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Objetivos OBJETIVO 1: Revisar a morfofisiologia glomerular OBJETIVO 2: Entender os mecanismos imunologicos na patogenese da doenca glomerular OBJETIVO 3: Identificar as glomerulopatias associadas a sindrome nefrítica OBJETIVO 2: Compreender a etiologia, epidemiologia, manifestações clínicas, fisiopatologia e diagnostico da sindrome nefrítica ANATOMIA: FISILOGIA: • Possui funcao de filtracao sanguinea • Auxilia na regulação da PA • Auxilia na reabosrcao de liquidos e solutos e na formacao da urina • Formado por um tufo de capilares fenestrados que são subdivisoes da arteriola aferente Mecanismo de autorregulação: A filtração é influenciada diretamente pela pressão hidrostática, qualquer alteração da PA tenderia a interferir na TFG, mas isso não ocorre devido aos mecanismos de autorregulacao glomerular Esse mecanismo só é ativado em virtudo da capacidade miogenica dos capilares, os quais respodem a vriacao da PA. Quando a PA se eleva os vasos respodem por meio da contracao para aumetnar a resistencia vascular impedindo o seu estiramento, bem como o aumento do fluxo sanguineo Quando a Pa diminui eles tendem a dilatar com objetivo de reduzir a resistencia vasuclar, facilitando o aumento do fluxo sanguineo. O feedback tubuloglomerular é feito pelo aparelho justaglomerular (celulas justaglomerulares da Aa. Aferente, as celulas da macula densa e as celulas mesagiais extraglomerulares Síndrome Nefrítica e Glomerulopatias Mácula densa: possui sensores de variacao da PA, e quando isso ocorre, elas ativam a via de sinalizacao que libera prostaglandinas promovendo vasocontricao reduzindo a resistencia dos vasos e tambem estimulam as celulas justaglomerulares a produzirem renina (ativacao do SRAA) CARACTERISTICAS DAS GLOMERULOPATIAS: Embora sejam denominadas glomerulonefrites nem todas apresentam reacao inflamatoria, por isso a denominacao glomerulopatia é a mais correta São mais diagnosticaveis por biopsia Nas primárias, as alterações glomerulares representam o sítio principal ou único de lesão As secundárias referem-se a modificações glomerulares que ocorrem em doenças sistêmicas, de etiologia diversa, seja imunitária (lúpus eritematoso sistêmico), metabólica (diabetes melito), vascular (poliarterite nodosa), hematológica (drepanocitose) ou hereditária (síndrome de Alport). Podem ainda ser caracterizadas como difusas ou focais (menos de 50%) De acordo com o comprometimento glomerular, são segmentares (acometimento de parte do tufo glomerular) ou globais Existem muitas formas da doença glomerular com uma patogênese que se relaciona de maneira variável com a presença de mutações genéticas, infecção, exposição a toxinas, autoimunidade, aterosclerose, hipertensão, embolia, trombose ou diabetes melito. Entretanto, muitas vezes ainda é considerada idiopática FISIOPATOLOGIA DAS GLOMERULOPATIAS: Os mecanismos patogenéticos também são numerosos, tendo fatores imunitários papel de destaque O envolvimento imunitario pode ocorre por duas vias: 1) Deposicao glomerular de imunocomplexos circulantes (ICs) 2) Formação in-situ de imunocomplexos circulantes (ICs) Em ambas, há ativação do complemento, pelas vias clássica ou alternativa Produtos de ICs ou da ativação do complemento agridem células epiteliais, endoteliais ou do mesângio, diretamente ou por induzir resposta inflamatória GLOMERULONEFRITES POR IMUNOCOMPLEXO CIRCULANTE: Resultam do aprisionamento de imunocomplexos circulantes dentro do glomérulo A duração da exposicao dos ICCs é importante Na GN pós- estreptocócica, progressiva na endocardite bacteriana e em surtos de lupus eritematoso sistemico a exposicao tem duracoa limitada O aprisionamento desses imunocomplexos nem sempre provoca reação, porem sempre ocorre ativação do complemento As reações glomerulares em resposta a inflamacao podem varias de proliferação celular, exsudacao, espessameto da parede capilar ou até se manifestando como esclerose ou fibrose GLOMERULONEFRITES POR IMUNOCOMPLEXO IN SITU: Imunocomplexos formados in situ são constituídos por antígenos intrínsecos, ou seja, de componentes do glomérulo, especialmente da membrana basal ou de podócitos, ou por antígenos incorporados (“plantados”) nos glomérulos, provenientes da circulação As principais propriedades de ICCs nefritogênicos são: (a) tamanho ou volume; quando grandes, formados com excesso de anticorpos, os ICs são eliminados pelo sistema fagocitário-mononuclear; quando se formam com excesso de antígenos, os agregados são pequenos e passam pelos glomérulos, sem provocar lesões; ICCs com pequeno excesso de antígenos (tamanho intermediário) são os que se depositam nos glomérulos e podem iniciar a GN; (b) carga elétrica; quando catiônica, os ICs atravessam a membrana basal glomerular (MBG) e ocupam a posição subepitelial; quando aniônica, ficam em posição subendotelial; se neutra, a tendência é depósito mesangial. Os mecanismos pelos quais os ICs aprisionados em glomérulos alteram sua função e causam exsudação leucocitária e proliferação celular, especialmente de células mesangiais e endoteliais, são múltiplos: (1) deposição de ICs modifica a filtração glomerular, permitindo a passagem de macromoléculas, especialmente albumina; (2) por ativação do sistema complemento (em muitas GNs ocorre queda dos níveis séricos de complemento), há liberação de mediadores inflamatórios que: (a) aumentam a permeabilidade vascular e favorecem mais deposição de ICs; (b) exercem quimiotaxia (C5a, leucotoxinas) e favorecem a migração de neutrófilos, cujas proteases (enzimas lisossômicas) lesam as estruturas glomerulares; (3) células glomerulares agredidas, especialmente mesangiais, liberam substâncias (radicais livres de O2, metabólitos do ácido araquidônico etc.) que induzem reação inflamatória; (4) alterações circulatórias promovem: (a) aumento da permeabilidade vascular, que favorece a deposição de fibrina no espaço de Bowman, que, por sua vez, estimula a proliferação celular; (b) agregados plaquetários liberam mediadores inflamatórios. COMO OCORRE A FISIOPATOLOGIA? A ativação local de receptores semelhante ao Toll nas células glomerulares pela deposição de imunocomplexos ou pela lesão infligida pelo complemento às estruturas glomerulares induz a infiltração de células mononucleares, que subsequentemente produz uma resposta imune adaptativa atraída ao rim pela liberação local de quimiocinas. Neutrófilos, macrófagos e células T são atraídos pelas quimiocinas para o interior do tufo glomerular, onde reagem com antígenos e epítopos sobre ou próximo às células somáticas ou suas estruturas, produzindo mais citocinas e proteases que lesionam o mesângio, os capilares e/ou a MBG. Enquanto a resposta imune adaptativa assemelha-se àquela de outros tecidos, a ativação precoce das células T desempenha um papel importante no mecanismo da glomerulonefrite. Os antígenos apresentados pelas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC) classe II nos macrófagos e nas células dendríticas em combinação com moléculas de reconhecimento associativo participam do repertório das células T CD4/8. As células mononucleares, por si só, podem lesionar o rim, porém os eventos autoimunes que lesionam os glomérulos produzem classicamente uma resposta imune humoral. Tipicamente, glomerulonefrite pós-estreptocócica, nefrite lúpica e nefrite membranosa idiopática estão associadas aos imunodepósitos ao longo da MBG, enquanto anticorpos anti- MBG produzem a ligação linear da doença anti-MBG. Os imunocomplexos circulantes pré-formados podem sofrer precipitação ao longo do lado subendotelial da MBG, enquanto outros imunodepósitos são formados in situ sobre o lado subepitelial. Esses últimos depósitos se acumulam quando os autoanticorpos circulantes encontramseu antígeno encarcerado ao longo da borda subepitelial da MBG. Os imunodepósitos no mesângio glomerular podem resultar da deposição de complexos circulantes pré-formados ou de interações antígenoanticorpo in situ. Os imunodepósitos estimulam a liberação de proteases locais e ativam a cascata do complemento, produzindo complexos de ataque C5-9. Além disso, os oxidantes locais lesam as estruturas glomerulares, produzindo proteinúria e apagamento dos podócitos. Etiologias ou mecanismos fisiopatológicos superpostos podem produzir lesões glomerulares semelhantes, sugerindo que diferentes respostas moleculares e celulares sequenciais frequentemente convergem para padrões comuns de lesão. • Glomerulonefrite pós-estreptocócica • Endocardite bacteriana subaguda • Nefrite lupica • Doenca antimembrana basal glomerular • Nefropatia por IgA • Vasculite de Pequenos vasos induzida por ANCA • Glomerulonefrite Membranoproliferativa • Glomerulonefrite Mesangioproliferativa GLOMERULONEFRITES PROLIFERATIVA AGUDA OU DIFUSA AGUDA Na maioria dos casos, a GNDA é secundária a infecções das vias respiratórias superiores ou da pele (piodermites, impetigo) por cepas nefritogênicas de Streptococcus β-hemolítico do grupo A (SβHGA). Com frequência cada vez maior, a doença associa-se a infecções por outras bactérias (estafilococos, pneumococos, salmonelas etc.) e, mais raramente, por vírus (hepatite B, mononucleose infecciosa, varicela etc.) e protozoários (malária, toxoplasmose). O período de latência entre a infecção estreptocócica (1 a 2 semanas) e o início da GNDA corresponde ao tempo necessário para a produção de anticorpos e a formação de ICs. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA/CRESCÊNTICA Esse tipo de glomerulonefrite engloba várias doenças glomerulares (vasculites associadas a ANCA, GNDA, GNMP, nefropatia lúpica, nefropatia por IgA e outras), em que formam-se crescentes nos glomérulos Se caracteriza pelo rapido decrescimo da TFG, para menos de 50% em um curto periodo de tempo, e pode evoluir para esclerose glomerular e tubulointersticial, um estado de falência renal A lesao crescentica se caracteriza por proliferacao do epitelio parietal com deposicao de fibrina e infiltracao de monocitos e macrofagos em mais de 50% dos glomérulos Vários mecanismos estão envolvidos, mas imunoglobulinas e complemento nas lesões glomerulares indicam participação imunitária. Na fase inicial da formacao de crescentes há riptira de alcas capilares glomerulares que resulta de mecanismos variados (ação direta de anticorpos, neutrófilos, macrófagos, linfócitos T, frações do complemento). Tal ruptura permite a passagem de fibrinogênio para o espaço de Bowman, o que estimula a migração de células mononucleadas (linfócitos T e macrófagos). Substancias liberadas pelo macrofagos e monocitos resultam na deposicao de fibrina no epitelio parietal. A fibrina por sua vez dorma uma rede onde se alojam celulas parietais, macrofagos, fibroblastos, linfócitos e neutrófilos. Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica: É o prototipo para glomerulonefrite proliferativa endocapilar aguda É epidemica em paises subdesenvolvidos, principalmente em criancas entre 2 e 14 anos Mais prevalente no sexo masculino Em paises mais desenvolvidos é mais tipica no idoso devido a condicoes debilitantes A incidencia em familiares pode chegar a 40% As infecções da pele e da garganta por determinados tipos M de estreptococos (cepas nefritogênicas) precedem a doença glomerular A biopsia renal demonstra hiper celularidade das células mesangiais e endoteliais, infiltrados glomerulares de leucócitos e imunodepositos subendoteliais de IgG Envolve antígenos estreptocócicos, imunocomplexos circulantes e ativação do complemento em associação com uma lesão mediada por células A manifestação clássica é um quadro nefrítico agudo com hematúria, piúria, cilindros hemáticos, edema, hipertensão e lesão renal aguda oligúrica, que pode ser grave o suficiente a ponto de se assemelhar à GNRP Sintomas sistêmicos de cefaleia, mal-estar, anorexia e dor no flanco (devido ao edema da cápsula renal) são relatados em até 50% dos casos Glomerulonefrite Associada A Endocardite Bacteriana Subaguda: É uma complicacao de endocardite subaguda (ESB) em pacientes que permanecem não tratados por um periodo prolongado de tempo A glomerulonefrite é incomum na endocardite bacteriana aguda, considerando a demora de 10 a 14 dias para o desenvolvimento de uma lesão mediada por imunocomplexos, período no qual o paciente já terá sido tratado, muitas vezes com uma cirurgia de emergência. Macroscopicamente, na EBS os rins evidenciam hemorragias subcapsulares com aspecto de “picada de pulga”, e a microscopia da biópsia renal revela proliferação focal ao redor de focos de necrose associados a abundantes imunodepósitos mesangiais, subendoteliais e subepiteliais de IgG, IgM e C3 A patogênese tem como base a deposição de imunocomplexos circulantes no rim, com ativação do complemento. As manifestações são piúria, proteinúria lese e lesão renal aguda ou GNRP com rápida perda de fncao renal. Pode-se observar a presença de anemia normocítica Esse tipo de glomerulonefrite pode ocorrer em pacientes que apresentam shunts ventriculoatriais e ventriculoperitoneais, infecções pulmonares, intrabdominais, pélvicas ou cutâneas e próteses vasculares infectadas Nefrite Lúpica Resulta do deposito de imnocomplexos circulantes no glomerulo, os quais ativam a cascata do complemento levando a lesao mediada pelo complemento, infiltracao de leucócitos, ativacao de fatores pró coagulantes e liberacao de diversas citocias. A formacao de imunocomplexos in situ após a ligacoa glomerular dos antigenos ncleares desempenha algum papel na lesao renal As manifestações clínicas, a evolução da doença e o tratamento da nefrite lúpica estão intimamente relacionados com a patologia renal. O sinal clínico mais comum de doença renal é a proteinúria, contudo é possível observar a presença de hematúria, hipertensão, graus variáveis de disfunção renal e sedimento urinário ativo com cilindros hemáticos Vasculite de Pequenos vasos associada a ANCA Um grupo de pacientes com vasculite de pequenos vasos (arteríolas, capilares e vênulas; raramente, pequenas artérias) e glomerulonefrite têm anticorpos séricos anticitoplasma de neutrófilo (ANCA) Os anticorpos são de dois tipos, antiproteinase 3 (PR3) ou antimieloperoxidase (MPO) Os ANCA são produzidos com ajuda das células T e ativam os leucócitos e os monócitos, que, juntos, lesionam as paredes dos pequenos vasos. A lesão endotelial também atrai mais leucócitos e exacerba a inflamação. A granulomatose com poliangeíte, a poliangeíte microscópica, a síndrome de Churg-Strauss e a vasculite limitada ao rim pertencem a esse grupo, pois são ANCA-positivas e se apresentam como uma glomerulonefrite pauci-imune, com depósito de imunocomplexos em pequenos vasos e capilares glomerulares Nefropatia por IgA Caracteriza-se classicamente por hematúria episódica associada ao depósito de IgA no mesângio A nefropatia por IgA é uma das formas mais comuns de glomerulonefrite em todo o mundo. Existe uma predominância masculina, uma incidência máxima na segunda e na terceira décadas de vida e raros agrupamentos familiares. A nefropatia por IgA é uma glomerulonefrite mediada por imunocomplexos definida pela presença de depósitos mesangiais difusos de IgA frequentemente associados com hipercelularidade mesangial A doença de Berger é a glomerulopatia primária mais comum no mundo. Pode ocorrer em qualquer idade, mais o pico de incidência ocorre em pessoas entre 20 e 40 anos; é duas vezes mais comum em homens que em mulheres, e é uma doença de brancos e asiáticos, sendo rara em negros. é uma doença renal comum causada por depósitos de anticorpos, no caso a ImunoglobulinaA, causando inflamação e lesão dos glómerulos renais de forma progressiva ao longo dos anos. A patogênese da nefropatia por IgA primária envolve a produção de IgA e C3, e seu evento precipitante é o depósito de IgA mesangial, que é a forma, predominantemente, polimérica. Não possui cura, mas possui tratamento para prevenir a insuficiência renal. É a mais frequente forma de glomerulonefrite idiopática no mundo, principalmente nos países desenvolvidos, podendo variar de casos leves a formas graves com evolução para insuficiência renal crônica, sendo responsável por cerca de 10% dos pacientes que evoluem para diálise no mundo A diferença da doença de Berger para a glomerulonefrite de origem estreptocócica é que ela inicia com sintomas concomitantemente a presença do fator causador. Já a de origem streptocócica demora de 2-3 semanas para apresentar sintomas de patologia renal Doença Antimembrana Basal Glomerular: Os pacientes que desenvolvem autoanticorpos dirigidos contra os antígenos da membrana basal desenvolvem com frequência uma glomerulonefrite denominada doença antimembrana basal glomerular (antiMBG). Quando ocorrem hemorragia pulmonar e glomerulonefrite, se define uma síndrome pulmão-rim denominada síndrome de Goodpasture (A doença é mais comum em homens (3:1), com pico na terceira década) Glomerulonefrite Membranoproliferativa Pode ser nomeada de glomerulonefrite mesangiocapilar ou glomerulonefrite lobular Trata-se de uma glomerulonefrite imunomediada caracterizada pelo espessamento da MBG com alterações mesangioproliferativas; 0% dos pacientes exibem hipocomplementemia. A GNMP tipo I costuma estar associada a infecções persistentes pela hepatite C, a doenças autoimunes como lúpus ou crioglobulinemia ou a doenças neoplásica GNMP clássico tipo I é secundária à deposição glomerular de imunocomplexos circulantes ou à sua formação in situ. Os pacientes com GNMP se apresentam com proteinúria, hematúria e piuria (30%), sintomas sistêmicos de fadiga e mal- estar que são mais comuns em crianças com a doença tipo I; ou um quadro nefrítico agudo com GNRP e uma deterioração acelerada da função renal em até 25% dos casos. É uma causa incomum de síndrome nefrítica Acomete mais adultos Glomerulonefrite Mesangioproliferativa caracteriza-se pela expansão do mesângio, às vezes associada a uma hipercelularidade mesangial; paredes capilares finas, únicas e contornadas; e imunodepósitos mesangiais. Clinicamente, pode manifestar-se com graus variáveis de proteinúria e, muitas vezes, hematúria. A doença mesangioproliferativa pode ser observada na nefropatia por IgA, na malária por Plasmodium falciparum, na glomerulonefrite pós-infecciosa em fase de resolução e na nefrite classe II devido aos lúpus. INTRODUÇÃO: Se caracteriza pelo processo inflamatório do capilar glomerular acompanhado de hematúria, hipertensao, proteinúria subnefrótica e edema Define-se pela disfuncao renal de inicio subito Tem-se a reducao da TFG e da fração de filtração As funções tubulares são normais ou pouco alteradas, embora haja retencao de agua e sodio e consequentemente edema No inicio da doenca as funcoes tubulares são pouco alteradas, mas com o passar do tempo podem surgir complicacoes e falta de alguns elementos, tais como: • Insuficiência renal aguda • Encefalopatia hipertensiva • Edema pulmonar EPIDEMIOLOGIA: A mais prevalente é a glomerulonefrite pós-estreptocócica que acomete principalmente homens entre 6 e 10 anos No entanto, a faixa etaria depende da doenca de base, variando da primeira de cada de vida até após os 50 anos ETIOLOGIA: As principais causas estao associadas a: • Glomerulonefrite infecciosa e pós-infecciosa • Nefropatia por IgA • Nefrite Lúpica As glomerulnefrites rapidamente progressivas (GNRP) podem se manifestar com insuficiencia renal grave progressiva, como a doença de Goodpasture, poliartrite e granulomatose de Wegener FISIOPATOLOGIA: Caracteriza-se por um processo inflamatório O grau de inflamacao determina a gravidade da disfuncao renal e as anifestacoes clinicas associadas Muitas das glomerulopatias envolvidas na patogenese apresentam disturbios imunologicos adjacentes A sindrome nefrítica é causada por processos inflamatorios que obstruem o lúmen dos capilares glomerulares e lesam a parede capilar Essa lesao da parede capilar possibilita que as hemaceas adentrem a urina e causem alteracoes hemodinamicas que reduzem a TFG. O acumulo extracelular de liquidos, hipertensao e edema ocorrem em decorrencia da TFG reduzida e da reabsorcao tubular aumentada de água e sal Existem dois mecanismos basicos de lesao glomerular mediados por anticorpos: 1) Anticorpos que se ligam a um componente de outro material implantado nos glomérulos (exemplo: formacao de anticorpos circulantes na membrana basal celular como na doença de Goodpasture) 2) Formação de complexos antigeno-anticorpo que escapam do sistema reticuloendotelial e se depositam nos glomérulos (exemplo: complexos de DNa-nucleossomo no LES (lupus eritematoso sistêmico) e crioglobulinas na GNMP relacionada com a hepatite C Doenças como a glomerulonefrite pós-estreptocócica envolvem o deposito de um antigeno nos glomerulos com a subsequente ativacao de um sistema complemento. Esse processo pode resultar em lesao tecidual direta ou levar a reacao inflamatória com proliferacao de células glomerulares intrinsecas (como as celulas mensagiais, endoteliais e epiteliais). Nos casos graves pode ocorrer a obliteracao do lumen capilar glomerular e ruptura do glomerulo no espaco de Bowman com formação de crescentes MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Oligúria (pouca frequencia urinaria) decorrente da baixa TFG • Edema pode variar de discreto a intenso • Hipertensão arterial podendo evoluir com edema agudo de pulmão e/ou encefalopatia hipertensiva • Hematúria com cilindros hemáticos • Proteinuria discreta ou moderada <3g/dia • Azotemia (retenção de compostos nitrogenados) • Redução da TFG • Associada a alguma doença sistêmica, apresentará manifestações extrarrenais próprias da doença de base DIAGNÓSTICO: Exame de urina: no sedimento urinário pode evidenciar proteinúria, hematuria e piúria - aumento de leucócitos – (não são obrigatórios) Creatinina sérica: geralmente elevada Albumina sérica: diminuida Gamaglobulina: se alta indica sindrome nefrótica secundária ou associada a infecções crônicas, hepatopatias, doença autoimune ou baixa imunidade (glomerulopatias com doença de lesão mínima e glomeruloesclerose segmentar e focal [GESF]) Biópsia: define o tipo histológico da lesão e possibilita definir o tratamento adequado para cada tipo.
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