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2_Politica_como_decisao-aulas

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Aula: Política como decisão.
Brasil, Ufla (Lavras, MG), Prof. Dr. Celso Vallin (Dep. Educação), 2014-2
GDE116 – Escola e Currículo, Política e Planejamento Educacional
O objetivo dessa sequência de atividades é o desenvolvimento do tema política, como forma de decisão de interesses coletivos, sociais, e da percepção de que a história é construída por nós, sujeitos sociais, dando ênfase aos papéis da educação na contínua reconstrução social. Com isso queremos provocar reflexões críticas e problematizar temas que serão estudados na disciplina.
Pelo dicionário Michaellis (http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/) política é a arte ou ciência de governar, de organizar, dirigir e administrar nações ou instituições. Se entendemos que todas as pessoas devem ser sujeitos das decisões que lhes tocam, pensamos na democracia participativa e no diálogo democrático como base dessa política, ou como base da arte de governar, administrar. Políticas, podem ser princípios e medidas postos em prática por instituições governamentais e outras, para a equacionamento de desafios sociais. Dessa forma as políticas podem ser colocadas em forma de lei. Por isso estudaremos leis e movimentos sociais relativos à educação.
MÍSTICA:
DEPENDE DE NÓS (antes de 1997)
 – de Ivan Lins (RJ, 1945) e Vitor Martins (Ituverava, SP, 1944)
	Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor
Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar
Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs
	Depende de nós
Se esse mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá
Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs
1. Provocação inicial - 50 minutos 
Assistir vídeo [EM BUSCA DA TERRA SEM VENENO] como primeira provocação em relação à questão: 
- Por que não sabemos a história do Brasil? Ou, sabemos pouco? Ou, sabemos errado?
Questões provocativas, que não precisam ser respondidas ou resolvidas agora.
Quantos navios havia na expedição de Cabral em 1500 e como se comunicavam?
Qual era a posição do Marechal Deodoro em relação à república? O povo ficou do lado de Pedro II ou de Deodoro? Por que?
Getúlio Vargas foi eleito? Quem o apoiou para conseguir a presidência? Houve avanços para a classe trabalhadora em seu governo? 
2. Reflexão individual - 50 minutos
Questões propostas: 
Quem manda na sociedade brasileira? Como manda? 
Como as principais questões do coletivo da sociedade são decididas? 
Quais são e como funcionam as instituições de decisão sobre as principais questões de nossa vida em sociedade? 
Estratégia de trabalho:
Cada estudante deverá escrever (perto de duas páginas) explicando as principais características de funcionamento e formas de ingresso nos locais de poder e decisão de nossa sociedade.
Inicialmente cada estudante deve escrever por si mesmo, de forma individual. A interação com colegas será depois.
Objetivo:
Espera-se explicitar que estudantes, mesmo tendo concluido o Ensino Médio e terem conseguido ser selecionados/as para uma universidade bem disputada, em geral sabem pouco sobre como é a política no BR. Espera-se que falem dos governos federal, estadual e municipal, e não digam governo como se todos fossem um só. Que percebam que existem partidos opostos e partidos coligados nos diferentes níveis de governo.Além do Executivo, existem outros poderes: legislativo, judiciário... Cada poder com um papel e é preciso entender esses papéis para ser cidadão/ã. Há relativamente pouco tempo histórico foram criadas novas instituições públicas no BR, como os Conselhos Tutelares, o Ministério Público... Assim como a escola não os/as ensinou, eles/elas, como professores, devem repensar – em que lugar da programação de disciplinas e conteúdos isso entraria? Como educar para a cidadania com nossa estrutura curricular?
3. Troca de ideias - início - 50 minutos
E grupos de três, ler o que cada um escreveu e construir um texto comum.
4. Troca de ideias - 50 minutos
Em grupos de nove estudantes, ler as 3 sínteses e construir um texto comum.
5. Síntese coletiva - 50 minutos
Uma pessoa de cada grupo de 9 lê para o coletivo.
6. Anotações, memória
20 minutos para cada um reorganizar suas anotações e ter uma memória do que entende que seja o principal tratado nas discussões e estudos.
No final pedir a dois estudantes para lerem o que escreveram.
FECHAMENTO – Idéias que podem ser trabalhadas
As ideias ajudam a concluir que nosso currículo (no BR e no mundo ocidental), não apresenta interesse em conhecer a história criticamente, porque isso levaria à desacomodação, atrapalharia do conservadorismo. Nosso currículo não se interessa em construir a cidadania, como crítica à opressão humana. Há forças sociais que acabam por fazer com que seja assim. A negligência e má formação (alienação) favorecem as grandes corporações e o jeito capitalista de funcionar. A crítica, participação e responsabilidade social favorecem a igualdade, justiça social, sustentabilidade da natureza (limitam e atrapalham a lucratividade).
O professor que segue orientações como o CBC tende a tornar-se alienado em seu trabalho, segue regras, programas e projetos nos quais há demandas de documentos e tabelas que padronizam sua ação. Os exames externos (Enem, Prova Brasil, Simave) também colaboram para direcionar as ações pedagógicas em trabalho alienado.
O professor alienado serve à ordem estabelecida e forma pessoas para reproduzirem a sociedade que está dada, em que poucos vivem mandando e muitos são oprimidos. Uma escola assim educa para a obediência e para enquadrar o sujeito nessa sociedade opressora.
Uma prática não alienada é aquela em que os profissionais da educação conseguem sentar-se juntos e conversam sobre sua ação pedagógica. Estudam, planejam e conseguem fazer funcionar o ciclo ação-reflexão-ação da escola em que trabalham. Alienado é o que precisa deslocar-se de uma aula para outra, sem conseguir firmar laços afetivos e de continuidade, sem firmar diálogos com situações dos/das estudantes. Alienado é o que precisa trabalhar em várias escolas, ou em vários projetos desconexos. As contradições entre pontos de vista, quando existem e são permitidas nos diálogos, dão saúde à reflexão. Ao contrário, quando se tem um clima de conversa em que os discordantes atrapalham, ou que as discordâncias criariam inimizades, ou que as críticas seriam traços de agressívidade, ou falta de cortesia, esse clima serve à padronização e à alienação. O bom debate, mesmo nos momentos em que não se consegue consenso, é promissor, ilumina e alimenta a aprendizagem coletiva.
Para saber mais:
FLORESTAN, 2004 (Você torce para o Brasil? Como você torce? Torce pela educação? Como?) 
TV CULTURA, 2013
REFERÊNCIAS
EM BUSCA DA TERRA SEM VENENO. Documentário com direção de Noilton Nunes. Produção: Regina Abreu e Pedro Sol. Realização: Imagine Filmes. Ano: 2011. Duração: 39 minutos. Vídeo. A partir da palestra de João Pedro Stédille, líder do MST - Movimento dos Sem Terra, durante a 37a. Jornada Internacional de Cinema da Bahia em 2010. Disponível em <http://youtu.be/-u3_D-d5sAw>. Acesso em 2014.08.14
FLORESTAN Fernandes – o Mestre. Documentário. 46min. Direção, edição e pesquisa: Roberto Reis Stefanelli. TV Camara..Fev/2004. Disponível em <http://youtu.be/iJxJd0jXuWw>. Acesso em 2014.08.16.
TV CULTURA. Programa Provocações (com entrevistas feitas por Antônio Abujamra) com o líder do MST João Pedro Stedile - 08/01/2013. 25 minutos. Disponível em <http://youtu.be/rf_oVhMBtx8>. Acesso em 2014.08.12.

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