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DIREITO AMBIENTAL – PONTO 15

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DIREITO AMBIENTAL – PONTO 15
Produtos tóxicos. Controle. Transporte.
ATUALIZADO EM AGOSTO/2012 – ALEXEY S. PERE
Controle de Produtos Tóxicos
A preocupação com tais produtos não é muito antiga. O problema ganhou dimensão planetária com a publicação do livro Silent Spring, em 1962, e com os acidentes que ocorreram posteriormente. No Brasil, o caso de poluição mais notório é o da cidade de Cubatão/SP.
É um sistema voltado a diminuir o risco que as substâncias tóxicas representam para a vida humana.
O fundamento constitucional está no 225, § 1o, inc. V, da CF. Também encontra amparo no art. 200 da CF (sendo certo que o bem jurídico meio ambiente não deve ser confundido com o bem jurídico saúde pública).
Convenções internacionais
Convenção de Basiléia sobre o controle de movimentos fronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 34/92. Tem por objetivo reduzir a circulação internacional de resíduos perigosos, tendo em vista que as partes consideram “que a maneira mais eficaz de proteger a saúde humana e o MA dos perigos que esses resíduos representam é a redução ao mínimo da sua geração em termos de quantidade e/ou potencial de seus riscos”.
Convenção de Roterdã – Decreto Legislativo n. 197/04. Visa estabelecer os mecanismos para que as populações envolvidas possam ter uma informação adequada sobre a movimentação internacional de substâncias químicas perigosas e agrotóxicos. 
Convenção de Estocolmo – Decreto n. 5.472/05 – objetiva que as partes adotem medidas para reduzir ou eliminar as liberações decorrentes de produção e uso intencionais dos poluentes orgânicos persistentes (POPs) que, em essência, são os chamados organoclorados.
Análise de alguns produtos tóxicos
Amianto – a legislação brasileira, sem desconhecer os riscos causados pelo amianto em suspensão atmosférica, compreendendo a grande importância econômica da utilização do amianto, optou por permitir a sua utilização controlada no território brasileiro. A opção do legislador nacional está plenamente amparada pelos princípios que regem o direito ambiental e, da mesma forma, segue a tendência internacional sobre a matéria. Merece destaque, na legislação abaixo apontada, a ampla possibilidade de que os trabalhadores possam participar ativamente do controle de seus locais de trabalho e, desta forma, da garantia de sua qualidade de vida e saúde.
Riscos – é nocivo apenas para o pulmão e causa a asbestose, o câncer de pulmão e o mesotelioma.
Decisão importante: ADI 3937 QO-MC/SP (Info 509) – foi indeferida a liminar em ADI, sob o fundamento de que a lei estadual, que restringe o uso de amianto, era aparentemente constitucional. 
Considerou que, à primeira vista, a lei impugnada não seria inconstitucional por duas razões. Afirmou, no ponto, que haveria uma norma a respaldar a postura legislativa adotada pelo Estado-membro, qual seja, a Convenção 162 da OIT, promulgada por meio do Decreto 126/91. Essa Convenção seria um compromisso assumido pelo Brasil de desenvolver e implementar medidas para proteger o trabalhador exposto ao amianto, uma norma protetiva de direitos fundamentais, em especial o direito à saúde e o direito ao meio-ambiente equilibrado. Tendo em conta a coincidência principiológica entre o texto constitucional e a Convenção, afirmou que esta deveria ser um critério para se avaliar as normas estaduais, e conferiu às normas da Convenção, no mínimo, o status supralegal e infraconstitucional. Ressaltou que, se a União, no plano internacional, assumiu o compromisso de adotar medidas no sentido de substituir a utilização do amianto crisotila, conforme os artigos 3º e 10 da Convenção 162, esse compromisso deveria ser utilizado também no plano interno em face das unidades federativas. Além disso, o Min. Joaquim Barbosa se convenceu da legitimidade da lei estadual impugnada por reputar inadequado concluir que a lei federal excluiria a aplicação de qualquer outra norma ao caso. Esclareceu que a preexistência da Convenção impediria que se tentasse levar a lei ordinária federal ao status de norma geral. A Convenção é que possuiria tintas de generalidade nessa matéria, sendo a lei federal uma lei específica destinada, talvez, a permitir o crisotila no âmbito das relações federais. Acrescentou que essa distinção entre lei federal e lei específica seria inaplicável ao caso das leis sobre amianto, porque, em matéria de defesa da saúde, sobre a qual o Estado-membro tem competência, não seria razoável que a União exercesse uma opção permissiva no lugar do Estado, retirando-lhe a liberdade de atender, dentro dos limites razoáveis, aos interesses da sua comunidade, sob pena de, assim fazendo, esvaziar por completo o compromisso internacional, assumido pelo Brasil, na Convenção. ADI 3937 QO-MC/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 4.6.2008. (ADI-3937) 
Ascarel – é utilizado em larga escala na refrigeração de sistemas elétricos
Portaria Interministerial n. 19/81 – proibiu a instalação de qualquer equipamento que utilize o Ascarel ou qualquer elemento congênere.
Resolução Conama n. 06/88
Mercúrio – provoca o envenenamento. No Brasil, os principais focos de poluição por mercúrio situam-se nas regiões de garimpo, sobretudo na Amazônia, em regiões de alta concentração industrial, sendo um bom exemplo o Pólo Petroquímico de Camaçari/BA.
Art. 2o do Decreto n. 97.507/89 – vedou o uso do mercúrio no garimpo não licenciado. Resolução CONAMA n. 357/05 – trata do limite legal de concentração de mercúrio na água.
Benzeno – Portaria Interministerial n. 03/82 proibiu a fabricação de produtos que contenham benzeno. Admite-se, contudo, a presença de 1% como agente contaminante.
Cloro – é certamente um dos produtos químicos mais importantes e que, em tal condição, é responsável por importantes impactos ambientais e sobre a saúde humana (é muito usado no tratamento da água). A Lei n. 9.976/00 regulamentou a produção de cloro no Brasil.
Pilhas e baterias – a disposição final delas é um dos mais graves problemas gerados pelos resíduos sólidos. A matéria vem tratada na Resolução n. 257/99 do CONAMA, que o autor entende ser ilegal, ante a ausência de lei disciplinando a matéria.
Transporte de produtos tóxicos
Decreto n. 96.044/88 – regulamentou o transporte rodoviário. A importância dessa regulamentação é imensa, pois é através do transporte rodoviário que circula a maioria das mercadorias. É importante observar que não é apenas o Ministério do Transporte o órgão dotado de atribuições para regulamentar esse transporte. Quando se tratar de produtos explosivos, deverão também ser observadas as normas do Ministério do Exército. Na hipótese de produtos radioativos, deverá ser observada, também, a regulamentação da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Decreto n. 98.973/90 – regulamentou o transporte ferroviário de produtos perigosos.
JURISPRUDÊNCIA:
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE FERTILIZANTE JUNTO AO MAPA - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. LEGALIDADE DAS EXIGÊNCIAS POR ATOS ADMINISTRATIVOS. PREVISÃO LEGAL. ARTS. 7º E 11 DO REGULAMENTO DA LEI 6.894/1980, ANEXADO AO DECRETO 4.954/2004. A alegação defendida pela recorrente de o produto em comento ter registro junto ao MAPA com validade por prazo indeterminado, não necessitando de renovação, não tem prevalência sobre o dever de controle e proteção à saúde e ao meio ambiente pelo poder público. A leitura sistemática do Decreto n. 4.954/2004 revela que a concessão de registro anterior, ainda que com prazo de validade indeterminado (art. 8º, § 1º) não impede que a autoridade administrativa, diante da possibilidade de os fertilizantes, depois de ingressarem no mercado, revelarem-se potencialmente nocivos à saúde ou ao meio ambiente, exija, por meio de ato administrativo (norma infralegal), o cumprimento de novos requisitos. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte,não-provido. (STJ: REsp 960.017/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/03/2008, DJe 26/03/2008)
ADMINISTRATIVO. DANO AMBIENTAL PRESUMIDO. REPARAÇÃO. OCORRÊNCIA DE DANO. DEMONSTRAÇÃO. LAUDO PERICIAL. UTILIZAÇÃO DE BIFENILAS POLICLORADAS - PCB'S - ASCAREL. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. 3. Nem sempre o dano ambiental será passível de demonstração, devendo ser presumido das circunstâncias que permeiam o caso. Na hipótese em análise, o uso de substância altamente tóxica, em descompasso com a determinação dos órgãos reguladores, por mais de 16 anos, permite inferir a ocorrência do dano ambientar, tanto no plano individual quanto no coletivo. 4. Com efeito, o laudo pericial descreve inúmeras possibilidades de contaminação pelo contato com o produto, seja através da chamada poluição fria, decorrente de algum vazamento ou derramamento do fluído, seja por meio da poluição quente, hipótese em que a elevação da temperatura leva à dispersão do produto sob a forma de gases tóxicos. 5. O que se percebe do laudo pericial é que os potenciais danos pelo uso continuado do ascarel são muitas vezes de difícil percepção, já que nem sempre se manifestam de forma imediata, mantendo-se camuflados durante longo período de tempo. A afirmação de que os PCB's podem estar se acumulando no ambiente corrobora este entendimento. 6. Destarte, no presente caso, ganha relevância o Princípio da Precaução, pois na ausência de certeza científica formal, a existência de um risco de um dano ambiental sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano, a fim de garantir a preservação do meio ambiente para as gerações futuras. 7. Recurso conhecido e desprovido. (TRF2 - AC 199151011040732, Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND, TRF2 - OITAVA TURMA ESPECIALIZADA, 31/08/2009)
MANDADO DE SEGURANÇA. BROMETO DE METILA. FUMIGAÇÃO DE EMBALAGENS DE MADEIRA. PROIBIÇÃO DE USO DA SUBSTÂNCIA PELA RESOLUÇÃO Nº 19/00 DA ANVISA. PREVALÊNCIA EM RAZÃO DA PROTEÇÃO À SAÚDE, À VIDA E AO MEIO AMBIENTE. NOVOS REGRAMENTOS SOBRE A MATÉRIA EM RAZÃO DE ATOS INTERNACIONAIS. SEGURANÇA DENEGADA. 2. Trata-se o brometo de metila de gás liquefeito, inflamável, altamente tóxico, incolor à temperatura e pressão ambiente e, em razão de sua alta persistência na atmosfera, a substância também é prejudicial à camada de ozônio. Destarte, o Brasil é signatário da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985) e do Protocolo de Montreal (1987) - promulgado e publicado no Brasil pelo Decreto n. 99.280, de 6 de Junho de 1990 - comprometendo-se internacionalmente a reduzir e proibir substâncias - dentre as quais o brometo de metila - degradadoras da Camada de Ozônio. 3. Muito embora não haja hierarquia formal estrita, entre os diversos atos administrativos exarados acerca da matéria, que imponha, a princípio, o afastamento de um ou de outro, o conflito deve se resolver favoravelmente ao ato emanado pela autoridade competente, qual seja, a da ANVISA, carecendo os demais órgãos de legitimidade para tratar do assunto. Outrossim, a resolução deve preponderar pela precaução e preservação do meio ambiente (proteção à camada de ozônio) e à saúde (toxicidade do produto), na linha do compromisso assumido pelo Brasil nos atos internacionais. 4. O uso da proporcionalidade e da razoabilidade dos atos administrativos deve premiar o avanço das medidas de erradicação de uma substância tóxica e extremamente poluente à camada de ozônio, prevalecendo as novas diretrizes e não o retrocesso com autorizações pretéritas já despidas de credibilidade junto à comunidade internacional. (TRF3 - AMS 200061000107981, JUIZ ALEXANDRE SORMANI, TRF3 - TERCEIRA TURMA, 14/02/2007)
BIBLIOGRAFIA
Antunes, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 12a ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2010.

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