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| PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 9
BRUXISMO INFANTIL: 
O QUE O ORTODONTISTA 
DEVERIA SABER
Juliana Stuginski-Barbosa 
Naila Godói Machado 
Paulo César Rodrigues Conti
INTRODUÇÃO
A Ortodontia tem passado por grandes mudanças nos últimos anos e notavelmente de-
monstra uma ascensão como uma especialidade odontológica cada vez mais difundida e 
procurada por diversos pacientes. 
Naturalmente, é provável que o ortodontista receba cada vez mais crianças cuja preocupa-
ção dos pais é a presença de um hábito parafuncional muito frequente nos dias atuais: o 
bruxismo. 
 Bruxismo é uma atividade repetitiva da musculatura mastigatória, caracterizado 
pelo apertamento, pelo ranger de dentes e/ou por segurar ou empurrar a mandí-
bula. 
Movimentos cêntricos e/ou excêntricos e a manutenção da mesma posição mandibular são 
realizados por meio de contrações dos músculos mastigatórios de forma isolada ou até 
mesmo alternada. Pela nova definição apresentada, mesmo sem o contato entre dentes, o 
bruxismo pode ocorrer. 
O bruxismo apresenta duas manifestações circadianas: ocorrer enquanto se está acordado 
(bruxismo em vigília – BV) ou durante o sono (bruxismo do sono – BS), cada um com carac-
terísticas fisiopatológicas e com tratamentos distintos.1 
10 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Essa nova definição foi apresentada por um grupo de pesquisadores em BS em 2013, acom-
panhada da clara necessidade da distinção entre as diversas formas de bruxismo, o que 
facilita a abordagem e o controle de seus efeitos deletérios.
Segundo a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, o BS é uma disfunção de movi-
mento relacionada ao sono, caracterizado por ranger e/ou apertar os dentes durante o sono, 
usualmente associado a microdespertares.2 A prevalência do BS:3
§	varia entre 8 e 16%;
§	não apresenta diferenças entre os gêneros;
§	é inversamente proporcional à idade, ou seja, na infância, é mais prevalente (20%), 
diminuindo na idade adulta (8%) e ainda mais na terceira idade (3%).
Apesar de mais frequente na infância, o tema bruxismo infantil ainda é pouco estudado em 
todo o mundo. Sabe-se que, assim como na população adulta, o bruxismo gera problemas 
dentários como desgastes, fraturas, hipermobilidade, sensibilidade e até mesmo pulpites 
e necroses pulpares. Conhecer bem essa condição é importante para o ortodontista cujos 
pacientes são, em grande parte, crianças ou adolescentes.
OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor poderá:
§	reconhecer a nova definição relacionada ao bruxismo, inclusive a graduação diagnós-
tica;
§	classificar o bruxismo;
§	reconhecer aspectos relacionados à epidemiologia, à etiologia e à fisiopatologia do 
bruxismo;
§	identificar a melhor abordagem à criança com bruxismo de acordo com a classifica-
ção e com fatores associados a ele.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 11
ESQUEMA CONCEITUAL
EPIDEMIOLOGIA
Ao analisar os estudos realizados para estimar a prevalência do bruxismo na infância, po-
de-se dizer que grande parte desses estudos se baseia no relato por parte dos pais do ruído 
de ranger os dentes, especialmente durante o sono. Assim, a maioria dos trabalhos aborda 
o BS em vez do BV. Além disso, são poucos os estudos que estimam a prevalência do BV na 
infância. 
Na população adulta, o BV atinge cerca de 20% da população e, usualmente, apresenta-se 
como apertamento ou encostar de dentes (mantê-los ocluídos) durante o dia. Esse hábito 
parafuncional deve ser discriminado de atividades usuais (mastigação funcional, deglutição, 
fala) e de outros hábitos semelhantes.3
 A presença de BS começa a ser observada na primeira infância, com a erupção dos 
incisivos centrais superiores decíduos. 
Epidemiologia
Fisiopatologia
Bruxismo primário
Bruxismo e fatores secundários
O diagnóstico de bruxismo
Tratamento
Casos clínicos
Considerações finais
Caso clínico 1
Caso clínico 2
12 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Uma recente revisão sistemática indicou que a prevalência de BS na infância apresenta alta 
variabilidade, entre 3,5 e 40,6%, sem diferença entre os sexos. A variabilidade parece estar 
diretamente associada a fatores como distribuição geográfica, status socioeconômico, rela-
ção entre BS e outras condições e faixa etária observada.4 
A maior ocorrência de BS é encontrada em crianças entre 5 e 8 anos. A presença de BS 
parece reduzir com a idade, o que é confirmado com o decréscimo na prevalência de BS a 
partir dos 9 anos.4-6 Já o BV parece ser mais comum em adolescentes, e a prevalência é de 
8,7 a 12,4%, observados em crianças e jovens entre 7 e 18 anos.5,7
Os estudos sobre o bruxismo realizados no Brasil foram os que apontaram maior preva-
lência tanto de BS na infância, na faixa etária de 7 a 9 anos (35,9% e 39,1%),8,9 como de 
BV (20%).8 O bruxismo seria realmente mais comum no Brasil comparativamente a outros 
países? Essa pergunta ainda precisa ser respondida pelos pesquisadores. De fato, a metodo-
logia empregada nos diversos estudos foi distinta.
A relação de ambos os tipos de bruxismo (BS e BV) com sinais e com sintomas de disfunção 
temporomandibular (DTM) é mais observada em adolescentes. Na faixa etária de 12 a 18 
anos, o BV foi associado à presença de dor na musculatura mastigatória, assim como a ruí-
dos e a dor na articulação temporomandibular (ATM). 
Há associação também entre BS e dor na face pela manhã e ruídos na ATM.7 O fato de a 
associação ser observada em crianças com maior idade pode ser atribuído tanto ao limiar 
de tolerância a dor quanto à própria fisiologia muscular, com maior resistência à fadiga em 
crianças mais novas.10 Em crianças mais jovens, parece não haver associação significativa 
entre hábitos orais parafuncionais e dor por DTM.11
 Em crianças, o BS é frequentemente associado a dores de cabeça. 
Em estudo recente, crianças com cefaleia apresentaram 1,6 vezes mais chances de relatar 
BS.12 Da mesma maneira, crianças com BS relataram aproximadamente três vezes mais ce-
faleias do que controles.13 
Cautela é importante ao analisar esses resultados. Os estudos são observacionais, baseados 
em autorrelatos, e consideram o sintoma cefaleia, e não o diagnóstico de qual subtipo de 
cefaleia o paciente apresenta. Ainda, infelizmente pouco se sabe a respeito da relação entre 
cefaleia e BV.
 Para avaliar a relação entre cefaleia e bruxismo, o ortodontista deve estar familia-
rizado com os principais diagnósticos de cefaleias primárias (a cefaleia é a própria 
doença) e secundárias (há uma condição gerando a cefaleia). 
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 13
Isso porque, muitas vezes, pais e/ou responsáveis atribuem a presença da cefaleia ao bru-
xismo e até mesmo à maloclusão. Infelizmente, estudo realizado no Brasil demonstrou que 
especialistas em Ortodontia apresentam pouco conhecimento sobre a cefaleia primária mais 
comum, a migrânea (enxaqueca).14
A Classificação Internacional das Cefaleias (ICHD III, sigla em inglês), que está em sua tercei-
ra edição, é a única ferramenta reconhecida e aceita internacionalmente para o diagnóstico 
e para a classificação das cefaleias. Dentre as cefaleias primárias, as mais comuns são migrâ-
nea e cefaleia tipo tensional (CTT).15 
A migrânea é uma cefaleia primária recorrente, que se manifesta em crises com duração de 
4 a 72 horas, de localização unilateral, caráter pulsátil, com intensidade moderada ou forte, 
exacerbada por atividade física rotineira e associada à náusea e/ou a vômitos ou a fotofobia 
e a fonofobia. 
Na CTT, a dor é tipicamente em peso ou pressão, de intensidade fraca ou moderada, de lo-
calização bilateral, frontotemporal ou occipital, não piorando com atividade física rotineira, 
não acompanhada por vômito, mas podendo apresentar fotofobiaou fonofobia.15
Entre crianças em idade pré-escolar, 22% delas receberam diagnóstico compatível com mi-
grânea e 17,5% demonstravam CTT. O fato de a criança apresentar cefaleia aumentou o 
risco de relato de bruxismo em 2,4 vezes quando a cefaleia era compatível com migrânea e 
1,4 vezes com CTT.16
Crianças com cefaleia apresentam relato frequente de problemas relacionados ao sono, 
como:17 
§	sono não reparador;
§	insônia;
§	ansiedade relacionada ao momento de dormir;
§	pesadelos;
§	outros distúrbios do sono. 
 Crianças com relato de cefaleias frequentes devem ser encaminhadas para neuro-
logista, especialmente para os cefaliatras (especialistas no diagnóstico e no trata-
mento de cefaleias).
FISIOPATOLOGIA 
Conforme visto anteriormente, o BS e o BV apresentam características específicas, respon-
sáveis por suas respectivas distinções. O BV parece estar associado a tiques nervosos e ao 
estresse gerado por responsabilidades familiares ou por pressão no trabalho em adultos.3
14 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Na rotina clínica, não é incomum encontrar crianças que apresentam BV como reação a 
situações de estresse e de concentração, como estudar, usar o computador ou até mesmo 
jogar videogame. Nem sempre os pais e/ou os responsáveis têm conhecimento sobre essa 
situação. 
As crianças tendem também a imitar o comportamento apresentado pelos pais e/ou pelos 
responsáveis mais próximos, ou seja, as crianças, ao notarem que os pais e/ou os respon-
sáveis apresentam o hábito de apertar e/ou de ranger os dentes, acabam reproduzindo o 
hábito. 
Com relação ao BS, a fisiopatologia passou a ser conhecida após o uso do exame de polisso-
nografia (PSG), direcionado para a determinação de vários parâmetros relacionados ao sono, 
útil para o diagnóstico de diversos distúrbios do sono. 
A PSG registra, em uma noite inteira, os principais eventos fisiológicos do sono por meio de 
eletrodos e de sensores especiais, como:
§	eletroencefalograma (EEG);
§	eletroculograma (EOG);
§	eletromiograma (EMG);
§	eletrocardiograma (ECG);
§	fluxo aéreo;
§	microfone traqueal;
§	sensor de posição. 
Para o exame de BS, é indicada a adição de eletrodos para EEG de músculos masseteres, 
microfone para registro de ruídos dentais e câmera filmadora em infravermelho. O uso da 
câmera e de microfone permite maior acesso válido e quantitativo das atividades oroman-
dibulares.
A caracterização das fases do sono pode ser feita com base em três variáveis fisiológicas que 
compreendem o EEG, o EOG e o EMG submentoniano. Por meio dessas variáveis, são carac-
terizados dois padrões fundamentais de sono: sem movimentos oculares rápidos (NREM) e 
com movimentos oculares rápidos (REM). 
O sono NREM é composto por três etapas em grau crescente de profundidade, os está-
gios I, II e III. No sono NREM, há relaxamento muscular comparativamente à vigília, porém 
mantém-se sempre alguma tonicidade basal. Já, no sono REM, há hipotonicidade. O sono 
acontece de forma cíclica, ou seja, quando a pessoa adormece, ela passa pelas fases NREM 
até chegar à fase REM do sono, o que caracteriza um ciclo. 
Durante o sono, em condições normais, o indivíduo inicia pelo estágio NREM I e, progressi-
vamente, muda de fase até a fase mais profunda do sono NREM, a III. Passados 90 minutos, 
o indivíduo atinge o sono REM, o que, nas primeiras horas de sono, tem duração bem curta 
(de 5 a 10 minutos), aumentando com o passar das horas. Após esse primeiro ciclo, retorna-
se à fase II de sono NREM. Durante oito horas de sono, de 5 a 6 ciclos de sono acontecem.2
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 15
 Por meio da PSG, observou-se que, nos pacientes com BS, a atividade da muscula-
tura mastigatória rítmica (RMMA) teve sua frequência aumentada entre 3 e 8 ve-
zes, com maior amplitude da descarga neuromuscular e 90% com contato dental 
e com ranger de dentes.3
Em adultos, pode-se verificar que os eventos de BS ocorrem com maior frequência na fase 
NREM II do sono (de 60 a 80%), ou seja, em fase de sono leve, com, em média de 5,4 a 6 
episódios por hora, sendo 88% em movimentos que geram ranger de dentes, mantendo a 
arquitetura do sono normal. 
Os eventos de bruxismo em adultos foram correlacionados a microdespertares,10 que são 
caracterizados por uma mudança da atividade do EEG para uma atividade rápida, com du-
ração entre 3 e 15 segundos. 
Não há um despertar consciente e não chega a alterar a arquitetura do sono, mas o micro-
despertar constitui um dos marcadores da fragmentação do sono e pode estar correlaciona-
do à fadiga e à sonolência diurna.3
A sequência de eventos fisiológicos que leva ao bruxismo foi descrita com mais detalhes por 
Lavigne e colaboradores:3
1. De 4 a 8 minutos antes da RMMA, ocorre ativação do sistema autonômico cardíaco, 
com aumento na atividade simpática;
2. 4 segundos antes da RMMA, a atividade alfa no EEG;
3. 1 segundo antes da RMMA, taquicardia;
4. 0,8 segundos antes da RMMA, ocorre ativação da musculatura supra-hioidea;
5. então ocorre a RMMA com primeira ativação da musculatura mastigatória e só nesse 
momento há o ranger de dentes. 
A fisiopatologia do bruxismo descrita por Lavigne e colaboradores concorda com uma fisio-
patologia central, e não periférica para o BS; porém ainda carece de confirmação quando 
relacionada a crianças.3
Poucos são os estudos que utilizaram a PSG em crianças para verificação do BS. Um estudo 
mostrou que crianças e jovens entre 5 e 18 anos apresentaram 66% de episódios de BS 
associados ao aumento no número de microdespertares, e esses episódios ocorreram com 
maior frequência na fase II do sono NREM. Entre esses indivíduos com BS, 40% apresenta-
ram índices elevados de problemas de comportamento e de atenção.18 
 É interessante observar que a dificuldade para dormir foi um fator predisponente 
para o relato de BS em crianças,19 sendo também que crianças com sono leve apre-
sentaram significativamente mais relatos de BS.12 
16 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Em estudo tipo caso-controle, verificou-se que havia uma associação entre o relato de BS 
em crianças e o número de horas dormidas, sendo que crianças que dormiam menos de oito 
horas por noite apresentavam chance maior de relatar BS. 
Estímulos como luz acesa e sons no ambiente enquanto a criança dorme foram fatores 
ambientais associados à presença de BS.20 Entretanto, não há como se determinar a direção 
dessa associação, ou seja, causa e efeito. Talvez essas crianças não apresentem sono repa-
rador. 
Ainda, sabendo que o BS ocorre em fases mais leves do sono, os estímulos no ambiente 
enquanto a criança dorme poderiam exacerbar o número de eventos de BS. Estudos longi-
tudinais seriam necessários para explicar essa relação.
BRUXISMO PRIMÁRIO 
De acordo com a origem, o bruxismo pode ser classificado em primário ou secundário. O 
bruxismo primário é controlado pelo sistema nervoso central (SNC) e sua etiologia ainda é 
desconhecida. Já o bruxismo secundário está relacionado às condições identificáveis à pre-
sença do hábito.1
 A oclusão era historicamente citada como um dos fatores etiológicos do bruxismo; 
entretanto, atualmente, faltam evidências científicas que comprovem seu papel 
como gerador de eventos de bruxismo.21
Um ponto importante sobre o bruxismo, que pode, muitas vezes, confundir o clínico, é o 
conceito de hipervigilância oclusal e sua relação com BV. A hipervigilância está associada ao 
aumento anormal da atenção aos estímulos externos, ou seja, o indivíduo foca sua atenção 
em determinado estímulo. Transportando esse conceito para o BV, alterações oclusais agu-
das desempenham um papel importante no agravamento de parafunções preexistentes em 
alguns indivíduos considerados hipervigilantes. 
A interferência oclusal não é geradora direta de BV, mas o comportamentode alguns pa-
cientes, hipervigilantes, frente a esse estímulo, faz com que a atividade muscular mastigató-
ria aumente e, em consequência, o paciente apresente BV. Essa hipótese contribui também 
para a compreensão dos aspectos cognitivos nas atividades de bruxismo.21,22
Sintomas emocionais foram associados à alta prevalência de bruxismo.8 Um estudo caso- 
controle revelou que crianças com bruxismo apresentam maior probabilidade (16 vezes) de 
serem ansiosas. Crianças com alto nível de neuroticismo foram mais propensas a relatarem 
BS.23 
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 17
 Neuroticismo é a tendência para experimentar emoções negativas, como raiva, 
ansiedade ou depressão, que afetam a capacidade adaptativa do indivíduo. 
Atividades domésticas foram também relacionadas a BS, o que, em crianças com nível alto 
de neuroticismo, pode gerar um aumento da irritabilidade. Por outro lado, praticar uma 
atividade esportiva pode ser um fator de proteção contra o alto nível de neuroticismo. Em 
estudo recente, a maioria das crianças que praticava esportes com frequência não apresen-
tou BS.24
O papel do estresse e da ansiedade por atividade das catecolaminas (norepinefrina, dopa-
mina e serotonina) ou pelo papel do eixo hipotalâmico e adrenérgico e amígdala central foi 
relacionado ao BV em adultos.3 
O eixo hipotalâmico-pituitário controla a liberação dessas catecolaminas (norepinefrina, do-
pamina e serotonina) das glândulas adrenais. Há alguns estudos em que altas concentrações 
urinárias de catecolaminas, como dopamina, epinefrina e adrenalina, foram reportadas em 
crianças com bruxismo.25,26
Em contrapartida, recente estudo realizado em crianças com BS revelou baixas concentra-
ções de cortisol salivar pela manhã, o que fez com que os autorressugerissem que talvez, em 
crianças, o estresse pode não estar diretamente relacionado ao BS.27 
 Crianças com BS apresentam qualidade de vida relacionada à saúde similar à das 
crianças sem essa condição.13
De fato, o papel dos fatores emocionais ainda necessita de mais esclarecimentos para se 
compreender exatamente qual seria o papel do estresse e da ansiedade no bruxismo infantil, 
tanto no relato do BS como do BV. 
Recentemente, uma pesquisa em adultos comparando pacientes com bruxismo com indiví-
duos saudáveis observou apenas associação entre bruxismo e sintomas psicológicos naque-
les que apresentavam BV, e não BS.28
O papel da dopamina como neurotransmissor participante do mecanismo do microdesper-
tar no SNC parece também influenciar a etiologia do BS primário.3 Crianças com BS apre-
sentam alto número de microdespertares.18
A genética também parece ser um fator relacionado à etiologia do bruxismo. Um estudo 
com gêmeos mostrou que aqueles monozigóticos foram propensos a rangerem os dentes 
de forma semelhante.29 Se um dos pais biológicos apresenta bruxismo, a criança tem quase 
duas vezes mais chance de também apresentar bruxismo.30 Ainda não há a descrição precisa 
de um padrão de transmissão genética para bruxismo.
18 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
1. Sobre a definição e a classificação do bruxismo, qual é a alternativa correta?
A) Bruxismo é uma atividade repetitiva da musculatura mastigatória, caracterizado por 
apertamento e por ranger de dentes e/ou por segurar ou por empurrar a mandíbu-
la.
B) Bruxismo é uma doença tanto muscular quanto óssea que leva ao apertamento e 
ao ranger de dentes e/ou a segurar ou a empurrar a mandíbula.
C) Bruxismo apresenta duas manifestações circadianas: pode ocorrer enquanto se está 
acordado (BV) ou durante o sono (BS), cada um com características fisiopatológicas 
e tratamentos muito semelhantes.
D) A classificação do BV e do BS como dois distúrbios com mesmas características e 
abordagem facilitou seu tratamento e o controle de seus efeitos deletérios.
Resposta no final do artigo
2. Sobre a prevalência de bruxismo na infância, qual é a alternativa correta?
A) A prevalência de BV na infância apresenta alta variabilidade, entre 3,5 e 40,6%, 
sem diferença entre os sexos.
B) A forma de bruxismo mais encontrada na infância é o BV, atingindo 20% da popu-
lação infantil.
C) A maior ocorrência de BS é encontrada em crianças a partir de 9 anos, diminuindo 
a prevalência com a idade.
D) O BV parece ser mais comum em adolescentes, sendo os que mais frequentemente 
apresentam relação com sinais e com sintomas de DTM.
Resposta no final do artigo
3. Quanto à relação entre bruxismo na infância e cefaleias, qual é a alternativa correta?
A) Não há diferença em relação ao bruxismo entre cefaleias primárias e secundárias, 
não alterando o diagnóstico e o tratamento do bruxismo na infância.
B) Dor de cabeça pela manhã nas têmporas, em forma de pressão, pode ser somente 
causada por BS.
C) O fato de a criança apresentar cefaleia primária não aumenta o risco de relato de 
bruxismo.
D) O fato de a criança apresentar cefaleia compatível com migrânea aumenta o risco 
de relato de bruxismo em 2,4 vezes e 1,4 vezes quando compatível com CTT.
Resposta no final do artigo
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 19
4. Em relação à fisiopatologia do bruxismo, analise as afirmativas a seguir.
I. – Na rotina clínica, não é incomum encontrar crianças que apresentam BV como rea-
ção a situações de estresse e de concentração, como estudar, usar o computador 
ou até mesmo jogar videogame.
II. – Por meio da PSG, observou-se que, nos pacientes com BS, a RMMA teve sua fre-
quência diminuída entre 3 e 8 vezes.
III. – A dificuldade para dormir foi um fator predisponente para o relato de BS em crian-
ças, sendo também que crianças com sono leve apresentaram significativamente 
mais relato de BS.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
5. Qual é a sequência correta da cascata de eventos que caracteriza o BS?
A) (1) Microdespertar, com ativação do SNC e atividade alfa no EEG; (2) ativação do sis-
tema nervoso autonômico, com aumento na frequência cardíaca (FC); (3) ativação 
da musculatura mastigatória e contato das superfícies dentárias.
B) (1) Ativação da musculatura mastigatória e contato das superfícies dentárias; (2) 
ativação do sistema nervoso autonômico, com aumento na FC; (3) microdespertar, 
com ativação do SNC e atividade alfa no EEG.
C) (1) Ativação da musculatura mastigatória e contato das superfícies dentárias; (2) mi-
crodespertar, com ativação do SNC e atividade alfa no EEG; (3) ativação do sistema 
nervoso autonômico, com aumento na FC.
D) (1) Microdespertar, com ativação do sistema nervoso periférico e atividade alfa na 
RMMA; (2) ativação do sistema nervoso autonômico, com diminuição na FC; (3) 
relaxamento da musculatura mastigatória e contato das superfícies dentárias.
Resposta no final do artigo
20 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
6. Analise as afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) O bruxismo primário é controlado pelo SNC e sua etiologia é conhecida. 
( ) O bruxismo secundário está relacionado às condições identificáveis à presença do 
hábito.
( ) Sintomas emocionais foram associados à alta prevalência de bruxismo. Crianças 
com alto nível de neuroticismo foram mais propensas a relatarem BS.
( ) Crianças com BS apresentam qualidade de vida relacionada à saúde inferior a crian-
ças sem essa condição.
Qual é a sequência correta?
A) V – F – V – F.
B) F – V – F – V.
C) F – V – V – F.
D) V – F – F – V.
Resposta no final do artigo
7. A genética também parece ser um fator relacionado à etiologia do bruxismo. Justifique 
a afirmação.
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
BRUXISMO E FATORES SECUNDÁRIOS
Em relação ao bruxismo secundário, pode-se dizer que existem condições específicas rela-
cionadas ao aparecimento da atividade muscular mastigatória. Entretanto, essas mesmas 
condições podem perpetuar a ocorrência de bruxismo primário. 
 É importante observar não só a presença de uma condição secundária, mas tam-
bém o aspecto temporal, ou seja, se os sinais e os sintomas de bruxismo se inicia-
ram ou exacerbaram após o início específico dessas condições para que, no trata-
mento, quando possível, essa condição seja eliminada para o controle do bruxismo.
Em adultos, bruxismo pode ser associado a fatores como etilismo, tabagismo, uso de drogas 
como a cocaína, ingestão de cafeína, anfetamina e uso de antidepressivos inibidores seleti-
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 21
vos da recaptação de serotonina (ISRS – fluoxetina, sertralina etc.) ou antidepressivos do tipo 
dual (venlafaxina). Foi observado, ainda, que o bruxismo pode ser secundário a condições 
como:3
§	distúrbios de movimento, como doença de Parkinson;
§	distúrbios neurológicos (por exemplo, coma e hemorragia cerebelar);
§	distúrbios psiquiátricos (por exemplo, estados demenciais e retardo mental);
§	distúrbios respiratórios do sono, como a síndrome da apneia obstrutiva do sono 
(SAOS). 
O Quadro 1 traz alguns fatores relacionados à presença de bruxismo em crianças.
Quadro 1
FATORES ASSOCIADOS AO BRUXISMO EM CRIANÇAS
Parassonias
§	Enurese
§	Falar durante o sono
§	Andar durante o sono
Outros distúrbios do sono
§	Distúrbios respiratórios do sono (ronco, apneia obstrutiva do sono)
§	Insônia (dificuldade para dormir, despertares frequentes)
§	Epilepsia relacionada ao sono
§	Movimento periódico de membros
Condições médicas e psicológicas
§	Hipertrofia de tonsilas e adenoides
§	Alergias
§	Transtorno de hiperatividade e déficit de atenção
§	Cefaleias
§	DTM
§	Ansiedade
§	Problemas neurológicos
Medicamentos
§	Metilfenidato (ritalina)
§	Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e/ou norepinefrina (paroxetina, 
sertralina, fluoxetina, venlafaxina)
§	Antipsicótico (haloperidol)
Hábitos orais concomitantes
§	Morder objetos (canetas, lápis etc.)
§	Onicofagia
Fonte: Carra e colaboradores (2012).17
22 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Interessante notar que estudos realizados em países subdesenvolvidos e em desenvolvimen-
to apontam a infecção por parasitas (verminoses) como fator correlacionado ao relato de 
BS, o que foi disseminado principalmente no Brasil. Entretanto, estudo realizado em Ribeirão 
Preto/SP investigou essa associação em crianças com e sem BS e concluiu que não há supor-
te para ela, ou seja, não houve diferenças na presença de parasitas intestinais entre crianças 
com e sem BS.31
 Em crianças, alta prevalência de bruxismo foi observada em condições como sín-
drome de Down (23 a 42%) e paralisia cerebral (25 a 36,9%).32-34
Tem sido proposta também uma possível associação entre transtorno de déficit de atenção 
e hiperatividade (TDAH) e concomitante BS em crianças.30 Crianças em tratamento para 
TDAH e em uso de metilfenidato apresentam alta prevalência de bruxismo secundário ao 
uso desse medicamento, quando comparadas com crianças com TDAH sem tratamento e 
com grupo controle.35
Assim como em adultos, o uso de medicamentos como haloperidol, inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina) e antidepressivos do tipo dual 
(venlafaxina) é fortemente associado à presença de BV e de BS. A hipótese seria de que essas 
medicações mantêm por mais tempo o neurotransmissor serotonina na fenda sináptica, o 
que, nos centros de controle motor, levaria a uma relação desbalanceada com o neurotrans-
missor dopamina.3
O tabagismo parece ser um fator contribuinte para exacerbar o bruxismo infantil. Um estudo 
em que se observaram jovens entre 10 a 22 anos constatou que o BV foi associado ao hábito 
de fumar cigarros por pessoas próximas.7 
Estudo realizado na Itália constatou que, entre 498 crianças com idade média de 9 anos, o 
BS foi observado pelos pais e/ou pelos responsáveis em 31% delas. Entre as crianças com BS, 
76% tinham pais e/ou responsáveis que fumavam. A exposição ao fumo foi então classifica-
da em alta, moderada ou leve. Observou-se que o relato de BS estava associado à exposição 
moderada a alta ao tabagismo.36
A exposição de crianças ao tabagismo deve servir de alerta aos pais e/ou aos responsáveis. 
Além do próprio prejuízo gerado pelas substâncias químicas no SNC, o fumo é conhecido 
por intensificar processos alérgicos e problemas respiratórios, além de todos os outros ma-
lefícios conhecidos.
Alguns distúrbios do sono foram fortemente associados ao relato de BS como enurese, so-
nilóquio e sonambulismo.5 De fato, movimentos durante o sono e problemas respiratórios 
foram fortemente relacionados a BS.6
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 23
O relato de BS em crianças é mais comum nas que apresentam rinite alérgica, asma e in-
fecções do trato alto respiratório e foi quatro vezes mais frequente nas crianças que falam 
durante o sono. Em crianças com obstrução nasal, o relato de BS está presente em 62,5% 
delas. A explicação para esse fato pode recair no controle central dos músculos da face 
envolvidos.
 Tanto a fala durante o sono como o bruxismo são associados à resistência à passa-
gem do ar e ocorrem após um evento de obstrução parcial (hipopneia) ou obstru-
ção total (apneia).6
Apesar de BS e resistência à passagem do ar estarem frequentemente associados, a possível 
relação causa-efeito precisa ainda ser investigada. Há a hipótese de que a ocorrência de um 
evento de hipopneia/apneia pode desencadear microdespertares, iniciando a cascata para a 
ocorrência de um evento de BS. 
Uma segunda hipótese explica que a RMMA poderia ser uma atividade motora que aju-
daria a restabelecer a patência da via aérea após o evento de hipopneia/apneia obstrutiva. 
Também a RMMA poderia ser um evento fisiológico motor que auxilia na lubrificação das 
estruturas orofaríngeas que podem estar prejudicadas pela respiração oral.17
A fragmentação do sono por episódios de síndrome da apneia/hipopneia obstrutiva do sono 
(SAHOS) em adultos tem como sintoma sonolência diurna. Em crianças, episódios de SAHOS 
podem levar à hiperatividade e a problemas de atenção e de aprendizado,37 o que pode ser 
confundido, muitas vezes, com sintomas de TDAH pelos pais e/ou pelos responsáveis. 
Também crianças com TDAH podem apresentar problemas relacionados ao sono, como 
sono não reparador, ronco, SAHOS e distúrbios do movimento do sono. Assim, por conta 
das associações relatadas, é muito importante para o clínico estar familiarizado com o diag-
nóstico dos distúrbios respiratórios do sono na população infantil.17
Enquanto em adultos a SAHOS é associada fortemente à obesidade, estudo realizado em 
clínica de Ortodontia indicou que, em crianças, os sintomas de distúrbios respiratórios du-
rante o sono foram associados à hipertrofia adenotonsilar, a fatores morfológicos como face 
longa e estreita (padrão dolicofacial, ângulo mandibular obtuso, palato profundo, atresia 
maxilar e mandibular), a alergias, a resfriados frequentes e à respiração oral habitual. Nesse 
mesmo estudo, o relato de BS foi duas vezes mais frequente em crianças com deficiência 
mandibular.38
Crianças/jovens de 7 a 17 anos apresentaram 2,2 vezes mais chances de relatarem BS quan-
do portadoras de maloclusão Classe II esquelética e 1,9 quando dental.5 Esse perfil retrog-
nático em crianças com BS pode ser um fator predisponente a distúrbios respiratórios do 
sono.17
24 BRUXISMO INFANTIL: O QUEO ORTODONTISTA DEVERIA SABER
O DIAGNÓSTICO DE BRUXISMO
Não há um consenso para os critérios de diagnóstico que possam ser utilizados na rotina 
clínica de um consultório odontológico. Determinar se o paciente apresenta bruxismo ativo 
é um desafio para o clínico. Avaliações objetivas e reprodutíveis são necessárias para imple-
mentar o diagnóstico.1
Atualmente, a forma mais utilizada para avaliação do BS é o uso de questionários associados 
a sinais encontrados durante o exame físico. As vantagens do uso de um questionário são a 
praticidade e o baixo custo. Porém, a subjetividade das respostas dadas pela criança ou pelos 
pais e/ou pelos responsáveis faz com que esse método não seja preciso. 
No questionário para avaliação do BS, é importante não só identificar os sintomas, mas 
também quantificar a frequência, por exemplo, por noites de sono durante a semana ou 
durante o mês ou por tempo durante a vigília (Quadro 2).
 O relato de ruídos de ranger de dentes pelos pais e/ou pelos responsáveis é, usual-
mente, o principal sintoma a ser considerado como indicador de bruxismo no ques-
tionário.
A informação sobre se há ruído de ranger de dentes, amplamente utilizada em pesquisas de 
epidemiologia do BS infantil, pode apresentar vieses importantes, responsáveis, talvez pela 
heterogenia dos resultados já apresentados neste artigo. 
Da mesma forma que o bruxismo infantil pode não ser diagnosticado pela falta de conhe-
cimento dos pais e/ou dos responsáveis sobre o comportamento da criança no sono ou em 
vigília, a chance de uma criança apresentar bruxismo aumenta quase duas vezes se os pais e/
ou os responsáveis estão atentos e reconhecem os sinais e sintomas de bruxismo e 1,7 vezes 
se os pais e/ou responsáveis dormem com a porta de seu quarto aberta. 
 A presença dos pais/ou dos responsáveis no mesmo quarto que a criança e a ansie-
dade da separação no momento de dormir são mais comuns em crianças com BS.30
O Quadro 2 traz algumas questões mais utilizadas para sintomas de bruxismo e suas 
limitações.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 25
Quadro 2
QUESTÕES SOBRE SINTOMAS RELACIONADOS A BRUXISMO INFANTIL E SUAS LIMITAÇÕES
Questões Limitações
1. A criança range ou aperta os dentes 
durante o sono? Alguém já observou 
se ela faz ruídos de ranger os dentes 
enquanto está dormindo?
§	Necessita da observação do sono da 
criança por terceiros.
§	Ruídos de ranger podem ser 
confundidos com outros ruídos durante 
o sono.
2. Ao acordar, a criança relata dor ou 
cansaço nos músculos da face?
§	Pode não estar relacionado ao 
bruxismo.
§	Pode estar relacionado a outros 
distúrbios do sono.
3. A criança relata dor, desconforto ou 
sensibilidade nos dentes?
§	Pode ser atribuído a outros fatores, 
como erosão química e cáries dentárias.
§	Deve ser considerado pela manhã, para 
diagnóstico de BS. 
4. Ao acordar e movimentar a boca, a 
criança relata rigidez ou travamento na 
sua articulação?
§	Pode não estar relacionado ao 
bruxismo.
5. Nos últimos três meses, a criança 
apresentou dentes ou restaurações 
fraturadas, exceto por cárie dentária, 
infiltrações ou outro trauma conhecido?
§	Não é específico para bruxismo.
§	Não determina se BS ou BV.
6. A criança sente dor de cabeça nas 
têmporas ao acordar?
§	Pode não estar relacionado ao 
bruxismo.
§	Pode estar relacionado a outros 
distúrbios do sono. 
§	Pode estar relacionado a outro tipo de 
cefaleia.
7. A criança mantém os dentes 
encostados (apertando ou segurando os 
dentes unidos) quando acordada?
§	Nem sempre a criança ou os pais e/ou 
os responsáveis têm consciência desse 
hábito. 
§	Não especifica a situação em que 
o hábito ocorre (momentos de 
concentração, tensão, estudos, uso de 
videogame etc.). 
Fonte: Koyano e colaboradores (2008).39
26 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
 O exame físico de investigação do bruxismo deve incluir avaliação de desgaste 
dentário, marcas em bochechas, endentações em língua, dor e hipertrofia da mus-
culatura mastigatória. 
 Considera-se hipertrofia da musculatura mastigatória um aumento de volume 
muscular em masseter e/ou temporal entre 2 e 3 vezes quando em contração má-
xima.40
Baseado nas respostas obtidas no questionário e nos achados em exame físico, o Manual 
da Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono, publicado em 2005 pela Academia 
Americana de Medicina do Sono (AAMS), criou um critério clínico para o diagnóstico do BS4 
(Quadro 3).
Quadro 3
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE BRUXISMO DO SONO SEGUNDO A 
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO4
Questionário
Relato recente do indivíduo ou de terceiros sobre ruídos de ranger os dentes durante o 
sono por, pelo menos, 3 a 5 noites por semana nos últimos 3 a 6 meses.
Exame físico
Apresentar um ou mais dos seguintes sinais:
§	desgaste anormal dos dentes;
§	desconforto na musculatura mastigatória, fadiga ou dor e rigidez ou travamento 
mandibular ao acordar;
§	hipertrofia do músculo masseter no apertamento dental voluntário máximo.
A atividade muscular mastigatória não pode ser explicada por outro distúrbio do sono, 
por distúrbio neurológico ou médico ou por uso de medicação ou de outras substâncias.
Fonte: American Academy of Sleep Medicine (2005).2
O desgaste dentário não é um marcador específico para bruxismo ativo, uma vez que o bru-
xismo pode ter ocorrido meses ou anos antes da consulta do paciente. Assim, não se pode 
afirmar que todos os pacientes que apresentam bruxismo necessariamente apresentam uma 
dentição desgastada, assim como não se pode atribuir todo desgaste dental ao bruxismo.40
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 27
Os fatores envolvidos no surgimento e na progressão do desgaste dentário são multifatoriais 
e complexos, envolvendo a interação entre fatores biológicos, mecânicos e químicos. Nesse 
contexto, o bruxismo é considerado um fator mecânico que pode estar associado a outros 
fatores, potencializando o desgaste dental. 
Durante a anamnese e o exame físico de diagnóstico de bruxismo, deve-se considerar:
§	a condição oclusal;
§	a dieta;
§	a xerostomia resultante do uso de medicamentos ou da condição de saúde;
§	o refluxo gastroesofágico;
§	a erosão química;
§	a consistência de alimentos. 
Fatores associados com a incidência de desgaste erosivo apontam que tanto o consumo de 
refrigerante como o ranger de dentes foram associados positivamente à presença de des-
gaste dental em incisivos decíduos.41
 O exame polissonográfico associado à gravação de áudio e de vídeo é o padrão-ou-
ro para o diagnóstico de BS.1,3,40
Com isso, o BS pode ser discriminado de outras atividades orofaciais, como:
§	ronco;
§	apneia;
§	mioclonia noturna (contrações musculares repentinas);
§	deglutição;
§	tosse. 
O diagnóstico de BS pode ser realizado baseado na frequência de episódios na EMG por 
hora de sono com histórico de ruídos de ranger de dentes, de preferência confirmado por 
gravações de áudio e de vídeo realizadas durante o exame de PSG. A amplitude média na 
EMG deve ser, pelo menos, 10% maior do que a obtida durante a máxima contração mus-
cular voluntária da musculatura mastigatória.40
Por meio da EMG, pode-se verificar que o evento de bruxismo poderia apresentar episódios 
fásicos, tônicos ou mistos de RMMA. Um episódio fásico corresponde a pelo menos três 
bursts, com duração entre 0,25 e 2 segundos separados por dois intervalos. Um episódio 
tônico corresponde a um burst com duração de mais de dois segundos. 
Um episódio misto de bruxismo apresenta episódios tanto fásico como misto em um só 
evento. Um episódio isolado é considerado quando há um intervalo entre os episódios de 
duração de, pelo menos, três segundos. 
28 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
 Considera-se bruxismode baixa frequência a ocorrência entre 2 e 4 episódios por 
hora de sono, e de alta frequência quando o número de episódios for maior ou 
igual a quatro, ou o número de bursts na EMG for maior ou igual a 25 por hora de 
sono.40
Esses métodos e critérios para BS foram desenvolvidos para adultos e ainda não foram 
validados para a população infantil, o que leva à necessidade de que pesquisas sejam dire-
cionadas para essa área, tornando os critérios validados e utilizando novas notas de corte 
apropriadas à população infantil.
Apesar de ser considerado o exame padrão-ouro para o diagnóstico de BS, a PSG apresenta 
alguns problemas. A maior limitação é a mudança no ambiente de dormir do paciente du-
rante o exame, o que pode interferir em seu padrão de sono. 
Além disso, os eventos de BS podem variar noite a noite. Então, é sugerido que os pacien-
tes sejam submetidos a mais de uma noite de sono no laboratório, o que aumenta o custo 
financeiro, a ansiedade e o desconforto desse exame, especialmente em crianças.27
Hoje, o mercado busca alternativas ao exame polissonográfico, com a introdução de apa-
relhos de EMG portáteis para uso domiciliar. O poder de detecção desses aparelhos é, em 
geral, menor do que o exame polissonográfico, uma vez que não descarta outras atividades 
orofaciais. Cerca de 30% das atividades oromotoras durante o sono não são específicas de 
BS. 
Um destes dispositivos é um EMG em miniatura (Bitestrip®), que indica o número total de 
contrações musculares realizadas durante o período de uso. Esse dispositivo foi considerado 
como de eficácia moderada, com 72% de sensibilidade e 75% de especificidade, ou seja, 
conseguiu determinar quem apresenta ou não BS, mas não a intensidade da condição.23 
Outro dispositivo é um EMG com um software para detecção de movimentos de BS (Grind-
care®). Esse dispositivo permite avaliar o total de contrações musculares pelo tempo de uso 
e por hora de uso. Sua eficácia no diagnóstico do BS, quando comparado à PSG, ainda está 
em fase de testes.39 Ambos os dispositivos não foram ainda testados em crianças e, prova-
velmente, necessitarão de adaptações.
Para o BV, a avaliação ainda está restrita aos questionários e ao exame físico. A busca por 
métodos de avaliação para quantificar a magnitude do BV é um desafio, já que o uso de fer-
ramentas para isso parece alterar o comportamento do paciente, o que dificulta a avaliação 
de forma natural.1
 Crianças com BS têm duas vezes mais chance de também apresentar BV.42
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 29
Uma graduação para bruxismo baseada nos meios de diagnóstico foi proposta recentemen-
te em possível, provável e definitivo.1 (Quadro 4).
Quadro 4
CLASSIFICAÇÃO DO BRUXISMO SEGUNDO OS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO1
1.	Possível BS ou BV: baseado no relato do paciente pelo uso de questionários.
2.	Provável BS ou BV: baseado no relato do paciente pelo uso de questionários mais os 
achados no exame físico.
3.	BS definitivo: no relato do paciente, pelo uso de questionários mais os achados no 
exame físico, mais a confirmação pela PSG com gravações de áudio e de vídeo.
Fonte: Lobbezzo et al., 2013.1
 Fatores que possam gerar ou perpetuar eventos de bruxismo devem também ser 
investigados (Quadro 1). O ortodontista deve estar familiarizado com o diagnóstico 
dos problemas respiratórios que possam gerar bruxismo secundário. 
A inspeção por fatores oclusais contribuintes para problemas respiratórios do sono, como 
retrognatia, micrognatia, macroglossia e hipertrofia de adenoides e tonsilas deve ser realiza-
da.17 Muitos dos sintomas relatados por crianças que apresentam distúrbios respiratórios do 
sono são também relatados por aquelas que apresentam BS, o que pode confundir o clínico 
(Quadro 5). 
30 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Ainda, a sintomatologia envolvida com bruxismo pode ser avaliada por questionários espe-
cíficos, voltados a sinais e a sintomas de DTM, à qualidade de vida, à qualidade do sono, a 
sintomas de depressão, de ansiedade e de estresse e à cefaleia.17
Quadro 5
SINTOMAS RELACIONADOS A DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO EM CRIANÇAS
Durante o sono Em vigília
Ronco
Dificuldade de respirar durante o sono
Pausas na respiração durante o sono
Respiração oral
Sono agitado
Movimento periódico de membros
Insônia
Despertares frequentes
Babar 
Falar durante o sono
Andar durante o sono
Suor excessivo
Enurese
Dificuldade de acordar pela manhã
Despertar confuso
Dor de cabeça tipo tensional pela manhã 
Respiração oral
Cansaço e sonolência excessiva
Sede excessiva pela manhã
Problemas de comportamento
Sintomas de TDAH
Agressividade
Irritabilidade
Problemas para se concentrar
Dificuldade em aprendizado
Esquecimento
Pobre desempenho escolar
Fonte: Carra e colaboradores (2012).17
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 31
8. Analise as afirmativas a seguir sobre buxismo.
I – É importante observar se os sinais e os sintomas de bruxismo se iniciaram ou exa-
cerbaram após o início específico das condições inerentes relacionadas ao apareci-
mento da atividade muscular mastigatória.
II – Em crianças, alta prevalência de bruxismo foi observada em condições como síndro-
me de Down e paralisia cerebral.
III – É muito importante para o clínico estar familiarizado com o diagnóstico dos distúr-
bios respiratórios do sono na população infantil.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
9. Cite pelo menos cinco fatores associados ao bruxismo em crianças.
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10. Atualmente, qual é a forma mais utilizada para avaliação do BS? 
A) O uso de questionários associados a sinais encontrados durante o exame físico.
B) O uso de questionários e o relato de ruídos de ranger de dentes pelos pais e/ou 
pelos responsáveis.
C) O exame físico e o relato de ruídos de ranger de dentes pelos pais e/ou pelos res-
ponsáveis
D) O uso de questionários.
Resposta no final do artigo
32 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
11. Correlacione as questões sobre sintomas relacionados a bruxismo infantil da coluna da 
esquerda com as limitações relacionadas na coluna da direita.
(1) A criança range ou aperta os dentes 
durante o sono? Alguém já observou 
se ela faz ruídos de ranger os dentes 
enquanto está dormindo?
(2) Ao acordar, a criança relata dor ou can-
saço nos músculos da face?
(3) A criança relata dor, desconforto ou 
sensibilidade nos dentes?
(4) Ao acordar e movimentar a boca, a 
criança relata rigidez ou travamento na 
sua articulação?
(5) Nos últimos três meses, a criança apre-
sentou dentes ou restaurações fratura-
das, exceto por cárie dentária, infiltra-
ções ou outro trauma conhecido?
(6) A criança sente dor de cabeça nas têm-
poras ao acordar?
(7) A criança mantém os dentes encosta-
dos (apertando ou segurando os den-
tes unidos) quando acordada?
( ) Pode não estar relacionado ao bruxis-
mo.
( ) Nem sempre a criança ou os pais e/ou 
os responsáveis têm consciência des-
se hábito. Não especifica a situação 
em que o hábito ocorre (momentos 
de concentração, tensão, estudos, 
uso de videogame etc.).
( ) Pode não estar relacionado ao bruxis-
mo. Pode estar relacionado a outros 
distúrbios do sono.
( ) Não é específico para bruxismo. Não 
determina se BS ou BV.
( ) Necessita da observação do sono da 
criança por terceiros. Ruídos de ran-
ger podem ser confundidos por ou-
tros ruídos durante o sono.( ) Pode ser atribuído a outros fatores, 
como erosão química e cáries dentá-
rias. Deve ser considerado pela ma-
nhã, para diagnóstico de BS.
( ) Pode não estar relacionado ao bruxis-
mo. Pode estar relacionado a outros 
distúrbios do sono. Pode estar relacio-
nado a outro tipo de cefaleia.
Qual é a sequência correta?
A) 4 – 6 – 1 – 5 – 2 – 7 – 3.
B) 4 – 7 – 2 – 5 – 1 – 3 – 6.
C) 6 – 3 – 2 – 1 – 5 – 7 – 4.
D) 2 – 7 – 5 – 4 – 1 – 3 – 6.
Resposta no final do artigo
12. Qual é o padrão-ouro para o diagnóstico de BS?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 33
13. Quanto ao diagnóstico do bruxismo, qual é a alternativa correta?
A) Questionário não é um meio válido de diagnóstico para crianças e deve ser evitado 
pelo clínico.
B) Durante o exame físico, o desgaste dental é o principal indicador de um bruxismo 
ativo.
C) Alguns critérios para o diagnóstico do bruxismo são: (1) desgaste anormal dos den-
tes; (2) desconforto/fadiga na musculatura mastigatória; (3) hipertrofia do masseter 
durante o apertamento dental voluntário máximo.
D) A PSG é um método secundário para o diagnóstico do BS, não oferecendo poucos 
dados relevantes ao diagnóstico.
Resposta no final do artigo
14. Em relação à graduação para bruxismo, com base nos meios de diagnóstico, qual é a 
alternativa correta?
A) O bruxismo pode ser classificado em primário ou secundário.
B) Possível BS ou BV é baseado no relato do paciente pelo uso de questionários, sem-
pre com gravações de áudio e de vídeo.
C) Provável BS ou BV é baseado no relato do paciente pelo uso somente dos achados 
no exame físico.
D) BS definitivo: no relato do paciente pelo uso de questionários mais os achados no 
exame físico, mais a confirmação pela PSG, com gravações de áudio e de vídeo.
Resposta no final do artigo
TRATAMENTO
Conhecer a fisiopatologia do bruxismo primário, os principais fatores que podem perpetuar 
os eventos e, ainda, os fatores que geram bruxismo secundário é fundamental para se guiar 
a abordagem ao paciente e o controle de seus efeitos deletérios. 
O bruxismo primário é controlado pelo SNC.3 Nenhuma terapia até a presente data é efetiva 
na cura ou na prevenção de bruxismo primário. As modalidades terapêuticas visam controlar 
e prevenir as consequências deletérias do bruxismo às estruturas orofaciais.43
Não há evidências suportando a indicação do uso de intervenções irreversíveis, como equilí-
brio oclusal por desgaste seletivo ou reabilitações orais e alinhamento ortodôntico no trata-
mento para bruxismo primário.17, 43
34 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
 O tratamento para bruxismo primário deve abordar três fatores: informar, controlar 
e proteger.
 O primeiro passo do tratamento talvez seja o mais importante em se tratando de 
bruxismo infantil: orientar, acalmar e informar os pais e/ou os responsáveis sobre 
essa condição. 
Muitas vezes, os pais e/ou os responsáveis procuram o atendimento odontológico para as 
crianças não pelos danos causados pela parafunção, mas pelo incômodo gerado pelo ruído 
de ranger os dentes. É importante alertá-los de que a tendência é a redução do hábito com 
o passar do tempo, embora algumas crianças possam perpetuar o hábito até a idade adulta.
Pais e/ou responsáveis devem ser educados sobre técnicas de relaxamento, de higiene do 
sono e de terapias cognitivo-comportamentais. A maioria das estratégias de orientação não 
foi testada em estudos clínicos randomizados e também se desconhecem seus efeitos em 
longo prazo; entretanto, parecem melhorar a qualidade de vida e devem ser consideradas 
como primeira linha na abordagem do paciente com bruxismo.17
Sabe-se que sono leve, ansiedade e dificuldade para dormir são fatores associados ao BS. 
Deve-se pedir aos pais que anotem por duas semanas todos os eventos relacionados à rotina 
do momento de dormir da criança no diário do sono (hora de dormir, hora em que acordou, 
número e duração de despertares noturnos, número e duração dos cochilos durante o dia). 
O Quadro 6 traz algumas orientações com relação à higiene do sono em crianças.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 35
Deve-se considerar encaminhar a criança ao médico especialista em sono ao perceber dis-
túrbios do sono frequentes, como, por exemplo, insônia, que podem não só exacerbar o 
número de eventos de BS, mas também trazer prejuízo à qualidade de vida da criança.
 A educação da criança para que não encoste seus dentes durante o dia e controle 
outras parafunções é indicada para pacientes com BV. O uso de um dispositivo 
interoclusal não é indicado, pois acaba por não evitar o hábito durante o dia, ou 
seja, a criança acaba apertando os dentes no dispositivo e não cessando o hábito. 
Quadro 6
ORIENTAÇÕES COM RELAÇÃO À HIGIENE DO SONO
Manter horários relativamente constantes para dormir e acordar 
A hora de deitar e de acordar deverá ser aproximadamente a mesma todos os dias. 
Não pode haver mais de uma hora de diferença entre a hora de deitar e de acordar 
durante a semana e no fim de semana.
Manter uma rotina antes de dormir
Estabelecer uma rotina na hora de ir para a cama que dure cerca de 20 a 30 minutos. 
A rotina deve incluir atividades calmas, como ouvir uma música relaxante ou um 
momento especial que inclua contar histórias.
Prestar atenção ao ambiente de dormir
O quarto da criança deve ser confortável, silencioso e escuro. Calor e frio excessivos 
alteram bastante o sono, portanto tentar manter o quarto com temperatura agradável. 
Ruídos podem ser a causa de um sono ruim. Ambiente escuro é necessário para 
liberação de melatonina, hormônio regulador do sono.
Evitar comidas e bebidas com cafeína 
Próximo ao horário de dormir, é interessante evitar a ingestão de alimentos e de 
bebidas que contenham cafeína, como refrigerantes à base de cola, café, chá-preto e 
chocolate.
Não usar o quarto de dormir para estudar ou assistir à televisão
Não ter televisão ou computadores no quarto da criança. Não permitir uso de celulares, 
smartphones, tablets, videogame, jogos eletrônicos no momento de dormir. Não 
dormir com a televisão ligada.
Praticar atividade física todos os dias
Exercícios físicos devem ser feitos, no máximo, de seis a quatro horas antes de ir para a 
cama.
Fonte: Lobezzo e colaboradores (2008).43
36 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Pode-se usar de artifícios para que o paciente se recorde de evitar o hábito de apertar os 
dentes, como o uso de adesivos coloridos ou despertador. Com a tecnologia, cada vez mais 
as crianças têm acesso a tablets e smartphones. Hoje já há um aplicativo para smartphones 
disponível no mercado em plataformas iOS e Android para o auxílio nessa função, o que 
torna, muitas vezes, o combate a esse hábito mais prazeroso.44
Controlar diz respeito a prestar atenção em fatores que podem desencadear ou perpetuar 
eventos de bruxismo, o que pode incluir hábitos, uso de substâncias, medicamentos, diag-
nóstico de TDAH, presença de outros distúrbios do sono e de resistência a passagem do ar.
Os fatores de risco para início ou para exacerbação de bruxismo infantil devem ser evitados, 
como exposição ao fumo, álcool, consumo excessivo de bebidas contendo cafeína e uso de 
drogas como cocaína, crack ou ecstasy. 
Quando o bruxismo infantil tem seu aparecimento associado ao uso de medicação como 
inibidores ISRS e duais, haloperidol e metilfenidato, deve-se, juntamente com o prescritor 
dessa medicação, avaliar a manutenção ou a mudança de categoria farmacológica, o que 
nemsempre é possível. Assim, deve-se orientar o paciente e protegê-lo dos possíveis efeitos 
deletérios do bruxismo.43
Em se tratando de bruxismo secundário a SAHOS ou a outra restrição à passagem do ar, é 
fundamental que o ortodontista avalie o paciente com relação a fatores morfológicos que 
possam contribuir para a obstrução e, se necessário, utilizar terapias para restabelecimento 
da passagem do ar.38
Deve-se considerar também encaminhar a criança ao médico otorrinolaringologista e a es-
pecialistas em sono para avaliação de outros fatores que podem contribuir para a obstrução 
da passagem do ar, como hipertrofia de tonsilas. 
 Estudos demonstraram redução na presença do relato de BS de 45,5 para 11,8% 
quando procedimento de tonsilectomia foi realizado e de 25,7 para 7,1% quando 
adenotonsilectomia foi realizada.45,46
Ainda não se encontrou uma medicação capaz de parar com a atividade muscular relaciona-
da ao bruxismo. Medicamentos já foram relatados, na literatura, no tratamento do bruxis-
mo em adultos, como clonazepam, clonidina, gabapentina, topiramato, buspirona e toxina 
botulínica, porém sem estudos clínicos em crianças. 
 Em relação a crianças, há relato do uso de buspirona com melhora dos sintomas de 
BV em paciente com transtorno de desenvolvimento pervasivo não especificado de 
outra forma (TDP-NES).47
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 37
Recentemente, foi publicado um estudo clínico, placebo-controlado, em que um anti-hista-
mínico, cloridrato de hidroxizina (25-50mg/dia) foi testado para controle do BS em crianças/
jovens de 4 a 17 anos por quatro semanas. Os pais relatavam por meio de uma escala de 0 
a 100 a severidade do BS. 
Nesse estudo clínico sobre o uso de cloridrato de hidroxizina, observou-se que tanto o grupo 
experimental quanto o grupo placebo apresentaram redução na severidade relatada do BS; 
entretanto esse resultado foi significativo para o grupo que utilizou a medicação. Nenhum 
efeito colateral importante foi observado. 
As explicações para a melhora do BS com o uso de cloridrato de hidroxizina recaem na so-
nolência provocada, na melhora da ansiedade e no relaxamento muscular. Esses resultados, 
entretanto, devem ser vistos com cautela, uma vez que não se sabe os efeitos do uso do 
cloridrato de hidroxizina em longo prazo.
Ainda, as crianças em uso de cloridrato de hidroxizina não foram avaliadas para presença de 
outros fatores secundários, como processos alérgicos e padrão facial e respiratório, que po-
deriam contribuir para a presença de bruxismo secundário a resistência à passagem do ar.48
 As pesquisas com farmacoterapia estão evoluindo, e medicações mais específicas 
e relacionadas à fisiopatologia do BS, como às relacionadas ao ritmo circadiano, 
poderão ser testadas. 
Toxina botulínica aplicada a masseter e temporal vem sendo indicada, com o intuito de 
reduzir a atividade muscular relacionada ao bruxismo em adultos. A toxina botulínica afeta 
a atividade muscular pela inibição de liberação de acetilcolina na junção neuromuscular. 
Existem muitos relatos de casos, mas não há estudos bem delineados que comprovem a sua 
eficácia no tratamento do bruxismo. 
Estudo realizado em amostra com 12 pacientes com BS demonstrou que houve redução na 
atividade muscular em que a toxina botulínica foi aplicada. Entretanto, é importante lem-
brar que não são apenas músculos superficiais envolvidos no fechamento de mandíbula. O 
estudo não demonstrou o que acontece em longo prazo, ou quantas aplicações mais são 
necessárias ou, ainda, se houve desgaste dentário gerado pelo bruxismo após a aplicação. 
Assim, o uso da toxina botulínica está indicado a pacientes com comprometimento psiquiá-
trico ou neurológico e a pacientes refratários aos métodos tradicionais de controle do BS em 
adultos.43 É possível redução de força muscular, mas não eliminação da atividade muscular 
relacionada ao BS. Assim, não se deve descartar o uso das placas oclusais para proteção das 
estruturas nos pacientes submetidos à terapia com toxina botulínica.
38 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Por fim, as crianças com bruxismo, especialmente com BS, podem necessitar de proteção 
das estruturas dentárias e periodontais, vítimas do efeito deletério do hábito de ranger os 
dentes. Para isso, dispositivos interoclusais são utilizados. Várias são as placas e os dispositi-
vos desenhados para esse fim disponíveis no mercado odontológico. 
O exato mecanismo de ação dos dispositivos interoclusais está sob debate; entretanto, já 
se sabe que não há evidências de que possa curar bruxismo.43 Até o presente momento, há 
poucas evidências sobre eficácia e segurança do uso dos dispositivos em crianças.
A maioria dos estudos realizados em adultos mostra que, em curto prazo (2 a 6 semanas), há 
uma redução entre 40 a 50% na atividade muscular com o uso de qualquer tipo de disposi-
tivo interoclusal. Entretanto, também é observado que, após esse curto período, a atividade 
muscular rítmica volta aos valores basais.43
 O uso dos dispositivos interoclusais em crianças deve ser restrito àquelas com diag-
nóstico de BS primário e em casos em que o fator secundário relacionado ao bru-
xismo não possa ser modificado; deve-se também levar em consideração os efeitos 
deletérios, como presença de desgaste dentário intenso. 
É necessário informar aos pais que, muitas vezes, o acompanhamento e as técnicas de 
higiene do sono são suficientes na abordagem do bruxismo. Se for necessário o uso de 
dispositivo interoclusal, utilizar um que não interfira no crescimento e no desenvolvimento 
da criança. Nesse sentido, as placas interoclusais estabilizadoras constituem uma boa opção 
quando cuidadosamente supervisionadas e com uso monitorado.49,50
Existe um apelo comercial para o uso de dispositivo flexível ou maleável, como pré-fabri-
cados e placas confeccionadas com silicone, como se fossem mais confortáveis para os 
pacientes ou que não impedissem o crescimento. Entretanto, placas rígidas, lisas, confeccio-
nadas em acrílico são preferidas por várias razões, como facilidade de ajuste e de adaptação, 
prevenção de movimentos dentários e por serem mais efetivas na redução da atividade 
muscular mastigatória durante o sono. 
Cerca de 20% dos pacientes com BS apresentam aumento na atividade muscular, sobretudo 
com o uso de um dispositivo confeccionado com material maleável. Além disso, a fricção do 
material resiliente das placas de silicone no esmalte dental e nos materiais dentários poderia 
levar a danos nessas estruturas.43
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 39
 O uso de dispositivos interoclusais com cobertura somente em alguns dentes (an-
teriores ou posteriores) é contraindicado em longo prazo, pelo risco de movimen-
tação dentária, como extrusão, e pelo risco de a criança engolir e engasgar com 
o dispositivo.43 Assim, para prevenção ou limitação de danos a estruturas dentais, 
periodontais e reabilitadoras, é prudente manter o uso de placas oclusais rígidas e 
com cobertura total no tratamento do BS.43
Gianassi e colaboradores publicaram um estudo piloto no qual avaliaram o uso da placa de 
acrílico lisa e com cobertura total em nove crianças com BS com idade média de 5 anos. A 
redução dos ruídos de ranger de dentes e dos sintomas relacionados ao BS foi observada em 
todas as crianças que utilizaram o dispositivo.49
Um estudo clínico randomizado testou o uso da placa de acrílico lisa e com cobertura total 
em 19 crianças com BS, de 3 a 6 anos, com o uso por dois anos versus um grupo controle 
composto por 17 crianças com BS que não receberam tratamento. Após dois anos, nenhu-
ma diferença foi verificada com relação a desgaste dentário e a presença de sinais e sintomas 
de DTM, exceto pela redução do desvio em abertura bucal. O nível de ansiedade reduziu 
significativamente em ambos os grupos.50Os resultados desse estudo que testou a placa de acrílico lisa e com cobertura total ques-
tiona a indicação das placas interoclusais. Ainda, os dados remetem à observação de que, 
na primeira infância, pode ocorrer remissão espontânea do BS, o que concorda com a epi-
demiologia, em que a prevalência na infância é quatro vezes maior do que na idade adulta. 
Entretanto, deve-se ter cautela ao analisar esse estudo: a amostra é pequena e é o único 
estudo com essa metodologia. Novos estudos devem ser realizados.
 A abordagem com o uso de dispositivo interoclusais exige acompanhamento su-
pervisionado, troca e ajuste quando necessário. 
O acompanhamento das marcas deixadas na placa permite também avaliar o quão ativa está 
a condição.39 Cabe aos pais e/ou responsáveis manter e fiscalizar a assiduidade no uso e a 
higiene dos dispositivos interoclusais.50 Quando os dentes estão em erupção, a placa pode 
ser confeccionada com alívios.49
40 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
15. Quanto ao tratamento do bruxismo, qual é a alternativa correta?
A) Nenhuma terapia até a presente data é efetiva na cura ou na prevenção de bruxis-
mo primário.
B) O uso de intervenções irreversíveis, como equilíbrio oclusal por ajustes oclusais ou 
reabilitações orais e alinhamento ortodôntico, são opções válidas no tratamento 
para bruxismo primário.
C) O uso de um dispositivo interoclusal é indicado para pacientes com BV.
D) Em se tratando de bruxismo secundário a restrição da passagem do ar por hipertro-
fias de tonsilas, o tratamento cirúrgico junto ao otorrinolaringologista não é uma 
opção válida para a redução de relatos de BS.
Resposta no final do artigo
16. Dentre os métodos válidos para o tratamento de BS primário, indique, na sequência, 
qual seria a conduta clínica adequada para controle dessa parafunção.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Resposta no final do artigo
17. De acordo com o artigo, manejo de fatores secundários, acompanhamento e técnicas 
de higiene do sono podem ser bastante eficazes no tratamento de BS. Em quais situa-
ções o uso de dispositivos interoclusais NÃO está indicado?
A) Nos casos de desgaste e de danos severos às estruturas dentárias e periodontais.
B) Quando há um fator secundário que não pode ser removido ou modificado.
C) Para eliminar o simples ruído do ranger de dentes, não apresentando o paciente 
sinais de desgaste.
D) Com a finalidade de prevenir ou de limitar os danos às estruturas dentárias.
Resposta no final do artigo
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 41
18. Sobre o tratamento do bruxismo primário, qual é a alternativa correta?
A) O uso de toxina botulínica está indicado para a eliminação da atividade muscular, e 
seu uso em crianças é seguro e de eficácia comprovada.
B) O uso de toxina botulínica é uma alternativa aos dispositivos interoclusais.
C) Placas oclusais rígidas podem ser utilizadas em crianças, desde que seja realizado 
um acompanhamento criterioso, realizando ajustes, desgastes e troca do dispositivo 
quando necessário.
D) Em crianças, é preferível a utilização de placas oclusais confeccionadas em material 
maleável, por serem mais confortáveis e por não causarem prejuízos ao esmalte 
dentário e ao crescimento facial.
Resposta no final do artigo
19. Quanto ao diagnóstico de bruxismo, qual é a alternativa correta?
A) Questionários são considerados os métodos de escolha, por serem rápidos, de baixo 
custo e confiáveis, consistindo o principal meio para o diagnóstico de bruxismo.
B) O clínico deve associar diversas informações, especialmente o ruído de ranger de 
dentes relatado pelos pais e/ou pelos responsáveis. É importante também questio-
nar sobre os hábitos de sono da criança, sobre a qualidade e sobre eventos que 
costumam ocorrer, como fala, sonambulismo, distúrbios respiratórios. Achados de 
desgaste dentário, marcas na bochecha e na língua, dor e hipertrofia da musculatu-
ra mastigatória contribuem para o diagnóstico.
C) O diagnóstico definitivo de BS pode ser obtido sem a realização da PSG. Questioná-
rio específico associado a relatos de dor, a desgaste severo, a marcas nas bochechas 
e na língua, a dor e a hipertrofia da musculatura mastigatória confirmam o diagnós-
tico.
D) O diagnóstico de bruxismo não pode ser confirmado sem que haja o relato de dor. 
Dor de cabeça, musculatura mastigatória ou rigidez muscular são frequentes em 
crianças e condição obrigatória para o diagnóstico de bruxismo infantil.
Resposta no final do artigo
20. Qual NÃO é uma recomendação para um sono de qualidade?
A) Manter uma rotina de horários para dormir e para acordar.
B) Utilizar computador, tablets e smartphones para ajudar a relaxar.
C) Praticar atividade física.
D) Planejar um ambiente adequado para um bom sono: escuro, livre de ruídos, sem 
objetos eletrônicos ou distrações.
Resposta no final do artigo
42 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
CASOS CLÍNICOS
Criança com 6 anos procura atendimento com queixa de ruídos de ranger os dentes 
durante o sono. A mãe relata que o ruído é intenso e audível mesmo com a porta do 
quarto fechada.
A frequência do bruxismo vem piorando ao longo do tempo, sendo, atualmente, mais 
de cinco vezes na semana. Durante o atendimento, a criança apresenta-se ansiosa e 
agitada, e o comportamento descrito é confirmado pela mãe durante todo o dia. 
A criança costuma jogar videogame antes de dormir e sente um pouco de dificuldade 
em iniciar o sono. A televisão permanece no quarto e ligada no momento de dormir. 
Não tem uma rotina para noites de sono, mas dorme cerca de oito horas por dia. Não 
relata outros sintomas.
Aos três anos, foi submetida à tonsilectomia e, a partir dessa situação, não foram 
detectados problemas respiratórios. Não faz uso de nenhum medicamento. A criança 
tem o hábito de ingerir refrigerantes à base de cola todos os dias. 
Exame físico revelou desgaste em dentes decíduos, língua mordiscada, hipertrofia em 
músculo masseter. Nenhuma anormalidade morfológica importante.
Figura 1 – Imagem frontal do paciente.
Fonte: Arquivo de imagens da Dra. Juliana Stuginski 
Barbosa.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 43
21. Qual a hipótese diagnóstica no caso clínico 1?
A) Possível BS.
B) Provável BS.
C) BS definitivo.
D) SAOS.
Resposta no final do artigo
22. Qual seria a possível conduta para o caso clínico 1?
A) Informar a mãe sobre a condição, encaminhar ao otorrinolaringologista, solicitar 
documentação ortodôntica e placa de mordida em acrílico.
B) Informar a mãe sobre a condição, orientar sobre higiene do sono, evitar o consumo 
de refrigerante à base de cola e placa de mordida em acrílico sob acompanhamen-
to.
C) Informar a mãe sobre a condição, orientar quanto à respiração oral, solicitar docu-
mentação ortodôntica e placa de mordida em acrílico.
D) Informar a mãe sobre a condição, orientar sobre higiene do sono, evitar o consumo 
de refrigerante à base de cola e prescrição de antialérgico.
Resposta no final do artigo
44 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Criança com 10 anos procura atendimento com queixa de ruídos de ranger os dentes 
durante o sono. A mãe relata que todos os dias escuta a criança rangendo os dentes, 
o que a incomoda muito, fazendo com que não consiga dormir.
A criança não é agitada ou ansiosa, mas apresenta dificuldade para dormir e sono 
agitado, com respiração oral. Pela manhã, a mãe relata ser complicado retirar a criança 
da cama. Nos últimos dois anos, a criança sofre com baixo desempenho escolar,com 
problemas de concentração. A criança é respiradora oral também em vigília. 
Em exame físico, verifica-se desgaste dentário em decíduos. Criança com problemas 
morfológicos, como atresia em maxila, mordida cruzada posterior, mordida aberta 
anterior, hipertrofia de tonsilas, projeção de cabeça para anterior. A mãe trouxe docu-
mentação ortodôntica realizada há dois meses na qual se verifica a redução da passa-
gem do ar, tanto na região nasal quanto em orofaringe.
As Figuras 2 a 5 ilustram o caso clínico 2.
Figura 2 – Intraoral frontal.
Fonte: Arquivo de imagens da Dra. Juliana Stuginski 
Barbosa.
Figura 3 – Intraoral lado direito.
Fonte: Arquivo de imagens da Dra. Juliana Stuginski 
Barbosa.
Figura 4 – Intraoral lado esquerdo.
Fonte: Arquivo de imagens da Dra. Juliana Stuginski 
Barbosa.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 45
23. Qual seria a hipótese diagnóstica para o caso clínico 2?
A) Possível BS primário.
B) Provável BS primário.
C) Provável BS secundário.
D) Possível BV primário.
Resposta no final do artigo
Figura 5 – Radiografia cefalométrica
Fonte: Arquivo de imagens da Dra. Juliana Stuginski 
Barbosa.
46 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
24. Qual seria a possível conduta no caso clínico 2?
A) Informar a mãe sobre bruxismo e sua relação com a restrição a passagem do ar, 
encaminhar ao otorrinolaringologista, solicitar documentação ortodôntica e placa 
de mordida em acrílico.
B) Informar a mãe sobre bruxismo e sua relação com a restrição a passagem do ar, 
encaminhar ao otorrinolaringologista, solicitar documentação ortodôntica e aplicar 
toxina botulínica.
C) Informar a mãe sobre bruxismo e sua relação com a restrição a passagem do ar, 
orientar quanto à higiene do sono, encaminhar ao otorrinolaringologista, solicitar 
documentação ortodôntica e planejar a terapia ortodôntica.
D) Informar a mãe sobre bruxismo e sua relação com a restrição a passagem do ar, 
orientar quanto à higiene do sono, solicitar documentação ortodôntica e planejar a 
terapia ortodôntica.
Resposta no final do artigo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de suma importância que o cirurgião-dentista, no atendimento a crianças, esteja familiari-
zado com os conceitos atuais de classificação, de diagnóstico e de controle do bruxismo. Por 
conseguinte, o profissional deverá informar o paciente sobre as possíveis consequências do 
bruxismo e conscientizá-lo do hábito nocivo, buscando estabelecer uma efetiva e constante 
comunicação, com o intuito de proporcionar com eficácia o controle do bruxismo. 
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: A
Comentário: A definição apresentada por Lobbezoo e colaboradores,1 sendo hoje a mais 
aceita pela comunidade científica.
Atividade 2
Resposta: D
Comentário: Em se tratando de sinais e de sintomas de DTM, esses aumentam em prevalên-
cia com a idade e atingem mais adolescentes.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 47
Atividade 3
Resposta: D
Comentário: Deve-se lembrar de que CTT pela manhã não é um sintoma patognomônico 
apenas para BS, e sim pode ser causada por distúrbios respiratórios do sono, por exemplo, 
ou ser uma cefaleia primária. A presença de uma cefaleia primária aumenta o risco para 
relato de bruxismo.
Atividade 4
Resposta: B
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: Conhecer a fisiopatologia do BS primário é essencial para entender novas pos-
sibilidades terapêuticas. A partir do momento em que se compreendeu que o BS primário 
era controlado pelo SNC, entendeu-se também por que o uso da placa oclusal não cura o 
BS, mas sim controla seus efeitos deletérios, por exemplo. Também se intensificou a busca 
por uma medicação capaz de controlar o BS primário.
Atividade 8
Resposta: D
Atividade 10
Resposta: A
Atividade 11
Resposta: B
Atividade 13
Resposta: C
Comentário: Segundo o manual da Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono pu-
blicado em 2005 pela AAMS.
Atividade 14
Resposta: D
Comentário: O exame polissonográfico associado à gravação de áudio e de vídeo é o padrão 
ouro para o diagnóstico de BS, e associado ao questionário e ao exame físico, fecha um 
diagnóstico completo para o bruxismo.
48 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Atividade 15
Resposta: A
Comentário: O bruxismo primário é controlado pelo SNC, não havendo um tratamento defi-
nitivo específico para o distúrbio, as modalidades terapêuticas visam controlar e prevenir as 
consequências deletérias do bruxismo às estruturas orofaciais.
Atividade 16
Resposta: Informar aos pais sobre a condição e como os eventos podem reduzir com o pas-
sar da idade. Controlar possíveis fatores secundários que possam aumentar o número de 
eventos, sobretudo indicar higiene do sono e o preenchimento de um diário do sono. Quan-
do o desgaste dentário for intenso e não houver indicação para ortodontia, pode-se planejar 
o uso de um dispositivo interoclusal com cobertura total e em acrílico. Tomar o cuidado de 
realizar alívios em dentes que estão em erupção.
Atividade 17
Resposta: C
Comentário: Quando o paciente não apresenta desgaste acentuado, as placas interoclusais 
não são indicadas, uma vez que têm o intuito de proteger as estruturas dentárias e limitar 
os danos, e não de eliminar a atividade muscular.
Atividade 18
Resposta: C
Comentário: O uso de toxina botulínica não é seguro e de eficácia comprovada em crianças, 
além de não eliminar as atividades musculares, mas sim reduzir a força muscular. Desse 
modo, as placas oclusais podem ainda ser necessárias. Placas rígidas, lisas, confeccionadas 
em acrílico são preferíveis, pela facilidade de ajuste e de adaptação, pela prevenção de mo-
vimentos dentários e por serem mais efetivas na redução da atividade muscular mastigatória 
durante o sono. As placas maleáveis podem aumentar a atividade muscular e causar danos 
aos tecidos dentários. É importante salientar que a abordagem com o uso de dispositivos in-
teroclusais exige acompanhamento supervisionado, troca e ajuste quando necessário, além 
de uso frequente e de cuidados com a higiene.
Atividade 19
Resposta: B
Comentário: Determinar se o paciente apresenta bruxismo ativo é um desafio para o clínico. 
Os questionários, apesar de rápidos e de baixo custo, são subjetivos, dependem das respos-
tas dadas pela criança ou pelos pais e/ou responsáveis. Além disso, podem evidenciar sin-
tomas não relacionados ao bruxismo, então não se pode considerá-los um método preciso 
quando utilizados sozinhos.
 | PRO-ODONTO ORTODONTIA | CICLO 8 | VOLUME 4 | 49
A AAMS considera os seguintes critérios para o diagnóstico de bruxismo:
§	relato recente do indivíduo ou de terceiros sobre ruídos de ranger os dentes durante 
o sono por pelo menos 3 a 5 noites por semana nos últimos 3 a 6 meses;
§	apresentar um ou mais dos seguintes sinais:
§	desgaste anormal dos dentes;
§	desconforto na musculatura mastigatória, fadiga, ou dor e rigidez, ou travamento 
mandibular ao acordar;
§	hipertrofia do músculo masseter no apertamento dental voluntário máximo.
Ainda assim, o padrão-ouro para o diagnóstico de bruxismo é a PSG. Entretanto, a PSG 
apresenta alto custo e algumas limitações, portanto aceita-se o possível diagnóstico de bru-
xismo (baseado no relato do paciente pelo uso de questionários) e o provável diagnóstico de 
bruxismo (quando os relatos e os questionários somam-se a achados do exame clínico), mas 
a confirmação do diagnóstico só é realizada com a PSG.
Atividade 20
Resposta: B
Comentário: Recomenda-se não utilizar aparelhos eletrônicos, se possível, nem tê-los no 
quarto de dormir. O ideal é manter uma rotina de atividades calmas antes de ir para a cama.
Atividade 21
Resposta: B
Comentário: Segundo a nova classificação e definição para bruxismo, esse seria BS provável, 
pois há o relato de terceiros(mãe) e achados no exame físico (desgaste dentário, hipertrofia 
em masseter).
Atividade 22
Resposta: B
Comentário: Informar a mãe sobre o BS, sobre sua comum ocorrência na infância e sobre a 
redução na prevalência com a idade. Orientar sobre higiene do sono e solicitar que acom-
panhe a rotina do sono de seu filho através do diário do sono. Controlar fatores que podem 
aumentar os números de eventos de bruxismo, como consumo excessivo de cafeína. Se o 
desgaste dentário for extenso, considerar utilizar uma placa de mordida em acrílico, com 
cobertura total, com alívio para permitir a erupção dos dentes permanentes. O uso da placa 
deve ser supervisionado. Considerar trocas e ajustes conforme o crescimento da criança.
Atividade 23
Resposta: C
Comentário: Pela sintomatologia apresentada, a hipótese diagnóstica recai em BS secun-
dário à obstrução da passagem do ar. Como foi baseada na resposta a questionários e no 
exame físico, é classificada como provável.
50 BRUXISMO INFANTIL: O QUE O ORTODONTISTA DEVERIA SABER
Atividade 24
Resposta: C
Comentário: Importante conhecer os sintomas que podem se relacionar a SAHOS em crian-
ças e sua relação com o bruxismo infantil para orientar corretamente os pais. Para o diag-
nóstico da SAHOS e também dos problemas relacionados às obstruções nasais e faríngeas, 
deve-se encaminhar ao otorrinolaringologista, para diagnóstico e conduta. Problemas mor-
fológicos, como atresia em maxila, contribuem para a obstrução da passagem do ar. Assim, 
são fundamentais o diagnóstico e a terapia ortodôntica nesse caso.
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Como citar este documento
Barbosa JS, Machado NG, Conti PCR. Bruxismo infantil: o que o ortodontista deveria saber. 
In: Associação Brasileira de Odontologia; Pinto T, Garib DG, Janson G, Silva Filho OG, orga-
nizadores. PRO-ODONTO ORTODONTIA Programa de Atualização em Ortodontia: Ciclo 8. 
Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p. 121-222. (Sistema de Educação Continuada 
a Distância, v. 4).

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