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Genética Básica Síndrome de Angelman Clara Valle Pereira 20141105183 Síndrome de Angelman A síndrome de Algelman é definida como um distúrbio de caráter genético- neurológico que causa retardo mental, alterações no comportamento e algumas características físicas distintivas. Esta síndrome recebeu este nome em homenagem ao neurologista que a descreveu pela primeira vez, no ano de 1965, Dr. Harry Algelman, onde ele havia identificado três crianças com características comuns: rigidez, ausência de fala, dificuldades para andar, riso excessivo e crises convulsivas. No ano de 1987, foi observada na análise cromossômica de aproximadamente 50% dos indivíduos afetados por esta síndrome, uma diminuta deleção do cromossomo 15. Esta síndrome mostrou-se bastante frequente nos últimos anos: estima-se que uma a cada quinze ou vinte mil crianças nascidas vivas são portadoras desta doença. Características da doença Ausência da fala Algumas crianças com Síndrome de Angelman parecem ter bastante compreensão para serem capazes de falar, porém, a linguagem conversacional não se desenvolve. Em um estudo de 47 indivíduos, informaram que 39% falaram até 4 palavras, porém não sabiam se estas palavras foram usadas de acordo com o seu significado. Crianças com S.A causado pôr disomia uniparental ou pôr deleções extremamente pequenas podem ter capacidades verbais e cognoscitivas mais altas; podem chegar a usar de 10-20 palavras ainda que com a pronuncia errada. Falta de atenção e hiperatividade A hiperatividade provavelmente é a conduta mais típica em S.A. Se descreve melhor como hipermotricidade com pouca atenção concentrada. Essencialmente todos as crianças S.A tem algum componente de hiperatividade e meninos e meninas parecem igualmente afetados. Tanto os meninos quanto os jovens podem ter uma atividade aparentemente incessante, constantemente colocando suas mãos ou objetos em sua boca, movimentando-se de um lado para o outro. Em casos extremos, o movimento constante pode causar acidentes, contusões ou ferimentos. Condutas como agarrar, beliscar e morder a meninos maiores se tem constatado que, também, podem acentuar-se pela atividade hipermotora. Terapias persistentes e consistentes de modificação de conduta ajudam a diminuir ou eliminar estas condutas não desejadas. Andar desequilibrado, com pernas afastadas e esticadas Movimentos hiperquinéticos do tronco e membros tem sido reportados nos primeiros anos de vida e movimentos nervosos ou tremores podem estar presentes nos primeiros 6 meses de vida. Os movimentos voluntários são freqüentemente irregulares, variando de sacudidelas ligeiras a movimentos toscos não coordenados que ocorrem caminhando, comendo e alcançando objetos. A seqüência das etapas normais de motricidade grossa estão atrasadas; normalmente se sentam depois dos 12 meses e não andam até os 3 ou 4 anos de idade. Características da doença Natureza afetiva e risos frequentes Não se sabe porque o riso é tão freqüente em S.A. Inclusive o riso em pessoas normais não se conhece bem. Estudos do cérebro em S.A, usando exploração MRI ou CT não tem mostrado nenhum defeito que possa pensar em local para uma anormal riso-induzido. Existe um tipo de convulsão associado com o riso, chamada epilepsia risível, isto não é o que ocorre com S.A. O riso em S.A parece ser fundamentalmente um sucesso de expressão motora, a maioria das reações aos estímulos, físicos e mentais, é acompanhado pôr riso ou um riso parecido a contração facial. Embora os meninos S.A experimentem uma variedade de emoções, aparentemente predomina a felicidade. Sono entrecortado e difícil Os pais informam que a diminuição da necessidade de dormir e ciclos anormais de dormir/despertar são característicos em S.A. Se tem reportado perturbações do sono em crianças S.A e se tem estudado o caso de uma criança que estando em um programa de tratamento de conduta, os ciclos de dormir/despertar eram anormais. Muitas famílias preparam um quarto para que seja seguro e a criança não possa sair durante a noite, de forma a facilitar a vigilância e o cuidado. O uso de sedantes como chloral hidrate ou diphenyihydramine ( Benadryl) pode ser útil se a vigília interfere na vida dos demais membros da casa. Recentemente, a administração de 0,3mg. De melatonina 1 hora antes de deitar-se, tem mostrado resultados para algumas crianças, porem não deve administrar-se na metade da noite se a criança desperta. Não obstante, a maioria das crianças S.A não recebe medicação para o sono e aqueles que o fazem normalmente não requerem muito tempo de uso. Redução do tamanho da cabeça e achatamento de sua porção posterior Quando recém-nascidos parecem estar bem formados fisicamente, porém ao redor dos 12 meses de idade se manifesta uma desaceleração do crescimento craniano que pode representar uma microcefalia absoluta ou relativa ( microcefalia absoluta significa ter um perímetro encefálico 2.3% mais baixo ). O predomínio de microcefalia absoluta varia de 88% até 34% e pode ser tão baixo como 25% quando os casos sem deleção também são incluídos. Não obstante a maioria dos indivíduos S.A tem perímetro cefálico menor da percentagem 25 na idade de 3 anos, amiúde acompanhado pôr um aplainamento atrás da cabeça. A média de estatura é mais baixa que a inferior para crianças normais porém a maioria das crianças S.A estão dentro da faixa normal. Características da doença Redução da pigmentação cutânea, com pele mais clara do que o padrão familiar e maior frequência de cabelos -finos e loiros e olhos claros Quando S.A é causado pôr uma grande deleção, normalmente existe uma hipopigmentação da pele e dos olhos. Isto ocorre porque tem um gem do pigmento, localizado perto do gem S.A que também foi perdido. Este gem do pigmento produz uma proteína (chamada proteína P) que se crê que ela seja crucial na síntese da melamina. Melamina é a molécula principal para a pigmentação da nossa pele. Em algumas crianças com S.A, esta hipopigmentação pode ser tão severa que pode chegar a parecer uma forma de albinismo. Naqueles com dissomia parental ou com deleção muito pequena, este gem não é perdido e a pele é normal e a pigmentação do olho também. As crianças com hipopigmentação são muito sensíveis ao sol e devem ser usados protetores solares para proteger a pele. Nem todas as crianças S.A com perda do gem P tem, obviamente, hipopigmentação, e pode acontecer que somente tenham a cor da pele mais clara que a de seus pais. Estrabismo (40%dos casos) e mais raramente (10%) desvio na coluna (escoliose) Estudos de pacientes com S.A demonstram que a incidência de estrabismo se dá em 30-60% dos casos. Este problema parece ser mais comum em crianças com hipopigmentação ocular, dado que o pigmento da retina é crucial para o desenvolvimento normal das ramificações do nervo óptico. O tratamento de estrabismo em S.A é similar ao de outras crianças: acompanhamento pôr um oftalmologista, correção de qualquer déficit visual, e quando seja apropriado, óculos ou cirurgia dos músculos extraoculares. As atividades hipermotoras de algumas crianças S.A fazem que seja difícil o uso de tampões e óculos. Durante a adolescência se podem desenvolver escolioses e é um problema sobretudo naqueles que não tem capacidade de andar. A escoliose deve ser tratada imediatamente com um espartilho ortopédico para prevenir a progressão, e uma correção cirúrgica ou estabilização podem ser necessárias para os casos mais severos. Característicasda doença Crises epiléticas, especialmente ausências, associadas a padrão característico do eletroencefalograma (EEG) Mais de 90% tem informado que tem convulsões porém esta pode ser uma sobrestimativa porque os informes médicos tendem a estudar os casos mais severos. Menos de 25% tem convulsões antes dos 12 meses de idade. A maioria tem convulsões antes dos três anos de idade; a incidência em meninos maiores ou em adolescentes não é excepcional. As convulsões podem ser de qualquer tipo ( do tipo motor afetando todo o corpo com movimentos das extremidades; ausências que duram períodos breves de perda de consciência ), e pode requerer medicações múltiplas anticonvulsivas . As convulsões podem ser difíceis de reconhecer ou diferenciar de tremores normais do menino, movimentos hiperquinéticos de extremidades ou faltas de atenção. O EEG ( Eletroencefalograma) típico, é freqüentemente mais anormal do que o esperado e podem indicar atividade convulsiva mesmo que ainda não manifestada. Não existe consenso acerca da medicação anticonvulsiva ótima, porém existem modelos de uso que são mais freqüentes. As medicações anticonvulsivas de uso nas crises motoras de menor intensidade( ácido valpróico, clonazepan, etc ) são prescritas mais freqüentemente do que as que se utiliza para crises de maior intensidade ( diphenylbydantoin, phenobarbital, etc ). É preferível o uso de uma medicação única porém é comum que as crises continuem. Se tem colocado alguns meninos com convulsões incontroláveis em dieta citogênica, porém não está claro o seu benefício. Meninos com S.A tem o risco de ser sobretratados com medicação porque podem ser confundidos seus movimentos espásticos ou faltas de atenção com convulsões e podem indicar no EEG anormalidades mesmo quando as crises convulsivas estão controladas. Diagnostico O diagnóstico é alcançado com base em três pontos: exame clínico, eletroencefalograma (EEG) e estudo genético. Este último é capaz de confirmar até 80% dos casos de síndrome de Algelman. Uma vez que o diagnóstico clínico é mais facilmente alcançado entre 1 a 4 anos de idade, as alterações eletroencefalográficas podem constituir o primeiro alerta para uma avaliação diagnóstica, sendo que o EEG representa uma importante ferramenta de diagnóstico em duas situações: nos pacientes que apresentaram estudo genético negativo e nos lactentes. Exame de imagem Além do quadro clínico, alguns exames podem contribuir para o diagnóstico de S.A. O eletroencefalograma (EEG), avaliado por neurologistas com experiência na doença, poderá mostrar alterações fortemente sugestivas de Síndrome de Angelman. Os exames de crânio, como a tomografia computadorizada e ressonância magnética, são normais ou apresentam alterações poço específicas, pouco contribuindo para o diagnóstico de S.A. Os exames genéticos são particularmente importantes sendo que em aproximadamente 80% dos casos, usando-se diferentes técnicas laboratoriais, pode-se confirmar a existência da deficiência em um dos cromossomos 15. Em 20% dos casos, o diagnóstico é baseado apenas em dados clínicos e outros exames complementares, sendo o estudo genético normal. Exame genético Os exames genéticos são importantes e vários testes laboratoriais são necessários para o diagnóstico e aconselhamento genético. A síndrome de Angelman pode ser causada por: Deleção ( perda) de material genético do cromossomo 15 materno (70% dos casos) dissomia uniparental paterna (presença de dois cromossomos 15 paternos) (3-5%); Mutações do gene UBE3A (8%); Defeitos no centro de imprinting (5%); Mecanismos ainda não identificados ( 10-15%); Nos pacientes em que a perda de material genético do cromossomo 15 foi por deleção ou dissomia uniparental, o risco dos genitores virem a ter outra criança afetada depende dos estudos genéticos, cerca de 1%. Nos demais casos o risco do casal vir a ter outras crianças com a síndrome pode ser maior, chegando a 50% e deve ser calculado pela família; Testes específicos de DNA Em 80% dos pacientes o teste de DNA, chamado estudo de padrão de metilação, confirma o diagnóstico. Em 20% novos testes de DNA são necessários na procura de mutações no gene UBE3A; Análise cariotípica O estudo do cariótipo com as técnicas comuns não diagnostica Síndrome de Angelman. O estudo com técnicas citogenéticas moleculares identifica só pacientes que têm deleção (70%). Não existe cura para esta síndrome; contudo, há alguns tratamentos para os seus sintomas, como: Exercícios fisioterápicos, que são de extrema importância para estimulação das articulações para que estas não fiquem rígidas; Controle da epilepsia por meio do uso de fármacos específicos; Fonoaudiologia é importante para trabalhar a fala; Hidroterapia tem se mostrado útil para melhoria dos sintomas; Modificações da conduta no ambiente em que a criança vive podem permitir que a mesma desenvolva as atividades rotineiras, como comer, se vestir, entre outras. Tratamento Não há cura para esta síndrome. Porém, existe tratamentos terapêuticos e com uso de medicação para seus sintomas. Fisioterapia: A técnica estimula as articulações e previne a rigidez, sintoma característico da doença. Terapia ocupacional: Esta terapia ajuda os portadores da síndrome a desenvolverem a sua autonomia em situações do dia a dia, envolvendo atividades como se vestir, escovar os dentes e pentear o cabelo. Terapia da Fala: O uso dessa terapia é muito frequente, pois os portadores da síndrome de Angelman têm o aspecto comunicacional muito prejudicado e a terapia ajuda no desenvolvimento da linguagem. Hidroterapia: Atividades que acontecem na água que tonificam a musculatura e relaxam os indivíduos, diminuindo os sintomas de hiperatividade, distúrbios do sono e défice de atenção. Musicoterapia: Terapia que utiliza a música como instrumento terapêutico, proporciona aos indivíduos a diminuição da ansiedade e da hiperatividade. Hipoterapia: É uma terapia que utiliza cavalos e proporciona aos portadores da síndrome de Angelman a tonificação dos músculos, melhora o equilíbrio e a coordenação motora. Atuação do Biólogo Um biólogo, geneticista, estaria atuando no que envolve a pesquisa e a manipulação genética. Ele poderia fazer um aconselhamento genético, onde identificaria tendências à síndrome em pais que desejam ter filho, e realizar pesquisas para aprimorar o tratamento a doença. Bibliografia http://www.infoescola.com/doencas/sindrome-de-algelman/ http://www.tuasaude.com/busca/?s=S%C3%ADndrome+de+Angelman http://www.eurordis.org/pt-pt/search/site-search/S%C3%ADndrome%20de%20Angelman http://angelman.org.br/
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