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1 Aspectos ImunolAspectos Imunolóógicosgicos das Doendas Doençças Cardas Cardííacasacas PROFA. TÂNIA MARA PINTO DABÉS GUIMARÃES taniadg@ufmg.br Laboratório de Imunologia Clinica- FAFAR/UFMG FEBRE REUMÁTICA “A febre reumática é uma doença inflamatória, sistêmica, não supurativa, freqüentemente recidivante, comumente relacionada a uma infecção precedente com estreptococos beta-hemolíticos do grupo A . Provavelmente representa uma reação imunológica, de algum modo induzida por estreptococos.” FEBRE REUMÁTICA FARINGITE FEBRE REUMÁTICA NÓDULOS SUBCUTÂNEOS ARTRITE CARDITE ERITEMA MARGINADO CORÉIA Febre Reumática É uma complicação tardia, de uma infecção estreptocócica, que lesiona o tecido conjuntivo, com maior freqüência no coração, articulações, sistema nervoso central e pele. Streptococcus pyogenes, β hemolíticus do grupo A, Sorogrupos B, C e G Faringite estreptocócica Seqüelas pós-estreptocócicas: • Febre reumática aguda (FRA) • Glomerulonefrite difusa e aguda (GNDA) Manifestações clínicas: Pode envolver além do coração, articulações , pele, tecidos subcutâneos, sistema nervoso central. Cinco manifestações características: 1 - cardite (40-50%) 2 - poliartrite ( 75%) 3 - coréia (15%) 4 - nódulo subcutâneo 5 - eritema marginado ( - 10%) Início dos sintomas: 1-5 semanas queixa inicial: poliartrite aguda febre alta Febre reumática - Cardiopatia reumática - ESTREPTOCOCO REUMATOGÊNICO FEBRE REUMÁTICA HOSP. PREDISP. IDADE 5-15 a 35 a MEIO AMBIENTE 2 Reação auto-imune inflamação não-supurativa do tecido conjuntivo. Mimetismo molecular: Ac anti Ag estreptocócicos podem ter reação cruzada com componentes do tecido cardíaco, como a miosina. Nova infecção estreptocócica exacerbação da reação imunológica. CARDIOPATIA REUMÁTICA • INCIDÊNCIA –– BRASIL BRASIL -- não existem dados definitivosnão existem dados definitivos • PREVALÊNCIA (cardiopatia reumática) –– BRASIL BRASIL -- 30 % das cirurgias card30 % das cirurgias cardííacasacas • O estreptococo O estreptococo éé a causa de aproximadamente 20% das faringites a causa de aproximadamente 20% das faringites infantisinfantis •• Somente 1 Somente 1 -- 3% dos casos de infec3% dos casos de infecçção por estreptococos desenvolvem ão por estreptococos desenvolvem febre reumfebre reumááticatica 15 a 20 milhões de casos novos / ano nos paises do terceiro mundo MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Pode comprometer os 3 folhetos cardíacos: endocárdio, miocárdio e pericárdio; • Duração de até 2 meses de atividade inflamatória aguda; • Endocárdio: sopro cardíaco no foco mitral e regurgitação mitral aguda; • Miocardite reumática: nódulos de Aschoff; • Insuficiência cardíaca fulminante com choque cardiogênico e alta letalidade. Incapacidade do coração em manter fluxo sanguíneo adequado aos tecidos, resultando em deficiência metabólica, mesmo em repouso, com conseqüente hipóxia tissular na presença de adequado volume intravascular. FATORES DE RISCO • História prévia de FR, principalmente a cardite reumática (até 50%); • Magnitude da resposta imunológica (risco até 5 vezes maior com altos títulos de AEO); Recidiva em torno de 20% dos casos, geralmente nos primeiros 2 a 5 anos após o primeiro episódio. Penicilina G benzatina: reduz recidiva de 20% para 2%. . CARDIOPATIA REUMÁTICA • 50% dos pacientes com cardiopatia reumática negam ter sofrido ataques anteriores - CARDITE SILENCIOSA • Manifestação mais grave da febre reumática: – porque é a única que pode causar a morte durante o ataque agudo, - ou produzir anormalidades estruturais que podem levar a uma incapacidade residual e finalmente à morte 3 RESPOSTA IMUNE Proteína M = responsável pela virulência do estreptococos. •Anticorpos protegem contra infecção por germes homólogos. •O pico de anticorpos se dá por volta da 2ª-3ª semana após a infecção aguda. •Permanece num patamar por volta de 3-6 meses e declina a níveis normais por 3-6 meses. •Diversidade da resposta imune há um padrão definido para cada tipo de infecção por estreptococos. •As lesões da FRA são estéreis. •Não há liberação de toxinas •Maior número de evidências: mecanismo autoimune baseado em reações cruzadas entre antígenos cardíacos e anticorpos induzidos por um dos vários antígenos estreptocócicos (Prot. M) •HISTOPATOLOGIA: •Lesões inflamatórias exsudativas e proliferativas nos tecidos conjuntivos, principalmente coração, articulações e tecidos cutâneos. •Inicialmente: edema, fragmentação de fibras colágenas, infiltração celular e degeneração fibrinóide. •Coração: degeneração difusa e até necrose das células musculares. •Mais tarde, lesões inflamatórias perivalvulares focais.= nódulos de Aschoff (patognomônicos da FR) Imunidade Celular • Histopatologia dos tecidos cardíacos: infiltrado predominantemente linfo monocitário, formado principalmente por linfócitos do tipo CD4+ (atividade imunológica celular) Nódulos de Aschoff MODELO HIPOTÉTICO 4 Imunidade Celular • Aumento da relação CD4/CD8 (aparente redução da população de linfócitos supressores) • Aumento das populações de linfócitos CD16 (células NK) e CD25 (linfócitos ativados) • Pacientes apresentam uma resposta celular exacerbada em comparação à de controles – Persiste por ~ dois anos após o ataque inicial – Não é observada em pacientes com glomerulonefrite Imunidade Celular • L T encontradas em lesões cardíacas e no sangue periférico de pacientes reconhecem: • Ag da proteína M • proteínas de tecidos cardíacos de forma cruzada. • Expansão celular do tipo oligoclonal Lesão tecidual Apresentação de antígenos teciduais Auto-imunidade Expansão oligoclonal de linfócitos auto-reativos Mimetismo Molecular Citocinas na Febre Reumática • Produção de IL-1, TNFα e IL-2 correlaciona-se com: – progressão dos nódulos de Aschoff – expansão dos linfócitos CD4+ Th 1 Th 2 Padrão de resposta imune predominante IL-13Cardiopatia leve IL-1 TNFα IL-2 Cardiopatia Grave IL-6 IL-10 Coréia IL-4 IL-5 Artrite Citoquinas dominantes Manifestação DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Cultura do swab de orofaringe em ágar sangue • Positiva em apenas 10-20% dos pacientes que se apresentam com FR; • Influenciada pelo uso de antibióticos; • Tempo de crescimento do microorganismo; Testes sorológicos melhor escolha. TESTES SOROLÓGICOS • Determinação da anti estreptolisina O ( AEO); • Reação do Látex; • Detecção de AEO por nefelometria; • Detecção da estreptozima •Detecção de anti-DNAse B; •Detecção de anti-hialuronidase por turbidimetria ou nefelometria; • Reação imunoenzimática. Reação do Látex (AEO) 1 gota soro diluído + Reagente de Látex Sensibilizado com AEO Leitura • Sensibilidade 91%; • Especificidade 86%. Agitação 3 min Presença de aglutinação indica um conteúdo de AEO igual ou superior a 200 UI/mL Quantitativo: Turbidimetria ou Nefelometria 5 EXAMES LABORATORIAIS EVIDÊNCIA DE INFECÇÃO Índices de anticorpos – Antiestreptolisina O (AEO) - 80% positividade (> 333U) – Anti-hialuronidase, antiestreptoquinase declinam após um a dois meses – Cultura geralmente negativa EVIDÊNCIA DE INFLAMAÇÃO – VHS, proteína C reativa, mucoproteínas ENVOLVIMENTO CARDÍACO – Rx de tórax, ECG, ECO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Anti-estreptolisina O • Presente em 80% dos casos de FR; • Primeira dosagem negativa: deve-se repetir a dosagem após 30 dias; • Elevação em pelo menos dois títulos: infecção prévia. • Dosagens paralelas: elevação da sensibilidade para até 95% TRATAMENTO DA FEBRE REUMÁTICA Controle da atividadeinflamatória e erradicação do patógeno • Erradicação do S. pyogenes: penicilina, eritromicina; • Tratamento da poliartrite, febre e sintomas gerais; • Tratamento da cardite reumática (corticosteróide); • Tratamento da coréia (aloperidol, ácido valpróico); PROFILAXIA DA FEBRE REUMÁTICA Profilaxia primária • Tratamento de qualquer faringoamigdalite estreptocócica, antes do primeiro episódio de FR; • Cultura de swab de orofaringe dos contatos próximos; PROFILAXIA DA FEBRE REUMÁTICA Profilaxia secundária • Após erradicação do patógeno, inicia-se um esquema crônico de antibioticoterapia; • A duração da profilaxia secundária é de no mínimo 5 anos após o primeiro episódio de FR, podendo até mesmo perdurar pela vida toda. Tosse irritativa Rouquidão Coriza Conjuntivite Linfonodos cervicais enfartados Quadro clínico de febre exantemática* Outros sinais ao exame Rubor da faringe, com ou secreção esbranquiçada. Hiperemia da faringe com edema e exsudato em pontos (flocos amarelos); Hipertrofia de amígdalas com exsudato; Hiperemia, edema e hemorragias puntiformes do palato mole (terço posterior). Inspeção da faringe Não tão altaAcima 38ºFebre Dor à deglutiçãoDor moderadaSintomas iniciais Mais gradualSúbitoModo de início Todas as idades5- 15 anosIdade mais comum Faringoamigdalite não-estreptocócica Faringoamigdalite estreptocócica Características clínicas 6 DISCUSSÃO A febre reumática é uma doença auto-imune decorrente de uma reação cruzada. Explique por quê. A presença de anti-estreptolisina O é detectada em 80% dos pacientes com quadro de febre reumática. Um teste negativo para anti-estreptolisina O descarta o diagnóstico de febre reumática? Títulos altos de AEO estão relacionados a um risco aumentado de desenvolvimento de febre reumática? Explique Obrigada! Detecção de anti-DNAse B DNAse B + DNA degradação do DNA e redução da coloração DNA + Verde de metila coloração esverdeada • Estabilidade da enzima a longo prazo; • Boa reprodutibilidade. O inverso da maior concentração que inibe a atividade enzimática representa o título do Ac anti-DNAse B no soro. Anti-DNAse B presente no soro inibe a atividade da DNAse B É uma enzima que tem a capacidade de digerir DNA genômico. Detecção de anti-hialuronidase por turbidimetria Hialuronidase tem ação despolimerizante redução da turvação Ácido hialurônico + proteínas com pH = 3 turvação Ac anti-hialuronidase no soro inativam a hialuronidase, aumentando a turvação da solução
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