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Aula 13 - Regimes de Contabilização

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16/02/2016 Estudando: Contabilidade Básica ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/9921/100118/ 1/5
ESTUDANDO: CONTABILIDADE BÁSICA
Regimes de Contabilização
A  identificação  do  que  é  custo,  despesa  ou  receita  e  a  contabilização  em  si  são  bastante  simples,  tornando­se
tarefas  corriqueiras  para  o  setor  contábil  de  uma  empresa.  O  que  oferece  alguma  preocupação  diz  respeito  â
obdiência ao regime de contabilização.
 
REGIMES DE CAIXA
É costume, muito bem aceito pela classe contábil, quando se tratar de entidades de fins não­lucrativos, considerar
somente as receitas recebidas e as despesas efetivamente pagas.
Nessas entidades, adota­se o chamado  regime de caixa na contabilïzação de  receitas e despesas. Os  relatórios
financeiros  mensais  (Balancetes)  ou  anuais  (Balanços)  demonstram  a  situação  patrimonial  sempre  em  bases
financeiras. Se as receitas superam as despesas, a diferença positiva denominada superávit aumenta o patrimônio
social; caso contrário, chama­se déficit, e provoca a sua redução.
Nesse  tipo de contabilização não são  levadas em conta as despesas ainda não pagas ou as  receitas ainda não
recebidas.
 
REGIMES DE COMPETÊNCIA
As entidades que auferem lucros devem pagar Imposto de Renda. Para estas, a legislação do Imposto de Renda
não admite o regime de caixa e impõe a adoção do regime de competência, derivado do princípio da competência
de exercícios.
Esse princípio orienta que o resultado (lucro ou prejuízo) seja apurado ao final do exercício, considerando­se todas
as receitas auferidas, independentemente de terem sido recebidas, e todas as despesas incorridas, pagas ou não.
As  despesas  pagas  e  as  receitas  recebidas  são  normalmente  registradas  nas  contas  respectivas,  pela  natural
necessidade de lançamento dos recebimentos e dos pagamentos. No entanto, podem ocorrer despesas ou receitas
cujo pagamento ou recebimento não se efetuem no mês a que se referem. Exemplos: o aluguel devido pelo uso do
prédio durante o mês de dezembro só é pago no dia 10 de janeiro do período futuro. Um serviço concluído no dia
22 de março somente será pago pelo cliente em abril futuro, conforme combinado em contrato.
A Contabilidade deve controlar essas situações para poder fornecer a qualquer momento informações adequadas
sobre os resultados da empresa.
 
DESPESAS NÃO­PAGAS E RECEITAS NÃO RECEBIDAS
Para que a Contabilidade possa obedecer ao regime de competência nas empresas com fins lucrativos, ela adota
alguns  procedimentos  específicos.  Trataremos  aqui  dos  casos  mais  comuns  de  contabilização  de  despesas  e
receitas, cujo pagamento ou recebimento não ocorre no mês de compentência.
 
APROPRIAÇÕES
Quando uma despesa não é paga dentro do período em que ocorreu, é necessário efetuar o seguinte procedimento
contábil:
reconhecer a obrigação de pagá­la (registrar a dívida) por meio de um lançamento no Passivo;
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efetuar a apropriação da despesa incorrida.
Contabilmente,  apropriação  significa  "assumir  a  despesa",  isto  é  ,  fazer  o  lançamento  na  conta  de  despesa
correspondente.
Exemplos de despesas que, ao final de cada mês, devem ser apropriadas e registradas como obrigações:
­ salários de empregados que recebem no mês seguinte;
­ contas de telefone, luz, gás, água, imposto predial ou territorial etc.;
­ aluguéis, juros, comissões, honorários, que normalmente são pagos no mês seguinte.
 
PROVISÕES
Existem também algumas despesas que podem ou devem ser previstas, mas sobre as quais não existem uma data
fixa para o pagamento, nem o seu valor é tão preciso. Constitui­se assim uma provisão, que é o ato de separar ou
constituir uma parcela necessária para suportar um evento futuro, conhecido ou previsto. O procedimento contábil
aqui exigido é o seguinte:
registrar a provisão do Passivo, indicando que está sendo guardado um valor para suportar o encargo;
registrar a apropriação da despesa correspondente.
São exemplos de despesas que, ao final de cada mês, devem ser provisionadas:
 
férias de empregados;
13o salário de empregados.
Vamos verificar na prática como funcionam a apropriação e a provisão, contabilizando uma folha de pagamento de
salários; contas de telefone, água, luz; e, finalmente, juros e aluguéis.
 
DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
Os bens que a empresa registra no seu Ativo permanente têm uma vida limitada. Este período é chamado vida útil.
Desde o momento em que o bem começa a ser utilizado, ele vai perdendo sua eficiência, em função do uso ou em
virtude do aparecimento de modelos mais modernos.
Pelo desgate ou obsolescência, em cada período contábil  uma parcela do valor do bem deve ser  lançada como
despesa ou custo.
Com  relação  sos  bens  corpóreos,  como  máquinas,  equipamentos,  móveis,  veículos,  edificações,  esta  parcela
calculada e apropriada como despesa ou custo chama­se depreciação.
Quanto  aos  bens  incorpóreos  e  aos  recursos  aplicados  em  despesas  que  beneficiem  vários  exercícios,  como
marcas  e  patentes,  gastos  de  organização,  de  constituição,  despesas  pré­operacionais,  o  nome  dado  à  parcela
calculada e apropriada em despesas ou custos é amortização.
As  jazidas minerai  s  e  as  florestas  têm  sua  vida  útil medida  em  termos  de  capacidade  dos  recursos  que  delas
podem  ser  extraídos,  em  m3,  Kg,  barris  etc.  À  medida  que  esses  recursos  são  extraídos,  deve­se  levar
proporcionalmente a custo a parcela chamada exaustão.
Last modified: 16/02/2016 20:19:20
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Houve  tempos  em  que  os  autores  de  livros  de Contabilidade  e  os  contadores  utilizavam  a  conta  Provisão  para
depreciações, ou, ainda, Fundo para depreciações, para o  registro das depreciações calculdas sobre os bens de
uso da empresa, constantes do Imobilizado. Da mesma forma, usavam Provisão para amortização ou Provisão para
exaustão para outros ativos.
Tal procedimento era adotado pela necessidade de se constituírem provisões para a futura reposição do bem, que
se tornaria imprestável no decorrer de sua vida útil. O fundo ou a provisão seriam utilizados para a compra de um
novo bem.
Atualmente, o conceito é outro. Entende­se que mensal ou anualmente uma parte ideal do valor do bem deve ser
lançada como despesa ou custo. Como contrapartida, usam­se contas redutoras do valor do bem, tai s como as de
Depreciação  acumulada  sobre  veículos  e  de  Amortização  acumulada  sobre  gastos  de  organização,  não mais  a
título de provisões.
Essa nova conceituação está expressa no RIR.
"Poderá ser computada, como custo ou encargo em cada exercício, a importância correspondente à diminuição do
valor dos bens do Ativo resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal."
Está dito que o bem tem o seu valor de custo diminuído pelas razões expressas, especialmente pelo uso. Ora, essa
diminuição tem as mesmas características da diminuição do estoque de qualquer material, à medida que vai sendo
usado. A parte utilizada, seja de materiais ou por desgates, é despesa ou custo. Se o bem  for uma máquina de
somar usada no escritório, a depreciação será uma despesa administrativa; mas se for uma máquina de costura,
utilizada numa indústria de confecção, a depreciação será considerada como um custo de produção.
 
DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE
Caso inverso ao das despesas incorridas e não­pagas, que devem ser apropriadas no mês correspondente, são os
pagamentos antecipados de aluguéis, comissões, juros etc.
O valor aplicado deve ser lançado em conta de Ativo, emDespesas do exercício seguinte. No mês de competência,
isto é, no mês a que a despesa se refere, é feito um lançamento de transferência do valor da conta do Ativo para a
conta de despesa respectiva.
* No plano de contas que apresentamos como modelo não inserimos contas de exaustão por serem específicas de
empresas ligadas à mineração e à exploração florestal.
É bastante comum as empresas contratarem seguros contra riscos de roubo e incêndio, cujas apólices vigoram por
um  ano.  Durante  esse  prazo,  as  companhias  de  seguros  garantem  uma  indenização  às  empresas  caso  ocorra
algum sinistro coberto pelo contrato. Para dar essa garantia, as seguradoras cobram um preço (prêmio de seguro).
Esse preço será considerado despesa para as empresas e deverá ser distribuído entre os 12 meses de vigência da
apólice, mesmo que seu pagamento seja efetuado a vista.
EXEMPLO: Uma casa comercial fez um seguro contra fogo para sua loja, avaliando o seu estabelecimento em R$
200.000. Para  tanto,  pagou  à  companhia  de  seguros  o  prémio  de R$  120,  igual  a  0,06% do  valor  segurado. O
pagamento foi feito em agosto de 19x8. A garantia dada vai até julho do ano seguinte.
LANÇAMENTO:Debitar: Seguros antecipados Seguros contra  fogo. Creditar: Bancos conta movimento Banco do
Brasil S/A Nosso cheque nº 3333, pelo pagamento de prêmio de seguro contra fogo a Cia. Certeza Ltda. ,conforme
apólice nº 44...................120
Ao final do mês de agosto de 19x8, o contador fez o seguinte lançamento:
Débito: Despesas administrativas Seguros Crédito: Seguros antecipadosSeguros contra fogoValor referente a 1/12
do prêmio da apólice nº 44.................................. 10
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Repetiu o lançamento em setembro, outubro, novembro e dezembro, apropriando como despesas um total de R$
50. Permanecendo no Ativo  (Seguros antecipados) o valor de R$ 70, que corresponde ao seguro de  janeiro em
diante, este será, portanto, despesa do ano seguinte.
 
RECEITAS RECEBIDAS ANTECIPADAMENTE
As  receitas  recebidas  antecipadamente  devem  ser  contabilizadas  na  conta  de  Passivo  classificada  no  grupo
Resultado de exercícios futuros, com o título Receitas antecipadas.
Os custos ou as despesas ligadas a essa receita, enquanto não realizada efetivamente, devem ser demonstrados
no Balanço, dedutivamente, dentro do mesmo grupo.
As  publicações  do  Balanço  e  Demonstração  do  Resultado  do  Exercício  poderão  ser  feitas  adotando­se  como
expressão monetária “milhares de reais”.
Serão feitas, as publicações, em órgão oficial da União ou do Estado e em outro jornal de grande circulação editado
na localidade em que está situada a sede da empresa; se não for editado jornal na localidade, utilizar um órgão de
grande circulação local.
As  publicações  devem  ser  feitas  sempre  no  mesmo  jornal  e,  havendo  mudanças,  os  acionistas  devem  ser
previamente avisados.
As  demonstrações  financeiras  devem  ser  assinadas  pelos  administradores  e  por  contabilistas  legalmente
habilitados.
Além do Balanço Patrimonial, as demais demonstrações financeiras são:
DEMONSTRACÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO  que  evidencia,  estruturadamente,  as  contas  de  resultado
(receitas,  custos  e  despesas)  e  o  resultado  apurado  no  período,  inclusive  por  ação  do  Capital  Social.  É
denominada, também. Demonstração da Dinâmica Patrimonial.
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS  que mostra  a movimentação  dos  lucros  ou
prejuízos acumulados. Esta demonstração pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido que envolve todas as contas do Patrimônio Líquido com suas alterações no período.
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS que com o estudo da variação dos valores
não circulantes demonstra o acréscimo do Capital Circulante Líquido (Ativo Circulante menos Passivo Circulante). É
não obrigatória para as companhias fechadas e com Patrimônio Líquido inferior a 20.000 UFIRs.
 
FORMAS DE APRESENTAÇÃO
O Balanço Patrimonial pode ser apresentado obedecendo uma das formas abaixo:
­ Seções contíguas ou bilateral onde o ativo ocupa o lado esquerdo do demonstrativo e o passivo e patrimenio
líquido o lado direito; e,
­ Seções sobrepostas onde o ativo ocupa a parte superior e o passivo e patrimônio líquido a parte inferior.
 
FINALIDADES
 
Diversas são as finalidades pelas quais são apresentadas as demonstrações contábeis financeiras e, em especial, o
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Balanço Patrimonial, dentre as quais podemos citar:
FINALIDADE  LEGAL  o  Código  Comercial  Brasileiro  obriga  a  apresentação  da  situação  patrimonial  e  suas
variações pelas empresas. Destaca­se também a obrigatoriedade de apresentação de informações ao governo para
exercer o seu poder de tributar e colher informações econômicas.
FINALIDADES ADMINISTRATIVA ­as informações fornecidas no Balanço Geral da empresa, possibilitam avaliar a
gestão  e  posicionar  os  tornadores  de  decisão  sobre  a  continuidade  dos  planos  de  ação  e  metas,  até  então
adotados, necessidade de ajuste ou mesmo a sua reformulação.
FINALIDADE ECONÔMICO­FINANCEIRA  ­de  interesse  dos  emprestadores  de  dinheiro  e  investidores,  análises
estruturais,  de  evolução,  de  solvência,  de  liquidez,  de  garantia  de  capitais,  de  retorno  dos  valores  investidos  e
outras, podem ser feitas partindo­se dos demonstrativos elaborados e apresentados pela empresa.
 
 APRESENTAÇÃO
O Balanço  Patrimonial  das  empresas  deverá  ser  apresentado  segundo  orientações  contidas  na  Lei  6404/76.  A
uniformidade nos termos, forma e conteúdo torna mais fácil a obtenção de informações e elaboração de análises,
não se permitindo demonstrativos individuais e particulares.
Algumas observações são feitas pela Lei 6404/76 para a apresentação dos demonstrativos, dentre eles o Balanço
Patrimonial:
Deverá haver a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior;
As contas semelhantes poderão ser agrupadas;
Os pequenos saldos poderão ser agregados desde que indicada a sua natureza e que não ultrapassem 10%
(dez por cento) do valor do respectivo grupo de contas;
É vedada a utilização de designações genéricas como "outras contas", "diversas contas", etc..
Para esclarecimento da situação patrimonial e dos  resultados do exercício, deverá haver a complementação dos
demonstrativos por notas explicativas, quadros analíticos ou outros demonstrativos contábeis.
Se  uma  empresa  de  serviços  recebe  o  pagamento  antecipado  por  um  serviço  contratado,  o  valor  deve  ser
contabilizado da seguinte forma:
Debitar: Caixa Caixa geral Creditar: Receitas antecipadas Antecipações recebidas Valor  referente à 1a parcelado
contrato nº 2222 com J. Airosa S/A.
Por ocasião da efetiva prestação dos serviços, com a emissão da respectiva nota fiscal,  transfere­se o valor para
uma conta do grupo.
RECEITAS:Debitar  :  Receitas  antecipadas  Antecipações  recebidas  Creditar:  Vendas  de  Serviços  Prestação  de
serviços Valor referente ao término de serviços, conforme nota fiscal nº 5555.

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