Neuroanatomia - Hipotálamo

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Gabriella Puiati Pelluso – MED105 Página 1 
 
Neuroanatomia 
Estrutura e funções do hipotálamo – CAP 22 
1. Divisões e núcleos do hipotálamo 
O hipotálamo é constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se agrupa em 
núcleos. 
 Fórnix: percorre o hipotálamo de cima para baixo o que permite dividi-lo em uma área 
medial e outra lateral. 
 Área medial: situada entre o fórnix e as paredes do III ventrículo, rica em 
substância cinzenta e nela se localizam os principais núcleos do hipotálamo. 
 Área lateral: situada lateralmente ao fórnix, há um predomínio de fibras de 
direção longitudinal. É percorrida pelo feixe prosencefálico medial, que 
estabelece conexão nos dois sentidos entre a área septal e a formação 
reticular. Muitas dessas fibras terminam no hipotálamo. 
O hipotálamo pode ainda ser dividido por três planos frontais em: 
 Hipotálamo supraóptico: quiasma óptico e toda a área situada acima dele até o 
sulco hipotalâmico. Núcleos presentes: supra quiasmático, supraóptico e 
paraventricular. 
 Hipotálamo Tuberal; túber cinero toda a área situada acima dele até o sulco 
hipotalâmico. Núcleos: dorsomedial, ventromedial e arqueado. 
 Hipotálamo Mamilar: corpos mamilares com seus núcleos toda a área situada 
acima deles até o sulco hipotalâmico. Núcleos: mamilares, túberomamilares 
e posterior. 
OBS: Área pré-optica: não pertence ao diencéfalo, uma vez que é derivada embriologicamente 
da vesícula telencefálica. Liga-se ao hipotálamo supraóptico. Nela localiza-se o órgão vascular 
da lâmina terminal, no qual não existe barreira hematoencefálica, e que, portanto, funciona 
como um sensor especializado em detectar sinais químicos para termorregulação e 
metabolismo salino. 
2. Conexões do Hipotálamo 
Recebe vários sinais das vias sensoriais, de várias áreas do SNC e tem eferências que, como 
resultado final, contribuirão para regulação da homeostasia. 
a. Conexões com o sistema límbico: O sistema límbico compreende a uma série de 
estruturas telencefálicas relacionadas principalmente com a regulação do 
comportamento emocional e da memória. 
 Hipocampo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo Amigdalóide: 
 Núcleos Amigdalóides hipotálamo 
Núcleos mamilares Formação 
reticular no 
mesencéfalo 
Núcleo anterior do tálamo 
Fascículo mamilo-tegmentar 
Fascículo 
mamilo-talâmicoParte do 
circuito de 
papez 
Estria terminal
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 Área Septal: Hipotálamo 
 
b. Conexões com a área pré-frontal: Se relaciona com o comportamento emocional. 
 
 Área pré-frontal Hipotálamo 
 
 
 
 
 
c. Conexões viscerais: 
 Aferentes: 
 
 
 
 
 Eferentes: 
 
 
 
 
 
 
d. Conexões com a hipófise: Existem apenas conexões eferentes e que se dão por meio 
dos tractos hipotálamo-hipofisário e túbero-infundibular. 
 
 Hipotálamo-hipofisário: 
 
 
 
 
 Túbero-infundibular: 
 
 
 
 
 
Feixe prosencefálico medial 
Núcleo 
Dorsomedial 
do Tálamo 
Hipotálamo Núcleo do tracto solitário 
Sensibilidade (geral e especial) que entra no SN 
pelos nervos facial, vago e glossifaríngeo 
Fibras solitário-talâmicas 
Hipotálamo 
Indireta: Neurônios pré-ganglionates do SS e SP 
Direta: Núcleos da coluna eferente visceral geral do TE 
 Coluna lateral da medula 
Neurônios pré-ganglionates 
do SS e SP 
Formação reticular 
Neurônios grandes dos 
núcleos Supraóptico e 
Paraventricular 
Neurohipófise 
Tracto hipotálamo-hipofisário Constituído por 
fibras ricas em 
neurossecreção 
(vasopressina e 
ocitocina) 
Neurônios pequenos do 
núcleo Arqueado e áreas 
vizinhas 
Haste infundibular 
Eminência Mediana 
Tracto túbero-infundibular
Constituído por 
fibras ricas em 
neurossecreção 
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e. Conexões sensoriais: o hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas erógenas, 
como os mamilos e os órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. 
Existem também conexões diretas do córtex olfatório e da retina com o hipotálamo. 
Esta última se da através do tracto retino-hipotalâmico, que termina nos núcleos 
supraquiasmático e em parte no pré-óptico ventrolateral. Essas conexões estão 
envolvidas com o ciclo claro-escuro. 
 
3. Funções do hipotálamo 
O hipotálamo está relacionado com o controle da homeostasia, ou seja, com a manutenção do 
meio interno dentro de limites compatíveis com o funcionamento adequado dos diversos 
órgãos. Para isso, o hipotálamo tem um papel regulador sobre o SNA e o sistema endócrino. 
 
 Controle do SNA: 
 Estimulações: 
 
 
 Regulação da temperatura corporal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Regulação do comportamento emocional: Muitas áreas do hipotálamo 
pertencem ao sistema límbico e têm papel importante na regulação de 
processos emocionais. 
 Regulação do equilíbrio hidrossalino e da PA: A pressão arterial está 
diretamente ligada à volemia e à concentração de Na+. O principal mecanismo 
pelo qual o hipotálamo regula o equilíbro hidrossalino é por meio da liberação 
do hormônio anti-diurético. Os neurônios que liberam esse hormônio recebem 
aferências do órgão vascular da lâmina terminal e do subfornical. Neles não 
existe barreira hematoencefálica, o que permite detectar a osmolaridade do 
sangue e de níveis elevados de angiotensina II. Além disso, barroreceptores 
localizados na parede dos grandes vasos e no seio carotídeo percebem 
alterações da PA e transmitem por meio do nervo vago aos núcleos do trato 
solitário. Este, conecta-se com os núcleos supraóptico e paraventricular e com 
Hipotálamo Anterior: Sistema Parassimpático 
Hipotálamo Posterior: Sistema Simpático 
Termorreceptores periféricos 
Neurônios do hipotálamo anterior 
Informam a T (C°) corporal
Hipotálamo 
Detecta variações da T 
(C°) do sangue e ativa:
Centro da perda do calor 
Centro da conservação do calor 
-Vasodilação periférica 
-Sudorese
-Vasoconstrição periférica 
-Tremores musculares 
-Liberação do hormônio tireoidiano 
Lesões: Elevação incontrolável da temperatura 
(Febre Central), quase sempre fatal. 
Hipotálamo Posterior 
Hipotálamo Anterior 
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neurônios receptores na área pré-óptica. Quando o sinal detectado é de 
hipovolemia, secreta-se o hormônio antidiurético que promove a vasocontrição 
e reabsorção de água e sódio. Se for detectada hiponatremia, a hipófise é 
estimulada a liberar ACTH que estimula a secreção de aldosterona, 
reabsorvendo sódio. 
OBS: Além desses mecanismos, o hipotálamo ativa o centro da sede localizado 
no hipotálamo lateral, aumentando a sede do animal. 
 Regulação da Ingestão de alimentos: 
 Estimulações: 
 
 
 
 
 Regulação do Sistema endócrino: 
Adeno-hipófise: O hipotálamo regula a secreção de todos os hormônios da 
adeno-hipófise. Desse modo, exerce ação controladora sobre quase todo o 
sistema endócrino. Essa regulação envolve uma conexão vascular e nervosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neuro-Hipófise: As fibras do tracto hipotálamo-hipofisário terminam em relação 
com vasos situados em septos conjuntivos, o que permite a liberação dos 
hormônios na corrente sanguínea. Esta liberação é facilitada pelo fato de que 
os capilaresda neuro-hipófise são fenestrados, não existindo a barreira 
hematoencefálica. 
 Hormônio antidiurético: age nos túbulos renais aumentando a absorção 
de água; 
 Ocitocina: promove a contração da musculatura uterina e das células 
mioepiteliais das glândulas mamárias, sendo importante no parto e na 
ejeção do leite.OBS: Diabetes insipidus ( Volume de urina, sem eliminação de glicose). 
Hipotálamo Lateral: Centro da Fome 
Núcleo Ventromedial: Centro da Saciedade 
Nervosa 
Neurônios secretores Substâncias Ativas 
Capilares especiais na eminência 
mediana e na haste infundibular 
Núcleo arqueado e 
áreas vizinhas do 
hipotálamo tuberal 
Adeno-hipófise 
Células adeno-hipofisárias atuam regulando por fatores de 
liberação e inibição, a liberação dos hormônios 
Tracto túbero-infundibular 
por fluxo axoplasmático 
1ª rede capilar
Substâncias 
passas a 2ª rede 
capilar através das 
veias do sistema 
porta 
Vascular 
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 Geração e regulação de ritmos circadianos: A maioria dos nossos parâmetros 
fisiológicos, metabólicos e comportamentais sofre oscilações que se repetem 
no período de 24 horas. Ex: temperatura corporal, nível de hormônios, glicose, 
eosinófilos e etc. 
 Variações rítmicas endógenas 
 Sono/vigília 
 São gerados nos marca-passos ou relógios biológicos, cujo principal é 
o núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Recebe informações 
sobre luminosidade através do tracto retino-hipotalámo o que lhe 
permite sincronizar com o ritmo natural de dia e noite todos os ritmos 
circadianos de todos relógios biológicos inclusive os situados fora do 
sistema nervoso (como alguns hepatócitos). 
 Regulação do sono e da vigília: A geração e a sincronização desse ritmo inicia-
se no núcleo supraquiasmático e é repassado ao núcleo pré-óptico 
ventrolateral e a um grupo de neurônios do hipotálamo lateral. 
 
Os neurônios do núcleo pré-óptico ventrolateral inibem os neurônios monoaminérgicos do 
sistema ativador ascendente (SARA) o que resulta em sono. Ao final do período de sono, 
essa inibição cessa e começa a ação excitatória promovendo a vigília. 
 OBS: Existem fibras que da retina se projetam diretamente para o núcleo pré-óptico 
ventrolateral bloqueando o efeito inibidor que esses neurônios têm sobre o SARA. Isso explica 
porque a luz dificulta adormecer. 
 Integração do comportamento sexual: Depende de sinais neurais e químicos 
provenientes de todo o corpo, integrados no hipotálamo com participação de 
outras regiões. A excitação está ligada diretamente aos dois núcleos pré-
ópticos. A ereção e a ejaculação dependem do SNA que, por sua vez, é 
regulado pelo hipotálamo. Já o prazer, depende de áreas do sistema 
dopaminérgico mesolímbico, em especial o núcleo accumbens, que também 
possui conexões com o hipotálamo.