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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LEONARDO GERMANO HAERTEL MODELAGEM DE CANVAS NA PIZZARIA GERMANO HAERTEL Palhoça 2017 LEONARDO GERMANO HAERTEL MODELAGEM DE CANVAS NA PIZZARIA GERMANO HAERTEL Relatório de estágio apresentado ao Curso de Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em administração. Orientador: Prof. Rejane Rocker, Esp. Palhoça 2017 LEONARDO GERMANO HAERTEL MODELAGEM DE CANVAS NA PIZZARIA GERMANO HAERTEL Este relatório de estágio foi julgado adequado à obtenção do título de bacharel em administração e aprovado em sua forma final pelo Curso de Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 12 de dezembro de 2017. ______________________________________________________ Professor e orientador Rejane Roecker, Dr./Ms./Bel./Lic. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Geraldo Gama Salles Filho, Dr./Ms./Bel./Lic. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Prof. Estela Hoffman, Dr./Ms./Bel./Lic. Universidade do Sul de Santa Catarina Dedico este trabalho em questão à minha família, a qual me apoiou em todas as decisões de minha vida, e, aos meus professores por explanarem seus conhecimentos, participando do meu desenvolvimento e análise crítica. AGRADECIMENTOS A realização e desenvolvimento deste trabalho é efeito da colaboração de inúmeras pessoas que, de alguma forma, participaram, somaram e se fizeram presentes nesta etapa: A professora orientadora Rejane Roecker, pela orientação, oportunidade, apoio e todo incentivo técnico e intelectual para o desenvolvimento deste estudo. A todos os professores servidores de Curso Superior em Administração. A toda minha família, pelo suporte, carinho, compreensão e colaboração para o meu desenvolvimento pessoal, profissional e acadêmico. Aos empresários e colaboradores pela ajuda na realização deste estudo. A Universidade do Sul de Santa Catarina, pela chance da realização do Curso Superior. A todos, um muito obrigado. RESUMO Este trabalho, irá retratar sobre a Modelagem de Negócio de Canvas dentro de uma pequena empresa, dentro de um contexto de uma administração estratégica, e, por sua vez, administração recente e moderna, onde prepara as organizações para defrontar os desafios e a constante mudança do mercado mundial. Dentro desse âmbito, o trabalho procurou esclarecer na sua fundamentação teórica pontos de importância sobre a Modelagem de Negócios de Canvas, Planejamento Estratégico, Administração Estratégica e a Administração em si, distinguindo a administração atual nas organizações, método administrativo organizacional e a conexão entre Administração Estratégica, Planejamento Estratégico e Modelagem de Negócio de Canvas. Além disso, o autor irá buscar o máximo de informações para que possa ter êxito nas interpretações e agir com propriedade no planejamento que está em visão. Assim, fazendo um amplo levantamento de dados sobre a empresa e seu modo de trabalho, com isso tendo dados específicos para fazer um trabalho no qual possa trazer bons resultados e frutos assim que colocados em prática na organização. Palavras-chave: Modelagem de Negócios de Canvas. Planejamento estratégico. Administração estratégica. Administração organizacional. ABSTRACT This work will portray Business Model Canvas within a small business within a context of strategic management and, in turn, a recent and modern administration, where it prepares organizations to meet the challenges and the constant change of the world market. Within this scope, the paper sought to clarify in its theoretical foundation points of importance about the Business Model Canvas, Strategic Planning, Strategic Management and Administration itself, distinguishing the current administration in the organizations, organizational administrative method and the connection between Strategic Administration , Strategic Planning and Business Model Canvas. In addition, the author will seek as much information as possible so that he can succeed in the interpretations and act with propriety in the planning that is in vision. Thus, making a broad survey of data about the company and its way of working, with it having specific data to do a job in which can bring good results and results as they put into practice in the organization. Keywords: Business Model Canvas. Strategic planning. Strategic administration. Organizational management. Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 21 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 22 1.2 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................... 22 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 23 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 23 1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 23 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 23 1.4.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................................... 23 1.4.2 Técnicas de coleta de dados ........................................................................................ 24 1.4.3 Análise e interpretação dos dados ............................................................................. 25 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 26 2.1 ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................................ 26 2.1.1 PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ....................................................................... 27 2.1.2 Habilidades do Administrador ................................................................................... 35 2.2 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................... 36 2.3 MODELAGEM DE NEGÓCIOS DE CANVAS ............................................................ 38 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .......................................................................... 44 3.1 DADOS DA EMPRESA .................................................................................................. 44 3.2 HISTÓRICO DO SETOR E DA EMPRESA .................................................................. 44 3.3 MERCADOS, PRODUTOS E CLIENTES ..................................................................... 45 3.3.1 Mercados ...................................................................................................................... 45 3.3.2 Produtos ....................................................................................................................... 45 3.3.3 Clientes ......................................................................................................................... 46 3.4 MISSÃO VISÃO E VALORES ...................................................................................... 46 3.5ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................. 46 3.6 ÁREAS ORGANIZACIONAIS ...................................................................................... 47 3.6.1 Administração Geral ................................................................................................... 47 3.6.2 Administração de RH.................................................................................................. 47 3.6.3 Administração Financeira e de Orçamentos ............................................................ 48 3.6.4 Administração de Marketing ..................................................................................... 48 3.6.5 Gestão da Produção .................................................................................................... 49 3.6.6 Cultura Organizacional .............................................................................................. 49 3.6.7 Competências e Vulnerabilidades .............................................................................. 49 3.6.8 Perspectivas.................................................................................................................. 50 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................... 51 4.1 PANORAMA DAS FRANQUIAS DE ALIMENTAÇÃO NO BRASIL ....................... 51 4.2 APLICAÇÃO DA MODELAGEM DE NEGÓCIOS DE CANVAS .............................. 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 67 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69 1 INTRODUÇÃO Nesse trabalho aborda-se a Modelagem de Negócios de Canvas aplicado à uma franquia. As franquias estão em constante crescimento no país, atualmente. Segundo Mercados (2011) o setor de franquias vem crescendo consideravelmente no Brasil, sendo responsável atualmente por 2,3% do produto interno bruto (PIB) nacional, mais de dois mil redes e aproximadamente cem mil unidades franqueadas, gerando mais de oitocentos mil empregos diretos. A empresa pesquisada trata-se da Germano Haertel CIA LTDA ME, localizada em São José – SC, no Continente Shopping, uma franquia no ramo de alimentação (pizzaria). Embora a empresa tenha sido fundada em 2012, o planejamento encontra-se em ajuste, isso pois os fatores externos e internos estão em constante mudança, desde os colaboradores, os quais tem uma rotatividade muito grande, até a situação econômica do país, no momento. A empresa conta com missão, visão e valores totalmente voltada para o bem-estar do cliente. Tendo como missão “atender com zelo e hospitalidade todos os visitantes, além de acreditar e contribuir para o crescimento pessoal e profissional dos colaboradores e todas as esferas”. Já como visão a empresa explana quer “ser o restaurante que melhor atenderá os consumidores para suas refeições em qualquer momento do dia”. E por fim seus valores “Hospitalidade, Sabor e Preço justo”. Este trabalho está sendo realizado pois vejo que a organização tem uma perspectiva e expectativa de crescimento muito próspera e almeja uma fatia maior de mercado. Assim sendo, este trabalho tem o intuito de melhorar a parte estratégica e, consequentemente, as demais áreas da organização, utilizando-se da metodologia de Canvas. “Canvas é um mapa simples e visual, que aborda os principais aspectos que o empreendedor precisa considerar ao trazer sua empresa para a realidade do mercado. Ele deve conter um resumo dos pontos chaves de um bom planejamento” (Em: <https://endeavor.org.br/como- utilizar-modelo-canvas-negocio/> Acesso em: 07 novembro 2017). Portanto, definiu-se a seguinte pergunta problema: “Como a Modelagem de Negócios de Canvas pode ser aplicada na empresa GERMANO HAERTEL CIA LTDA ME?” https://endeavor.org.br/como-utilizar-modelo-canvas-negocio/ https://endeavor.org.br/como-utilizar-modelo-canvas-negocio/ 1.1 JUSTIFICATIVA Para a Administração, a Modelagem de Negócios de Canvas, segundo Tonin (2013) tem como objetivo estruturar um modelo inovador de plano de negócios, gerando praticidade e dinamismo no estudo das organizações. Para a empresa a Modelagem de Negócios de Canvas é “O modelo de negócio descreve, de forma prática, os detalhes e o conceito geral do negócio. Pode ser usado com diversos objetivos, principalmente para a análise do negócio e o compartilhamento da informação relativa ao seu modelo de operação” (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016, p. 108). Já para o autor, este trabalho significa colocar em prática o que foi aprendido e explicado por seus tutores durante esses anos de aprendizado, todavia estando mais preparado e motivado para uma futura inserção no mercado de trabalho. 1.2 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO O presente trabalho monográfico subdivide-se em cinco capítulos. Vale destacar, que o primeiro capítulo apresentado aponta os procedimentos metodológicos utilizados na referida pesquisa. Já no segundo capítulo, explana-se a respeito da fundamentação teórica do tema abordado. Por conseguinte, no terceiro capítulo deste trabalho monográfico, demonstra-se a caracterização da empresa, qual fora utilizada como base da pesquisa. No concernente ao quarto capítulo, destaca-se a apresentação de dados, bem como sua análise, realizada mediante a quadros demonstrativos, entrevista com o gestor da empresa (Germano Haertel CIA LTDA ME), além de observação participante, tendo em vista que o autor da pesquisa e estudo realizado é membro atuante da organização. Ainda, salutar acrescentar que no quinto e último capítulo da presente pesquisa, encontra-se uma síntese realizada pelo pesquisador, demonstrando as considerações finais a respeito do tema pesquisado. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Como objetivo geral do estudo tem-se: aplicar as etapas da modelagem de Canvas na empresa GERMANO HAERTEL CIA LTDA ME, localizada no município de São José – SC, no segundo semestre de 2017. 1.3.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos do trabalho são: a) Identificar a proposta de valor, segmento de clientes para a empresa GERMANO HAERTEL CIA LTDA ME; b) Descrever as atividades, parceiros e recursos-chave para o empreendimento estudado; e c) Demonstrar a estrutura de custos para a organização pesquisada. 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1.4.1 Tipo de pesquisa O estudo em questão constitui-se de uma pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva e estudo de caso. Constitui-se de uma pesquisa aplicada pois segundo Vergara (1990, grifo nosso) é um estudo sistemático sobretudo instigado pela necessidade de solucionar problemas concretos, sejam eles imediatos ou não. Portanto, tem finalidade prática, por sua vez, motivada apenas pela diligência erudita do explorador e situada mais ao grau da especulação. É de caráter uma pesquisa qualitativa pois, na acepção de Godoy (1995, grifo nosso) envolve a aquisição de elementos descritivos sobre pessoas, lugares e procedimentos interativos pelo contato direto do pesquisador com o caso estudado, buscando entender os fenômenos segundo a concepção dos indivíduos, ou seja, dos integrantes da situação estudada. É uma pesquisa descritiva pois, concernente as pesquisas descritivas Gil (2002, grifo nosso), as pesquisas descritivas têm como objetivo fundamental a definição das particularidades de um dado fenômeno ou, então, a definição de correspondência entre variáveis. São diversos os estudos que podem ser denominados perante a este assunto, e uma das suas definições de mais importância está no uso de ações padronizadas para coleta de dados, por exemplo o questionário e o estudo regrado. Torna-se também um estudo de caso, afirma Gil (2002, grifo nosso), deve ser entendido que, em condições de coleta dedados, o estudo de caso é o mais abrangente de todas as proporções, pois torna-se tanto de dados no papel quanto de dados interpretados no cotidiano. Com repercussão, nos estudos de caso os fatos encontrados podem ser atingidos por meio de um estudo de documentos, diálogo, análise natural, análise participativa e análise de objetos físicos do ambiente. A pesquisa é realizada nas dependências da empresa GERMANO HAERTEL CIA LTDA ME, localizada no Shopping Continente, na cidade de São José e no estado de Santa Catarina. Envolve os proprietários e gestores da empresa. 1.4.2 Técnicas de coleta de dados Na presente pesquisa, houve coleta de dados baseada em uma pesquisa bibliográfica, pois segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica, assim como qualquer outra espécie de estudo, progride no decorrer de diversas etapas. Seu número, do mesmo modo que sua ligação, obedece aos muitos fatores, por exemplo a natureza do problema, o grau de aprendizado que o autor do estudo tem sobre a pesquisa, o nível de exatidão que se decide verificar à pesquisa. Desta maneira, seja qual for a tentativa de exibir um padrão para evolução de uma pesquisa bibliográfica terá de ser entendida como dispensável. Além disso, como fonte de dados secundários, também se utiliza de pesquisa documental. Neste diapasão, Cellard (2008) “Uma pessoa que deseja empreender uma pesquisa documental deve, com o objetivo de constituir um corpus satisfatório, esgotar todas as pistas capazes de lhe fornecer informações interessantes”, visto que foram usados documentos da empresa analisada. É adotada a técnica de coleta de dados primária, pois segundo Mattar (2005), os dados primários são os embasamentos e dados sobre a empresa que não foram coletados e estudados antes. Esses dados são estudados com o propósito de suprir às necessidades geradas pela empresa através da pesquisa em execução. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com os gestores da empresa (diretor comercial e diretor financeiro), além de observação participante, tendo em vista que o autor do estudo trabalha na referida organização. 1.4.3 Análise e interpretação dos dados Os dados foram analisados e interpretados de forma qualitativa, pois segundo Vergara (2007), as análises qualitativas propõem extrair dos entrevistados seus pontos de vista que foram explanados por livre espontânea vontade sobre algum conteúdo, objeto ou pensamento. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ADMINISTRAÇÃO Para Chiavenato (2007) a administração busca explanar os objetivos apresentados pela organização e compreende-lo em ação empresarial através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados e em todas as áreas e níveis da empresa a fim de atingir os objetivos da melhor forma possível. Portanto, a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar otimizando o uso dos recursos e notabilidades organizacionais para obter determinados objetivos com eficiência e eficácia. Nesse sentindo, vejamos: Administrar não significa simplesmente executar tarefas ou operações, mas fazer com que elas sejam executadas por outras pessoas em conjunto e de maneira satisfatória que traga resultados. O administrador não é o que faz, mas o que faz fazer. A administração faz as coisas acontecerem através das pessoas em conjunto para permitir que as organizações alcancem sucesso em suas estratégias e operações. Na realidade, a administração não é uma ciência exata, mas uma ciência social, pois ela lida com negócios e organizações basicamente através de pessoas e de conceitos (CHIAVENATO, 2005, p. 06). É salutar acrescentar que “Uma parte de nossa definição de administração se refere ao alcance de objetivos organizacionais de maneira eficiente e eficaz. Isso significa que as razões compõem a alta administração e tomam as principais decisões da organização” (CHIAVENATO, 2005, p. 07). Nesse mesmo diapasão, Werneck e Paulo, afirmam: Administração é a coordenação do trabalho das pessoas e dos recursos materiais, colocados à disposição da organização, para que seus objetivos sejam alcançados, com eficácia e eficiência. Considera-se eficácia a realização, a consecução do resultado final almejado. Por eficiência entendemos o bom aproveitamento de recursos, de modo a que se possa obter uma boa relação entre custo e benefício, ou seja, obtenção dos resultados esperados com menores custos e menos perdas. (WERNECK, 2005, p 05). Para Trigueiro (2013) A administração é uma ação que um indivíduo efetua algo sob supervisão de outro. Assim, há subalternidade, nos dias atuais o conceito de administração compreende outras condições que requerem participação, envoltura e cooperação, tirando o foco de somente se ter obediência. 2.1.1 PROCESSOS ADMINISTRATIVOS Os processos administrativos, também chamados de funções administrativas, são: planejamento, organização, direção e controle. Existem três tipos de planejamento: o estratégico, o tático e o operacional. O planejamento estratégico é a evolução do pensamento estratégico, para Chiavenato e Sapiro (2010, grifo nosso) todas as empresas combatem por recursos, pessoas, cliente, prestígio e etc. atuam como agentes ativos e um variado ambiente de incertezas conveniente as rápidas mudanças na sociedade, mercado e tecnologia do mercado atual. Isso tudo, exige uma compreensão dinâmica de seus gestores em suas áreas de atuação, assim como também exige a elaboração de estratégias criativas com pensamentos abertos para elaborar a mesma, assim sendo capaz de garantir a saúde da organização em um mundo de negócios totalmente mutável. Já para Pina (1994) a administração estratégica no sistema de planejamento estratégico, adota-se um caráter de administração que agrega condições para a emergência de uma empresa atenta ao mundo, que está totalmente complacente às mudanças e com senso de oportunidade. Os executivos são encarregados pela procura de informações sobre o ambiente, ele tem a responsabilidade de selecionar o que interessa para a organização, e, por sua vez que mudanças acarretará na mesma. Sendo assim “A administração estratégica também se tornou uma disciplina acadêmica independente, como marketing e finanças. O campo tem suas próprias publicações acadêmicas, seus “clubes, suas conferências” (MINTZBER; AHLSTRAN E LAMPEL, 2000, p. 24). Acerca do tema, vale destacar: Grande parte do ensino de administração estratégica tem enfatizado o lado racional e prescritivo do processo, isto é, nossas três primeiras escolas (design, planejamento e posicionamento). A administração estratégica tem sido comumente descrita como girando em torno de fases distintas de formulação, implementação e controle, executadas em etapas quase cascata. Tal tendência se reflete fortemente na prática, particularmente no trabalho de departamentos de planejamento corporativos e governamentais, bem como em muitas empresas de consultoria (MINTZBERG; AHLSTRAND E LAMPEL, 2000, p.24). Diante exposto, vemos que “A estratégia é basicamente um curso de ação escolhido pela organização a partir da premissa de que uma futura e diferente posição poderá oferecer ganhos e vantagens em relação à situação presente” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2010, p. 4). Segundo Chiavenato e Sapiro (2010) a conceituação de planejamento estratégico denomina-se por um método de caracterização e execução de estratégias organizacionais para procurar a introdução da organização e de sua missão no mercado e ambiente onde ela atua. Para ter eficácia, o processo de planejamento estratégico não tem de ser um método simplesmente formal e burocratizado. Deve-se iniciar com algumas perguntas simples como: Como está a organização hoje? Como será a organização daqui a um determinado tempo? Quais serão as decisões a serem tomadas pelos gestores? Além disso,Chiavenato e Sapiro (2010) citam que o planejamento tem de buscar maximizar os resultados e minimizar as carências, sempre cumprindo os princípios da maior eficácia e eficiência. Segundo Steiner (1969 apud OLIVEIRA, 2001, p. 32) existem cinco dimensões do planejamento, são eles o assunto abordado, elementos do planejamento, dimensão do tempo do planejamento, unidades organizacionais e as características do planejamento, podendo ser por complexidade ou simplicidade. O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados. Podem-se separar esses princípios em gerais e específicos (OLIVEIRA, 2001). Para Oliveira (2001) o planejamento estratégico equivale a determinação de um aglomerado de providências a serem sustentadas pelo gestor para a situação em que o venturo tende a ser distinto do passado, assim, a organização tem possibilidades e meios de atuar acerca das variáveis e fatores de forma que possa praticar qualquer influência. O planejamento é um método ininterrupto, um exercício psicológico que é feito pela organização livremente de alguma vontade própria dos seus gestores. No concernente ao tema, vejamos: O pensamento estratégico constitui a parte não-analítica do trabalho do estrategista, aquela esfera sofisticada e complexa do conhecimento que envolve imaginação, discernimento, intuição, iniciativa, força mental e impulso para o empreendimento. Trata-se de algo que não transfere aos outros e que se pode até explicar, mas que nem sempre se pode ensinar com precisão e detalhamento dada a sua forte característica de abstração, intangibilidade, aleatoriedade, ambiguidade, seja no espaço, seja no tempo. No fundo, o pensamento estratégico pode ser definido, de um lado, como a maneira pela qual se visualiza o mundo exterior, principalmente em situações desafiadoras e incertas, e, de outro lado, como a maneira de aplicar um conjunto de técnicas para definir e resolver problemas (CHIAVENATO; SAPIRO, 2010, p. 15). Vale destacar que “O planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação na empresa” (OLIVEIRA, 2001, p. 33). Sendo assim “O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados. Podem-se separar esses princípios em gerais e específicos” (OLIVEIRA, 2001, p. 35). Importante salientar que “O planejamento estratégico é um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da organização e de sua missão no ambiente onde ela atua” (CHIAVENATO E SAPIRO, 2010, p. 30). Destaca-se que o executivo necessita estar atento aos seguintes princípios: São quatro os princípios gerais para os quais o executivo deve estar atento: a) O princípio da contribuição aos objetivos máximos da empresa. b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle). c) O princípio da maior penetração e abrangência, pois o planejamento pode provocar uma série de modificações nas características e atividades da empresa. d) O princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências (OLIVEIRA, 2001, p. 35). Para Gracioso (2001) por descrição, uma decisão estratégica é toda aquela que implica uma maneira nova de compartilhar ou aplicar os recursos principais da empresa. Nem toda tomada de decisão estratégica é a longo prazo, bem que seja, absolutamente, de longo alcance. Invariavelmente, são definições que se diferenciam da de grau tático, ou operante, e por sua vez, abrange a ação direta dos níveis superiores da organização. Ainda, segundo Gracioso (2001) há uma convicção, ainda nos dias atuais totalmente inabalável, de que no Brasil é improvável planejar, ofertado o grande nível de imprevisibilidade do mercado. Com efeito, após vinte anos de loucuras, a resolução era “empurrar com a barriga”. Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) a teoria de planejamento aceitou a maior parcela dos argumentos da teoria de design, com ressalva de uma ou outra. Primeiramente, o modelo era o mesmo, mas a sua efetivação era amplamente formal, muito programada. Assim, o modelo simples se tornou uma desenvolvida cadeia de ciclos. Acerca dos diferentes modelos de planejamento estratégico, vejamos: Existem centenas de modelos diferentes de planejamento estratégico. Todo livro-texto sobre o assunto, bem como toda “butique de estratégia” de consultoria que se respeite, possui um. Porém, a maior parte se reduz às mesmas ideias básicas: tome o modelo de SWOT, divida-o em etapas claramente delineadas, articule cada uma destas com muitas listas de verificação e técnicas e dê atenção especial à fixação de objetivos, no início, e à elaboração de orçamentos e planos operacionais, no final. É claro que há, no mínimo, um e, frequentemente, vários diagramas para mostrar o fluxo global (MINTZBERG; AHLSTRAND e LAMPEL, 2000, p. 45). Ainda, na acepção de Chiavenato e Sapiro (2010) o planejamento estratégico está ligado com os propósitos organizacionais que afeta a possibilidade e o progresso da empresa. Porém, executado à parte, irá se mostrar insuficiente, pois não se age somente com as ações imediatas e operante. É necessário que, no processo estratégico, sejam feitos de maneira integralizada e estruturada todos os planejamentos táticos e operantes. Sendo assim, Chiavento e Sapiro aduzem o seguinte: O processo de planejamento estratégico tem variado ao longo dos tempos em um contínuo que vai desde o forte e rígido caráter prescritivo e normativo – em uma ponta – até o maleável caráter descritivo e explicativo – na outra ponta. Em um extremo, a prescrição – um receituário de como se deve elaborar a estratégia – e, no outro, a descrição – a explicação de maneiras como as organizações elaboram a estratégia (CHIAVENTO; SAPIRO, 2010, p. 39). Para Serra (2002 apud ANGELONI; MUSSI, 2008, p. 50) a estratégia é capaz de ser estabelecida como a procura contínua por uma vantagem competitiva formada por propósitos organizacionais de longo prazo. Neste sentindo, vale destacar que: O propósito do processo de planejamento estratégico é a formulação de estratégias e sua implementação através de planos táticos e operacionais (também chamados de programas táticos), considerando algumas premissas: 1. Sistemáticos, 2. Foco no futuro, 3. Criação de valor, 4. Participação, 5. Continuidade, 6. Implementação e 7. Monitoramento (CHIAVENTO; SAPIRO, 2010, p. 47 e 48). O planejamento tático segundo Antas (2016, grifo nosso) são as atitudes que serão realizadas e estabelecidas por gerentes com foco na sua repartição de negócio e peculiares às suas exiguidades para responder à estratégia. Cada gestor deve atrair toda a equipe na estruturação de propostas ou atitudes que deverão consumar os propósitos estabelecidos. Já para Chiavenato (2005, grifo nosso) o planejamento tático envolve uma determinada unidade organizacional, focando ao médio prazo e desenvolvido pelo intermediário. Além disso, enfatiza as atividades correntes de várias unidades ou departamentos da organização. Sendo assim, o administrador utiliza do planejamento tático para se basear o que essas unidades ou departamentos devem fazer para a empresa alcançar o sucesso desejado no decorrer do período da ação. Para Silva (2013, grifo nosso) planejamento operacional é diretamente encarregado pela realização de bens ou serviços. Esse grau de administração é a juntura entre a realização de cada departamento e o resto da organização. Reage também como gestão e supervisão do trabalho operacional nos processos da organização. Para Batocchoe Biagio (2012, grifo nosso) o planejamento operacional de uma empresa começa com a organização de uma estrutura funcional que exige uma alocação das pessoas nas atividades da empresa, à amplitude de responsabilidade de cargo de cada uma e ao grau de autoridade de cada cargo, além disso e não menos importante, as determinações das relações hierárquicas da empresa. “Normalmente, a organização de uma empresa representa uma cadeia de níveis hierárquicos sobrepostos, formando uma pirâmide, tendo a direção (nível estratégico ou decisório) no topo, gerência (nível tático, gerencial ou intermediário) e a supervisão (nível operacional) sobre a base de operação ou execução” (CHIAVENATO, 2009, p. 21, grifo nosso) “O nível operacional cuida dos assuntos cotidianos relacionados a supervisão da execução das atividades da base e suas decisões são de curto prazo e relacionadas com as tarefas” (CHIAVENATO, 2009, p. 21). Descreve o modo de funcionamentos da empresa, envolvendo a estrutura funcional, a descrição da unidade física, a forma de produção dos produtos, a aquisição de matérias, os custos de produção, as questões sobre a qualidade dos produtos, o sistema de gerenciamento da empresa e o seu relacionamento com o cliente após a venda e a entrega do produto (BATOCCHIO; BIAGIO, 2012, p. 170) Ainda para Batocchio e Biagio (2012) o planejamento operacional deve contar com um sistema de gestão que será utilizado pela empresa e um calendário para a introdução desses sistemas. Sendo importante que esse sistema que venha a ser utilizado seja englobante, considerando no início alguns fatores, como controle de estoques, origens de fabricação, faturamento e custos. Além do processo administrativo planejamento, tem-se, em segundo lugar, o processo administrativo organização. “Organizar, antes de tudo, é um processo de tomada de decisões, como também são as demais funções da administração. Para organizar, o administrador divide, integra e coordena as atividades e os recursos organizacionais, de forma a alcançar as metas definidas” (PERCI; SOBRAL, 2013, p. 40, grifo nosso). “Organização constitui a segunda etapa do processo administrativo, vindo logo após o planejamento e sendo seguida pela direção e pelo controle. Organização é a função administrativa que se incumbe do agrupamento dos órgãos e das atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa” (CHIAVENATO, 2009, p. 49, grifo nosso). “A função de organizar serve para agrupar e estruturar todos os recursos da empresa – órgãos, pessoas e equipamentos – para permitir e facilitar o alcance dos objetivos almejados da melhor forma possível” (CHIAVENATO, 2009, p. 50). Para Perci e Sobral (2013, grifo nosso) a divisão do trabalho, uma estimativa básica da organização. Afinal uma organização realiza diversas tarefas e para isso as organizações devem dividir o trabalho, e, caso for de um porte maior criar setores para um processo mais organizado e eficiente. A divisão do trabalho proporciona uma colaboração eficiente entre os integrantes organizacionais, obedecendo parâmetros racionais, seguindo as seguintes situações: especialização vertical e horizontal, hierarquia e diferenças horizontais. Para Perci e Sobral (2013) a integração é outro fator importante para uma organização, onde esses setores irão trabalhar em conjunto, realizando cada um a sua parte do processo para que o resultado final seja alcançado com excelência e organização. Também obedecendo critérios racionais como: integração nos cargos, posições e funções organizacionais e nos critérios de departamentalização, sendo responsáveis por compilar as atividades e recursos da organização em setores e unidades de trabalho. “A coordenação corresponde à utilização de mecanismos que buscam a colaboração entre vários departamentos, para que se alcancem os objetivos globais da organização” (PERCI;SOBRAL, 2013, p. 41, grifo nosso). “Uma das prioridades de qualquer administração, a partir da autoridade que lhe foi atribuída e da liderança, é estruturar a organização sobre a qual ela age. Basicamente, a estrutura de qualquer organização é entendida como o conjunto das diferentes maneiras de se subdividir um trabalho em diferentes tarefas e sua coordenação, e é a partir dela que os objetivos e metas organizacionais são atingidos” (YU, 2011, p. 25). Ainda para Yu (2011) dado que a análise de decisão deixa de ser um ambiente individual e passa a ser mais ampla, ou seja, um ambiente organizacional, começa-se a ver influências de variáveis significativas ao ambiente e no processo decisório, como: tarefas, tradição e políticas, além disto vem à tona o ambiente externo e suas pressões, este modificando a interação do ambiente em que a empresa atua ou até mesmo o ambiente interno. Tendo em vista a tomada de decisão dos colaboradores respectivamente com a hierarquia organizacional da empresa, levamos como fato que a estrutura organizacional está vinculada com o processo de tomada de decisão, assim como o processo de tomada de decisão está vinculada com a estrutura organizacional. Figura 1 – Contribuições de teorias para as estruturas organizacionais Fonte: Motta (2001), Rodrigues (2004) e Oliveira (2006). “Criado essencialmente para dar representação gráfica às relações entre cargos na organização, o organograma tem, basicamente, duas partes interligadas, linhas e retângulos, sendo que as primeiras representam o fluxo da autoridade na organização e os últimos os cargos entre os quais flui a autoridade” (BALCÃO, 1965, p. 02, grifo nosso). Valendo evidenciar: Em seu uso mais generalizado e universal, o organograma é uma "fotografia" da hierarquia e da divisão de atividades da organização, tal como tenham sido oficialmente planejadas pela administração. Ele mostra "quem é subordinado a quem", que cargos são superiores, que cargos são subordinados e a departamentalização orgânica existente (BALCÃO, 1965, p. 2, grifo nosso). Ainda sobre os processos administrativos, tem-se o processo direção. “Para que as coisas de fato se realizem, precisamos dos membros da empresa, pois sem eles, não adianta, as atividades que contribuirão para alcançar os objetivos não serão realizadas. É por isso que a direção está intimamente ligada com a atuação sobre os recursos humanos, por meio de motivação, treinamentos, comunicação, liderança etc” (GOMES, 2014, p. 11, grifo nosso). Segundo Gomes (2014, grifo nosso) a direção é uma das funções administrativas, ela tem como papel acionar e dinamizar a organização, além de estar totalmente ligada aos objetivos da organização. Também está muito relacionada com a ação e as pessoas, ou seja, é pautada aos recursos humanos da organização. Finalmente, tem-se o processo administrativo controle. “Após ter sido planejado, organizado e dirigido, o importante agora é verificar o cumprimento dos objetivos. Essa é a função controle e avaliação. É o momento em que se verifica se o que foi planejado está sendo executado, se os resultados estão sendo obtidos etc” (GOMES, 2014, p. 12, grifo nosso). Para Gomes (2014, grifo nosso) o controle é a atividade administrativa que acompanha e avalia os passos e resultados atingidos a fim de possibilitar que o planejamento, organização e direção sejam realizado com sucesso. “Consiste basicamente de um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente determinado, sendo composto por quatro etapas ou fases, sendo que cada uma delas influencia e é influenciada pelas demais” (GOMES, 2014, p. 12). Figura 2 – Processos: guiando as atividades de controle Fonte: Alexandre Gomes (2014) Dentro do processo administrativo, controle, encontra-se a avaliação de desempenho. “A avaliação de desempenho, em suas três dimensões: desenvolvimento, performance e comportamento, é intuitiva, naturalmente as lideranças efetuam essetipo de avaliação” (DUTRA, 2015, p. 270, grifo nosso). Salientando que: “O propósito da avaliação do desempenho é verificar se os resultados estão sendo conseguidos e quais as correções necessárias a serem feitas. A mensuração pode ser tanto um motivador como um ameaça às pessoas. O sistema de medição do desempenho deve atuar mais como um reforço do bom desempenho e não simplesmente como uma tentativa de correção do mau desempenho” (GOMES, Alexandre, 2014, p. 13, grifo nosso). 2.1.2 Habilidades do Administrador As habilidades do administrador são: habilidade técnica, habilidade gerencial e habilidade conceitual. “As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas e captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir um know-how técnico na sua área de atuação” (DORNELAS, 2001, p.39, grifo nosso). “As habilidades gerenciais incluem as áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle de ações da empresa e ser um bom negociador” (DORNELAS, 2001, p.39, grifo nosso). “Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário. As habilidades mencionadas e os objetivos gerais anteriormente expostos formam a base para a ementa de um curso de empreendedorismo” (DORNELAS, 2001, p.39). As habilidades conceituais segundo Chiavenato (2004, grifo nosso) assimilam a visão da empresa como um todo, a clareza em trabalhar com conceitos e concepções, impalpabilidades e teorias. Um administrador detentor de habilidades conceituais está preparado para entender as diversas funções da empresa, adicioná-las entre si, como a empresa se associa com seu ambiento, e por fim, como as mudanças em qualquer unidade ou parte da organização abala o restante dela. “As habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos problemas. Representam as capacidades cognitivas mais sofisticadas do administrador e que lhe permitem planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver a visão e perceber oportunidades” (CHIAVENATO, Iadalberto, 2004, p. 03). 2.2 EMPREENDEDORISMO “O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas” (DORNELAS, 2008, p.10) “O termo “empreendedor” (derivado da palavra francesa entrepreneur) foi usado pela primeira vez em 1725 pelo economista Richard Cantillon, que dizia ser entrepreneur um indivíduo que assume riscos” (CHIAVENATO, 2012, p. 05). “O empreendedor é quem fareja, localiza e rapidamente aproveita as oportunidades fortuitas que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros o façam. O termo “empreendedor” significa aquele que assume riscos e começa algo inteiramente novo” (CHIAVENATO, 2012, p. 02). Segundo Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2001, p. 37) o empreendedor é quem quebra a ordem econômica real pela inserção de produtos e serviços novos, através da formação de novas formas de organização ou pela análise de recursos e materiais novos. Tendo a concepção que “O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados” (DORNELAS, 2001, p.37). “O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios” (FILION, 1999, p. 19). Já Kirzner (1973 apud DORNELAS, 2001, p. 37) afirma que o empreendedor é quem cria uma estabilidade, descobrindo uma posição clara e assertiva em um clima de caos, ou seja, percebe oportunidades presentes. “Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desemprenhar um papel empreendedor” (FILION, 1999, p. 19). “As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas: técnicas, gerenciais e características pessoais” (DORNELAS, 2001, p.39). “Na perspectiva individual, o empreendedorismo tem sido tratado como um conjunto de procedimentos independentes e visionários de criação de novos negócios, em novas combinações de ideias e modelos de empreendimento” (COZZI et al., 2008, p. 80). Weber (1930 apud FILION, 1999, p. 19) “Identificou o sistema de valores como um elemento fundamental para a explicação do comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, independentes cujo papel de liderança inferia uma fonte de autoridade formal”. Dornelas (2008) aborda que aconteceu ainda um pontual evento no qual depois se dissipou, porém contribuiu também para a propagação do empreendedorismo. Refere-se do movimento de criação de organizações pontocom no Brasil em meados de 2000, assim incentivando o aparecimento de organizações start-up de internet, criadas por jovens empreendedores. Além disso, mais recentemente as escolas estão inventando programas focados no empreendedorismo social e corporativo, isso, para ajudar na formação de novos empreendedores e também novas organizações. “O empreendedorismo não trata apenas de pequenas empresas ou de novos empreendimentos. Não aborda apenas a criação de novos produtos ou serviços, mas, sim, inovações em todos os âmbitos de negócio” (CHIAVENATO, 2012, p. 110) “O empreendedorismo reflete a prática de criar novos negócios ou revitalizar negócios já existentes” (CHIAVENATO, 2012, p. 04). Figura 3 – Qual a tônica do seu negócio? Fonte: Chiavenato (2012, p. 113). “A atividade do empreendedor é muitas vezes associada à incerteza, principalmente quando o seu negócio envolve algo realmente novo ou quando o mercado para o seu produto sequer existe. Quando já existente, com o mercado de refrigerantes criado pela Coca-Cola, não há nenhuma garantia de que haja mercado para um novo jogador na área. A dúvida é se um mercado já existe para os jogadores atuais e se ele existe para um novo empreendedor. Quase sempre um concorrente novo provoca tensão no mercado já existente. E cada novo empreendedor traz mudanças e inovação em alguns aspectos e influencia o desenvolvimento econômico de alguma forma” (CHIAVENATO, 2012, p. 04). Chiavenato (2012) explana que o empreendedorismo força a destruição criativa nos mercados e indústrias, criando simultaneamente, novos produtos e modelos de negócios. Com isso, a destruição criativa é vigorosamente encarregada pelo entusiasmo das indústrias e pelo desenvolvimento econômico de longo prazo. Bessant (2009) explana que reconhecer, aprimorar e classificar uma concepção, modificando-a em um pensamento de negócio, acaba se tornando o problema mais significativo, muitos deles que os empreendedores e as inovações vivenciam podem ser facultados a fragilidades avistada nas etapas iniciais do processo. Esse motivo possui suposições consideráveis no jeito como gerenciamos a tal criatividade e transformamos as ideias em inovações. 2.3 MODELAGEM DE NEGÓCIOS DE CANVAS “Um modelo de negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização” (OSTERWÄLDER; PIGNEUR, 2011, p. 14). Estratégia no nível de negócio é um conjunto ordenado e integrado de compromissos e ações que envolvem acionistas, colaboradores, clientes e sociedade e que tem por objetivo explorar as competências essenciais e alcançar uma vantagem competitiva, gerando valor para o cliente. Esse valor pode ser percebido na diferenciação do próprioproduto ou serviço, no preço, no atendimento, no prazo ou na imagem. (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016, p. 105). “O Business Model Canvas é uma ferramenta de gerenciamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. É um mapa visual pré- formatado contendo nove blocos do modelo de negócios” (MOURA, 2014, p. 02). O modelo de negócio de uma empresa é um sistema de atividades interligadas e independentes que determina como a empresa opera em conjunto com seus clientes, parceiros e fornecedores. É um processo que facilita a percepção de necessidades do mercado, associado às regras de conduta de como as partes envolvidas se inter- relacionam, como dividem entre si e como desempenham essas atividades. (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016, p. 108). Realizar um novo modelo de negócio é um procedimento revolto, além disso para uma ideia nova é identicamente fomentar uma possível frustração. Assim sendo a melhor forma de modelar seja uma modelagem teste (MOURA, 2014). Quando você estiver iniciando as especulações sobre o modelo de negócio, trabalhando em cima do Canvas, as hipóteses iniciais já deverão estar sendo levantadas. Todo projeto de experiência do usuário começa com algumas direções básicas por parte dos envolvidos nessa estruturação do negócio. Esse será o norte, que será atualizado à medida que novas informações forem sendo levantadas e absorvidas. (GHISI; ALBUQUERQUE, 2016, p. 07). Em resumo, Canvas é um instrumento que confronta os elementos básicos de um negócio estimulando a originalidade. Além disso, distribui o negócio em quatro grandes áreas: oferta, finanças, infraestrutura e clientes, pautada em nove blocos. (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016). Para Osterwälder e Pigneur (2011) o Canvas é constituído de nove componentes, são eles: segmentos de clientes, proposta de valor, canais de distribuição, relacionamento com clientes, fontes de receita do negócio, principais atividades, recursos-chave, parcerias e estrutura de custos, conforme ilustra imagem a seguir. Figura 4 – Modelo da ferramenta de Canvas Fonte: Patrício e Candido (2016). Especificando os nove blocos citados na figura 4 adaptada, tem-se: Segmentos de clientes: Constituído de muitos componentes alvo tendo como os grupos, pessoas físicas ou jurídicas as quais a organização intenciona atingir, esses relacionados por características, exiguidade afins ou conduta. Esses alvos podem ser classificados em nicho, segmentado, massa, variado ou multilateral conforme elucidado por Patrício (2016, grifo nosso). Explanando sobre proposta de valor são “Grupos de produtos, bens ou serviços que o empreendimento poderá oferecer por criarem valor e entender às necessidades dos segmentos alvos” (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016, p. 108, grifo nosso). “Os canais de comunicação, distribuição e venda compõem a interface da empresa com os clientes” (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011, p.26, grifo nosso). Ainda sobre canais Patrício (2016) cita que é a forma com que a organização se conecta com a variedade de segmentos de cliente, e, de que forma atender cada um para entregar sua declaração de valor, produtos ou serviços. Neste bloco envolve inúmero fatores de importância como canais de venda, comunicação, distribuição e relacionamento com os clientes. Abordando sobre relacionamento com o cliente Osterwalder (2011 apud CARRASCO, 2014, p. 08, grifo nosso) “A empresa deverá responder como a empresa se relacionará com seus consumidores, bem como qual será o tipo de relacionamento com o mesmo. Tais relações podem ser guiadas pelas motivações de conquista do cliente, retenção do cliente e ampliação de vendas”. As fontes de receita “São os recebimentos da organização através de seus segmentos de clientes” (SCHERER, 2012, p. 37, grifo nosso). Como poder gerar essas fontes acontecem de diversas maneiras, podendo ser: venda direta de um bem ou serviço (taxa de uso através de um serviço), taxa de assinatura por meio de acesso contínuo, empréstimos por uma determinada taxa do valor sacado, taxa de corretagem, como acontece em operadoras de cartões onde adiantam o dinheiro e a empresa paga por esse adiantamento, e, inúmeras outras fontes que encontramos no mercado para gerar fontes de receita as organizações descreve Scherer (2012). “Definem os ativos necessário para que as proposições de valor possam ser entregues aos segmentos de clientes. Os recursos-chave podem ser físicos, intelectuais, humanos ou financeiros” (PATRÍCIO; CANDIDO, 2016, p. 109, grifo nosso). Além do mais “São os recursos-chave que vão permitir que a empresa cri e ofereça a sua proposta de valor a seus segmentos de cliente através de seus canais, e gere suas fontes de receita” (SCHERER, 2012, p. 38). Patrício (2016, grifo nosso) explana que as atividades-chave são negócios que a organização irá precisar executar para que tudo funcione, as ações mais significativas que por sua vez tem de serem realizadas, isso para que o modelo de negócios traga o retorno esperado. Essas atividades podem ser de produção, serviço ou plataforma. Expondo sobre rede de parceiros Scherer (2012, grifo nosso) fala que a empresa não opera desacompanhada, depende de seus parceiros, podendo ser fornecedores de matéria- prima, alianças estratégicas, parceiros, colaboradores e afins. Promovendo otimizações, reduzindo custos, compartilhando infraestrutura, adquirindo conhecimento, tendo um acesso maior aos clientes e, por fim, reduzindo riscos e incertezas. “As parcerias existem para beneficiar todas as partes. As parcerias são cada vez mais importantes para a otimização do modelo de negócios, assim como na redução de riscos e aquisição de recursos” (CARRASCO, 2014, p. 08). Carrasco (2014, grifo nosso) a estrutura de custos retrata os gastos para o funcionamento da organização. Deve ser descrito nela os custos mais significativos para o funcionamento do modelo de negócios seja efetivo e que consiga criar e oferecer valor para o segmento de clientes da organização, sempre com um bom relacionamento e sobre tudo gerando o retorno financeiro. A partir dos noves blocos citados, o modelo de Canvas é feito em um quadro para maior facilidade de se enxergar o funcionamento da organização, preenchendo-o a tabela mostrada a seguir na figura 5 se terá uma visão holística e clara do que a organização propõe e suas atividades. Figura 5 – O quadro do Modelo de Negócios de Canvas Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011). A imagem a seguir especifica em poucas palavras o que anteriormente foi explanado: Figura 6 – Componentes do Modelo de Negócios de Canvas Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011, p. 17). “O modelo de negócios é um esquema para a estratégia ser implementada através das estruturas organizacionais dos processos e sistemas” (OSTERWÄLDER; PIGNEUR, 2011, p. 15). Após apresentados os tópicos que fundamentam teoricamente o trabalho, a seguir será caracterizada a empresa foco do estudo – Germano Haertel CIA LTDA ME. 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 3.1 DADOS DA EMPRESA - Germano & Haertel CIA LTDA ME (Patroni Pizza); - Rod. BR 101 KM 211 – S/N, Loja A12, Bairro Fazenda Santo Antônio, São José – SC; - Fundada em 09 de novembro de 2012; - Ramo alimentício de atividade, tendo como produtos diversos pratos executivos, pizzas e petiscos; - Conta atualmente com 10 colaboradores; - Empresa de pequeno porte, sendo matriz e local; - Sua estimativa de faturamento mensal é de R$ 110.000,00 - Tem uma estrutura física totalmente adequada e própria para realizar os serviços que são desejados pelos clientes; - Pouca departamentalização por se tratar de uma pequena empresa e com poucos colaboradores, porém sua departamentalização é de acordo com o que permite os números de colaboradores.3.2 HISTÓRICO DO SETOR E DA EMPRESA O setor de atuação da empresa vem em constante crescimento no país cerca de 15% ao ano, e já contabilizam mais de mil e oitocentas marcas de franquias que atuam no Brasil, empregando mais de setecentas mil pessoas diretamente, além disso, é um dos ramos que mais se investem no país nos dias de hoje. A franquia é uma venda de licença do detentor da marca (franqueador), para o indivíduo (franqueado) que quer deter os direitos de distribuição, marca, patente, infraestrutura e know how dos produtos ou serviços da marca em questão. Assim, investindo em infraestrutura, colaboradores e produtos que o franqueador produz para girar a empresa em questão, além disso, são pagos os royalties, que é uma porcentagem do faturamento bruto do franqueado para que o franqueador possa lhe dar um suporte, e, por sua vez, obter lucro. Assim como todos os ramos tem seus prós e contras, mas com a ascensão do mercado de franquias o empresário acaba optando pois vê ali um conforto fornecido pelo franqueador em alguns departamentos, como um sistema para controlar seu negócio, uma consultoria anual, mensal, trimestral ou semanal dependendo da franquia, além de todos os produtos que o franqueado irá distribuir. O empreendimento em questão, está no ramo de franchising de distribuição, que é onde o franqueado comercializa o produto fabricado pelo franqueador, beneficiando-se de assistências exercidas pelo franqueador. A empresa surgiu no ano de 2012 com o propósito de representar uma franquia, o intuito do empresário era ser um franqueado de sucesso, após tempos de pesquisa, o mesmo decidiu investir em uma franquia que atende a seu público em todas as horas em que está em funcionamento, desde o almoço até o fim da noite. Além de qual franquia investir, o empresário estava com o intuito de empreender em um shopping, pelo fluxo de pessoas, na mesma época que teve a ideia de ser um franqueado e empreender, o continente shopping estava em conclusão, por fim, o intuito de empreender do empresário e o de dar apoio a empreendedores do shopping, acabou sendo criada a empresa, que hoje tem o maior público perante a seus concorrentes e busca cada dia mais. 3.3 MERCADOS, PRODUTOS E CLIENTES 3.3.1 Mercados A empresa atua no mercado de franquias, com uma concorrência muito forte por ser localizada em uma praça de alimentação de shopping, onde a busca por clientes e preços mais atrativos é contínua. A comercialização de seus produtos é feita através de uma cozinha central, que fornece os produtos para que possam ser manipulados. 3.3.2 Produtos Os produtos são totalmente padrão, a franquia exige que o franqueado tenha o padrão nacional da mesma. A maioria dos produtos chegam de uma cozinha central ou de distribuidores locais, que são indicados pela franquia, através de transporte rodoviário. Além disso, são manipulados pelos colaboradores do franqueado para que por fim cheguem ao consumidor. 3.3.3 Clientes Os principais clientes da empresa são os mesmo que frequentam o shopping, apesar disso, a empresa trabalha com convênio para colaboradores de empresas vizinhas ao shopping, com descontos e cartões fidelidades. Já seus fornecedores são poucos, por se tratar de uma franquia, seu maior fornecedor é a cozinha central da mesma, porém, em alguns casos a empresa necessita de distribuidores locais, como Baia Norte, Oesa e Vonpar. 3.4 MISSÃO VISÃO E VALORES - Missão: “Atender com zelo e hospitalidade todos os visitantes, além de acreditar e contribuir para o crescimento pessoal e profissional dos colaboradores e todas as esferas”; - Visão: “Ser o restaurante que melhor atenderá os consumidores para suas refeições em qualquer momento do dia”; - Valores: “Hospitalidade, sabor e preço justo”. 3.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Por se tratar de uma pequena empresa, a empresa não tem um organograma definido, porém, existem funções definidas para seus colaboradores, contando desde seu acionista, passando por gerente administrativo, gerente de compras e recursos humanos (RH), gerente operacional e auxiliares de cozinha. A empresa utiliza alguns instrumentos de gestão, um exemplo deles é o programa que a franquia tem à disposição, o Degust, que informa para o empresário todos os dados de perdas de produtos, break dos colaboradores, controle de estoque, panoramas financeiros, entre outros dados. Além disso, são usadas planilhas de gestão, tanto para gestão de colaboradores ou para área financeira e de produção. Figura 7 – Organograma da empresa Germano Haertel CIA LTDA ME Fonte: Desenvolvido pelo autor (2017). 3.6 ÁREAS ORGANIZACIONAIS 3.6.1 Administração Geral A comunicação dentro da empresa é totalmente aberta, por se tratar de uma empresa familiar, as decisões são tomadas em conjunto, caso algum dos proprietários não esteja, o mesmo é avisado por e-mail ou até mesmo por uma simples ligação. Já as decisões tomadas pelo gerente operacional, são passadas para os gestores através de e-mail ou de conversas diretas quando possível. Quanto a decisões de extrema importância os proprietários costumam reunir todos os gestores para ter uma opinião em conjunto, assim tendo uma maior concepção sobre a decisão a ser tomada. Hoje a empresa não conta com um planejamento estratégico, seus planejamentos e tomadas de decisões são decididas em largos períodos de tempo, assim, muitas vezes não tendo um resultado eficaz. 3.6.2 Administração de RH Quanto a parte de Gestão de Pessoas, a empresa conta com um de seus proprietários para cuidar especialmente disso. A parte de recrutamento e seleção é feita através de e-mail, currículos deixados na empresa, anúncios em jornais e em redes sociais, após esse recrutamento a pessoa responsável entrevistará o candidato para decidir qual tem o melhor perfil para atender a expectativa da empresa. Já o treinamento e desenvolvimento dos colaboradores são realizados pelo gerente operacional, no qual também recebe treinamento semestral e vídeos explicativos mensais para aprimorar sua capacidade técnica. Com isso, os auxiliares estão em constante treinamento juntamente. A política de salários da empresa segue as normas da CLT de bares e restaurantes do município que está localizada, quanto aos benefícios a empresa oferece os mesmos para colaboradores que não faltarem, a partir da meta de faturamento atingida e por fim pelo atingimento da meta de custo de mercadorias vendidas, isso para ter uma maior motivação nos pontos cruciais que a empresa necessita de seus colaboradores. 3.6.3 Administração Financeira e de Orçamentos As informações contábeis da empresa são todas de responsabilidade do setor financeiro e da contabilidade, ambos trabalham juntos para que a empresa possa ter uma vida financeira mais saudável. Além disso, atualmente a empresa conta com uma consultoria financeira (PAR 3), a qual faz todo o lançamento financeiro da empresa em um sistema adquirido para esse processo, sendo todos os lançamentos realizados pela consultoria. Para controle dessa operação são agendadas reuniões mensais para apresentação do resultado da empresa, após os resultados serem apresentados a Gerente Administrativa, a mesma se baseia nas informações para as tomadas de decisões. Em parceria com a gestão financeira são projetados possíveis investimentos. Já o departamento de cobrança é inexistente, pois seu modo de trabalho é pagamento à vista e o sistema de pagamento de suas obrigações é a maioria feito via internet e por boleto bancário. 3.6.4 Administração de Marketing O marketing realizado na Germano Haertel CIA LTDA ME é um marketing básico, porém usam algumas ferramentas, como o marketing direto, no qual é feito com entrega de panfletos, divulgação da marca nos meios digitais como Facebook e Instagram, e-mails e até mesmo contato direto por telefonecom o cliente. Já o marketing praticado pela franquia que a empresa representa é mais amplo e profissional. Por se tratar de uma franquia de âmbito nacional, a Patroni Pizza, pratica um marketing muito forte, usando a mídia digital, mídia televisiva, jornalística e até web mídia. Além disso, promove muito bem sua marca e locais físicos, principalmente em shoppings, lugar onde mais se encontra franquias da Patroni Pizza. 3.6.5 Gestão da Produção A gestão de produção da empresa é dada por um gestor que é responsável por toda parte de produção e manipulação dos alimentos. São as pessoas que cuidam de toda parte operacional no dia-dia da loja, além disso, ele é que faz o treinamento dos auxiliares para que tudo saia dentro do padrão da franquia. Ele recebe treinamento semestral da franquia, com novos treinamentos e atualizações sobre novos padrões de manuseio de alimentos e montagem dos pratos. 3.6.6 Cultura Organizacional A empresa trabalha e tem como propósito a satisfação dos funcionários em estar trabalhando na mesma. Hoje a empresa conta com 10 colaboradores e com todos muito bem relacionados entre si e com seu superior. Os colaboradores têm uma percepção muito agradável da empresa, sabemos disso pois as empresas vizinhas tem uma rotatividade muito grande de colaboradores comparadas a Germano Haertel CIA LTDA ME, e, além disso, pelo ambiente de trabalho muito agradável e participativo de todos que estão envolvidos. 3.6.7 Competências e Vulnerabilidades A Germano Haertel CIA LTDA ME, conta com alguns prós e contras. Um de seus pontos fortes é por ser localizada em um shopping, assim, tendo um giro de clientes muito grande, atendendo em um horário comercial muito eficaz englobando diversos públicos em diversos períodos do dia. Além disso, por se tratar de uma franquia, a empresa conta com uma consultoria mensal por parte da franquia, assim ajudando ainda mais na gestão do negócio e facilitando o controle operacional da empresa. Já os pontos fracos, são a concorrência muito grande e contínua na praça de alimentação onde está localizada, e sua alta variedade de produtos, que dificultam o controle por parte do empresário e a manipulação por parte de seus colaboradores. 3.6.8 Perspectivas A empresa tem uma perspectiva de mercado muito ampla pelo seu tamanho, hoje ela conta somente com uma sede em São José – SC, porém com o passar desses quatro anos de trabalho a empresa está com o intuito de investir em mais uma franquia até final de 2017. O projeto é de abrir mais uma franquia, em Criciúma – SC, em um shopping recém-inaugurado e da mesma empresa franqueadora, mesmo assim os proprietários estão estudando qual franquia e qual ponto devem instalar sua nova empresa, acerca disso os mesmo estão fazendo um estudo e pesquisa para saber qual franquia tem o melhor custo benefício, desde investimento inicial até público alvo. Depois de caracterizar a empresa estudada, a seguir é apresentado o capítulo de resultados. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS Neste tópico são apresentados: panorama das franquias no Brasil e aplicação da Modelagem de Negócios de Canvas para a empresa Germano Haertel CIA LTDA ME. 4.1 PANORAMA DAS FRANQUIAS DE ALIMENTAÇÃO NO BRASIL Justis (1989 apud ORTIGOZA, 1996, p. 22, grifo meu) "franchising é uma oportunidade de negócio através da qual um proprietário (produtor ou distribuidor) de um serviço ou produto com marca registrada, garante direitos exclusivos para um indivíduo para a distribuição e/ou venda local do serviço ou produto, de acordo com padrões de qualidade, em troca de pagamento ou royalties." A legislação brasileira, por sua vez, estabelece que "franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi exclusiva de produtos e serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício" (ORTIGOZA, 1996, p. 23). “O conceito de refeições rápidas (fast food) foi trazido ao Brasil em 1952, pelo Bob’s, com sua loja no Rio de Janeiro. Entretanto, a difusão por amplas parcelas da população desse conceito no país é uma ocorrência da década de oitenta” (MERLO, 2000, p. 39). Conforme ilustra figura 4 a seguir, o crescimento da franquia Mc Donald’s no Brasil vem forte desde a década de noventa. Figura 8 – Evolução do percentual de lojas próprias operacionalizado pelo Mc Donald’s na França, no Brasil e no Mundo Fonte: Silva (2007, p. 07). “O setor de alimentação é um dos mais pujantes e consolidados do franchising no Brasil. É o primeiro em número de redes (573 em operação no Brasil) e o segundo maior faturamento (R$ 20 bilhões). Observe a evolução, desde 2001 até o ano passado” (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2014). Figura 9 – Evolução das franquias alimentícias no Brasil Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2013). “A principal vantagem citada por vários autores para o franqueado é que esse terá acesso a um negócio já desenvolvido e minimizará o risco de montagem de novo empreendimento” (MERLO, 2000, p. 53). Figura 10 – Avaliação dos prós e contras do sistema para os franqueadores Fonte: Merlo (2000, p. 53). “O shopping continua sendo a principal localização de lojas e quiosques de franquias de alimentação, representando 50% do total das lojas em 2012. Segundo o balanço anual do setor feito pela Associação Brasileira de Franchising, cerca de 40% de novas lojas serão abertas em shoppings até 2016” (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2014). Após apresentado o panorama das franquias de alimentação no Brasil, a seguir é aplicada a Modelagem de Negócios de Canvas, conforme o objetivo deste estudo. 4.2 APLICAÇÃO DA MODELAGEM DE NEGÓCIOS DE CANVAS Conforme o objetivo geral do trabalho, foi aplicado a ferramenta de Modelagem de Negócios de Canvas, a partir de informações obtidas em entrevista com o gestor da empresa (Germano Haertel CIA LTDA ME), além daquelas, fruto de observação participante, visto que o autor do estudo é membro atuante do empreendimento. A seguir, é exposto o modelo. Quadro 1 - Modelagem de Negócios de Canvas aplicado na empresa Germano Haertel CIA LTDA ME Fonte: Desenvolvido pelo autor (2017) A empresa Germano Haertel CIA LTDA ME conta com os blocos definido da seguinte forma que segue: Tem como parceiros-chave a cozinha central da franquia e fornecedores de insumos para elaboração de seus produtos finais, e não menos importante, a franquia, a qual da todo o suporte nas áreas de divulgação, padronização e atividades rotineiras da empresa. Além disso, os colaboradores fazem parte dos parceiros-chave, pois com o seu trabalho diário oferecemos os produtos em um bom nível de qualidade e padrão. A franquia Patroni Pizza foi fundada no estado de São Paulo por Rubens Augusto Junior em 1984, hoje conta com cerca de 200 lojas espalhadas em território nacional e emprega direta e indiretamente cerca de três mil pessoas. Com o posto de maior rede de pizzaria do Brasil, a Patroni preza pelo padrão de seus produtos e clientes (franqueados). Além disso, é uma franquia que tem como objetivo atender o cliente em quase todos os horários do dia, para isso trabalha com pratos executivos, petiscos, porções, pizzas, bebidas em geral e chopps. Já seus fornecedores são todos indicados pela franqueador, como a Coca-cola no caso das bebidas e chopps, Unilever para demais produtos e por fim, sua produção própria para a cozinha central queatende todas suas franquias instaladas em todo o país. Os fornecedores dos franqueados (loja a loja) também são indicados pela franquia em cada área de atuação, tais como: Baia Norte, que fornece os insumos secos como farinha de trigo, utensílios e materiais, molhos e etc. já no setor de frios e laticínios a franquia tem como parceira a Oesa, empresa que fornece queijos, batata frita e produtos congelados. Tratando de bebidas tem como aliada a Vonpar, empresa que distribui os produtos de sua parceira Coca-cola, como citado acima. E por fim, a cozinha central, onde os demais insumos para a produção são produzidos por ela e entregue para cada franqueado em seus estabelecimentos. Suas atividades-chave são a elaboração de pizzas, pratos executivos, petiscos e venda de chopps e bebidas. O processo de elaboração dos produtos segue um padrão da franquia conforme foto dos pratos expostos nas figuras a seguir. Figura 11 – Prato executivo montado na empresa Fonte: Arquivos da empresa (2017). O processo de elaboração dos produtos segue orientação da franquia através de manual de elaboração conforme figura 12. Figura 12 - Manual de operações para elaboração dos pratos Fonte: Arquivos da empresa (2017). As propostas de valor são baseadas em uma prestação de serviço e produtos de qualidade, profissionais treinados para uma boa elaboração e atendimento ao cliente, um forno a lenha que tem como objetivo dar um melhor sabor e aparência na pizza, e por fim um projeto de delivery (entrega a domicílio) para maior comodidade ao cliente. Os principais canais de comunicação com os clientes, a fim de avaliar a satisfação dos mesmos e obter um feedback são o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e página do facebook, conforme exposto nas figuras 13 e 14 que os seguem. O Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da franquia funciona de forma padrão, onde o consumidor que não está de acordo, ou teve alguma experiência fora do âmbito prometido pela franquia pode ligar e deixar sua sugestão, reclamação ou elogio através de um número indicado em todas as imagens e banners de cada loja ou até mesmo pelo site da franquia. A partir disto, a franquia repassa essa sugestão, reclamação ou elogio para o franqueado que por sua vez decide o que fazer com o feedback recebido pelo seu cliente. Já a página do facebook conta também com esse serviço, onde os consumidores deixam sua sugestão, reclamação ou elogio indicando a loja que foi atendido, após isso, a franquia passa esse feedback para o franqueado responsável. Figura 13 – Página da Patroni Pizza no facebook Fonte: Arquivos da empresa (2017). Figura 14 – Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) Patroni Pizza Fonte: Arquivos da empresa (2017). O delivery ainda não se encontra ativo para loja dos shoppings, é um projeto nacional da franquia, porém é necessário uma série de estudos e processos para que haja liberação dos shoppings e o processo ocorra de forma que não atrapalhe o andamento de outras operações, a figura 15 demonstra os processos de um delivery através de um fluxograma realizado pela franquia em parceria com a empresa. Figura 15 – Fluxograma de um delivery Fonte: Arquivos da empresa (2017). Além disso, outros canais de comunicação da empresa são o local onde a empresa está situada e através do telefone ou whatsapp da empresa para uma reserva de pedido. O relacionamento com os clientes é baseado em estar sempre preparado para atender as expectativas do mesmo, diferenciar-se dos concorrentes através de produtos e serviço de qualidade, e, não menos importante, fidelizar o cliente com o cartão fidelidade oferecido e com os canais de comunicação apresentados. O cartão cliente fiel Patroni, é entregue a clientes com potencial fidelização a empresa, ele é válido por trinta dias e a cada dez refeições carimbadas e assinadas pelos atendentes da empresa, ganha-se um prato executivo estipulado na hora da compra conforme mostra a figura 16. Figura 16 – Cartão cliente fiel Fonte: Arquivos da empresa (2017). Figura 16.1 – Cartão cliente fiel Fonte: Arquivos da empresa (2017). Seus segmentos de clientes são os lojistas que trabalham no shopping, tendo uma clientela diária e fiel, colaboradores das empresas próximas a empresa, seguindo o mesmo contexto dos lojistas, e por fim os clientes das classes A, B e C1 frequentadores do shopping. “Com frequência, os consumidores respondem a um conjunto de influências externas e interpessoais, o que os leva a decidirem suas compras baseado no que eles acreditam que projetarão imagens favoráveis aos demais que atenderão às expectativas que os outros tem dele” (AVELAR, 2010, p. 36). “Nos shoppings, a maioria (74%) dos consumidores opta pelo restaurante ao chegar à praça de alimentação. Dos que já escolheram o local previamente, 42% mudam de ideia. O ideal é que os restaurantes conheçam o perfil do consumidor e criem estratégias baseadas nisso” (DE SÁ, 2011). Os recursos-chave da empresa se caracteriza por habilidades humanas, para um bom atendimento ao cliente e gerar valor a organização, dependências físicas para uma elaboração de produtos de qualidade em um tempo e aspecto padrão, e por fim, os sistemas, responsáveis pela direção e controle do que está sendo feito. Esses recursos-chave são o que envolvem e dão continuidade para os itens que aqui estão citados, como proposta de valor, relacionamento com cliente, canais de distribuição e entre outros. Os critérios para o atendimento ao cliente, o que a franquia oferece e espera do colaborador, rotinas diárias, asseio pessoal, aparência dos uniformes, vestiários, local de armazenagem de roupas e regras finais a serem seguidas pelos colaboradores também são estipulados pela franquia conforme figuras que seguem. 1 Segundo o IBGE (2015) as classes econômicas do Brasil estão divididas em A, B, C, D e E, levando em consideração o número de salários mínimos de renda como preposição para a classificação em cada classe. A partir do pretexto de que os clientes da organização são de classe A, B e C, a classificação explana que a classe considerada “A” tem sua renda acima de vinte salários mínimos, já a classe “B” tem sua renda classificada de dez a vinte salários mínimos e a classe “C” classifica-se de quatro a dez salários mínimos. Figura 17 – Manual de integração de colaboradores Fonte: Arquivos da empresa (2017). Figura 17.1 – Manual de integração de colaboradores Fonte: Arquivos da empresa (2017). Figura 17.2 – Manual de integração de colaboradores Fonte: Arquivos da empresa (2017). Além disso, a empresa estabelece um layout, onde a parte frontal encontra-se o atendimento ao público com caixas e passa pratos, seguido do setor de produção e no andar de cima encontram-se os estoques, separados por setor de limpeza, frios e secos conforme figura 18. Figura 18 – Layout piso alto da empresa Fonte: Elaborado pelo autor (2017). Figura 18.1 – Layout piso baixo da empresa Fonte: Arquivos da empresa (2017). Tem em sua estrutura de custos os insumos (matéria-prima), aluguel, luz, folhas salariais, impostos e investimentos iniciais, todos esses custos demonstrados a seguir no quadro 2. Quadro 2 – Estrutura de custos da empresa Germano Haertel CIA LTDA ME Fonte: Desenvolvido pelo autor (2017). E suas fontes de receitas são pagamentos direto no caixa com formas de pagamentos diversas, desde dinheiro, passando por vales de alimentação até cartões de crédito e débito. Além disso, trabalha com
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