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Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA REFERÊNCIA: PAIXÃO, Alessandro Ezequiel. Sociologia Geral. Curitiba: Intersaberes, 2012. Neste roteiro destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. Bons estudos! *este material destina-se exclusivamente para estudo aos alunos do Curso de Tecnologia em Gestão de Segurança Privada junto ao Grupo Uninter Capítulo 1 – Contexto histórico do aparecimento da sociologia A sociologia como disciplina científica surgiu no início do século XIX, como uma resposta acadêmica para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se tornando cada vez menor e mais integrado, a consciência das pessoas sobre o mundo estava aumentando e dispersando. Sendo assim, a sociologia pode ser definida como a ciência que estuda as sociedades. Ela é o produto da tentativa de compreensão da realidade social com base na ciência e na razão. A Sociologia pode ser definida, de forma simples, como a ciência que estuda as sociedades. Ela é produto da tentativa de compreensão da realizada social com base na ciência e na razão. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 A Idade Média é o período compreendido entre a deposição do último soberano do Império Romano do Ocidente, Rômulo Augústulo (476, século V), até a conquista da cidade de Constantinopla, pelos turcos (1453, século XV), pondo fim ao Império Bizantino. Entre esses marcos, passaram-se cerca de mil anos. Foi um tempo em que os europeus viveram, em sua maioria no campo, restritos a propriedades que buscavam sua autossuficiência. O poder político era descentralizado, isto é, estava nas mãos dos senhores feudais. Durante a Idade Média Europeia, a Igreja dominava tanto o campo das ideias como o das relações sociais. Neste contexto, a forma de explicação dos fenômenos e a organização da vida social que predominavam eram obtidas mediante a observação dos fatos e fenômenos que ocorriam; baseadas numa tentativa de explicação científica; já que a Igreja dominava e por isso, detinha os conhecimentos científicos da época, mas ao mesmo tempo, marcadas pela influência da fé e da religião, que eram consequências do domínio da Igreja sobre a sociedade. A partir do século XVI, principia na Europa, um movimento chamado Renascimento que se constitui com uma tendência cultural laica, ou seja, que não possui viés religioso e cujas explicações para os fenômenos naturais e sociais se tornam mais racionais e científicos. O Renascimento era inspirado na cultura greco-romana e não aceitava os valores e as concepções da Idade Média. O cenário que deu origem à sociologia abarcou uma série de mudanças introduzidas pelas duas grandes revoluções dos séculos XVIII e XIX – a revolução francesa e a revolução industrial. Ambas acarretaram um grande número de mudanças na sociedade e nas ideias, surgindo daí a necessidade de novas respostas para os problemas à medida que iam aparecendo. A Revolução Industrial se iniciou na Inglaterra no final do século XVIII e se disseminou por toda a Europa durante o século XIX. A industrialização passou a ser composta pela urbanização da sociedade. Em pouco tempo a Inglaterra passou de um país com pequenas cidades e de população predominante rural para um país com grandes cidades industriais. A principal característica da Revolução Industrial foi a criação do sistema fabril mecanizado, isto é, as fábricas passaram da simples produção manufaturada para a complexa substituição do trabalho manual por máquinas, o que trouxe a necessidade de acelerar o ritmo de produção das mercadorias e, assim, essas mercadorias começaram a ser produzidas em larga escala, demandando mais matéria – prima e mais mão de obra. As pessoas começaram a se transferir do campo para a cidade em busca da melhoria das condições de vida, impulsionadas pela procura dessa mão de obra. Com este processo de industrialização e o êxodo rural, ocorreram muitas transformações econômicas e sociais intimamente ligadas `as inovações tecnológicas. Como exemplo dessas transformações, temos o caso dos artesãos que saíram de suas oficinas e foram trabalhar nas primeiras fábricas. O lar como unidade de produção foi substituído pela fábrica. Nas oficinas eles tinham o controle da produção e do tempo de trabalho; nas fábricas passaram a ser submetidos à imposição de longas jornadas sob as ordens de um patrão, mudando radicalmente a forma de vida habitual. Já a Revolução Francesa, em 1789, significou o fim do feudalismo na Europa, promovendo profundas transformações na economia, na vida política e nas formas culturais. A revolução significava sobretudo a ascensão de uma nova classe ao poder: a burguesia. A França de então era uma sociedade marcada pelos privilégios da nobreza e do clero. Com o fim do feudalismo e do antigo regime, houve a ascensão da burguesia ao poder, o fim dos privilégios da nobreza e o abalo no poder da igreja. Capítulo 2 – A institucionalização da sociologia: Comte e Durkheim Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Alguns conceitos são essenciais para que haja uma perfeita compreensão sobre temas específicos. Quando se estuda sociologia um desses termos se refere ao conceito de método e método científico. Método significa o caminho que fazemos para atingir um objetivo, uma meta. O método científico se refere aos procedimentos, às técnicas, à maneira como será abordado o objeto de estudo. A definição desses elementos (procedimentos, técnica, abordagem) garante a legitimidade do conhecimento científico. Outro ponto a ser considerado, é a distinção entre as ciências humanas e as ciências naturais, por se tratar de uma questão importante para o estudo da sociologia. Sendo assim, podemos definir em breve palavras, como cada uma delas se conceituam: Ciências humanas – são aquelas que têm o ser humano e as suas relações como objeto de estudo. Ciências naturais – são aquelas que têm como objeto de estudo a natureza. O filósofo Auguste Comte (1798-1857), um dos pioneiros na criação da sociologia, quanto na elaboração das respostas que ela poderia dar aos desafios de seu tempo. Ele viveu num período da história francesa em que se alternavam regimes despóticos e revoluções, assim, Comte procurou dar uma resposta a esse estado de ânimo, combinando elementos da obra de pensadores anteriores a ele, assim como de seus contemporâneos. Dessa combinação surgiu o Positivismo cujo pensamento postula que a ciência deve se fundar na observação, na comparação e na classificação; a ciência deve procurar leis gerais de validade universal; postula, ainda, a separação rígida entre pesquisador e objeto de estudo; defende a possibilidade de previsão de estados futuros; busca a normatização e a ordenação daquilo que estuda e tudo aquilo que foge das leis gerais pode ser considerado patológico. Comte é o criador do termo sociologia para designar o estudo sistemático da sociedade. Dentre as suas contribuições, ele formulou a teoria dos três estágios pelos quais passaria o conhecimento humano até o seu pleno desenvolvimento: o teleológico, o metafísico e o positivismo empírico que se caracterizam da seguinte forma: Teleológico:os pensamentos seriam guiados pela fé e pelas crenças, e a sociedade aparece como resultado da vontade divina. Metafísico: a vontade divina como fundamento da sociedade é substituída pelas causas naturais. Positivismo empírico: a ciência seria a forma de explicação do mundo e da natureza e uma ferramenta de reforma para a sociedade. Durkheim propôs uma metodologia científica para a sociologia que permitisse o estudo de leis concretas, e não generalidades abstratas. Uma de suas preocupações centrais estava em delimitar o campo da sociologia de maneira clara, ou seja, o que esta ciência iria estudar. Sendo assim, a tarefa deste filósofo iniciou-se pela definição do objeto de estudo da sociologia, o fato social. O Fatos sociais são definidos como maneiras de agir, de pensar, de sentir que se impõem aos indivíduos. São dados pela coletividade, pela sociedade. Durkheim afirma que os fatos sociais têm três características básicas que permitem sua identificação na realidade: a exterioridade, a coercitividade e a generalidade. Segundo Paixão (2012, p. 60) a consciência coletiva não se refere apenas à reunião das consciências individuais num todo. A consciência é coletiva, pois tem como substrato o social, o coletivo, e não o indivíduo. Para Durkheim, a consciência coletiva é formada pelo conjunto de normas, leis, gostos, hábitos, modos de agir, de pensar e de sentir, que são coletivos. É importante entendermos que o fundamento, a origem deste conjunto de elementos, é o meio social. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Durkheim faz uma distinção entre sociedades tradicionais e sociedades modernas. Na visão do sociólogo as sociedades tradicionais apresentam pouca diferenciação entre os indivíduos e pouca divisão do trabalho, ou seja, os indivíduos são muito parecidos uns com os outros [...]. Já as sociedades modernas apresentam uma grande divisão do trabalho e muita diferenciação entre os indivíduos. Segundo Durkheim apud Paixão (2012, p. 62), nas sociedades mais simples o sentimento de pertencimento ao grupo é muito maior, pois a consciência coletiva é mais forte, ou seja, os imperativos sociais (leis, modos de agir, de pensar e de sentir do grupo) impõem-se como muito mais força ao indivíduo, sobrando pouco espaço para interpretações individuais. Nas sociedades modernas e industrializadas existe uma margem maior para interpretação individual dos imperativos sociais e um enfraquecimento da consciência coletiva. Para Durkheim, a diferenciação entre as sociedades pode ser explicada sem apelar para a diferença entre os indivíduos, pois o meio social é produzido pela cooperação entre os indivíduos, por meio de um processo de interação que chamou de “divisão do trabalho social”. Conforme o tipo de divisão do trabalho que predomina em uma sociedade em determinada época, temos um tipo de cooperação entre os indivíduos. A industrialização, a urbanização e a divisão técnica do trabalho produziram um meio social muito diferenciado, tornando a consciência coletiva mais fraca e tendo como consequência o surgimento do individualismo. Desta forma, há alguns fatores negativos advindos do individualismo, pois de acordo com a visão de Durkheim o individualismo surge com uma ameaça à ordem social, uma vez que o indivíduo não se sente mais pertencente ao grupo acarretando a desintegração dos imperativos sociais (regras comuns que mantém a sociedade coesa) e a sociedade corre o riso de entrar em um estado de anomia, ou seja, de ausência de regras. Contudo, para Durkheim apud Paixão (2013, p. 68), há uma forma possível de restaurar a integração do indivíduo ao grupo, fortalecendo seu sentimento de pertencimento, por meio da educação, já que esta investida de um sentido de educação moral, pois assume a condição de elemento fundamental na preservação da coesão social. Capítulo 3 – A sociologia de Karl Marx O filósofo, economista e sociólogo alemão Karl Marx (1818 – 1883) também presenciou os desdobramentos da Revolução Industrial, como Comte e Durkheim, e considera a dinâmica social como portadora de uma ordem evolutiva. Marx entende que o homem e a sociedade que ele analisa são produtos de um homem e de uma sociedade anteriores. Assim, o autor julga que toda a miséria, as desigualdades e principalmente a pobreza da classe trabalhadora são próprias do capitalismo, ou seja, são elementos estruturais desse sistema. Karl Marx focaliza as contradições básicas do capitalismo e afirma que este é contraditório por excelência. Segundo o teórico, as duas principais contradições da sociedade moderna e capitalista são, em primeiro lugar, entre as forças produtivas e as relações de produção; e, em segundo lugar, entre o crescimento da riqueza e o aumento da miséria. Para entender melhor este pensamento, vamos conceituar o que são as forças produtivas na concepção de Marx: são todas as forças, meios, técnicas e formas de organizar o trabalho que a sociedade utiliza para produzir aquilo que necessita. Inclui as tecnologias, as fontes de energia e o tipo de trabalho utilizado. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Já as relações de produção, segundo Marx, são formadas pelas relações de propriedade e de distribuição, ou seja, referem-se aos tipos de propriedade que existem e como são distribuídos os bens produzidos, de acordo com os tipos de propriedade. Marx conceitua o trabalho como a interação do homem com a natureza para prover sua sobrevivência. É mediante o trabalho que o homem transforma a natureza e produz materialidade, isto é, todos os objetos de que necessita, como alimentos, ferramentas, casas, mesas, carros, computadores, etc. Segundo Paixão (2012, p. 90), “o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e intelectual em geral. Desta forma, não é possível entender a política ou a cultura de determinada época sem entender a relação básica (econômica) que condiciona todo o conjunto da sociedade. Ao se transformarem, os modos de produzir transformam toda a sociedade.” Desta forma, a história da humanidade é a história dos modos de produção. Segundo Marx, existem 03 (três) modos de produção vigentes ao longo da história: o modo de produção escravista antigo, o modo de produção feudal e o modo de produção capitalista. Ainda para Marx, a política, as ideologias e inclusive a cultura, junto com as determinações econômicas, atuam no processo de constituição da classe social. Segundo Lefebvre apud Paixão (2012, p. 92) existem diferentes grupos inseridos nas relações sociais de produção: senhor e escravo, servo e senhor, trabalhador e capitalista. Esses grupos constituem as classes sociais. Para Marx a questão primordial para os trabalhadores não é apenas o aumento do salário. A injustiça maior, ou a grande contradição do capitalismo, é o fato de os trabalhadores não serem proprietários da riqueza que produzem. O salário representa apenas uma parte da riqueza que o trabalhador produz, o resto da riqueza é apropriada pelo capitalista na forma daquilo que Marx chama de “mais-valia”, que é a parte da riqueza gerada pelo trabalhador que não é entregue a ele, mas sim apropriada pelo capitalista. Capítulo 4 - Mas Weber e a racionalidade Max Weber, como representante da Sociologia alemã e questionador dos modos positivistas de formulação de leis sociais, defendia a ideia de que uma Ciência Social não poderia reduzir a realidade empírica às leis. Weber aprofundou-se no estudo das religiões, traçando uma relação com o desenvolvimento do capitalismo e do protestantismo. O ponto central da sociologia de Max Weber é o conceito de ação social, ou seja, a sociologia do autor procura compreender como o ator dá sentido à sua conduta, à sua ação social, que pode ser racionalmente orientada.Segundo Paixão (2012, p. 117), apesar do fundamento da sociologia weberiana ser o indivíduo, isso não indica um desprezo pela esfera social, pois Weber parte do pressuposto de que somente o indivíduo é dotado de um grau de intencionalidade capaz de ser apreendido nas situações estudadas. Para Max Weber a ação social é aquela orientada pela ação dos outros. Os outros podem ser um indivíduo ou uma coletividade. Pode ser desconhecido ou conhecido. Nem toda ação entre os homens é de caráter social. Somente o é quando tem um sentido dirigido pela ou para a ação dos outros. Dessa forma, a simples imitação não pode ser uma ação social, ela somente será social quando houver um sentido, um significado atribuído a conduta. Na tentativa de compreender os fenômenos sociais, Weber estabeleceu uma tipologia das ações sociais. As várias tipologias constituem um recurso que Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Weber chamou de “tipo ideal” que é uma construção teórica elaborada pelo pesquisador com base em vários aspectos históricos. É utilizado como instrumento de pesquisa, possibilitando verificar se a realidade a ser estudada se aproxima ou se distancia do tio ideal construído. O tipo ideal nunca será encontrado tal e qual na realidade, sendo apenas uma construção teórica, ou seja, é um recurso metodológico. De acordo com Weber em sua construção da tipologia das ações sociais, estas podem ser diferenciadas em quatro tipos: Racional em relação a fins, racional em relação a valores, afetiva e tradicional. O sociólogo distingue duas maneiras ou modos de agir. O primeiro ele chama de agir em comunidade, e o segundo, de agir em sociedade: Agir em comunidade: tem por base expectativas e probabilidades. O ator baseia o seu agir esperando que o outro se comporte de determinada maneira. Agir em sociedade: tem por base regulamentos e normas sociais vigentes. O ator baseia o seu agir nas regras estabelecidas. No que se refere a tipologia da dominação de Weber, este distingue três tipos básicos: a dominação carismática, a dominação tradicional e a dominação racional-legal. A dominação carismática tem uma legitimidade apoiada na crença de que a pessoa ou pessoas que mandam tem um poder mágico, sobrenatural ou religioso e também um caráter heroico. A dominação tradicional está apoiada na crença em um poder sagrado herdado das tradições. Esse tipo de dominação se refere àquele passado de geração em geração, dentro de uma tradição, como é o caso dos reis, por exemplo. A dominação racional – legal tem seu fundamento na legalidade da lei e na legitimidade do poder daqueles que fazem essas leis e normas. É o caso da nossa legislação. Aceitamos essas leis porque as pessoas que as fazem são consideradas legitimadas em suas funções. Capítulo 5 - Indivíduo e sociedade Segundo Paixão (2012, p.161), todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, têm sua cultura. Não existe sociedade humana sem cultura. Por isso, não podemos dizer, dentro da sociologia, que um indivíduo “não tem cultura”. Existem duas tendências que consideram a cultura de acordo com alguns preceitos, o etnocentrismo e o evolucionismo. Etnocentrismo: é a tendência em julgar a própria cultura como a mais correta ou a melhor e julgar as outras por um parâmetro estabelecido a partir da sua. Evolucionismo: é a concepção segundo a qual existe uma linha evolutiva entre as culturas, o que permite traçar uma escala da cultura menos evoluída para a mais evoluída. Dentro da realidade social em que nos inserimos, existem formas de organização social estáveis, com regras padronizadas e aceitas socialmente. Essas formas de organização são chamadas de instituições sociais e possuem cinco (05) características fundamentais: Exterioridade, objetividade, conectividade, autoridade moral e historicidade. As instituições sociais são exteriores porque possuem uma realidade exterior, ou seja, encontram-se fora dos indivíduos. Sua existência é independente da existência dos indivíduos. Já a objetividade justifica-se na existência das instituições sociais de fato, ou seja, são reais e aceitas da maneira que são. A instituições sociais exercem um poder de coerção sobre os indivíduos que, muitas vezes, só se manifesta quando estes vão contra as regras e as normas estabelecidas pela instituição. A quarta característica das instituições sociais é a autoridade moral, pois sua legitimidade lhes reserva o direito de repreender os indivíduos que infringirem suas normas. Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 E por fim, a última característica das instituições sociais é a sua historicidade, pois ao longo do tempo, as regras, regulamentos e valores permanecem, mesmo depois do desaparecimento daquelas pessoas que as elaboraram. Na socialização, segundo Paixão 92012, p. 165), aprendemos a ser membros da sociedade, adquirindo os costumes, os gostos, os hábitos, os modos, as maneiras, os valores e os significados do nosso grupo social. Trata-se de um processo ininterrupto e que está intimamente ligado à aquisição da cultura. Capítulo 6 – A sociologia e a sociedade contemporânea (p. 173) O surgimento do sistema de fábricas trouxe toda uma nova organização do trabalho e, consequentemente, da vida social (Thompson e Decca apud Paixão, 2012, p. 175). Esse sistema retirou o mestre e seus ajudantes da oficina artesanal, retirou as pessoas da pequena indústria doméstica, colocando-as num local de trabalho específico, para desenvolver uma atividade em um determinado espaço de tempo. Assim, a fábrica passou a ser o novo local de trabalho e, por consequência, a casa e este local separaram-se, dando ao indivíduo certa independência para realizar outras atividades. Na fábrica, também, passaram a produzir-se novas relações sociais e novas aprendizagens. Nessa nova configuração, os mestres transformaram-se em trabalhadores parciais a medida em que houve a divisão manufatureira do trabalho que nada mais era do que o fracionamento do ofício, dividindo-o em várias etapas executadas por trabalhadores diferentes. Desta forma, o trabalhador não executa mais o processo inteiro da fabricação de um bem ou produto, mas apenas uma parte do processo. Nesse novo contexto, o trabalho não é mais um elemento da vida doméstica que se “mistura” com outras atividades, no mesmo local, onde o indivíduo impõe o seu próprio ritmo na realização das tarefas. Entretanto, ainda assim, não há o controle sobre o trabalho realizado pelos trabalhadores, ou seja, ainda cabe somente a estes o gerenciamento das tarefas e do tempo a ser gasto em cada uma delas. É somente com o advento da gerência científica que esse controle passa a ser exercido por outros atores do processo. A sistematização dos processos de produção foi elaborada por Frederick Taylor que elevou o conceito de controle quando apresentou a necessidade da gerência impor ao trabalhador a maneira pela qual o trabalho deve ser executado. Posteriormente, Henry Ford aperfeiçoou os métodos tayloristas, implantando a ‘esteira” fordista trazendo notáveis ganhos de produtividade. Elencamos a seguir as diferenças principais entre os dois modelos de produção: Taylorismo: é um método de administração da produção baseado nos estudos de tempos e movimentos dos trabalhadores. Apresenta três princípios básicos: separação entre planejamento e execução das tarefas, seleção dos trabalhadores mais adequados à função específica, controle sobre o tempo e os movimentos executados pelos trabalhadores. Fordismo: é uma forma de organizar baseada na produção em massa de produtos padronizados, com cada operário executando uma função específica ao longo da esteira fordista. Além da produção em massa e padronizada, o fordismo prevê também o consumo em massa. Assimcomo o taylorismo, no fordismo existe a separação entre o planejamento e a execução das tarefas, o controle sobre o tempo e os movimentos além de o trabalhador acompanhar o ritmo da máquina. “As transformações no mundo do trabalho geram mudanças e consequências que se refletem por toda ordem social.” (Paixão, 2012, p. 193). Centro Universitário Internacional UNINTER – Portaria do MEC Nº 688, de 25 de Maio de 2012 Os elementos que hoje fazem parte da vida em sociedade têm todos uma origem e uma razão de ser que são baseadas nos acontecimentos ocorridos ao longo dos séculos. Desde a criação do sistema de fábricas, passando pelo taylorismo, pelo fordismo, até às novas concepções de produção e trabalho, deve-se ter em mente que tudo se dá de forma interligada, assim, as transformações sociais, são frutos da história da civilização.
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