pós-intervenção para se obter a comparação intragrupo; e para a análise comparativa intergrupo, após as 7 intervenções, utilizou-se o cálculo através da diferença do resultado do questionário WOMAC no pós e pré-intervenções, com comparação de qual apresentou melhores resultados. As pontuações do WOMAC foram obtidas através dos dados da média pós- intervenção subtraídos pela média da pré-intervenção. (Resultado total dividido pelo número de perguntas). Todas as fórmulas apresentadas anteriormente foram aplicadas nas três sessões (intensidade da dor, rigidez articular e funcionalidade das atividades diárias). Tabela 1: Sessão A - Intensidade da dor TENS US DOR 58,73% 56% TESTE T INTRAGRUPO 0,0004 0,02411 PONTUAÇÃO WOMAC 37 25 TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,30955 Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05 Dentro dos quatro parâmetros de intensidade de dor, referentes à tabela acima, o primeiro parâmetro de porcentagem de evolução, no grupo de dor do TENS, nota-se que houve uma queda de 58,73%, considerando que, quanto mais próximo do zero, melhor a função. No grupo US teve uma queda, de 56%, considerado também como bom resultado. No teste T de Student intragrupo para dor de TENS entre pré e pós, houve diferença estatística, mostrando-se eficiente para a redução da dor (p< 0,0004). No grupo de dor do ultrassom também houve diferença estatística, mostrando-se eficaz (p<0,02). A pontuação do WOMAC, no grupo do TENS, teve uma melhora de 37 pontos em relação ao pré e pós, na pontuação final; e no grupo US a redução da pontuação foi de 25 pontos. Diante dos valores apresentados, pode-se concluir que o US foi melhor, que a TENS quando analisado atraves do teste T Student intragrupo, com diferença significativa entre o pré e pós intervenção. 8 O teste T Student intergrupos, pós-intervenção do TENS e US, não demonstrou diferença entre os grupos, com um T de p <0,30955, pois o valor referencial é de p <0,05. Tabela 2: Sessão B - Intensidade da rigidez TENS US RIGIDEZ 50% 55% TESTE T INTRAGRUPO 0,042379 0,2716 PONTUAÇÃO WOMAC 93,75 68,75 TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,625666 Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05 No quesito rigidez houve uma redução de 50% no grupo TENS, considerado como melhora. Porém, o grupo do US se apresentou melhor, com um valor 55%. O teste T Student intragrupo teve um valor positivo de p <0,04 no grupo do TENS. Já o grupo do US não apresentou a mesma resposta (p <0,2), com valores estatisticamente comprovados. Diante da pontuação do TENS, foi obtido um resultado de 93 pontos, e no US 68, havendo, portanto, uma melhora no grupo do TENS. Comparando o teste T intergrupo pós-intervenção, não houve diferença (p <0,62). Tabela 3: SessãoC – Funcionalidade nas AVD’S TENS US FUNCIONALIDADE 50% 51% TESTE T INTRAGRUPO 2,9608 1,2707 PONTUAÇÃO WOMAC 8,39 8,48 TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,94431 Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05 9 Na funcionalidade, os dois grupos reduziram em 50%, o que é considerado como melhora. Durante a realização do teste T Student intragrupo, tanto o TENS como o US não apresentaram diferenças, pois estatisticamente apresentaram um valor inferior a 0,05. Perante a pontuação do terceiro parâmetro, o WOMAC obteve um valor igualado de 8 pontos. O teste T Student intergrupos apresentou um valor de p <0,94, não havendo diferença, o que se considera uma referência estatisticamente comprovada entre os grupos com relação as AVDS. Deste modo, pode-se concluir que todos os parâmetros da seção C obtiveram um resultado semelhante. Análise e discussão dos resultados A OA trata-se de uma doença crônica, que atinge principalmente a população idosa, reduzindo o desempenho durante a realização das atividades diárias, o que gera impactos na vida do indivíduo. (FERNANDES, 2009) Almeida et. al. (2001) relatam que, após os cinquenta anos de idade, a prevalência de indivíduos com sinais e sintomas de OA aumenta, com, pelo menos, 85% acima dos 70-79 anos apresentando diagnóstico radiológico da patologia. Nesta pesquisa, dentre os 10 indivíduos acometidos pela OA, foi detectada a deformidade em todos eles, sendo que 5 apresentaram grau 2, e 3 apresentaram grau 3 de acometimento. O grupo era homogêneo em relação ao gênero (5 masculino e 5 feminino), com idade entre 57 a 81 anos. Utilizou-se a classificação Kellgreen e lawrence para avaliação dos exames raio-x dos voluntários, obtendo bom feedback no momento de classificar o grau de acometimento e sinais radiológicos de cada paciente. Nos resultados da análise da classificação de KeL notou-se prevalências para a classificação 2 em relação ao grau de acometimento. Durante a realização da análise da reprodutibilidade da classificação de KeL para OA de joelho, concluiu-se a eficácia da classificação, devido à fácil memorização e interpretação, sendo um ótimo método para a avaliação inicial, em 10 que todas especialidades médicas podem utilizar para análise clínica. (RODRIGUES et. al., 2012) Porém, Pires et al. (2008) relatam divergência em seu estudo, feito com 50 pacientes, com o objetivo de avaliar a reprodutibilidade interobservador das classificações de Ahlbäck modificada, Dejour et al e Kellgren e Lawrence, sendo as três classificações mais utilizadas na doença degenerativa do joelho. Diante de seus resultados finais comprovaram que a classificação de Kellgrene Lawrence obteve um menor grau de concordância em sua pesquisa. Muitos estudos apresentam propostas de tratamentos através da eletroterapia para a osteoartrose. Com o objetivo de avaliar a melhor forma de intervenção através deste recurso, o presente estudo comparou a eficácia dos aparelhos ultrassom e TENS na melhora da qualidade de vida dos indivíduos com OA de joelho. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, notou-se uma melhora na intensidade da dor de 56% no grupo US na forma pulsado, mostrando, assim, uma eficácia estatística no parâmetro pulsado no US em pacientes com OA de joelho. Em um estudo realizado na Universidade Católica de São Paulo, onde foram tratados 30 pacientes com OA de joelho, de ambos os sexos, com idade entre 50 e 75 anos, foi comprovada a eficácia em relação à analgesia com a utilização do US, que, consequentemente, melhorou a qualidade de vida dos indivíduos. Os autores justificam a melhora apresentada no estudo devido ao US ter controlado a inflamação periarticular, quando aplicado em pontos específicos, determinados pela Word Associationof Laser Therapy. Porém, o mesmo estudo realizou uma análise comparativa entre o Ultrassom Contínuo (USC) e Ultrassom Pulsado (USP), em que sujeitos foram divididos em dois grupos (USC e USP) e, no final das sessões, houve uma diferença estatisticamente significante entre os grupos na variável de dor, com método do USC apresentando uma melhora eficaz. (CARLOS; BELLI; ALFREDO, 2012) No presente estudo, o grupo do TENS, com parâmetros de frequência de 120 Hz, duração de pulso de 85 µs, em 10 sessões, com duração de 35 minutos, obteve uma melhora na dor de 58,73% e na funcionalidade das AVD’S 50%, atingindo uma melhora estatisticamente comprovada. Devido a propriedades apresentadas no TENS para o alívio da dor, Morgan (2010), em seu estudo, afirma que a corrente, quando aplicada nos indivíduos com 11 OA de joelho, auxilia na redução da dor e função, sendo isso notado à medida que se quantifica a dor durante as realizações das AVD’S. Porém, cada paciente pode apresentar diferentes resultados mediante cada modulação. Osiri et al. (2009), em seu trabalho, tiveram como objetivo apurar o efeito do TENS para indivíduos em tratamento de OA de joelhos. Quando comparados, os efeitos maiores no alívio da dor e melhora da função, o modo TENS Burst se mostrou mais eficaz que o convencional, em um período de quatro semanas. O questionário WOMAC foi testado em uma versão computadorizada diante de um estudo com 30 pacientes, no qual, os mesmos o respondiam nas versões digitalizada e escrita. No resultado final, a versão computadorizada foi grandiosamente validada e colocada como uma boa metodologia para a avaliação de pacientes com OA (Bellamy et al, 1997). Porém, o recurso tecnológico se trata de uma ferramenta não acessível para toda a população, principalmente, a idosa, na qual a grande parte não possui o domínio e nem mesmo computadores de fácil acesso. Estudos que avaliaram a funcionalidade de idosos com AO, através do Womac, identificaram que a dor se trata do maior fator que gera limitação, sendo elevado o nível da mesma durante o subir e descer escadas, devido aos impactos gerados na articulação do joelho durante essa atividade. Desta forma, pode-se entender que ambas as atividades representam maior dificuldade em relação à capacidade funcional em indivíduos que apresentam OA de joelho. (LOPES; SANTOS, 2007) É significativo que o idoso preserve um estilo de vida ativo, utilizando as atividades da vida diária (AVD’S) como um meio eficaz para promoção e manutenção de um nível mínimo de condicionamento físico. (TEIXEIRA, 2007) Sendo notável no estudo, a funcionalidade durante a pesquisa teve um evolução muito positiva após as intervenções, com um valor significativo de melhora de 50% nos grupos de TENS e US. Isso auxilia como uma forma de orientação e prevenção aos idosos, ressaltando a necessidade dos mesmos sempre se manterem ativos em suas atividades diárias. 12 CONCLUSÃO Com base nos resultados encontrados na pesquisa, conclui-se que ambas as intervenções apresentaram melhora quando comparadas no pré e pós, mediante a avaliação do WOMAC. Pode-se ressaltar que, na realização do teste T, apenas no tópico de rigidez articular houve diferença significativa quando comparadas intragrupos; nos demais tópicos, de dor e realização de atividades diárias, não se obtiveram valores relevantes, com relação ao valor de referência (p<0,05). Os recursos eletroterapêuticos utilizados no presente estudo demonstram uma melhora na funcionalidade. O número de sessões realizadas foi eficaz para a redução da sintomatologia, porém, não foi suficiente para a eliminação dos problemas avaliados. Dessa forma, deve-se ficar por responsabilidade dofisioterapeuta determinar a quantidade de sessões necessárias para promover uma melhora no quadro de OA de joelho. Sugere-se, assim, uma associação da eletroterapia a exercícios terapêuticos, a fim de se obterem melhores resultados. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. S. J. et. al. S. Reabilitação do aparelho osteoarticular. In: LIANZA, S. Medicina de reabilitação. 3 ed. 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