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Aula 9 Indigestão Fermentativa

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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO II
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Indigestão Fermentativa
Indigestão:
1) Indigestão simples: Mudança bruscas de alimento.
2) Alcalose: Baixa qualidade, aumento de proteínas.
3) Sobrecarga: Alimento palatável de difícil digestão (fibras)
4) Acidose lática aguda: Boa qualidade, aumento de carboidrato. Aumento de carboidrato de fácil fermentação, sem adaptação. 
5) Acidose crônica: Aumento carboidrato + fibra por muito tempo.
6) Inatividade da microflora: Diminuição de carboidrato, energia, proteínas, minerais
Vamos pegar cada uma dessas dietas e tentar descobrir o que está acontecendo.
A dieta ela determina diretamente o tipo de microorganismo presente no rúmen, de acordo com o substrato que chega. A população em função do substrato vai gerar a indigestão ou a alta da atividade metabólica. 
Nos casos de indigestão o histórico e anamnese são fundamentais, o histórico e anamnese não podem ser confundidos. O histórico depende diretamente do que o proprietário te conta, a anamnese depende de dados que concluam sobre a evolução da doença, para sabermos essas informações é necessário que façamos perguntas.
Para o diagnóstico de indigestão dos ruminantes é necessário saber o que eles comem, comiam anteriormente, e como está a digestão. 
As fezes refletem o que ele se alimentou antes, um capim muito passado, até 72h se for grãos finos em até 6h é eliminado. 
Se o animal se alimentou de muito capim seco, e não estiver com diarreia, apenas estiver com ausência de fezes, não se deve dar nada, pois nesses casos o quadro se resolve sozinho.
Inatividade da Microflora
A causa é uma dieta pobre em energia, proteínas e minerais. Qual a consequência disso?
A dieta influenciando o microrganismo. A dieta determina o tipo de mcgs, a taxa de fermentação e multiplicação desse organismo, e quanto mais multiplica e mais fermentam, mais ácidos graxos produzem e mais baixo é o pH.
Então se eles estão multiplicando e fermentando pouco, tem pouco ácido graxo. Então o animal não engorda, emagrece, não dá leite. No rumem como vai estar essa diminuição: pH alto (alcalino) porque tem pouca ruminação, feno não vai digerir e o animal tem aspecto geral alterado e fica fraco, pelagem feia e fraca e sem brilho.
Pode ser feno ou capim picado, de baixa qualidade que na maioria das vezes é deficiente em energia, proteína e minerais. 
Numa situação em que o animal se alimenta de capim passado, há carboidratos sim, mas são celulose como lignina que não são digeríveis, em termo de nutrientes não tem o que oferecer ao animal. Assim nesses casos onde ele se alimenta de capins assim há um tempo, ele não vai comer muito capim, nesse tipo de dieta as bactérias se encontram todas presentes, porém em pequenas quantidades. A taxa de multiplicação das bactérias é menor pois não há nutrientes suficientes para elas, como elas usam pouco desse substrato que chega, elas acabam produzindo muito pouco em quantidade de AGV’s.
A motilidade nesses casos está diminuída, porque não há estiramento e distenção do rúmen para a ativação dos receptores de motilidade que estariam na parte de cima do rúmen.
Se produzem poucos AGV’s o pH tende a ficar um pouco mais alto nesses casos, ao mesmo tempo é um alimento que permite ao animal maior tempo de ruminação, aumentando a produção de saliva com pH alto de 8,4 e tamponando o meio e eleva o pH do meio. O alimento passa devagar pelo intestino aumenta o tempo de digestão, demora dias para fazer a digestão, e a motilidade nesses casos está diminuída, mas não há atonia ruminal, as fezes saem nesse caso ressecadas. 
Sobrecarga
Fermentação: 
AGV > pH/fezes
Distensão -> Motilidade
Ruminação
Jejum, acesso à comida palatável, muita ingestão do volumoso, ingere pouca água e o alimento fica compactado e não sofre ruminação, o alimento vai apodrecer e ficará muito tempo retido para fazer a digestão, vai diminuir a produção do ácido, pode vir a ter uma motilidade aumentada, a produção dos AGV’s alta vai gerar uma distensão extrema, levando a quando de timpanismo. 
Quanto menor o alimento, mais rápida é a digestão, maior é a taxa de passagem e ai os microrganismos se multiplicam mais rápido porque tem mais substrato. 
Estímulos para a motilidade são a mastigação, deglutição, enchimento e esvaziamento do abomaso. 
Os estímulos para a não contração do abomaso são: se encher demais há o estímulo para a não contração do abomaso. Nesses casos há atonia ruminal, como nos quadros de timpanismo, além disso tudo o rúmen cheio causa a compressão do diafragma, e há alteração como dor e sensação de desconforto, a dor é o estimulo mais forte que impede a contração. Além do aumento da frequência cardíaca e respiratória.
Quando se forma o bolo não miscível demora muito tempo para que haja a digestão eficaz daquilo, coisa de semanas a fio. Devido a evolução longa, o animal diminui o apetite e perde peso, o problema é resolvido com o animal vomitando ou sendo eliminado por diarreia, mas na maioria das vezes o que deve ser feito é o procedimento de rumenotomia. A hiperexcitação inibe a motilidade, se for apenas distensão por gás, podemos tentar diminuir com o uso de uma sonda, porém a sonda pode ser que não resolva o problema, o ideal é o uso do trocater. 
Qualquer compactação com hiperextensão se torna muito perigosa, pois para estimular a motilidade, precisa haver a contração que é inibida com a dor. 
Na percussão ao exame clínico pode-se observar uma área muito compactada com um som maciço, e acima uma área de som timpânico. Após a rumenotomia, deve-se limpar todo o conteúdo e fazer a reposição de flora ruminal. 
Alimento de baixa qualidade, muito fibroso, com deficiência de carboidrato e aumento de proteína: 
Se tem pouco carboidrato que microrganismos permanecem? Celulolíticos.
Celulose -> microrganismo de multiplicação lenta -> diminuição dos AG produzidos -> aumento do pH
Amido ou açúcar -> microrganismo de multiplicação rápida -> aumento dos AG produzidos -> diminuição do pH.
Esses animais que comem pouco carboidrato, mas tem proteína (ou seja, fibra/capim meio velho), pode ter um quadro parecido como inatividade da flora ou sobrecarga, mas o fato é que ele vai ter microrganismos ter metabolismo lento e demorado. 
Indigestão por acidose lática
Condição que ocorre quando o animal ingere muitos carboidratos solúveis e de fácil fermentação como farelo puro, amido, grãos, pão, frutas (manga, abacates e laranjas), causando indigestão pois o animal não está adaptado.
Imagina o ruminante se alimentando de qualquer coisa que tenha muito carboidrato (muito açúcar e amido) sem adaptação: Esse carboidrato chega no rumem e o que que acontece? Que tipo de bactéria adora carboidrato? As de fermentação rápida que tem uma taxa metabólica alta, então aumenta a quantidade de AGV. Dentro disso, aumenta a quantidade de ácido lático e ai o pH diminui. A fermentação continua, e o animal não rumina, porque o carboidrato não tem poder de estimular a ruminação (não produz saliva). 
Então quando o pH fica menor que 5,5, morrem primeiro os protozoários e morrem algumas bactérias que não são ácidos resistentes, que aumentam as bactérias ácido resistentes entre elas os lactobacilos. Essas bactérias acido resistentes produzem mais acido lático (são precursoras de acido lático) e ai o pH continua baixando. Quando ele fica menor que 4, ai sim se agrava o problema. A população dos protozoários vai morrer. A função dos protozoários ruminais é consumir glicose, sintetizar vitaminas e produzir substratos usados por bactérias. Se eles morrem diminui a síntese de vitaminas do complexo B, C e K e diminuem o consumo da glicose. 
Quando os animais sobrevivem a esses quadros apresentam deficiência na síntese de vitamina B 12, e B1, causando necrose cérebro cortical que é polioencéfalomalácia. Assim se o animal sobreviver deve-se suplementar o animal paravitamina B. 
Como diminui o consumo de glicose, mas a sua produção diminui, a osmolaridade do líquor aumenta, e o animal começa então a desidratar. O animal neste caso começa a tirar água do sangue e dos tecidos para jogar dentro do rúmen. Há nesses casos choque hipovolêmico no animal.
O acido lático tem algum efeito? Ele é muito irritante, e em excesso no rumem causa uma rumenite, isso leva ao aumento de substâncias relacionadas a dor porque causa inflamação no rumem, e a histamina e outras substâncias vasoativas. A dor causada por essa rumenite diminui a motilidade. 
Esses ácidos continuam sendo absorvidos, tendo um pH muito acido levando a acidose ruminal e metabólica. Então o animal desidrata e tem acidose. Quando desidrata diminui o volume de sangue, o que que acontece com a circulação toda. E como o animal demostra isso? Pela diminuição da perfusão sanguínea nos tecidos periféricos -> Animal fica com taquicardia, taquipneia, TPC aumentado, diminuição de urina podendo dar uma insuficiência renal, o rumem fica cheio de agua, olha para a barriga toda hora, deita toda hora, hipomotilidade -> timpanismo (que piora ainda mais a respiração), etc.
Alta taxa metabólica dos microrganismos, eles se multiplicam muito rapidamente, quando o pH chega perto de 4,5, essa taxa aumenta para alguns como os lactobacilos e os ácidos resistentes e os outros começam a morrer. Essas bactérias em pH acido são degradadas (lise = lipolissacarideos são absorvidos e caem na circulação, causando um quadro de endotoxemia).
O que pode causar um choque? Como sabemos se o animal está em choque? Tem 3 fatores importantes -> Choque neurogênico, neurotóxico e hipovolêmico. Independente de como o começa, o resultado é sempre o mesmo. 
Então uma indigestão por acidose láctica aguda é fatal.
Quando o problema é o excesso de carboidrato e a população de microrganismos completamente alterada, se ele está com timpanismo o trocater é suficiente e a sonda também.
Um alcalinizante via sonda eu diminuo a fermentação por matar as bactérias ácido-resistentes. Então eu inibo a progressão. 
Muitas vezes utilizam o carvão o ativado porque ele puxa as substâncias livres no rumem e inibe a absorção.
Indigestão por acidose crônica 
 Animais comem bastante carboidratos, mas também ingerem fibras, todas as espécies estão presentes, mas a medida que o pH abaixa as espécies morriam, nesse caso há adaptação e o pH não está tão baixo pois quem produz ácido lático se equilibra com quem consome o ácido lático, o pH nesses casos está entre 5,5 e 6,0 não abaixa o suficiente a ponto de 8ma os protozoários. O animal rumina menos devido a proporção de carboidratos que é maior que a de fibras, tendo menos saliva pra tamponar o pH, digere rápido e rumina pouco, fezes moles com um pouco de grãos de milho, acaba passando alimento não digerido pro abomaso que junto com as bactérias, fermentam e geram gases. 
Nesses casos os animais têm uma alta incidência de laminite e doenças do abomaso.
Com a grande quantidade de ácidos graxos, há o aumento de propionato e butirato, que juntos causam a queratinização da papila e irritação na papila ruminal, gerando o hiperdesenvolvimento e diminuindo a absorção no rúmen, assim animais que comem esse tipo de alimento desenvolvem esses sintomas. 
A papila pode ainda ser traumatizada, e as bactérias por essa porta de entrada ganham a circulação e chegam ao fígado, gerando abcessos hepáticos. Menor a conversão dos AGV’s e menor a produção leiteira. 
Tentar manter o pH o mais constante possível, alcalinizante na dieta.
Indigestão simples
Acontece em monte de lugar.
Se o animal come muito carboidrato e um pouquinho de capim, um dia a picadeira quebrou e aí o capim começou a passar maior. Ou então acabou o capim e passou a dar silagem, feno etc. Uma mudança na dieta brusca pode tanto acelerar a digestão como diminuir, depende da composição estrutural e tamanho dos alimentos.
Então o metabolismo vai alterar de acordo com o alimento .

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