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MODELO IMPUGNAÇÃO

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Carlos Antonio Silva Rezende
Girlene Soares de Souza
Pedro Henrique Leite
Tallyta Pereira Silva
Rua Major Gote, 1.489, 2º andar, Centro CEP 38700-001 -Patos de Minas – MG
carlosrezendeadv@yahoo.com.br
 Tel.: (34) 3814 9836 – 9242 8822
Tel.: (34) 3814 9836 – 9242 8822
EXMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE PATOS DE MINAS-MG.
PROCESSO N° XXXXXXXXXXXXXXXX
WALTER JOSÉ DE SOUZA, já qualificado na inicial, por seu procurador signatário, vêm a presença de VOSSA EXCELÊNCIA apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO, aduzindo para tanto, os seguintes motivos de fatos e fundamentos.
BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL
Trata-se de Ação Ordinária de Obrigação de Fazer, com pedido de tutela de urgência de natureza antecipatória.
Conforme já demonstrado e comprovado nos autos, o Autor é segurado/beneficiário do IPSEMG há mais de 20 (vinte) anos e sempre arcou pontualmente com suas obrigações, pagando sempre em dia as suas contribuições.
O Autor é idoso e já está 75 anos de idade e se encontra acometido por doenças graves, conforme constatado pelo Relatório Médico emitido pelo Dr. GUILHERME MOREIRA BORGE ARAÚJO (Doc. ID n° 3795160) o Autor é “portador de Diabetes melitus, insuficiência renal crônica não dialítica, mielodisplasia, sequela de AVC (Acidente vascular cerebral)” e não apresenta possibilidade de cura.
O Autor se encontrava internado no Hospital Nossa Senhora de Fátima desde 30/09/2017, conforme Declaração ora juntada (ID n° 3795126).
O médico encarregado pelo tratamento do Requerente, diante da gravidade do seu caso, considerando a impossibilidade cura, recomendou que o Autor passasse a receber o tratamento domiciliar, com instalação de home care, de forma a possibilitar a convivência familiar, o que lhe proporcionaria significativas melhoras em seu estado emocional.
 Diante da verossimilhança das alegações e da gravidade do caso, esse MM. Juízo deferiu a tutela de urgência de natureza anticipatória.
DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O Réu alegou inaplicabilidade das regras do Código de Defesa do Consumidor ao presente caso.
Todavia, trata-se de prestação de serviços de natureza de plano de saúde, vez que o Autor sempre pagou pela respectiva prestação, tanto que o Réu não nega a sua condição de segurado. Logo, aplica-se ao caso as regras do Código de Defesa do Consumidor, conforme já fundamentado na inicial.
Ademais, não há dúvida alguma quanto à aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao presente caso, conforme entendimento consolidado pela Súmula 469 do STJ:
SÚMULA 469 DO STJ: “APLICA-SE O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AOS CONTRATOS DE PLANO DE SAÚDE"
Destarte, mesmo que não haja um contrato específico, trata-se de contrato que, pela natureza das contraprestações de obrigação do Réu, a relação jurídica contratual existente entre as partes caracteriza-se também como plano de saúde, tanto que o réu disponibiliza assistência médica, odontológica aos seus assegurados, o que permite uma aplicação analógicas das regras que aplicáveis aos planos de saúde, dentre elas, o CDC.
DO MÉRITO
Conforme é de conhecimento geral, não resta dúvida de que a saúde é um bem inestimável, devendo, portanto, ser preservada, mormente em face da necessidade do tratamento domiciliar, vez que se trata de medida indispensável para amenizar o sofrimento do Autor, conforme recomendação médica e relatórios clínicos acostados aos autos.
A prestação de serviços médicos e hospitalares trata-se de obrigação assumida pelo Réu, tanto que sempre os diponibilizou ao Autor, todavia, o tratamento domiciliar (home-care) decorre do caráter emergencial e imprescindível do procedimento para uma melhor qualidade de vida do beneficiário. Além disso, tal serviço é indispensável para que o Requerente possa receber tratamento juntos aos seus familiares, o que lhe proporcionará passar o final de sua vida junto à sua esposa e filhos, vez que já se encontra desenganado pelos médicos.
A recomendação médica de internação em domicílio (home care) não se trata de mera comodidade em favor do paciente e familiares, especialmente quando o grau de comprometimento de sua saúde, por força de doenças crônicas e sequelas terríveis, gerou a necessidade de cuidados diuturnos, necessários e essenciais para assegurar, inclusive, pouco mais de conforto e assistência familiar.
Conforme entendimento pacificado pelos nossos tribunais, o tratamento home care ou assistência domiciliar é uma modalidade continuada de prestação de serviços na área da saúde que visa à continuidade do tratamento hospitalar no domicílio, realizado pela equipe multidisciplinar com a mesma qualidade, tecnologia e conhecimento.
Há que ressaltar os inúmeros benefícios do atendimento domiciliar (home care), dentre eles está a diminuição dos riscos de infecção em ambientes hospitalares, a possiblidade de maior assistência familiar, que proporciona humanização do atendimento no ambiente domiciliar, com redução de complicações clínicas e reinternações desnecessárias e otimização do tempo de recuperação do paciente.
Ressalta-se que no presente caso, o Autor já foi internado várias vezes e se encontrava hospitalizado há meses.
Ademais, a assistência domiciliar se encontra regulamentada pela Anvisa por meio da Resolução 11 em 30.01.2006, e visa à estabilidade clínica e a superação do grau de dependência do paciente, reunindo no conforto domiciliar os cuidados e a atenção especializada.
O Réu alega que: “o Decreto n° 42.897/2002 ao regulamentar a LC 64/2012 que instituiu o Regime Próprio de Previdência e Assistência Social dos Servidores Públicos do Estado, não traz nenhuma norma que obrigue o IPSEMG a disponibilizar todo e qualquer tipo de medicamento/tratamento/insumo.”
Na tentativa de se eximir de sua obrigação, o Réu transcreve o Artigo 13 do Decreto 42.897, que dispõe:
“Art. 13. A assistência aos beneficiários compreenderá atendimento médico, odontológico, de natureza clínica, cirúrgica ou preventiva, em ambulatório, hospital ou extra-hospitalar, bem como assistência farmacêutica, social e complementar, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do IPSEMG e se as condições locais permitirem. (Grifamos).”
Todavia, observa-se que o Art. 13 contempla inclusive, atendimento “extra-hospitalar”. Logo, não há dúvida de que o tratamento domiciliar caracteriza-se atendimento médico extra-hospitalar, previsto no supracitado Art. 13.
Logo, não procede a alegação do Réu quanto aos limites de cobertura dos serviços prestados por ele, pois, não deve ser confundido com o dever imposto ao Estado, previsto no art. 196 e 198 da Constituição Federal, caracterizado pelo acesso universal e igualitário da população, sendo prestado pelos órgãos que compõem o SUS e financiado pelos recursos do orçamento da seguridade social.
O IPSEMG, assim como as instituições privadas de seguridade social e plano de saúde, se insere no sistema complementar de assistência à saúde, sendo que a única diferença é que os serviços oferecidos se destinam apenas aos servidores do Estado de Minas Gerais e seus dependentes, mediante o pagamento de uma contraprestação.
Observa-se que a condição do IPSEMG perante seus segurados se equipara à dos planos de saúde privados que, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas na Lei, devem prestar aos seus beneficiários a devida assistência medica e hospitalar, seja através de internação em hospital ou domiciliar (home care).
Contudo, mesmo em se tratando de instituição com finalidade de assistência a servidores públicos e seus dependentes, cabe ao Réu o dever de oferecer o melhor atendimento possível aos seus segurados e não o de obter proveito econômico.
Ademais, o regime próprio da Administração Pública não afasta a aplicação dos princípios gerais da boa-fé objetiva e da segurança jurídica, também não tendo o condão de desnaturar o contrato de assistência à saúde, caracterizado pela transferência de riscos futuros à saúde do segurado para o prestador de serviços.
Assim sendo, apesar de não seaplicar o preceito do atendimento integral que obriga o SUS, não será livre e irrestrita a limitação de serviços de assistência à saúde oposta pelo IPSEMG, devendo sua legalidade ser avaliada em vista das diretrizes expostas.
A Lei Complementar 64 de 2002, estabelece:
“Art. 85 - O IPSEMG prestará assistência médica, hospitalar e odontológica, bem como social, farmacêutica e complementar aos segurados referidos no art. 3º e aos servidores não titulares de cargo efetivo definidos no art. 79, extensiva a seus dependentes, observadas as coberturas e os fatores moderadores definidos em regulamento.
O art. 85 da Lei Complementar 64 de 2002 foi regulamentado através do Decreto 42.897 de 2002, em que consta:
“Art. 13 - A assistência aos beneficiários compreenderá atendimento médico, odontológico, de natureza clínica, cirúrgica ou preventiva, em ambulatório, hospital ou extra-hospitalar, bem como assistência farmacêutica, social e complementar, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do IPSEMG e se as condições locais permitirem.” (G.N.)
“Art. 14 - Os serviços de assistência serão prestados de acordo com a natureza de cada atendimento, indicação médica ou necessidade técnica, sob as formas de:
(...)
IV - assistência extra-hospitalar, compreendendo:
a) alimentação, inclusive dietas especiais; 
b) serviços médicos, de enfermagem e fisioterapia; 
c) medicação prescrita pelo médico; 
d) material de consumo, incluindo curativo, sonda, bolsa para diálise peritoneal, cama hospitalar e colchão especial; 
e) sangue ou hemo-derivados; 
f) exames ou serviços complementares de diagnóstico e tratamento; 
g) assistência ventilatória;
h) atendimentos que sejam considerados imprescindíveis, a critério do IPSEMG”
À luz desses dispositivos, por regra, a cobertura integral do atendimento e dos procedimentos cirúrgicos provenientes de recomendação médica, inclui também todos os materiais utilizados nessas intervenções.
A possibilidade de exclusão de cobertura está adstrita aos procedimentos que não estariam compreendidos no âmbito de serviços essenciais à preservação da saúde, culminando em efetiva negativa de atendimento. O que não é o caso.
Ressalta-se que a exclusão de atendimento que frustra o próprio objeto do contrato importa em violação ao princípio da boa-fé objetiva e a função social do contrato.
Há que ressaltar inda que a expectativa de uma boa assistência à saúde é o bem jurídico que motivou o Autor a aderir ao plano de assistência à saúde oferecido pelo IPSEMG, e é justamente acreditando que no momento em que fosse acometido de doença, fato imprevisível e normalmente inevitável, teria a proteção de que necessita a para a recuperação da sua saúde.
É lógico que seria impossível, neste contexto, que o Autor pudesse prever antecipadamente o tratamento de que necessitaria e o serviço contratado tem por objeto justamente a realização de uma prestação aleatória, ou seja, é próprio da sua natureza o risco assumido pelo prestador de serviço.
Portanto, há dúvida alguma de que no contrato de plano de saúde, como no presente caso, o que se espera é a cobertura integral, naquilo que se refere às cláusulas gerais de tratamento e qualquer restrição deve ser clara, enfatizada, e admitida somente na medida em que não violar o princípio da efetiva tutela da saúde.
Diante do exposto, impugna-se todas as alegações e documentos apresentados pelo Réu e reiteram as alegações e pedidos contidos na exordial, considerando-se que não há dúvida alguma quanto à necessidade do tratamento médico domiciliar pleiteado pelo Autor, conforme claramente demonstrado e comprovado, bem como, não resta dúvida quanto à obrigação do Réu de prestar ao Autor assistência médica domiciliar, arcando com todas as despesas com profissionais, equipamentos, medicamentos e demais insumos indispensáveis à sua sobrevivência.
Nesses termos.
Pede deferimento.
Patos de Minas, 24 de abril de 2018.
CARLOS ANTONIO SILVA REZENDE
OAB/MG 105.338

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