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SAÚDE DO PROFESSOR E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO Alunas: OBJETIVO GERAL Caracterizar a relação entre o trabalho docente e os processos de saúde dos professores. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar indicadores físicos e psicológicos no processo de adoecimento docente; Caracterizar a visão dos professores sobre suas condições de trabalho; Analisar a influência das condições de trabalho na saúde docente. PROBLEMA Quais as características das cargas de trabalho existentes na atividade docente? Qual a relação entre o trabalho docente e os processos de saúde dos professores? JUSTIFICATIVA É a necessidade de compreender e identificar a relação das condições de trabalho com o processo de adoecimento no trabalho levantando assim a situação atual da categoria docente. METODOLOGIA Pesquisa Teórico-bibliográfica com análise de textos, revistas, artigos, livros diversos e internet; Entrevista com profissional; Relação com pesquisa bibliográfica. METODOS O Questionário da entrevista continha dados sobre: 1- Variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade) 2- Trabalho profissional: carga horária, tempo de trabalho como professor, número de alunos e de turmas, turno de trabalho. 3- Condições de trabalho: avaliou-se as cargas de trabalho (barulho, luminosidade, mobiliário, temperatura, exigências físicas). 4- Avaliação de queixas de saúde e morbidade referida (queixas de sintomas osteomusculares, relacionados à voz, ao aparelho respiratórios, alergias) INTRODUÇÃO “...saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas” (Scliar, 2007). O QUE É SAÚDE? Conceito culturalmente construído (Novaes, 1976): Saúde e doença são muito mais valores sociais, historicamente colocados, do que a simples expressão da situação biológica do organismo (em geral), em um meio dado e, portanto, devem ser pensados em termos de sua historicidade. Algumas variações: – Situação de completo bem estar físico, social e mental (OMS, 1946) – Ausência de doenças (Boorse, 1977) – O bom funcionamento do organismo como um todo (Kass, 1981) SAÚDE OCUPACIONAL A cidade, a forma como seus habitantes vivem e seus ambientes de trabalho são responsáveis pelo estado de saúde das populações . A saúde ocupacional é construída a partir de condições laborais adequadas para garantir: – qualidade de vida no trabalho, – proteção à saúde dos trabalhadores, – promoção do bem-estar físico, mental e social, – prevenção e controle dos acidentes e as doenças através da redução das condições de risco. MUDANÇA NO MUNDO DO TRABALHO DOCENTE: Desvalorização social do professor Mudança dos conteúdos curriculares Mudança da relação professor-aluno (cliente) Escassez dos recursos materiais Deficiência das condições de trabalho Aumento das exigências do papel do professor “Assumir as novas funções que o contexto social exige dos professores supõe domínio de uma ampla série de habilidades pessoais que não podem ser reduzidas ao âmbito da acumulação do conhecimento” (ESTEVE, 1999, p.38). CARACTERÍSTICAS DA CARGA DE TRABALHO Causadoras de Desgaste: Esforço físico em atividades que envolvem necessidade de força e resistência muscular para a busca de informações atualizadas, transporte de livros e materiais e ficar sentado ou em pé por tempo prolongado escrevendo ou desenhando – o que envolve gasto energético/calórico e alterações fisiológicas) Esforço mental (para as exigências cognitivas e psíquicas). Sobrecarga Além da preparação de aulas, correção de trabalhos desempenham tarefas de administração, reservam tempo para planejar, avaliar, reciclar-se, orientar alunos, atender pais, organizar várias atividades, assistir a seminários e reuniões de coordenação, de disciplina, de direção e até mesmo, vigiar materiais, recreios e cantinas . CONSEQÜÊNCIAS DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E TRABALHO DOCENTE Para o professor Diversas enfermidades Depressões Para o aluno Para o sistema Custo econômico (ausentismo, abandono da profissão, custo econômico da enfermidade...) Conseqüências: Doenças da laringe e das cordas vocais Tendinites,dores diversas nas articulações Renites, sinusites e faringites crônicas e alérgicas Fadiga e estresse Síndrome de Burnout MAL-ESTAR DOCENTE O “mal-estar docente” (Esteve, 1995); esgotamento, fadiga, burnout; Trabalho docente é considerado estressante: alta jornada de trabalho, conflitos com alunos, acúmulo de tarefas intra e extra classe. RISCOS À SAÚDE DO PROFESSOR Impossibilidade de realização pessoal baixo salário violência indisciplina em sala de aula Falta de reconhecimento da atividade profissional Demanda dos pais de alunos Excesso de pressão de superiores; cobranças da comunidade ou responsáveis por alunos Problemas ou dificuldades de relacionamento interpessoal, no trabalho ou familiar Risco à segurança pessoal, familiar, moral Riscos ambientais à saúde física desgaste físico (problemas posturais, perda da voz) PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE AFETAM OS PROFESSORES E SUAS CONSEQUÊNCIAS Hipertensão e doenças cardiovasculares Problemas e doenças psicológicas Problemas vocais Problemas de coluna PRINCIPAIS MALES QUE COMPROMETEM A SAÚDE MENTAL DO PROFESSOR . Depressão . Estresse . Síndrome de Burnout Transtorno de ansiedade DEPRESSÃO • Transtorno do humor – alteração do humor ou do afeto, em geral acompanhada de uma modificação do nível global de atividade • Sintomas :Rebaixamento do humor, Redução da energia e diminuição da atividade, Alteração da capacidade de experimentar o prazer, Perda de interesse, Diminuição da capacidade de concentração, Sensação de fadiga, mesmo após um esforço mínimo, Problemas do sono e diminuição do apetite, Diminuição da auto-estima e da autoconfiança, ideias de culpabilidade e ou de indignidade, – Lentidão psicomotora importante, – Perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave. ESTRESSE • Resposta natural do organismo a situações de medo, insegurança, confusão – Fases: alerta, resistência e exaustão. • É considerado pela OIT como um risco ocupacional significativo da profissão docente. • Forma como a pessoa percebe o ambiente (físico e social) influencia no desenvolvimento do estresse – Respostas desadaptadas (ansiedade, raiva) aumentam a possibilidade de instalação do estresse. ESTRESSE OCUPACIONAL • O estresse ocupacional é um estado no qual há um desgaste anormal do organismo humano ou diminuição da capacidade de trabalho, devido à incapacidade prolongada do indivíduo tolerar, superar ou se adaptar às exigências de natureza psíquica existentes em seu trabalho ou da vida. VÍDEO http://www.youtube.com/watch?v=w YMpB83_C0U SÍNDROME DE BURNOUT • Burnout: termo originado do inglês – Burn = queimar – Out (adverbio) ≈ completamente • Queimar até o fim, torrar • Indica uma resposta ao estresse laboral crônico • Envolve sintomas de desumanização, avaliação negativa de si e dos outros, atitudes grosseiras e negativas com relação a outras pessoas com quem lida no ambiente profissional • “integra atitudes e sentimentos negativos em relação às pessoas, à falta de realização profissional e às sensações de esgotamento físico e psíquico” (Demeneck & Kurowski, 2011). SÍNDROME DE BURNOUT VÍDEO 1: http://globotv.globo.com/rede-globo/bem-estar/v/sindromedo-burnout-e-o-cansaco-emocional-alem-do-limite/2681152/ VÍDEO 2: http://drauziovarella.com.br/letras/s/sindrome-de-burnout/ CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS LABORAIS AO TRABALHO DOCENTE Afastamento temporário ou permanente • Profissionais readaptados em grande quantidade e incapacidade permanente para o trabalho • Excesso de licenças-saúde • Perda da qualidade e do sentido do trabalho • Abandono da docência Em pesquisa realizada pela Nova Escola e Instituto IBOPE em 2007, 40% dos 500 participantessofria de estresse. Em São Paulo são registradas 30 mil faltas ao dia, em um universo de 250 mil professores. MEDIDAS PREVENTIVAS • Organização e gestão do tempo, definindo quais são as prioridades; • Ter qualidade de vida, reservando um tempo para o lazer, para a família e os amigos; • Fazer exercícios e atividades que dão prazer; • Falar com alguém de confiança sobre as dificuldades pelas quais está passando. É importante também conversar com seus superiores no trabalho sobre eventuais problemas que esteja enfrentando; • Realizar atividades de relaxamento; • Exercitar/ desenvolver a resiliência e capacidades adaptativas; • Fazer checkup médico anual e acompanhamento fonoaudiológico e psicoterapêutico. Medidas preventivas no ambiente de trabalho • Receber apoio na execução do trabalho; • Manter constante formação; • Contar com o apoio dos colegas; • Manter a indisciplina sob controle; • Ter boas condições de trabalho; • Estar por dentro do projeto pedagógico; • Ter reconhecimento pelo serviço realizado; • Participar de programas de qualidade de vida no trabalho e de ações de proteção à saúde dos trabalhadores; • Contribuir na promoção do bem-estar físico, mental e social; • Aderir aos programas de prevenção e controle dos acidentes e as doenças através da redução das condições de risco. PAPEL DA ENFERMAGEM Grande desafio IMPLANTAR AÇÕES DE PROMOÇÃO À SAÚDE DO EDUCADOR NO SERVIÇO PÚBLICO. CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE PARA O PROFESSOR ATRAVÉS DE: INFORMAÇÃO: Consolidar informações incluindo dados de perícia médica: licença, acidente de trabalho, readaptação e aposentadoria por invalidez. FORMAÇÃO: Diretores e representantes sindicais em temas relacionados, principalmente CIPA – Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. COMUNICAÇÃO: Produzir materiais de saúde do professor. PROMOÇÃO – Desenvolver programas de promoção à saúde vocal, mental e aos agravos osteo-musculares. LEGISLAÇÃO – Legalizar as CIPA’s, os exames médicos periódicos e os serviços de saúde e segurança no trabalho no serviço público estadual. Elaborar cláusulas de saúde para as negociações com os órgãos governamentais. CONCLUSÃO: A sobrecarga de trabalho está relacionada às dificuldades enfrentadas diante das diversidades e variabilidade associadas ao trabalho, dentro e fora da escola, frente ao quadro atual da educação. As limitações da atual situação de trabalho dos professores, implicam na redução da margem de manobra que faz com que os resultados exigidos sejam alcançados ao custo de danos à saúde. As mesmas influências podem apresentar respostas diferentes no adoecimento do professor. As carências materiais encontradas na escola são de tal ordem, as dificuldades com os alunos tão intensas, a precarização do tempo e de condições de vida tão objetivas que pode-se muito bem entender a imensa massa de doenças fisico-emocionais que atinge o professor nos últimos anos. REFERENCIAS ESTEVE, J. M. Mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. São Paulo: Edusc, 1999. ESTEVE, J. M. Mudanças sociais e função docente. In: Nóvoa, A. (org.) Profissão professor. 2ª ed. Porto, Portugal: Porto Editora, 1995. NOVAES, R.L. A saúde e os conceitos. São Paulo, 1976. [Dissertação de Mestrado - Faculdade de Medicina da USP].
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