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Neuroanatomia - Medula

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Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 1 
 
Neuroanatomia 
Estrutura da medula espinhal – CAP 14 
Na medula, a substância cinzenta é circundada pela branca, constituindo, de cada lado, os 
funículos (contém vários tractos ou fascículos) anterior, lateral e posterior. Esse último, 
compreendendo aos fascículos grácil e cuneiforme. Entre a fissura mediana e a substância 
cinzenta localiza-se a comissura branca, local de cruzamento de fibras. Na substância cinzenta 
notam-se colunas anterior, lateral e posterior. 
 
 
 
 
 
 
1. Substância cinzenta da medula 
 Divisão da substância cinzenta: Divide-se em coluna anterior, coluna posterior (contém 
a substância gelatinosa, área constituída de tecido nervoso translúcido, rico em células 
gliais e neurônios pequenos) e substância cinzenta intermédia. Essa última, por sua 
vez, pode ser divida em central e lateral. 
 
 Classificação dos neurônios medulares: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A quantidade de substância branca em relação à cinzenta é 
tanto maior quanto mais alto o nível considerado. Ao nível dos 
intumescimentos lombares e cervicais, a coluna anterior é 
mais dilatada; a coluna lateral só existe de T1 até L2. 
Neurônios de 
axônio longo 
Neurônios de 
axônio curto 
Radiculares 
Cordonais 
Viscerais 
Somáticos 
De projeção: Integra as vias ascendentes da medula 
(vão para o tálamo, cerebelo etc). 
De associação: Integram segmentos medulares 
situados em níveis diferentes. 
α 
β 
Axônios ganham a substância branca da 
medula, onde tomam direção ascendente 
ou descendente, passando a constituir as 
fibras que formam os funículos na 
medula. 
Axônio longo sai da medula para 
constituir a raiz ventral 
Neurônios motores primários 
Permanecem na 
substância cinzenta 
Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 2 
 
 Núcleos e Lâminas da substância cinzenta da medula 
Os neurônios medulares não se distribuem de maneira uniforme na substância cinzenta, mas 
agrupam-se em núcleos ora mais, ora menos definidos. Esses núcleos formam colunas 
longitudinais dentro das três colunas da medula. 
 Coluna Anterior 
 Os núcleos do grupo medial existem em toda a extensão da medula e os 
neurônios motores ai localizados inervam a musculatura relacionada com o 
esqueleto axial, através de fibras que emergem principalmente dos ramos 
dorsais dos nervos espinhais. 
 Os núcleos do grupo lateral dão origem a fibras que inervam a musculatura 
relacionada com os músculos distais (membros inferiores e superiores). 
 Coluna Posterior 
 Núcleo torácico: Relaciona-se com a propriocepção inconsciente e contem 
neurônios cordonais de projeção, cujo axônio vai ao cerebelo. 
 Substância gelatinosa: Recebe fibras sensitivas, nela funciona o chamado 
portão da dor, um mecanismo que regula a entrada no sistema nervoso de 
impulsos dolorosos. 
 
2. Substância Branca da Medula 
 Identificação de tractos e fascículos 
As fibras da substância branca da medula agrupam-se em tractos e fascículos que formam 
verdadeiros caminhos, ou vias, por onde passam os impulsos nervosos que sobem ou descem. 
Não existem na substância branca septos delimitando os diversos tractos e fascículos. Existem 
ainda vias que contém fibras ascendentes e descendentes misturadas e que constituem as vias 
de associação da medula. 
 Vias Descendentes: São formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em 
várias áreas do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com neurônios 
medulares. Algumas terminam em neurônios pré-ganglionares do SNA, constituindo as 
vias descendentes viscerais. 
O contingente mais importante dessas fibras termina direta ou indiretamente nos 
neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras descendentes somáticas. 
Essas vias se dividem em: 
 
 Sistema Lateral: Compreende dois tractos: o córtico-espinhal e o rubro-
espinhal. Ambos conduzem impulsos nervosos aos neurônios do grupo lateral 
da coluna anterior da medula. O tracto córtico-espinhal se origina no córtex 
cerebral e no trajeto do córtex até o bulbo esse tracto constitui um só feixe. Ao 
nível da decussação das pirâmides, uma parte de suas fibras cruza e vai 
constituir o tracto córtico-espinhal lateral da medula. Este é responsável pelo 
controle da motricidade voluntária da musculatura distal. Entretanto cerca de 
10% dessas fibras não decussam, formando o tracto córtico-espinhal anterior 
(o qual faz parte do sistema medial). Posteriormente, as fibras do córtico-
espinhal anterior, pouco antes de terminar, cruzam o plano mediano e 
terminam em neurônios motores do lado oposto àquele no qual entraram na 
medula. Portanto, em última análise os dois tractos são cruzados, o que 
significa que o córtex de um hemisfério cerebral comanda os neurônios 
motores situados do lado oposto na medula. Assim, a motricidade voluntária é 
cruzada. O tracto rubro-espinhal liga-se aos neurônios motores situados 
Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 3 
 
lateralmente na coluna anterior, os quais controlam os músculos responsáveis 
pela motricidade da parte distal dos membros. Nesse sentido, ele se 
assemelha ao córtico-espinhal lateral, que também controla esses músculos. 
 
 Sistema Medial: São os seguintes tractos: córtico-espinhal anterior (controle da 
motricidade voluntária axial e proximal dos membros superiores); tecto-
espinhal (relacionado com os reflexos em que a movimentação decorre de 
estímulos visuais); vestíbulo-espinhal medial (relacionado com os ajustes 
corporais da cabeça e tronco); vestíbulo-espinhal lateral (relacionado com a 
manutenção do equilíbrio); retículo espinhal pontino (promove a contração da 
musculatura extensora do membro inferior necessária para a manutenção da 
postura ereta, resistindo à ação da gravidade); retículo-espinhal bulbar 
(promove o relaxamento da musculatura extensora do membro inferior). 
 
 Vias Ascendentes 
As fibras que formam essas vias penetram pela raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de 
várias partes do corpo. 
 Destino das fibras da raiz dorsal: Sinapse com neurônios motores, na coluna 
anterior, sinapse com os neurônios internunciais, sinapse com os neurônios 
cordonais de associação, sinapse com neurônios pré-ganglionares (realização 
de arcos reflexos viscerais), sinapse com neurônios cordonais de projeção 
(vias ascendentes, impulsos que penetram na raiz dorsal são levados ao 
tálamo e ao cerebelo). 
 
 Sistematização das Vias ascendentes da medula: As fibras que formam as vias 
ascendentes da medula são ramos ascendentes de fibras a raiz dorsal 
(fascículos grácil e cuneiforme) ou axônios de neurônios cordonais de projeção 
situados na coluna posterior. Essas fibras se reúnem em tractos e fascículos. 
 
 
 Vias ascendentes do funículo posterior 
I. Fascículo Grácil: Conduz impulsos provenientes dos membros inferiores e da 
metade inferior do tronco. 
II. Fascículo Cuneiforme: Conduz impulsos provenientes dos membros superiores 
e da metade superior do tronco. 
Ambos conduzem impulsos nervosos relacionados à propriocepção consicente, 
tato epicrítico (discriminativo), sensibilidade vibratória e estreognosia (perceber 
com as mãos a forma e tamanho de um objeto). 
 Vias ascendentes do funículo anterior 
I. Tracto espino-talâmico anterior: Conduz impulsos ascendentes de pressão e 
tato protopático (tato leve). Cruzado. 
 
 Vias ascendentes do funículo lateral 
i. Tracto espino-talâmico lateral: Conduz impulsos de dor e temperatura. 
Cruzado. Junto dele seguem também as fibras espino-reticulares, que 
conduzem impulsos dolorosos. 
ii. Tracto espino-cerebelar posterior: Conduz os impulsos nervosos de 
propriocepção inconsciente. Não é cruzado. 
Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 4 
 
iii. Tracto espino-cerebelaranterior: leva impulsos de propriocepção inconsciente 
e também informa eventos que ocorrem dentro da própria medula relacionados 
à atividade elétrica do tracto córtico-espinhal. Pode ser cruzado ou direto. 
Observação: Tanto o tracto-cerebelar anterior quanto o espino-cerebelar posterior 
conduzem fibras proprioceptivas cujos impulsos não atingem o nível da 
consciência. 
 
3. Lesões da medula 
 
 Lesão da coluna anterior: Ocorre mais frequentemente na poliomielite. Neste caso, 
aparece uma síndrome do neurônio motor inferior (hiporreflexia e hipotonia: paralisias 
flácidas) no território muscular correspondente à área da medula que foi lesada. 
 
 Tabes Dorsalis: Consequência da neurosífilis ocorre lesão das raízes dorsais, 
especialmente da divisão medial dessas raízes. Como consequência tempos: perda da 
propriocepção consciente; perda do tato epicrítico; perda da sensibilidade vibratória e 
da estereognosia. 
 
 
 Hemissecção da medula: Produz no homem um conjunto de sintomas conhecido com 
síndrome de Brown-séquard. Os sintomas mais característicos resultam da interrupção 
dos principais tractos, que percorrem uma metade da medula. 
 Sintomas que se manifestam do mesmo lado da lesão (Tractos não cruzados 
da medula): Aparecimento do sinal de babinski, paralisia epástica (Lesão do 
tracto córtico-espinhal lateral); perda da propriocepção consciente e do tato 
epicrítco (interrupção dos fascículos grácil e cuneiforme). 
 Sintomas que se manifestam do lado oposto à lesão (Tractos cruzados): perda 
da sensibilidade térmica e dolorosa (lesão do tracto espino-talâmico lateral); 
ligeira diminuição do tato protopático e da pressão (comprometimento do tracto 
espino-talâmico anterior). 
 
 Seringomielia: Formação de uma cavidade no canal central da medula, levando a uma 
destruição da substância intermédia central e da comissura branca. Essa destruição 
interrompe as fibras que formam os dois tractos espino-talâmicos laterais, quando 
eles cruzam ventralmente ao canal sentral. Ocorre perda da sensibilidade térmica e 
dolorosa de ambos os lados. 
 
 Transecção da Medula: O paciente entra em choque espinhal; que é caracterizado pela 
total perda de sensibilidade, dos movimentos e do tônus dos músculos inervados pelos 
segmentos situados abaixo no nível da lesão. 
 
 Compressão da Medula por tumor: Um tumor que se desenvolve no canal vertebral 
pode comprimir a medula de fora pra dentro resultando em sintomatologia variável, 
conforme a posição do tumor. 
 
 Secção cirúrgica dos tractos espino-talâmicos laterais (Cordotomias): Em caso de dor 
resistente aos medicamentos. O processo consiste na secção cirúrgica do tracto acima 
e do lado oposto ao processo doloroso.

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