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* * Estudo clínico-laboratorial das doenças humanas A EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Profa Ana Paula Lucas Mota aplmota@farmacia.ufmg.br 2014 Faculdade de Farmácia Curso de Farmácia * * REGULAÇÃO ÁCIDO-BASE A manutenção da concentração do íon hidrogênio (H+) e a estabilidade do pH são realizadas pela combinação de três sistemas: Sistema tampão Sistema respiratório Sistema renal * * CO2 + H2O H2CO3 HCO3- + H+ Um pH de 7,4 favorece o ionte bicarbonato VR pH sangue: 7,35 a 7,45 célula plasma SISTEMA TAMPÃO Regulação ácido-base * * Equação de Henderson-Hasselbalch pH = pk + log [HCO3] ; onde pk=6,4 [CO2] ↑ CO2 =↓ pH ↓ CO2 = ↑pH ↑HCO3 = ↑pH SISTEMA TAMPÃO/ RESPIRATÓRIO Regulação ácido-base * * A excreção renal de ácido e a conservação de HCO3- ocorrem por meio de: Reabsorção de HCO3- Troca Na+ /H+ Produção de NH3 e excreção de NH4+ SISTEMA RENAL Regulação ácido-base * * INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO pH Elevação do pH: alcalemia Redução do pH: acidemia *** Alcaloses e acidoses (metabólicas e respiratórias) são distúrbios que nem sempre afetam o pH, dependendo do grau de compensação e da presença de distúrbios combinados. * * INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DOS NÍVEIS DE pCO2 Elevação de pCO2: acidose respiratória. Exemplos: ventilação alveolar diminuída; DPOC; respiração de ar rico em CO2. Redução de pCO2: alcalose respiratória. Exemplos: ventilação alveolar aumentada (ventilação mecânica). * * INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DOS NÍVEIS DE pO2 Elevação de pO2: geralmente por mecanismos compensatórios. Ex: respiração ofegante; administração de O2 (ventilação mecânica). Redução de pO2: hipoxemia; grandes altitudes; exposição excessiva ao CO2 ou CO. Exemplos: diminuição da superfície alveolar; bronquite, asma, enfisema; hipoventilação alveolar generalizada. * * Utilizar os parâmetros da gasometria Pelo pH classifica-se em acidose ou alcalose Pelo CO2, HCO-3 e B.E classifica-se em metabólico ou respiratório. * * * * * * * * * * A resposta compensatória inicial é por mecanismo respiratório. Tem início quase imediato e se dá por estímulo ao centro respiratório bulbar. Hiperventilação, no caso da acidose metabólica. Hipoventilação, no caso da alcalose metabólica. * * A resposta compensatória é por mecanismo renal. É mais lenta, pois depende do funcionamento normal dos rins. Acidose respiratória – estímulo para secreção de H+ e retenção de bicarbonato. Alcalose respiratória – estímulo para secreção de bicarbonato e retenção de H+. * * Paciente ingeriu uma superdosagem de opiáceos (envenenamento). Resultados da gasometria arterial pH = 7, 11 VR:7,35 a 7,45 pO2 = 30 mmHg VR: 83 a 108 mmHg pCO2 = 85 mmHg VR: 35 a 45 mmHg HCO3 = 24 mEq/L VR: 21 a 28 mmoL/L Qual é o distúrbio ácido base predominante neste caso? O que justifica este distúrbio? * * Qual é o distúrbio ácido base predominante neste caso? - Acidose Respiratória. Acidose porque há redução do pH em relação ao valor de referência. Respiratória, pois o distúrbio de origem está na pressão de CO2 (aumentada) e não há alteração do íon bicarbonato. Exemplo (aplicação) * * O que justifica este distúrbio? Os opiáceos são um grupo de fármacos que atuam nos receptores neuronais, produzindo analgesia. São utilizados na terapia da dor (aguda e crônica) de alta intensidade. Em doses elevadas produzem euforia, hipnose e dependência. Alguns são utilizados como drogas de abuso (morfina e heroína). Exemplo (aplicação) * * O que justifica este distúrbio? Os opiáceos podem provocar depressão respiratória, pois diminuem a atividade do centro neuronal que controla a respiração. Em altas doses estes medicamentos podem levar à parada respiratória e acúmulo de CO2 (causa mais comum de morte por overdose) Exemplo (aplicação) * * O que justifica este distúrbio? Os opiáceos ainda podem provocar relaxamento da musculatura do diafragma, hipotensão e broncoconstrição. Todos esses efeitos justificam o distúrbio ácido-base apresentado pelo paciente em questão. Exemplo de medicamento utilizado na terapia: codeína (Tylex®) Exemplo (aplicação) * * REFERÊNCIAS TIETZ – BURTIS, C. A.; ASHWOOD, E. R.; BRUNS, D. E. Fundamentos de Química Clínica. 6ª edição. Editora Saunders Elsevier, 2008. DEVLIN, T. M. Manual de bioquímica com correlação clínica. 4ª. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. LIMA, A. O. et al. Métodos Laboratoriais Aplicados à Clínica. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. HALL, A.; GUYTON, J. E. Fisiologia humana e mecanismo das doenças. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica. 3ª edição. Editora Guanabara Koogan, 2007. PRATT, C.W.; CORNELY, K. Bioquímica Essencial. 1ª edição. Editora Guanabara Koogan, 2006. GAW, A. Bioquímica Clínica. 2ª edição. Editora Saunders Elsevier, 2000. O CO2 produzido na célula é solúvel em água e forma ácido carbônico, que se difunde para o plasma. No plasma, o ácido carbônico, mesmo sendo um ácido fraco, se dissocia em bicarbonato e prótons H+, pois o pH fisiológico favorece essa dissociação. * O pH fisiológico é diretamente proporcional à concentração de bicarbonato e inversamente proporcional à concentração de CO2. O aumento de CO2 determina uma acidemia de origem respiratória. O aumento do HCO3 determina uma alcalemia de origem metabólica. * A produção de NH3 ocorre a partir do catabolismo de aminoácidos, pelos mecanismos de transaminação e desaminação. Esta produção contribui para a eliminação do excesso de H+, a partir da formação de NH4+ (íons amônio). * * * * * *
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