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Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 1 Neuroanatomia Sistema Nervoso Autônomo: Anatomia do Simpático e Parassimpático – CAP 13 Sistema Nervoso Simpático 1. Aspectos Anatômicos Tronco Simpático: A principal formação anatômica do sistema simpático é o tronco simpático, formado por uma cadeia de gânglios unidos através de ramos interganglionares. Cada tronco simpático se estende da base do crânio, onde termina unindo-se com o do lado oposto. Porção cervical do tronco simpático: gânglios cervical superior, cervical médio e cervical inferior. Porção torácica o número de gânglios (10 a 12) é menor que o dos nervos espinhais, porque pode ocorrer a fusão de gânglios vizinhos. Porção lombar, temos de 3 a 5 gânglios; Porção sacral, de 4 a 5; Porção coccígea apenas um gânglio, o gânglio ímpar Nervos Esplânicos e gânglios Pré-vertebrais Na porção torácica do tronco simpático, originam-se os chamados nervos esplâncnicos (maior, menor e imo), os quais possuem trajeto descendente, atravessam o diafragma e penetram na cavidade abdominal, onde terminam nos chamados gânglios pré-vertebrais, localizados anteriormente à coluna vertebral e à aorta abdominal, em geral próximo à origem dos ramos abdominais desta artéria. Esses gânglios são: gânglios celíacos, gânglios aórticos, gânglio mesentérico superior e mesentérico inferior. O nervo esplâncnico maior termina no gânglio celíaco e o esplâncnico menor, no gânglio aórtico-renal. Os nervos esplâncnicos se originam aparentemente de gânglios paravertebrais, mas são constituídos por fibras pré-ganglionares, além de um número considerável de fibras viscerais aferentes. O gânglio cervical inferior pode se fundir com o primeiro torácico, formando o gânglio cérvico-torácico (estrelado). Para o qual convergem e no qual terminam os dois troncos simpáticos de cada lado. Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 2 Ramos Comunicantes Existem dois tipos de ramos que unem o tronco simpático aos nervos espinhais: os ramos comunicantes brancos e ramos comunicantes cinzentos. Os ramos comunicantes brancos ligam a medula ao tronco simpático, sendo constituídos de fibras pré-ganglionares, além de fibras viscerais aferentes. Os ramos comunicantes cinzentos são constituídos de fibras pós-ganglionares, amielínicas. OBS: Os neurônios pré-ganglionares só existem nos segmentos medulares de T1 a L2, o que implica dizer que as fibras pré-ganglionares só emergem destes níveis e que os ramos comunicantes brancos também só aparecem nas regiões torácica e lombar alta. Isso não acontece com os ramos comunicantes cinzentos, pois eles ligam o tronco simpático a todos os nervos espinhais. Filetes Vasculares e Nervos Cardícos Existem pequenos filetes nervosos que se acolam à adventícia das artérias e seguem com elas até as vísceras, originados do tronco simpático e dos gânglios pré-vertebrais. O nervo carotídeo interno sai do polo cranial do gânglio cervical superior e se ramifica formando o plexo carotídeo interno, que penetra no crânio acompanhando a artéria carótida interna. Dos gânglios pré-vertebrais, filetes nervosos acompanham a artéria aorta abdominal e seus ramos. Também podem existir nervos que chegam às vísceras por um trajeto independente das artérias, como os nervos cardíacos cervicais superior, médio e inferior, que se destacam dos gânglios cervicais correspondentes e se dirigem ao coração. 2. Localização dos neurônios pré-ganglionares e trajeto das fibras pré-ganglionares O corpo do neurônio pré-ganglionar se localiza na coluna lateral da medula de T1 a L2, e as fibras pré-ganglionares terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-ganglionares, que podem estar em três posições: a. Em um gânglio paravertebral situado no mesmo nível, de onde a vibra saiu pelo ramo comunicante branco. b. Em um gânglio paravertebral situado acima ou abaixo deste nível, de forma que as fibras pré-ganglionares alcançam estes gânglios por ramos interganglionares, podendo chegar em gânglios situados acima de T1 ou abaixo de L2 c. Em um gânglio pré-verterbral, onde as fibras pré-ganglionares passam pelos gânglios paravertebrais sem fazer sinapse ali e chegam pelos nervos esplâncnicos, que assim, poderiam ser considerados como verdadeiros ramos comunicantes brancos. 3. Localização dos neurônios pós-ganglionares e trajeto das fibras pós-ganglionares Os neurônios pós-ganglionares se localizam nos gânglios para e pré-vertebrais, de onde saem as fibras pós-ganglionares, cujo destino é sempre uma glândula, músculo liso ou cardíaco. As fibras pós-ganglionares para chegar ao seu destino podem seguir por 3 trajetos: a. Por intermédio de um nervo espinhal: Ocorre quando as fibras voltam ao nervo espinhal pelo ramo comunicante cinzento e se distribuem no território de inervação deste nervo. Assim, todos os nervos espinhais Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 3 possuem fibras simpáticas pós-ganglionares que desta forma chegam aos músculos eretores dos pelos, às glândulas sudoríparas e aos vasos cutâneos; b. Por intermédio de um nervo independente: o nervo liga diretamente o gânglio à víscera, como os nervos cardíacos cervicais do simpático; c. Por intermédio de uma artéria: as fibras pós-ganglionares podem acompanhar uma artéria até o seu território de irrigação. OBS: Inervação simpática da pupila As fibras pré-ganglionares relacionadas com a inervação da pupila se originam de neurônios situados na coluna lateral da medula torácica alta. Tais fibras saem pelas raízes ventrais, ganham os nervos espinhais correspondentes e passam ao tronco simpático pelos respectivos ramos comunicantes brancos, sobem pelo tronco simpático e terminam fazendo sinapses com os neurônios pós-ganglionares do gânglio cervical superior. As fibras pós-ganglionares sobem no nervo e plexo carotídeo interno e penetram no crânio com a artéria carótida interna. Essas fibras se destacam quando a artéria atravessa o seio cavernoso e passam pelo gânglio ciliar sem fazer sinapse, e através dos nervos ciliares curtos, ganham o bulbo ocular, onde terminam formando um rico plexo no músculo dilatador da pupila. Lesão das fibras simpáticas para a pupila (Síndrome de Horner) é caracterizada por: Miose; Queda da pálpebra (ptose palpebral); Vasodilatação cutânea e deficiência de sudorese na face. Sistema Nervoso Parassimpático 4. Parte craniana do sistema nervoso parassimpático É constituída por alguns núcleos de nervos cranianos, gânglios e fibras nervosas em relação com alguns nervos cranianos. Nos núcleos estão os corpos de neurônios pré-ganglionares cujas fibras atingem os gânglios através dos pares de nervos cranianos III, VII, IX e X. Desses gânglios saem fibras pós-ganglionares para as glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Tais gânglios são: a. Gânglio Ciliar: recebe fibras pré-ganglionares do III par (oculomotor) e envia, através de nervos ciliares curtos, fibras pós-ganglionares que ganham o bulbo ocular e inervam os músculo ciliar e esfíncter da pupila; b. Gânglio Pterigopalatino: recebe fibras pré-ganglionares do VII par (facial) e envia fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal; c. Gânglio Ótico: recebe fibras pré-ganglionares do IX par (glossofaríngeo) e envia fibras pós-ganglionares para a parótida através do nervo auriculotemporal; d. Gânglio Submandibular: recebe fibras pré-ganglionares do VII par (facial) e manda fibras pós-ganglionares para as glândulas submandibular e sublingual. Esses gânglios estão anatomicamente relacionados com ramos do nervo trigêmeo. Existe também na parede ou nas proximidades das vísceras, do tórax e do abdome, um grande númerode gânglios parassimpáticos. Nas paredes do tubo digestivo integram o plexo submucoso e o mioentérico. Tais gânglios recebem fibras pré-ganglionares curtas para as vísceras onde estão situadas. Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 4 5. Parte sacral do sistema nervoso parassimpático Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos em S2, S3 e S4 e as fibras pré- ganglionares saem pelas raízes ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham o tronco simpático destes nervos e se destacam para formar os nervos esplâncnicos pélvicos. Tais nervos atingem as vísceras da cavidade pélvica, onde terminam fazendo sinapse nos gânglios que se localizam ali, além de estarem relacionados com o fenômeno da ereção.
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