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Breve resumo de Direito Constitucional

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Constituição Federal 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL é considerada a lei fundamental de uma Nação, seria, 
então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, 
escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo 
de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua 
ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em síntese, É O 
CONJUNTO DE NORMAS QUE ORGANIZA OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
DO ESTADO. 
Forma: um complexo de normas 
Conteúdo: a conduta humana motivada das relações sociais 
Finalidade: a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade 
Causa Criadora: o poder que emana do povo 
 
CONJUNTO DE VALORES: A Constituição não pode ser compreendida e 
interpretada, se não tivermos em mente essa estrutura, considerada como conexão de 
sentido, como é tudo aquilo que a integra. 
Origens: O Brasil já teve 7 constituições, incluindo a atual de 1988. 
 
CF 1824 - Autocrática: Liberal – Governo Monárquico: vitalício e hereditário Estado 
Unitário: províncias sem autonomia; 4 poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e 
Moderador (Soberano); O controle de constitucionalidade era feito pelo próprio 
Legislativo; União da Igreja com o Estado, sob o catolicismo. “a Constituição da 
Mandioca”. 
 
CF 1891 - Democrática: Liberal - Governo Republicano - Presidencialista Federalista: 
autonomia de Estados e Municípios. Introduziu o controle de constitucionalidade pela 
via difusa, inspirado no sistema jurisprudencial americano. Separou o Estado da Igreja. 
 
CF 1934 - Democrática: Liberal-Social - Governo Republicano – Presidencialista 
Federalista: autonomia moderada. Manteve o controle de constitucionalidade difuso e 
introduziu a representação interventiva. 
CF 1937 - Ditatorial: Liberal-Social - Governo Republicano – Presidencialista (Ditador) 
Federalista: autonomia restrita. Legislação trabalhista. Constituição semântica, de 
fachada. Também conhecida como “a Polaca” 
 
CF 1946 - Democrática: Social-Liberal - Governo Republicano – Presidencialista 
Federalista: ampla autonomia - Estado Intervencionista (Emenda Parlamentarista/1961; 
Plebiscito/1963 - Presidencialismo; Golpe Militar/1964 – Início da Ditadura. Controle 
de constitucionalidade difuso e concentrado, este introduzido pela EC nº 16/65 
 
CF 1967 - Ditatorial: Social-Liberal - Governo Republicano – Presidencialista (Ditador) 
Federalista: autonomia restrita - Ato Institucional nº 5 / 1969 – uma verdadeira carta 
constitucional: 217 artigos aprofundando a Ditadura: autorizou o banimento; prisão 
perpétua e pena de morte; supressão do mandado de segurança e do hábeas corpus; 
suspensão da vitaliciedade e inamovibilidade dos magistrados; cassação nos 3 poderes. 
Manteve o controle de constitucionalidade pela via difusa e concentrada. 
 
CF 1988 - Democrática: Social-Liberal-Social - Governo Republicano – 
Presidencialista Federalista: ampla autonomia - Direitos e garantias individuais: 
mandado de segurança coletivo, mandado de injunção, hábeas data, proteção dos 
direitos difusos e coletivos; Aprovada com 315 artigos, 946 incisos, dependendo ainda 
de 200 leis integradoras. Fase atual: Neoliberalismo e desconstitucionalização dos 
direitos sociais. Considerada “Constituição Cidadã” 
Resumo de Direito Constitucional 
 
CONCEITO: É um ramo do Direito Público que regula a Lei de Organização Geral do 
Estado, com o fim de resguardar a soberania social e econômica dos órgãos e das 
pessoas que constituem um Estado Organizado. O Direito Constitucional possui normas 
de hierarquia superior frente a outras normatizações existentes no Estado. 
 
Constituição – Lei estrutural e fundamental de um Estado, que visa à organização de 
seus poderes políticos, suas formas de manifestação e governo. 
 
Classificação – As constituições podem ser classificadas quanto ao conteúdo, à forma, 
ao modo de elaboração, à origem, à estabilidade, à extensão e à finalidade. 
 
Quanto ao Conteúdo – As constituições podem ser materiais – não possuem 
codificação em texto único, mas existem como normas materiais, mesmo que isoladas; 
ou formais – normas que se expressam de forma escrita e inseridas em texto 
constitucional. 
 
Quanto a Forma – Há a constituição escrita – O texto constitucional vem grafado em 
documento único; e a não-escrita – suas regras são esparsas e se encontram em diversos 
textos, costumes, doutrinas e jurisprudências (que são os julgamentos reiterados sobre 
determinado assunto). 
 
Quanto ao Modo de Elaboração – Podem ser dogmáticas – um produto escrito e 
sistematizado por um órgão constituinte; ou históricas – baseadas em costumes, 
convenções, jurisprudências e outros textos. 
 
Quanto à Origem – São promulgadas – também denominadas democráticas ou 
populares, as quais derivam de representantes diretos do povo; ou outorgadas – podem 
ser impostas diretamente ao povo, com ou sem sua ratificação. 
 
Quanto à Estabilidade – Podem ser: imutáveis – é vedada qualquer alteração em seu 
texto; rígidas – sua alteração só ocorre através de um processo legislativo mais 
solene; flexíveis – não exigem procedimento mais solene para sua modificação; e 
ainda semiflexíveis ou semi-rígidas – Para alguns assuntos contêm limitações flexíveis 
e para outros, limitações mais rígidas. 
 
Quanto à Extensão e à Finalidade – Podem ser: sintéticas – possuem apenas normas e 
princípios sintéticos de ordenamento do Estado; ou analíticas – mais abrangentes, 
abordam todos os assuntos relevantes à formação e ao funcionamento do Estado. 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL DE 1988 – É formal, escrita, 
dogmática, promulgada, rígida e analítica. 
 
Poder Constituinte – É a manifestação da soberania, da vontade política e social de um 
povo organizado, a qual se expressa por meio de sua lei máxima, a constituição. 
 
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE 
Poder Constituinte Originário – É o poder de se criar uma constituição, continuando 
sua originaridade mesmo que venham sendo criadas novas constituições. 
 
Poder Constituinte Derivado – É poder que vem inserido na própria constituição, que 
tem limitações e é passível de controle de constitucionalidade. 
 
Poder Constituinte Derivado Reformador – Exercido por órgãos representativos, é o 
poder de se alterar a constituição respeitando a regulamentação contida no próprio texto 
constitucional. 
 
Poder Constituinte Derivado Decorrente – É o poder que os Estado membros têm de 
criar suas próprias constituições, respeitando as normas contidas na Constituição 
Federal. 
 
Organização do Estado Brasileiro (art. 1º) - A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: - a soberania; 
- a cidadania; - a dignidade da pessoa humana; - os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; - e o pluralismo político. 
República – Forma de governo que se caracteriza pela eleição periódica do Chefe de 
Estado. 
 
Federação – É a existência de vários Estados que, uma vez unidos, formam uma 
soberania por meio do Estado Federal que os representa. 
 
Soberania – Supremacia do Estado brasileiro na ordem de política externa e interna. 
 
Cidadania – É a titularidade dos direitos políticos e civis de cada cidadão, os quais 
devem ser garantidos e preservados. 
 
União – Exerce as atribuições da soberania sem ser um estado membro, agindo em 
nome de toda a Federação, interna e externamente. 
 
Estados Membros – Têm independência relativa, pois existem de forma não-
dependenteno que se refere à certa autonomia administrativa e financeira, mas estão 
ligados diretamente à Federação. 
 
Municípios – Células de composição dos estados membros, as quais existem de forma 
independente no que se refere a certa autonomia administrativa e financeira, estando 
ligados diretamente aos estados que compõem. 
 
Poderes (art. 2º) - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Legislativo – Sua função básica é a elaboração de leis. Na esfera federal é exercido pelo 
Congresso Federal e é bicameral - composto da Câmara dos Deputados e do Senado. 
Nos estados e municípios, é unicameral. 
 
Executivo – Sua função básica é a administração do Estado em conformidade com a 
legislação específica. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República. Sua 
função atípica é legislar e julgar em temas ligados a sua esfera de atuação. 
 
Judiciário – Tem como função basilar a pacificação de litígios por meio da jurisdição, 
ou seja, cabe ao Judiciário a distribuição da justiça pela aplicação das normas 
preexistentes e elaboradas pelo poder legislativo. 
 
Processo Legislativo – Conjunto coordenado de disposições que disciplinam a 
elaboração de leis, em conformidade com a Constituição. Seqüência de atos a serem 
praticados pelos órgãos do Legislativo, no que se refere à elaboração normativa. 
 
 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 
Fase introdutória – é a fase de iniciativa de lei, que pode ser provocada por alguém ou 
algum órgão que apresenta o necessário projeto de lei. Essa iniciativa pode ser efetivada 
pelos membros do Congresso (parlamentar), ou pelo Presidente (extra-parlamentar). 
 
Fase Constitutiva – depois da devida apresentação ao Congresso Nacional, haverá 
deliberação, por meio de discussões e debates, sobre o projeto nas duas casas. O projeto 
pode ser aprovado ou rejeitado. Caso seja aprovado, ainda será apreciado pelo Chefe do 
Executivo, o qual poderá vetar ou sancionar a lei apresentada. 
 
Fase Complementar – é a fase de promulgação da lei, a qual garante sua eficácia e 
notoriedade: promulgação (certeza), e publicação (autenticidade). 
 
 
Princípios Constitucionais 
 
Soberania do texto constitucional – A constituição tem hierarquia superior, sendo 
protegida de ferimentos provocados por normas de caráter inferior. 
 
Princípio da Legalidade - Toda atividade pública tem como base a lei, para sua efetiva 
aplicabilidade. Atos administrativos ilegais são passíveis de nulidade e 
responsabilização. 
 
Princípio da Impessoalidade – Tem as mesmas características da isonomia, segundo a 
qual os administrados devem ser tratados de forma igual frente ao interesse público. 
 
Princípio da Moralidade – A conduta do administrador público deve estar pautada na 
moral e na ética, para que os administrados e administradores não sejam vítimas de atos 
desonestos e antijurídicos. 
 
Princípio da Publicidade – Os atos administrativos devem ser amplamente divulgados, 
para que os administrados possam, de forma direta, controlar a efetividade das condutas 
dos órgãos e dos agentes públicos. 
 
Princípio da Supremacia do Interesse Público – Os interesses coletivos têm 
supremacia sobre os interesses individuais, devendo o Estado preservar, por meio de 
seus atos, o bem-estar de toda a sociedade. 
 
Princípio da Autotutela – A Administração Pública, de ofício ou mediante provocação 
direta, pode rever seus atos que, inoportunamente, se encontrem em vício de formação 
ou aplicação. 
 
Princípio da Indisponibilidade – Os bens públicos são indisponíveis, devendo ser 
preservados em favor da coletividade, evitando-se seu perecimento e perda por mau uso. 
 
Classificação das Normas Constitucionais 
 
Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia; 
Aplicabilidade: é a qualidade daquilo que é aplicável 
Logo, todas as normas constitucionais são aplicáveis, pois todas são dotadas de eficácia 
jurídica. Porém, esta capacidade de incidir imediatamente sobre os fatos regulados não é 
uma característica de todas as normas constitucionais. 
 
As normas constitucionais são classificadas quanto à sua eficácia em: 
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Plena: 
- são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, independentemente de 
legislação posterior para sua inteira operatividade; 
- produzem ou têm possibilidades de produzir todos os efeitos que o constituinte quis 
regular; 
- tem autonomia operativa e idoneidade suficiente para deflagrar todos os efeitos a que 
se preordena; 
- conformam de modo suficiente a matéria de que tratam, ou seja, seu enunciado 
prescrito é completo e não necessita, para atuar concretamente, da interposição de 
comandos complementares. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida: 
- são aquelas que têm aplicabilidade imediata, integral, direta, mas que podem ter o seu 
alcance reduzido pela atividade do legislador infraconstitucional. 
- São também chamadas de normas de eficácia redutível ou restringível. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada: 
- são aquelas que dependem da emissão de uma normatividade futura; 
- apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois somente incidem 
totalmente após normatividade ulterior que lhes dê aplicabilidade 
- o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei ordinária, dá-lhes a 
capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados pelo 
constituinte; 
- a utilização de certas expressões como “a lei regulará”, ou “a lei disporá”, ou ainda “na 
forma da lei”, deixa claro que a vontade constitucional não está integralmente composta. 
Subdividem-se em: 
 
Normas de Princípio Institutivo: são aquelas que dependem de lei para dar corpo às 
instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. 
 
Normas de Princípio Programático: são as que estabelecem programas a serem 
desenvolvidos mediante legislação integrativa da vontade constituinte. 
 
Classificação da consituição 
 
Quanto ao conteúdo 
Formal: regras formalmente constitucionais, é o texto votado pela Assembléia 
Constituinte, estão inseridas no texto constitucional. 
Material: regras materialmente constitucionais, é o conjunto de regras de matéria de 
natureza constitucional, isto é, as relacionadas ao poder, quer esteja no texto 
constitucional ou fora dele. 
 
Quanto à forma 
Escrita: pode ser: sintética (como a Constituição dos Estados Unidos) e analítica 
(expansiva, como a Constituição do Brasil). A ciência política recomenda que as 
constituições sejam sintéticas e não expansivas como é a brasileira. 
Não escrita: é a constituição cuja normas não constam de um documento único e 
solene, mas se baseie principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções 
e em textos constitucionais esparsos. 
 
Quanto ao modo de elaboração 
Dogmática: é Constituição sistematizada em um texto único, elaborado 
reflexivamente por um órgão constituinte; é escrita. É a que consagra certos dogmas 
da ciência política e do Direito dominantes no momento. 
Histórica: é sempre não escrita e resultante de lenta formação histórica, do lento 
evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas 
fundamentais da organização de determinado Estado. Como exemplo de Constituição 
não escrita e histórica temos a Constituição do Reino Unido da Grã Bretanha e da 
Irlanda do Norte. (ex. Magna Carta - datada de 1215) 
• A escrita é sempre dogmática; A não escrita é sempre histórica. 
 
Quanto a sua origem ou processo de positivação:Promulgada: aquela em que o processo de positivação decorre de convenção, são 
votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos 
para o fim de as elaborar. Ex.: Constituição de 1891, 1934, 1946, 1988. 
Outorgada: aquela em que o processo de positivação decorre de ato de força, são 
impostas, decorrem do sistema autoritário. São as elaboradas sem a participação do 
povo. Ex.: Constituição de 1824, 1937, 1967, 1969. 
 
Pactuadas: são aquelas em que os poderosos pactuavam um texto constitucional, o 
que aconteceu com a Magna Carta de 1215. 
 
OBS: A expressão Carta Constitucional é usada hoje pelo STF para caracterizar as 
constituições outorgadas. Portanto, não é mais sinônimo de constituição. 
 
Quanto à estabilidade ou mutabilidade: 
Imutável: constituições onde se veda qualquer alteração, constituindo-se relíquias 
históricas – imutabilidade absoluta. 
Rígida: permite que a constituição seja mudada mas, depende de um procedimento 
solene que é o de Emenda Constitucional que exige 3/5 dos membros do Congresso 
Nacional para que seja aprovada. . 
Flexível: o procedimento de modificação não tem qualquer diferença do 
procedimento comum de lei ordinária . Ex.: as constituições não escritas, na sua parte 
escrita elas são flexíveis 
Semi-rígida: aquela em que o processo de modificação só é rígido na parte 
materialmente constitucional e flexível na parte formalmente constitucional. 
• a CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA é: escrita, analítica, dogmática, 
eclética, promulgada e rígida 
 
Elementos da constituição 
 
Elementos orgânicos ou organizacionais: organizam o estado e os poderes 
constituídos. 
 
Elementos limitativos: limitam o poder – direitos e garantias fundamentais. 
 
Elementos sócio-ideológicos: princípios da ordem econômica e social 
 
Elementos de estabilização constitucional: supremacia da CF (controle de 
constitucionalidade) e solução de conflitos constitucionais 
 
Elementos formais de aplicabilidade: são regras que dizem respeito a aplicabilidade 
de outras regras (ex. preâmbulo, disposições transitórias) 
 
Teoria das Maiorias - As maiorias podem ser: 
Simples ou Relativa: o referencial numérico para o cálculo é o número de membros 
presentes, desde que haja quorum (que é o de maioria absoluta). É exigida para as leis 
ordinárias. 
Qualificada: o referencial numérico para o cálculo é o número de membros da casa, 
estando ou não presentes desde que haja quorum para ser instalada. Pode ser: 
 
Maioria Absoluta: é a unidade ou o número inteiro imediatamente superior à 
metade. Exigida para as leis complementares. 
Maioria de 3/5: exigida para as emendas constitucionais. 
Câmara dos Deputados = 513 membros (MA = 257 e 3/5 = 308) 
Senado Federal = 81 membros (MA = 41 e 3/5 = 49) 
 
• Quando a constituição diz maioria sem adjetivar está se referindo à maioria simples. 
Portanto, quando a constituição não estabelecer exceção as deliberações de cada Casa 
serão tomadas por maioria simples, desde que o quorum seja de maioria absoluta. 
 
quorum: é o número mínimo de membros que devem estar presentes para que a 
sessão daquele órgão possa ser instalada. A Constituição exige que este número seja de 
maioria absoluta. 
 
Poder constituinte 
É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e 
juridicamente organizado. 
O Poder constituinte é o poder que tudo pode. 
Titularidade do Poder Constituinte: é predominante que a titularidade do poder 
constituinte pertence ao povo. Logo, a vontade constituinte é a vontade do povo 
expressa por meio de seus representantes. 
 
Espécies: 
A - Poder Constituinte Originário - Estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando-se e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma sociedade. 
Não deriva de nenhum outro, não sofre qualquer limite e não se subordina a nenhuma 
condição. 
Ocorre Poder Constituinte no surgimento da 1ª Constituição e também na elaboração de 
qualquer outra que venha depois. 
 
Características: 
Inicial - não se fundamenta em nenhum outro; é a base jurídica de um Estado; 
 
Autônomo / ilimitado - não está limitado pelo direito anterior, não tendo que respeitar 
os limites postos pelo direito positivo anterior; não há nenhum condicionamento 
material; 
 
Incondicionado - não está sujeito a qualquer forma pré-fixada para manifestação de sua 
vontade; não está submisso a nenhum procedimento de ordem formal 
 
B - Poder Constituinte Derivado - também chamado Instituído ou de segundo grau – 
é secundário, pois deriva do poder originário. Encontra-se na própria Constituição, 
encontrando limitações por ela impostas: explícitas e implícitas. 
 
Características: 
Derivado - deriva de outro poder que o instituiu, retirando sua força do poder 
Constituinte originário; 
Subordinado - está subordinado a regras materiais; encontra limitações no texto 
constitucional. Ex. cláusula pétrea 
Condicionado – seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto 
da CF; é condicionado a regras formais do procedimento legislativo. Este poder se 
subdivide em: 
I) poder derivado de revisão ou de reforma: poder de editar emendas à Constituição. O 
exercente deste poder é o Congresso Nacional que, quando vai votar uma emenda ele 
não está no procedimento legislativo, mas no Poder Reformador. 
 
II) poder derivado decorrente: poder dos Estados, unidades da federação, de elaborar 
as suas próprias constituições. O exercente deste poder são as Assembléias 
Legislativas dos Estados. Possibilita que os Estados Membros se auto-organizem. 
 A Constituição de 1988 deu aos Municípios um status diferenciado do que antes era 
previsto, chegando a considerá-los como entes federativos, com a capacidade de auto-
organizar-se através de suas próprias Constituições Municipais que são denominadas 
Leis Orgânicas. 
 
 
Princípios e Garantias Constitucionais 
 
Princípios e garantias individuais e coletivos consagrados no artigo 5º da 
Constituição de 1988: isonomia (isto é, igualdade); legalidade; direito à vida; proibição 
de tortura; liberdade de opinião e de expressão; acesso à informação (jornalística e 
pública); direito de resposta; inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra, da 
imagem, do domicílio e da correspondência; liberdade de exercício profissional, de 
locomoção, de reunião e associação; de propriedade, de petição, de obtenção de 
certidões e outros. 
 
Art. 5º- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei; 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de 
culto e a suas liturgias; 
 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosanas entidades 
civis e militares de internação coletiva; 
 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados 
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses 
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional; 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade 
competente; 
 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em 
julgado; 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade 
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais 
em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades 
desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas; 
 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para 
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos 
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
 
XXX - é garantido o direito de herança; 
 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; 
 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o 
direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada; 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos 
veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal; 
 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais; 
 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei; 
 
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e 
os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) 
privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social 
alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; 
 
XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, inciso XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza 
do delito, a idade e o sexo do apenado; 
 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus 
filhos durante o período de amamentação; 
 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, oude comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei; 
 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada 
no prazo legal; 
 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial; 
 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança; 
 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com 
representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando 
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, 
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro 
civil de nascimento; b) a certidão de óbito; 
 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, 
os atos necessários ao exercício da cidadania. 
 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão. 
 
 
 
Da Defesa do Estado e Das Instituições 
Democráticas 
 
Estado de Defesa (art. 136) - O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar, 
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a 
paz social, ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas 
por calamidades de grandes proporções na natureza. 
 
O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, 
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as 
medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: 
reunião, ainda que exercida no seio das associações; sigilo de correspondência; e sigilo 
de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e 
serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos 
e custos decorrentes. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta 
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que 
justificaram a sua decretação. 
 
Do Estado de Sítio (art. 137) - O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional 
autorização para decretar o estado de sítio nos seguintes casos: - comoção grave de 
repercussão nacional, ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida 
tomada durante o estado de defesa (nesse caso, não poderá ser decretado por mais de 
trinta dias); e na ocorrência de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão 
armada estrangeira (nesse caso, poderá ser decretado por todo o tempo de duração da 
guerra). O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de 
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o 
Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. 
 
Disposições Gerais – A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, 
designará comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a 
execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Cessado o 
estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da 
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Logo que 
cesse o estado de defesa ou o estadode sítio, as medidas aplicadas em sua vigência 
serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, 
com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos 
atingidos e indicação das restrições aplicadas. 
 
 
 
Garantias de Direito Constitucional 
 
“Habeas Corpus” (corpo livre, ou liberdade para o corpo) (art. 5º, inciso 
LXVIII) – Ação que protege o direito de locomoção, sendo utilizado sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Não é possível seu manejo em punições 
disciplinares expedidas por órgãos militares. 
 
“Habeas-data” (liberdade de informações) (art. 5º, inciso LXXII) - Conceder-se-á 
"habeas-data": para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou 
de caráter público; e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
Mandado de Injunção (art. 5º, inciso LXXI) - Conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. É utilizado sempre que houver lacuna na lei ou falta desta. 
 
Ação Popular (art. 5º, inciso LXXIII) - Qualquer cidadão é parte legítima para propor 
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais 
e do ônus da sucumbência (veja-se a Lei 4.717/65). 
 
 
Espécies de Controle de 
Constitucionalidade 
 
Em relação ao momento de realização: há o controle do ato de ingresso no 
ordenamento jurídico (controle preventivo), ou do ato de edição da norma 
inconstitucional (controle repressivo). 
 
Controle Difuso – Capacidade que todo e qualquer juiz ou tribunal tem de fazer a 
análise de compatibilidade de norma existente com os ordenamentos da Constituição 
Federal (é sempre oriundo de um caso concreto). 
 
Controle Concentrado – Independente de um caso concreto, pode-se declarar a 
inconstitucionalidade de uma lei por meio de ações específicas, isto é, ações diretas de 
inconstitucionalidade genéricas, interventivas ou omissivas, além da ação declaratória 
de constitucionalidade (arts. 36, III; 102, I,a; e 103, § 2º). 
 
ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade – (arts. 102 e 103) – Esta ação tem 
como basilar a retirada do ordenamento jurídico de normas e leis incompatíveis com os 
ditames fixados na Constituição Federal. Podem propor a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de Constitucionalidade: - o Presidente da 
República; - a Mesa do Senado Federal; - a Mesa da Câmara dos Deputados; - a Mesa 
de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; - o 
Governador de Estado ou do Distrito Federal; - o Procurador-Geral da República; - o 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; - partido político com 
representação no Congresso Nacional; - confederação sindical ou entidade de classe de 
âmbito nacional. O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas 
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo 
Tribunal Federal. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar 
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das 
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 
trinta dias. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em 
tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, 
que defenderá o ato ou texto impugnado. 
ADEC – Ação Direta de Constitucionalidade - Ao contrário da ação de 
inconstitucionalidade, esta ação visa pacificar, por intermédio do Supremo Tribunal 
Federal, a constitucionalidade de uma norma federal que esteja sendo motivo de ataque 
por decisões de tribunais e juízes inferiores. 
 
Controle de Constitucionalidade no âmbito Estadual - Cabe aos estados, a 
instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos 
estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual (competência esta atribuída 
aos Tribunais de Justiça), vedada a atribuição a um único órgão da legitimação para 
agir. 
 
Resumo de Direito Constitucional - 2ª Parte 
 
Permissões do Processo Legislativo (art. 59) - O processo legislativo compreende a 
elaboração de: emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis 
delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; e resoluções. 
 
Da Emenda à Constituição (art. 60) - A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; do Presidente da República; ou de mais da metade das assembléias 
legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
 
Das Leis (art. 61) - A iniciativa das leis complementares (que disciplinam e 
regulamentam mandamentos constitucionais) e das leis ordinárias (que regulamentam 
outros mandamentos sem previsão de regulamentação no texto constitucional) cabe a 
qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional; ao Presidente da República; ao Supremo Tribunal Federal; aos 
Tribunais Superiores; ao Procurador-Geral da República; e aos cidadãos, na forma e nos 
casos previstos na Constituição. 
 
Medidas Provisórias (art. 62) - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de 
imediato ao Congresso Nacional. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a sua 
edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, uma vez 
por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as 
relações jurídicas delas decorrentes. Se a medida provisória não for apreciada em até 
quarenta e cinco dias, contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, 
subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando 
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da 
Casa em que estiver tramitando. Aprovado o projeto de lei de conversão, alterando o 
texto original da medida provisória, esta se manterá integralmente em vigor até que seja 
sancionada ou vetada. 
Leis Delegadas (art. 68) - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da 
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Não serão objeto de 
delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional; os de competência 
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; a matéria reservada à lei 
complementar; nem a legislação sobre: - organização do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; - nacionalidade, cidadania, 
direitos individuais, políticos e eleitorais; - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias 
e orçamentos. 
 
Decretos Legislativos (art. 59, inciso VI) – São da competência do Congresso 
Nacional, não estando sujeitos a veto ou sanção do Presidente. Têm efeitos externos, 
previstos no artigo 49 (que trata da competência exclusiva do Congresso Nacional). 
 
Resolução (art. 59, inciso VII) – Ato de competência do Congresso,para disciplinar 
questões internas, nos casos previstos nos artigos 51 e 52 da Carta Magna. 
 
Direitos e Garantias Individuais – São os direitos fundamentais e indispensáveis à 
aferição da igualdade entre os cidadãos de um Estado. 
 
Características 
Historicidade: os diretos fundamentais podem ser produtos de uma evolução histórica 
ou humana, surgindo junto com a sociedade para amparar suas necessidades. 
 
Inalienabilidade: são intransferíveis e inegociáveis. Imprescritibilidade: o seu não-uso 
não causa a sua inexigibilidade. 
 
Irrenunciabilidade: não é licito aos cidadãos abrir mão de seus direitos, haja vista a 
impossibilidade do ato. 
 
Universalidade: os direitos fundamentais são dirigidos a todos os cidadãos, sem 
exceção. 
 
Limitabilidade: os direitos fundamentais têm limitação, no caso de choque com outros 
direitos e garantias. 
Controle de Constitucionalidade – Ato de verificação e fiscalização de uma lei ou ato 
normativo em face da Constituição Federal. Dois pressupostos básicos devem ser 
observados quando do controle de constitucionalidade: os requisitos de caráter formal e 
os de caráter material. 
 
Requisito de Caráter Formal – Ocorre quando não se observam os preceitos contidos 
nas normas constitucionais, para a criação de uma lei, o que de imediato traz a 
possibilidade de enfrentamento da norma, pelo judiciário, pela sua clara 
inconstitucionalidade. 
 
Vício Formal Subjetivo – Ocorre quando, na fase introdutória do processo legislativo, 
não é observada a capacidade de iniciativa para apresentação do projeto de lei. 
 
Vício Formal Objetivo – Ocorre durante as fases do processo legislativo, denominadas 
elaboração e aprovação da norma. O vício se caracteriza pela inobservância de aspectos 
objetivos, tais como número de turnos e quorum para votação. 
 
Vício Material – Ocorre quanto ao conteúdo da norma frente às limitações impostas 
pelo texto constitucional. Nesse caso, não existe ocorrência de vício objetivo, mas de 
vício insanável e inconstitucional. 
 
 
Vício Material Total – Ocorre quando a inconstitucionalidade contida na norma 
contamina todo o seu texto, impedindo o aproveitamento de partes deste. 
 
Vício Material Parcial – Apenas parte da norma está contaminada pela 
inconstitucionalidade, podendo o restante da norma ter eficácia após a retirada da parte 
tida como inconstitucional.

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