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1 MINISTRANTE: Profa Tânia Mara Pinto Dabés Guimarães taniadg@ufmg.br ASPECTOS IMUNOLÓGICOS das DOENÇAS RENAIS • Relevância Insuficiência Renal Crônica • 1,4 a 1,8 milhões de brasileiros com DRC. • 60.000 pacientes mantidos em diálise • 25.000 pacientes transplantados renais • Reduzida qualidade de vida • Gastos de 1,4 bilhões de reais a cada ano. ATÉ O MOMENTO, NÃO EXISTEM DADOS SOBRE A PREVALÊNCIA DA DRC EM SEUS DIFERENTES ESTÁGIOS NO BRASIL DOENÇA RENAL CRÔNICA Diabéticos Hipertensos Indivíduos acima de 60 anos Indivíduos com história familiar de DRC Indivíduos com Doença Autoimune Indivíduos com Infecção Sistêmica Indivíduos expostos a substâncias tóxicas Indivíduos com redução de massa renal Alguns casos de Insuficiência Renal Aguda K/DOQI 2002 Riscos de Doença Renal Crônica Perda da Função Renal progressiva insidiosa Insuficiência Renal Crônica GLOMERULONEFRITES Grupo de doenças inflamatórias não purulentas, que atingem o glomérulo. Responsáveis por 1/3 dos casos de insuficiência renal crônica Classificação: - Pela etiologia – injúria imunológica - injúria não imunológica Injúria imunológica: devida a anticorpos anti GBM ou a deposição de imunocomplexos - Pelo padrão histológico Podem ser: Glomerulonefrites primárias Causas são desconhecidas. Surgem devido a falhas na resposta imune. Glomerulonefrites secundárias As outras ( pós infecção, diabetes, etc...) 2 GLOMERULOPATIAS PRIMÁRIAS: 1 - Glomerulonefrite proliferativa difusa aguda: pós estreptocócica, outras infeções. 2 – Glomerulonefrite progressiva rápida (crescente) 3 – Glomerulonefrite membranosa * 4 – Nefrose lipóide ( Doença alterações mínimas) 5 – Glomeruloesclerose focal segmentar * 6 – Glomerulonefrite membranoproliferativa * 7 - Nefropatia por IgA * 8 – Glomerulonefrite proliferativa focal (Berger) 9 – Glomerulonefrite crônica. * Potencialmente progressivas DOENÇAS GLOMERULARES - Doenças auto-imunes » » Poliarterite nodosa » Púrpura de Henoch-Schonlein - Reações alérgicas » Picadas de insetos » Picadas de cobras » Ervas venenosas - Doenças metabólicas » Diabetes mellitus » Amiloidose - Tumores » Carcinoma de pulmão » Doença de Hodgkin » Mieloma múltiplo - Nefrotoxinas » Medicamentos a base de ouro, bismuto, mercúrio - Infecções » Malária » Sífilis » Endocardite bacteriana - Distúrbios circulatórios » Insuficiência cardíaca » Trombose da veia renal » Anemia falciforme - Outros estados » Nefrite heredofamiliar (ALPORT) » Eclâmpsia (gravidez) DOENÇAS SISTÊMICAS (SECUNDÁRIAS) QUE PODEM ATINGIR O RIM Rins Glomérulo (parte funcional mais importante – unidade de filtração) Glomérulo = capilares , células epiteliais e a Cápsula de Bowman’s CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS E CLÍNICAS Diagrama de um glomérulo normal O processo inflamatório causa pontos de ruptura do capilar glomerular, com saída de hemácias e leucócitos para o espaço urinário → hematúria e leucocitúria Hemácias no espaço urinário 3 PRINCIPAIS FATORES QUE PODEM LEVAR A UMA GLOMERULONEFRITE CAUSADA POR IMUNOCOMPLEXOS Variedade de Antígenos 1 – Extrínsecos: a) Bactérias – Streptococcus, Staphylococcus, Mycobacterium leprae, Treponema pallidum, Ricketsias b) Drogas- penicilina, penicilamina, sais de ouro c) Viroses – Hepatite B, EBV, varicela e sarampo d) Parasitas – malária e esquistossomose e) Alimentos – proteína de soja, caseína, proteína do arroz 2 – Intrínsecos : a) Material nuclear (DNA) e celular, antígenos tumorais, fator reumatóide, antígeno carcinoembrionário, tireoglobulina MECANISMOS HUMORAIS A – Ags nativos renais (insolúveis) Ex: Ags da matrix extracelular, Ag da membrana basal,etc. B -Ags “plantados” (solúveis) Depositam na GBM (por razões físicoquimicas, fisiológicas ou imunológicas). Formam IC circulantes - que se depositam nos tecidos renais. Antígenos endógenos: material nuclear e celular, antígeno tumoral, tireoglobulina, fragmentos de DNA, LES, imunoglobulinas, IgA, imunocomplexos e outros. Antígenos exógenos: drogas, agentes infecciosos, etc C – Auto anticorpos PRINCIPAIS MECANISMOS PELOS QUAIS A RESPOSTA IMUNITÁRIA PODE DETERMINAR LESÃO CELULAR E/OU TECIDUAL. 1 – Agressão por mecanismos ligados à resposta imunitária de tipo humoral. a -injúrias mediadas por anticorpos ( Ac anti GBM) b – deposição de imunocomplexos circulantes c – anticorpos citotóxicos - estes são dirigidos contra a membrana basal ( IC in situ) 2 - Agressão por mecanismos celulares. linfócitos e macrófagos na lesão glomerular ativados produzem radicais livres lesões alteram a filtração. 3 – Agressão por mediadores da inflamação aguda. Sistema de Complemento Fator nefrítico Leucócitos polimorfonucleares Fatores da coagulação Efeito dos Imunocomplexos a nível de Membrana basal glomerular (GBM) IC grandes – depositam entre a GBM ou mesângio glomerular e o endotélio. IC pequenos -– atravessam a GBM e se depositam sobre o lado epitelial dos glomérulos. O local exato vai depender da valência, título e afinidade do Anticorpo. COMPLEXOS Antígeno/Anticorpo INTENSA ATIVAÇÃO E CONSUMO DE COMPLEMENTO INFLAMAÇÃO GLOMERULONEFRITE 4 NOMENCLATURA DE INJÚRIA GLOMERULAR 1 - Sindrome nefrítica : Perda menor do que 3 g de proteinas / 24 hs 2 - Sindrome nefrótica : Perda de mais de 3 g de proteinas/24 hs. 3 - Padrão de injúria global : Atinge todos os glomérulos. 4 – Padrão de injúria difuso : Atinge a maioria dos glomérulos. 5 – Padrão de injúria focal: Atinge apenas certos glomérulos. 6 – Padrão de injúria segmentar: Acomete apenas certos lóbulos mesangiais no interior de um glomérulo. 7 – Proliferativo: Aumento do número de células dentro do glomérulo, proliferação de células e recrutamento de PMN e Macrófagos da circulação como consequência da ativação do sistema de C’. 8 – Membranosa: Alça periférica se afina devido a expansão da GBM. 9 –Membrano-proliferativa: Combinação dos 2 alterações acima, sendo com acentuação da arquitetura lobular. 10 -Crescente: Proliferação de células epiteliais ao longo da cápsula de Bowman’s, comprimindo o glomérulo. 11 – Esclerose – Fibrose de parte do glomérulo AUTO ANTICORPOS ASSOCIADOS À GLOMERULONEFRITE Anticorpo anti - GBM . Anti GBM - direcionados contra a cadeia alfa-3 do colágeno tipo 4 podem lesar a GBM levar a uma glomerulonefrite proliferativa com crescentes. Anticorpos anti GBM que também fazem reação cruzada com as membranas basais dos capilares pulmonares podem causar hemorragias pulmonares em associação com a glomerulonefrite. GLOMERULONEFRITE CAUSADAS POR IMUNOCOMPLEXOS PATOGÊNESE A localização dos depósitos depende de: - Tamanho, carga elétrica - Avidez dos complexos - Capacidade de clareamento do mesângio Deposição crônica de imunocomplexos circulantes Ativação da Cascata do Complemento 5 CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA Histologia Clínica Técnicas : MO, ME , IFI Contribuição: -estabelecer diagnóstico -Sugerir prognóstico -Orientar tratamento Tipo de informação : qualitativa Indicaçõesespecíficas 1 -Síndrome nefrótica: indicada para distinguir entre amiloidose, glomerulopatia de cadeia leve 2 - LES – um indice mais sensível de progressão que os dados clínicos sozinhos. AVALIAÇÃO DE BIÓPSIAS RENAIS GLOMERULONEFRITES – designa evidente inflamação glomerular GLOMERULOPATIAS – designa lesões ou alterações glomerulares evidenciadas por laboratório. EXAMES COMPLEMENTARES Urina : hematúria, leucocitúria, proteinúria Cilindros: Hemáticos (S Nefritica), Hialinos ( S Nefrótica) e leucocitários ( pielonefrite) Clearance - creatinina Soro\Plasma ↓ Complemento total, C3 e C4 Exs etiológicos : AEO, Ac anti GBM Anti HBV, anti-HCV complemento FAN (lupus) ANCA ( vasculites) Crioglobulinas (HCV e etc) Biópsia renal : não está indicada nos casos típicos de GNs associadas à infecções Glomerulonefrite crônica Glomerulonefrite rapidamente progressiva Glomerulonefrite membranosa Glomeruloesclerose focal Glomerulonefrite membranoproliferativa Nefropatia por IgA DOENÇAS GLOMERULARES PRIMÁRIAS LEVANDO A GLOMERULONEFRITE CRÔNICA Glomerulonefrite pós estreptocócica TRATAMENTOS POSSÍVEIS PARA GLOMERULONEFRITES 6 Obrigada! OUTROS TIPOS DE GLOMERULONEFRITES • GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA DIFUSA • GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA FOCAL • GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA • GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA • GLOMERULONEFRITE POR ALTERAÇÕES MÍNIMAS • GLOMERULONEFRITE CRÔNICA PATOGÊNESE Anti-DNA de hélice simples ou dupla Anti-ribonucleoproteínas Anti-Histonas Anti-proteínas da matriz extracelular - Laminina - Colágeno tipo IV - Heparan sulfato Formação de Auto-anticorpos GLOMERULONEFRITES POR IMUNOCOMPLEXOS VARIÁVEIS QUE AFETAM A FORMAÇÃO, A DEPOSIÇÃO E O GRAU DE LESÃO DE COMPLEXOS IMUNES Antígeno Tipo e número de antígeno Quantidade Velocidade e tempo de exposição Persistência na circulação Anticorpo Classe, subclasse Afinidade/avidez Complemento Quantidade Atividade biológica Solubilização de complexos Localização dos imunocomplexos no glomérulo Tamanho do complexo Eventos locais de hidrodinâmica circulatória Remoção de complexos do glomérulo Atividade sistêmica do SRE Atividade local do SER Atividade flogistica de complexos Ativação do complemento Ativação das plaquetas Coagulação Inibição de danos flogísticos Fibrinólise Inibidores do sistema de complemento Remoção do complemento e IgG por proteólise Obrigada!
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