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Trabalho civil

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Pesquisa sobre a geneaologia da miséria humana no Nordeste brasileiro e a questão fundiária relacionado ao livro ‘’Morte e vida severina’’.
Introdução
Esse trabalho tem como intuito, em poucas palavras, enfatizar a miséria do Nordeste com alusão ao livro ‘’Morte e vida Severina’’, que através de pequenos versos retrata a história de alguém, assim como inúmeras pessoas, que viu e sentiu na pele a luta contra a seca e a fome. Morte e vida Severina representa a realidade político-social do Nordeste brasileiro.
Miséria do Nordeste
As questões agrárias são muito antigas no Brasil, e especialmente no Nordeste, as atividades rurais sempre desempenharam importante papel econômico e social, todavia, apesar dessa enorme importância e influência, é uma região que detém muita pobreza e miséria. Nordeste e os seus problemas em relação a terra, mostram a estrutura fundiária herdada do tempo colonial. Em meados dos anos 50, originavam-se prostestos de âmbito nacional e regional, protestos não só realizados pelos trabalhadores, mas até de alguns partidos políticos. Nos anos 50, a questão agrícola foi o foco das discussões. Em 1956 ocorreu o I Congresso Camponês de Pernambuco, uma passeata de três mil trabalhadores pela cidade do Recife. Dentre as reivindicações desse movimento estavam: A extinção do cambão e do barracão; A luta contra o aumento do foro; A reforma agrária e outros. Além desse movimento houveram muitos outros que foram imprescíndeveis para o fortalecimento da luta e busca por soluções do problema da terra. O acesso à terra continua sendo um forte problema no Nordeste, porque ele possui um passado muito marcado pela pecuária de grande extensão, quando existia a chamada agricultura de subsistência. A concentração fundiária significa uma grande quantidade de terras na mão de um proprietário só, enquanto outras à mercê da miséria. 
Todavia, esse problema não se deve apenas à política e falta de medidas governamentais (mesmo sendo de grande responsabilidade), mas também ao processo histórico que vem, desde cedo, impactuando a sociedade. A colonização do Brasil e a divisão das àreas ocupadas pelos portugueses trouxeram impactos até os dias de hoje. Posteriormente, houve o surgimento da Lei de Terras de 1850, que agregou um valor exorbitante às terras, tornando a propriedade inacessível à população de classe baixa e até mesmo da classe média. Durante o regime militar foi criado o ‘’Estatuto da Terra’’ para regulamentar a questão fundiária no país. Contudo, muitos criticaram os efeitos dessa lei, que, segundo alguns estudiosos, pode ser considerada uma falsa tentativa de incentivar a reforma agrária, quando na verdade o maior objetivo é dificultar ainda mais, burocratizando o processo.
 Outro problema diretamente relacionado com a luta pelas terras, é também a universalização da água. Em uma pesquisa feita pelo Instituto Trata Brasil, foi constatado que em 20 anos (contando a partir de 2015, até 2035) os gastos com a universalização do saneamento básico seriam superados pelo lucro trazido à sociedade. Seriam gerados 537 bilhões na economia, o resultado social seria visível. O problema é justamente esse, medidas precisam ser tomadas visando o longo prazo. Se não houver essa visão ampliada, nenhuma medida será feita por motivos de gastos excedidos, economia, crise, etc. Inúmeros problemas atuais no Brasil existem porque há a escassez de medidas e decisões governamentais, que são ausentes pela falta de recurso financeiro, teoricamente.
Morte e vida Severina como alusão à miséria do Nordeste
‘’Morte e vida Severina’’ é um poema do escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto. A obra foi escrita entre 1944 e 1945 e mostra a identidade do Nordeste. João Cabral de Melo Neto fez parte da geração de 45, a terceira fase modernista, fase que é marcada pelo engajamento nos temas sociais e pelo forte envolvimento na política.
 ‘’Morte e Vida Severina’’ é dividido em 18 partes e nos mostra perfeitamente como era essa miséria em questão. Severino decidiu partir pois queria viver um pouco mais do que o esperado. Na época, chegar aos vinte anos no Sertão era privilégio. Nas primeiras partes, é retratado o percurso de Severino até Recife, sempre seguindo o Rio Capibaribe, que mesmo faltando o rio, era possível enxergar os rastros que ele deixou, enquanto que as partes do meio até o fim do poema, retratam Severino já em Recife com seus sofrimentos e reflexões, sem saída. ‘’Morte e vida Severina’’ pode ser conhecido como um poema trágico, que retrata bem os problemas enfrentados dessa época (meados dos anos 50), em versos não muito longos. 
Severino, um fujitivo da seca e da fome, durante seu trajeto, encontra diversos nordestinos na mesma situação, enfrentando os problemas do sertão. Ele presenciou inclusive, o assasinato de um homem injustiçado por pedido de latinfundiários. As injustiças, a luta pela terra e o problema da seca fizeram Severino patir para tentar encontrar melhores oportunidades no litoral. 
No percurso de Severino, a morte e o sertão são dois fatores constantes, andando sempre juntos. Ao chegar em Recife, Severino se depara com um lugar diferente, mas que não se distancia da miséria e da seca. As terras secas com pedras se rachando dão lugar a um local repleto de mangue. Severino, mais para o fim do poema, chega a pensar em suicídio. Ele acha que continuar vivendo só irá estender o sofrimento que é viver na miséria.
As imagens à cima ilustram o chão seco com pedras rachadas, a ausência do sorriso na feição das crianças, a luta e a dificuldade nos olhares dos idosos, que por tanto sofrimento já passaram.
Conclusões 
O percurso de Severino, mesmo sendo cercado pela morte, termina com a vida em meio à tanta miséria e morte. A história de Severino representa a exclusão social, marcada pela realidade econômica. Ao terminar de ler esse poema, é comum sentir uma indignação com os problemas que muitos enfrentam até hoje. Indignação pelo desprezo dos poderosos e maiores (governo) em relação aos que nada tem, nada tem para onde ir. Os problemas no Nordeste são intensos, todavia, um eforço para um grande investimento atual, dará lugar a um lucro duplamente maior no futuro, que fará impactos na sociedade, nos índices de desemprego e na economia, pois a fome e a seca são problemas enraizados no Nordeste, e problemas enraizados não podem ser solucionados de uma noite para o dia. Planos governamentais precisam ser minuosamente pensados e postos em prática sempre visando o resultado a longo prazo. ‘’E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). igual, mesma morte severina:  que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte 
de fome um pouco por dia…’’

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