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Apostila Produção Textual

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Prévia do material em texto

1 
 
 
Pedagogia 
 
Leitura e Produção Textual 1 
Prof. Paulo 
 
 
2 
 
 
CURSO DE PEDAGOGIA 
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROFESSOR ALDO MUYLAERT 
ISEPAM/FAETEC 
DISCIPLINA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 1 
PROF. DR. PAULO CÉSAR PRAZERES MOURA 
CAMPOS DOS GOYTACAZES – 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Entre a criança e a sociedade , existem escolas e, nas escolas, ciência e arte”. 
(PC Moura) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
POESIA 
 
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE 
JORNAL DE MANUEL BANDEIRA 
 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da 
Babilônia num barracão sem número 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. 
 
 
 
4 
 
 
SEQUÊNCIAS 
 
Eu era pequena. 
A cozinheira Lizarda tinha nos levado ao mercado, minha [irmã, eu. 
Passava um homem com um abacate [na mão e eu inconsciente: 
“Ome, me dá esse abacate...” 
O homem me entregou a fruta madura. 
Minha irmã, de pronto: “vou contar pra mãe que ocê pediu abacate 
na rua”. 
Eu voltava trocando as pernas bambas. 
Meus medos crescidos, enormes... 
A denúncia confirmada, o auto, a comprovação do delito. 
O impulso materno... consequência obscura da escravidão passada, 
o ranço dos castigos corporais. 
Eu, aos gritos, esperneando. 
O abacate esmagado, pisado, me sujando toda. 
Durante muitos anos minha repugnância por esta fruta 
trazendo a recordação permanente do castigo. 
Sentia, sem definir, a recreação dos que ficaram de fora, 
assistentes, acusadores. 
Nada mais aprazível no tempo, do que presenciar a criança indefesa 
espernear numa coça de chineladas. 
“É pra seu bem”, diziam, “doutra vez não pedi [fruita na rua”. 
(Cora Coralina. Melhores poemas. p. 158.) 
 
 
 
 
 
5 
 
Arte e ideologia – o projeto de dizer 
 
Ideologia é a maneira de interpretar o mundo de acordo com os interesses da classe 
social do interpretante. A ideologia é um fenômeno (quase) inconsciente; não nos 
damos conta de que nossas avaliações e perspectivas são ideológicas, pois quando 
temos consciência disto elas deixam de ser ideológicas. O empresário que monta uma 
grande fábrica, desprendendo grande soma de capital, considera-se um gerador de 
empregos e de riqueza. O mesmo homem pode ser considerado, dentro de outra postura 
ideológica, um explorador da capacidade de trabalho humana. Todas as duas 
interpretações são ideológicas. 
 
Outro exemplo: para uma determinada classe que está no poder é necessário que haja 
verdades eternas, valores eternos, pois consciente ou inconscientemente a classe deseja 
eternizar-se no poder. Esta postura é chamada freqüentemente de “conservadora”, ou de 
“direita”, e raciocina na base do pensamento: “Isso sempre foi e será assim”. Outra 
postura, chamada de “esquerda”, ou “revolucionária”, acredita que pode haver 
mudanças, que a realidade está sempre em transformação. 
 
Chama-se ideologia dominante aquela que a classe dominante consegue impor à 
sociedade, através dos meios de comunicação e da produção da cultura. Por causa disto, 
a classe operária, por exemplo, pode deixar de ter consciência de classe (da sua classe) 
para pensar como pensa a classe dominante, e assim servir aos interesses da dominação. 
 
Alguns cientistas sociais, como Habermas, acreditam que não se pode falar hoje de 
ideologia na sociedade industrial, que caracteriza o mundo moderno. O Estado 
tecnológico, o capitalismo moderno, tratou de resolver a antiga separação de classes, 
hoje dissolvidas na massa. E a prevalência do Estado (que é um poder sem dono, um 
poder passageiro) fez com que tendam a desaparecer os donos dos meios de produção, 
isto é, a chamada burguesia, que caracterizava o tipo de sociedade do século XIX. 
Vivemos, hoje, uma enorme sociedade de massa, controlada por um gigantesco aparelho 
burocrático do estado (no Terceiro Mundo o tipo de sociedade burguesa talvez ainda 
exista). 
 
 
6 
 
Não podemos reduzir o sentido da literatura essencialmente à sua forma ideológica, ou à 
crítica da ideologia dominante. Alguns teóricos defendem a tese de que a arte faz parte 
da superestrutura (a ideologia dominante que se manifesta na religião, na filosofia, no 
direito e na política da classe dominante). Arte, porém, é forma, além de ser mensagem. 
Assim, a arte resiste mesmo quando determinadas estruturas sociais desaparecem, 
mesmo quando já não importa a ideologia em que se inseria. Foi Marx o primeiro a ver 
como a arte grega perdurava, mesmo já tendo desaparecido aquele tipo de sociedade e 
de economia grega. Havia alguma coisa naquela arte, além de ideologia. E ler “Ilíada” 
vendo só o problema escravagista é um contra-senso. 
 
É certo que o artista está condicionado histórica e socialmente, mas sua arte não se 
reduz à ideologia. A obra-de-arte supera o problema social do meio onde nasceu. Do 
ponto de vista social, a arte é expressão da divisão da sociedade; mas do ponto de vista 
da estética, a arte tende para a universalidade, vendo o homem de todas as sociedades e 
de todas as classes como o mesmo home. Assim, um personagem de Racine transcende 
o absolutismo; um personagem de Balzac transcende o capitalismo burguês. As 
ideologias de classe passam; a arte permanece. 
 
Não se pode esquecer que a arte é um produto histórico e que o universal que ela realiza 
não é o universal abstrato e intemporal (o que seria uma postura idealista). A arte surge 
no e pelo particular para atingir o universal. Surge num determinado tipo de sociedade 
para atingir a universalidade. 
 
É necessário, pois, excluir os dois extremos: nem pensar que a arte é somente ideologia, 
nem opor arte e ideologia, negando o seu caráter ideológico. 
 
http://kajereto.blogspot.com.br/2009/06/arte-e-ideologia.html 
 
 
 
 
 
7 
 
____________________________________________________________ 
O açúcar – 
Ferreira Gullar 
 
 
O branco açúcar que adoçará meu café 
nesta manhã de Ipanema 
não foi produzido por mim 
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. 
Vejo-o puro 
e afável ao paladar 
como beijo de moça, água 
na pele, flor 
que se dissolve na boca. Mas este açúcar 
não foi feito por mim. 
Este açúcar veio 
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. 
Este açúcar veio 
de uma usina de açúcar em Pernambuco 
ou no Estado do Rio 
e tampouco o fez o dono da usina. 
Este açúcar era cana 
e veio dos canaviais extensos 
que não nascem por acaso 
no regaço do vale. 
Em lugares distantes, onde não há hospital 
nem escola, 
homens que não sabem ler e morrem de fome 
aos 27 anos 
plantaram e colheram a cana 
que viraria açúcar. 
Em usinas escuras, 
homens de vida amarga 
e dura 
produziram este açúcar 
branco e puro 
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. 
 
 
E AGORA...? 
O QUE SE PODE DIZER 
DESSE POEMA? 
 
8 
 
 
Ideologia e arte – produção de texto 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
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9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
 
 
Identifique os elementos das situações de comunicação a seguir: 
 
Um estudante ao telefone convidando um colega de uma turma para ir ao jogo de futebol no 
próximo fim de semana 
 
Emissor: ______________________________________________ 
 
Receptor; _________________________________________ 
 
Mensagem; ____________________________________________ 
 
Código: ______________________________________________ 
 
Canal: ________________________________________________ 
 
Contexto: _____________________________________________ 
 
A aula ministrada pelo professor de comunicação empresarial. 
 
Emissor: ______________________________________________ 
 
Receptor; _________________________________________ 
 
Mensagem; ____________________________________________ 
 
Código: ______________________________________________ 
 
Canal: ________________________________________________ 
 
Contexto: _____________________________________________ 
 
E-mail mesclando texto e emoticons de uma jovem apaixonada ao seu namorado. 
 
Emissor: ______________________________________________ 
 
Receptor; _________________________________________ 
 
Mensagem; ____________________________________________ 
 
Código: ______________________________________________ 
 
Canal: ________________________________________________ 
 
Contexto: _____________________________________________ 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
Para que serve a linguagem? 
Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas 
do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar 
o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz. 
Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que 
ela funciona? 
As funções da linguagem são diferentes recursos de comunicação que, conforme o 
objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem transmitida, em função do contexto em que 
o ato comunicativo ocorre. 
Existem seis funções da linguagem. Estas encontram-se diretamente relacionadas com 
os elementos da comunicação. 
 
Funções da linguagem Elementos da comunicação 
 Função referencial ou denotativa contexto 
 Função emotiva ou expressiva emissor 
 Função apelativa ou conativa receptor 
 Função poética mensagem 
 Função fática canal 
 
12 
 
Funções da linguagem Elementos da comunicação 
 Função metalinguística código 
1. Função referencial ou denotativa 
A função referencial, também chamada de função denotativa, tem como principal 
objetivo informar sobre um determinado assunto. Assim, a ênfase é dada ao contexto 
comunicativo. 
Características da função referencial ou denotativa: 
Transmite uma informação de forma clara, objetiva e direta; 
Informa sobre a realidade, tendo como base fatos e dados concretos; 
É impessoal, não apresentando a opinião do emissor; 
Utiliza uma linguagem denotativa; 
Utiliza a 3.ª pessoa do discurso. 
Onde se usa a função referencial ou denotativa: 
notícias de jornal; 
textos técnicos; 
artigos científicos; 
livros didáticos; 
documentos oficiais; 
correspondências comerciais. 
Exemplos da função referencial ou denotativa: 
As tarifas dos transportes públicos aumentarão de preço no próximo mês. 
Os artigos podem ser classificados em artigos definidos e artigos indefinidos. 
Os médicos recomendam uma alimentação saudável e a realização de exercício físico 
diário. 
2. Função emotiva ou expressiva 
A função emotiva, também chamada de função expressiva, tem como principal objetivo 
transmitir as emoções e sentimentos do emissor. Assim, a ênfase é dada ao emissor da 
mensagem. 
Características da função emotiva ou expressiva: 
A mensagem transmitida é subjetiva, conforme a visão do emissor. 
É pessoal, sendo utilizada a 1.ª pessoa do discurso. 
Há a presença de interjeições que enfatizam o discurso. 
 
13 
 
Utiliza pontuação que acentua a sua entonação emotiva, como os pontos de exclamação 
e as reticências. 
Onde se usa a função emotiva ou expressiva: 
poemas; 
cartas pessoais; 
memórias; 
autobiografias; 
depoimentos; 
entrevistas; 
músicas. 
Exemplos da função emotiva ou expressiva: 
Ah, fiquei tão feliz com essa notícia! 
Minho nossa, sinto-me tão triste e cansado. . 
Estou sentindo um ódio extremo dele. 
3. Função apelativa ou conativa 
A função apelativa, também chamada de função conativa, tem como principal objetivo 
influenciar e persuadir o receptor, sendo um apelo para que este faça algo. Assim, a 
ênfase é dada ao receptor da mensagem. 
Características da função apelativa ou conativa: 
Predomina o uso de verbos no imperativo. 
Utiliza a 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso (tu e você). 
Há a presença de vocativos que direcionam a mensagem. 
Recorre a pontos de exclamação para enfatizar o discurso. 
Onde se usa a função apelativa ou conativa: 
publicidades; 
propagandas; 
discursos políticos; 
sermões religiosos; 
livros de autoajuda; 
horóscopo. 
Exemplos da função apelativa ou conativa: 
Aproveite as melhores ofertas! 
Não perca esta chance! Ligue ainda hoje! 
 
14 
 
Cidadão consciente, vote em mim! 
4. Função poética 
A função poética tem como principal objetivo transmitir uma mensagem elaborada, 
formalmente estruturada, com as palavras cuidadosamente selecionadas para produzir 
um resultado estético. A ênfase dada à própria mensagem. 
Características da função poética: 
Utiliza uma linguagem elaborada e cuidada. 
Dá importância ao ritmo, melodia e sonoridade das palavras. 
Procura o que é belo e inovador. 
Onde se usa a função poética: 
poemas; 
obras literárias; 
letras de músicas; 
publicidade; 
propaganda. 
Exemplos da função poética: 
"O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente." 
Fernando Pessoa 
"Basta-me um pequeno gesto, 
feito de longe e de leve, 
para que venhas comigo 
e eu para sempre te leve..." 
Cecília Meireles 
 
5. Função Fática 
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um canal de comunicação entre 
o emissor e o receptor, quer para iniciar a transmissão da mensagem, quer para 
assegurar a sua continuação. A ênfase dada ao canal comunicativo. 
Características da função fática: 
Recorre a frases interrogativas para obter resposta do receptor. 
 
15 
 
Utiliza interjeições e onomatopeias para manter o discurso. 
Onde se usa a função fática: 
cumprimentos; 
saudações; 
conversas telefônicas. 
Exemplos da função fática: 
Alô! Alô? 
Bomdia! 
Não é mesmo? 
Sei... 
Hum... hum... 
6. Função metalinguística 
A função metalinguística tem como principal objetivo usar um determinado código para 
explicar esse próprio código. Assim, a ênfase dada ao código comunicativo. 
Características da função metalinguística: 
Utiliza o código como tema da mensagem. 
Tem uma função explicativa. 
Onde se usa a função metalinguística: 
dicionários; 
gramáticas. 
Exemplos da função metalinguística: 
O código linguístico é um sistema de signos usados na construção de mensagens. 
Uma mensagem é uma comunicação oral ou escrita que visa transmitir uma informação. 
 
EXERCÍCIOS: 
 
1. Identifique a frase em que a função 
da linguagem predominante é a 
função referencial. 
a) Siga o meu exemplo. Você se sentirá 
melhor! 
b) Estou muito animada com o meu 
novo emprego. 
c) Existem três acentos gráficos na 
língua portuguesa. 
d) Sim... Sei… Estou ouvindo, claro. 
2. Qual a função da linguagem 
presente na frase: “Ligue agora! Não 
perca esta oportunidade!” 
a) Função expressiva 
b) Função apelativa 
c) Função metalinguística 
d) Função fática 
3. Com qual elemento da 
comunicação está relacionada a 
função metalinguística da linguagem? 
a) Código 
b) Canal 
c) Mensagem 
d) Receptor 
 
16 
 
4. Indique quais as funções da 
linguagem presentes nas seguintes 
frases. 
a) Alô? Alô? 
b) 1995 foi um ano muito difícil para 
mim. 
c) Que ódio! Que raiva! 
d) Claro! Não é mesmo? 
5. Assinale as opções nas quais é 
usada, habitualmente, a função 
apelativa ou conativa da linguagem? 
a) Discursos políticos 
b) Horóscopos 
c) Propagandas 
d) Dicionários 
6. Selecione as opções que indicam os 
elementos da comunicação. 
a) Receptor 
b) Contexto 
c) Trasmissão 
d) Código 
e) Emissor 
f) Intenção 
g) Mensagem 
h) Canal 
7. Em qual função da linguagem a 
ênfase é dada ao contexto 
comunicativo, tendo como principal 
objetivo informar o receptor da 
mensagem sobre um assunto 
específico? 
a) Função apelativa ou conativa 
b) Função metalinguística 
c) Função fática 
d) Função referencial ou denotativa 
8. Assinale as duas opções que 
indicam caraterísticas da função 
emotiva ou expressiva. 
a) É pessoal, sendo utilizada a 1.ª 
pessoa do discurso. 
b) Predomina o uso de verbos no 
imperativo. 
c) Há a presença de interjeições que 
enfatizam o discurso. 
d) Transmite uma informação de forma 
clara, objetiva e direta. 
9. Em qual função da linguagem a 
ênfase é dada ao código comunicativo, 
tendo como principal objetivo o uso 
de um código que possibilite explicar 
o próprio código. 
a) Função fática 
b) Função metalinguística 
c) Função referencial ou denotativa 
d) Função apelativa ou conativa 
10. Qual das seguintes opções não se 
refere a uma característica da função 
poética? 
a) Privilegia a melodia e sonoridade das 
palavras. 
b) Utiliza uma linguagem elaborada e 
cuidada. 
c) Utiliza uma linguagem denotativa. 
 
GABARITO: 
1. c) 
2. b) 
3. a) 
4. 
a) Função fática 
b) Função emotiva ou 
expressiva 
c) Função emotiva ou 
expressiva 
d) Função fática 
5. a) b) c) 
6. a) b) d) e) g) h) 
7. d) 
8. a) c) 
9. b) 
10. c)
 
17 
 
 
POEMA BRASILEIRO (Ferreira Gullar) 
No Piauí de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade 
 
No Piauí 
de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade 
 
No Piauí 
de cada 100 crianças 
que nascem 
78 morrem 
antes 
de completar 
8 anos de idade 
 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
ANALISE O POEMA ACIMA, DISCUTINDO-O SOB A ÓTICA DE SUAS FUNÇÕES DE LINGUAGEM. 
 
______________________________________________________________________ 
 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________ 
 
18 
 
 
Linguagem, língua e 
fala: qual a diferença? 
 
Linguagem, língua e fala são três conceitos 
indissociáveis no processo comunicativo, porém 
individualmente diferenciáveis entre si. 
Linguagem 
A linguagem é um sistema de signos ou símbolos usados na transmissão de uma 
mensagem. É a capacidade de comunicação de ideias, pensamentos, opiniões, 
sentimentos, experiências, desejos, informações,… 
Existem dois tipos de linguagem: linguagem verbal, recorrendo a palavras como forma 
de comunicação, e linguagem não verbal, utilizando outros meios comunicativos, como 
gestos, sons, imagens,… 
 
Linguagem verbal: Palavras escritas; Palavras faladas. 
Linguagem não verbal: gestos; sinais; sons; cores; imagens; desenhos; expressões 
faciais. 
 
19 
 
Língua 
A língua é um conjunto de palavras organizadas por regras gramaticais específicas. É 
uma convenção que permite que a mensagem transmitida seja sempre compreensível 
para os indivíduos de um determinado grupo. Assim, tem um caráter social e cultural, 
sendo usada por uma comunidade específica: 
Ex.: língua portuguesa; língua inglesa; língua francesa; língua alemã; língua chinesa; 
língua tupi etc 
… 
Nota: A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua com estrutura gramatical 
própria e não uma linguagem, sendo reconhecida, também, como língua oficial de sinais 
do Brasil desde 2002. 
 
Fala 
A fala é a forma pessoal de expressão de cada indivíduo, que possui uma organização 
própria de pensamentos, ideias, opiniões,… A fala segue as regras gramaticais da 
língua, mas deixa margem para a criatividade e diferenciação na comunicação em 
função de quem fala. 
É influenciada pelo contexto, vivências, personalidade e conhecimentos linguísticos do 
falante, apresentando diversos níveis, desde o mais informal ou coloquial, até o mais 
formal ou culto. 
 
Níveis da fala: nível formal ou culto; nível informal, coloquial ou popular; nível 
regional; nível vulgar; nível técnico ou profissional; nível literário ou artístico. 
 
 
 
 
 
SIGNO LINGUÍSTICO 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
O que é Semiótica? 
Rodrigo Bifani 
 
 
 
A Semiótica é a ciência geral dos signos e da que estuda todos os fenômenos culturais 
como se fossem sistemas sígnicos; isto é, sistemas de significação. 
Mais abrangente que a linguística, a qual se restringe ao estudo dos signos linguísticos, 
ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objetivo qualquer 
sistema sígnico - Artes Visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, 
Gestos, Religião, Ciências, etc. 
Para compreender o básico da Semiótica, precisamos saber o que são signos, símbolos e 
ícones.Signos = Servem para representar “coisas” em nosso cérebro. Quando olhamos algo, 
criamos uma imagem “similar”, o objeto não está de fato dentro da nossa cabeça, nosso 
mundo está todo representado por signos. 
ISTO NÃO É UM CACHIMBO. 
Em 1929, o artista surrealista belga René Magritte fez uma obra fundamental que nos 
faz pensar sobre o objeto em si e sua representação. É sobre representação e não sobre 
o objeto do pensamento em si que incide a charge. A charge é como o quadro de 
Magritte, uma representação. "Ceci n’est pas une pipe" (Isto não é um cachimbo) foi 
uma imagem revolucionária e continua sendo. 
 
 
23 
 
 
 
Símbolos = “Elemento representativo visível que por analogia substitui um objeto”. Por 
exemplo, os desenhos pré-históricos (pinturas em pedras), são *símbolos representando 
*signos. 
 
Ícones = “Pequeno símbolo gráfico, usado geralmente para representar um software ou um 
atalho para um arquivo específico”. Imagine um botão, sabemos o que é no mundo real ou 
virtual. 
 
24 
 
 
Na prática pra que serve tudo isso? 
A semiótica é uma ciência que nos ajuda a entender como as pessoas interagem com objetos, 
interpretam o mundo a sua volta e com o que se emocionam, entre outras coisas. Com essa 
ajuda, podemos melhorar produtos e serviços criando e adequando qualquer coisa para nosso 
público alvo. 
 
 
Diversos autores publicaram livros sobre o assunto, porém os mais importantes são: 
Sausurre – Aplicou a semiótica principalmente no campo linguístico. 
Pierce - Na filosofia. 
Umberto Eco – Na literatura e no cinema (inspirou estudos sobre interfaces gráficas). 
Como ciência a Semiótica é relativamente nova, contudo é utilizada a muito tempo por todos 
os povos e culturas antigas. No passado quando buscamos colocar em prática nossas idéias 
representando-as no mundo real, criamos signos e símbolos iniciamos uma evolução sem 
precedentes que moldou nosso mundo como conhecemos hoje. 
 
 
 
25 
 
 
 
RENÉ MAGRITTE: A IMAGEM NÃO É 
O SER 
NOVEMBRO 22, 2016 CATHERINE BELTRÃO DEIXE UM COMENTÁRIO 
“A arte evoca o mistério sem o qual o mundo não existiria“, já disse René Magritte 
(1898-1967) . 
 
René Magritte 
Magritte foi um dos principais representantes do surrealismo, ao lado dos artistas 
plásticos Salvador Dali e Max Ernst, além de Luiz Buñuel, no cinema, de André Breton, 
na poesia e de Antonin Artaud, no teatro. 
E assim ele definia a sua pintura: “Minhas pinturas são imagens visíveis que não 
escondem nada. […] elas evocam mistério e, de fato, quando alguém vê uma de minhas 
imagens, faz a si mesmo esta simples pergunta:’ O que significa isso?’ e isso não 
significa nada, porque o mistério também não significa coisa alguma, é 
irreconhecível.” 
 
26 
 
 
“Ceci n’est pas une pipe”, de René Magritte. 1929. Vídeo “A Traição das Imagens”, apresentando uma releitura da 
obra. Duração: 3:00 
Uma das principais obras de Magritte é, sem dúvida alguma, “La trahison des images” 
(“A traição das imagens“). Também conhecida como “Ceci n’est pas une pipe” (“Isto 
não é um cachimbo“), ele usa na pintura uma representação de um objeto como algo 
diferente daquilo que parece ser. Ou seja, a pintura não é um cachimbo; é uma imagem 
de um cachimbo. Se quisermos preencher a imagem com tabaco, não conseguiremos, 
não é mesmo? 
 
“Les amants I”, de René Magritte. 1928. 
Vídeo: bela releitura da obra. Duração: 
4:20 
 
“Les amants II”, de René Magritte. 1928. 
Também muito conhecidas são duas das quatro obras intituladas “Les amants” (“Os 
amantes“). Nestas obras, os rostos e pescoços dos dois personagens estão cobertos por 
panos, podendo ter uma variedade de interpretações, a gosto do observador: eles se 
amam sem se ver; eles já se conhecem e não precisam se ver para se amarem; ou se ver 
não é importante para se amar; ou ainda que para ser feliz é preciso viver escondido… 
lembrando também que o corpo da mãe de Magritte, que havia se suicidado nas águas 
de um rio quando ele ainda era adolescente, ter sido encontrado com o rosto coberto por 
um pano. 
 
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“La réproduction interdite”, de René Magritte. 1937. 
 
“Le faux miroir”, de René Magritte. 1928. 
Mais duas obras de Magritte podem ser apresentadas em paralelo: “La reproduction 
interdite” (“A reprodução proibida“) e “Le faux miroir” (“O falso espelho“). Em ambas 
as telas, a pintura não é um espelho que se limita a reproduzir as aparências. Não se 
trata de um espelho da realidade. É preciso ir além daquilo que se esconde. Na primeira 
obra, os reflexos do homem e do livro são tratados de forma diversa, o que causa 
desconforto e estranheza na sua contemplação. Na segunda obra, o olho humano está 
superdimensionado e, ao invés de proporcionar uma visão do que está por dentro da 
alma do homem, reflete o que está fora, um céu com nuvens. 
Talvez a obra mais reproduzida e servido de base para uma infinidade de releituras seja 
“Le fils de l’homme” (“O filho do homem“). 
 
“Le fils de l’homme”, de René Magritte. 1964. Para ver os bastidores do vídeo “A Traição das Imagens”, clique na 
imagem. Duração: 2:45 
Sobre a pintura, Magritte disse: “Pelo menos ela esconde o rosto parcialmente. Bem, 
então você tem a face aparente, a maçã, escondendo o visível, mas oculto, o real rosto 
da pessoa. É algo que acontece constantemente. Tudo o que vemos esconde outra coisa, 
e nós sempre queremos ver o que está escondido, pelo que vemos. Há um interesse no 
que está escondido e que o visível não nos mostra. Este interesse pode assumir a forma 
 
28 
 
de um sentimento bastante intenso, uma espécie de conflito, pode-se dizer, entre o 
visível que está oculto e o visível que está presente.” 
Para terminar, mais uma frase antológica de René Magritte: 
“Não há respostas em minhas pinturas, só perguntas“. 
As respostas estão em cada um de nós. 
 Autor: Catherine Beltrão 
 
“La réproduction interdite”, de René Magritte. 1937. 
 Autor: Catherine Beltrão 
 
 
TRABALHO EM GRUPO 
 
Presos à nossa cultura, reproduzimos estereótipos muitas vezes sem termos ideia que o 
fazemos. Acho que é algo como identificar-se ateu num mundo cristão. Estamos tão 
contaminados pelos valores cristãos em nossa conduta, que, mesmo se identificando 
com o ateísmo, agimos sob os preceitos morais da nossa sociedade. 
Sabendo disso, o poeta Manuel Bandeira criou um texto para incomodar e questionar os 
valores de nossa sociedade e, sobretudo, me parece, colocar o leitor em xeque. Dessa 
forma, em grupo, vocês formarão um núcleo de discussão a respeito do texto que segue 
abaixo. Após muito discutirem, irão expor de forma aberta a toda turma suas opiniões. 
O texto de Manuel Bandeira fala de um crime passional. Mas, cuidado, trata-se de um 
texto literário, ficcional; logo, motivado a “pegadinhas”; isto é, a dizer coisas nas 
entrelinhas. Reflitam sobre a conduta moral dos personagens e por que a história é 
trágica. 
Mas, o que é trágico? Segundo o dicionário Aurélio: 
 
TRAGÉDIA BRASILEIRA 
 
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, 
 
Conheceu Maria Elvira na Lapa, - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, 
uma aliança empenhada e o dentes em petição de miséria. 
 
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou 
médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. 
 
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. 
 
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez 
nada disso: mudou de casa. 
 
29 
 
 
Viveram três anos assim. 
 
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, 
Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua 
Clapp, 
outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, 
Inválidos... 
 
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de 
inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em 
decúbito dorsal, vestida de organdi azul. 
Manuel Bandeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GÊNEROS E TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
1. Texto Descritivo 
 
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, 
pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o 
leitor as impressões e as qualidades de algo. 
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a 
elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras. 
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo 
textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a 
saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, 
vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros. 
Descubra aqui como escrever um bom texto descritivo. 
 
1.1 – Características 
 
Retrato verbal 
Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases 
Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas 
Utilização da enumeração e comparação 
Presença de verbos de ligação 
Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado) 
Emprego de orações coordenadas justapostas 
 
1.2 - Estrutura Descritiva 
 
A descrição apresenta três passos para a construção: 
Introdução: apresentação do que se pretende descrever. 
Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição. 
Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo. 
Tipos de Descrição 
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em: 
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões 
pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de 
impressões dos autores. 
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as 
características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões 
subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, 
manuais 
 
1.3 - Tipos de Descrição 
 
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em: 
 
 
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Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões 
pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de 
impressões dos autores. 
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as 
características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões 
subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, 
manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias. 
 
Exemplos: 
 
Descrição Subjetiva 
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda 
preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco 
desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da 
cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das 
louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e 
suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O 
Primo Basílio, Eça de Queiroz) 
 
Descrição Objetiva 
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta 
(1,75), cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado." 
 
 
 
 
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2. Texto Narrativo 
 
Texto narrativo é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num 
determinado tempo e espaço. 
Geralmente, ele é escrito em prosa e nele são narrados (contados) alguns fatos e 
acontecimentos. 
Alguns exemplos de textos narrativos são: romance, novela, conto, crônica e fábula. 
 
2.1 - Estrutura da Narrativa 
 
Apresentação: também chamada de introdução, nessa parte inicial o autor do texto 
apresenta os personagens, o local e o tempo em que se desenvolverá a trama. 
Desenvolvimento: aqui grande parte da história é desenvolvida com foco nas ações dos 
personagens. 
Clímax: parte do desenvolvimento da história, o clímax designa o momento mais 
emocionante da narrativa. 
Desfecho: também chamada de conclusão, ele é determinado pela parte final da 
narrativa, onde a partir dos acontecimentos, os conflitos vão sendo desenvolvidos. 
2.2 - Elementos da Narrativa 
 
Narrador - é aquele que narra a história. Dividem-se em: narrador observador, narrador 
personagem e narrador onisciente. 
Enredo - trata-se da estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as 
ações. São classificados em: enredo linear, enredo não linear, enredo psicológico e 
enredo cronológico. 
Personagens - são aqueles que compõem a narrativa sendo classificados em: 
personagens principais (protagonista e antagonista) e personagens secundários 
(adjuvante ou coadjuvante). 
Tempo - está relacionado com a marcação do tempo dentro da narrativa, por exemplo, 
uma data ou um momento específico. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. 
Espaço - local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num ambiente físico, 
ambiente psicológico ou ambiente social. 
2.3 - Tipos de Narrador 
 
Os tipos de narrador, também chamado de foco narrativo, representam a "voz textual" 
da narração, sendo classifcados em: 
Narrador Personagem - a história é narrada em 1ª pessoa onde o narrador é um 
personagem e participa das ações. 
Narrador Observador - narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos 
porém, não participa da ação. 
Narrador Onisciente - esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse 
caso, a história é narrada em 3ª pessoa. No entanto, quando apresenta fluxo de 
pensamentos dos personagens, ela é narrada em 1ª pessoa. 
 
 
 
 
 
34 
 
2.4 - Tipos de Discurso Narrativo 
 
Discurso Direto - no discurso direto, a própria personagem fala. 
Discurso Indireto - no discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem. Em 
outras palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem. 
Discurso Indireto Livre - no discurso indireto livre há intervenções do narrador e das 
falas dos personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto 
 
Exemplos de Discurso 
 
Discurso Direto 
 
 
Discurso Indireto 
 
 
 
 
Discurso Indireto Livre 
 
 
 
35 
 
 
EXERCÍCIO DE LEITURA E ANÁLISE 
 
O rouxinol e a rosa. (Oscar Wilde) 
 
1. Identifique o tipo de narrador 
2. Qual é em sua opinião o verdadeiro conflito 
presente no texto? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3. TEXTO DISSERTATIVO 
 
A dissertação é o tipo de texto no qual ideias e pontos de vista são defendidos acerca de 
determinado assunto. 
 
ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO 
 
 
Introdução: A introdução é sua oportunidade de dar “boas-vindas” ao 
leitor. Nesse momento, você apresentará a ideia ou o ponto de vista que 
será defendido ao longo do seu texto. Um bomcomeço certamente 
garantirá o interesse e a adesão de quem está lendo; 
Desenvolvimento ou argumentação: Ao longo do desenvolvimento do 
seu texto, sua principal missão será convencer o leitor sobre a 
pertinência de seus argumentos, e isso só acontecerá se eles forem 
suficientemente fortes e convincentes. Por esse motivo, é importante dar 
exemplos e fornecer dados baseados em opiniões de especialistas para 
fomentar seu ponto de vista. 
Conclusão: No encerramento do seu texto, você deverá concluir a linha 
de raciocínio desenvolvida. É fundamental que ao final da redação seu 
posicionamento fique claro e coerente com o desenvolvimento. 
 
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM 
 
 
Quanto à linguagem, alguns cuidados devem ser tomados: O texto 
dissertativo deve ser objetivo, portanto, as palavras devem assumir seu 
sentido denotativo, ou seja, seu sentido literal. Dê preferência à ordem 
direta das orações, pois elas são mais bem compreendidas pelo leitor. A 
elaboração de um texto dissertativo está centrada na defesa de ideias e 
na maneira como essas ideias são articuladas. Para garantir uma boa 
articulação de seus argumentos, fique atento à coerência e à coesão 
textual, elementos que proporcionarão uma melhor relação de sentidos 
das ideias expostas. Agora que você já conhece as principais 
características da dissertação, é hora de treinar a escrita e seus 
argumentos. 
 
 
 
 
37 
 
TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO 
 
Desordem e progresso 
 
É condenável a atitude que grande parte da sociedade desempenha no 
que diz respeito à preservação do meio ambiente. Apesar dos inúmeros 
desastres ecológicos que ocorrem com demasiada frequência, a 
população continua “cega” e o pior é que essa cegueira é por opção. 
Não sou especialista no assunto, mas não é preciso que o seja para 
perceber que o Planeta não anda bem. Tsunamis, terremotos, 
derretimento de geleiras, entre outros fenômenos, assustam a população 
terrestre, principalmente nos países desenvolvidos – maiores poluidores 
do Planeta – seria isso mera coincidência? Ou talvez a mais clara 
resposta da natureza contra o descaso com o futuro da Terra? Acredito 
na segunda opção. 
Enquanto o homem imbuído de ganância se empenha numa busca 
frenética pelo progresso, o tempo passa e a situação adquire proporções 
alarmantes. Onde está o tal desenvolvimento sustentável que é – ou era 
– primordial? Sabemos que o progresso é inevitável e indispensável para 
que uma sociedade se desenvolva e atinja o estágio clímax de suas 
potencialidades, mas vale a pena conquistar esse progresso às custas 
da destruição da fauna, da flora, da qualidade de vida que a natureza nos 
proporciona? Não podemos continuar cegos diante dessa realidade. 
Somos seres racionais em pleno exercício de nossas faculdades, não 
temos o direito de nos destruirmos em troca de cédulas com valores 
monetários que ironicamente estampam espécies animais em seus 
versos. Progresso e natureza podem, sim, coexistir, mas, para isso, é 
preciso que nós – população terrestre – nos conscientizemos de nossa 
responsabilidade sobre o lugar que habitamos e ponhamos em prática o 
que na teoria parece funcionar.

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