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Proc Civil - A12 - aula - 07.11.14

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1 
 
Processo Civil – Atos Processuais 
 
Requisitos gerais quanto ao tempo 
Devem ser praticados em um determinado prazo, em regra, sob pena de preclusão. 
Atos judiciais e os do Ministério Público não precluem, mas se desrespeitado o prazo, sujeitam 
os responsáveis a sanções administrativas (prazos impróprios). 
O tempo no processo pode ser examinado por dois ângulos: o referente ao momento, à ocasião 
do dia, do mês e do ano em que os atos podem ser praticados; e os prazos que os participantes do 
processo deverão observar. 
 
Prática dos atos processuais 
Os atos processuais devem ser praticados nos dias úteis, que não são feriados. 
Art. 175 do CPC: são feriados os domingos e os dias declarados por lei, que incluem 1º de janeiro, 
21 de abril, 1º de maio, 07 de setembro, 12 de outubro, 02 de novembro, 15 de novembro e 25 de 
dezembro. 
São feriados forenses o dia 08 de dezembro (dia da justiça), a terça-feira de carnaval e a sexta-
feira santa. 
Há ainda feriados específicos da Justiça Federal, feriados estaduais e municipais. 
O sábado não é dia útil para a contagem de prazo. Assim, se uma intimação é feita na sexta-
feira, o primeiro dia útil seguinte é a segunda-feira. 
Atos processuais externos, que não dependem da abertura do fórum, como as citações e 
intimações podem ser realizadas no sábado. 
Durante o dia, os atos processuais podem ser realizados das 6h00 às 20h00. 
Exceções (Art. 172 do CPC): quando iniciados antes do limite do horário, não puderam ser 
concluídos e o adiamento puder ser prejudicial; ou a citação e a penhora tiverem de aperfeiçoar-
se em dias não úteis, ou fora do horário normal, o que só se admitirá em casos excepcionais, 
mediante expressa autorização judicial. 
As leis de organização judiciária, de âmbito estadual, têm autonomia para estabelecer horários do 
fechamento do protocolo, o que terá grande relevância sobre os prazos processuais, já que a 
petição ou manifestação da parte deve ser protocolada até a última hora do último dia do prazo. 
2 
 
Em São Paulo, o protocolo fecha às 19h00 (com exceção do processo eletrônico), e as petições 
têm de ser apresentadas até essa hora. Os atos externos — como citações e intimações — 
poderão estender-se até as 20h00, ou até mais tarde, nas hipóteses do art. 172. 
Férias forenses 
Emenda Constitucional 45: acrescentou à CF/88 o art. 93, XII que extinguiu a possibilidade de 
férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau (Revogação tácita do art. 174 e do art. 173, 
ambos do CPC - naquilo que diz respeito às férias). 
 
Prazos processuais 
A lei estabelece um prazo para que os atos processuais sejam praticados. 
Quantidade de tempo que deve mediar entre dois atos. 
Quando a lei determina que o prazo para contestação é de 15 dias a contar da data da juntada aos 
autos do mandado de citação, estabelece o prazo para a prática do ato. Se for desrespeitado, ato 
será intempestivo. 
 
Tipos de Prazos Processuais 
Prazos próprios e impróprios 
Os prazos podem ser próprios, também chamados preclusivos, ou impróprios. 
Os das partes (incluindo do Ministério Público quando atua nessa condição) e dos terceiros 
intervenientes, em regra, são próprios, têm de ser respeitados sob pena de preclusão temporal, 
de perda da faculdade processual de praticar aquele ato. Nesse sentido, o CPC 183: “Decorrido o 
prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando 
salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa”. 
Mas alguns atos das partes e seus advogados não serão preclusivos. Por exemplo: o de formular 
quesitos e indicar assistentes técnicos no prazo de cinco dias, quando for determinada prova 
pericial, pois há numerosas decisões do STJ que permitem a apresentação até o início dos 
trabalhos periciais; o de restituir os autos, retirados do cartório, o de indicar bens que possam ser 
penhorados. 
Os prazos do juiz, seus auxiliares e do Ministério Público quando atua como fiscal da lei são 
impróprios, não implicam a perda da faculdade, nem o desaparecimento da obrigação de 
praticar o ato, mesmo depois de superados. 
3 
 
O juiz não se exime de sentenciar, nem o Promotor de Justiça de se manifestar, porque foi 
ultrapassado o prazo previsto em lei. Da mesma forma, em relação aos auxiliares do juízo. 
 
Prazos dilatórios e peremptórios 
São peremptórios os prazos cogentes, que não podem ser modificados pela vontade das partes 
(art. 182 — “É defesa às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos 
peremptórios). 
São dilatórios os prazos que podem ser alterados por convenção das partes, desde que a 
alteração seja requerida antes de ele vencer e estiver fundada em motivo legítimo (art. 181), caso 
em que o juiz fixará o dia de vencimento da prorrogação, respeitada a convenção. 
A lei não especifica quais são de um tipo, qual de outro, cabendo à jurisprudência a tarefa de 
indicar. São prazos peremptórios, entre outros, os fixados para apresentação de resposta, 
interposição de recurso, apresentação de incidente de falsidade documental, oposição de 
impugnação e embargos de devedor, e ajuizamento da ação principal, após a concessão da 
medida cautelar. São dilatórios os prazos para arrolar testemunhas, formular quesitos e indicar 
assistentes técnicos, em caso de prova pericial, prestar caução e constituir novo advogado, em 
caso de morte do anterior. 
Mas, seja o prazo dilatório, seja peremptório, o juiz poderá autorizar a prorrogação nas comarcas 
onde for difícil o transporte, mas nunca por mais de sessenta dias, salvo em caso de calamidade 
pública. 
 
Contagem de prazo 
A contagem de prazo pode ser feita por anos, meses, dias, horas ou minutos: o prazo da ação 
rescisória é de dois anos; as partes podem convencionar a suspensão do processo por até seis 
meses; o de contestação é de quinze dias; para o serventuário remeter os autos conclusos ao juiz 
é de 24 horas, e o prazo para as partes manifestaram-se, nas alegações finais apresentadas em 
audiência, é de vinte minutos. 
Os prazos são fixados por lei; na omissão desta, pelo juiz. Se não houver nem lei nem 
determinação judicial, o prazo será de cinco dias (CPC, art. 185). Excepcionalmente, pode ser 
fixado pelas próprias partes, como, por exemplo, o de suspensão, de até seis meses. 
Na contagem do prazo, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento. 
Por exemplo: se o réu é citado para contestar em quinze dias, o prazo corre da juntada aos autos 
do mandado de citação. Porém, a contagem não começa no dia da juntada, mas no primeiro dia 
útil subsequente. O prazo será contado de maneira contínua e se concluirá no final do expediente 
4 
 
forense do 15º dia do prazo, desde que este seja útil. Se o último dia da contagem não for útil, o 
prazo prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente. Se a intimação for feita pelo Diário Oficial, 
o prazo começará a correr no primeiro dia útil seguinte à publicação. Se for eletrônico, a 
publicação considera-se feita no primeiro dia útil subsequente à disponibilização da informação 
(art. 4º, inc. 3º, da Lei n. 11.419/2006). 
A contagem do prazo não pode nem começar nem terminar em dia não útil. Mas, iniciada a 
contagem, o prazo será contínuo, não se interrompendo nos feriados. 
Os dias não úteis que intermedeiam entre o início e o final devem ser incluídos na contagem. 
 
Suspensão e interrupção do prazo 
Distingue-se a suspensão da interrupção de prazo porque, na primeira, ele fica paralisado, mas 
volta a correr do ponto em que parou, quando incidiu a causa suspensiva. 
Já a interrupção provoca o retorno do prazo à estaca zero, como se nada tivesse corrido até então.Iniciada a contagem, o prazo não será suspenso, salvo a existência das hipóteses previstas no art. 
265, I a III, do CPC, ou se houver algum obstáculo que impeça a parte de se manifestar, como, por 
exemplo, a retirada dos autos pelo adversário, a remessa deles ao contador, o movimento grevista 
que paralisa as atividades forenses. Mas não tem sido admitida como causa de suspensão a falha 
no serviço de remessa de intimações ao advogado pelo respectivo órgão ou entidade de classe. 
Além disso, podem existir causas legais de suspensão do prazo. Por exemplo: a apresentação de 
exceção ritual suspende o curso do processo e dos prazos que estavam em andamento. 
As causas interruptivas são raras, podendo ser mencionadas três: quando o réu requer o 
desmembramento do processo, em virtude de litisconsórcio multitudinário; quando as partes 
opõem embargos de declaração e quando o réu, citado, faz nomeação à autoria 
 
Alguns benefícios de prazo 
 O art. 188 do CPC 
O Ministério Público e a Fazenda Pública têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro 
para recorrer. Esse dispositivo não ofende o princípio constitucional da isonomia, porque a 
quantidade de processos em que atuam é maior do que a comum, razão pela qual fazem jus a um 
prazo maior, para contestar e responder. 
 
Beneficiários 
5 
 
A Fazenda Pública, a que a lei se refere, abrange todas as pessoas jurídicas de direito público: a 
União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações públicas. 
Não tem privilégio de prazo as empresas públicas e as sociedades de economia mista, pessoas 
jurídicas de natureza privada. O Ministério Público tem o prazo maior, tanto na condição de parte 
como na de fiscal da lei. 
Quais os prazos sobre os quais o benefício recai? 
A lei menciona o prazo de contestação. Mas a ele estão vinculados outros, como o das exceções 
rituais, impugnação ao valor da causa e reconvenção. Onde se diz que o prazo é quádruplo para 
contestar, entenda-se que o é para responder. 
Além disso, o prazo de recursos é dobrado. Mas só o de interposição, porque para oferecer 
contrarrazões ao recurso do adversário será simples. 
Controverte-se sobre o prazo que o Ministério Público e a Fazenda Pública têm para oferecer 
recurso adesivo. Ao fazê-lo, estão recorrendo, o que ensejaria a aplicação do art. 188. Mas ao 
mesmo tempo, o recurso adesivo deve ser apresentado no prazo das contrarrazões, que é simples. 
Conquanto nos pareça que o prazo do recurso adesivo para tais entes deva ser simples, tem 
prevalecido no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que será também dobrado 
(nesse sentido, RSTJ 133/198 e 137/185). 
 
O art. 191 
Quando houver litisconsortes que tenham diferentes procuradores, todos os prazos legais ser-lhe-
ão contados em dobro: para contestar, recorrer, contrarrazoar e falar nos autos em geral. 
É preciso que os procuradores sejam diferentes, ainda que pertençam ao mesmo escritório de 
advocacia. Se cada um dos litisconsortes outorgar procuração exclusiva para sócios diferentes do 
escritório, o prazo será dobrado. 
Ainda que os litisconsorte tenham, cada qual, vários advogados, o prazo será simples se houver 
um que seja comum a todos. 
Questão controvertida é a relacionada ao prazo de contestação, quando, citados os litisconsortes, 
não é ainda possível saber se todos contratarão advogados e serão os mesmos. 
Tem prevalecido o entendimento de que, se houver dois réus, e um deles permanecer revel, ainda 
assim o outro terá prazo em dobro para contestar, porque não tinha como saber se o corréu 
contrataria ou não advogado. Nesse sentido: “Não me parece razoável que a parte, já sabedora de 
que atuará com advogado próprio, tenha de aguardar a defesa da outra — se existirá ou não — 
para que possa fruir do prazo em dobro, correndo o risco de, se o litisconsorte for revel, ter sua 
6 
 
peça de defesa inadmitida por intempestiva” (RSTJ — 4ª Turma, REsp 683.956, Rel. Min. Aldir 
Passarinho”. 
Não há necessidade de pedir ao juiz a dobra de prazo, que será decorrência automática da 
contratação de advogados distintos pelos litisconsortes. 
 
Tem-se entendido que se a constituição do advogado diferente ocorreu no curso do prazo, só 
correrá em dobro o restante. Assim, se o advogado novo for constituído no 10º dia de um prazo 
de quinze, somente os cinco faltantes serão dobrados. 
Importante, ainda, a Súmula 641 do STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando 
só um dos litisconsortes haja sucumbido”. 
Tem prevalecido o entendimento de que o art. 191 do CPC não se aplica aos Juizados Especiais 
Cíveis, porque é incompatível com a celeridade que se exige do procedimento. Nesse sentido, 
aplica-se o enunciado 123 do Fórum Nacional dos Juizados Especiais. 
 
Possibilidade de aplicação cumulativa dos arts. 188 e 191 
Imagine-se que determinado processo tenha dois réus e que um deles seja a Fazenda Pública. Qual 
seria o prazo de resposta? Se aplicarmos conjuntamente os arts. 188 e 191, ele seria multiplicado 
por oito. Mas não é assim: se estão presentes as hipóteses de aplicação do art. 188 e do art. 191, o 
juiz só aplicará a que for mais benéfica. Portanto, apenas quadruplicará o prazo. O prazo para a 
Fazenda recorrer será em dobro (pois não há aplicação cumulativa). Para contrarrazoar será 
igualmente em dobro, já que a Fazenda está em litisconsórcio, com advogados diferentes 
 
O art. 5º, § 5º, da Lei n. 1.060/50 
Os beneficiários da Justiça Gratuita não têm prazo especial em geral. Mas quando patrocinados 
por órgãos públicos da assistência judiciária, como a Defensoria Pública e a Procuradoria do 
Estado, passam a ter em dobro todos os prazos para falar nos autos. Não há ofensa à isonomia, 
porque tais órgãos atuam em grande quantidade de processos, o que justifica o benefício. 
Equiparam-se, para os fins de dobra do prazo, aos órgãos públicos, os entes que exercem funções 
equivalentes, como os Centros Acadêmicos que, por força de convênio com o Estado, prestam 
serviço de assistência judiciária, mas não tem o benefício os advogados particulares, que atuam 
por força de convênio, prestando serviço de assistência. 
 
Preclusão 
7 
 
É mecanismo de grande importância para o andamento do processo, que, sem ele, se eternizaria. 
Consiste na perda de uma faculdade processual por: 
a) não ter sido exercida no tempo devido (preclusão temporal); 
b) incompatibilidade com um ato anteriormente praticado (preclusão lógica); 
c) já ter sido exercida anteriormente (preclusão consumativa). 
 
Preclusão temporal 
Os prazos próprios são aqueles que, se não respeitados, implicam a perda da faculdade de praticar 
o ato processual. Haverá a preclusão temporal para aquele que não contestou ou recorreu no 
prazo estabelecido em lei. 
Preclusão lógica 
Consiste na perda da faculdade processual de praticar um ato que seja logicamente 
incompatível com outro realizado anteriormente. Se a parte aquiesceu com a sentença e cumpriu 
o que foi nela determinado, não poderá mais recorrer, por exemplo (CPC, 503); 
Preclusão consumativa 
O ato que já foi praticado pela parte ou pelo interveniente não poderá ser renovado. 
Se o réu já contestou, ainda que antes do 15º dia, não poderá apresentar novos argumentos de 
defesa, porque já terá exaurido sua faculdade. O mesmo em relação à apresentação de recurso: se 
já recorreu, ainda que antes do término do prazo, não poderá oferecer novo recurso ou novos 
argumentos ao primeiro. 
Preclusão pro judicato 
Conquanto os prazos judiciais sejam impróprios, para que o processo possa alcançar o seu final, é 
preciso que também os atos do juiz fiquem sujeitos à preclusão. Não se trata de preclusão 
temporal, mas da impossibilidadede decidir novamente aquilo que já foi examinado. Não há a 
perda de uma faculdade processual, mas vedação de reexame daquilo que já foi decidido 
anteriormente, ou de proferir decisões incompatíveis com as anteriores. 
O tema é de difícil sistematização, porque, no curso do processo, o juiz profere numerosas 
decisões, sobre os mais variados assuntos de direito material e processual. 
Nem todas estarão sujeitas à preclusão pro judicato. 
8 
 
O juiz não pode voltar atrás nas que: a) deferem a produção de provas; b) concedem medidas de 
urgência; c) decidem matérias que não são de ordem pública, como as referentes a nulidades 
relativas. 
Mas, mesmo nelas, o juiz poderá modificar a decisão anterior, se sobrevierem fatos novos, que 
justifiquem a alteração. E se a decisão foi objeto de agravo, pode exercer o juízo de retratação, 
enquanto ele não for julgado. 
Há outras decisões que, mesmo sem recurso e sem fato novo, podem ser alteradas pelo juiz. Não 
estão sujeitas, portanto, à preclusão pro judicato. 
Podem ser citadas as que: 
a) examinam matéria de ordem pública, como falta de condições da ação e pressupostos 
b) processuais, requisitos de admissibilidade dos recursos; indeferimento de provas, porque, por 
força do art. 130 do CPC, o juiz pode, a qualquer tempo, de ofício, determinar as provas 
necessárias ao seu convencimento. 
 
Invalidade do ato processual 
O sistema de invalidades do processo não se confunde com o do direito material. 
As categorias de atos nulos e anuláveis, estudadas no Direito Civil, não são adequadas para o 
processo civil. Para compreendê-las, é preciso ter em mente que o processo civil não é um fim em 
si mesmo, mas um instrumento para tornar efetivos os direitos materiais. Além disso, é um 
conjunto de atos que se sucedem no tempo, tendo existência que pode ser bastante prolongada. 
Quando a lei exige que um ato processual tenha determinada forma, ou que seja praticado de 
determinado modo, ou em certo tempo ou lugar, e as exigências legais são desrespeitadas, 
cumpre verificar se o ato será, em razão dos vícios que o acometem, apto para alcançar as 
finalidades para que ele foi realizado. 
Os vícios que podem atingir o ato processual podem classificar-se em três categorias: as meras 
irregularidades, as nulidades — que podem ser relativas ou absolutas — e a inexistência 
 
Atos meramente irregulares 
São aqueles que desobedecem uma formalidade não relevante para a sua validade.Exemplo: a 
existência de rasuras, que não tragam dúvida sobre a autenticidade do ato. 
Nulidades processuais 
Ocorre quando o ato é praticado sem a observância de um requisito de validade. 
9 
 
Distingue-se da irregularidade, porque esta não provoca nenhuma conseqüência e da inexistência 
porque, a partir de um determinado momento, será também sanável. 
No curso do processo, se o juiz detectar alguma nulidade, determinará a correção, ordenando, se 
necessário, que o ato processual contaminado, e os a ele interligados, sejam refeitos. Encerrado o 
processo, haverá ainda a possibilidade de, por meio de ação rescisória, reclamar de algumas 
nulidades. Mas, findo o prazo da rescisória, a nulidade será sanada. A inexistência, por sua vez, 
não se sana nunca, podendo ser arguida a qualquer tempo. 
O ato nulo produzirá efeitos e consequências processuais até que o juiz reconheça o vício e 
declare a nulidade: enquanto isso, continuará eficaz. 
Só podem ser qualificados de nulos os atos do juiz e dos seus auxiliares. Os das partes não o são 
propriamente: apenas, se não preencherem os requisitos legais, não produzirão os efeitos que 
visavam alcançar. 
Assim, se o réu apresentar contestação que não obedeça às exigências legais, o juiz não a 
considerará nula, mas não apresentada, deixando de produzir os efeitos almejados. O ato será 
ineficaz. 
A lei não enumera quais são as nulidades. Mas, de forma genérica, aduz que serão nulos os atos 
que não respeitam determinado requisito legal. 
São exemplos: as decisões prolatadas por juízes impedidos ou por juízos absolutamente 
incompetentes; a falta de intervenção do Ministério Público, quando obrigatória; a citação 
realizada sem obediência às formalidades legais; a sentença que não observe a forma prescrita em 
lei. 
 
Nulidades absolutas ou relativas 
Em ambas, há inobservância de forma prescrita em lei. A diferença é que, na absoluta, a forma 
terá sido imposta em observância ao interesse público, e na relativa, aos das próprias partes. 
Disso resultam diferentes consequências: 
Só a nulidade absoluta pode ser decretada, de ofício, pelo juiz; a relativa tem que ser alegada pela 
parte a quem interessa; a relativa preclui, se não alegada na primeira oportunidade; a absoluta 
não, podendo ser conhecida a qualquer tempo no curso do processo (salvo recurso especial ou 
extraordinário, que exigem prequestionamento) e, eventualmente, até mesmo depois do seu 
encerramento, por meio de ação rescisória. 
Até as nulidades absolutas precluirão em determinado momento, o do encerramento do processo 
(ou da possibilidade de interpor os recursos ordinários) ou, quando muito, o da ação rescisória; 
mas a relativa precluirá se não alegada na primeira oportunidade; a nulidade relativa só pode ser 
10 
 
arguida por quem tenha interesse, por ter sofrido algum prejuízo em decorrência do ato; a 
absoluta pode ser arguida por qualquer dos participantes do processo, ainda que não sofra 
prejuízo, já que pode ser conhecida até mesmo de ofício. Mas também essa regra tem exceções. 
Há casos de nulidades absolutas que só poderão ser invocadas por aqueles que tiveram prejuízo. É 
o caso das decorrentes da falta de intervenção do Ministério Público quando atua como auxiliar da 
parte e do curador especial, quando atua em favor de um dos litigantes. Entende-se que só poderá 
ser alegada se a parte em favor de quem intervém o Ministério Público ou o curador especial tiver 
sucumbido. Se na o tiver sofrido prejuízo, inexistirá a nulidade. 
 
Como distinguir entre nulidade absoluta e relativa? 
Não é fácil, porque a distinção não decorre de texto de lei, mas de criação doutrinária e 
jurisprudencial. Quando a nulidade é cominada por lei, quase sempre é absoluta. São exemplos: 
os atos praticados por juízo absolutamente incompetente ou juiz impedido; a falta de intervenção 
do Ministério Público ou do curador especial, quando necessária. Há ainda nulidades absolutas 
que não decorrem de cominação legal, mas do sistema. Será nula a sentença proferida sem que o 
juiz tenha ouvido a parte sobre um documento juntado aos autos pelo adversário, fundamental 
para a decisão, porque isso fere o princípio constitucional do contraditório. 
São exemplos de nulidade relativa os atos praticados por juiz suspeito, ou em que haja 
incompetência relativa do juízo. Parece-nos que também deva ser incluída nessa categoria a falta 
de designação da audiência do art. 331, do CPC. 
Em suma: será preciso verificar se a forma prevista em lei e não respeitada, decorria de norma 
cogente, estatuída em prol do interesse público, ou de norma não cogente, estabelecida em 
vista do interesse das partes. 
 
As nulidades e a instrumentalidade das formas 
Como o processo não é um fim em si, mas um instrumento, não haverá nenhum vício no ato 
processual — nem nulidade de qualquer tipo, nem inexistência — que alcançou o resultado para o 
qual foi previsto. É o que diz o art. 244, do CPC, que consagra o princípio da instrumentalidade 
das formas. 
A forma só é necessária para assegurar que o ato alcance a finalidade. Se isso ocorrer por outro 
meio, inexistirá vício: se o réu foi citado de maneira incorreta, ou nem foi citado, mas compareceu 
e se defendeu, o juiz não declararánulo ou inexiste o processo. 
O art. 244 faz uma ressalva: o juiz considerará válido o ato praticado em desconformidade com a 
lei, desde que esta não prescreva a nulidade. Mas hoje se entende que, mesmo quando a lei 
comina nulidade, o juiz não a declarará se o ato, por outra forma, alcançou o resultado almejado. 
11 
 
Do princípio da instrumentalidade das formas resulta que não se declarará a nulidade — seja 
absoluta ou relativa — se não houver prejuízo. 
Mas, na relativa, o prejuízo há de ser para algum dos litigantes, que deve demonstrá-lo; ao passo 
que na absoluta, o prejuízo é presumido, e pode dizer respeito não só ao litigante, mas ao 
desenvolvimento do processo ou a aplicação da jurisdição. 
Mas o que torna o assunto complexo é que haverá casos de nulidade, mesmo absoluta, que só 
poderão ser declaradas se houver prejuízo para o litigante, como ocorre nos já mencionados casos 
de intervenção do Ministério Público como auxiliar da parte ou do curador especial como 
representante ou defensor de algum deles. 
 
O efeito expansivo das nulidades 
O processo pressupõe um conjunto de atos encadeados, que se sucedem no tempo. 
Alguns atos processuais estão interligados a outros que o antecedem. A nulidade de um pode 
prejudicar a dos posteriores que dele dependam, mas não prejudicará os que com ele não 
guardam relação. É o que dispõe o art. 248, do CPC: 
“Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele dependem; 
todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam 
independentes”. 
Declarada a nulidade, o juiz invalidará os atos subsequentes que dele dependem, preservando 
aqueles que não estejam relacionados. 
Do texto da lei, extraem-se três consequências fundamentais: 1) A nulidade de um ato não pode 
atingir os que lhe são antecedentes, mas apenas os posteriores. 2) Só serão atingidos os atos 
posteriores que sejam dependentes daquele cuja nulidade foi declarada. 3) A nulidade de um ato 
ou de uma parte do processo não afetará os atos ou partes que deles sejam independentes. 
Há atos processuais dos quais todos os posteriores são dependentes: é o caso da citação. Se ela 
for nula, tudo em seguida também será. 
Mas existem outros atos que podem ser isolados, cuja nulidade não prejudicará nenhum ato 
subsequente ou afetará apenas uma parte do processo. Se o juiz nomeia um perito impedido, 
haverá nulidade apenas da prova pericial, mas não de atos que não tenham relação com a perícia. 
Se for realizado um ato processual complexo, composto por vários atos individuais, a nulidade de 
uns não afetará a de outros, que guardem autonomia em relação àqueles. Por exemplo: na 
audiência, seja a do art. 331 do CPC, seja a de instrução e julgamento, são praticados vários atos 
processuais. É possível que a nulidade de um não prejudique o outro: o juiz preservará aquilo que 
puder, somente mandando repetir o que for contaminado pela nulidade declarada. 
12 
 
Por isso, manda o art. 249 que “o juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, 
ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados”. 
Regularização do processo 
Se a nulidade ocorre no curso do processo, o juiz tomará as providências necessárias para saná-la. 
Sendo relativa, cumpre à parte prejudicada argui-la na primeira oportunidade, sob pena de 
preclusão. Sendo o absoluto, cumpre ao juiz declarar a nulidade, de ofício ou a requerimento do 
interessado, determinando a retificação ou a repetição do ato viciada, e dos subsequentes com ele 
interligados, observados os parágrafos do art. 249. 
Se o processo se concluir, sem que a nulidade absoluta tenha sido detectada, cumprirá verificar se 
há ainda possibilidade de ajuizamento da ação rescisória, o que ocorrerá nas hipóteses do art. 285, 
do CPC. 
 
Os atos processuais inexistentes 
Além das irregularidades e das nulidades, tem-se admitido (embora não de forma unânime) a 
existência de uma terceira categoria de vícios, que podem macular o processo: a inexistência. Daí 
a doutrina fazer a distinção entre pressupostos processuais de existência e de validade. 
O que os distingue é que só a falta dos primeiros gerará um vício insanável. A nulidade pode ser 
alegada no curso do processo e até mesmo depois do seu encerramento, mas há um limite: o fim 
do prazo da ação rescisória. A inexistência, que é jurídica e não fática, também pode ser alegada 
no curso do processo, caso em que o juiz determinará as providências necessárias para saná-la. 
Mas se o processo se encerrar sem que o vício seja detectado, qualquer interessado poderá 
postular ao juízo que o declare. Só depois dessa declaração é que ela deixará de produzir efeitos. 
Como visto no Livro II, item 7.3.3, a providência judicial a ser tomada em caso de nulidade 
absoluta quando o processo já está concluído (ação rescisória) é diferente da que deve ser tomada 
em caso de inexistência (ação declaratória — querela nullitatis insanabilis). 
 
Comunicação dos Atos Processuais 
Há duas espécies de comunicação de atos processuais: aquela que se estabelece entre juízos; e 
entre juízos e partes. Estas últimas são a citação e as intimações, tratadas em capítulo próprio. 
Neste, serão examinadas brevemente as formas de comunicação entre juízos, tratadas nos arts. 
200 a 212, do CPC. 
A comunicação se faz necessário porque determinados atos judiciais exigem a colaboração de 
outros juízos, porque têm de ser praticados em outra comarca ou país. 
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A Lei n. 11.419/2006 trata da comunicação eletrônica dos atos processuais. O art. 7º estabelece 
que “as cartas precatórias, rogatórias ou de ordem, e, de um modo geral, todas as comunicações 
oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os deste e os dos demais 
Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico”. Não sendo possível a sua utilização, 
as cartas serão emitidas pelos meios convencionais. 
O meio de comunicação entre os órgãos do Judiciário são as cartas, transmitidas pelos meios 
eletrônicos (preferencialmente) ou pelos meios convencionais. Elas podem ser de três espécies, 
conforme o órgão para o qual for dirigida a solicitação: a) rogatória, se dirigida a autoridade 
judiciária estrangeira; b) de ordem, quando dirigida a um juiz subordinado ao tribunal que a 
emitiu; c) precatória, nos demais casos. 
 
Carta rogatória 
É o pedido dirigido a um órgão jurisdicional estrangeiro, seja para comunicação processual seja 
para prática de atos relacionados à instrução processual. Não se prestam ao cumprimento de atos 
de constrição judicial, para o que é necessário requerer a homologação da sentença brasileira 
condenatória no país estrangeiro onde estão os bens. As rogatórias vindas do exterior devem 
receber o exequatur do STJ. 
 
Carta de ordem 
É a emitida por um tribunal a órgão jurisdicional a ele subordinado, seja para colheita de provas, 
seja para atos de execução, nos processos de competência originária dos tribunais. 
 
Carta precatória 
A mais comum das formas de comunicação entre juízos que não têm relação de subordinação 
entre si. Quem a expede é o juízo deprecante e quem a recebe o deprecado. É utilizada entre 
todos os tipos de juízos, não importando a que justiça pertençam, nem a que unidade da 
Federação. 
São usadas para comunicação processual, como citação e intimação de pessoas que residem 
noutra Comarca; para a colheita de provas, como ouvida de testemunhas que residem fora ou 
perícia sobre bens e coisas situadas em outro juízo; e para a realização de atos de apreensão 
judicial noutra Comarca. 
Conquanto expedida entre juízos que não têm relação de subordinação, o juízo deprecado é 
obrigadoa cumprir a solicitação contida na carta, salvo as hipóteses do art. 209, do CPC.

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