Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 | P á g i n a Apresentação O presente trabalho é uma análise da organização escolhida para estudo. Qual o tipo de estrutura da organização? Em que etapa do desenvolvimento administrativo ela se encontra? Quais os principais pontos críticos que puderam ser observados? Qual ponto crítico será estudado mais afundo no decorrer do semestre? São apenas algumas das perguntas e resposta que serão observadas no decorrer do texto. Sendo uma empresa relativamente pequena, A Loja Jambô – Livros Divertidos, será analisada quase que em sua completude, não fazendo sentido separar os departamentos e áreas internas da organização e escolher apenas um deles, uma vez que eles se interconectam tanto comercialmente e portanto financeiramente, quanto juridicamente. O ponto crítico que será analisado diz respeito à totalidade da empresa pois essa característica - que será apresentada mais tarde – envolve toda a gestão da organização, influenciando não apenas os objetivos à curto prazo da organização mas como também a sua sobrevivência à longo prazo em um mercado competidor que não espera o concorrente se adaptar às novas realidades. 2 | P á g i n a 1. Apresentação da Loja Jambô A escolha da Loja Jambô se deu conforme a ideia sugerida pelo professor Guilherme Dornelas, de se fazer a análise de uma organização que preferencialmente não fosse uma simples empresa ou que houvesse algo de diferente e inovador. A Jambô – como é conhecida pelos clientes – é uma loja especializada em artigos específicos para um grupo de pessoas que vem crescendo fortemente no Brasil ao longo das últimas duas décadas, os chamados “nerds1”. Pessoas que antes eram considerado páreas da sociedade e que vêm tomando projeções significativas em nossa realidade social. Os clientes da Jambô, são um grupo fiel de compradores, que estão sempre em busca de novos produtos e prazeres. São pessoas que investem muito dinheiro em seus hobbies e passatempos, e consequentemente influenciam outras pessoas com seus gostos muitas vezes visto como refinados. A leitura é uma parte essencial na vida de qualquer “nerd, “geek”, “freak”. Pois é através dela que esse grupo obtém mais qualificações e tenta se sobre sair aos demais. A literatura fantástica tem um significado especial para esse grupo de clientes e pessoas. Sabendo disso a Jambô, no início dos anos 2000, investiu em uma área até então mal vista dentro do nosso país: a linha editorial da empresa voltou-se para o mercado de literatura fantástica, tendo lançado primeiramente a tradução do RPG2 (Role-playing Game) “Black Dops”, e em 2010 tendo contribuído para esse mercado com a “Tormenta”, sucesso nacional de vendas e um dos sistemas de interpretação favorito da nova geração de jogadores que se formou na mesma época, e mais tarde tendo convidado o autor Leonel Caldela para lançar um romance no mesmo cenário em que se passa o jogo, tendo sido muito bem aclamado pela crítica. Além de ser uma editora muito bem conceituada atualmente no mercado interno brasileiro, a distribuidora da organização é uma das mais bem sucedidas no ramo de jogos, livros, revistas e artigos “nerds” em geral, sendo uma das principais distribuidoras da empresa COPAG, uma das principais empresas no ramo de jogos e baralhos. A seguir segue o texto de apresentação da empresa que pode ser encontrado no site da editora. “A Jambô trabalha com as coisas mais legais do mundo nerd desde a década de 1990. RPG, card games, mangás… Tudo está em nosso DNA há muito tempo. Mas, no começo, apenas vendíamos esses produtos em nossa loja. Levar materiais divertidos para o público é bom, mas queríamos fazer mais: queríamos lançar nossos próprios livros, nossos próprios jogos. Assim, em 2002, nasceu a Jambô Editora. Começamos publicando versões brasileiras de RPGs publicados lá fora — Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, para ser mais exato. Em 2004, 1 Nerd a2g. 1 Gír. Que é pouco sociável; que só quer saber de estudar ou trabalhar s2g. 2 Indivíduo que não gosta de viver em sociedade. [F.: Do ing. Nerd.](Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo da Língua Portuguesa) 2 RPG. Role-playing Game, jogo de interpretação onde os personagens são interpretados pelos jogadores afim de alcançarem objetivos e conquistas no decorrer do jogo. Jogo cooperativo de narração onde um dos membros denominado “Mestre” cria o ambiente e as características iniciais do jogo permitindo que os jogadores tomem as decisões e construam a narração da história sem interferência. 3 | P á g i n a começamos a lançar também material nacional, com a publicação dos livros de Tormenta, até hoje a marca brasileira de maior sucesso no mundo do RPG. Desde então, não paramos mais. Novas linhas, novos títulos, novos autores. Só uma coisa se manteve a mesma: nosso foco em livros divertidos. Hoje, trabalhamos com diversos RPGs, incluindo 3D&T, o RPG mais vendido do Brasil, e Guerra dos Tronos, o jogo oficial dos romances da série As Crônicas de Gelo e Fogo e do seriado Game of Thrones. Sem contar o já citado Tormenta, o premiadíssimo Reinos de Ferro e vários outros. É tanta coisa que, desde 2007, a Jambô é a editora brasileira que mais publica livros de RPG! E não é só RPG que fazemos: lançamos também vários outros produtos. Temos livros-jogos, aqueles em que você escolhe o que o protagonista vai fazer. Temos romances — a Jambô publicou O Inimigo do Mundo, primeiro trabalho do hoje renomado Leonel Caldela. E temos quadrinhos, incluindo Holy Avenger, de Marcelo Cassaro e Erica Awano, uma das HQs mais premiadas do Brasil e finalista do prestigiado International Manga Award. Em 2013, a Jambô deu seu primeiro passo no mundo dos games, com Tormenta: O Desafio dos Deuses. Alvo de uma campanha de financiamento coletivo que arrecadou mais de 70 mil Reais (a maior campanha desse tipo já realizada no Brasil), o jogo está atualmente em produção. Para as plataformas PC, Mac e Linux, será um game de ação e aventura no mundo de Arton. Também em 2013, a Jambô mudou seu site. De uma página apenas institucional, passamos a um portal de RPG e conteúdos relacionados, com artigos, contos, tirinhas e mais. O responsável pelo site é J. M. Trevisan, ex- editor da lendária revista Dragão Brasil. Difícil pensar em alguém mais capacitado para a tarefa, não? Por enquanto, é isso. Mas quem sabe o que mais o futuro trará? Como qualquer bom personagem de RPG, estamos sempre ganhando XP — e sempre subindo de nível.” (Jambô, 2014) (Fonte - http://jamboeditora.com.br/) A Jambô é uma empresa familiar que visa a lucratividade e o bom conceitua- mento entre seus clientes das mais diversas faixas etárias. Além de promover eventos para leitores e jogadores, a Jambô disponibiliza a loja filial, conhecida entre os cliente como “O Salão de jogos”, onde são realizados eventos semanais, que podem variar desde uma simples jogatina entre amigos até eventos de campeonatos, encontros de mestres e jogadores ou divulgações de jogos e materiais. A escolha por essa organização se deu em função de ter sido a primeira empresa do gênero na região sul do país e uma das primeiras do país no ramo. A Jambô começou a inovar em meados dos anos 80’ e 90’ até chegar ao seu status quo. Os proprietários não veem a empresa como uma instituição burocratizada internamente, sendo a passagem e transmissão de informações muito homogeneizada entre os diferentes departamentos e áreas. Eles tem essa opinião com conhecimento de causa. 4 | P á g i n a Será feito uma análisena estrutura da empresa, dando ênfase a óptica da teoria contingencial, pois ela permite uma compreensão mais global da organização e do meio (estrutura). A escolha por essa linha de pensamento é devido ao maior número de opções – dentre a gama disponível – que permite relacionar não apenas uma teoria, mas exige que seja feito uma análise dentre todas as teorias estudadas no decorrer do semestre. Como salienta Chiavenato: “[...] a abordagem contingencial salienta que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única que seja melhor para organizar no sentido de se alcançar os objetivos altamente variados das organizações dentro de um ambiente também altamente variado”.3 Dentre as opções de estudo destaco o “estruturalismo”, sendo o principal expoente do positivismo, o estruturalismo surgiu devido a necessidade de responder as divergências observadas nas teorias clássica e da escola das relações humanas. De acordo com Chiavenato (2003), esta teoria caracteriza-se por sua múltipla abordagem, englobando em sua análise a organização formal e informal, recompensas materiais e sociais e entre outros, reconhecem os conflitos organizacionais, ditos como inevitáveis. Por fim, os estruturalistas fazem uma análise comparativa entre as organizações, propondo tipologias, como, a de Etzione (1980), na qual ele se baseia no conceito de obediência, e a de Blau e Scott (1970), que se baseia no conceito de beneficiário principal.4 A empresa analisada segue uma linha muito orgânica na tomada de decisões, como será visto mais adiante nas entrevista, muitas das decisões tomadas pela cúpula estratégica da organização seguem uma “ordem”, altamente subjetiva, sendo os interesses dos donos parte dessa subjetividade. Essa é uma características das organizações e empresas empreendedoras, o que não pode ser interpretado como algo negativo, pelo contrário essa é uma característica esperada nesse modelo estrutural mais dinâmico (Mintzberg; 2008). A “cúpula” da empresa é formada por administradores, em sua maioria formados pela UFRGS, dentre eles estão os dois donos atuais da empresa, portanto com um bom conhecimento de causa os organizadores da empresa tentam visar a otimização da organização e de suas funções internas e se possível as relações externas com o mercado. A empresa conta hoje com um total de dezenove funcionários nos diferentes departamentos, sendo que pode haver um aumento de contingente nos períodos sazonais, dia das crianças, Natal, final de semestres acadêmicos, etc. Da mesma forma, fora desses períodos sazonais há um decréscimo do número de funcionários. 3 CHIAVENATO, Idalberto, p. 791, Introdução a teoria geral da administração, 4ª ed., São Paulo: Makron Books, 1993 4 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 5 | P á g i n a 2. Objetivos 3.1 Objetivo geral: Apresentar organização. Analisar o modelo estrutural; modelos teóricos adotados pela organização. Detectar pontos críticos. Analisar esses pontos críticos e os efeitos que eles acarretam a organização. 3.2 Objetivos específicos: O objetivo desse trabalho é realizar uma análise organizacional baseando-se nos teóricos apresentados e estudados em aula no decorrer do semestre e do avanço da disciplina. Ao final da análise o leitor poderá identificar quais foram os aspectos analisados e as características principais da organização tais como: estrutura organizacional, modelos administrativos adotados e observados, comportamento dos funcionários, tomadas de decisão etc. No decorrer do semestre o trabalho deverá apresentar-se na forma de uma análise da organização, o que permitirá detectar os pontos críticos - tanto propriedades positivas quanto negativas. A análise deverá ser feita seguindo os critérios dados em sala de aula com o acompanhamento e observação crítica do orientador, de maneira que ao final possa ser apresentado uma análise conforme apresentada por Antonio Cury (2012). Seguindo os inputs propostos pelo texto, será efetuado: a) “Diagnóstico situacional das causas”. b) “Estudo da solução dos problemas”. c) “Planejamento e implementação das mudanças”. O ponto crítico principal que será analisado está situado no planejamento financeiro da organização que vem enfrentando problemas graves nos últimos tempos devido a mudança de paradigma que a empresa está sofrendo. Uma vez que ela está deixando de ser uma organização de estrutura simples para tornar- se mais complexa. 6 | P á g i n a 3. Procedimentos da pesquisa O presente trabalho resulta de uma pesquisa exploratória, da qual participaram três executivos do setor comercial, e dois funcionários do corpo operacional da organização. Como técnica de coletas de dados optou-se inicialmente por entrevistas gravadas em um aparelho de gravação sonoro e posteriormente transcrito em texto para que seja feito uma análise mais profunda dos argumentos e informações prestadas. “O emprego da entrevista na pesquisa qualitativa é importante para mapear ‘a compreensão dos mundos da vida dos entrevistados e de grupos sociais especificados’” (Gaskell, 2003, p. 65). A primeira entrevista foi realizada com o senhor Rafael Dei Svaldi, em seu escritório. O primeiro contato foi feito por e-mail, explicando o objetivo da entrevista e o propósito do trabalho no decorrer do semestre. Tendo sido agendado a entrevista o segundo contato foi pessoalmente. O objetivo da primeira entrevista era situar o entrevistador nas origens da empresa e em sua história no decorrer das últimas três décadas. As entrevistas possibilitaram um aprofundamento do conhecimento prévio que existia sobre a empresa. O roteiro abordou os seguintes aspectos: o percurso da organização; a descrição e percepção do executivo com relação ao mercado; a atual situação da empresa; perspectivas do futuro; os motivos de mudanças ocorridos no decorrer dos anos. Aspectos que pudesse trazer luz aos modelos adotados pela organização. Para a interpretação das informações obtidas durante a entrevista, utilizou- se o método da Hermenêutica Filosófica: “A hermenêutica filosófica refere-se principalmente à teoria do conhecimento de Hans-Georg Gadamer como desenvolvida em sua obra "Verdade e Método" (Wahrheit und Methode), e algumas vezes a Paul Ricoeur. Consistência hermenêutica refere-se à análise de textos para explicação coerente.” (Aranha, p.163, 1993) Além das entrevistas com os sócios e donos da empresa, foram realizadas acompanhamentos regulares nas atividades da empresa e nas reuniões gerenciais. 7 | P á g i n a Nem todas as respostas foram analisadas. Foi dada ênfase às perguntas e respostas com maior relevância para compreender os modelos adotados pela organização. Dessa forma, mesmo constando as entrevistas em sua completude, a análise que foi feita é estritamente focada nos argumentos que propiciam alguma análise teórica. A análise foi realizada seguindo diferentes escolas de pensamento administrativo. Sendo a teoria de contingência a mais observada devido a sua capacidade de relacionar diferentes teorias e modelos administrativos. A “estrutura” da empresa foi estudada conforme os textos de Mintzberg (2008), focando-se no entendimento das cinco configurações apresentadas e relacionandoos aspectos – que podiam ser relacionados – com a atual conjuntura da empresa. 8 | P á g i n a 4. Jambô 4.1 Estrutura e características A loja Jambô, é uma empresa de artigos colecionáveis, com uma gama de produtos altamente especializada. Os clientes e frequentadores da loja são um público tão restrito quanto os produtos e serviços oferecidos pela empresa. Na loja comercial – tanto física quanto virtual – pode ser encontrado materiais que variam desde jogos até livros, brinquedos e vestuários. A empresa é considerada a primeira do seu gênero no estado do Rio Grande do Sul e uma das primeiras da região sul do pais. “A empresa possui em seu catálogo produtos que visam o público adulto, como colecionáveis e modelismo. Lojas com essa gama de produtos são comuns nos EUA e na Europa, talvez por razões culturais (afinal, em países de clima frio as pessoas precisam ter como passar o tempo dentro de casa...)”5. Inicialmente concebida como uma boutique de roupas para donas de casa, a loja sofreu diversas mudanças ao longo das últimas três décadas até encontrar- se no conceito atual. Muitas das transformações ocorreram tanto pela necessidade de adaptar-se a uma nova realidade econômica, quanto pelo desejo de explorar em solo empreendedor desconhecido. A transição entre uma empresa do ramo de vestuário para o ramo do entretenimento é interessante de ser observado. Sendo a Jambô uma empresa limitada, com quotas de participação a tomada de decisão sobre a mudança de rumo dos interesses da Jambô com o mercado pode ser interpretado - do ponto de vista teórico – como uma característica da administração participativa. Observando da óptica de Likert a Jambô, como organização enquadrar-se-ia entre os sistema 2 e/ou 3, usualmente encontrado no ramo dos serviços, porém sem perder as características de coerção típicas de organizações com um caráter mais especializado. Do ponto de vista da Teoria das Decisões, o fato de o entrevistado dizer: “que foi um processo mais orgânico”, caracteriza como tendo sido uma decisão racional na tentativa de solucionar um problema – que no caso foi a característica do mercado em mutação – mas mesmo assim pode ser interpretado 5 DEI SVALDI, Guilherme, p. 28, O E-book como alternativa para empresas do mercado editorial: o caso da Jambô Editora 9 | P á g i n a como uma tomada de decisão subjetiva, ou seja, os interesses dos donos nessa área do comércio, foi um fator importante. Herbert A. Simon salienta: “que o processo de decisória começa com o indivíduo e permite-lhe solucionar problemas ou defrontar-se com situações. A subjetividade na decisões individuais é muito grande”6. Empresas familiares possuem essa característica dita como orgânica, pois facilita a tomada de decisões e reduz a carga de formalismo como é descrito no modelo de estrutura simples de Henry Mintzberg. Além da proposta de Mintzberg (2008), a Teoria Comportamental estuda essa característica mais informal da tomada de decisões, citando os “indivíduos” como agentes no processo de decisão a respeito de alternativas mais ou menos racionais de comportamento7. “[...] a organização está permeada de decisões e de ações.” (Chiavenato, 2003) A tomada de decisões estratégicas da empresa, principalmente na área de investimentos fica sob a tutela dos dois sócios, os irmão Dei Svaldi. Contudo, como o próprio entrevistado salienta no decorrer da entrevista, ambos os sócios exercem funções definidas na organização na parte administrativa. Sendo assim, tirando pela parcela correspondente a definir o futuro da empresa e às áreas de investimentos a organização segue uma estrutura organizacional bem definida – como será demonstrado mais adiante. Quanto ao organograma de funções da empresa destaca-se três modelos que complementam-se. A figura 1 destaca o modelo estrutural da Empresa Jambô, entidade com único CNPJ dividida em “Loja Jambô” e “Editora Jambô”. Nessa figura não há destaque para os cargos exercidos sendo apenas uma mera visualização da estrutura como registrada na junta comercial. 6 CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à Teoria Geral da Administração, p. 572, cit. 7 CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à Teoria Geral da Administração, p. 567, cit. Figura 1 10 | P á g i n a Por outro lado a figura 2 destaca as principais funções administrativas encabeçado pelo Gerente-Geral – função atualmente exercida pelo sr. Rafael Dei Svaldi. Destaco um problema de consistência que é nitidamente identificado ao observar o diálogo da entrevista e o organograma da figura 2. Sendo os donos e sócios os responsáveis pela tomada de decisão dos investimentos da empresa, eles – como cúpula de investimento – possuiriam a característica de cúpula estratégica uma vez que são os detentores da “responsabilidade global pela organização” (Mintzberg, 2008, p. 24). Portanto formalmente não existe essa cúpula apesar de ela ser a responsável informal pela tomada de decisões. Seria mais pertinente para a organização representar essa cúpula no organograma formal da empresa acima do cargo de Gerente-Geral, pois, o gerente-geral atua somente como o diretor da organização delegando funções e ações que foram previamente decididas na cúpula. Na terceira figura observa-se mais profundamente a diferenciação entre os cargos e seus ocupantes (ainda sem apresentar a cúpula estratégica nitidamente), contudo ela pode ser observada sendo exercida informalmente pelo Gerente- Geral e Subgerente-Geral. Destaco essas observações com respeito aos organogramas da empresa, pois, lembrando, a análise da organização será feita sob a óptica das teorias estudadas em aula. Em específico a Jambô será fortemente analisada segundo a estrutura simples abordada por Mintzberg (2008). Figura 2 11 | P á g i n a É possível analisar pelo terceiro organograma da empresa – que diz respeita ao departamento comercial - que existe um certo grau de hierarquia, como é de se esperar em uma empresa familiar de pequeno porte, contudo existe uma horizontalidade a partir dos cargos de subgerencia, “[...] fazendo uma analogia esse Figura 3 – Estrutura Jambô Fonte Jambô 12 | P á g i n a tipo de estrutura hierárquica se aproximaria de uma diagonal [...]”8. Essa estrutura pode ser classificada como uma estrutura simples, pela pouca utilização de assessores e técnicos – como será visto mais adiante esse serviço é terceirizado como é comum nesse tipo de empresa. Por mais marcante que o organograma evidencie a divisão de funções essa divisão no trabalho não é vista pelos membros da organização como algo rigoroso. Sendo os donos e sócios os responsáveis pela tomada de decisão dos investimentos da empresa, eles – como cúpula de investimento – possuem as características de cúpula estratégica uma vez que são os detentores da “responsabilidade global pela organização” (Mintzberg, 2008, p. 24). A cúpula estratégica é formada basicamente pelos dois sócios sendo que o senhor Rafael Dei Svaldi é o primeiro na hierarquia de decisões operacionais, seguido por seu irmão o senhor Guilherme Dei Svaldi. Abaixo deles está o cargo de gerente-geral, seguido pelos gerentes administrativos e comercial, além do editor-chefe (cargo exercido por Guilherme Dei Svaldi). O gerente-geral possui uma amplitude de poder e comunicação com todosos departamentos e setores da empresa, sendo muitas vezes desnecessário que haja uma comunicação formal através dos membros da chamada “linha intermediária”, representada no organograma pelos gerentes comerciais e administrativos e subsequentemente pelos subgerentes. Um aspecto interessante de observar é que os gerentes e o editor-chefe, além de fazerem parte da cúpula estratégica também compõem a linha intermediária, sendo que essa dualidade de funções uma característica temporal e circunstancial, comumente observado em empresas de pequeno a médio porte. No corpo operacional temos principalmente os vendedores, que normalmente são universitários e frequentadores da loja. Os vendedores não necessitam de um grande grau de instrução para exercer suas atividades, todavia, o setor de “cards” necessita de pessoal qualificado para a venda e troca de produtos, uma vez que essa é talvez uma das áreas mais especializadas do setor de vendas da organização. Esse cargo geralmente é ocupado por jogadores experientes que tem um grande conhecimento do produto. Além deles, na editora, existe dois editores, incluindo o senhor Guilherme Dei Svaldi, os tradutores que normalmente também são escritores, e o diagramador que trata tanto da arte final quanto da formatação de texto entre outras qualificações para a futura publicação do material. Como Mintzberg (2008, p.182) “as estruturas de empresas empreendedoras possuem a tendência de se organizarem de maneira mais simples, além de assumirem riscos maiores por conta desse tipo de estrutura. A rotatividade do corpo de funcionários pertencentes a “linha intermediária” pode ser tratada como baixa ou baixíssima, uma vez que basicamente as mesmas pessoas ocupam os mesmos cargos a um longo período de tempo. Essa é uma características de organizações empreendedoras que geralmente possuem uma característica chamada “missão da organização” que nesse caso é a exploração 8 Nota de aula do dia 9 de setembro de 2014, Prof.: Dr. Guilherme Dornelas 13 | P á g i n a do mercado “nerd” na região sul do pais e o crescimento da empresa nesse mercado. O corpo de funcionários operacionais, exercido pelos balconistas e vendedores, tem uma permanência menor devido à alta especialização desses membros. Como foi salientado antes, esses funcionário são geralmente universitários que após passarem pelo período de experiência profissional no mercado de vendas, procuram novas experiências mais voltadas para as suas respectivas áreas. Os membros operacionais que permanecem por mais tempo, são normalmente realocados de maneira que a empresa possa aproveitar seus conhecimentos técnicos e à medida que a empresa cresce - e novos cargos são criados - esse grupo de pessoas tem a preferência sobre o mercado externo. Isso pode ser interpretado tanto como algo bom do ponto de vista das teorias tradicionais de Weber, Fayol, ERH, pois essas promoções internas são vistas como um sistema de recompensas para os funcionários, e do ponto de vista das teorias mais recentes como a de contingência isso pode ser interpretado como algo ruim, pois exime a possibilidade de novas perspectivas e minimiza a tomada de decisão como uma propriedade racional da organização fazendo dela uma propriedade subjetiva e irracional. Um aspecto que deve ser levado em conta, que é característico de empresas pequenas, é os meios de publicidade e propaganda adotados. Utilizar dos próprios clientes como meio de comunicação e publicidade não é algo novo no mercado empreendedor, na realidade, muitas empresas novas começam a alavancar-se dessa forma. O caso da Jambô não é exceção, como uma organização que presta um serviço especializado para um grupo considerado restrito, os clientes além de possuírem o status de fidelidade com a loja são também uma força importante para atrair novos clientes, membros do mesmo mercado, ou para formar novos consumidores dos produtos e serviços oferecidos. Hoje – devido a essa qualidade de clientes fiéis – a empresa estuda modelos promocionais que permitirão aos clientes acumularem “pontos de fidelidade”, que poderão ser convertidos em dinheiro, prêmios ou benefícios. Essa atribuição mais profissional é característico de empresas de grande porte, especialmente no meio editorial, papelaria, entretenimento. Se alcançado esse objetivo a empresa passaria a ter uma estrutura mista agregando os valores observados tanto na estrutura simples de Mintzberg, quanto qualidades da Teoria Geral dos Sistemas característico de empresas maiores. A loja filial localizada na Rua Coronel Genuíno, 209, também conhecido pelos frequentadores como o “Salão de Jogos” tem um papel interessante e importante de ser destacado. Sendo o local de encontros dos consumidores para testar os produtos comprados, também possui a característica de possuir um serviço – que hoje já não é mais único – de eventos e confraternizações. Essa sede tem como característica que não fecha durante os fim de semanas, nem mesmo ao meio- dia, contemplando os frequentadores com um espaço e horário praticamente interminável. Essa característica também é observada como um modelo de publicidade gratuita desenvolvido pela organização devido à necessidade que o mercado demandava por locais apropriados para eventos e encontros. 14 | P á g i n a Sendo uma característica tanto do ambiente em que a empresa está inserida quanto da cultura dos clientes a empresa teve de adaptar-se a essa realidade. Isso modificou o mercado concorrente que não oferecia esse serviço e se viu obrigado a mudar sua posição. Além disso uma observação interessante a se fazer é que as empresas situadas nas redondezas do Salão de Jogos adaptaram- se a nova realidade e passaram a possuir expedientes no mesmo horário da Loja Jambô, afim de pegar uma parcela dos consumidores para si. O tamanho da equipe de funcionário da distribuidora é uma característica do interesse da organização que atualmente conta com apenas um funcionário, responsável pela entrada e saída de mercadoria. Um método para diminuir custos empresariais é a pequena contingência de funcionários. Nos períodos de sazonalidade isso pode ser resolvido com a contratação de temporários9. 4.2 Perspectivas A empresa tem um profundo interesse de expansão no território nacional. Esse objetivo vem sendo alcançado por meio da loja virtual e do selo, além disso, como representante comercial de diversas outras empresas do ramo a Jambô têm reconhecimento e extensão dentro do mercado nacional de colecionáveis. Visando essa mudança de paradigma (de organização e empresa local, para nacional) a Jambô vêm investindo em melhorias do que pode ser considerado pontos críticos da organização. Sendo uma empresa com local físico é necessário para a empresa empreender em um estoque de produtos para atender as demandas da clientela. Esses custo, característica estudada pela contabilidade, ao mesmo tempo que representa um problema financeiro da organização deve ser visto, também, como um processo de salvaguarda e precaução para possíveis problemas logísticos. A empresa tem meios para utilizar-se de outros sistema de vendas, como a encomenda do produto a ser comercializado apenas quando o pedido é feito. Essa prática largamente utilizada pelas novas lojas e empresas virtuais reduz os custo a longo prazo, porém não maximiza os lucros, além de ser uma fonte de possíveis problema jurídicos. O custo de frete é um fator intrínseco ao risco da atividade comercial que a empresa se dispõe a realizar, custo de transporte, problemas de entrega, etc., são todos problemasexternos ambientais muito vastos para serem solucionados. Outro fator que foi levantado pelo Gerente-Geral é o baixo número de fornecedores nacionais. Dentro do ramo em que a empresa está inserida é de se espantar que já haja algum fornecedor no mercado nacional. O Brasil não tem a cultura dos países do hemisfério norte de entretenimento em casa, devido em parte ao clima que favorece o exercício de atividades ao ar livre mesmo em períodos de baixas temperaturas. 9 LEI No 6.019, DE 3 DE JANEIRO DE 1974 15 | P á g i n a Os principais fornecedores da Jambô são as grandes redes que assumem os riscos de importação para si ou que possuem recursos para a produção de tiragens dos produtos comercializados. Na área editorial, o mercado vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, em especial desde o ano de 2001, como o sr. Dei Svaldi mesmo destacou, “O Senhor dos Anéis foi um divisor de águas [...]”, sendo uma das principais fornecedoras do mercado, a empresa – que possui poucos concorrentes de mesmo porte – encontra dificuldades para obter mais materiais e produtos que se destaquem no mercado. Além do problema de regionalidade, como a sede da empresa encontra-se no Rio Grande do Sul, os valores de frete e o alcance para a distribuição de largas escalas de materiais torna-se um problema. Esse último problema é algo vivido intensamente pela distribuidora. A empresa não possui a própria imprensa, portanto devido à falta de maquinário a editora fica dependente das empresas de publicações que possuem os meios e recursos para exercer a produção. Os custos de tiragem ficam a cargo da própria editora, como é demonstrado na tabela abaixo 1011 Como pode se observar os custos de impressão são repassados ao consumidor, diminuindo os ganhos da empresa. Quanto aos poucos canais de vendas talvez seja necessário explorar meios de vendas pouco convencionais. Tanto a editora, quanto a loja que realiza as vendas propriamente, utilizam o artifício da tecnologia – por meio da loja virtual – para aumentar a extensão de suas vendas. Mesmo sendo uma livraria a loja não utiliza recursos como a feira do livro de Porto Alegre, realizada sazonalmente no mês de novembro, preferindo se abster as pequenas feiras escolares, geralmente de escolas particulares da grande Porto Alegre, ou feiras e eventos relacionados a cultura nerd, Otaku12, etc. Um dos pontos críticos levantados foi o modelo para controle do estoque. Dependendo do modelo de controle adotado pela organização para os seus estoques esse ponto crítico pode ser facilmente solucionado a longo prazo 10 Autor da tabela, Guilherme Dei Svaldi. 11 DEI SVALDI, Guilherme, p. 14, O E-book como alternativa para empresas do mercado editorial: o caso da Jambô Editora 12 Otaku, nome dado comumente aos fãs de séries animadas japonesas e aficionados pela cultura japonesa desenvolvida desde os anos 80’ 16 | P á g i n a implementando-se modelos mais atualizados. Contudo o problema que foi detectado em si é a falta de conhecimento técnico da ferramenta, o que é sanado conforme o acordo de contratação do software, que disponibiliza um corpo técnico 24h para atender os clientes. Quanto ao planejamento financeiro. Eu irei focar a análise da empresa nesse tópico pois como o sr. Rafael destacou, “[...] como a empresa está sofrendo uma transição entre um modelo de estrutura administrativa familiar (estrutura simples) para uma estrutura profissional [...]”, tanto o baixo fluxo de caixa quanto o excesso de mercadoria armazenada estão criando um problema que até então não era observado na organização. Como Mintzberg sugere, estruturas e organizações “orgânicas” possuem um sistema de corpo técnico e de assessoria desregulamentado. Por ser uma estrutura mais simples não há a necessidade de uma formalização dessas áreas da organização, sendo cumprido no decorrer do exercício do ano contábil por membros da linha intermediária e até mesmo por membros da cúpula, “O executivo principal pode ficar tão envolvido nos problemas operacionais que perde a visão das considerações estratégicas.”13, podemos estender essa afirmação para o corpo técnico e de assessoria, como é observado na Jambô. O próprio proprietário destaca a falta de necessidade de manter esses profissionais na folha de pagamento atual, todavia, como a empresa está passando a ser uma entidade organizacional profissional, estando em processo de evolução, no futuro essa realidade deverá ser repensada. Hoje essa característica não deve ser entendida como um ponto crítico, pois é uma condição natural imposta pela situação administrativa da empresa, porém no futuro se não for tratado devidamente poderá gerar problema jurídicos sérios, tanto no âmbito tributário e comercial-civil quanto trabalhista. Parte da proposta de solução que foi dada ao empresário é a adoção de um departamento financeiro responsável somente pelo planejamento futuro, preferencialmente sendo exercido por um membro da organização que não esteja ligado por laços familiares, o que afastaria a empresa do modelo simples de Mintzberg e aproximaria do modelo profissional desejado. Essa proposta também pode ser seguida por meio de contratação de uma empresa especializada nesse serviço. Muitos escritórios de contabilidade propiciam esse serviço além da responsabilidade fiscal de assinar o BP e DRE. Pelo tamanho da organização – que mesmo sendo nacional pelo meio virtual – ainda pequeno e local, não há uma necessidade imediata de adotar um departamento jurídico específico para suprir a demanda atual. A utilização de um escritório terceirizado deve satisfazer essa necessidade. 4.3 Implementação A empresa adotou um novo modelo de planejamento financeiro – durante o período da análise – criando um plano de carreira para os funcionários e traines, assim como criando níveis na estrutura da empresa. 13 MINTZBERG, Henry. Criando Organizações Eficazes – p. 182, 2ª Ed. – Editora Atlas, São Paulo 17 | P á g i n a O novo organograma adotado pela empresa, já está em vigor sendo possível analisa-lo na figura 4. Figura 4 – Organograma Loja Jambô Fonte: Jambô 18 | P á g i n a Como pode ser observado o novo organograma criou níveis de hierarquia que vão do 5 (mais baixo) ao 1 (mais alto) sucedido pelos gerentes membros da Cúpula Estratégica da empresa. Essa característica de organização mais hierarquizada é característica de organizações que seguem uma estrutura burocrática profissional diferente dos organogramas anteriores que demonstravam uma descentralização mais nítida. Além dos esforços tomados pela organização para criar um novo modelo estrutural da empresa, a Jambô criou um plano de carreira para os funcionários, visando um retorno a longo prazo. Esse novo plano de carreira permite uma maior recompensa aos funcionários pelos anos e serviços prestados a organização. O plano de carreira irá beneficiar os funcionários e criar um ritmo de promoções e vantagens aos funcionários, que antes não era observado, como pode ser observado pela frase do sr. Rafael Dei Svaldi: “Pois na realidade a ideia é que a medida que a empresa cresce todo mundo vai crescendo junto”14. Essa situação de estagnação não pode mais ser comportada na situação atual, postergar a execução e criação de um plano de carreira só irá afetar a organização. Abaixo pode ser observado, na tabela 2, o novo plano de carreira não sofrendodistinção entre os setores. O plano de carreira visa contemplar os funcionários de acordo com os seus níveis na organização. O nível do funcionário é definido pelo tempo de contrato, sendo o “trainee” o primeiro nível correspondente ao período de experiência de três meses. Após esse período é feito um contrato integral passando-o para funcionário, correspondente ao segundo nível. No segundo nível o salário não sofre alteração contudo o funcionário já passa a receber comissões por vendas. Essas gratificações não são fixas, dependendo apenas da receita líquida do exercício contábil e o departamento. A iniciativa para a decisão da criação do plano de carreira e do novo organograma tem respaldo teórico. 14 Pergunta número 6.1.20; Anexo 6.1 Tabela 2 – Plano de Carreira Jambô Fonte: Jambô 19 | P á g i n a Os Sócios-Donos – que são membros do curso de pós-graduação da Escola de Administração da UFRGS – observaram em aula que estava ocorrendo uma defasagem no capital de giro15 da empresa. O potencial de vendas da organização é relativamente baixo – dependendo do produto – e impõe um custo muito alto devido ao estoque parado. Sem um giro de vendas que gere uma receita apropriada as despesas da Jambô começaram a sofrer aumentos consideráveis que só eram combatidos devido aos empréstimos internos cedidos pelos sócios. O sr. Guilherme Dei Svaldi, constatou esse problema no início do ano de 2014 durante as suas aulas de contabilidade de custos. Ao informar o seu irmão, Gerente-Geral, do problema deu-se início a um estudo para avaliar às necessidades da organização de aumentar o montante da empresa para ocorrer uma maior circulação de mercadorias. Como foi mostrado na tabela 1, o custo de publicação dos livros são quase que inteiramente transferidos para o comprador, sendo assim a venda dos livros do selo da empresa são os produtos que geram maior receita líquida para a loja. Contudo, a venda de revistas – que fica registrado no setor de vendas da livraria – é baixo em comparação aos livros. Mesmo que seja vendido uma quantidade superior de revistas por mês em comparação aos livros, o retorno a longo prazo da venda de revistas é pequeno, gerando um acumulo de produtos no estoque, que não podem ser substituídos até que o custo da compra seja equiparado com a receita de vendas. Ou seja, para uma “comic store”, como a Jambô, só é viável adquirir novas edições da distribuidora após um intervalo de tempo que tende a ser grande nesse comércio. A vantagem da empresa está nos eventos de cultura japonesa - “Otaku” – que permite a empresa vender uma grande quantidade de revistas, ao preço normal, em um único dia ou fim de semana uma entrada de capital excepcional em um intervalo de tempo pequeno. 15 Capital de giro líquido: CGL = AC – PC AC: ativo circulante (caixa, bancos, aplicações financeiras, contas a receber etc.) PC: passivo circulante (fornecedores, contas a pagar, empréstimos etc.) 20 | P á g i n a 5. Conclusão A organização denominada, Loja Jambô, é uma empresa com todas as características presentes tanto nos ramos do atacado, varejo e publicação, com pouco diferencial entre as muitas outras empresas que existem no mercado atual. Todavia, o que mais chama atenção nessa organização, é a atenção prestada aos clientes, seus gostos, desejos e expectativas. Esse é o grande diferencial da Loja Jambô, ou apenas Jambô para os íntimos. Como foi observado a Jambô não segue um modelo administrativo à risca, enquadrando-se mais propriamente nos modelos estudados pela teoria de contingência conforme os autores Lawrence e Lorsch. A Jambô – por ser uma empresa familiar – possui uma estrutura organizacional simples, (Mintzberg, 2008), portanto pode ser interpretado como uma organização orgânica, Burns e Stalker (1961). Todavia, a empresa vem sofrendo modificações nos últimos anos e encontra-se em uma fase de evolução para uma estrutura mais complexa, onde os cargos chaves não são mais exercidos por membros da família e sim por profissionais qualificados. O planejamento financeiro da organização tem sido o maior empecilho para os administradores da organização. Estando acostumados a uma estrutura simples com uma cultura organizacional simples várias críticas estão sendo feitas pelos membros da linha intermediária para aperfeiçoar o sistema à uma nova realidade burocrática que está sendo imposta, tanto por questões legais, quanto por questões de facilidade. Com um fluxo de caixa relativamente baixo e possuindo um problema de estoque em excesso para um determinado tipo de produto (publicações) e em falta para outro (jogos), a empresa constatou ao longo dos anos – e mais recentemente – que a tomada de decisão sobre o futuro financeiro da organização está em uma fase crítica, esperada para uma empresa em fase de transição de um modelo familiar para um modelo profissional. Como foi visto a decisão tomada pela cúpula estratégica para reverter a situação – à longo prazo – foi a criação de um plano de carreira que impôs uma nova abordagem no organograma da empresa, surgindo a necessidade de um escalonamento e hierarquização, característico do modelo profissional exigido. 21 | P á g i n a 7 Referências ARANHA, MARIA LÚCIA DE ARRUDA; MARTINS, MARIA HELENA PIRES. – FILOSOFANDO: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – 2ª ED., MODERNA. – SÃO PAULO, 1993. CHIAVENATO, IDALBERTO. INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO. - 4ª ED., MAKRON BOOKS DO BRASIL EDITORA LTDA. – SÃO PAULO, 1993. CHIAVENATO, IDALBERTO. INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO. - 4ª ED., MAKRON BOOKS DO BRASIL EDITORA LTDA. – SÃO PAULO, 2003. CURY, ANTONIO. ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS. – 8ª ED., EDITORA ATLAS S.A. – SÃO PAULO, 2012. DEI SVALDI, GUILHERME. O E-BOOK COMO ALTERNATIVA PARA EMPRESAS DO MERCADO EDITORIAL: O CASO DA JAMBÔ EDITORA. - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO. – DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.BIBLIOTECADIGITAL.UFRGS.BR/DA.PHP?NRB=000778351&LOC=2011&L=F3D ADFB9175E8D3A, TRABALHO DE CONCLUSÃO DE GRADUAÇÃO, PORTO ALEGRE, 2010. GASKELL, G. ENTREVISTAS INDIVIDUAIS E GRUPAIS. IN M. BAUER & G. GASKELL (ORGS.), PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM: UM MANUAL PRÁTICO (PP. 64-89). PETRÓPOLIS, RJ – 2003. HORIUCHI, ALICE; ORGLER, BRUNA S. GUIA DE NORMALIZAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE PAULISTA : ABNT / BIBLIOTECA UNIVERSIDADE PAULISTA, UNIP. – 2014. MAXIMIANO, A. C. A. ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA IN., TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO: DA REVOLUÇÃO URBANA À REVOLUÇÃO DIGITAL. – 6ª ED., EDITORA ATLAS S.A. – SÃO PAULO, 2007. MINTZBERG, HENRY. CRIANDO ORGANIZAÇÕES EFICAZES. - 2ª ED., EDITORA ATLAS S.A. – SÃO PAULO, 2008. MOTTA, F. P.; VASCONCELOS. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO. – 3ª ED., THOMPSON LEARNING. – SÃO PAULO, 2013. MOTTA, F. P.; VASCONCELOS.CULTURA ORGANIZACIONAL E CULTURA BRASILEIRA. – 1ª ED., EDITORA ATLAS S.A. – SÃO PAULO, 1997. TRAGTENBERG, M. A CO-GESTÃO E O PARTICIPACIONISMO OU “ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS” IN., ADMINISTRAÇÃO, PODER E IDEOLOGIA. – 3ª ED., UNESP. – SÃO PAULO, 2005. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. COORDENADORIA GERAL DE BIBLIOTECAS. GRUPO DE TRABALHO NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA DA UNESP. NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA UNESP: NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE REFERÊNCIAS SEGUNDO A NBR 6023:2002 DA ABNT. SÃO PAULO, 2003. DISPONÍVELEM: <HTTP://WWW.BIBLIOTECA.UNESP.BR/PAGES/NORMALIZACAO.PDF>. ACESSO EM: 07 JUL. 2008.
Compartilhar