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1 NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER -Pré edital DPU - Constitucional٪2c Adm e Humanos

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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER – PARTE 1 
PRÉ-EDITAL DPU 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Direito Constitucional.........................................................................................02 
2. Direito Administrativo ........................................................................................74 
3. Direitos Humanos...............................................................................................106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL1 
 
 
CONSTITUCIONALISMO 
 
• ACEPÇÕES: 
 
O Constitucionalismo pode apresentar diversas concepções. Vejamos: 
1) Movimento político-social de origens históricas que busca a limitação do poder arbitrário; 
2) imposição de que haja cartas escritas; 
3) indicar os propósitos mais latentes da Constituição; 
4) evolução histórico-constitucional de um determinado Estado. 
 
• ESQUEMATIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
OBS.: A tabela a seguir toma como referência o livro Direito Constitucional Esquematizado, de Pedro 
Lenza. 
 
ANTIGUIDADE - Lei do Senhor (Hebreus) 
- Democracia direta (cidades-estados 
gregas) 
IDADE MÉDIA - Magna Carta de 1215 
IDADE MODERNA - Pactos e forais ou cartas de franquia 
- Petition of Rights (1628) 
- Habeas Corpus Act (1679) 
- Bill of Rights (1989) 
- Act os Settlement (1701) 
CONSTITUCIONALISMO NORTE-
AMERICANO 
- contratos de colonização 
- Compact (1620) 
- Fundamental Orders of Connecticut 
(1639) 
- Carta outorgada pelo rei Carlos II 
(1662) 
- Declaration of Rights do Estado da 
Virgínia (1776) 
- Constituição da Confederação dos 
Estados Americanos (1781) 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO - Totalitarismo constitucional (Uadi 
 
1 Por Gabrielle Ribeiro e Bruna Daronch 
Lammêgo Bulos): os textos 
sedimentam um importante conteúdo 
social, por meio de normas 
programáticas. 
- Dirigismo comunitário (André 
Ramos): trata-se de fase atual do 
constitucionalismo globalizado, que 
busca difundir a perspectiva de 
proteção aos direitos humanos e de 
propagação para todas as nações. 
- Constitucionalismo globalizado. 
- Direitos de segunda dimensão. 
- Direitos de terceira dimensão 
(fraternidade e solidariedade). 
CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO 
(DROMI) 
Consolidação dos direitos de terceira 
geração/dimensão. Perspectivas: 
verdade; solidariedade; consenso; 
continuidade; participação; integração; 
universalidade. 
 
CONSTITUCIONALISMO PLURALISTA 
(ANDINO OU INDÍGENA) 
NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-
AMERICANO 
ESTADO PLURINACIONAL E 
INTERCULTURAL 
- Ciclo multicultural: introdução do 
direito à identidade cultural, junto com 
a inclusão de direitos indígenas 
específicos. É o caso do Brasil, com a 
Constituição de 1988. 
- Ciclo pluricultural: desenvolve o 
conceito de nação multiétnica e estado 
pluricultural; reconhece o pluralismo 
jurídico, assim como novos direitos 
indígenas e de afrodescendentes. 
- Ciclo plurinacional: os povos indígenas 
proclamam o reconhecimento não só 
como culturas diversas, mas como 
nações originárias ou sujeitos políticos 
coletivos. 
 
• NEOCONSTITUCIONALISMO 
 
Marco histórico do neoconstitucionalismo: documentos a partir da Segunda Guerra Mundial, como 
as Constituições da Itália (1947), da Alemanha (1949), de Portugal (1976), da Espanha (1978) e Brasil 
(1988). 
 
Marco filosófico: o pós-positivismo, filosofia que busca ir além da legalidade estrita, mas não 
despreza o direito posto; procura empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a 
categorias metafísicas. 
 
Mas, afinal, quais são as características do neoconstitucionalismo? 
 
Em primeiro lugar, podemos dizer que essa fase sofreu profunda influência da doutrina de Konrad 
Hesse, sobretudo de sua obra “A Força Normativa da Constituição”. Por conseguinte, a Constituição 
deixou de ser vista como mera carta política ou carta de intenções e passou a ser concebida com 
norma jurídica dotada de imperatividade. 
 
Nesse contexto, houve desenvolvimento de estudos sobre as relações entre regras e princípios 
constitucionais. Sobre o tema, cabe destacar “Levando Direitos à Sério”, do americano Ronald 
Dworkin, “Teoria dos Direitos Fundamentais”, do alemão Robert Alexy. Na doutrina nacional, 
podemos destacar “Teoria dos Princípios”, de Humberto Ávila, e “Entre Hidra e Hércules”, de 
Marcelo Neves. 
 
Outra caraterística importante é a expansão da jurisdição constitucional. Nesse aspecto, a 
supremacia do legislativo deu lugar à supremacia do Judiciário. Isso ocorreu devido à criação dos 
Tribunais Constitucionais, encarregados de exercer o controle de constitucionalidade, verdadeiros 
guardiões do extenso rol de direitos fundamentais. 
 
#OLHAOGANCHO: O Tribunal Constitucional Alemão é um dos protagonistas nesse papel. Sua 
jurisprudência é citada com muita frequência pelos demais Tribunais Constitucionais. A título de 
exemplo, podemos dizer que o debate sobre a eficácia horizontal dos direitos fundamentais e a 
aplicação do princípio da proporcionalidade surgiram a partir do julgamento do célebre caso 
Lüth. 
 
Por fim, cabe destacar que o neoconstitucionalismo se caracteriza, também, por trazer uma nova 
interpretação constitucional onde ganha relevo: a supremacia da Constituição, a presunção de 
constitucionalidade das leis, interpretação conforme a Constituição, unidade da Constituição, 
máxima efetividade, razoabilidade e proporcionalidade, entre outros. 
 
#CONCLUSÃO: Desse modo, podemos concluir que o neoconstitucionalismo é marcado pelo 
protagonismo da Constituição no ordenamento jurídico, estabelecendo uma ordem objetiva de 
valores que servem de parâmetro para os demais ramos do Direito. Isso acarretou uma inevitável 
judicialização das relações políticas e sociais, pois, via de regra, cabe ao Judiciário a palavra final 
quanto à interpretação das normas constitucionais. 
 
 Obs.: o que seria a constitucionalização do direito? FOCA NA TABELINHA. 
 
Neoconstitucionalismo Constitucionalização do Direito 
Força normativa definitiva da CF 
Prolixidade 
Consagração de um expressivo 
numero de normas de outros ramos 
no texto constitucional. 
Fortalecimento da jurisdição 
constitucional e do Poder Judiciário. 
Reconhecimento da eficácia 
horizontal 
Centralidade. Constitucionalização 
do Direito 
Interpretação das leis conforme CF 
(filtragem constitucional) 
 
 
 
 
 
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO 
 
• SENTIDOS: 
 
SOCIOLÓGICO: Ferdinand Lassale 
A Constituição é a soma dos fatores reais 
de poder. 
POLÍTICO: Carl Schimit 
Constituição é a decisão política 
fundamental. Diferencia a Constituição 
das Leis Constitucionais. 
JURÍDICO: Hans Kelsen 
- Plano lógico-jurídico: norma 
fundamental hipotética, plano do 
suposto, fundamento lógico-
transcendental da validade da 
Constituição jurídico-positiva. 
- Plano jurídico-positivo: norma posta 
(positivada), norma posta suprema. 
 
 
 
# NÃO ESQUEÇA! É TANTO SENTIDO DE CONSTITUIÇÃO... 
 
#CEREJADOBOLO 
 
 
CULTURALISTA: J. H. Meirelles Constituição é o produto de um fato 
cultural. Ideia de Constituição Total 
(complexidade intrínseca: reunião de 
aspectos econômicos, sociológicos, 
jurídicos e filosóficos). 
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA: Marcelo 
Neves 
- Legislação simbólica: aquela em que há 
predomínio ou hipertrofia da função 
simbólica (essencialmente político-
ideológica) em detrimento da função 
jurídico-instrumental (de caráter 
normativo-jurídico).- Tipologia tricotômica da legislação 
simbólica: a) confirmação de valores 
sociais; b) demonstração da capacidade 
de ação do Estado (legislação-álibi, na 
qual se cria uma imagem favorável do 
Estado no que concerne à resolução de 
problemas sociais); c) fórmula de 
compromisso dilatório (adiamento de 
solução dos conflitos). 
- Amparo no modelo sistêmico proposto 
por Niklas Luhmann. Constituição seria, 
pois, um mecanismo que permite a 
autonomia operacional do direito na 
sociedade moderna e como 
“acoplamento estrutural” entre os 
sistemas político e jurídico. 
- O conceito de constitucionalização 
simbólica também é tratado em termos 
de “alopoiese” do direito: reprodução do 
sistema jurídico, com base em critérios, 
programas e códigos provenientes de seu 
ambiente. 
 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
� Princípios da Hermenêutica: a) Supremacia da CF; b) Unidade Constitucional; c) Concordância 
prática/harmonização; d) Efeito integrador/Eficácia Integradora; e) Justeza/Conformidade 
Funcional; f) Correção Funcional; g) Máxima efetividade das normas constitucionais; h) Presunção 
de constitucionalidade das leis (iuris tantum – relativa); i) Interpretação conforme a constituição; j) 
Razoabilidade/Proporcionalidade. 
- Regras: lógica do tudo ou nada. Princípios: lógica da ponderação (Dworkin). O conflito entre 
regras é um conflito no plano abstrato - no plano da validade, o conflito de princípios se dá no plano 
concreto - no plano da eficácia e da contingência. 
- Método jurídico (hermenêutico clássico): a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo 
ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal 
(textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético. 
- Método tópico-problemático (Viehweg): prevalência do problema sobre a norma. Parte-se de um 
problema concreto para a norma. 
- Método hermenêutico-concretizador (Konrad Hesse): prevalência do texto constitucional sobre o 
problema. Parte da norma para aplica-la ao caso concreto. 
- Método integrativo ou científico-espiritual (Smend): deve considerar a ordem ou o sistema de 
valores subjacentes ao texto constitucional. Parte das influências externas para só então analisar o 
encontro do caso com a norma. 
- Método normativo-estruturante: A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao 
contexto. Não há solução pronta para todos os conflitos. A cada caso será feito um novo encontro 
entre a lei e a norma que dela possa se extrair. Este método considera que a norma jurídica é 
diferente do texto normativo: esta é mais ampla que aquele, pois resulta não só da atividade 
legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, 
deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social 
(contexto). A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto. Norma = texto 
+ contexto. 
 
� MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: 
1. Método jurídico ou hermenêutico clássico: A Constituição deve ser encarada como lei, assim 
todos os métodos tradicionais devem ser utilizados na tarefa interpretativa, por ex.: método 
gramatical, lógico, teleológico, histórico. 
2. Método tópico-problemático: O intérprete parte de um problema concreto para chegar a 
norma. 
3. Método hermenêutico-concretizador: Prevalência do texto constitucional sobre o problema. 
4. Método científico-espiritual: Não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade 
social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. 
5. Método normativo-estruturante: A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado 
ao contexto. Inexistência de identidade entre norma jurídica e texto normativo. O teor literal da 
norma, que será considerado pelo intérprete, deve ser analisado conforme a concretizado da norma 
em sua realidade social. Em outras palavras, a norma constitucional só diz o início (conhecido como 
a “ponta do iceberg”) e o intérprete deve alcançar todo o sentido da norma. Norma = texto + 
contexto. 
6. Método comparativo constitucional: O intérprete compara a Constituição de seu país com as 
Constituições estrangeiras. 
 
 
 
- Para Peter Häberle, jurista alemão cujo pensamento doutrinário tem influenciado o direito 
constitucional brasileiro, a constituição deve corresponder ao resultado, temporário e 
historicamente condicionado, de um processo de interpretação levado adiante na esfera pública por 
parte dos cidadãos e cidadãs – Teoria da sociedade aberta dos intérpretes. 
- A Constituição aberta é aquela que está apta a captar as mudanças da realidade social, o que 
permite com que ela permaneça no tempo sem perder a sua força normativa. 
- Pela eficácia direta se tem a possibilidade de se extrair uma regra do núcleo essencial do 
princípio, permitindo a subsunção. 
- Pela eficácia interpretativa entende-se que as normas jurídicas devem ter seu sentido e alcance 
determinados de maneira que melhor realize a dignidade humana, que servirá como critério de 
ponderação na hipótese de colisão de normas. 
- A eficácia negativa, de caráter geral ou particular, paralisa ou neutraliza a incidência de regra 
jurídica que seja incompatível com a dignidade humana. 
- O princípio de interpretação da CF denominado Harmonização ou concordância prática. De 
acordo com esse princípio, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma 
harmônica a fim de evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. Para Uadi Bulos, o 
princípio da concordância prática tem como meta coordenar, harmonizar e combinar bens 
constitucionais conflitantes, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros. 
- Segundo o princípio da unidade da constituição, deve-se interpretar a CF em sua globalidade 
para se evitar contradições (antinomias). A CF deve ser interpretada de maneira a evitar 
contradições entre suas normas, devendo ser considerada como um todo. Assim, jamais deve o 
intérprete isolar uma norma do conjunto em que ela está inserida. 
- Uma das características da hermenêutica constitucional contemporânea é a distinção entre regras 
e princípios; segundo Ronald Dworkin, tal distinção é de natureza lógico-argumentativa, pois 
somente pode ser percebida por meio dos usos dos argumentos e razões no âmbito de cada caso 
concreto. a) Regras = Lógica do Tudo ou Nada b) Princípios = Lógica da Ponderação. 
- Não há um método de interpretação pré determinado para cada caso concreto. 
- Antinomias APARENTES são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de 
interpretação que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico, 
cronológico e da especialidade para solucionar o conflito. 
- Antinomias REAIS são conflitos entre normas que NÃO são resolvidos com a utilização dos 
referidos critérios. A solução de uma antinomia real é feita pelo intérprete autêntico, com a 
utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de Direito e da doutrina, nos termos do 
art. 4 da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso 
de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito”. 
 
 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Os fundamentos do controle de constitucionalidade são a Supremacia da Constituição 
(Supralegalidade) e a Rigidez Constitucional (Imutabilidade Relativa). 
 
A ideia de controle difuso de constitucionalidade teve, como marco histórico, o voto do Juiz da 
Suprema Corte Norte-americana, John Marshall, no célebre julgamento do caso Marbury vs Madison, 
em 1803, no qual se afirmou que uma lei contrária àConstituição é nula e os tribunais, assim como os 
demais poderes, são vinculados pela Constituição. 
 
Tal modelo foi introduzido no Brasil a partir da Constituição de 1891, a qual sofreu grande influência 
norte-americana. Tratando-se de órgão colegiado, a competência para declarar a 
inconstitucionalidade é da maioria absoluta do órgão especial ou do pleno do tribunal (art. 97, da 
CF/88), salvo se já houver prévia manifestação do STF ou da própria corte (art. 481, do CPC/73). Por 
se tratar de processos subjetivos, nos quais a constitucionalidade é questão prejudicial, os efeitos da 
decisão são ex tunc e inter partes, salvo se o Senado Federal, através de resolução, decidir suspender 
a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional, por decisão definitiva do 
Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, da CF/88). 
 
Em 1920, a Áustria adotou um modelo de controle diferente daquele que havia nos EUA. Idealizada 
por Hans Kelsen, foi criada a Corte de Justiça Constitucional como o único órgão competente para 
exercer a fiscalização da constitucionalidade (controle concentrado), realizado em caráter abstrato e 
principal, ou seja, independentemente de sua aplicação em casos concretos. 
 
O Brasil passou adotar essa espécie de controle concentrado a partir da Emenda Constitucional nº 
16/1965. A Constituição Federal de 1988 valorizou essa modalidade de controle mantendo a Ação 
Direta de Inconstitucionalidade, porém, ampliando consideravelmente o rol de legitimados (art. 103, 
da CF/88), sendo que 3 (três) destes precisam demonstrar a pertinência temática (incisos IV, V e IX, 
art. 103, da CF/88). Prevê, também, a Ação de Inconstitucionalidade por Omissão. Além disso, após a 
Emenda Constitucional nº 03/1993, houve o acréscimo da Ação Declaratória de Constitucionalidade e 
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Todas essas ações caracterizam-se por 
ser um processo objetivo, no qual a declaração (in)constitucionalidade é o objeto principal. 
 
Quanto aos efeitos, o modelo concentrado tem decisão erga omnes e ex tunc, salvo a possibilidade 
de modulação prevista no art. 27 da Lei Federal nº 9.868/99, segundo a qual, em face de razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, por maioria de dois terços dos membros do 
STF, a Corte poderá restringir os efeitos da declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de 
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Por fim, é importante destacar 
que o STF já aplicou essa possibilidade de modulação ao decidir em sede de controle difuso, vide 
(REXT 197.917 – Município de “Mira Estrela”). 
 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Controle de constitucionalidade é um tema que nós, em geral, já estudamos muito na 
vida, não é verdade? Por isso, sugerimos que, na hora de revisar o tema, vocês façam 
check-list das palavras-chaves grifadas no material próprio, bem como no sumário de 
livro de doutrina. 
 
Algo imprescindível é o estudo dos informativos da matéria. Aqui, vale muito a pena dar 
uma revisada pelo Vade Mecum de jurisprudência do Dizer o Direito. 
 
Vamos ver se você está afiado? Vamos listar aqui alguns pontos... confira se você já 
está por dentro! 
 
- Sistema austríaco (Kelsen) X Sistema Norte-Americano (Marshall). 
 
- A flexibilização da teoria da nulidade no direito brasileiro, tanto no controle 
concentrado (previsão do art. 27 da Lei nº 9.868/1999), quanto no controle difuso (caso 
Mira Estrela – redução do número de vereadores, de 11 para 9, adequando-se ao mínimo 
constitucional). #OBS.: valorização dos princípios da segurança jurídica, confiança, ética 
jurídica e boa-fé. 
 
- Espécies de inconstitucionalidade: 
* Por ação: pode decorrer de vício formal, também denominado NOMODINÂMICA. O 
vício formal pode ser ORGÂNICO (inobservância da competência legislativa), FORMAL 
PROPRIAMENTE DITO (vício formal subjetivo, que diz respeito à iniciativa, ou vício 
formal objetivo, que diz respeito às demais fases legislativas) ou POR VIOLAÇÃO A 
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DO ATO. Pode decorrer de vício material, o 
NOMOESTÁTICA. Por fim, pode decorrer de vício de decoro parlamentar. 
* Por omissão. 
 
- Momento do controle: 
* Prévio ou preventivo: legislativo (próprio parlamentar e CCJ), executivo (veto) e 
judiciário (mandado de segurança impetrado por parlamentar). 
* Posterior ou repressivo: político, jurisdicional (difuso e concentrado) e híbrido (tanto 
o político quanto o jurisdicional). 
 
- Cláusula de reserva de plenário (Full Bench): 
A Cláusula do Full-Bench ou Cláusula de Reserva de Plenário diz respeito ao controle de 
constitucionalidade difuso realizado pelos Tribunais de Justiça/ Tribunal Regional 
Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Prevê a Constituição Federal de 1988: “Art. 
97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público.” Seu fundamento é o princípio da presunção de 
constitucionalidade das leis, exigindo-se um quórum qualificado pelo órgão colegiado 
para que haja pronunciamento da inconstitucionalidade. Dessa forma, os órgãos 
fracionários dos Tribunais não podem reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei 
antes de esta ser declarada inconstitucional pela maioria absoluta do Tribunal ou de seu 
Órgão Especial. Ao órgão fracionário é necessária a percepção de “estado de dúvida 
constitucional” que deve ser objetivo, fundado e explicitado adequadamente pelo 
órgão fracionário no encaminhamento ao órgão competente que irá respeitar a reserva 
de plenário. 
#SELIGANASÚMULA: A Súmula Vinculante 10 trata sobre o tema: viola a cláusula de 
reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, 
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
A referida súmula vinculante busca evitar o escamoteamento da declaração de 
inconstitucionalidade, ou seja, que esta seja feita por via transversa como no 
afastamento ou mera não aplicação da lei. É uma norma protetiva da eficácia da 
previsão do artigo 97 da Constituição Federal de 1988. 
 
- Exceções à cláusula de reserva de plenário: 
* Declaração de constitucionalidade: a reserva do plenário é necessária somente para a 
declaração de inconstitucionalidade das normas. Considerando a presunção de 
constitucionalidade, a decisão do órgão fracionário que mantém a lei em questão 
constitucional dispensa o quórum qualificado. 
* Declaração de não recepção (normas anteriores à constituição): trata-se da não 
recepção, que não se confunde com a inconstitucionalidade. Por isso, nesses casos, o 
órgão fracionário menor declarará que a lei ou ato normativo foram revogados ou não 
recepcionados pela nova ordem constitucional. 
* Interpretação conforme a constituição: nesses casos não se trata de forma de 
interpretação, mas técnica de controle de constitucionalidade. Além disso, há o 
reconhecimento de que a lei é constitucional, direcionando sua interpretação para que 
se torne compatível com a carta magna. Portanto, dispensa-se a cláusula de reserva de 
plenário. 
* Existência de pronunciamento do plenário ou da corte especial do tribunal, bem como 
do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão (art. 481, parágrafo único, do 
CPC antigo / art. 949, parágrafo único do novo CPC). No novo CPC, isso ocorre através 
do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade. 
* Juizados Especiais: o entendimento no sentido da ausência de Repercussão Geral no 
Recurso Extraordinário nº 868.457/SC, ocasiãoem que o STF decidiu pela não aplicação 
da reserva de plenário aos Juizados Especiais por entender que não se trata de órgãos 
que funcionem no regime de Plenário ou de Órgão Especial (STF, RE 868457, Rel. Min. 
Teori Zavascki – RIP- , DJ 27/04/2015, pp. 7-8). 
* Atos normativos de efeitos concretos: Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a 
decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara inconstitucional decreto legislativo 
que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o que se sujeita ao 
princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o decreto legislativo tinha 
um destinatário específico e referia-se a uma dada situação individual e concreta, 
exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato 
normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl 18165 AgR/RR, 
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844) 
* Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão 
fracionário do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender 
não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida 
mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição. Além 
disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada 
como sucedâneo (substituto) de recurso ou de ação própria que analise a 
constitucionalidade titucionalidade de normas que foram objeto de interpretação 
idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, 
rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848). 
* Nulidade de ato administrativo: não exige a cláusula do full bench - não é ato 
normativo. Ainda que, entre outros fundamentos, sustente (mencione) a 
inconstitucionalidade de lei estadual. (Info 546, STJ). 
 
- Controle de constitucionalidade e ação civil pública: 
A ACP não pode ser ajuizada como sucedâneo da ação direta de inconstitucionalidade, 
pois, em caso de produção de efeitos erga omnes, estaria provocando verdadeiro 
controle concentrado de constitucionalidade, usurpando competência do STF. 
 
 
 
 
#SELIGANADIFERENÇA: 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO 
Natureza e finalidade 
Trata-se de processo no qual é 
discutido um direito subjetivo. A 
finalidade é viabilizar o exercício de 
Natureza e finalidade. 
A finalidade é declarar que há uma 
omissão, já que não existe 
determinada medida necessária 
um direito. Há, portanto, controle 
concreto de constitucionalidade. 
para tornar efetiva uma norma 
constitucional. Temos, portanto, 
processo objetivo, em que há 
controle abstrato de 
constitucionalidade. 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma 
regulamentadora de direitos e 
liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma 
regulamentadora relacionada com 
qualquer norma constitucional de 
eficácia limitada. 
Legitimados ativos 
MI individual: pessoas naturais ou 
jurídicas que se afirmam titulares dos 
direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas. 
MI coletivo: art. 12 da Lei nº 13.300/16. 
Legitimados ativos 
Os legitimados da ADI por omissão 
estão descritos no art. 103 da 
CF/88. 
Competência 
A competência para julgar a ação 
dependerá da autoridade que figura 
no polo passivo e que possui 
atribuição para editar a norma. 
 
Competência 
Se relacionada com norma da 
CF/88: STF. 
Se relacionada com norma da CE: 
TJ. 
Efeitos da decisão 
Reconhecido o estado de mora 
legislativa, será deferida a injunção 
para: 
I - determinar prazo razoável para 
que o impetrado promova a edição 
da norma regulamentadora; 
Efeitos da decisão 
Declarada a inconstitucionalidade 
por omissão, o Judiciário dará 
ciência ao Poder competente para 
que este adote as providências 
necessárias. 
Se for órgão administrativo, este 
II - estabelecer as condições em que 
se dará o exercício dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas 
reclamados ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o 
interessado promover ação própria 
visando a exercê-los, caso não seja 
suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
Obs.: será dispensada a 
determinação a que se refere o inciso 
I quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em 
mandado de injunção anterior, ao 
prazo estabelecido para a edição da 
norma. 
terá um prazo de 30 dias para 
adotar a medida necessária. 
Se for o Poder Legislativo, não há 
prazo. 
 
 
• JURISPRUDÊNCIA 
 
Aqui, tomamos como base principal o Vade Mecum de Jurisprudência do Dizer o Direito: 
#SOMOSTODOSMARCINHO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #VAICAIR 
 
- Em regra, não é possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de 
constitucionalidade, determinando o arquivamento. Exceções: proposta de emenda constitucional 
que viole cláusula pétrea; proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja 
ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre processo legislativo (Info 711, STF). 
 
- Associação que abranja apenas uma fração da categoria profissional não possui legitimidade para 
ADI/ADPF de norma que envolva outros representados (Info 826, STF). 
 
- É cabível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias 
(Info 817). 
 
- A Resolução do TSE pode ser impugnada no STF por meio de ADI se, a pretexto de regulamentar 
dispositivos legais, assumir caráter autônomo e inovador (Info 747). 
 
- Decisão administrativa de Tribunal de Justiça pode ser objeto de ADI se ela teve conteúdo 
normativo, com generalidade e abstração (Info 734, STF). 
 
- É possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única demanda de controle 
concentrado (Info 786, STF). 
 
- É possível propor uma nova ADI por inconstitucionalidade material contra ato reconhecido 
formalmente constitucional (Info 787). 
 
- O Estado-membro não dispõe de legitimidade para interpor recurso em sede de controle normativo 
abstrato, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo governador (Info 703). 
 
- Não cabe ADPF contra decisão judicial transitada em julgado (Info 810). 
 
- A ADPF e a ADI são fungíveis entre si (Info 771). 
 
- A ADPF é subsidiária. Está submetida, simultaneamente, ao requisito da relevância constitucional da 
controvérsia suscitada e ao regime da subsidiariedade. 
 
- É possível que o STF modifique entendimento firmado em controle concentrado, inclusive em sede 
de julgamento de reclamação constitucional (Info 702). 
 
- As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF no julgamento de ADI, ADC ou ADPF possuem 
eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante (§ 2º do art. 102 da CF/88). O Poder Legislativo, 
em sua função típica de legislar, não fica vinculado. Assim, o STF não proíbe que o Poder Legislativo 
edite leis ou emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma 
vedação prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, 
superar a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o 
objetivo de reversão jurisprudencial. No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa) 
proposta por meio de emenda constitucional, a invalidação somente ocorrerá nas restritas 
hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus §§, da CF/88. Em suma, se o Congresso 
editar uma emenda constitucional buscandoalterar a interpretação dada pelo STF para determinado 
tema, essa emenda somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea 
ou o processo legislativo para edição de emendas. No caso de reversão jurisprudencial proposta por 
lei ordinária, a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência do STF nasce com presunção 
relativa de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de demonstrar, 
argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Assim, para ser 
considerada válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e jurídicas 
sobre as quais se fundou a decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo 
promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via legislativa. (Info 801). 
 
- ADI. CONVERSÃO DE MP EM LEI. Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a 
ação ser julgada, a MP é convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o 
objeto e poderá ser conhecida e julgada. Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em 
prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a convalidação ("correção") de eventuais vícios 
existentes na norma, razão pela qual permanece a possibilidade de o STF realizar o juízo de 
constitucionalidade. Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo provisório 
(MP) e a lei que resulta de sua conversão. Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de 
a ação ser julgada, houve a conversão na Lei nº 8.866/94. Vale ressaltar, no entanto, que o autor da 
ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o aditamento da ação. STF. 
Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). #IMPORTANTE 
 
- Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais 
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de 
reprodução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, 
red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852). Resumindo: • 
Em regra, quando os Tribunais de Justiça exercem controle abstrato de constitucionalidade de leis 
municipais deverão examinar a validade dessas leis à luz da Constituição Estadual. • Exceção: os 
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais 
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de 
reprodução obrigatória pelos Estados. Obs: a tese acima fala em "leis municipais", mas ela também 
pode ser aplicada para representações de inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis 
estaduais". A tese falou apenas de leis municipais porque foi o caso analisado no recurso 
extraordinário. #IMPORTANTE 
 
 
LIMITES AO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
• CONCEPÇÕES DOUTRINÁRIAS 
 
 * Vanossi: limites extrajurídicos 
 
- Ideológicos: crenças e valores que operam no âmbito supraestatal; 
- Estruturais: conformam o âmbito social subjacente, a infraestrutura, como o sistema 
produtivo e as classes sociais. 
 
 * Jorge Miranda: 
 
- Limites transcendentes: se impõem à própria vontade dos Estados, como os imperativos do 
Direito Natural e os valores éticos superiores presentes em uma consciência coletiva. 
- Limites imanentes: decorrem da noção e do sentido de poder constituinte formal enquanto 
poder situado, que se identifica com certa origem e finalidade e se manifesta em certas 
circunstâncias. 
- Limites heterônomos: provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos – 
Direito Internacional. 
 
 
LIMITES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE 
 
* Princípios constitucionais sensíveis (enumerados): forma republicana, sistema 
representativo e regime democrático; direitos da pessoa humana; autonomia municipal; prestação 
de contas; aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais em saúde e 
educação. 
 
* Princípios constitucionais estabelecidos: conjunto de normas que limitam a autonomia 
estadual, como: repartição de competências, capacidade tributária, organização dos poderes etc. 
 
* Princípios constitucionais extensíveis: decorrem do princípio da simetria. 
 
Princípios 
sensíveis/apontados/enumerados 
Princípios extensíveis Princípios 
estabelecidos/organizatórios 
A expressão “sensível” remete 
àquilo que é facilmente percebido 
pelos sentidos, claro, manifesto, 
sendo, portanto, princípios 
sensíveis aqueles 
indubitavelmente apontados na 
Constituição, expressos em seu 
texto. 
Consubstanciam regras de 
organização da União, cuja 
aplicação se estende aos 
Estados, por força de regra 
expressa ou do princípio da 
simetria. 
Aqueles que limitam, vedam, 
ou proíbem a ação 
indiscriminada do Poder 
Constituinte Decorrente. São 
determinados diretamente 
aos Estados, ainda que não de 
forma expressa. Podem gerar 
limitações expressas, 
implícitas ou decorrentes. 
Encontram-se enumerados no art. 
34, VII, da CF, podendo sua 
infringência acarretar a 
intervenção federal no Estado. São 
eles: a) forma republicana, sistema 
representativo e regime 
democrático; b) direitos da pessoa 
humana; c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da 
administração pública, direta e 
indireta; e) aplicação do mínimo 
exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida 
a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do 
ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
Ex.: normas relativas à 
organização do Tribunal de 
Contas da União; regras 
básicas atinentes ao 
processo legislativo federal. 
Ex.: os Estados não podem 
dispor sobre as matérias que 
constituem competência 
privativa da União. 
 
 
 
 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
 
O Poder constituinte difuso se encontra em estado de latência. Embora não previsto ou organizado 
pela Constituição, realiza papel na criação e no desenvolvimento da eficácia das normas 
constitucionais, sem alteração formal de seu texto. 
 
Manifesta-se diante das imperfeições, obscuridades, omissões deixadas na CF. A correção é feita por 
convenções constitucionais, costumes constitucionais e mutações constitucionais. 
 
Suas normas criadas se sujeitam ao controle de constitucionalidade, pois não se sobrepõem formal 
ou materialmente ao poder constituinte derivado. 
 
Suas normas criadas se sujeitam ao controle de constitucionalidade, pois não se sobrepõem formal 
ou materialmente ao poder constituinte derivado. 
 
 
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
 
É o poder que cria uma constituição, no qual cada Estado cede uma parcela de sua soberania para 
que uma constituição comunitária seja criada. O titular desse poder não é o povo, mas o cidadão 
universal. 
 
 
TEORIAS RELACIONADAS AO CONFLITO ENTRE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS E NORMAS 
CONSTITUCIONAIS SUPERVENIENTES 
 
* Teoria da simples revogação: é a adotada no Brasil. Situa-se no plano da vigência. Aplica-se 
às normas constitucionais originárias e às normas constitucionais decorrentes de emenda. 
 
* Teoria da inconstitucionalidade superveniente: situa-se no plano da validade. Não é aceita 
pela jurisprudência do STF. Teoria prevalente na Itália e em Portugal. 
 
* Teoria intermediária. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: No RE 600.885/RS, o STF admitiu a modulação de efeitos da não 
recepção. 
 
A adequação FORMAL do diploma normativo recepcionado segue a regra do “tempus regit actum”. 
Ex.: Código Tributário Nacional (foi recepcionado pela CF/88 comolei complementar). No caso, 
reconheceu-se sua compatibilidade material com a CF/88 e se entendeu que, ao tempo de sua 
aprovação, respeitou todas as regras formais do devido processo legislativo (aplicação do princípio 
“tempus regit actum” para a avaliação da adequação formal). 
 
Se de uma Constituição para outra Constituição que a sucede ocorre a alteração de distribuição de 
competência legislativa, no momento da recepção das normas infraconstitucionais se proíbe a 
federalização de normas estaduais ou a estadualização de normas municipais. 
 
 
FILTRAGEM CONSTITUCIONAL 
 
Determina que todo o ordenamento jurídico deve ser lido a partir do filtro axiológico das normas 
constitucionais, servido como instrumental para a orientação e decisão de casos concretos. Através 
dela se dá a constitucionalização do direito infraconstitucional. 
 
 
OUTROS TEMAS DOUTRINÁRIOS 
 
 
- Repristinação pressupõe a validade do dispositivo revogador. Logo, não se confunde com efeito 
repristinatório. No controle concentrado de constitucionalidade, este é automático, mas pode ser 
afastado por decisão expressa do STF (modulação de efeitos da decisão). 
 
- A nulidade resultante da relação de inconstitucionalidade não pode ser convalidada pelo 
constituinte derivado: não aceitação da tese da constitucionalidade superveniente. 
 
- Interpretações corretivas: o poder constituinte derivado tem o poder de “corrigir”, em relação a 
casos futuros, interpretações constitucionais anteriormente dadas pelo STF. 
 
- Desconstitucionalização: 
 
* Primeira acepção: é o instituto pelo qual as normas apenas formalmente constitucionais do regime 
anterior, embora perdendo a supremacia constitucional, continuam a vigorar sob a égide de uma 
norma Constituição, com status de legislação infraconstitucional. 
* Segunda acepção: relaciona-se à parte flexível de uma constituição semirrígida. 
 
- Teorias sobre retroatividade (direito intertemporal): 
 
* Subjetivista (Savigny, Lassale, Gabba): nem toda retroatividade legal é censurável, mas somente 
aquela que interfere em direitos subjetivos surgidos anteriormente. 
* Objetivista (De Page e Roubier): ênfase em situações jurídicas criadas pela lei nova. 
 
#OBS: adota-se a teoria subjetivista: proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa 
julgada. 
 
- Espécies de retroatividade normativa (Matos Peixoto, Moreira Alves e Maria Helena Diniz): 
 
* Retroatividade máxima: a nova norma atinge a coisa julgada e os fatos já consumados (eficácia 
restitutória). 
* Retroatividade média: a nova norma atinge efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes 
dela (interfere em direitos já exigíveis, mas ainda não implementados). 
* Retroatividade mínima: a nova norma atinge apenas os efeitos dos fatos anteriores, mas 
produzidos após a data de vigência dela. Para Roubier, não é caso de retroatividade mínima, e sim de 
eficácia imediata da norma (eficácia ou efeito imediato forte). STF discorda (seria a tese da 
retroatividade mínima). 
 
#OBS.1: As normas constitucionais originárias podem desenvolver qualquer dos 3 tipos de 
retroatividade, haja vista o caráter incondicionado do poder constituinte originário. Logo, descabe 
invocar direito adquirido para obstar a incidência da nova Constituição. 
#OBS.2: Só a retroatividade mínima é automática. As demais (média e máxima) devem ser expressas. 
#OBS.3: Em relação às emendas constitucionais, a doutrina majoritária entende que elas se sujeitam 
ao princípio da não retroatividade (tese negativa). O assunto não é pacífico na jurisprudência do STF 
(MS 24.875 – tese da não retroatividade atenuada). 
 
- As normas constitucionais estaduais estão sujeitas ao art. 5º. XXXVI, da CF (princípio da proibição da 
retroatividade). 
 
- A rejeição da medida provisória tem eficácia ex tunc (retroativa). Logo, o decreto legislativo, ao 
regular os efeitos da rejeição da MP, poderá desconstituir retroativamente quaisquer atos, públicos 
ou privados, que tenham aplicado a MP rejeitada. 
 
EFICÁCIA NORMATIVA X EFICÁCIA EXECUTIVA DAS DECISÕES DO STF 
 
O constitucionalismo moderno teve início no século XVIII, com a Constituição dos EUA (1787) e da 
França (1791). Nesse contexto, sob o aspecto material, buscava-se limitar, normatizar, regulamentar 
a atuação do Estado, através da separação dos poderes e da garantia e direitos individuais. Em 
relação ao âmbito formal, criava-se uma norma que possuía força jurídica superior em relação às 
demais espécies normativas. 
 
Com efeito, os fundamentos do controle de constitucionalidade são a supremacia da Constituição 
(supralegalidade) e a rigidez constitucional (Imutabilidade Relativa). Na obra The federalist papers, 
Alexandre Hamilton destacou que: “nenhum ato legislativo pode ser válido se contrariar a 
Constituição”. No mesmo sentido, no emblemático voto do Juiz da Suprema Corte dos EUA, John 
Marshall no caso Marbury vs Madison em 1803: “uma lei contrária à Constituição é nula e os 
tribunais, assim como os demais poderes, são vinculados pela Constituição”. 
 
Em regra, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Poder Judiciário, seja de forma difusa, 
realizada por qualquer juiz em um caso concreto (modelo norte-americano), seja, de modo 
concentrado, efetuado por um Tribunal Constitucional, analisando em tese, se a lei é constitucional 
ou não (modelo austríaco/alemão). O exercício do controle de constitucionalidade repercute na 
esfera normativa, ratificando a presunção de constitucionalidade ou excluindo a norma considerada 
inconstitucional do ordenamento jurídico. Além disso, existe uma repercussão vinculante (eficácia 
executiva) que incidirá nos casos em curso e nos casos futuros. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Recentemente, o STF enfrentou essa distinção no julgamento do 
Recurso Extraordinário nº 730.462, sob a relatoria do Ministro Teori Zavaski. Esse julgamento fixou 
pontos importantes para a compreensão do tema: 
 
Primeiro, a decisão do STF que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito 
normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência de manter ou excluir a referida 
norma do sistema de direito. Isso seria a chamada eficácia normativa. 
 
Segundo, o efeito vinculante consiste em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e 
obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais. Trata-se da eficácia 
executiva ou instrumental, que tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do STF no 
Diário Oficial e atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não 
os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada. 
 
A partir dessas duas premissas, o STF deliberou, como tese de repercussão geral, que “a decisão do 
Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito 
normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham 
adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso 
próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, 
observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à 
indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da 
sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado”. 
 
Verifica-se, portanto, que o STF realizou a distinção entre eficácia normativa e eficácia executiva, 
esclarecendo que o efeito vinculante de suas decisões em controle concentrado tem início a partir dapublicação do acórdão no Diário Oficial. Entretanto, aplicação não se dá de forma automática nos 
casos em curso ou já transitado em julgado, dependendo, portanto, de recurso ou de ação rescisória, 
respectivamente. A Reclamação Constitucional, assim, somente se aplicaria aos casos posteriores. 
Percebe-se que a corte constitucional optou pela preservação da segurança jurídica, uma das 
principais características do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito. 
 
 
ASSUNTOS “DECOREBA” 
#nissoeunãoescorrego 
 
- Crimes imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o regime democrático. 
 
- Crimes inafiançáveis: tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura (que são os crimes 
equiparados aos hediondos), crimes hediondos, racismo e ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o regime democrático. 
 
- Brasileiros natos: 
* nascidos no Brasil, ainda que filhos de estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu 
país; 
* nascidos no estrangeiro, filhos de pai OU mãe brasileiros, que estejam a serviço do Brasil; 
* nascidos no estrangeiro, filhos de pai OU mãe brasileiros, desde que: 1) sejam registrados em 
repartição brasileira competente ou 2) optem, EM QUALQUER TEMPO, DEPOIS DE ATINGIDA A 
MAIORIDADE, pela nacionalidade brasileira. 
 
- Brasileiros naturalizados: 
* os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas, aos originários de países que 
falam a língua portuguesa, apenas: residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral; 
* aos estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos, 
sem condenação penal e desde que requeiram. 
 
- Para concorrer a OUTROS CARGOS, o Presidente, governadores e prefeitos devem RENUNCIAR ao 
mandato até 6 meses antes do pleito. 
 
- São INELEGÍVEIS, no território de jurisdição do titular, o CÔNJUGE e os PARENTES consanguíneos 
ou afins, até o 2º grau ou por adoção, do presidente, governadores, prefeitos ou de quem os haja 
substituído nos 6 meses anteriores ao pleito, SALVO SE JÁ TITULAR DE MANDATO ELETIVO E 
CANDIDATO À REELEIÇÃO. 
 
- O mandato eletivo pode ser impugnado perante a justiça eleitoral no prazo de 15 dias contados da 
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
 
- Não há obrigatoriedade de vinculação das candidaturas em âmbito nacional, estadual e municipal. 
 
- Criação de novos Estados: 
 
* aprovação da população diretamente interessada – plebiscito 
+ 
* Congresso Nacional – Lei Complementar 
 
- Criação de Municípios: 
 
 * lei estadual; 
 * período determinado por lei complementar federal; 
 * consulta – plebiscito – população dos municípios envolvidos; e 
 * divulgação e publicação de estudos de viabilidade municipal. 
 
- Faixa de fronteira: 150 Km. 
 
- Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões: são criadas por lei complementar 
estadual. 
 
- Número de Deputados nas Assembleias Legislativas: triplo da representação do Estado na Câmara 
dos Deputados. Contudo, atingido o número de 36, acrescem-se tantos quantos forem os deputados 
federais acima de 12. 
 
- Subsídios dos Deputados Estaduais: (i) lei de iniciativa da Assembleia Legislativa; (ii) até 75% do 
subsídio dos deputados federais 
 
- Subsídio do Governador, Vice-Governador e Secretários Estaduais: lei de iniciativa da Assembleia 
Legislativa. 
 
- Lei Orgânica dos Municípios: 
 * dois turnos 
 * interstício mínimo de 10 dias entre os turnos 
 * 2/3 dos membros da Câmara Municipal 
 * promulgação pela Câmara Municipal. 
 
- Há segundo turno de votação para o chefe do Executivo municipal apenas em municípios com mais 
de 200.000 eleitores. OBS.: não é população, e sim eleitores! 
 
- Subsídio do Prefeito, vice-prefeito e secretários municipais: lei de iniciativa da Câmara Municipal. 
 
- Subsídio dos Vereadores: 
 * lei de iniciativa da Câmara Municipal 
 * Fixado de uma legislatura para a subsequente; 
 * limites fixados na Constituição e na lei orgânica. 
 
- Municípios com mais de 500.000 habitantes: subsídio máximo dos vereadores = 75% do subsídio dos 
deputados estaduais. 
 
- Total de despesa com remuneração de vereador: até 5% da receita do município. 
 
- Iniciativa popular de leis municipais: manifestação de pelo menos 5% do eleitorado. 
 
- A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita com folha de pagamento, incluídos os 
subsídios dos vereadores. 
 
- O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente 
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal. 
 
- Princípios constitucionais sensíveis: 
 
* forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
* direitos da pessoa humana; 
* autonomia municipal; 
* prestação de contas; 
* aplicação do mínimo exigido da receita resultantes de impostos estaduais, compreendida a 
proveniente de transferências, na educação e saúde. 
 
- Decreto de intervenção federal: submissão ao Poder Legislativo em 24h. Possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional em 24h. 
 
- Deverão ser remunerados por subsídio: 
 * Membros de Poder; 
 * Detentor de mandato eletivo; 
 * Ministros de Estado; 
 * Secretários estaduais e municipais; 
 
- Poderão ser remunerados por subsídio: servidores que se organizem em carreira. 
 
- Aposentadoria do servidor público: 
 1) Invalidez permanente: 
 * proventos proporcionais ao tempo de contribuição 
 * exceção: acidente de serviço, moléstia profissional ou doença contagiosa, grave e incurável, na 
forma da lei. 
 2) Compulsória: 
 * proventos proporcionais ao tempo de contribuição 
 * Aos 75 anos, na forma de Lei Complementar (EC 88/2015) 
ATENÇÃO! A LC 152/2015 regulamentou o art. 40, §1º, II da CF: 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) 
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015).2 
 
O que a LC 152/2015 fez? Ela estendeu a aposentadoria compulsória de 75 para todos os 
servidores públicos efetivos da União, Estados, Municípios e DF, incluindo Autarquias e 
Fundações, membros do Poder Judiciário, MP, DP, Tribunais e Conselhos de Contas! 
 
Ela também revogou a antiga norma (art. 1º, I, LC 51/85) que tratava da aposentadoria dos 
membros da Polícia! 
 
Idade da aposentadoria compulsória dos integrantes da Polícia Civil, 
da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal 
Antes da LC 152/2015 ATUALMENTE 
 
2 Antes da EC 88/2015 a aposentadoria compulsória era de 70 anos para todo mundo. A referida EC trouxe duas novidades, 
a primeira, aumentou imediatamente para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para os cargos de Ministros do 
STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do TCU. A segunda, a EC 88/2015 autorizou que fosse editada Lei 
Complementar aumentando para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para os demais servidores públicos, que 
foi o que a LC 152/2015 fez. 
65 anos 75 anos 
 
Ela também previu regra especial para os servidores do serviço exterior brasileiro: 
Art. 2º (...) Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº 
11.440, de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado progressivamente à 
razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de cada 2(dois) 
anos, a partir da vigência desta Lei Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos 
previsto no caput. 
 
Por último, atenção ao recente entendimento do STF: 
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da 
aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes 
de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de 
nomeação a cargo em comissão. 
Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o 
servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já 
desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que 
não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração. STF. Plenário. 
RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
 
 3) Voluntária: 
 * 60 anos de idade + 35 de contribuição: homem; 55 anos de idade + 30 de contribuição: mulher. 
 * 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição. 
 OBS.: mínimo de 10 anos de efetivo serviço público, sendo 5 no cargo em que efetivamente 
ocorrerá a aposentadoria. 
 4) Requisitos diferenciados 
 * pessoa com deficiência 
 * atividade de risco 
 * condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física 
 5) Professor: reduz 5 anos. 
 
- No regime próprio de previdência, os inativos contribuem com o que exceder o teto do RGPS 
(Regime Geral da Previdência Social). OBS.: se o beneficiário for portador de doença incapacitante, 
esse valor do teto será dobrado. 
 
- Estabilidade no serviço público: 03 anos. 
 
- Fixação do número total de deputados federais e representação por Estado: necessidade de Lei 
Complementar, devendo existir no mínimo 8 e no máximo 70 deputados federais por Estado. 
 
- O Congresso Nacional fixa o subsídio dos membros do STF, do Presidente da República e do Vice-
Presidente, bem como dos ministros de Estado. 
 
- Julgamento dos crimes de responsabilidade: 
 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a 
Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes 
constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de 
processo e julgamento. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos 
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações 
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal 
Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. 
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o 
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da 
República não estará sujeito a prisão. 
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções. 
 
- Prerrogativas dos congressistas: 
 
 * desde a diplomação, serão julgados pelo STF. 
 * desde a diplomação, não serão presos, salvo flagrante de crime inafiançável. Os autos serão 
remetidos à Casa respectiva em 24h, para que resolva sobre a prisão, pelo voto da maioria dos seus 
membros. 
 * denúncia por crime ocorrido após a diplomação: STF cientifica a Casa. Por iniciativa de partido 
político + voto da maioria, é possível sustar o andamento da ação. Se o crime foi praticado antes da 
diplomação, não haverá essa prerrogativa. O pedido de sustação será apreciado no prazo 
improrrogável de 45 dias, contados do seu recebimento pela mesa. 
 
- É vedado o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária do membro 
do Congresso Nacional. 
 
- Requerimento de 1/3: instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 
 
- Projetos de lei são, em regra, votados pelas comissões. Mediante requerimento de 1/10 dos 
membros da Casa, a votação poderá ser levada ao pleno. 
 
- Lei de iniciativa popular (#DICA: para facilitar a memorização: 1503): 
 
 * 1% do eleitorado, distribuídos em 
 * 5 estados, manifestando-se em cada um deles 
 * 0,3% do eleitorado. 
OBS.: Projetos de lei de iniciativa popular são apresentados à Câmara dos Deputados. 
 
- Veto do Presidente da República a projeto de lei: 
 
 * 15 dias úteis. Silêncio = aprovação. 
 * 48h: comunicação dos motivos do veto ao presidente do Senado Federal. 
 * Derrubada do veto: 30 dias, sessão conjunta, votação da maioria absoluta. 
 * Promulgação em 48h pelo Presidente da República. Se este não o fizer, a promulgação 
ocorrerá em até 48h, pelo Presidente do Senado. Se este se omitir, a promulgação ocorrerá em até 
48h, pelo vice-presidente do Senado Federal. 
 
- TCU: 09 ministros, de 35 a 65 anos, com notórios conhecimentos, reputação ilibada e 10 anos de 
trabalho na área. Desse total, 1/3 é escolhido pelo Presidente da República, entre auditores e 
membros do MP de Contas, indicados em lista tríplice pelo tribunal, mediante critérios de 
antiguidade e merecimento. 2/3 são indiciados pelo Congresso Nacional. 
 
- TCE: 07 conselheiros. 
 
#NOVIDADE: Emenda Constitucional 86/2015: a União deve aplicar em saúde não menos que 15% da 
receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro. O valor de contribuição dos Estados e 
Municípios será definido em lei complementar, a qual será reavaliada pelo menos a cada 5 anos. 
 
- Saneamento básico compreende: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; 
drenagem e manejo de águas pluviais urbanos. 
 
- Educação básica obrigatória e gratuita: dos 04 aos 17 anos. 
 
- Educação infantil: até os 05 anos. 
 
- A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os estados, DF e municípios, nunca menos de 
25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
 
A súmula vinculante foi inserida no ordenamento jurídico brasileiro através da Emenda 
Constitucional nº 45/2004, conhecida como a “reforma do judiciário”. Ao inserir o artigo 103-A na 
Constituição Federal, a referida emenda ampliou a competência do STF, criando a atribuição de, após 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar súmulas que terão como objetivo a validade, 
a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre 
órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
 
Desde a sua implantação, a súmula vinculante tem sido apontada como uma aproximação do stare 
decisis característico da common law. Contudo, é preciso ter em mente que as súmulas não são 
precedentes judiciais. Afinal, “o precedente é elemento da hipótese fática da norma que permite a 
ediçãoda súmula ”. Há quem defenda, inclusive que “caso o stare decisis brasileiro estivesse 
institucionalizado, a importância das súmulas seria reduzida a nada ”. 
 
Em relação à legitimidade, a EC nº 45/2004 já havia previsto que, sem prejuízo do que vier a ser 
estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por 
aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. Com o advento da Lei Federal nº 
11.417/2006, o rol de legitimados para incluir também o Defensor Público-Geral da União, os Tribunais 
Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais 
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os 
Tribunais Militares. Além disso, o Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo 
em que seja parte, o que não autoriza a suspensão do processo. Cabe lembrar que o STF também 
poderá editar súmula vinculante de ofício, ou seja, independentemente de provocação por partes 
dos referidos legitimados. 
 
Quanto aos requisitos, formalmente, a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula 
com efeito vinculante dependerão de decisão tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do 
Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária. Sob o aspecto material, exige-se que a mesma verse 
sobre controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de 
processos sobre idêntica questão. Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar 
enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação 
ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. 
 
Em regra, os efeitos da súmula vinculantes surgem a partir de sua publicação na imprensa oficial, em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal. No entanto, existe a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal, por 
decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir 
que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de 
excepcional interesse público. Percebe-se, assim, que semelhante ao que ocorre com as decisões 
proferidas em sede de ADI, existe a possibilidade de modulação dos efeitos prospectivamente. 
Ademais, a vinculação não atinge o Poder Legislativo, nem o próprio STF. 
 
O artigo 5º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que, revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição 
de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, 
procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso. Recentemente, o STF rejeitou a 
proposta de cancelamento do enunciado 11 da Súmula vinculante, bem como rejeitou proposta de 
revisão do teor do enunciado 25 da Súmula Vinculante. Em ambos os casos, asseverou que, para 
admitir-se a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante, seria necessário demonstrar: a) a 
evidente superação da jurisprudência do STF no trato da matéria; b) a alteração legislativa quanto ao 
tema; ou, ainda, c) a modificação substantiva de contexto político, econômico ou social. Esclareceu, 
ainda que o mero descontentamento ou eventual divergência quanto ao conteúdo de verbete 
vinculante não autorizariam a rediscussão da matéria. 
 
CONTRABANDO LEGISLATIVO 
 
Inspirado na clássica obra de Montesquieu, o princípio da separação dos poderes está consagrado 
logo no artigo segundo da nossa Constituição, o qual determina que os três poderes são 
independentes e harmônicos entre si. Sua importância é de tamanha extensão que o referido 
princípio figura entre uma das quatro hipóteses de cláusula pétrea. Assim, qualquer projeto de lei ou 
emenda à Constituição tendente a abolir separação dos poderes será considerada inconstitucional. 
 
A clássica tripartição prevista pelo Montesquieu prevê que cabe ao Legislativo editar as leis, ao 
Executivo administrar com base na lei e ao Judiciário fazer cumprir a lei. No entanto, atualmente se 
admite que cada poder tem a sua função típica, porém, eventualmente pode também exercer 
funções atípicas. Isso ocorre, por exemplo, quando: o Legislativo e o Judiciário exercem funções 
administrativas em relação aos seus servidores; o Judiciário edita regimentos internos; o Legislativo 
julga crimes de responsabilidade; e o Executivo edita medidas provisórias. 
 
As medidas provisórias podem ser editadas pelo chefe do Poder Executivo, desde que atenda aos 
requisitos de relevância e urgência, previstos no caput do art. 62, além de outros requisitos previstos 
nos parágrafos seguintes. Elas são editadas com força de lei e devem ser submetidas imediatamente 
para que o Congresso Nacional aprecie no prazo de sessenta dias, uma única vez por igual período, 
sob pena de perder sua eficácia desde a sua edição. 
 
Não raras vezes, durante a apreciação das medidas provisórias, o Congresso Nacional insere 
matérias distintas daquela tratada originariamente. Tal prática denomina-se “contrabando 
legislativo” e foi enfrentada pelo STF no julgamento da ADI 5127, realizado no dia 15/10/2015 
(informativo 803). Na oportunidade, a corte fixou a tese de que é incompatível com a Constituição a 
apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida a 
sua apreciação. 
 
O fundamento utilizado pelo STF foi no sentido que a medida provisória se trata de espécie 
normativa de competência exclusiva do Presidente da República e excepcional, não seria possível 
tratar de temas diversos daqueles fixados como relevantes e urgentes. Uma vez estabelecido o tema 
relevante e urgente, toda e qualquer emenda parlamentar em projeto de conversão de medida 
provisória em lei se limitaria e circunscreveria ao tema definido como urgente e relevante. 
 
É importante destacar, por fim, que apesar de reconhecer que o contrabando legislativo é uma 
prática contrária aos ditames constitucionais, a ação foi julgada improcedente. Em que pese a 
aparente contradição entre o fundamento e o dispositivo da decisão, o STF ponderou que esta seria 
a primeira oportunidade de enfrentar o tema, e compreensão diversa subtrairia a possibilidade de 
diálogo entre os diversos ramos do Estado sobre a matéria. Além disso, essa prática alusiva à 
conversão de medidas provisórias estaria arraigada, a resultar em diversas normas produzidas de 
acordo com o procedimento. Assim, a decisão da Corte não poderia provocar insegurança jurídica, 
de modo que estariam preservadas as leis fruto de conversão de medida provisória, no que diz 
respeito à inconstitucionalidade formal. 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 
 
1. Distinções Preliminares 
 
1.1 Formas de Governo 
a) Monarquia 
1. Irresponsabilidade política do governante. 2. Hereditariedade. 3. Vitaliciedade. 
b) República 
1. Há responsabilização política do governante. 2. Eletividade: voto. 3. Temporariedade. 
 
1.2 Sistemas de Governo 
 
PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO SEMIPRESIDENCIALISMO 
1. Reunião do Chefe de Estado 
e Chefe de Governo em uma 
mesma pessoa. 
2. Prazo fixo de mandato. 
3. Independência em relação 
ao Parlamento. 
* “Recall”. 
 
 1. Há divisão do Poder 
Executivo. O Chefe de 
Estado é o Monarca ou 
Presidente da República. O 
Chefe de Governo é o 
Primeiro Ministro. 
2. Não existe prazo fixo 
para exercício do poder 
pelo Primeiro Ministro, 
escolhido pelo Parlamento. 
3. Responsabilização do 
Primeiro Ministro perante o 
Parlamento. 
 “Moção de desconfiança”. 
1. Há dualidade do Poder 
Executivo.O Chefe de Estado 
é sempre o Presidente da 
República. Exerce 
importantes funções 
políticas, bem como escolhe 
o Primeiro Ministro, sendo 
este apenas aprovado pelo 
Parlamento. 
 
 
1.3 Principais Formas de Estado: 
 
Confederação Federação 
É uma pessoa jurídica de direito público. É um Estado para a sociedade 
internacional. 
Os membros de uma confederação, em 
regra, são unidos por tratados 
internacionais. 
A união é estabelecida por uma 
constituição. 
Existe o direito de secessão. “Indissolubilidade do pacto 
federativo” (art. 1°, Cf) + intervenção 
federal (art. 34, I). 
Direito de nulificação: os estados não 
são obrigados a se submeterem a 
determinadas medidas adotados pelo 
As decisões dos órgãos centrais, 
quando tomadas dentro dos limites 
de sua competência, são obrigatórias 
parlamento comum. para todos os entes. 
Geralmente trata de assuntos externos. Trata de assuntos externos e 
internos. 
Os cidadãos permanecem com a 
nacionalidade dos estados aos quais 
pertencem. 
Os cidadãos têm a nacionalidade do 
Estado Federal. 
O único órgão em comum é o Congresso 
Confederal. Cada país permanece com 
poder executivo e judiciário próprios. 
Os órgãos legislativo, executivo e 
judiciário compõem o poder central, 
admitindo-se a possibilidade de os 
entes regionais também terem seus 
próprios órgãos. 
 
FEDERAÇÃO: 
 
Características essenciais do estado federal 
 
(i) A descentralização político-administrativa é fixada pela Constituição. 
(ii) Participação das vontades regionais na formação da vontade nacional. 
(iii) Auto-organização dos entes federativos. 
 
Requisitos para Manutenção da Federação 
a) adoção de uma constituição rígida ou da forma federativa de estado como cláusula pétrea. 
b) órgãos incumbidos de exercer o controle de constitucionalidade. 
 
2. Soberania e Autonomia 
 
 Soberania é o poder político supremo e independente. Autonomia é a capacidade de elaboração 
de normas próprias. Os entes federativos possuem as seguintes autonomias: auto-organização, 
autogoverno, autolegislação e autoadministração. 
 
3. Repartição de Competências 
 
3.1 Campos específicos de competências legislativas e administrativas 
 
a) Horizontais 
 A repartição de competência é horizontal quando não existe hierarquia entre as competências. 
 
b) Poderes Enumerados 
 A União tem poderes enumerados (arts. 22 e 21). 
 Os Municípios têm poderes enumerados no art. 30. 
 
c) Poderes Remanescentes 
 Os poderes remanescentes são atribuídos aos Estados Membros (art. 25, §1°, CF). 
Obs.: o Distrito Federal titulariza competências estaduais e municipais. 
 
3.2 Possibilidade de Delegação: União (art. 22, parágrafo único, CF): o requisito formal é a exigência 
de LC. 
 
#CUIDADO: a delegação pode ser feita para os estados e Distrito Federal, embora só exista previsão 
expressa de delegação em relação aos estados, e não ao DF. 
 
3.3 Competências Comuns 
 
Competência administrativa (art. 23, CF). É atribuída a todos os entes da Federação. Leitura 
obrigatória de TODOS os incisos. 
 
3.4 Competências Concorrentes3 
 
Trata da competência legislativa atribuída à União, Estados e DF (art. 24, CF). Leitura obrigatória de 
todos os incisos. 
 
Obs.: quando se trata das competências comuns e concorrentes, a repartição de competências é 
vertical, não cumulativa. Os entes não tratam do mesmo aspecto. “Condomínio legislativo”. 
 
 
3 Art. 24. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
Art. 24. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais. 
 
De acordo com o §1° do art. 24, cabe a União elaborar normas gerais. Segundo o §2°, cabe aos estados 
suplementarem as normas gerais da União. Se houver inércia da União, e ela não estabelecer 
normas gerais, os estados exercerão competência legislativa plena (art. 24, §3°). 
 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
Prescreve o art. 24, §4° que a superveniência de lei federal sobre normas gerais apenas SUSPENDE A 
EFICÁCIA da lei estadual no que lhe for contrário. 
 
4. Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, 
os estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal 
de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município. 
 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
- Direitos fundamentais: É possível definir direitos fundamentais como todas as posições jurídicas 
concernentes às pessoas (naturais ou jurídicas, consideradas na perspectiva individual ou 
transindividual) que, do ponto de vista do direito constitucional positivo, foram, expressa ou 
implicitamente integradas a Constituição e retiradas da esfera de disponibilidade dos poderes 
constituídos, bem como todas as posições jurídicas que, por seu conteúdo e significado, possam lhes 
ser equiparadas, tendo, ou não, assento na Constituição formal. 
 
De acordo com a teoria absoluta, o conteúdo essencial é uma parte do conteúdo total do direito 
fundamental. Seria um núcleo duro do conteúdo total que seria intransponível pelo legislador. Esse 
conteúdo essencial é absoluto! Não pode ser relativizado. 
 
#RESUMINDO: O conteúdo essencial de um direito fundamental é uma parte do seu conteúdo total. 
Consiste no chamado “núcleo duro”, o qual é considerado absoluto e intransponível. Apenas a 
outra parte (periférica do Direito: tudo aquilo que sobra após a retirada do núcleo duro) estaria 
disponível para a regulamentação legislativa. 
 
Exemplo: voto de Carlos Ayres Brito na ADPF 130 (recepção da lei de imprensa). Em seu voto, o 
Ministro ressaltou que o núcleo duro diz respeito ao conteúdo das informações a serem veiculadas. 
Mas, algumas matérias reflexas o legislador pode regular, como o direito de resposta em ofensa a 
imprensas, proteção do telespectador, regulamentação de propagandas, etc. Isso compõe a 
periferia do direito de liberdade de informação, que podem ser regulamentadas. 
 
A segunda teoria é a relativa (é incompatível com a classificação de JAS de eficácia limitada, contida 
e plena). Essa teoria defende a necessidade de justificar as restrições aos direitos fundamentais 
mediante o recurso ao princípio da proporcionalidade. Não existiria um limite intransponível, a 
priori. É preciso antes analisar a medida à luz do princípio da proporcionalidade. Se a medida estatal 
for proporcional, não atingiu o conteúdo essencial. Por outro lado, se concluiu-se que foi 
desproporcional, é porque atingiu o conteúdo essencial naquele caso. 
 
Pela teoria relativa, o conteúdo essencial não pode ser definido abstratamente, devendo ser 
analisado no caso concreto por meio do princípio da proporcionalidade. 
 
#LEMBRAR: Como se analisa a proporcionalidade? Vide tópico acima. Há três premissas: adequação 
(o meio foi apto para se atingir o fim almejado?), necessidade (o meio foi o menos oneroso possível?) 
e proporcionalidade em sentido estrito através da técnica da ponderação (a promoção de um direito 
fundamental justifica a restrição do outro direito

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