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ABOLIÇÃO, REPUBLICANISMO E CRISE NO FINAL DO IMPÉRIO.
Introdução
Nesta aula, abordaremos as grandes mudanças ocorridas na mentalidade e na estrutura social brasileira, com a crise imperial e a propagação do ideário de liberdade defendido pelos iluministas europeus.
Período regencial
O turbulento período regencial teve, como uma de suas principais características, a disputa de grupos políticos pelo poder e a eclosão de diversas revoltas (Nem todas as revoltas regenciais foram de cunho popular e movimentos como a Revolução Farroupilha - talvez uma dos mais famosos conflitos - envolveu, sobretudo, as elites agrárias, formadas por estancieiros já que o Rio Grande do Sul, diferente das demais províncias brasileiras tinha como base econômica o charque, voltada para o mercado interno e não para a agro exportação, como era prática na época.) em todo o país. 
A solução política para restituir a harmonia interna e consolidar a unidade territorial foi o golpe da maioridade (Elevou o imperador o legítimo herdeiro do trono, Dom Pedro II, que ainda era um adolescente.).
A unidade nacional e a manutenção do Brasil como um império centralizado eram questões importantes, pois esta união territorial já havia fracassado nos demais territórios da América espanhola. 
 Embora houvesse um projeto de união das ex-colônias, defendido por Simon Bolivar, os interesses conflitantes entre as elites regionais impediu que esta união acontecesse. 
Os Estados Unidos, entretanto, haviam conseguido manter sua unidade, mas a um grande custo, pois nem mesmo o federalismo, ao pé da letra aplicado por este país, impediu a eclosão da Guerra de Secessão.
As revoltas regenciais evidenciam não só a fragilidade do sistema político, mas a diversidade de interesses internos e os graves problemas para a manutenção da unidade e da construção de um Estado nacional, iniciados com a independência, em 1822. (Aline Pinto Pereira ressalta:“O processo de construção da unidade territorial e da formação do Estado no Brasil tem que ser visto como fruto de um longo consolidar de interesses e projetos em disputa, o que nos leva a concordar com Ilmar R. de Mattos, quando afirmou a impossibilidade de se conceber a consolidação do Estado brasileiro antes da década de 1840.”Fonte: PEREIRA, Aline Pinto. O Arquivo Nacional e a História Luso-brasileira.) 
Entretanto, o restabelecimento da ordem não foi imediato. O jovem Pedro II não podia governar sozinho e teve que recorrer a políticos experientes e que haviam feito parte das regências. Dois partidos se destacam na disputa pelo poder, o liberal e o conservador que se revezariam na administração imperial durante todo o Segundo Reinado.
Na prática, havia muito pouca diferença entre os dois partidos formados, sobretudo pelas elites intelectuais e econômicas brasileiras, o que se traduziu na célebre afirmação de Oliveira Vianna: "Nada mais conservador que um liberal no poder. Nada mais liberal que um conservador na oposição".
O poder moderador(Instituído na constituição de 1824 e objeto da discórdia política.) que concedia ao imperador plenos poderes, não desapareceu no Segundo Reinado, mas foi, pouco a pouco, perdendo seu caráter centralizador com as reformas liberais feitas nas mais diversas esferas administrativas, como nos códigos criminais e na organização do poder público. 
O modelo político adotado foi a Monarquia Constitucional (Em um sistema monárquico parlamentar, o poder real é limitado, mas o do primeiro ministro também é. Embora seja eleito, o primeiro ministro pode ser deposto pelo parlamento se as circunstâncias assim o exigirem. Ou seja, o legislativo possui, de fato, controle sobre o executivo.), da qual a Inglaterra era a mais destacada representante. Mas o nosso modelo era bastante diferente daquele praticado pelos britânicos.
No caso brasileiro, como havia o poder moderador, os ministros, no lugar de se reportarem ao poder legislativo, estavam submetidos diretamente ao imperador, o que de fato, os concedia plena liberdade de ação já que podiam ignorar as demandas do parlamento. 
Por isso, este modelo brasileiro ficou conhecido como parlamentarismo às avessas.
O que é uma casa de câmara?
O centro das decisões políticas era a Casa da Câmara. Entre os períodos colonial e imperial, as cidades mais antigas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, possuem, no seu centro urbano, as casas de câmara, que concentravam as mais diversas funções políticas e administrativas, como as Câmaras Municipais, Câmaras de Vereadores e os tribunais de justiça.
A partir da independência, a função administrativa destas casas foi diminuída, pois o poder municipal tendia a serem cada vez mais restritas e diversas funções passavam, progressivamente, a cargo do Estado. 
As construções que sobreviveram até hoje são uma parte importante de nosso passado político e arquitetônico e são bens tombados como é o caso das casas de Câmara e Cadeia de Santos, São Paulo. 
Câmara e Cadeia de Santos - fazem parte do tombamento a praça fronteira e o arvoredo ao redor.
No Rio de Janeiro, a casa de câmara e cadeia foi demolida no século XX e deu lugar ao Palácio Tiradentes. (Recebeu este nome devido ao fato do inconfidente ter ficado preso na época em que naquele lugar ainda era a cadeia pública.)
Este palácio, também um monumento tombado, já abrigou a Câmara dos Deputados e hoje é sede da Assembleia Legislativa. 
O mesmo se passou na cidade próxima, de Niterói, onde a casa de Câmara original foi demolida e em seu lugar foi construído um novo prédio para abrigar a Câmara dos Vereadores da cidade. 
A política do início do Segundo Reinado e suas medidas centralizadoras acaba por denotar um viés antiliberal, em um momento em que o liberalismo se afirma, mundialmente, como uma tendência política mais próxima ao progresso e ao desenvolvimento, à medida que limita o alcance do estado e valoriza o individualismo. 
 Em São Paulo e Minas Gerais eclodem movimentos contra esse estado antiliberal que, a exemplo do que acontecera na regência, são reprimidos com violência pelo Estado imperial.
A Revolução Praieira  
O Nordeste seguia sendo um foco de contestação e reinvindicação de participação política. Em 1848, quando a Europa passava pelo movimento da Primavera dos Povos, tem lugar, em Pernambuco, a Revolução Praieira. 
 A economia açucareira havia alçado a província de Pernambuco ao posto de uma das mais prósperas regiões do Nordeste brasileiro. Essa prosperidade fazia com que a elite pernambucana tivesse influência na corte imperial. Mas, se a província havia sido bem sucedida durante os anos dourados do açúcar, as diferenças sociais eram profundas.
Os conflitos da Revolução Praieira se espalharam pelas ruas de Recife.
Grande parte das terras pertencia a uma única família e a existência de uma camada de homens livres que não tinham acesso à propriedade, devido a esta concentração fundiária, provocava grande descontentamento.  A camada média dependia dos interesses da elite latifundiária, que consistia em poucas famílias dos chamados “homens bons” e dos portugueses que, mesmo após a independência, ainda dominavam o comércio.  
 Em 1848, eclode a Praieira, influenciada pelos ideais liberais que dominavam a Europa. A revolução, que durou dois anos, acabou sendo derrotada, sobretudo, por falta de recursos. 
 Em 1852, os revoltosos foram anistiados e teve fim o ciclo de revoltas iniciado com a independência.
A economia 
Do ponto de vista econômico, o Brasil manteve a conhecida economia de plantation, estrutura que havia sido montada desde o período colonial, baseada no latifúndio, monocultor, agro exportador e escravocrata.
A manutenção deste regime manteve a economia brasileira sob a dependência do mercado externo já que não havia uma produção em escala nacional que fosse capaz de suprir o mercado interno.
Vários produtos, de uso corrente, como tecidos, tinham que ser importados, pois as poucas manufaturas que existiam não davam conta deste mercado.
A partir da década de 1940 vãosendo instituídas, pouco a pouco, medidas que têm como objetivo o protecionismo mercantil, a exemplo da tarifa Alves Branco.
As medidas foram insuficientes para romper com séculos de uma estrutura dependente, que caracterizaria a economia brasileira mesmo depois da proclamação da República.
O grande parceiro econômico do Brasil
 O principal parceiro econômico do Brasil era a Inglaterra, que exportava diversos produtos manufaturados, já que havia feito a Revolução Industrial 100 anos antes - durante o século XVIII - e, portanto, tinha grande interesse em estabelecer relações econômicas com os mais diversos países, tendo o Brasil como parceiro privilegiado. 
A pressão inglesa se fez sentir não somente no tocante às relações econômicas, mas também na postura relativa à escravidão, instituição que condenava abertamente. 
A Revolução Industrial vivida pelos britânicos, no século XVIII, consolidou o modelo de trabalho assalariado. Além de movimentar a economia, o trabalhador formava um contingente de consumidores, o que dinamizava o mercado interno e fortalecia o sistema capitalista. A escravidão no século XIX era uma instituição estranha à Europa, que já havia substituído há muito o trabalho servil, característico da Idade Média, pelo trabalho assalariado. 
Desde o início do século XIX, a Inglaterra pressionava para que o tráfico negreiro fosse extinto, a primeira das medidas necessárias ao fim da escravidão. O Estado brasileiro concordava, pois não desejava um atrito diplomático com seu melhor aliado, mas na prática fazia vista grossa aos traficantes. 
Leis sobre o tráfico foram promulgadas, mas o não cumprimento criou a expressão “lei para inglês ver”. Mas, em meados do século XIX, as pressões inglesas se tornam insustentáveis, já que a Inglaterra se propõe a fiscalizar o litoral brasileiro e apreender os navios negreiros, fazendo valer a lei de extinção do tráfico, conhecida como lei Eusébio de Queirós e promulgada em 1850. 
Esta foi a primeira das leis abolicionistas, sendo estabelecida no início dos anos áureos do Segundo Reinado, cujo apogeu pode ser apontado entre 1850 e 1870. A economia cafeeira se desenvolvia e em breve o café se afirmaria como pilar econômico do Império. 
D. Pedro II
O imperador era um homem instruído, fã das inovações e das tecnologias. Durante seu governo, viajou por inúmeros países, e boa parte do acervo do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista( ONDE VIVIA A FAMÍLIA REAL) é oriundo de suas viagens, como a imensa coleção de objetos egípcios.
Sua enorme apreciação por inventos o levou a frequentar as diversas feiras, como a que acorreu em 1877, nos Estados Unidos, em comemoração aos 100 anos da independência daquele país. 
Nessa feira, foi apresentada uma novidade, o telefone (O inventor, Alexander Graham Bell, tentava patentear sua invenção e a feira serviria para testá-la e demonstrar sua utilidade.Graham Bell solicitou a ajuda de Dom Pedro II para testar o seu invento. Após ouvir a voz de Graham Bell pelo aparelho, o imperador exclamou, perplexo “Meus Deus, isso fala!”.) e Dom Pedro II acabou entrando para a história como a primeira pessoa a utilizar o aparelho.
Dom Pedro II reinou com relativa estabilidade, o que proporcionou o primeiro surto industrial brasileiro, a chamada Era Mauá.
Entretanto, a agricultura ainda era a atividade econômica mais importante no Brasil e a industrialização acabou acontecendo a reboque das necessidades(O desenho da malha ferroviária brasileira demonstra que o objetivo inicial era reduzir o custo e o tempo de transporte entre as fazendas de café e os portos que escoavam esta mercadoria para o exterior.) do setor agrícola.
Esta industrialização tardia não foi uma exclusividade do Brasil, mas de toda a América Latina já que estas economias, devido à estrutura legada pelo período colonial, permaneceriam dependentes do mercado externo.
A questão Christie
A posição da Inglaterra com relação ao Brasil e as constantes interferências inglesas na política nacional colocavam em xeque a soberania do país e do imperador. 
Em 1861, tem início a questão Christie, um incidente diplomático que abalou as relações Brasil/Inglaterra.
Do ponto de vista político, a questão Christie é o momento em que o imperador afirma de fato seu poder e assegura a soberania nacional, pois rompe politicamente não só com um dos mais poderosos países do mundo de então, mas com seu principal parceiro econômico.
A questão Christie
Em 1861, uma embarcação inglesa, carregada de produtos, naufragou no litoral do Rio Grande do Sul. Após o naufrágio, o navio teve sua carga saqueada, mas a despeito dos esforços investigativos da Coroa, os culpados nunca foram identificados. 
O ocorrido chamou a atenção do representante do governo britânico no Brasil, William Christie, que reivindicou o pagamento de uma indenização do governo brasileiro pela carga roubada e exigiu a presença de um oficial inglês no processo investigativo. 
Como representante da Coroa Britânica, Christie foi um diplomata pouco hábil, e evidenciou o caráter pouco respeitoso com relação à autonomia e à administração brasileira. 
No ano seguinte ao naufrágio, três marinheiros ingleses foram presos no Rio de Janeiro, acusados de desordem. Christie interferiu nas prisões, obrigando a soltura dos desordeiros e exigindo desculpas públicas ao que considerava uma ofensa à Marinha britânica. 
A chamada questão Christie foi ganhando vulto, a ponto de necessitar do intermédio do rei belga Leopoldo I. O Brasil concordou em pagar a indenização pedida pelos ingleses, mas exigia da Coroa desculpas formais por ter inferido diretamente em assuntos de Estado que não lhe diziam respeito. 
A Inglaterra negou o pedido e como resposta, Dom Pedro II rompeu relações diplomáticas, que somente seriam retomadas em 1865. 
A Guerra do Paraguai
Pouco antes da retomada das relações Brasil/Inglaterra, em 1864, ocorre outro importante evento, a eclosão da Guerra do Paraguai, que envolveria a chamada Tríplice Aliança( BRASIL, ARGENTINA E URUGUAI), contra o Paraguai.
A região do rio da Prata(Sua importância estratégica e o domínio dos rios em uma economia em que o comércio se dava pela via marítima tornou esta uma área de disputa.) sempre foi conflituosa, palco das chamadas questões platinas. Quando ainda era uma colônia espanhola, no início do século XIX, estes países faziam parte do chamado Vice-Reino do Prata. Em 1827, o Uruguai, último dos países platinos a se independer, proclama sua autonomia, configurando a região como vários países independentes.
PARAGUAI- Das ex-colônias platinas, o Paraguai era a que possuía a maior fragilidade geográfica (Um bloqueio naval das saídas fluviais isolaria o Paraguai, já que não possuía uma saída para o mar.). Sendo assim, o Paraguai(Na época do conflito, o Paraguai era governado por Solano Lopez, que desejava expandir o território paraguaio. A única solução possível, segundo este governante, era a invasão e o domínio do Mato Grosso, no território brasileiro.) buscou a autossuficiência e a diminuição da dependência externa, a fim de minimizar sua fragilidade econômica, herdada do período colonial. O exército paraguaio não teve grande dificuldade em conquistar parte do território do Brasil cujas fronteiras estavam claramente desprotegidas. O próximo alvo foi a província de Corrientes, pertencente à Argentina, como parte do plano de expansão de Lopez.
ARGENTINA- Em maio de 1865, Argentina, Brasil e Uruguai se uniram na Tríplice Aliança contra o inimigo comum, o Paraguai de Solano Lopez.  A vitória da Tríplice Aliança na Guerra do Paraguai fortaleceu os militares que por sua vez, exigiriam uma participação política maior, além do reconhecimento do império. A insatisfação dos militares seria um dos fatores responsáveis pelo desgaste do império.  De fato, em 1870, marca o início da derrocada do regime imperial, que foi fruto da soma de fatores, dos quais podemos destacar as questões militar, religiosa e escravista.
A questão religiosa
A questão militar,que podemos definir como a insatisfação dos militares com o governo imperial após a Guerra do Paraguai, somou-se a chamada questão Religiosa.
No Brasil Imperial, vigorava o regime do padroado, que submetia a Igreja ao Estado. O imperador tinha várias atribuições que caberiam, por principio, a Igreja, como o poder de fazer nomeações para cargos eclesiásticos, por exemplo.
Em finais do século XIX, o Vaticano preocupava-se com a expansão da maçonaria, e decretara que os padres, ao redor do mundo, proibissem que os maçons tomassem parte nos cultos católicos. 
Dom Pedro II tinha claras simpatias pela maçonaria e puniu com a prisão dois dos bispos que seguiram as ordens de Roma: o bispo de Olinda, Frei Vital Maria; e o de Belém, Dom Antônio de Macedo Costa.
A prisão dos religiosos provocou um grande impacto negativo, na imagem do imperador, afinal, a maior parte da população brasileira era católica.
A repercussão interna e externa foi imensa e o imperador teve que retroceder como demonstra a charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875.
A charge trazia como legenda “Afinal... deu a mão à palmatória!”, em referência à anistia concedida pelo imperador aos bispos. Mas o estrago já estava feito e Dom Pedro II jamais conseguiu recuperar os danos provocados a sua imagem.
Escravidão
A escravidão (Conforme se desenvolvia a lavoura cafeeira, mais braços esta cultura demandava. Em contrapartida, houve a abolição do tráfico, criando uma situação aparentemente insustentável: eram necessários mais trabalhadores, mas não poderiam ser comprados mais escravos.) também se colocava cada vez mais como um problema. 
Buscando suprir as necessidades de mão de obra, o Governo imperial passa a estimular as políticas de imigração(Permitiria a entrada de milhares de imigrantes europeus, cuja influência cultural seria fundamental para a diversidade da cultura brasileira.)
Mas a escravidão se mantinha e se tornava cada vez mais incômoda. Os Estados Unidos haviam abolido a escravidão após a Guerra de Secessão e o Brasil, junto com Cuba, era um dos poucos países que insistia na manutenção do sistema escravista.
Leis abolicionistas
Para minimizar o impacto da abolição, foram promulgadas as chamadas leis abolicionistas, que tinham como objetivo a abolição progressiva.
A Lei do Ventre Livre, de 1871, libertava os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data. Sobre ela, comenta a educadora alemã Ina von Binzer que então vivia no Brasil: “Na nossa Europa, muito pouco se sabe da lei referente a esse assunto, e imaginávamos que a escravidão fora abolida. Mas não é assim. Foi determinado apenas que do dia de sua promulgação em diante, 28 de setembro de 1871, ninguém mais nasceria escravo no Brasil. Quem já vivia como cativo nessa época assim permanecerá até a morte, até o resgate ou até a libertação. Os pretinhos nascidos agora não têm nenhum valor para seus donos, senão o de comilões inúteis. Por isso não se faz nada por eles, nem lhes ensinam, como antigamente, qualquer habilidade manual, porque, mais tarde, nada renderão”.
Em 1885, outra lei semelhante foi promulgada, a Lei Saraiva-Cotegipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, que libertava todo escravo maior de 60 anos.
Cabe lembrar que desde 1870, o movimento republicano se fortalecia. Em 3 de dezembro de 1870, foi publicado o Manifesto Republicano e logo diversos clubes republicanos se espalharam por todo o país. Os republicanos reivindicavam maior participação política e valorizavam os princípios de liberdade e cidadania, incompatíveis com o regime escravista. Em 1888, o regime escravista tornou-se insustentável e a abolição é assinada pela regente, Princesa Isabel.
Os latifundiários que ainda eram partidários do império aderiram ao movimento republicano, pois a abolição dificultou a manutenção das lavouras e provocou um enorme problema de mão de obra. Com o apoio dos militares, a república é proclamada em 15 de novembro de 1889, encerrando um período de seis décadas de império.
Legenda: El-Rei, nosso Senhor, e amo, dorme o sono da indiferença. Os jornais que diariamente trazem os desmandos desta situação parecem produzir em Sua Majestade um efeito de um narcótico. “D. Pedro ‘lê e analisa’ as grandes notícias.” (In: Revista Ilustrada, 1887).
Legenda: nesta charge, vemos a monarquia depondo a Coroa aos pés da República, marcando o fim do regime imperial.

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