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Universidade de Caxias do Sul Medicina Veterinária Disciplina: Imunologia Básica – 44 Profª: Daniza Coelho Halfen Acadêmicos: Arthur Bascheira e Roberta Zorzi PÊNFIGO EM GATOS E EQUINOS Caxias do Sul, 03 de dezembro de 2014. INTRODUÇÃO Pênfigo é uma doença autoimune rara que causa bolhas na pele e nas mucosas. A doença abrange o mundo inteiro, mas tem maior prevalência na América do Sul, no Brasil os estados com maior incidência são Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Existem tipos distintos de pênfigos, os dois mais comuns são pênfigo vulgar e pênfigo foliáceo. São pertencentes ao Complexo Pênfigo. Pênfigo Vulgar: é o tipo mais grave. Na maioria dos casos se inicia com lesões dolorosas na mucosa oral, são semelhantes às aftas. Com o tempo essas bolhas aparecem também na pele, no qual contém um liquido translúcido, turvo ou sanguinolento, que quando se rompem foram erosões na pele, semelhantes à queimadura. Pênfigo Foliáceo: é caracterizada pela formação de bolhas superficiais na pele, que se rompem com facilidade, também causam erosões na pele e essas áreas normalmente ficam cobertas por crostas. As lesões também são dolorosas e apresentam a sensação de queimação. PÊNFIGOS EM GATOS E EQUINOS Surgem devido a produção de auto-anticorpos direcionados ao glicocálix dos queratinócitos, ou seja, as estruturas proteicas das próprias células da epiderme que as mantem unidas entre si. A causa da doença ainda é desconhecida, mas hipóteses apontam para fatores emocionais, luz UV, e uso de medicamentos. O sistema imunológico produz anticorpos para atacar vírus e bactérias nocivos. Esses anticorpos são produzidos contra proteínas da pele, chamadas desmogleínas. Quando essas proteínas são atacadas, as células se separam e o fluido que existe entre as células pode vazar, formando assim bolhas que não cicatrizam. O pênfigo foliáceo nos gatos e equinos se dá clinicamente da mesma forma que em humanos, por lesões com erosões ou crostas. Assim como, edema abdominal ventral, dor e prurido também podem estar presentes, em pelo menos metade dos casos diagnosticados há manifestações sistêmicas como depressão, letargia, perda de peso e febre. A raça mais afetada é a Appaloosa, já foram relatados no desenvolvimento da doença a exposição a insetos como os Simuliidae, que no caso desencadeia reação de hipersensibilidade e produção cruzada de anticorpos contra os ceratinócitos. Nos gatos, as crostas e secreções purulentas estão presentes nas unhas e nos mamilos, costumam afetar a região nasal, focinho, coxins e orelhas. Os gatos podem apresentar descamação dos coxins, é comum também exibirem uma infecção na pele ao redor da unha. A face pode ficar disformada e devido a destruição de melanócitos pode haver despigmentação das regiões afetadas, há aumento de gânglios linfáticos, apatia e perda de apetite. Embora haja diversos tipos de pênfigos e os mais comuns sejam o foliáceo e o vulgar, ambos possuem as mesmas características como, sintomas, tratamento, diagnósticos, sinais clínicos, com a diferente que o pênfigo vulgar é considerado o mais grave. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico definitivo é realizado via biopsia, seguido de analise histopatológica, onde é observado a presença de pústulas no interior da epiderme que estão repletas de células inflamatórias, ou seja, células que sofreram ação dos auto-anticorpos. Por se tratar de uma doença auto-imune o tratamento deve ser realizado com drogas imunossupressoras. É importante também o reconhecimento e a eliminação de qualquer fator que possa desencadear a doença, como por exemplo, terapia prolongada com drogas, alergenos, microorganismos, insetos que causam hipersensibilidade ou até mesmo estresse. O tratamento tópico, auxilia na remoção das escamas e crostas, o que reduz a possibilidade de outras infecções. Inicialmente é necessária uma dose grande até obter melhoras nos sinais clínicos, após a dose inicial, se deve manter doses para controle da doença. Devem ser realizados também exames de rotina, como hemogramas, funções renais, hepáticas e urinálise, devido ao risco de efeitos colaterais por causa do uso das medicações imunossupressoras. O tratamento deve ser mantido por períodos prolongadas, quando não para a vida toda. REFERÊNCIAS http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/viewFile/6519/5919 http://www.scielo.br/pdf/cr/v37n2/a51v37n2.pdf http://www.kosvi.com/courses/vpat5205/immune/immune03.htm http://www.dermvetvegas.com/pre_post.html John C. Angus, DVM, Diplomate ACVD Southern Arizona Veterinary Specialists Tucson, AZ DERMATOLOGY SECRETS: PEMPHIGUS FOLIACEUS IN CATS. Proceeding of the NAVC North American Veterinary Conference. Jan.- 182, 2005, Orlando, Florida BOCARDO M, LOPES RMG, PREEIRA REP. DOENÇAS AU-TIMOUNES EM GATOS. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano VI – Número 11 – Julho de 2008 – Periódicos Semestral, Acesso em: www.revista.inf.br – www.editorafaef.com.br
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