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Caso Concreto - Plano de saúde - Trabalho AV2 modelo petição inicial

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AO JUÍZO DE DIREITO DA 5º VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ
		Agenor da Silva Gomes, brasileiro, viúvo, aposentado, inscrito no CPF sob o nº 000-000-000-00, portador do RG nº 000000-0..., residente e domiciliado na Rua São João Batista, nº 24, apt. 125, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, representado por seu filho, Arnaldo da Silva Gomes, brasileiro, divorciado, dentista, inscrito no CPF sob o nº 000-000-000-00 e portador do RG nº2345-89, residente e domiciliado a Rua São João Batista, n. 24, apartamento 125, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, por intermédio de seu advogado infra-assinado (procuração anexa) vem ao Juízo propor a presente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER 
c/c OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Contra: Plano de Saúde Bem-Estar, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ nº 123456456-xxx com sede na Rua: da felicidade, nº 123 , Centro – RJ e contra a Clínica São Marcelino Champagnat, CNPJ nº 1235896-xx , nº 100, CEP: 23695-000, com sede na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
I - DA NARRATIVA FÁTICA
	Em 19 de março de 2005, o Autor contratou Plano de Saúde Bem-Estar para prestação de serviços de assistência médica com cobertura total em casos de acidentes, cirurgias, emergências, exames, consultas ambulatoriais, resgate em ambulâncias e outros benefícios.
Em 4 de julho de 2010, o Autor foi internado na Clínica São Marcelino Champagnat (segunda parte no processo), localizada no Rio de Janeiro, vítima de grave acidente vascular cerebral (AVC). Seu estado de saúde piora a cada dia, e seu único filho Arnaldo da Silva Gomes, que o representa processualmente neste ato, está seriamente preocupado.
No dia 16 de julho do mesmo mês, foi informado pelo médico responsável na clínica, Dr. Marcos Vinícius Pereira, que o quadro comatoso do Autor é de fato muito grave, mas que não haveria motivos para que ele permanecesse internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da clínica, e sim em casa com a instalação de home care com os equipamentos necessários à manutenção de sua vida com conforto e dignidade. Avisou ainda que, em 48 horas, não iria restar outra saída senão dar alta ao Autor para que ele continuasse com o tratamento em casa, pois certamente seria a melhor opção de tratamento.
Em estado de choque com a notícia, vendo a impossibilidade do Autor de manifestar-se sobre seu próprio estado de saúde, o presente substituto processual entra em contato imediato com o plano de saúde, e este informa que nada pode fazer, pois não existe a possibilidade de instalar home-care para garantir o tratamento do paciente.
II - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
II- I DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO - LEI nº 10.741/2003 
O autor é pessoa idosa, possuindo mais de 60 (sessenta) anos de idade, fazendo jus a prioridade de tramitação.
Conforme o art.71 da lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), a prioridade na tramitação abrange os processos e procedimentos e na execução dos atos, diligências judiciais, em qualquer instância.
No mesmo sentido, o art. 1.048 do Código de Processo Civil (CPC) estabelecerá que terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Pelo exposto, nos termos do art.71 da lei nº 10.741/2003 c/c art. 1.048 do CPC, requer a parte autora que o processo tramite com prioridade.
III - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA NO MÉRITO
III.I DA OBRIGAÇÃO DE FAZER POR PARTE DO PLANO DE SAÚDE
Como se é sabido, as prestações firmadas por dois indivíduos plenamente capazes deverão ser cumpridas. O contrato faz lei entre as partes. O instrumento contratual que respeitar os critérios mínimos de validade, como agente capaz (art.104, inc. I, CC), objeto lícito, determinado ou determinável (art.104, inc. II, CC), forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104, inc.III, CC), deve ser respeitado e cumprido.
Vale ressaltar que os contratos realizados com os planos de saúde para a prestação de serviços hospitalares também estão submetidos às normas contidas no Código de Defesa do Consumidor.
Dessa forma, temos que:
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
[...]
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
	 Ora, além de outras garantias albergadas pelo CDC, o art. 51, inc. IV é 			aplicável perfeitamente ao caso concreto. In verbi:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
[...]
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
	O Autor estabeleceu com a primeira Ré contrato que, em sua percepção, abrangeria todas as suas necessidades. Hoje, precisando dos serviços contratados, tem a decepção de se ver recusado a sua prestação. Não poderia o plano de saúde escolher o procedimento necessário para a cura do cliente, estando perfeitamente demonstrado a necessidade do home-care, conforme laudo médico anexo.
É clara a abusividade de qualquer tipo de cláusula que exclua o tratamento domiciliar quando este se demonstrar essencial à saúde e a vida do próprio segurado.
Desta forma, requer a procedência do pleito autoral condenando o primeiro Réu a proceder com a instalação imediata dos equipamentos de home-care necessários e a transferência do idoso, sob pena de multa diária. 
III.II DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER POR PARTE DA CLÍNICA
	Por outro lado, a afirmação por parte do segundo Réu que ''em 48 horas, não iria restar outra saída senão dar alta ao Autor para que ele continuasse com o tratamento em casa, pois certamente seria a melhor opção de tratamento '', é um verdadeiro absurdo e completamente ilegal.
	Isso fere de morte diversos dispositivos do Código Civil, como o da boa-fé nos negócios jurídicos (art. 113,CC), sendo conduta abusiva (art. 54, inc. IV, CDC), que merece rechaço por parte do poder judiciário, sob pena de se abalar o próprio princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc.III, CR/88).
	Assim, requer, de maneira subsidiária, acaso o Juízo entenda pela improcedência do pedido anterior, a continuidade do tratamento (OU proibição de alta) nas condições atuais em que se encontra na clínica -segundo Réu- sob pena de multa diária.
IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA
	As tutelas de urgência são institutos jurídicos oriundos do dever geral de cautela, tendo por finalidade principal a garantia de que o provimento jurisdicional final estará garantido ou será plenamente exequível a seu tempo.
	Assim, o CPC, em seu art. 300, exige para a concessão da tutela de urgência a existência da probabilidade do direito e o perigo do dano ou resultado útil ao processo.
A probabilidade do direito fica plenamente satisfeita ante os fundamentos jurídicos apresentados, bem como a própria natureza do contrato e do direito pleiteado – que visa assegurar a vida da parte Autora.
	O risco de dano é evidente, comprovado pelo laudo médico que demonstra as necessidades do home-care, bem como pela inumanidade da interrupção do tratamento em até 48 horas, o que, por certo, colocaria a vida da parte autora em risco.
	Dessa forma, requer a concessão dessa medida excepcional para, reconhecendo a existência dos pressupostos exigidos, determinar por parte do primeiro Réu a Instalação imediata dos equipamentos de home-care necessários e a transferência do idoso, sob pena de multa diária e por parte do segundo Réu a continuidade do tratamento (OU proibição de alta) sob pena de multa diária.
V - DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto,o autor requer:
a) Em sede de tutela de urgência, a instalação imediata dos equipamentos de home care necessários e a transferência do idoso de responsabilidade do primeiro Réu, sob pena de multa diária ou a continuidade do tratamento (OU proibição de alta) de responsabilidade do segundo Réu, sob pena de multa diária, confirmando-se ao final o pedido de urgência.
b) Citação do réu;
c) No mérito, confirmando a tutela de urgência, a instalação imediata dos equipamentos de home care necessários e a transferência do idoso de responsabilidade do primeiro Réu, sob pena de multa diária ou a continuidade do tratamento (OU proibição de alta) de responsabilidade do segundo Réu, sob pena de multa diária.
d) Protesto de provas;
e) Condenação de honorários sucumbenciais;
f) O Autor faz juntada do recolhimento das custas.
Valor da causa […] 
Local, data. 
Assinatura, OAB.

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