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Universidade Estácio de Sá – Campus Resende
Disciplina: Direito Civil V (Direito de Família) 
Prof.: Ciro Ferreira dos Santos
Aula 01 - DIREITO DAS FAMÍLIAS
1 - Apresentação do Conteúdo: plano de ensino, mapa conceitual, metodologia de ensino e bibliografia. 
2. Direito de Família 
a. Conceito de Família: 
i. Evolução do conceito;
ii. A família como base da sociedade; 
iii. A família na CF/88; 
iv. Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro 
b. Localização da matéria no Código Civil
c. Princípios de Direito de Família: 
i. Da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º., III, CF);
ii. Da Solidariedade Familiar (arts. 227 e 230, CF); 
iii. Da Pluralidade das Entidades Familiares (art. 226, §§3º e 4º, CF); 
iv. Da Isonomia entre os cônjuges (art. 226, §5º., CF) e da isonomia entre os filhos (art. 227, §6º., CF); 
v. Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente (art. 227, CF); 
vi. Da Paternidade Responsável (art. 226, §7º., CF) e do Livre Planejamento Familiar (art. 227, §§ 3º., 4º., 6º., CF); 
vii. Da Monogamia (art. 1.521, VI, CC) 
Direito de Família - Noções Preliminares
É muito difícil ter uma definição de família tão abrangente de forma dimensionar, o que no contexto dos dias de hoje, se insere nesse conceito. Durante muito tempo se identificou família com a noção de casamento, ou seja, conjunto de pessoas ligadas a um casal, unidos pelo vínculo do casamento. Também se acostumou com a imagem de família patriarcal, sendo o pai a figura central, na companhia da esposa e filhos. 
O poderio da Igreja sobre o Estado no que se referia à Família, por séculos manteve engessada a formatação de família em torno somente do instituto do casamento (religioso) e nenhuma exceção era considerada, qualquer relação que extrapolava os limites do casamento era ignorada aos olhos da Igreja e do Estado. 
O afastamento do Estado em relação à Igreja revolucionou os costumes, e especialmente os que regiam a família. Sobreveio o grande número de entidades familiares, as quais se desajustaram do ordenamento vigente, escapando às normas existentes. 
A diversidade de concepções de família, assim com a visível diminuição de seus membros, o embaralhamento de papéis e seus novos contornos estão a desafiar a possibilidade de encontrar um conceito único para a identificação de família. 
Família no Direito Romano 
Na época clássica de Roma, a estrutura familiar fundava-se no modelo tipicamente patriarcal tendo como figura principal da família o pater familias (que tinha em mãos todos os poderes necessários à boa manutenção da família. Sua autoridade era incontestável). A evolução da família romana foi no sentido de se restringir progressivamente a autoridade do ‘pater’, dando-se maior autonomia à mulher e aos filhos.
O pater perdeu o direito de vida e morte que exercia sobre a mulher e os filhos. O Estado limita a autoridade do pater admitindo-se que se possa recorrer ao magistrado no caso de abuso do pater. 
A mulher foi se emancipando e progredindo a ponto de chegar a participar da vida social e política, não se satisfazendo mais com as funções exclusivamente familiares.
A idéia romana de casamento: para eles a affectio era um elemento necessário para o casamento que deveria existir enquanto este perdurasse (não só no momento de casar). O consentimento das partes devia ser continuado.
Família no Direito Canônico
Com o aparecimento do Cristianismo, a Igreja passou a legislar através de normas que denominou cânones, para diferenciá-las das leis que vinham do Estado. O conjunto de normas editadas pela Igreja passou a ser denominada de Direito Canônico.
O matrimônio era um acordo de vontades e também um sacramento. Os homens não podiam dissolver a união realizada por Deus. Tanto no Velho como no Novo Testamento – idéia de que marido e mulher constituem uma só carne. O casamento religioso é o único conhecido. O matrimônio é concebido como sacramento, reconhecendo-se a indissolubilidade do vínculo, só se falando de divórcio em casos de infiéis, cujo casamento não se reveste de caráter sagrado.
Para a Igreja, o matrimônio depende de simples consenso das partes.
Como para eles o casamento era indissolúvel, estabeleceram uma série de impedimentos, ou seja, motivos que impediam sua realização. Limitaram-se a exigir para validade: consenso dos nubente e as relações sexuais voluntárias.O simples consenso atual e presente concretiza o casamento (mas, quando não seguido por relações sexuais entre os nubentes, pode ser dissolvido em casos excepcionais previstos).
Família no Código Civil de 1916
Se observarmos o CC/16, veremos:
A separação dos cônjuges se vinculava ao sistema da culpa, não se admitindo o então chamado de desquite senão pela causas taxativamente previstas.
Proteção do vínculo conjugal – art. 222 CC/16 - Decisão unânime do TJ/ MG = o curador ao vínculo nas ações de anulação de casamento não há que ser figura decorativa, secundária, mas presente e atuante (1993). 
Art. 233 CC/16 – marido é o chefe da sociedade conjugal. A segunda parte (colaboração da mulher) foi inserida pelo Estatuto da Mulher Casada ( Lei nº 4121/62 )= “com a colaboração da mulher “ .
Até a CF/88, só o marido representava a família. Art. 233 e também art. 242 = faculdade de autorizar a mulher a praticar uma série de atos da vida civil. Poder marital até o Estatuto da Mulher Casada. (incapacidade jurídica da mulher casada). Atribuição ao marido do poder de sujeição sobre a mulher e conseqüente inferiorização feminina, tudo em prol da paz doméstica.
Com relação aos filhos, conferiam-se ao pai excessivos poderes. Ao filho cabia simplesmente se sujeitar ao poder paterno que se expressava, não raro em punições severas e castigos corporais O filho não podia contestar a autoridade do pai. 
Veio o ECA (Lei nº 8.069/90) que mudou isso e transformou o filho (que antes era mero objeto) em, protagonista, partícipe ativo da própria educação.
Família e a Constituição Federal de 1988
O CC/02 consolidou princípios constitucionais introduzidos pela CF/88. Ela abriu horizontes ao instituto jurídico da família, como: Entidade familiar, Planejamento da família e Assistência direta à família.
A CF consagra uma nova tábua de valores. Arts. 226/230. O centro da família desloca-se do casamento para as relações familiares dele decorrentes. Também uma tutela funcionalizada à dignidade de seus membros - Art. 226 §§3º/8º.
Antes: a hostilidade do legislador pré-constitucional Às interferências exógenas na estrutura familiar a escancarada proteção do vínculo conjugal e da coesão formal da família, ainda que em detrimento da realização pessoal de seus integrantes particularmente no que se refere à mulher e filhos = inteiramente subjugados à figura do cônjuge varão justificava-se em benefício da paz doméstica.
A proteção dos filhos que advinham de relacionamento extraconjugal não poderia afetar a estrutura familiar. Por isso o CC/16 tinha total aversão à concubina.
O sacrifício individual era compensado pela preservação da célula mater da sociedade (sob o paradigma patriarcal).
A CF/88, art.1º, III = entre os princípios fundamentais da República, impedindo que se admitisse a superposição de qualquer estrutura institucional à tutela de seus integrantes.
Com a CF/88, a família aumentou seu prestígio e passa a ser valorada de maneira instrumental, tutelada na medida em que se constitua em um núcleo intermediário de desenvolvimento da personalidade dos filhos e de promoção da dignidade dos seus integrantes.
Altera-se o conceito de entidade familiar. Antes = pais e filhos legítimos, baseada no casamento. Agora = um conceito mais flexível = 1 dos genitores com seus filhos ( tendo origem não apenas pelo casamento ) voltada para a realização espiritual e o desenvolvimento da personalidade de seus membros. Hoje, com a CF/88= funcionalização da famíliapara o desenvolvimento da personalidade de seus membros. A comunidade familiar deve ser preservada como instrumento da tutela da dignidade da pessoa humana.
A CF/88 = igualdade dos filhos havidos ou não da relação de casamento ou por adoção = proibidas as discriminações.
Cuida também o legislador constituinte do planejamento familiar – art.226, §7º CF - pp da dignidade da pessoa humana e paternidade responsável (ou seja, consciente).
Responsabilidade do casal (cônjuges ou companheiros). Decisão livre do casal. (diante do desenvolvimento populacional desordenado).
Assistência direta à família - §8º - condições de miséria absoluta.
Entidade familiar – união entre pessoas de sexo diferente. O constituinte admitiu, ao lado da entidade familiar constituída pelo casamento, as entidades familiares formadas pela união estável (§3º do art. 226 CF) e pela comunidade de qualquer dos pais e seus filhos (§4º). Isso demonstra mudança na ótica valorativa constitucional e impede se pretenda dar tratamento desigual a qualquer das entidades ali previstas.
A afetividade invade a ciência jurídica, transcendendo aos aspectos exclusivamente psicológicos e sociológicos. Arts.1.566, V; 1.724 CC.
Afeto e tolerância hão de ser incorporados como valores jurídicos no âmbito das relações familiares.
A paternidade pode exigir mais do que sangue, os cuidados na alimentação, na instrução, o carinho no tratamento, revelam no comportamento a base da paternidade.
Caberá ao Sistema de Justiça definir direitos e responsabilidades, identificar a essência da relação paterno-filial.
Comunidade familiar agora protegida como instrumento de realização da pessoa humana.
Igualdade entre homens e mulheres – abrange a igualdade no lar, na família = art. 226, § 5º CF.
Espécies de Família
Matrimonial – baseada no casamento.
Não Matrimonial – Oriunda das relações extraconjugais.
Adotiva – Estabelecida pela adoção, guarda e tutela (família substituta).
Monoparental – art. 226, §4º, CF comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
Sócio-afetiva – convoca os pais a uma paternidade responsável onde se assume uma realidade familiar concreta onde os vínculos de afeto se sobrepõem à verdade biológica.
Homoafertiva - Por decisão do STF em 2011, foi reconhecida a Família Homoafetiva, constituída por pessoas do mesmo sexo, podendo inclusive adotar filhos.
Conceito de Família:
a) Amplo – parentesco – conjunto de pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar (ascendentes, descendentes e colaterais, ascendentes, descendentes e colaterais do cônjuge = afins).
b) Estrito - se restringe aos pais e filhos menores (tutelando a família monoparental). 
No Direito anterior o casamento era o elemento estrutural do Direito de Família no Brasil (assim estava disciplinado em nossa legislação, no Código Civil de 1916).Conceito que perdurou na Constituição Federal de 1934 e que, por volta dos anos 60, veio a se contrastar com o Estatuto da Mulher Casada, Lei n°4121/62, uma das primeiras, se não a primeira lei, a trazer modificação no quadro apresentado.
Também com relação aos anos 60, a revolta ocorrida nessa época deu ensejo a construção de uma nova concepção de vida, pois iniciou-se a apologia da liberdade sexual. Questionavam os padrões que eram socialmente impostos para buscar suas ambições pessoais, onde o objetivo maior era o alcance da felicidade individual. Desta forma, veio a ser superado o entendimento de que apenas as justas núpcias são o lugar permitido às relações pessoais, concebendo-se, assim, outras formas de união afetiva embasadas na realização pessoal, o que deu ensejo à diminuição do preconceito com relação à família não fundada no casamento.
O legislador de 1916 ignora a família ilegítima. Já a Constituição Federal de 1988, declara que a família tem especial proteção do Estado, não conjugando a idéia de família com a de casamento. Sob a égide desta Constituição, outras transformações ocorreram visando-se à aproximação com as práticas das relações sociais - princípio da pluralidade das formas de família.
"É um conceito de família centrada na afetividade, onde já não há a necessidade de um vínculo materializado no papel, ou seja: o casamento não é mais a base única dessa família. "De um modelo de grande família, passou-se à família nuclear; de sua função reprodutiva e produtora, a família começa a ser o berço afetivo.
 
O modelo jurídico de família posto no sistema clássico, que acabou por "ceder" sua rigidez às peculiaridades da vida.
Princípios do Direito de Família
Princípio do matrimônio e da união estável – Tem como fundamento básico do casamento, da vida conjugal e do companheirismo a afeição entre os cônjuges e os conviventes.
Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros (Princípio da Isonomia) – direitos e deveres iguais entre os cônjuges e os companheiros.
Princípio da igualdade jurídica entre todos os filhos – não há nenhuma distinção entre os filhos legítimos, naturais e adotivos (art. 227, § 6° e art. 1.596 a 1.629 CC).
Princípio do pluralismo familiar – A norma constitucional abrange a família matrimonial e as entidades familiares (união estável e família monoparental).
Princípio da consagração do poder familiar – Substituiu o poder marital e o paterno no seio da família. É o dever-poder (art. 1.630 a 1.683 CC).
Princípio da liberdade – Livre poder de constituir uma comunhão de vida familiar por meio do casamento ou da união estável.
Princípio do respeito da dignidade da pessoa humana – Constitui base da comunidade familiar biológica ou socioafetiva (art. 1°, III CF).
Caso Concreto
Em outubro de 2012 uma mulher brasileira de 61 anos, casada com um homem de 55 anos, deu a luz a um casal de gêmeos em Santos (SP). A mulher desde 1992 era acompanhada pelo médico Orlando de Castro Neto e tentava engravidar sem sucesso. Inicialmente tentou engravidar pelos métodos naturais, mas não conseguiu. Após, foi submetida a duas tentativas de reprodução assistida que também restaram frustradas. Chateada, resolveu candidatar-se à adoção, mas foi rejeitada em razão da idade. Então, ainda em busca do sonho de ser mãe, passados dez anos, submeteu-se novamente a uma das técnicas de fertilização "in vitro" (utilizando embriões excedentes da primeira tentativa) que, desta vez, foi realizada com sucesso. 
Diante desta notícia e de tantas outras semelhantes no mundo, o Conselho Federal de Medicina decidiu rever a Resolução que tratava das técnicas de reprodução humana assistida em maio de 2013 publicou nova Resolução para tratar do assunto (n. 2013/2013). Nesta resolução o CFM proíbe expressamente que médicos utilizem as técnicas de reprodução humana assistida em pacientes mulheres com mais de cinqüenta anos. Pergunta-se: à luz dos princípios constitucionais, essa vedação é constitucional? Fundamente sua resposta em no máximo dez linhas.
Gabarito: À luz do princípio da igualdade parece a norma ser inconstitucional, pois veda a técnica apenas a mulheres. Quanto à questão da idade dois princípios parecem estar em conflito: livre planejamento familiar e melhor interesse da criança. Na análise da resposta o professor deve observar que princípio constitucional foi invocado pelo aluno e a explicação dada, pois não há ainda decisões judiciais sobre o assunto.
Questão objetiva 1
Durante o primeiro semestre de 2013 um Promotor de Justiça do Estado de Santa Catarina reiteradas vezes negou autorização a diversas habilitações para o casamento de pessoas do mesmo sexo. As decisões do Promotor de Justiça:
a.     Estão em conformidade com a Constituição Federal que não prevê o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
b.     Estão em conformidade com a interpretação extensiva das famílias realizada pelas decisões do STF e STJ e orientação do CNJ.
c.      Estão em conformidade com a interpretação teleológica da ConstituiçãoFederal.
d.     Estão em conformidade com as decisões do STF e do STJ que não autorizam o casamento e a união estável entre pessoas do mesmo sexo.
Gabarito: Letra "B" - Resolução do CNJ consolida entendimento do STJ quanto ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou resolução proposta por seu presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que obriga os cartórios de todo o país a registrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O ato, de número 175, também determina que sejam convertidas em casamento as uniões estáveis homoafetivas já registradas.
A resolução baseou-se em decisões proferidas pelo STF, no julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 4.277/DF, e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp 1.183.378/RS, em outubro de 2011. Neste último, a Quarta Turma do Tribunal, em decisão inédita, concluiu que a dignidade da pessoa humana, consagrada pela Constituição, não é aumentada nem diminuída em razão do uso da sexualidade, e que a orientação sexual não pode servir de pretexto para excluir família da proteção jurídica representada pelo casamento. 
O colegiado, por maioria, seguindo o entendimento do ministro Luis Felipe Salomão (relator), afirmou que o legislador poderia, se quisesse, ter utilizado expressão restritiva, de modo que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ficasse definitivamente excluído da abrangência legal, o que não ocorreu. 
Mesma lógica - Por consequência, o mesmo raciocínio utilizado, tanto pelo STJ quanto pelo STF, para conceder aos pares homoafetivos os direitos decorrentes da união estável, deve ser utilizado para lhes franquear a via do casamento civil, mesmo porque é a própria Constituição Federal que determina a facilitação da conversão da união estável em casamento?, concluiu Salomão. 
No caso, o recurso especial foi interposto por duas cidadãs residentes no Rio Grande do Sul, que já viviam em união estável e tiveram o pedido de habilitação para o casamento negado em primeira e segunda instância. A decisão do tribunal gaúcho afirmou não haver possibilidade jurídica para o pedido, pois só o Poder Legislativo teria competência para instituir o casamento homoafetivo. 
No recurso especial dirigido ao STJ, elas sustentaram não haver impedimento no ordenamento jurídico para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirmaram, também, que deveria ser aplicada ao caso a regra de direito privado segundo a qual é permitido tudo o que não é expressamente proibido. 
Questão objetiva 2
Sobre o princípio da afetividade é possível afirmar que:
a)     Está expressamente previsto na Constituição Federal.
b)     É princípio constitucional que determina que os pais e filhos podem ser obrigados judicialmente a dar e demonstrar afeto recíproco, sob pena de responsabilização civil.
c)      Não permite que o vínculo afetivo se sobreponha ao vínculo biológico nas relações paterno-filiais, quando o resultado do DNA for negativo.
d)     A afetividade está na base da conduta humana e da conduta jurídica e, embora não expresso na Constituição Federal, deve ser entendido como princípio contido no princípio da dignidade da pessoa humana e correlato ao princípio da solidariedade.
Gabarito:  Letra "D" - art. 1o., CF.

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