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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 1 POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) QUADRO SINÓPTICO DA AULA Caros alunos, Iremos tratar dos seguintes assuntos: 4. O Sistema Universal de Proteção dos Direitos Humanos. 4.1. Os direitos humanos na Organização das Nações Unidas. 4.2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos. 4.3. O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. 4.4. O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Aula 02 POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 2 Culturais. 4.5.Os órgãos e mecanismos de monitoramento e proteção internacional dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 3 1. O Sistema universal de proteção dos direitos humanos. Os direitos humanos na Organização das Nações Unidas. O Brasil faz parte de diversos tratados que compõem um complexo sistema de proteção dos direitos humanos, que se divide em dois sistemas: • Sistema global/universal/internacional de direitos humanos o Mecanismos convencionais o Mecanismos não-convencionais • Sistemas regionais de direitos humanos O Sistema GLOBAL é formado por mecanismos convencionais e não-convencionais voltados para a proteção dos direitos humanos (sistemas institucionais), além dos tratados multilaterais de direitos humanos (normas jurídicas). Os MECANISMOS CONVENCIONAIS são aqueles criados por convenções específicas. Esses mecanismos seguem o parâmetro do primeiro dos órgãos convencionais criado por tratado: o Comitê de Direitos Humanos, instituído pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP). � Comitê de Direitos Humanos (CCPR) � Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR) � Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW) � Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) � Comitê contra a Tortura (CAT) � Subcomitê sobre Prevenção da Tortura (SPT) Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 4 � Comitê sobre os Direitos da Criança (CRC) � Comitê sobre os Trabalhadores Migrantes (CMW) � Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD) � Comitê sobre Desaparecimentos Forçados (CED) O Comitê dos Direitos Humanos (CCPR) é o órgão criado pelo art. 28º do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados que fazem parte do citado Pacto, das normas contidas no próprio PIDCP (bem como do seu segundo Protocolo Adicional com vista à Abolição da Pena de Morte). De acordo com o art. 40º do PIDCP, os Estados que fazem parte deste tratado apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições destes tratados. Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado(s) envolvido(s), após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório, formado por aspectos positivos e negativos, bem como recomendações para as solucionar os problemas. O Comitê de Direitos Humanos também tem competência para: � examinar comunicações de particulares supostamente vítimas de violação dos direitos previstos no PIDCP; � Decidir em relação à petições individuais declarando que: o A violação aos direitos humanos resta caracterizada; o O Estado deverá reparar a violação cometida. � examinar comunicações interestatais; � Requerer dos Estados informações sobre determinada situação; � formular comentários gerais relativos a determinados artigos ou dispositivos do PIDCP. Os MECANISMOS NÃO-CONVENCIONAIS são aqueles criados por Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 5 resoluções elaboradas pelos órgãos da ONU, ou pelos próprios documentos de constituição do sistema ONU (ex. a Carta das Nações Unidas). De acordo com o art. 7º da Carta das Nações Unidas de 1945: Artigo 7º 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembléia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado. 2. Poderão ser criados, de acordo com a presente Carta, os órgãos subsidiários considerados necessários. Como o nosso foco não é o direito internacional público mas os direitos humanos, os demais órgãos do Sistema ONU não serão estudados de forma pormenorizada, e considerando que o TPI já foi abordado em aulas passadas, iremos focar nos principais órgãos que cuidam da aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos. Além desses órgãos previstos no art. 7º da citada Carta internacional, existem os órgãos que constituem mecanismos não- convencionais. Os principais organismos internacionais que interferem na temática dos direitos humanos são: � Conselho Econômico e Social (ECOSOC) � Conselho de Direitos Humanos (antiga Comissão de Direitos Humanos) � Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) faz recomendações à Assembléia Geral sobre questões de direitos humanos. Também revisa os POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 6 relatórios apresentados pelo Conselho de Direitos Humanos e submete as versões com emendas à Assembléia Geral. O ECOSOC é composto por 54 membros por um período de três anos de serviço. Os membros se reúnem duas vezes ao ano. Além do mais, o ECOSOC supervisiona inúmeros comitês, conselhos e comissões, ex. o Conselho de Direitos Humanos, a Comissão sobre o Estatuto das Mulheres e a Comissão de Prevenção ao Crime e a Justiça Criminal, bem como as agências especializadas da ONU, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Conselho de Direitos Humanos (UNHRC) é um órgão inter- governamental no âmbito do sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por fortalecer a promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo e para a resolução de situações de violações de direitos humanos e fazer recomendações sobre eles. Sua sede fica em Genebra (Suíça). O Conselho é um órgão subsidiário da Assembléia Geral da ONU, apesar de supervisionado pelo ECOSOC, composto por 47 Estados membros das Nações Unidas, que são eleitos pela própria Assembléia Geral da ONU. O Conselho de Direitos Humanos substituiu a antiga Comissão das Nações Unidas sobre Direitos Humanos. O Conselhofoi criado pela Assembléia Geral da ONU em 15 de Março de 2006 por meio da Resolução 60/251. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) é uma agência independente da ONU dedicada à promoção e proteção dos Direitos Humanos garantidos pelo direito internacional e previstos na Carta das Nações Unidas de 1945 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Ele foi criado pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de dezembro de 1993 por meio da Resolução 48/141. O Alto Comissário de Direitos Humanos coordena as atividades da área de direitos humanos através do Sistema das Nações Unidas e supervisiona o Conselho de Direitos Humanos. Curiosidade: o cargo de Alto Comissário já foi ocupado por um cidadão brasileiro: Sérgio Vieira de Mello, assassinado por um atentado terrorista em Bagdá (Iraque) em 2003. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 7 Já os sistemas REGIONAIS são sistemas localizados, que abrangem um determinado número de Estados, e complementa o Sistema Global, em observância a uma das principais características dos direitos humanos, ou seja, a universalidade. Eles envolvem a articulação entre Estados de um determinado continente ou região geopolítica (ex. o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, o Sistema Europeu de Direitos Humanos, o Sistema Africano de Direitos Humanos, etc.) O Brasil integra o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que é administrado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). 1.1. O núcleo de direito internacional dos direitos humanos. A palavra “núcleo” se refere à essência, ou seja, a parte mais importante de algo. Assim, o núcleo de direito internacional dos direitos humanos vai se referir aos instrumentos internacionais mais importantes para a proteção dos direitos humanos. O núcleo que será estudado na aula de hoje é composto pelos seguintes documentos: � Carta das Nações Unidas. � Declaração Universal dos Direitos Humanos. � Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. � Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. � Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial. Os tratados “Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher”, “Convenção contra a tortura e outros POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 8 tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”, “Convenção sobre os direitos da criança”, e “Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias” serão abordados na aula 8. Nem todos os documentos listados acima são tratados internacionais. Alguns como a Declaração Universal dos Direitos Humanos não passam de uma recomendação, todavia, o que integra esses documentos é o seu caráter abrangente. O mais antigo de todos é a Carta das Nações Unidas, também conhecida como Carta de São Francisco, que, adotada em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, foi o documento fundador da Organização das Nações Unidas (ONU) e responsável pela estruturação desse organismo internacional intergovernamental. Logo, em seguida, temos a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), documento inspirado na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamada durante a Revolução Francesa, e que foi adotada em 1948. Depois, surgiu um importante tratado chamado convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial que buscou promover uma igualdade racial ou étnica entre os indivíduos do planeta, tendo sido adotada em 1965. O Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP) e o Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais (PIDESC) são instrumentos internacionais celebrados em 1966 destinados a proteger os chamados direitos humanos de primeira e segunda geração. O Comitê de Direitos Humanos e o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais são os dois mecanismos convencionais criados com o intuito de fiscalizar o cumprimento de suas normas. A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher foi celebrada em 1979, como um reflexo em âmbito global das lutas do movimento feminista em prol de uma igualdade de gênero. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 9 Na década de 1980, destacam-se ainda a adoção da Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, de 1984, e da convenção sobre os direitos da criança, de 1989. Por fim, em 1990, foi celebrada a Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famílias, convenção que busca proteger a dignidade da pessoa trabalhadora no contexto de globalização da mão-de-obra decorrente da divisão internacional do trabalho. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 10 2. Carta das Nações Unidas. A Carta das Nações Unidas, também conhecida como Carta de São Francisco, foi assinada em São Francisco (EUA), a 26 de junho de 1945, após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, entrando em vigor a 24 de Outubro daquele mesmo ano. Esta Carta foi fundamental para o processo de internacionalização dos direitos humanos. Ela possui a natureza de tratado. Nesse sentido, o Brasil ratificou a mesma, promulgando a Carta das Nações Unidas por meio do Decreto nº 19.841/1945. A Carta de São Francisco possui as seguintes características: • Dividida em 19 capítulos. • Possui 111 artigos. • Tem um anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. • É um tratado. • Responsável pela constituição do Sistema ONU (conjunto de órgãos que formam as Nações Unidas) Mecanismos estabelecidos com base na Carta das Nações Unidas (mecanismos não-convencionais): o Conselho de Direitos Humanos (Que substituiu a Comissão de Direitos Humanos em 2006) o Revisão Periódica Universal (Um processo estabelecido em 2006) O Conselho de Direitos Humanos foi tratado na aula passada. Hoje, iremos tratar da Revisão periódica universal. A revisão periódica universal, também chamada de exame periódico universal ou informe periódico universal, é um procedimento conduzido pelos Estados, sob a supervisão do Conselho de Direitos Humanos, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 11 no qual, cada Estado declara quais as medidas e providências que adotaram nos últimos anos para melhorar a situação dos direitos humanos em seus países e cumprir as obrigações internacionais pertinentes. Atenção! Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos A Carta das Nações Unidas (Cartade São Francisco) é o documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS ESQUEMATIZADA EM TÓPICOS Agora iremos expor de forma esquematizada em tópicos o conteúdo da Carta das Nações Unidas. Este esquema deverá ser lido em companhia com o inteiro teor da Carta que se encontra no final desta aula. Capítulo I: Objetivos e princípios (arts. 1 e 2) � Objetivos da ONU: o Manter a paz e a segurança internacionais o Desenvolver relações amistosas entre as nações o Cooperação internacional o Harmonizar a ação das nações para o cumprimento de objetivos em comum Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 12 � Princípios da ONU: o Igualdade de todos os seus Membros o Cumprimento de boa fé das obrigações o Solução pacífica das controvérsias internacionais o Evitar o uso da força contra qualquer outra nação o Dever de assistência às Nações Unidas o Influência dos princípios sobre Estados não Membros o Vedação à intervenção em assuntos internos Um dos principais objetivos da ONU e de seus órgãos é a proteção universal e efetiva dos direitos humanos. Capítulo II: Membros (arts. 3 a 6) � Estados que assinarem e ratificarem a Carta, tendo: o Participado da Conferência de São Francisco, ou o Assinado a Declaração das Nações Unidas (1942) � Admissão: o Estados amantes da paz que: � aceitarem as obrigações da Carta � aptos e dispostos a cumprir com as obrigações o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança da ONU. � Suspensão: o Membro da ONU que sofrer ação coercitiva ou preventiva pelo Conselho de Segurança. o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 13 recomendação do Conselho de Segurança da ONU. � Expulsão: o Membro da ONU que violar persistentemente os Princípios da Carta. o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança da ONU. Capítulo III: Órgãos (arts. 7 e 8) � Órgãos: o Principais: � Assembléia Geral � Conselho de Segurança � Conselho econômico e social � Conselho de tutela � Corte Internacional de Justiça � Secretariado o Subsidiários � Igualdade entre homens e mulheres durante a participação nos órgãos. � Curiosidades quanto à sede: vários órgãos possuem sedes distintas em Nova Iorque (EUA), Genebra (Suíça), entre outros lugares ao redor do mundo. Capítulo IV: Assembléia Geral (arts. 9 a 22) � Formada por todos os membros das Nações Unidas � Máximo de cinco representantes por Membro � Funções e atribuições: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 14 o Discutir quaisquer assuntos dentro das finalidades da Carta da ONU o Poderá fazer recomendações relativas aos princípios da ONU aos Membros ou ao Conselho de Segurança o Poderá discutir quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, que a ela forem submetidas: � por qualquer Membro das Nações Unidas, ou � pelo Conselho de Segurança, ou � por um Estado que não seja Membro. o Qualquer destas questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, para cuja solução for necessária uma ação, será submetida ao Conselho de Segurança pela Assembléia Geral. o Iniciar estudos e recomendações: � Sobre cooperação internacional � Desenvolvimento do direito internacional o Receber e examinar relatórios anuais e especiais do Conselho de Segurança e de outros órgãos da ONU. o Aprovar o orçamento da ONU � A ação do Conselho de Segurança suspende o poder de exame e recomendação da Assembléia Geral. � As despesas da ONU serão custeadas pelos próprios Membros, de acordo com cotas fixadas pela Assembléia Geral � Votação: o Cada Membro terá um voto. o Decisão será tomada por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 15 o Atraso no pagamento da contribuição pelo Membro impede o direito de voto. � Processo: o Sessões anuais regulares o Sessões especiais de acordo com as circunstâncias o Eleição de um presidente para cada sessão. Capítulo V: Conselho de Segurança (arts. 23 a 32) � Composição: 15 membros o Permanentes: 5 � Estados Unidos da América � França � Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte � Rússia (ex-União Soviética) � China o Temporários: 10 (eleitos para mandato de 2 anos) � Possui “a principal responsabilidade” na manutenção da paz e da segurança internacionais e agirá em nome dos Membros da ONU. � Suas decisões são tomadas por meio de Resoluções. � É o único órgão da ONU capaz de tomar decisões obrigatórias para todos os Membros das Nações Unidas. � Submeterá relatórios anuais e especiais à Assembléia Geral � Votação: o Cada Membro tem direito a um voto o Maioria de nove votos de qualquer membro sobre assuntos processuais do Conselho o Decisão sobre outros assuntos será tomada pela POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 16 maioria de nove votos, incluindo os votos afirmativos dos Membros Permanentes (poder de veto). Atenção! Não basta haver uma maioria para que o Conselho de Segurança da ONU decida contra ou a favor de uma matéria. Isto ocorre em virtude do chamado “poder de veto” dos Membros Permanentes. O “poder de veto” exercido no Conselho de Segurança está previsto de forma implícita. Esta previsão se origina do fato de que, para a tomada de decisões sobre assuntos não processuais, o Conselho de Segurança exige uma maioria mínima de nove votos, sendo que dentro dessa maioria deverão ser contados “os votos afirmativos dos membros permanentes”, ou seja, se algum dos Membros Permanentes votarem contra, o Conselho de Segurança não poderá aprovar uma resolução. Exemplo hipotético: Caso 14 membros do Conselho de Segurança decidam em favor de uma intervenção em um país, ex. a Coréia do Norte, mas APENAS um dos membros permanentes, ex. a China, for contra, o Conselho de Segurança NÃO poderá aprovar a resolução em favor da intervenção naquele país, pois um membro permanente usou o “poder de veto”. Capítulo VI: Solução pacífica de controvérsias (arts. 33 a 38) � No plano internacional, os Estados podem recorrer aosseguintes meios de solução pacífica de controvérsias: o Negociação o Inquérito o Mediação o Conciliação o Arbitragem o solução judicial o recurso a entidades ou acordos regionais POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 17 o qualquer outro meio pacífico à sua escolha � As controvérsias de caráter jurídico devem ser submetidas à Corte Internacional de Justiça. Capítulo VII: Ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão (arts. 39 a 51) � O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. � Comissão de Estado-Maior o composta pelos Chefes de Estado-Maior dos Membros Permanentes do Conselho de Segurança ou de seus representantes o Responsável pela direção estratégica de todas as forças armadas postas à disposição do Conselho de Segurança. Capítulo VIII: Acordos regionais (arts. 52 a 54) � Regras que possibilitam a existência de entidades regionais, como a União Européia e a União Africana. Capítulo IX: Cooperação internacional, econômica e social (arts. 55 a 60) � A ONU, visando criar condições de estabilidade e bem estar, favorecerá: o níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e condições de progresso e desenvolvimento econômico e social; o a solução dos problemas internacionais econômicos, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 18 sociais, sanitários e conexos; a cooperação internacional, de caráter cultural e educacional; e o respeito universal e efetivo à raça, sexo, língua ou religião. � Entidades especializadas da ONU (art. 57): criadas para dar cumprimento às disposições internacionais nos campos econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos. � Órgãos da ONU competentes nesse campo de atuação: o Assembléia Geral o Conselho Econômico e Social Capítulo X: Conselho Econômico e Social (arts. 61 a 72) � Um dos órgãos principais da ONU. Conhecido pela sigla inglesa ECOSOC. � Composição: 54 membros (eleitos pela Assembléia Geral). � Atribuições: o estudos e relatórios sobre assuntos nos campos econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos. o recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos. o projetos de convenções a serem submetidos à Assembléia Geral. o Cumprimento das recomendações da Assembléia Geral nos assuntos de sua matéria. o Poderá comunicar à Assembléia Geral suas observações a respeito dos relatórios efetuados por entidades especializadas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 19 o Convocar conferências internacionais sobre assuntos de sua competência. o Fornecer informações ao Conselho de Segurança. � Decisões serão tomadas por maioria dos votos dos membros presentes e votantes. � Conselho de Direitos Humanos (antiga Comissão de Direitos Humanos): mecanismo não-convencional de proteção aos direitos humanos previsto no art. 68 da Carta. Art. 68. O Conselho Econômico e Social criará comissões para os assuntos econômicos e sociais e a proteção dos direitos humanos assim como outras comissões que forem necessárias para o desempenho de suas funções. Capítulo XI: Declaração relativa a territórios sem governo próprio (arts. 73 a 74) � Representa um dos fundamentos para o sistema internacional de tutela, que se encontra inativo desde 1994, logo, não será exposto nesta aula. Capítulo XII: Sistema internacional de tutela (arts. 75 a 85) � Inativo desde 1994, não será exposto. Capítulo XIII: Conselho de tutela (arts. 86 a 91) � Inativo desde 1994, não será exposto. Capítulo XIV: Corte Internacional de Justiça (arts. 92 a 96) � Principal órgão judiciário das Nações Unidas. � Funcionará baseado nos procedimentos estabelecidos no Estatuto da Corte Internacional de Justiça (anexo da Carta). � Os Membros da ONU estão obrigados a cumprir as decisões Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 20 desta Corte nos casos em que for parte (art. 94 da Carta). � A Assembléia Geral ou o Conselho de Segurança poderá solicitar parecer consultivo desta Corte, sobre qualquer questão de ordem jurídica. Capítulo XV: O Secretariado (arts. 97 a 101) � Composição: o Secretário-Geral o Pessoal “exigido pela Organização”. � O Secretário-Geral será indicado pela Assembléia Geral mediante a recomendação do Conselho de Segurança. � O Secretário-Geral fará um relatório anual sobre os trabalhos da ONU. � Curiosidade: o Alto Comissariado de Direitos Humanos integra o Secretariado da ONU, tendo sede em Genebra (Suíça). Capítulo XVI: Disposições diversas (arts. 102 a 105) Capítulo XVII: Disposições transitórias sobre segurança (arts. 106 e 107) Capítulo XVIII: Emendas (arts. 108 e 109) Capítulo XIX: Ratificação e assinatura (arts. 110 e 111) POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 21 3. Declaração universal de direitos humanos. A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), adotada em 1948, constitui tecnicamente uma recomendação que influencia os Estados na promoção dos direitos humanos. Ela teve a aprovação de 48 Estados e 8 abstenções. Ela consolida a afirmação de uma “ética universal” ao estabelecer um consenso contemporâneo sobre valores de natureza universal a serem observados pelos Estados, principalmente o respeito à dignidade humana. Os antecedentes históricos da DUDH se encontram na Declaração de Direitos da Virgínia (EUA) no séc. XVIII e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamada durante a Revolução Francesa também no final do século XVIII. A própria estrutura formal da declaração foi inspirada no Código de Napoleão, uma consequência do contexto da Revolução Francesa, ao adotar um preâmbulo e princípios gerais introdutórios (arts. 1º e 2º da DUDH). O artigo 1º da DUDH mostra esta ligação ao prever implicitamente o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” (liberté, egalité et fraternité) da época da Revolução Francesa, conforme o seguinte enunciado: Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos humanos e estabelece duas categorias desses direitos: � Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21). � Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28). A Declaração nãoapenas menciona os dois direitos como buscar POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 22 colocá-los em uma situação de paridade e ainda afirma a inter-relação, a indivisibilidade e interdependência de tais direitos. A base da DUDH é o preâmbulo e o art. 1º, parágrafo 3º da Carta das Nações Unidas: “NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS (...) a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres (...)”. “Art. 1. Os objetivos das Nações unidas são: (...) 3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;” A DUDH possui as seguintes características: • Possui 30 artigos. • É uma recomendação. A DUDH pode ser dividida em quatro partes: � 1ª parte (arts. 3 a 11): direitos individuais. � 2ª parte (arts. 12 a 17): direitos do indivíduo na sociedade e de participação política. � 3ª parte (arts. 18 a 21): liberdades políticas, públicas e religiosas. � 4ª parte (arts. 22 a 28): direitos econômicos, sociais e culturais. Os artigos finais tratam de aspectos que buscam dar sistematicidade e força à DUDH. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 23 Observa-se, mais uma vez, que a DUDH inclui tanto direitos relacionados à não-intervenção estatal, de índole liberal, como também os direitos de cunho econômico e social, que demandam a participação do Estado. A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação. Observação: há uma tendência contemporânea que defende a juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: - a Declaração Universal seria uma interpretação autorizada da expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. - a Declaração Universal seria um costume internacional, portanto, uma fonte formal do direito internacional público, visto que a DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. - a Declaração Universal seria um ato de organização internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional público (entendimento do CESPE em vários concursos). Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” (uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. Existe outra particularidade que merece atenção por parte do candidato. Na atualidade, o direito humano ao meio ambiente tem sido uma realidade inevitável, no entanto, na época da elaboração da DUDH, esse direito fundamental era desconhecido. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 24 O reconhecimento do direito humano ao meio ambiente somente vai ocorrer no plano internacional por meio de um documento internacional específico à área do meio ambiente: a Declaração do Rio de Janeiro de 1992 sobre meio ambiente e desenvolvimento, produzida durante a ECO-92. Outro dado que merece atenção para o candidato é o fato de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO cria, nem institui, quaisquer órgãos voltados para a efetivação de seus dispositivos, DIFERENTEMENTE do que ocorre com a Carta das Nações Unidas que prevê diversos órgãos responsáveis pela execução de suas disposições. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 25 4. Pacto internacional de direitos civis e políticos A discussão envolvendo o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) remete ao cenário da Guerra Fria quando os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) divergiam quanto ao conteúdo que deveria versar um tratado visando tornar obrigatórias e vinculantes as disposições contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os EUA eram contra tornar os direitos econômicos, sociais e culturais como direitos humanos, visto que esta matéria dependeria das condições financeiras de implementação pelos Estados, enquanto a URSS defendia o oposto (que tais direitos eram sim humanos e fundamentais) e, ao mesmo tempo, recusava-se a aceitar os direitos civis e políticos como direitos humanos, pois dependeriam do atendimento prévio das necessidades básicas veiculadas pelos direitos econômicos, sociais e culturais. A solução para o impasse foi dividir o conteúdo dos direitos humanos em dois tratados internacionais: � Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. � Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Isto explica o curioso fato dos dois tratados possuírem em comum: o preâmbulo, o art. 1º, o art. 3º e o art. 5º, a seguir citados: ARTIGO 1º 1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente de suas riquezas e de seus POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 26 recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus meios de subsistência. 3. Os Estados partes do presente pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das nações unidas. (...) ARTIGO 3º Os Estados partes do presente pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os direitos civis e políticos enunciados no presente pacto. (observação: no PIDESC substitui-se a expressão sublinhada por direitos econômicos, sociais e culturais) (...) ARTIGO 5º 1. nenhuma disposição do presentepacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhes limitações mais amplas do que aquelas nele prevista. 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado Parte do presente pacto em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o presente pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 27 O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 16/12/1966, passando a vigorar em 23/03/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. O PIDCP está estruturado da seguinte forma: � É um tratado internacional. � Normas autoaplicáveis. � Possui 53 artigos. � Objeto: normatizar e disciplinar os direitos civis e políticos. � Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Humanos. � Possui dois protocolos adicionais (ou facultativos): o 1º Protocolo: trata do Comitê de Direitos Humanos (sistemática de petições individuais). o 2º Protocolo: abolição da pena de morte. O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: • Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, com maior detalhamento, como ainda estende o elenco desses direitos. • Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na Declaração Universal. Apesar de as seis “Partes” do PIDCP não possuírem nomenclaturas, pode-se dividir o Pacto através de seus temas principais, a seguir: � Parte I (art. 1º): o direito à autodeterminação já citado acima; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 28 � Parte II (arts. 2º a 5º): garantias dos direitos humanos: o Art. 2º: � Dever de proteção aos direitos humanos e princípio da igualdade e isonomia. � Dever de legislar para cumprimento do Pacto. � Direito de petição e princípio da inafastabilidade de apreciação pela autoridade judicial. o Art. 4º: � Estado de exceção e o direito de suspensão. o Os arts. 3º e 5º foram citados integralmente acima. � Parte III (arts. 6º a 27): diferentes modalidades de direitos humanos (à vida; à dignidade humana; à liberdade de locomoção; às liberdades de pensamento, consciência e religião; às liberdades de livre reunião e associação; às proteções à família e à criança; à liberdade política; à igualdade; e das minorias étnicas): o Art. 6º: � Direito à vida � Pena de morte e crimes de genocídio (o Segundo Protocolo traz uma norma específica visando a abolição da pena de morte, diferentemente do texto original contido no Pacto). � Direito à petição de indulto ou comutação da pena. o Art. 7º: � Proibição de tortura e penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. o Art. 8º: � Escravidão, servidão e trabalhos forçados. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 29 o Arts. 9º, 10, 11, 14 e 15: � Direitos dos presos ou acusados de crimes: - Devido processo legal - Direito à comunicação de prisão e prisão preventiva. - Prisão legal e habeas corpus - Tratamento adequado do preso e separação de presos. - Prisão por dívidas - Acesso à justiça, contraditório e juiz natural. - Publicidade - Direito à presunção de inocência - Direitos do acusado de um delito. - Processos contra menores. - Direito ao duplo grau de jurisdição em matéria criminal. - Direito à indenização pelo erro judicial. - Vedação de bis in idem (alguém ser novamente processado e julgado pelo mesmo crime). - Irretroatividade das leis penais. - Crime internacional o Arts. 12 e 13: � Direito de locomoção e restrições � Direito de entrar no país � Expulsão de estrangeiro e devido processo legal o Arts. 16 e 17: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 30 � Direito a ser sujeito de direitos � Direito à privacidade e intimidade o Arts. 18, 19 e 20: � Liberdade de culto e pensamento � Liberdade de expressão � Restrição à propaganda de Governo e apologia o Arts. 21 e 22: � Direito de reunião e associação. o Arts. 23 e 24: � Direito à proteção da família e do livre consentimento no casamento. � Direitos da criança. o Art. 25: � Direitos políticos: • Direito à participação política • Acesso aos cargos públicos. o Arts. 26 e 27: � Direito à igualdade perante a lei. � Direito à preservação cultural de minorias. � Parte IV (arts. 28 a 45): dos mecanismos de implementação do Pacto (o Comitê): o Comitê de Direitos Humanos: � Instituição, funcionamento e atribuições. � Comitês temáticos. � Parte V (arts. 46 a 47): interpretações do Pacto; e � Parte VI (arts. 48 a 53): considerações finais. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 31 A quarta parte do Pacto trata de um importante mecanismo de implementação do PIDCP (mecanismo convencional do sistema global de direitos humanos) denominado: Comitê de direitos humanos. O Comitê de direitos humanos é um órgão colegiado (18 membros) com a atribuição de monitorar a implementação do PIDCP pelos Estados que são parte no referido tratado. Ele foi criado pelo art. 28 do próprio Pacto. O Comitê tem como atribuições principais: � Receber e analisar os relatórios sobre a situação dos direitos civis e políticos nos Estados que integram o PIDCP. � Receber denúncias formuladas contra Estado que integre o PIDCP por outros Estados ou particulares. Assim, cabe ao Comitê de Direitos Humanos examinar e estudar os relatórios (reports) tecendo comentários e observações gerais a respeito. Após isso, o Comitê deverá encaminhar o relatório, com os comentários elaborados, ao Conselho Econômico e Social da ONU. As decisões do Comitê de Direitos Humanos NÃO possuem caráter vinculante, não sendo de cumprimento obrigatório. Apesar do texto original do Pacto não ter admitido a possibilidade de recepção de comunicações de violações de direitos humanos provenientes de particulares, o 1º Protocolo Facultativo admitiu essa possibilidade, desde que o Estado integrante do PIDCP reconheça esse procedimento. Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMESwww.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 32 5. Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais. O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 19/12/1966, passando a vigorar em 03/01/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992. O PIDESC está estruturado da seguinte forma: � É um tratado internacional. � Normas de aplicação progressiva. � Possui 31 artigos. � Objeto: normatizar e disciplinar os direitos econômicos, sociais e culturais. � Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. � Possui um protocolo facultativo: admissão de denúncias em relação ao descumprimento do Pacto. Conceito de direitos econômicos, sociais e culturais, de acordo com George Marmelstein: (...) os direitos econômicos, sociais e culturais são aqueles que se fundamentam na solidariedade, na igualdade e na dignidade da pessoa humana, visando (a) a uma melhor qualidade de vida, (b) à equalização das oportunidades e (c) à redução das desigualdades sociais, quase sempre através da prestação de bens ou serviços referentes às necessidades básicas, como alimentação, saúde, moradia, educação, assistência social etc. para as pessoas em situação de desvantagem socioeconômico-cultural. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 33 Assim, o PIDESC trata de direitos de caráter social, cuja natureza exige, de forma predominante, a realização de atividades concretas pelo Estado para a sua efetivação, ou seja, os Poderes Públicos precisam praticar um conjunto de prestações positivas voltadas para a sua materialização na realidade social. O PIDESC trata de direitos direcionados aos Estados. O Pacto é dividido formalmente em cinco partes: � Parte I (art. 1º): o direito à autodeterminação já citado acima; � Parte II (arts. 2º a 5º): compromisso dos Estados de implementar os direitos previstos: o Art. 2º: � Princípio da realização progressiva dos direitos econômicos, sociais e culturais. � Princípio da igualdade ou isonomia. o Art. 4º: � Limitações dos direitos econômicos, sociais e culturais. o Os arts. 3º e 5º foram citados integralmente acima. � Parte III (arts. 6º a 15): direitos propriamente ditos: o Art. 6º: � Direito ao trabalho. o Art. 7º: � Direito a condições dignas de trabalho. o Art. 8º: � Direito à liberdade sindical. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 34 o Art. 9º: � Direito à previdência social. o Art. 10: � Proteção à família e livre consentimento dos cônjuges para contração do vínculo matrimonial. � Direito à proteção da maternidade � Proteção à crianças e adolescentes o Art. 11: � Direito ao nível adequado de vida � Direito à alimentação o Art. 12: � Direito à saúde o Arts. 13 e 14: � Direito à educação � Direito dos representantes das crianças e adolescentes em escolher o modo de ensino. o Art. 15: � Direito de participação no desenvolvimento cultural, científico e artístico. � Parte IV (arts. 16 a 25): mecanismo de supervisão por meio da apresentação de relatórios ao ECOSOC: o Relatórios de monitoramento. � Parte V (arts. 26 a 31): normas referentes à sua ratificação e entrada em vigor. Em relação a todos os direitos expostos de forma esquematizada, iremos apresentar o inteiro teor daqueles direitos mais importantes para o candidato. São eles: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 35 • Direito ao trabalho (art. 6º do PIDESC) • Direito a condições dignas de trabalho (art. 7º do PIDESC) • Direito à liberdade sindical (art. 8º do PIDESC) O direito ao trabalho está previsto nos seguintes termos: 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho, que compreende o direito de toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medidas apropriadas para salvaguardar esse direito. 2. As medidas que cada Estado Parte do presente Pacto tomará a fim de assegurar o pleno exercício desse direito deverão incluir a orientação e a formação técnica e profissional, a elaboração de programas, normas e técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento econômico, social e cultural constante e o pleno emprego produtivo em condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e econômicas fundamentais. O direito a condições dignas de trabalho está previsto nos seguintes termos: Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente: a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores: i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições de trabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual; ii) Uma existência decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições do presente Pacto; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 36 b) A segurança e a higiene no trabalho; c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu Trabalho, à categoria superior que lhes corresponda, sem outras considerações que as de tempo de trabalho e capacidade; d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a remuneração dos feriados. O direito à liberdade sindical está previsto nos seguintes termos: 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a garantir: a) O direito de toda pessoa de fundar com outras, sindicatos e de filiar-se ao sindicato de escolha, sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização interessada, com o objetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades alheias; b) O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direito destas de formar organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às mesmas. c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer limitações além daquelas previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades das demais pessoas: d) O direito de greve, exercido de conformidade com as leis de cada país. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DEDIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 37 2. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desses direitos pelos membros das forças armadas, da política ou da administração pública. 3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que os Estados Partes da Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas legislativas que restrinjam - ou a aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas na referida Convenção. Em dezembro de 2008, foi aprovado pela Assembléia Geral da ONU um protocolo facultativo ao PIDESC que possibilitou a admissão de denúncias em relação ao descumprimento dos deveres previstos no PIDESC, a serem analisados pelo Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais é um órgão de monitoramento específico para o PIDESC criado pela Resolução nº 1.985/17 do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). Esse Comitê tornou-se o órgão do ECOSOC responsável pelo acompanhamento e análise dos relatórios encaminhados pelos Estados em virtude das disposições do PIDESC, por isso ele é um mecanismo convencional. Esse Comitê possui competências e procedimentos semelhantes aos do Comitê de Direitos Humanos. As principais diferenças entre ambos são as seguintes: • Documento internacional objeto de monitoramento. • No Comitê do PIDESC não há a possibilidade de apresentação de denúncias feitas por Estados em relação a outros Estados, nem de petições (reclamações) individuais (No Comitê de Direitos Humanos isso é possível). Em relação à compreensão desses direitos, o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais tem ainda enfatizado o dever de os Estados membros assegurar um núcleo essencial mínimo (minimum core obrigation) relativo a cada direito previsto no PIDESC. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 38 De acordo com Flávia Piovesan: O dever de observância do mínimo essencial concernente aos direitos econômicos, sociais e culturais tem como fonte o princípio maior da dignidade humana, que é o princípio fundante e nuclear do direito internacional dos direitos humanos, demandando urgência e prioridade. Na próxima Aula daremos continuidade ao nosso estudo de Direitos Humanos, quando trataremos do Direito Internacional dos Direitos Humanos como disciplina jurídica autônoma. De todo modo, curtam alguns exercícios!!!! Abaixo 2 listas de Exercícios: a 1ª com comentários e a 2ª apenas com gabarito. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 39 EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 26 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o item a seguir, Julgue o(s) item(ns) que se segue(m), referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta das Nações Unidas não integra o núcleo de direito internacional dos direitos humanos, pois apenas institui um organismo internacional. COMENTÁRIOS: Errado. A Carta das Nações Unidas integra o núcleo de Direito Internacional dos Direitos Humanos, pois Um dos principais objetivos da ONU e de seus órgãos é a proteção universal e efetiva dos direitos humanos. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 27 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): Nos termos da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a exclusão de direitos baseada unicamente na origem nacional também poderá caracterizar discriminação racial. COMENTÁRIOS: O conceito de discriminação racial inclui não apenas a discriminação por motivo de RAÇA, mas também pelos elementos: � Cor � Descendência ou origem étnica POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 40 � Descendência ou origem nacional RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 28 (TRT 9ª REGIÃO - PUC/PR – Juiz do Trabalho – 2007 - Adaptada): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): O Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, embora criado em 1966, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, só foi ratificado pelo Brasil em 1992. COMENTÁRIOS: A despeito da criação do PIDESC ter sido em 1966, o Brasil só incorporou ao seu direito interno o referido Pacto no ano de 1992. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 29 (TRT 1ª REGIÃO – INSTITUTO CIDADES – Juiz do Trabalho - 2008): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10.12.1948, aprovou a Declaração de Filadélfia. COMENTÁRIOS: Outra questão que trabalha com uma data correta da proclamação de uma declaração: a Universal de Direitos Humanos, sendo que a Declaração de Filadélfia foi concebida no âmbito da OIT em época distinta. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 41 RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 30 (FGV – 2013 - Adaptada): Sobre o sistema global de proteção dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta. a) O Direito Humanitário, a Organização Internacional do Trabalho e a Liga das Nações são considerados os principais precedentes do processo de internacionalização dos direitos humanos. b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos juntamente com a adoção do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos, podendo um Estado adotar ou não os seus postulados. c) O sistema global restringe-se à Carta Internacional dos Direitos Humanos. Outros tratados multilaterais sobre Direitos Humanos, que se referem a violações específicas de direitos, tais como a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, são facultativos e, consequentemente, não são considerados como parte do sistema global. d) O sistema global é composto por mecanismos não-convencionais de proteção dos direitos humanos. Tais mecanismos são aqueles criados por convenções específicas de Direitos Humanos, de adoção facultativa para os Estados. COMENTÁRIOS: Por exclusão, a resposta correta é a letra “a”. Vejamos, de maneira invertida da ordem da questão: O item “d” está errado, pois traz a definição de mecanismos convencionais para os mecanismos não convencionais. O item “c” erra, pois o sistema global compreende outros tratados POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 42 além da Carta Internacional de Direitos Humanos. O item “b” peca por trazer um conceito restritivo de Carta Internacional de Direitos Humanos. Por fim, o item “a” apesar de ter sido trabalhado na aula anterior é completamente verdadeiro. E as bancas podem cobrar esse assunto mesclando com o que estamos estudando hoje, por isso, é bom o candidato estar atento para a lógica da construção paulatina do conhecimento em direitos humanos. RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 31 (PM/AL - CESPE – Oficial - 2012): A respeito do sistema de proteção dos direitos humanos e dos instrumentos de garantia desse sistema, assinale a opção correta. a) No sistema de proteção dos direitos humanos, os Estados e a comunidade internacional compartilham responsabilidade primária pela proteção desses direitos, razão pela qual os tratados internacionais encontram-se no mesmo patamar dos direitos nacionais na garantia de proteção aos direitos humanos. b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, detentora de força jurídica obrigatória e vinculante, além de fixar um elenco de direitos e liberdades fundamentais a serem garantidos pelos Estados-partes, determina as sanções aplicáveis no caso de seu descumprimento. c) O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece um sistema de petições mediante o qual os indivíduos dispõem de capacidade processual internacional. Assim, indivíduos que aleguem ter sido vítimas de violação, pelos Estados-partes, de quaisquer dos direitos enunciados no Pacto podem apresentar ao Comitê de Direitos Humanos comunicações denunciando tais violações. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 43 d) Tanto o Pacto dos Direitos Civis e Políticos quanto o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais estabelecem direitos endereçados aos indivíduos, e não aos Estados. e) Como documento que elevou a promoção dos direitos humanos a propósito e finalidade dos países da Organização dos Direitos Humanos, a Carta das Nações Unidas, de 1948, determina a importância de defender e respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, definindo com precisão o conteúdo dessas expressões. COMENTÁRIOS: Outra questão que exige um pouco de atenção pelo candidato. O item “a” é falso, pois a comunidade internacional somente tem responsabilidade subsidiária no âmbito da proteção aos direitos humanos. O item “b” igualmente é falso, pois a doutrina majoritária entende a DUDH como uma mera recomendação. O item “c” é verdadeiro, pois o 1º Protocolo de fato estabelece esse sistema de petições que permite aos indivíduos participar do processo de efetivação dos direitos humanos. O item “d” é falso, pois o PIDESC estabelece direitos endereçados aos Estados. O item “e” é falso, pois além da Carta da ONU ser em data distinta (1945), a definição não condiz com a realidade, pois a Carta não trazia uma definição clara de alguns conceitos como o de direitos humanos. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 32 (DPE/RR - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 44 No que concerne à proteção internacional dos direitos humanos, marque C ou E. A proteção internacional dos direitos humanos está desvinculada do processo de universalização dos direitos humanos. COMENTÁRIOS: O item em questão é completamente falso, pois a proteção internacional dos direitos humanos é justamente um reflexo do universalismo dos direitos humanos. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 33 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: Os principais órgãos das Nações Unidas são a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, a Organização Mundial do Comércio e a Corte Internacional de Justiça. COMENTÁRIOS: O item em questão é completamente falso, pois dispõem os artigos 7 e 8 da Carta da ONU sobre seis órgãos principais, conforme o seguinte esquema: Capítulo III: Órgãos (arts. 7 e 8) � Órgãos: o Principais: � Assembléia Geral POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 45 � Conselho de Segurança � Conselho econômico e social � Conselho de tutela � Corte Internacional de Justiça � Secretariado o Subsidiários RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 34 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: A Assembleia Geral pode expulsar um Estado membro que tenha persistentemente violado os princípios da Carta das Nações Unidas, ouvido o Conselho de Segurança. COMENTÁRIOS: O item em questão é verdadeiro. Para entendermos isso, vamos relembrar de forma esquematizada como está disciplinado na Carta da ONU o regime jurídico dos membros da Organização. Capítulo II: Membros (arts. 3 a 6) � Estados que assinarem e ratificarem a Carta, tendo: o Participado da Conferência de São Francisco, ou o Assinado a Declaração das Nações Unidas (1942) � Admissão: o Estados amantes da paz que: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 46 � aceitarem as obrigações da Carta � aptos e dispostos a cumprir com as obrigações o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança da ONU. � Suspensão: o Membro da ONU que sofrer ação coercitiva ou preventiva pelo Conselho de Segurança. o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança da ONU. � Expulsão: o Membro da ONU que violar persistentemente os Princípios da Carta. o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança da ONU. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 35 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: As principais atribuições do Conselho de Segurança são a manutenção da paz internacional e a liberalização dos fluxos internacionais de comércio. COMENTÁRIOS: Capítulo V: Conselho de Segurança (arts. 23 a 32) � Composição: 15 membros POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 47 o Permanentes: 5 � Estados Unidos da América � França � Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte � Rússia (ex-União Soviética) � China o Temporários: 10 (eleitos para mandato de 2 anos) � Possui “a principal responsabilidade” na manutenção da paz e da segurança internacionais e agirá em nome dos Membros da ONU. � Suas decisões são tomadas por meio de Resoluções. � É o único órgão da ONU capaz de tomar decisões obrigatórias para todos osMembros das Nações Unidas. � Submeterá relatórios anuais e especiais à Assembléia Geral Logo, observa-se que a liberalização dos fluxos internacionais de comércio está fora do rol de atribuições principais. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 36 (DPE/PI - CESPE – Defensor Público - 2009): Com relação aos mecanismos internacionais de proteção e monitoramento dos direitos humanos, assinale a opção correta. a) O Tribunal de Nuremberg não teve nenhum papel histórico na internacionalização dos direitos humanos. b) A ONU nasceu com diversos objetivos, como a manutenção da paz e segurança internacionais, entretanto a proteção internacional dos direitos POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 48 humanos não estava incluído entre eles. c) Quando foi adotada e proclamada por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, a DUDH, por não ter sido aceita por todos os países, não teve importância histórica. d) Além da DUDH de 1948 não há outros documentos relevantes no âmbito da proteção internacional global dos direitos humanos. e) O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos de 1966 previu novas espécies de direitos humanos além daquelas previstas expressamente na DUDH de 1948. COMENTÁRIOS: Uma questão simples que foi exigida em um concurso de peso como é o caso de Defensor Público. Os itens “a”, “b”, “c” e “d” estão completamente descabidos enquanto que o item “e” traz uma informação verdadeira. O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: • Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, com maior detalhamento, como ainda estende o elenco desses direitos. • Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na Declaração Universal. RESPOSTA CERTA: E POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 49 QUESTÃO 37 (DPE/SP - FCC – Defensor Público - 2010): Considere as seguintes afirmações: I. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, criado a partir de recomendação da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, tem por função coordenar as atividades desenvolvidas pelos demais órgãos da ONU a respeito do tema. II. O Comitê de Direitos Humanos, criado pela Carta das Nações Unidas, tem por função produzir relatórios sobre a situação dos direitos humanos nos países integrantes da ONU. III. A Comissão de Direitos Humanos, recentemente extinta, foi responsável pela redação dos principais tratados de direitos humanos das Nações Unidas e por desenvolver o sistema de "relatores especiais". IV. O Conselho de Direitos Humanos, criado pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, tem por função receber denúncias de violação dos direitos previstos naquele instrumento das Nações Unidas. Estão corretas SOMENTE as afirmações: a) II e IV. b) III e IV. c) I e II. d) I e III. e) II e III. COMENTÁRIOS: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 50 Vamos analisar os quatro itens que compõem a questão. O item II é falsa, pois o Comitê de Direitos Humanos foi criado pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e não pela Carta da ONU. Já o item IV erra, pois o Conselho de Direitos Humanos é um mecanismo não-convencional, enquanto que o órgão competente para monitorar o PIDCP é o mecanismo convencional citado no item II. Restam os itens I e III que são verdadeiros, conforme estudamos na aula anterior e relembramos no tópico relativo à Carta das Nações Unidas. RESPOSTA CERTA: D QUESTÃO 38 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público – 2012 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. A Carta Internacional dos Direitos Humanos não integra o núcleo de direito internacional dos direitos humanos, pois apenas institui um organismo internacional: as Nações Unidas. COMENTÁRIOS: Atenção! Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos A Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco) é o documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 51 A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 39 (MPE/AM - CESPE – Promotor de Justiça – 2007): Acerca da Declaração Universal dos Direitos do Homem, julgue os itens a seguir. I De inspiração iluminista, encontra raízes no liberalismo e no enciclopedismo do período de transição entre a idade moderna e a idade contemporânea. II Corresponde ao tratado firmado no âmbito da Organização das Nações Unidas, após a Segunda Guerra Mundial. III Possui natureza jurídica de ato de organização internacional e, como tal, é fonte não-codificada de direito internacional público. IV Conforma declaração de princípios que, apesar de serem respeitados pela comunidade internacional, não integram o ordenamento jurídico brasileiro. V Como norma de direito internacional, gera obrigações jurídicas apenas para Estados que a tenham subscrito e ratificado. Estão certos apenas os itens: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) II e V. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 52 e) III e V. COMENTÁRIOS: Uma questão que merece uma observação cautelosa quanto a natureza da DUDH. Como sabemos, a DUDH é entendida de forma majoritária como uma recomendação de natureza não obrigatória ou vinculativa. Em face disso, os itens II e V são falsos. O item I é verdadeiro, pois a DUDH foi inspirada em um documento fruto do Iluminismo: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, produzido durante a Revolução Francesa. O item III também é verdadeiro, de acordo com o entendimento de modernas correntes contemporâneas. Nesse sentido, vale recordar o que estudamos na aula de hoje: A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação. Observação: há uma tendência contemporânea que defende a juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: - a Declaração Universalseria uma interpretação autorizada da expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. - a Declaração Universal seria um costume internacional, portanto, uma fonte formal do direito internacional público, visto que a DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. - a Declaração Universal seria um ato de organização internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional público (entendimento do CESPE em vários concursos). Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 53 cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” (uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. Considerando que trata-se de uma questão oriunda do CESPE, observa-se que o candidato deve estar atento às novas tendências, de maneira que o item IV representa concepção exageradamente positivistas e tradicionais não condizentes com o entendimento do examinador. RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 40 (MPE/RO - CESPE – Promotor de Justiça – 2008): Após as conseqüências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países resolveram criar uma organização multi e supranacional para regular as relações entre os povos. Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das Nações, cujos fundamentos visavam, essencialmente, à manutenção da paz internacional, que incluía a proteção da integridade territorial dos Estados frente à agressão e à intervenção externa; ao fomento entre as nações de relações de amizade, levando em conta os princípios de igualdade, soberania e livre determinação dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução de problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, incluindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, sem fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião. A Carta das Nações deu origem à ONU, que, posteriormente, criou uma carta de direitos - POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 54 a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) - adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no texto acima, assinale a opção incorreta. a) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade. b) A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de todos os membros da espécie humana e também reconhece como inerentes sua dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH reconhece o genoma como a herança da humanidade. c) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é causa da barbárie. d) A DUDH assegura o direito de resistência. e) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH correlaciona o estabelecimento de uma compreensão comum dos direitos humanos com o seu pleno cumprimento. COMENTÁRIOS: Por exclusão, é óbvio que a resposta seria a letra “b”, pois o genoma humano, assim como os demais aspectos da biotecnologia são assuntos recentes que não sequer eram cogitados na época em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi elaborada (1948), não sendo tutelado e resguardado pelo referido instrumento. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 55 RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 41 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta da ONU ao prever entre seus princípios a vedação a ingerência em assuntos internos não autoriza que o Comitê de Direitos Humanos monitore o cumprimento da Declaração Universal de Direitos Humanos. COMENTÁRIOS: Questão que tenta confundir o candidato ao misturar um princípio previsto na Carta da ONU com uma exceção ao referido princípio que é justamente a relativização da soberania como consequência da internacionalização dos direitos humanos. Ademais, o Comitê de Direitos Humanos é responsável pelo monitoramento do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e não da DUDH. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 42 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O direito a condições dignas de trabalho preconizado no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais não inclui o lazer, pois este seria um assunto exclusivamente de direito interno. COMENTÁRIOS: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 56 O enunciado da questão vai de encontro com o dispositivo do art. 7º do PIDESC. Afinal, o direito a condições dignas de trabalho está previsto nos seguintes termos: Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente: a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores: i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições de trabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual; ii) Uma existência decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições do presente Pacto; b) A segurança e a higiene no trabalho; c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu Trabalho, à categoria superior que lhes corresponda, sem outras considerações que as de tempo de trabalho e capacidade; d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a remuneração dos feriados. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 43 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O Comitê de Direitos Humanos é o mecanismo convencional competente para o monitoramento do cumprimento das disposições de instrumentos de POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 57 proteção dos direitos humanos como é o caso da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas deDiscriminação Racial. COMENTÁRIOS: A questão trabalha com informações verdadeiras e falsas visando confundir o candidato. Assim, a despeito de o Comitê de Direitos Humanos ser, de fato, um mecanismo convencional, ele é competente para o monitoramento de um documento internacional: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; e não qualquer instrumento internacional de direitos humanos. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 44 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): As políticas de ação afirmativa, ex. cotas em universidades públicas, são ações que não estão incluídas no conceito de discriminação racial previsto na Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. COMENTÁRIOS: A Convenção NÃO inclui como discriminação racial, as seguintes práticas dos Estados: • Distinções entre cidadãos e não cidadãos (art. 1º, § 2º). • Normas estatais relativas à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde que os Estados não discriminem qualquer nacionalidade em particular (art. 1º, § 3º). POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 58 • Políticas de ação afirmativa (art. 1º, § 4º) RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 45 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O direito à preservação cultural de minorias é um dos direitos protegidos pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. COMENTÁRIOS: O artigo 27 do PIDCP prevê expressamente o direito à preservação cultural de minorias, conforme se observa do seguinte dispositivo: ARTIGO 27 No caso em que haja minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas, as pessoas pertencentes a essas minorias não poderão ser privadas do direito de ter, conjuntamente com outros membros de seu grupo, sua própria vida cultural, de professar e praticar sua própria religião e usar sua própria língua. RESPOSTA CERTA: C GABARITOS OFICIAIS 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 E C C E A C E E C E 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 E D E A B E E E C C POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 59 EXERCÍCIOS COM GABARITO QUESTÃO 26 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta das Nações Unidas não integra o núcleo de direito internacional dos direitos humanos, pois apenas institui um organismo internacional. QUESTÃO 27 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): Nos termos da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a exclusão de direitos baseada unicamente na origem nacional também poderá caracterizar discriminação racial. QUESTÃO 28 (TRT 9ª REGIÃO - PUC/PR – Juiz do Trabalho - 2007): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): O Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, embora criado em 16.12.1966, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, só foi ratificado pelo Brasil em 24.01.1992. QUESTÃO 29 (TRT 1ª REGIÃO – INSTITUTO CIDADES – Juiz do Trabalho - 2008): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10.12.1948, aprovou a Declaração de Filadélfia. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 60 QUESTÃO 30 (FGV – 2013 - Adaptada): Sobre o sistema global de proteção dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta. a) O Direito Humanitário, a Organização Internacional do Trabalho e a Liga das Nações são considerados os principais precedentes do processo de internacionalização dos direitos humanos. b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos juntamente com a adoção do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos, podendo um Estado adotar ou não os seus postulados. c) O sistema global restringe-se à Carta Internacional dos Direitos Humanos. Outros tratados multilaterais sobre Direitos Humanos, que se referem a violações específicas de direitos, tais como a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, são facultativos e, consequentemente, não são considerados como parte do sistema global. d) O sistema global é composto por mecanismos não-convencionais de proteção dos direitos humanos. Tais mecanismos são aqueles criados por convenções específicas de Direitos Humanos, de adoção facultativa para os Estados. QUESTÃO 31 (PM/AL - CESPE – Oficial - 2012): A respeito do sistema de proteção dos direitos humanos e dos instrumentos de garantia desse sistema, assinale a opção correta. a) No sistema de proteção dos direitos humanos, os Estados e a comunidade internacional compartilham responsabilidade primária pela proteção desses direitos, razão pela qual os tratados internacionais encontram-se no mesmo POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 61 patamar dos direitos nacionais na garantia de proteção aos direitos humanos. b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, detentora de força jurídica obrigatória e vinculante, além de fixar um elenco de direitos e liberdades fundamentais a serem garantidos pelos Estados-partes, determina as sanções aplicáveis no caso de seu descumprimento. c) O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece um sistema de petições mediante o qual os indivíduos dispõem de capacidade processual internacional. Assim, indivíduos que aleguem ter sido vítimas de violação, pelos Estados-partes, de quaisquer dos direitos enunciados no Pacto podem apresentar ao Comitê de Direitos Humanos comunicações denunciando tais violações. d) Tanto o Pacto dos Direitos Civis e Políticos quanto o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais estabelecem direitos endereçados aos indivíduos, e não aos Estados. e) Como documento que elevou a promoção dos direitos humanos a propósito e finalidade dos países da Organização dos Direitos Humanos, a Carta das Nações Unidas, de 1948, determina a importância de defender e respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, definindo com precisão o conteúdo dessas expressões. QUESTÃO 32 (DPE/RR - CESPE – Defensor Público – 2013 - Adaptada): No que concerne à proteção internacional dos direitos humanos, marque C ou E. A proteção internacional dos direitos humanos está desvinculada do processo de universalização dos direitos humanos. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS– TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 62 QUESTÃO 33 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: Os principais órgãos das Nações Unidas são a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, a Organização Mundial do Comércio e a Corte Internacional de Justiça. QUESTÃO 34 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: A Assembleia Geral pode expulsar um Estado membro que tenha persistentemente violado os princípios da Carta das Nações Unidas, ouvido o Conselho de Segurança. QUESTÃO 35 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações Unidas, assinale C ou E: As principais atribuições do Conselho de Segurança são a manutenção da paz internacional e a liberalização dos fluxos internacionais de comércio. QUESTÃO 36 (DPE/PI - CESPE – Defensor Público - 2009): Com relação aos mecanismos internacionais de proteção e monitoramento dos direitos humanos, assinale a opção correta. a) O Tribunal de Nuremberg não teve nenhum papel histórico na internacionalização dos direitos humanos. b) A ONU nasceu com diversos objetivos, como a manutenção da paz e POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 63 segurança internacionais, entretanto a proteção internacional dos direitos humanos não estava incluído entre eles. c) Quando foi adotada e proclamada por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, a DUDH, por não ter sido aceito por todos os países, não teve importância histórica. d) Além da DUDH de 1948 não há outros documentos relevantes no âmbito da proteção internacional global dos direitos humanos. e) O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos de 1966 previu novas espécies de direitos humanos além daquelas previstas expressamente na DUDH de 1948. QUESTÃO 37 (DPE/SP - FCC – Defensor Público - 2010): Considere as seguintes afirmações: I. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, criado a partir de recomendação da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, tem por função coordenar as atividades desenvolvidas pelos demais órgãos da ONU a respeito do tema. II. O Comitê de Direitos Humanos, criado pela Carta das Nações Unidas, tem por função produzir relatórios sobre a situação dos direitos humanos nos países integrantes da ONU. III. A Comissão de Direitos Humanos, recentemente extinta, foi responsável pela redação dos principais tratados de direitos humanos das Nações Unidas e por desenvolver o sistema de "relatores especiais". IV. O Conselho de Direitos Humanos, criado pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, tem por função receber denúncias de violação dos POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 64 direitos previstos naquele instrumento das Nações Unidas. Estão corretas SOMENTE as afirmações: a) II e IV. b) III e IV. c) I e II. d) I e III. e) II e III. QUESTÃO 38 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público – 2012 - Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito internacional dos direitos humanos. A Carta Internacional dos Direitos Humanos não integra o núcleo de direito internacional dos direitos humanos, pois apenas institui um organismo internacional: as Nações Unidas. QUESTÃO 39 (MPE/AM - CESPE – Promotor de Justiça – 2007): Acerca da Declaração Universal dos Direitos do Homem, julgue os itens a seguir. I De inspiração iluminista, encontra raízes no liberalismo e no enciclopedismo do período de transição entre a idade moderna e a idade contemporânea. II Corresponde ao tratado firmado no âmbito da Organização das Nações Unidas, após a Segunda Guerra Mundial. III Possui natureza jurídica de ato de organização internacional e, como tal, é fonte não-codificada de direito internacional público. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 65 IV Conforma declaração de princípios que, apesar de serem respeitados pela comunidade internacional, não integram o ordenamento jurídico brasileiro. V Como norma de direito internacional, gera obrigações jurídicas apenas para Estados que a tenham subscrito e ratificado. Estão certos apenas os itens: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) II e V. e) III e V. QUESTÃO 40 (MPE/RO - CESPE – Promotor de Justiça – 2008): Após as conseqüências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países resolveram criar uma organização multi e supranacional para regular as relações entre os povos. Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das Nações, cujos fundamentos visavam, essencialmente, à manutenção da paz internacional, que incluía a proteção da integridade territorial dos Estados frente à agressão e à intervenção externa; ao fomento entre as nações de relações de amizade, levando em conta os princípios de igualdade, soberania e livre determinação dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução de problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, incluindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, sem fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião. A Carta das Nações deu origem à ONU, que, posteriormente, criou uma carta de direitos - POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 66 a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) - adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no texto acima, assinale a opção incorreta. a) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade. b) A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de todos os membros da espécie humana e também reconhece como inerentes sua dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH reconhece o genoma como a herança da humanidade. c) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é causa da barbárie. d) A DUDH assegura o direito de resistência. e) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH correlaciona o estabelecimento de uma compreensão comum dos direitos humanos com o seu pleno cumprimento. QUESTÃO 41 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta da ONU ao prever entre seus princípios a vedação a ingerência em assuntos internos não autoriza que o Comitê de Direitos Humanos monitore o cumprimento da Declaração Universal de Direitos Humanos. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOSHUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 67 QUESTÃO 42 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O direito a condições dignas de trabalho preconizado no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais não inclui o lazer, pois este seria um assunto exclusivamente de direito interno. QUESTÃO 43 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O Comitê de Direitos Humanos é o mecanismo convencional competente para o monitoramento do cumprimento das disposições de instrumentos de proteção dos direitos humanos como é o caso da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. QUESTÃO 44 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): As políticas de ação afirmativa, ex. cotas em universidades públicas, são ações que não estão incluídas no conceito de discriminação racial previsto na Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. QUESTÃO 45 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O direito à preservação cultural de minorias é um dos direitos protegidos pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 68 GABARITOS OFICIAIS 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 E C C E A C E E C E 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 E D E A B E E E C C POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 69 RESUMO DA AULA Na aula de hoje, abordamos o núcleo do direito internacional dos direitos humanos, ou seja, os principais documentos internacionais voltados para a proteção desses direitos. Assim, estudamos hoje: � Carta das Nações Unidas. � Declaração Universal dos Direitos Humanos. � Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. � Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. � Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial. A Carta das Nações Unidas, também conhecida como Carta de São Francisco, foi assinada em São Francisco (EUA), a 26 de junho de 1945, após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, entrando em vigor a 24 de Outubro daquele mesmo ano. O Brasil ratificou a mesma, promulgando a Carta das Nações Unidas por meio do Decreto nº 19.841/1945. A Carta de São Francisco possui as seguintes características: • Dividida em 19 capítulos. • Possui 111 artigos. • Tem um anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. • É um tratado. • Responsável pela constituição do Sistema ONU (conjunto de órgãos que formam as Nações Unidas) Mecanismos estabelecidos com base na Carta das Nações Unidas (mecanismos não-convencionais): POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 70 o Conselho de Direitos Humanos (Que substituiu a Comissão de Direitos Humanos em 2006) o Revisão Periódica Universal (Um processo estabelecido em 2006) O Conselho de Direitos Humanos é um dos principais órgãos internacionais de proteção aos direitos humanos no âmbito do sistema global, junto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Quando esse Conselho era a Comissão de Direitos Humanos, ele desempenhou um importante papel na redação dos principais tratados de direitos humanos das Nações Unidas e por desenvolver o sistema de "relatores especiais". A revisão periódica universal, também chamada de exame periódico universal ou informe periódico universal, é um procedimento conduzido pelos Estados, sob a supervisão do Conselho de Direitos Humanos, no qual, cada Estado declara quais as medidas e providências que adotaram nos últimos anos para melhorar a situação dos direitos humanos em seus países e cumprir as obrigações internacionais pertinentes. Atenção! Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos A Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco) é o documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), adotada em 1948, constitui tecnicamente uma recomendação que influencia os POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 71 Estados na promoção dos direitos humanos. Ela teve a aprovação de 48 Estados e 8 abstenções. A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos humanos e estabelece duas categorias desses direitos: � Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21). � Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28). A DUDH possui as seguintes características: • Possui 30 artigos. • Apesar de tecnicamente ser uma recomendação, a doutrina atual tem considerado ela dotada da natureza de ato de organização internacional. A DUDH pode ser dividida em quatro partes: � 1ª parte (arts. 3 a 11): direitos individuais. � 2ª parte (arts. 12 a 17): direitos do indivíduo na sociedade e de participação política. � 3ª parte (arts. 18 a 21): liberdades políticas, públicas e religiosas. � 4ª parte (arts. 22 a 28): direitos econômicos, sociais e culturais. Os artigos finais tratam de aspectos que buscam dar sistematicidade e força à DUDH. Observa-se, mais uma vez, que a DUDH inclui tanto direitos relacionados à não-intervenção estatal, de índole liberal, como também os direitos de cunho econômico e social, que demandam a participação do Estado. A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou órgãos próprios POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 72 destinados a tornar compulsória sua aplicação. Observação: há uma tendência contemporânea que defende a juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: - a Declaração Universal seria uma interpretação autorizada da expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. - a Declaração Universal seria um costume internacional, portanto, uma fonte formal do direito internacionalpúblico, visto que a DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. - a Declaração Universal seria um ato de organização internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional público (entendimento do CESPE em vários concursos). Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” (uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. Outro dado que merece atenção para o candidato é o fato de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO cria, nem institui, quaisquer órgãos voltados para a efetivação de seus dispositivos, DIFERENTEMENTE do que ocorre com a Carta das Nações Unidas que prevê diversos órgãos responsáveis pela execução de suas disposições. O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 16/12/1966, passando a vigorar em 23/03/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 73 O PIDCP está estruturado da seguinte forma: � É um tratado internacional. � Normas autoaplicáveis. � Possui 53 artigos. � Objeto: normatizar e disciplinar os direitos civis e políticos. � Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Humanos. � Possui dois protocolos adicionais (ou facultativos): o 1º Protocolo: trata do Comitê de Direitos Humanos (sistemática de petições individuais). o 2º Protocolo: abolição da pena de morte. O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: • Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, com maior detalhamento, como ainda estende o elenco desses direitos. • Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na Declaração Universal. A quarta parte do Pacto trata de um importante mecanismo de implementação do PIDCP (mecanismo convencional do sistema global de direitos humanos) denominado: Comitê de direitos humanos. O Comitê de direitos humanos tem como atribuições principais: � Receber e analisar os relatórios sobre a situação dos direitos civis e políticos nos Estados que integram o PIDCP. � Receber denúncias formuladas contra Estado que integre o PIDCP por outros Estados ou particulares. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 74 As decisões do Comitê de Direitos Humanos NÃO possuem caráter vinculante, não sendo de cumprimento obrigatório. O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 19/12/1966, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992. O PIDESC está estruturado da seguinte forma: � É um tratado internacional. � Normas de aplicação progressiva. � Possui 31 artigos. � Objeto: normatizar e disciplinar os direitos econômicos, sociais e culturais. � Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. � Possui um protocolo facultativo: admissão de denúncias em relação ao descumprimento do Pacto. O PIDESC trata de direitos direcionados aos Estados. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais é um órgão de monitoramento específico para o PIDESC criado pela Resolução nº 1.985/17 do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). Esse Comitê tornou-se o órgão do ECOSOC responsável pelo acompanhamento e análise dos relatórios encaminhados pelos Estados em virtude das disposições do PIDESC, por isso ele é um mecanismo convencional. Esse Comitê possui competências e procedimentos semelhantes aos do Comitê de Direitos Humanos. As principais diferenças entre ambos são as seguintes: • Documento internacional objeto de monitoramento. • No Comitê do PIDESC não há a possibilidade de apresentação de denúncias feitas por Estados em relação a outros Estados, nem de petições (reclamações) individuais POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 75 (No Comitê de Direitos Humanos isso é possível). A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial foi adotada pela ONU em 21 de dezembro de 1965, tendo sido incorporada pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 65.810, de 08 de dezembro de 1969. O conceito de discriminação racial inclui não apenas a discriminação por motivo de RAÇA, mas também pelos elementos: � Cor � Descendência ou origem étnica � Descendência ou origem nacional A Convenção NÃO inclui como discriminação racial, as seguintes práticas dos Estados: • Distinções entre cidadãos e não cidadãos (art. 1º, § 2º). • Normas estatais relativas à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde que os Estados não discriminem qualquer nacionalidade em particular (art. 1º, § 3º). • Políticas de ação afirmativa (art. 1º, § 4º) Os Estados se obrigam a adotar políticas públicas destinadas a eliminar a discriminação racial, mesmo quando a discriminação é institucionalizada com apoio (expresso ou tácito) do Estado. O cumprimento das normas da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial é uma atribuição que pertence a um mecanismo convencional chamado Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD/CEDR), órgão criado pela própria Convenção (arts. 8 a 16). Um detalhe importante é que a Convenção sobre Discriminação Racial foi o primeiro instrumento internacional de direitos humanos a introduzir mecanismo próprio de supervisão. Mecanismos utilizados pelo CEDR: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 76 � Denúncias preventivas � Denúncias entre Estados � Denúncias de particulares (indivíduos ou grupos) Para ser realizada uma denúncia perante o CEDR é obrigatório o esgotamento dos recursos internos, exceto quando o funcionamento desses recursos ultrapassar prazos razoáveis. Há também a Comissão de Conciliação ad hoc, que buscará solucionar amigavelmente os conflitos envolvendo a discriminação racial. De acordo com o Decreto nº 4.738/2003, o Brasil reconheceu, de pleno direito e por prazo indeterminado, a competência do CEDR para receber e analisar denúncias individuais de violação dos direitos humanos previstos na Convenção sobre Discriminação Racial. Por fim, as decisões do CEDR são destituídas de força jurídica obrigatóriaou vinculante da mesma forma como acontece com as decisões do Comitê de Direitos Humanos. Assim, apenas é publicado um relatório anual elaborado pelo CEDR que é encaminhado à Assembléia Geral da ONU. Espero a todos na próxima aula! Fraterno Abraço e até a próxima! Ricardo Gomes Por sua aprovação! POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 77 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS (1945) Carta das Nações Unidas Nós, os povos das Nações Unidas, decididos: a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade; a reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas; a estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional; a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade; e para tais fins: a praticar a tolerância e a viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos; a unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais; a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada, a não ser no interesse comum; a empregar mecanismos internacionais para promover o progresso econômico e social de todos os povos; Resolvemos conjugar os nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso, os nossos respectivos governos, por intermédio dos seus representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem os seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, adotaram a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas. Capítulo I OBJETIVOS E PRINCÍPIOS Artigo 1º Os objetivos das Nações Unidas são: 1. Manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medidas coletivas eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão, ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajustamento ou solução das controvérsias ou situações internacionais que possam levar a uma perturbação da paz; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 78 2. Desenvolver relações de amizade entre as nações baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal; 3. Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns. Artigo 2º A Organização e os seus membros, para a realização dos objetivos mencionados no artigo 1º, agirão de acordo com os seguintes princípios: 1. A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos os seus membros; 2. Os membros da Organização, a fim de assegurarem a todos em geral os direitos e vantagens resultantes da sua qualidade de membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas em conformidade com a presente Carta; 3. Os membros da Organização deverão resolver as suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo a que a paz e a segurança internacionais, bem como a justiça, não sejam ameaçadas; 4. Os membros deverão abster-se nas suas relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao uso da força, quer seja contra a integridade territorial ou a independência política de um Estado, quer seja de qualquer outro modo incompatível com os objetivos das Nações Unidas; 5. Os membros da Organização dar-lhe-ão toda a assistência em qualquer ação que ela empreender em conformidade com a presente Carta e abster- se-ão de dar assistência a qualquer Estado contra o qual ela agir de modo preventivo ou coercitivo; 6. A Organização fará com que os Estados que não são membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais; 7. Nenhuma disposição da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervir em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição interna de qualquer Estado, ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do capítulo VII. Capítulo II MEMBROS POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 79 Artigo 3º Os membros originários das Nações Unidas serão os Estados que, tendo participado na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em São Francisco, ou, tendo assinado previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de Janeiro de 1942, assinaram a presente Carta e a ratificaram, de acordo com o artigo 110º. Artigo 4º 1. A admissão como membro das Nações Unidas fica aberta a todos os outros Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações. 2. A admissão de qualquer desses Estados como membro das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Artigo 5º O membro das Nações Unidas contra o qual for levada a efeito qualquer ação preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança poderá ser suspenso do exercício dos direitos e privilégios de membro pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo Conselho de Segurança. Artigo 6º O membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os princípios contidos na presente Carta poderá ser expulso da Organização pela Assembléia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. Capítulo III ÓRGÃOS Artigo 7º 3. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembléia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, um Tribunal Internacional de Justiça e um Secretariado. 4. Poderão ser criados, de acordo com a presente Carta, os órgãos subsidiários considerados necessários. Artigo 8º As Nações Unidas não farão restrições quanto ao acesso de homens e mulheres, em condições de igualdade, a qualquer função nos seus órgãos principais e subsidiários. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes80 Capítulo IV ASSEMBLÉIA GERAL Composição Artigo 9º 1. A Assembléia Geral será constituída por todos os membros das Nações Unidas. 2. Nenhum membro deverá ter mais de cinco representantes na Assembléia Geral. Funções e poderes Artigo 10º A Assembléia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das finalidades da presente Carta ou que se relacionarem com os poderes e funções de qualquer dos órgãos nela previstos, e, com exceção do estipulado no artigo 12, poderá fazer recomendações aos membros das Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança, ou a este e àqueles, conjuntamente, com a referência a quaisquer daquelas questões ou assuntos. Artigo 11º 1. A Assembléia Geral poderá considerar os princípios gerais de cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais, inclusive os princípios que disponham sobre o desarmamento e a regulamentação dos armamentos, e poderá fazer recomendações relativas a tais princípios aos membros ou ao Conselho de Segurança, ou a este e àqueles conjuntamente. 2. A Assembléia Geral poderá discutir quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, que lhe forem submetidas por qualquer membro das Nações Unidas, ou pelo Conselho de Segurança, ou por um Estado que não seja membro das Nações Unidas, de acordo com o artigo 35º, nº 2, e, com exceção do que fica estipulado no artigo 12º, poderá fazer recomendações relativas a quaisquer destas questões ao Estado ou Estados interessados ou ao Conselho de Segurança ou a este e àqueles. Qualquer destas questões, para cuja solução seja necessária uma ação, será submetida ao Conselho de Segurança pela Assembléia Geral, antes ou depois da discussão. 3. A Assembléia Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais . 4. Os poderes da Assembléia Geral enumerados neste artigo não limitarão o alcance geral do artigo 10º. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 81 Artigo 12º 1. Enquanto o Conselho de Segurança estiver a exercer, em relação a qualquer controvérsia ou situação, as funções que lhe são atribuídas na presente Carta, a Assembléia Geral não fará nenhuma recomendação a respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o Conselho de Segurança o solicite. 2. O Secretário-Geral, com o consentimento do Conselho de Segurança, comunicará à Assembléia Geral, em cada sessão, quaisquer assuntos relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que estiverem a ser tratados pelo Conselho de Segurança, e da mesma maneira dará conhecimento de tais assuntos à Assembléia Geral, ou aos membros das Nações Unidas se a Assembléia Geral não estiver em sessão, logo que o Conselho de Segurança terminar o exame dos referidos assuntos. Artigo 13º 1. A Assembléia Geral promoverá estudos e fará recomendações, tendo em vista: a) Fomentar a cooperação internacional no plano político e incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação; b) Fomentar a cooperação internacional no domínio econômico, social, cultural, educacional e da saúde e favorecer o pleno gozo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais, por parte de todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. 2. As demais responsabilidades, funções e poderes da Assembléia Geral em relação aos assuntos acima mencionados, no nº 1, alínea b), estão enumerados nos capítulos IX e X. Artigo 14º A Assembléia Geral, com ressalva das disposições do artigo 12º, poderá recomendar medidas para a solução pacífica de qualquer situação, qualquer que seja a sua origem, que julgue prejudicial ao bem-estar geral ou às relações amistosas entre nações, inclusive as situações que resultem da violação das disposições da presente Carta que estabelecem os objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo 15º 1. A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios anuais e especiais do Conselho de Segurança. Esses relatórios incluirão uma relação das medidas que o Conselho de Segurança tenha adotado ou aplicado a fim de manter a paz e a segurança internacionais. 2. A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos das Nações Unidas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 82 Artigo 16º A Assembléia Geral desempenhará, em relação ao regime internacional de tutela, as funções que lhe são atribuídas nos capítulos XII e XIII, inclusive as de aprovação de acordos de tutela referentes às zonas não designadas como estratégicas. Artigo 17º 1. A Assembléia Geral apreciará e aprovará o orçamento da Organização. 2. As despesas da Organização serão custeadas pelos membros segundo quotas fixadas pela Assembléia Geral. 3. A Assembléia Geral apreciará e aprovará quaisquer ajustes financeiros e orçamentais com as organizações especializadas, a que se refere o artigo 57º, e examinará os orçamentos administrativos das referidas instituições especializadas, com o fim de lhes fazer recomendações. Votação Artigo 18º 1. Cada membro da Assembléia Geral terá um voto. 2. As decisões da Assembléia Geral sobre questões importantes serão tomadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Essas questões compreenderão: as recomendações relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, a eleição dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, a eleição dos membros do Conselho Econômico e Social, a eleição dos membros do Conselho de Tutela de acordo com o nº 1, alínea c), do artigo 86º, a admissão de novos membros das Nações Unidas, a suspensão dos direitos e privilégios de membros, a expulsão de membros, as questões referentes ao funcionamento do regime de tutela e questões orçamentais. 3. As decisões sobre outras questões, inclusive a determinação de categorias adicionais de assuntos a serem debatidos por maioria de dois terços, serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. Artigo 19º O membro das Nações Unidas em atraso no pagamento da sua contribuição financeira à Organização não terá voto na Assembléia Geral, se o total das suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das contribuições correspondentes aos dois anos anteriores completos. A Assembléia Geral poderá, entretanto, permitir que o referido membro vote, se ficar provado que a falta de pagamento é devida a circunstâncias alheias à sua vontade. Procedimento Artigo 20º POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 83 A Assembléia Geral reunir-se-á em sessões anuais ordinárias e em sessões extraordinárias sempre que as circunstâncias o exigirem. As sessões extraordinárias serão convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de Segurança ou da maioria dos membros das Nações Unidas. Artigo 21º A Assembléia Geral adotará o seu próprio regulamento e elegerá o seu presidente por cada sessão. Artigo 22º A Assembléia Geral poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar necessários ao desempenho dassuas funções. Capítulo V CONSELHO DE SEGURANÇA Composição Artigo 23º 1. O Conselho de Segurança será constituído por 15 membros das Nações Unidas. A República da China, a França, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte e os Estados Unidos da América serão membros permanentes do Conselho de Segurança. A Assembléia Geral elegerá 10 outros membros das Nações Unidas para membros não permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a contribuição dos membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e para os outros objetivos da Organização e também uma distribuição geográfica equitativa. 2. Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos por um período de dois anos. Na primeira eleição dos membros não permanentes, depois do aumento do número de membros do Conselho de Segurança de 11 para 15, dois dos quatro membros adicionais serão eleitos por um período de um ano. Nenhum membro que termine o seu mandato poderá ser reeleito para o período imediato. 3. Cada membro do Conselho de Segurança terá um representante. (O artigo 23 foi alterado por decisão da Assembléia Geral de 17 de Dezembro de 1963 que entrou em vigor em 31 de Agosto de 1965. A alteração consistiu no alargamento da composição do Conselho de Segurança de onze para quinze membros.) Funções e poderes Artigo 24º POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 84 1. A fim de assegurar uma ação pronta e eficaz por parte das Nações Unidas, os seus membros conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam em que, no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade, o Conselho de Segurança aja em nome deles. 2. No cumprimento desses deveres, o Conselho de Segurança agirá de acordo com os objetivos e os princípios das Nações Unidas. Os poderes específicos concedidos ao Conselho de Segurança para o cumprimento dos referidos deveres estão definidos nos capítulos VI, VII, VIII e XII. 3. O Conselho de Segurança submeterá à apreciação da Assembléia Geral relatórios anuais e, quando necessário, relatórios especiais. Artigo 25º Os membros das Nações Unidas concordam em aceitar e aplicar as decisões do Conselho de Segurança, de acordo com a presente Carta. Artigo 26º A fim de promover o estabelecimento e a manutenção da paz e da segurança internacionais, desviando para armamentos o mínimo possível dos recursos humanos e econômicos do mundo, o Conselho de Segurança terá o encargo de elaborar, com a assistência da Comissão de Estado-Maior a que se refere o artigo 47º, os planos, a serem submetidos aos membros das Nações Unidas, tendo em vista estabelecer um sistema de regulamentação dos armamentos. Votação Artigo 27º 1. Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto. 2. As decisões do Conselho de Segurança, em questões de procedimento, serão tomadas por um voto afirmativo de nove membros. 3. As decisões do Conselho de Segurança sobre quaisquer outros assuntos serão tomadas por voto favorável de nove membros, incluindo os votos de todos os membros permanentes, ficando entendido que, no que se refere às decisões tomadas nos termos do capítulo VI e do nº 3 do artigo 52º, aquele que for parte numa controvérsia se absterá de votar. O artigo 27º foi alterado por decisão da Assembléia Geral de 17 de Dezembro de 1963 e entrou em vigor em 31 de Agosto de 1965. A alteração consistiu em que as decisões do Conselho de Segurança em matérias procedimentais passaram a ser tomadas por voto afirmativo de 9 membros (anteriormente 7) e em todas as outras matérias por um voto afirmativo de 9 membros (anteriormente 7) incluindo os votos de todos os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 85 Procedimento Artigo 28º 1. O Conselho de Segurança será organizado de maneira que possa funcionar continuamente. Cada membro do Conselho de Segurança estará, para tal fim, em todos os momentos, representado na sede da Organização. 2. O Conselho de Segurança terá reuniões periódicas, nas quais cada um dos seus membros poderá, se assim o desejar, ser representado por um membro do governo ou por outro representante especialmente designado. 3. O Conselho de Segurança poderá reunir-se em outros lugares fora da sede da Organização, que julgue mais apropriados para facilitar o seu trabalho. Artigo 29º O Conselho de Segurança poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar necessários para o desempenho das suas funções. Artigo 30º O Conselho de Segurança adotará o seu próprio regulamento, que incluirá o modo de designação do seu presidente. Artigo 31º Qualquer membro das Nações Unidas que não seja membro do Conselho de Segurança poderá participar, sem direito a voto, na discussão de qualquer questão submetida ao Conselho de Segurança, sempre que este considere que os interesses do referido membro estão especialmente em jogo. Artigo 32º Qualquer membro das Nações Unidas que não seja membro do Conselho de Segurança ou qualquer Estado que não seja membro das Nações Unidas será convidado, desde que seja parte numa controvérsia submetida ao Conselho de Segurança, a participar, sem direito a voto, na discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as condições que lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não seja membro das Nações Unidas. Capítulo VI SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS Artigo 33º 1. As partes numa controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, via judicial, recurso a organizações ou acordos regionais, ou qualquer outro meio pacífico à sua escolha. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 86 2. O Conselho de Segurança convidará, se o julgar necessário, as referidas partes a resolver por tais meios as suas controvérsias. Artigo 34º O Conselho de Segurança poderá investigar sobre qualquer controvérsia ou situação susceptível de provocar atritos entre as Nações ou de dar origem a uma controvérsia, a fim de determinar se a continuação de tal controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção da paz e da segurança internacionais. Artigo 35º 1. Qualquer membro das Nações Unidas poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia ou qualquer situação da natureza das que se acham previstas no artigo 34º. 2. Um Estado que não seja membro das Nações Unidas poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte, uma vez que aceite previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica previstas na presente Carta. 3. Os atos da Assembléia Geral a respeito dos assuntos submetidos à sua atenção, de acordo com este artigo, estarão sujeitos às disposiçõesdos artigos 11º e 12º. Artigo 36º 1. O Conselho de Segurança poderá, em qualquer fase de uma controvérsia da natureza daquelas a que se refere o artigo 33º, ou de uma situação de natureza semelhante, recomendar os procedimentos ou métodos de solução apropriados. 2. O Conselho de Segurança deverá tomar em consideração quaisquer procedimentos para a solução de uma controvérsia que já tenham sido adotados pelas partes. 3. Ao fazer recomendações, de acordo com este artigo, o Conselho de Segurança deverá também tomar em consideração que as controvérsias de caráter jurídico devem, em regra, ser submetidas pelas partes ao Tribunal Internacional de Justiça, de acordo com as disposições do estatuto do Tribunal . Artigo 37º 1. Se as partes numa controvérsia da natureza daquelas a que se refere o artigo 33º não conseguirem resolvê-la pelos meios indicados no mesmo artigo, deverão submetê-la ao Conselho de Segurança. 2. Se o Conselho de Segurança julgar que a continuação dessa controvérsia pode, de fato, constituir uma ameaça à manutenção da paz e da segurança POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 87 internacionais, decidirá se deve agir de acordo com o artigo 36º ou recomendar os termos de solução que julgue adequados. Artigo 38º Sem prejuízo das disposições dos artigos 33º a 37º, o Conselho de Segurança poderá, se todas as partes numa controvérsia assim o solicitarem, fazer recomendações às partes, tendo em vista uma solução pacífica da controvérsia. Capítulo VII AÇÃO EM CASO DE AMEAÇA À PAZ, RUPTURA DA PAZ E ATO DE AGRESSÃO Artigo 39º O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas de acordo com os artigos 41º e 42º, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Artigo 40º A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes de fazer as recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no artigo 39º, instar as partes interessadas a aceitar as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões nem a situação das partes interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não cumprimento dessas medidas. Artigo 41º O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas as suas decisões e poderá instar os membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radioelétricos, ou de outra qualquer espécie, e o rompimento das relações diplomáticas. Artigo 42º Se o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no artigo 41º seriam ou demonstraram ser inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos membros das Nações Unidas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 88 Artigo 43º 1. Todos os membros das Nações Unidas se comprometem, a fim de contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais, a proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu pedido e em conformidade com um acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança internacionais. 2. Tal acordo ou tais acordos determinarão o número e tipos das forças, o seu grau de preparação e a sua localização geral, bem como a natureza das facilidades e da assistência a serem proporcionadas. 3. O acordo ou acordos serão negociados o mais cedo possível, por iniciativa do Conselho de Segurança. Serão concluídos entre o Conselho de Segurança e membros da Organização ou entre o Conselho de Segurança e grupos de membros e submetidos à ratificação, pelos Estados signatários, em conformidade com os respectivos procedimentos constitucionais. Artigo 44º Quando o Conselho de Segurança decidir recorrer ao uso da força, deverá, antes de solicitar a um membro nele não representado o fornecimento de forças armadas em cumprimento das obrigações assumidas em virtude do artigo 43º, convidar o referido membro, se este assim o desejar, a participar nas decisões do Conselho de Segurança relativas ao emprego de contingentes das forças armadas do dito membro. Artigo 45º A fim de habilitar as Nações Unidas a tomar medidas militares urgentes, os membros das Nações Unidas deverão manter, imediatamente utilizáveis, contingentes das forças aéreas nacionais para a execução combinada de uma ação coercitiva internacional. A potência e o grau de preparação desses contingentes, bem como os planos de ação combinada, serão determinados pelo Conselho de Segurança com a assistência da Comissão de Estado-Maior, dentro dos limites estabelecidos no acordo ou acordos especiais a que se refere o artigo 43º. Artigo 46º Os planos para a utilização da força armada serão elaborados pelo Conselho de Segurança com a assistência da Comissão de Estado-Maior. Artigo 47º 1. Será estabelecida uma Comissão de Estado-Maior destinada a orientar e assistir o Conselho de Segurança, em todas as questões relativas às exigências militares do mesmo Conselho, para a manutenção da paz e da segurança internacionais, utilização e comando das forças colocadas à sua disposição, regulamentação de armamentos e possível desarmamento. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 89 2. A Comissão de Estado-Maior será composta pelos chefes de estado-maior dos membros permanentes do Conselho de Segurança ou pelos seus representantes. Qualquer membro das Nações Unidas que não estiver permanentemente representado na Comissão será por esta convidado a tomar parte nos seus trabalhos, sempre que a sua participação for necessária ao eficiente cumprimento das responsabilidades da Comissão. 3. A Comissão de Estado-Maior será responsável, sob a autoridade do Conselho de Segurança, pela direção estratégica de todas as forças armadas postas à disposição do dito Conselho. As questões relativas ao comando dessas forças serão resolvidas ulteriormente. 4. A Comissão de Estado-Maior, com a autorização do Conselho de Segurança e depois de consultar os organismos regionais adequados, poderá estabelecer sub-comissões regionais. Artigo 48º 1. A ação necessária ao cumprimento das decisões do Conselho de Segurança para a manutenção da paz e da segurança internacionais será levada a efeito por todos os membros das Nações Unidas ou por alguns deles, conforme seja determinado pelo Conselho de Segurança. 2. Essas decisões serão executadas pelos membros das Nações Unidas diretamente e mediante a sua ação nos organismos internacionais apropriados de que façamparte. Artigo 49º Os membros das Nações Unidas associar-se-ão para a prestação de assistência mútua na execução das medidas determinadas pelo Conselho de Segurança. Artigo 50º Se um Estado for objeto de medidas preventivas ou coercitivas tomadas pelo Conselho de Segurança, qualquer outro Estado, quer seja ou não membro das Nações Unidas, que enfrente dificuldades econômicas especiais resultantes da execução daquelas medidas terá o direito de consultar o Conselho de Segurança no que respeita à solução de tais dificuldades. Artigo 51º Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva, no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 90 levar a efeito, em qualquer momento, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais. Capítulo VIII ACORDOS REGIONAIS Artigo 52º 1. Nada na presente Carta impede a existência de acordos ou de organizações regionais destinados a tratar dos assuntos relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que forem susceptíveis de uma ação regional, desde que tais acordos ou organizações regionais e suas atividades sejam compatíveis com os objetivos e princípios das Nações Unidas. 2. Os membros das Nações Unidas que forem parte em tais acordos ou que constituírem tais organizações empregarão todos os esforços para chegar a uma solução pacífica das controvérsias locais por meio desses acordos e organizações regionais, antes de as submeter ao Conselho de Segurança. 3. O Conselho de Segurança estimulará o desenvolvimento da solução pacífica de controvérsias locais mediante os referidos acordos ou organizações regionais, por iniciativa dos Estados interessados ou a instâncias do próprio Conselho de Segurança. 4. Este artigo não prejudica de modo algum a aplicação dos artigos 34º e 35º. Artigo 53º 1. O Conselho de Segurança utilizará, quando for caso, tais acordos e organizações regionais para uma ação coercitiva sob a sua própria autoridade. Nenhuma ação coercitiva será, no entanto, levada a efeito em conformidade com acordos ou organizações regionais sem autorização do Conselho de Segurança, com exceção das medidas contra um Estado inimigo, como está definido no nº 2 deste artigo, que forem determinadas em consequência do artigo 107º ou em acordos regionais destinados a impedir a renovação de uma política agressiva por parte de qualquer desses Estados, até ao momento em que a Organização possa, a pedido dos Governos interessados, ser incumbida de impedir qualquer nova agressão por parte de tal Estado. 2. O termo «Estado inimigo», usado no nº 1 deste artigo, aplica-se a qualquer Estado que, durante a 2ª Guerra Mundial, tenha sido inimigo de qualquer signatário da presente Carta. Artigo 54º O Conselho de Segurança será sempre informado de toda a ação empreendida ou projetada em conformidade com os acordos ou organizações regionais para a manutenção da paz e da segurança internacionais. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 91 Capítulo IX COOPERAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL INTERNACIONAL Artigo 55º Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas promoverão: a. A elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e condições de progresso e desenvolvimento econômico e social; b. A solução dos problemas internacionais econômicos, sociais, de saúde e conexos, bem como a cooperação internacional, de caráter cultural e educacional; c. O respeito universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. Artigo 56º Para a realização dos objetivos enumerados no artigo 55º, todos os membros da Organização se comprometem a agir em cooperação com esta, em conjunto ou separadamente. Artigo 57º 1. As várias organizações especializadas, criadas por acordos intergovernamentais e com amplas responsabilidades internacionais, definidas nos seus estatutos, nos campos econômico, social, cultural, educacional, de saúde e conexos, serão vinculadas às Nações Unidas, em conformidade com as disposições do artigo 63º. 2. Tais organizações assim vinculadas às Nações Unidas serão designadas, daqui em diante, como organizações especializadas. Artigo 58º A Organização fará recomendações para coordenação dos programas e atividades das organizações especializadas. Artigo 59º A Organização, quando for caso, iniciará negociações entre os Estados interessados para a criação de novas organizações especializadas que forem necessárias ao cumprimento dos objetivos enumerados no artigo 55º. Artigo 60º POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 92 A Assembléia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho Econômico e Social, que dispõe, para esse efeito, da competência que lhe é atribuída no capítulo X, são incumbidos de exercer as funções da Organização estipuladas no presente capítulo. Capítulo X CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL Composição Artigo 61º 1. O Conselho Econômico e Social será composto por 54 membros das Nações Unidas eleitos pela Assembléia Geral. 2. Com ressalva do disposto no nº 3, serão eleitos cada ano, para um período de três anos, 18 membros do Conselho Econômico e Social. Um membro cessante pode ser reeleito para o período imediato. 3. Na primeira eleição a realizar-se depois de elevado o número de 27 para 54 membros, 27 membros adicionais serão eleitos, além dos membros eleitos para a substituição dos nove membros cujo mandato expira ao fim daquele ano. Desses 27 membros adicionais, nove serão eleitos para um mandato que expirará ao fim de um ano, e nove outros para um mandato que expirará ao fim de dois anos, de acordo com disposições adotadas pela Assembléia Geral. 4. Cada membro do Conselho Econômico e Social terá um representante. O artigo 61 foi alterado uma primeira vez por decisão da Assembléia Geral de 17 de Dezembro de 1963 que entrou em vigor em 31 de Agosto de 1965. Uma segunda alteração foi aprovada pela Assembléia Geral em 20 de Dezembro de 1971 que entrou em vigor a 24 de Setembro de 1973. A primeira alteração, em vigor desde 31 de Agosto de 1965, alargou o número de membros do CES de 18 para 27. A segunda alteração, em vigor desde 24 de Setembro de 1973, alargou o número de membros do CES de 27 para 54. Funções e poderes Artigo 62º 1. O Conselho Econômico e Social poderá fazer ou iniciar estudos e relatórios a respeitode assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, de saúde e conexos, e poderá fazer recomendações a respeito de tais assuntos à Assembléia Geral, aos membros das Nações Unidas e às organizações especializadas interessadas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 93 2. Poderá fazer recomendações destinadas a assegurar o respeito efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos. 3. Poderá preparar, sobre assuntos da sua competência, projetos de convenções a serem submetidos à Assembléia Geral. 4. Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências internacionais sobre assuntos da sua competência. Artigo 63º 1. O Conselho Econômico e Social poderá estabelecer acordos com qualquer das organizações a que se refere o artigo 57º, a fim de determinar as condições em que a organização interessada será vinculada às Nações Unidas. Tais acordos serão submetidos à aprovação da Assembléia Geral. 2. Poderá coordenar as atividades das organizações especializadas, por meio de consultas e recomendações às mesmas e de recomendações à Assembléia Geral e aos membros das Nações Unidas. Artigo 64º 1. O Conselho Econômico e Social poderá tomar as medidas adequadas a fim de obter relatórios regulares das organizações especializadas. Poderá entrar em entendimento com os membros das Nações Unidas e com as organizações especializadas a fim de obter relatórios sobre as medidas tomadas para cumprimento das suas próprias recomendações e das que forem feitas pela Assembléia Geral sobre assuntos da Competência do Conselho. 2. Poderá comunicar à Assembléia Geral as suas observações a respeito desses relatórios. Artigo 65º O Conselho Econômico e Social poderá fornecer informações ao Conselho de Segurança e, a pedido deste, prestar-lhe assistência. Artigo 66º 1. O Conselho Econômico e Social desempenhará as funções que forem da sua competência em cumprimento das recomendações da Assembléia Geral. 2. Poderá, mediante aprovação da Assembléia Geral, prestar os serviços que lhe forem solicitados pelos membros das Nações Unidas e pelas organizações especializadas. 3. Desempenhará as demais funções especificadas em outras partes da presente Carta ou as que lhe forem atribuídas pela Assembléia Geral. Votação Artigo 67º 1. Cada membro do Conselho Econômico e Social terá um voto. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 94 2. As decisões do Conselho Econômico e Social serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. Procedimento Artigo 68º O Conselho Econômico e Social criará comissões para os assuntos econômicos e sociais e para a proteção dos direitos do homem, assim como outras comissões necessárias ao desempenho das suas funções. Artigo 69º O Conselho Econômico e Social convidará qualquer membro das Nações Unidas a tomar parte, sem voto, nas deliberações sobre qualquer assunto que interesse particularmente a esse membro. Artigo 70º O Conselho Econômico e Social poderá entrar em entendimentos para que representantes das organizações especializadas tomem parte, sem voto, nas suas deliberações e nas das comissões por ele criadas e para que os seus próprios representantes tomem parte nas deliberações das organizações especializadas. Artigo 71º O Conselho Econômico e Social poderá entrar em entendimentos convenientes para a consulta com organizações não governamentais que se ocupem de assuntos no âmbito da sua própria competência. Tais entendimentos poderão ser feitos com organizações internacionais e, quando for o caso, com organizações nacionais, depois de efetuadas consultas com o membro das Nações Unidas interessado no caso. Artigo 72º 1. O Conselho Econômico e Social adotará o seu próprio regulamento, que incluirá o método de escolha do seu presidente. 2. O Conselho Econômico e Social reunir-se-á quando necessário, de acordo com o seu regulamento, que deverá incluir disposições referentes à convocação de reuniões a pedido da maioria dos seus membros. Capítulo XI DECLARAÇÃO RELATIVA A TERRITÓRIOS NÃO AUTÔNOMOS Artigo 73º Os membros das Nações Unidas que assumiram ou assumam responsabilidades pela administração de territórios cujos povos ainda não se governem POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 95 completamente a si mesmos reconhecem o princípio do primado dos interesses dos habitantes desses territórios e aceitam, como missão sagrada, a obrigação de promover no mais alto grau, dentro do sistema de paz e segurança internacionais estabelecido na presente Carta, o bem-estar dos habitantes desses territórios, e, para tal fim: a. Assegurar, com o devido respeito pela cultura dos povos interessados, o seu progresso político, econômico, social e educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção contra qualquer abuso; b. Promover o seu governo próprio, ter na devida conta as aspirações políticas dos povos e auxiliá-los no desenvolvimento progressivo das suas instituições políticas livres, de acordo com as circunstâncias peculiares a cada território e seus habitantes, e os diferentes graus do seu adiantamento; c. Consolidar a paz e a segurança internacionais; d. Favorecer medidas construtivas de desenvolvimento, estimular pesquisas, cooperar entre si e, quando e onde for o caso, com organizações internacionais especializadas, tendo em vista a realização prática dos objetivos de ordem social, econômica e científica enumerados neste artigo; e. Transmitir regularmente ao Secretário-Geral, para fins de informação, sujeitas às reservas impostas por considerações de segurança e de ordem constitucional, informações estatísticas ou de outro caráter técnico relativas às condições econômicas, sociais e educacionais dos territórios pelos quais são respectivamente responsáveis e que não estejam compreendidos entre aqueles a que se referem os capítulos XII e XIII. Artigo 74º Os membros das Nações Unidas concordam também em que a sua política relativa aos territórios a que se aplica o presente capítulo deve ser baseada, do mesmo modo que a política seguida nos respectivos territórios metropolitanos, no princípio geral de boa vizinhança, tendo na devida conta os interesses e o bem- estar do resto do mundo no que se refere às questões sociais, econômicas e comerciais. Capítulo XII REGIME INTERNACIONAL DE TUTELA Artigo 75º As Nações Unidas estabelecerão sob a sua autoridade um regime internacional de tutela para a administração e fiscalização dos territórios que possam ser colocados sob esse regime em consequência de futuros acordos individuais. Esses territórios serão, daqui em diante, designados como territórios sob tutela. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 96 Artigo 76º As finalidades básicas do regime de tutela, de acordo com os objetivos das NaçõesUnidas enumerados no artigo 1 da presente Carta, serão: a. Consolidar a paz e a segurança internacionais; b. Fomentar o programa político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios sob tutela e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou independência, como mais convenha às circunstâncias particulares de cada território e dos seus habitantes e aos desejos livremente expressos dos povos interessados e como for previsto nos termos de cada acordo de tutela; c. Encorajar o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião, e favorecer o reconhecimento da interdependência de todos os povos; d. Assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial a todos os membros das Nações Unidas e seus nacionais e, a estes últimos, igual tratamento na administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das disposições do artigo 80º. Artigo 77º 1. O regime de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes que venham a ser colocados sob esse regime por meio de acordos de tutela: a. Territórios atualmente sob mandato; b. Territórios que possam ser separados de Estados inimigos em consequência da 2ª Guerra Mundial; c. Territórios voluntariamente colocados sob esse regime por Estados responsáveis pela sua administração. 2. Será objeto de acordo ulterior a determinação dos territórios das categorias acima mencionadas a serem colocados sob o regime de tutela e das condições em que o serão. Artigo 78º O regime de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado membros das Nações Unidas, cujas relações mútuas deverão basear-se no respeito pelo princípio da igualdade soberana. Artigo 79º As condições de tutela em que cada território será colocado sob este regime, bem como qualquer alteração ou emenda, serão determinadas por acordo entre os Estados diretamente interessados, inclusive a potência mandatária no caso de território sob mandato de um membro das Nações Unidas, e serão aprovadas em conformidade com as disposições dos artigos 83º e 85º. Artigo 80º POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 97 1. Salvo o que for estabelecido em acordos individuais de tutela, feitos em conformidade com os artigos 77º, 79º e 81º, pelos quais se coloque cada território sob este regime e até que tais acordos tenham sido concluídos, nada neste capítulo será interpretado como alteração de qualquer espécie nos direitos de qualquer Estado ou povo ou nos termos dos atos internacionais vigentes em que os membros das Nações Unidas forem partes. 2. O nº 1 deste artigo não será interpretado como motivo para demora ou adiamento da negociação e conclusão de acordos destinados a colocar territórios sob o regime de tutela, conforme as disposições do artigo 77º. Artigo 81º O acordo de tutela deverá, em cada caso, incluir as condições sob as quais o território sob tutela será administrado e designar a autoridade que exercerá essa administração. Tal autoridade, daqui em diante designada como autoridade administrante, poderá ser um ou mais Estados ou a própria Organização. Artigo 82º Poderão designar-se, em qualquer acordo de tutela, uma ou várias zonas estratégicas que compreendam parte ou a totalidade do território sob tutela a que o mesmo se aplique, sem prejuízo de qualquer acordo ou acordos especiais feitos em conformidade com o artigo 43º. Artigo 83º 1. Todas as funções atribuídas às Nações Unidas relativamente às zonas estratégicas, inclusive a aprovação das condições dos acordos de tutela, assim como da sua alteração ou emendas, serão exercidas pelo Conselho de Segurança. 2. As finalidades básicas enumeradas do artigo 76º serão aplicáveis às populações de cada zona estratégica. 3. O Conselho de Segurança, ressalvadas as disposições dos acordos de tutela e sem prejuízo das exigências de segurança, poderá valer-se da assistência do Conselho de Tutela para desempenhar as funções que cabem às Nações Unidas pelo regime de tutela, relativamente a matérias políticas, econômicas, sociais ou educacionais dentro das zonas estratégicas. Artigo 84º A autoridade administrante terá o dever de assegurar que o território sob tutela preste a sua colaboração à manutenção da paz e da segurança internacionais. Para tal fim, a autoridade administrante poderá fazer uso de forças voluntárias, de facilidades e de ajuda do território sob tutela para o desempenho das obrigações por ela assumidas a este respeito perante o Conselho de Segurança, assim como POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 98 para a defesa local e para a manutenção da lei e da ordem dentro do território sob tutela. Artigo 85º 1. As funções das Nações Unidas relativas a acordos de tutela para todas as zonas não designadas como estratégicas, inclusive a aprovação das condições dos acordos de tutela e da sua alteração ou emenda, serão exercidas pela Assembléia Geral. 2. O Conselho de Tutela, que funcionará sob a autoridade da Assembléia Geral, auxiliará esta no desempenho dessas atribuições. Capítulo XIII O CONSELHO DE TUTELA Composição Artigo 86º 1. O Conselho de Tutela será composto dos seguintes membros das Nações Unidas: a. Os membros que administrem territórios sob tutela; b. Aqueles de entre os membros mencionados nominalmente no artigo 23º que não administrem territórios sob tutela; c. Quantos outros membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral, sejam necessários para assegurar que o número total de membros do Conselho de Tutela fique igualmente dividido entre os membros das Nações Unidas que administrem territórios sob tutela e aqueles que o não fazem. 2. Cada membro do Conselho de Tutela designará uma pessoa especialmente qualificada para representá-lo perante o Conselho. Funções e poderes Artigo 87º A Assembléia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho de Tutela, no desempenho das suas funções, poderão: a. Examinar os relatórios que lhes tenham sido submetidos pela autoridade administrante; b. Receber petições e examiná-las, em consulta com a autoridade administrante; c. Providenciar sobre visitas periódicas aos territórios sob tutela em datas fixadas de acordo com a autoridade administrante; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 99 d. Tomar estas e outras medidas em conformidade com os termos dos acordos de tutela. Artigo 88º O Conselho de Tutela formulará um questionário sobre o desenvolvimento político, econômico, social e educacional dos habitantes de cada território sob tutela e a autoridade administrante de cada um destes territórios, submetidos à competência da Assembléia Geral, fará um relatório anual à Assembléia, baseado no referido questionário. Votação Artigo 89º 1. Cada membro do Conselho de Tutela terá um voto. 2. As decisões do Conselho de Tutela serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. Procedimento Artigo 90º 1. O Conselhode Tutela adotará o seu próprio regulamento, que incluirá o método de escolha do seu presidente. 2. O Conselho de Tutela reunir-se-á quando for necessário, de acordo com o seu regulamento, que incluirá uma disposição referente à convocação de reuniões a pedido da maioria dos seus membros. Artigo 91º O Conselho de Tutela valer-se-á, quando for necessário, da colaboração do Conselho Econômico e Social e das organizações especializadas, a respeito das matérias no âmbito das respectivas competências. Capítulo XIV O TRIBUNAL INTERNACIONAL DE JUSTIÇA Artigo 92º O Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judicial das Nações Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto do Tribunal Permanente de Justiça Internacional e forma parte integrante da presente Carta. Artigo 93º POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 100 1. Todos os membros das Nações Unidas são ipso facto partes no Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça. 2. Um Estado que não for membro das Nações Unidas poderá tornar-se parte no Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça, em condições que serão determinadas, em cada caso, pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Artigo 94º 1. Cada membro das Nações Unidas compromete-se a conformar-se com a decisão do Tribunal Internacional de Justiça em qualquer caso em que for parte. 2. Se uma das partes em determinado caso deixar de cumprir as obrigações que lhe incumbem em virtude de sentença proferida pelo Tribunal, a outra terá direito de recorrer ao Conselho de Segurança, que poderá, se o julgar necessário, fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o cumprimento da sentença. Artigo 95º Nada na presente Carta impedirá os membros das Nações Unidas de confiarem a solução dos seus diferendos a outros tribunais, em virtude de acordos já vigentes ou que possam ser concluídos no futuro. Artigo 96º 1. A Assembléia Geral ou o Conselho de Segurança poderá solicitar parecer consultivo ao Corte Internacional de Justiça sobre qualquer questão jurídica. 2. Outros órgãos das Nações Unidas e organizações especializadas que forem em qualquer momento devidamente autorizadas pela Assembléia Geral, poderão também solicitar pareceres consultivos ao Tribunal sobre questões jurídicas surgidas dentro da esfera das suas atividades. Capítulo XV O SECRETARIADO Artigo 97º O Secretariado será composto por um Secretário-Geral e pelo pessoal exigido pela Organização. O Secretário-Geral será nomeado pela Assembléia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. Será o principal funcionário administrativo da Organização. Artigo 98º O Secretário-Geral atuará nesta qualidade em todas as reuniões da Assembléia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela e desempenhará outras funções que lhe forem atribuídas por estes POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 101 órgãos. O Secretário-Geral fará um relatório anual à Assembléia Geral sobre os trabalhos da Organização. Artigo 99º O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais. Artigo 100º 1. No cumprimento dos seus deveres, o Secretário-Geral e o pessoal do Secretariado não solicitarão nem receberão instruções de qualquer Governo ou de qualquer autoridade estranha à Organização. Abster-se-ão de qualquer ação que seja incompatível com a sua posição de funcionários internacionais responsáveis somente perante a Organização. 2. Cada membro das Nações Unidas compromete-se a respeitar o caráter exclusivamente internacional das atribuições do Secretário-Geral e do pessoal do Secretariado e não procurará exercer qualquer influência sobre eles no desempenho das suas funções. Artigo 101º 1. O pessoal do Secretariado será nomeado pelo Secretário-Geral, de acordo com regras estabelecidas pela Assembléia Geral. 2. Será também nomeado, com caráter permanente, o pessoal adequado para o Conselho Econômico e Social, para o Conselho de Tutela e, quando for necessário, para outros órgãos das Nações Unidas. Esses funcionários farão parte do Secretariado. 3. A consideração principal que prevalecerá no recrutamento do pessoal e na determinação das condições de serviço será a da necessidade de assegurar o mais alto grau de eficiência, competência e integridade. Deverá ser levada na devida conta a importância de ser o recrutamento do pessoal feito dentro do mais amplo critério geográfico possível. Capítulo XVI DISPOSIÇÕES DIVERSAS Artigo 102º 1. Todos os tratados e todos os acordos internacionais concluídos por qualquer membro das Nações Unidas depois da entrada em vigor da presente Carta deverão, dentro do mais breve prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado. 2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado em conformidade com as disposições do nº 1 deste artigo poderá invocar tal tratado ou acordo perante qualquer órgão das Nações Unidas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 102 Artigo 103º No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta. Artigo 104º A Organização gozará, no território de cada um dos seus membros, da capacidade jurídica necessária ao exercício das suas funções e à realização dos seus objetivos. Artigo 105º 1. A Organização gozará, no território de cada um dos seus membros, dos privilégios e imunidades necessários à realização dos seus objetivos. 2. Os representantes dos membros das Nações Unidas e os funcionários da Organização gozarão, igualmente, dos privilégios e imunidades necessários ao exercício independente das suas funções relacionadas com a Organização. 3. A Assembléia Geral poderá fazer recomendações com o fim de determinar os pormenores da aplicação dos nº 1 e 2 deste artigo ou poderá propor aos membros das Nações Unidas convenções nesse sentido. Capítulo XVII DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS SOBRE SEGURANÇA Artigo 106º Antes da entrada em vigor dos acordos especiais a que se refere o artigo 43º, que, a juízo do Conselho de Segurança, o habilitem ao exercício das suas funções previstas no artigo 42º, as partes na Declaração das Quatro Nações, assinada em Moscou a 30 de Outubro de 1943, e a França deverão, de acordo com as disposições do parágrafo 5 daquela Declaração, concertar-se entre si e, sempre que a ocasião o exija, com outros membros das Nações Unidas, a fim de ser levada a efeito, em nome da Organização, qualquer ação conjunta que se torne necessária à manutenção da paz e da segurança internacionais. Artigo 107º Nada na presente Carta invalidará ou impedirá qualquer ação que, em relação a um Estado inimigo de qualquer dos signatários da presenteCarta durante a 2ª Guerra Mundial, for levada a efeito ou autorizada em consequência da dita guerra pelos governos responsáveis por tal ação. Capítulo XVIII EMENDAS POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 103 Artigo 108º As emendas à presente Carta entrarão em vigor, para todos os membros das Nações Unidas, quando forem adotadas pelos votos de dois terços dos membros da Assembléia Geral e ratificadas, de acordo com os seus respectivos métodos constitucionais, por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de Segurança. Artigo 109º 1. Uma Conferência Geral dos membros das Nações Unidas, destinada a rever a presente Carta, poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados pelo voto de dois terços dos membros da Assembléia Geral e de nove de quaisquer membros do Conselho de Segurança. Cada membro das Nações Unidas terá um voto nessa Conferência. 2. Qualquer modificação à presente Carta que for recomendada por dois terços dos votos da Conferência terá efeito depois de ratificada, de acordo com as respectivas regras constitucionais, por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de Segurança. 3. Se essa Conferência não se realizar antes da 10ª sessão anual da Assembléia Geral que se seguir à entrada em vigor da presente Carta, a proposta da sua convocação deverá figurar na agenda da referida sessão da Assembléia Geral e a Conferência será realizada, se assim for decidido por maioria de votos dos membros da Assembléia Geral e pelo voto de sete membros quaisquer do Conselho de Segurança. O artigo 109 foi alterado por decisão da Assembléia Geral de 20 de Dezembro de 1965 que entrou em vigor a 12 de Junho de 1968. A alteração, do primeiro parágrafo do artigo, passou a dispor que a Conferência Geral dos Estados membros da ONU, para efeitos de revisão da Carta, pode ter lugar numa data e local a ser fixado por 2/3 dos votos dos membros da Assembléia Geral e pelo voto de quaisquer 9 membros (anteriormente 7) do Conselho de Segurança. Capítulo XIX RATIFICAÇÃO E ASSINATURA Artigo 110º 1. A presente Carta deverá ser ratificada pelos Estados signatários, de acordo com as respectivas regras constitucionais. 2. As ratificações serão depositadas junto do Governo dos Estados Unidos da América, que notificará de cada depósito todos os Estados signatários, assim como o Secretário-Geral da Organização depois da sua nomeação. 3. A presente Carta entrará em vigor depois do depósito de ratificações pela República da China, França, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e Estados Unidos da POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 104 América e pela maioria dos outros Estados signatários. O Governo dos Estados Unidos da América organizará, em seguida, um protocolo das ratificações depositadas, o qual será comunicado, por meio de cópias, aos Estados signatários. 4. Os Estados signatários da presente Carta que a ratificarem depois da sua entrada em vigor tornar-se-ão membros originários das Nações Unidas na data do depósito das suas ratificações respectivas. Artigo 111º A presente Carta, cujos textos em chinês, francês, russo, inglês e espanhol fazem igualmente fé, ficará depositada nos arquivos do Governo dos Estados Unidos da América. Cópias da mesma, devidamente autenticadas, serão transmitidas por este último Governo aos Governos dos outros Estados signatários. Em fé do que os representantes dos Governos das Nações Unidas assinaram a presente Carta. Feita na cidade de São Francisco, aos 26 dias do mês de Junho de 1945. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 105 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948) DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolução 217-A(III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum, Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 106 mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, A Assembléia Geral PROCLAMA A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Artigo II Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo III Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão eo tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo VI Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 107 pessoa perante a lei. Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo VIII Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo IX Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo X Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo XI 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo XII Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Artigo XIII POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 108 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. Artigo XIV 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo XV 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo XVI 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. Artigo XVII 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Artigo XVIII Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. Artigo XIX POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 109 Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Artigo XX 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo XXI 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo XXII Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo XXIII 1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo XXIV POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 110 Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas. Artigo XXV 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. Artigo XXVI 1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciaisou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo XXVII 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. Artigo XXVIII Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 111 direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo XXIX 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 112 PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS DECRETO Nº 592 - DE 06 DE JULHO DE 1992 Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso VIII, da Constituição, e Considerando que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e políticos foi adotado pela XXI Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1996; Considerando que o Congresso Nacional aprovou o texto do referido diploma internacional por meio do Decreto Legislativo n. 226(1), de 12 de dezembro de 1991; Considerando que a Carta de adesão ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e políticos foi depositada em 24 de janeiro de 1992; Considerando que o Pacto ora promulgado entrou em vigor, para o Brasil, em 24 de abril de 1992: Considerando que o Pacto ora promulgado entro em vigor, para o Brasil, em 24 de abril de 1992, na forma de seu artigo 49, § 2°; decreta: Art. 1° O pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, apenso por cópia ao presente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Fernando Collor - Presidente da República. Celso Lafer. Anexo ao Decreto que promulga o Pacto Internacional Sobre POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 113 Direitos Civis e Políticos/MRE PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS PREÂMBULO Os Estados Partes do presente pacto, Considerando que, em conformidade com os princípios proclamados na Carta das Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa humana, Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o ideal do ser humano livre, no gozo das liberdades civis e políticas e liberto do temor e da miséria, não pode ser realizado a menos que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos civis e políticos, assim como de seus direitos econômicos, sociais e culturais, Considerando que a Carta das nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem, Compreendendo que o indivíduo por ter deveres para com seus semelhantes e para com a coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e observância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, Acordam o seguinte: PARTE I POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 114 ARTIGO 1º 1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente de suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus meios de subsistência. 3. Os Estados partes do presente pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das nações unidas. PARTE II ARTIGO 2º 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar e a garantir a todos os indivíduos que se achem em seu território e que estejam sujeito a sua jurisdição os direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, religião, opinião política ou outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra condição. 2. na ausência de medidas legislativas ou de outra natureza destinadas a tornar efetivos os direitos reconhecidos no presente Pacto, os Estados do presente Pacto comprometem-se a tomar as providências necessárias com vistas a adota-las, levando em consideração seus respectivos procedimentos constitucionais e as disposições do presente Pacto. 3. Os Estados Partes do presente pacto comprometem-se a: a) garantir que toda pessoa, cujos direitos e liberdades reconhecidos no presente pacto tenham sido violados, possa dispor de um POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 115 recurso efetivo, mesmo que a violência tenha sido perpetrada por pessoa que agiam no exercício de funções oficiais; b) garantir que toda pessoa que interpuser tal recurso terá seu direito determinado pela competente autoridade judicial, administrativa ou legislativa ou por qualquer outra autoridade competente prevista no ordenamentojurídico do Estado em questão; e a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; c) garantir o cumprimento, pelas autoridades competentes, de qualquer decisão que julgar procedente tal recurso. ARTIGO 3º Os Estados partes do presente pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os direitos civis e políticos enunciados no presente pacto. ARTIGO 4º 1. Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Estados partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidas que suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social. 2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6°, 7°, 8° (§§1° e 2°), 11, 15, 16 e 18. 3. Os Estados Partes do presente pacto que fizerem uso do direito de suspensão devem comunicar imediatamente aos outros Estados Partes do Presente Pacto, por intermédio do Secretário-Geral das Nações Unidas, as disposições que tenham suspenso, bem como os motivos de tal suspensão. Os Estados Partes deverão fazer uma nova comunicação, igualmente por intermédio do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, na data em POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 116 que terminar tal suspensão. ARTIGO 5º 1. nenhuma disposição do presente pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhes limitações mais amplas do que aquelas nele prevista. 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado Parte do presente pacto em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o presente pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau. PARTE III ARTIGO 6º 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida. 2. nos Países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. Poder-se-á aplicar essa pena apenas em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal competente. 3. Quando a privação da vida constituir um crime de genocídio, entende-se que nenhuma disposição do presente artigo autorizará qualquer Estado Parte do presente pacto a eximir-se, de modo algum, do cumprimento de quaisquer das obrigações que tenham assumido em virtude das disposições da Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 117 4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir indulto ou comutação da pena. A anistia, o indulto ou a comutação de pena poderão ser concedidos em todos os casos. 5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez. 6. Não se poderá invocar disposição alguma do presente artigo para retardar ou impedir a abolição da pena de morte por um Estado Parte do presente pacto. ARTIGO 7 Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Será proibido, sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a experiências médicas ou científicas. ARTIGO 8º 1. ninguém poderá ser submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em todos as suas formas, ficam proibidos. 2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. 3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios; b) A alínea "a" do presente parágrafo não poderá ser interpretada no sentido de proibir, nos países em que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos forçados, o cumprimento de uma penas de trabalhos forçados, imposta por um tribunal competente; c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão considerados "trabalhos forçados ou obrigatórios": i) qualquer trabalho ou serviço , não previsto na alínea "b", normalmente exigido de um indivíduo que tenha sido encerrado em POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 118 cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal decisão, ache-se em liberdade condicional; ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que se oponha ao serviço militar por motivo de consciência; iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar da comunidade; iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. ARTIGO 9° 1. Toda pessoa tem à liberdade e a segurança pessoais. Ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de sua liberdade, salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos. 2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das razões da prisão e notificada, sem demora, das acusações formuladas contra ela. 3. Qualquer pessoa presa ou encerrada em virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o comparecimento da pessoa em questão à audiência, a todos os atos do processo e, se necessário for, para a execução da sentença. 4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por prisão ou encarceramento terá de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legalidade de seu encarceramento e ordene sua soltura, caso a prisão tenha sido ilegal. 5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegais POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 119 terá direito à reparação. ARTIGO 10 1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana. 2. a) as pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstância excepcionais, das pessoa condenadas e receber tratamentodistinto, condizente com sua condição de pessoa não-condenada. b) as pessoa processadas, jovens, deverão ser separadas das adultas e julgadas o mais rápido possível. 3. O regime penitenciário num tratamento cujo objetivo principal seja a reforma e a reabilitação moral dos prisioneiros. Os delinqüentes juvenis deverão ser separados dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e condição jurídica. ARTIGO 11 Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual. ARTIGO 12 1. toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado terá o direito de nele livremente circular e escolher sua residência. 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu próprio país. 3. Os direitos supracitados não poderão constituir objeto de restrição, a menos que estejam previstas em lei e no intuito de proteger a segurança nacional e a ordem, a saúde ou a moral pública, bem como os direitos e liberdades das demais pessoas, e que sejam compatíveis com os outros direitos reconhecidos no presente pacto. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 120 4. Ninguém poderá ser privado do direito de entrar em seu próprio país. ARTIGO 13 Um estrangeiro que se ache legalmente no território de um estado parte do presente pacto só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada em conformidade com a lei e, a menos que razões imperativas de segurança nacional a isso se oponham, terá a possibilidade de expor as razões que militem contra sua expulsão e de ter seu caso reexaminado pelas autoridades competentes, ou por uma ou várias pessoas especialmente designadas pelas referidas autoridades, e de fazer-se representar com esse objetivo. ARTIGO 14 1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes de justiça. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida publicamente e com as devidas garantias por um tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer acusação de caráter penal formulada contra ela ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil. A imprensa e o público poderão ser excluídos de parte ou da totalidade de um julgamento, que por motivo de moral pública, de ordem pública ou de segurança nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da vida privada das partes o exija, quer na medida em que isso seja estritamente necessário na opinião da justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida em matéria penal ou civil deverá tornar-se pública, a menos que o interesse de menores exija procedimento oposto, ou o processo diga respeito a controvérsia matrimoniais ou á tutela de menores. 2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 121 3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualdade, a, pelo menos, as seguintes garantias: a) de ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e de forma minuciosa, da natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada; b) de dispor do tempo e do meios necessários à preparação de sua defesa e a comunicar-se com defensor de sua escolha; c) de ser julgado sem dilações indevidas; d) de estar presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio de defender de sua escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe assiste de tê-lo e, sempre que o interesse da justiça assim exija, de ter um defensor designado "ex offício" gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo; e) de interrogar ou fazer interrogar as testemunhas da acusação e de obter o comparecimento e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que dispõe as de acusação; f) de ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua empregada durante o julgamento; g) de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar- se culpada. 4. O processo aplicável a jovens que não sejam maiores nos termos da legislação penal levará em conta a idade dos menores e a importância de promover sua reintegração social. 5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá o direito de recorrer da sentença condenatória e da pena a uma instância, em conformidade com a lei. 6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou se indulto for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que provem cabalmente a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente dessa condenação deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a menos que fique provado que se lhe pode POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 122 imputar, total ou parcialmente, não-revelação dos fatos desconhecidos em tempo útil. 7. ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país. ARTIGO 15 1. Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que não constituam delito de acordo com direito nacional ou internacional, no momento em que foram cometidos. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinqüente deverá beneficiar-se. 2. nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o julgamento ou a condenação de qualquer indivíduo por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, eram considerados delituosos de acordo com os princípios gerais de direito reconhecidos pela comunidade das nações. ARTIGO 16 Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao reconhecimento de sua personalidade jurídica. ARTIGO 17 1. Ninguém poderá ser objeto de ingerência arbitrárias ou ilegais en sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais às suas honra e reputação. 2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra essas ingerências ou ofensas. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 123 ARTIGO 18 1. Toda pessoa terá direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino. 2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha. 3. A liberdade de manifestar a própriareligião ou crenca estará sujeita apenas a limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. 4. Os Estados partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais - e, quando for o caso, dos tutores legais - de assegurar a educação religiosa e moral dos filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções. ARTIGO 19 1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. 2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, independentemente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou artística, ou qualquer outro meio de sua escolha. 3. O exercício do direito previsto no § 2º do presente artigo implicará deveres e responsabilidades especiais. Conseqüentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para: a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 124 pessoas; b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral pública. ARTIGO 20 1. Será proibido por lei qualquer propaganda em favor de guerra. 2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio nacional, radical, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade ou à violência. ARTIGO 21 O direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde pública ou os direitos e as liberdades das pessoas. ARTIGO 22 1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente a outras, inclusive o direito de construir sindicatos e de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses. 2. O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em um sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos a liberdades das demais pessoas. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desse direito por membros das forças armadas e da polícia. 3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que Estados Partes da Convenção de 1948 da Organização do Trabalho, relativa à liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 125 legislativas que restrinjam - ou aplicar a lei de maneira a restringir - as garantias previstas na referida Convenção. ARTIGO 23 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e terá o direito de ser protegida pela sociedade e pelo Estado. 2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher de, em idade núbil, contrair casamento e construir família. 3. Casamento algum será sem o consentimento livre e pleno dos futuros esposos. 4. Os Estados Partes do presente Pacto deverão adota as medidas apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e responsabilidades dos esposos quanto ao casamento, durante o mesmo e o por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, deverão adotar-se disposições que assegurem a proteção necessária para os filhos. ARTIGO 24 1. Toda criança, terá direito, sem discriminação alguma por motivo de cor, sexo, religião, origem nacional ou social, situação econômica ou nascimento, às medidas de proteção que a sua condição de menor requerer por parte de sua família, da sociedade e do Estado. 2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento e deverá receber um nome. 3. Toda criança terá o direito de adquirir uma nacionalidade. ARTIGO 25 Todo cidadão terá o direito e a possibilidade, sem qualquer das formas de discriminação mencionadas no artigo 2° e sem restrições infundadas: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 126 a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou por meio de representantes livremente escolhidos; b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a manifestação da vontade dos eleitores; c) de ter acesso em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país. ARTIGO 26 Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a igual proteção da lei. A este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de discriminação e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação. ARTIGO 27 No caso em que haja minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas, as pessoas pertencentes a essas minorias não poderão ser privadas do direito de ter, conjuntamente com outras membros de seu grupo, sua própria vida cultural, de professar e praticar sua própria religião e usar sua própria língua. PARTE IV ARTIGO 28 1. Constituir-se-á um comitê de Direitos Humanos (doravante denominado o "Comitê" no presente pacto). O Comitê será composto de dezoito membros e desempenhará as funções descritas adiante. 2. O Comitê será integrado por nacionais dos Estados partes do presente Pacto, os quais deverão ser pessoas de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos, levando-se em POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 127 consideração a utilidade da participação de algumas pessoas com experiência jurídica. 3. Os membros do Comitê serão eleitos e exercerão suas funções a titulo pessoal. ARTIGO 29 1. Os membros do Comitê serão eleitos em votação secreta dentre uma lista de pessoas que preencham os requisitos previstos no artigo 28 e indicadas, com esse objetivo, pelos Estados Partes do presente Pacto. 2. Cada Estado parte no presente Pacto poderá indicar duas pessoas. Essas pessoas deverão ser nacionais do Estado que as indicou. 3. A mesma pessoa poderá ser indicada mais de uma vez. ARTIGO 30 1. A primeira eleição realizar-se-á no máximo seis meses após a data da entrada em vigor do presente Pacto. 2. Ao menos quatro meses antes da data de cada eleição do Comitê, e desde que não seja uma eleição para preencher uma vaga declarada nos termos do artigo 34, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas convidará, por escrito, os Estados Partes do Presente Protocoloa indicar, no prazo de três meses, os candidatos a membro do Comitê. 3. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas organizará uma lista por ordem alfabética de todos os candidatos assim designados, mencionando os Estados Partes que os tiverem indicado, e a comunicará aos Estados partes do presente Pacto, no máximo um mês antes da data de cada eleição. 4. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões dos Estados Partes convocadas pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas na sede da Organização. Nessas reuniões, em que o "quorum" será estabelecido por dois terços dos Estados Partes do presente Pacto, serão eleitos membros POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 128 do Comitê os candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados Partes presentes e votantes. ARTIGO 31 1. O Comitê não poderá ter mais de um nacional de um mesmo Estado. 2. Nas eleições do Comitê, levar-se-ão em consideração uma distribuição geográfica eqüitativa e uma representação das diversas formas de civilização, bem como dos principais sistemas jurídicos. ARTIGO 32 1. Os membros do Comitê serão eleitos par um mandato de quatro anos. Poderão, caso suas candidaturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. Entretanto, o mandato de nove dos membros eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos; imediatamente após a primeira eleição, o presidente da reunião a que se refere o § 4° do artigo 30 indicará, por sorteio, os nomes desses nove membros. 2. Ao expirar o mandato dos membros, as eleições se realizarão de acordo com o disposto nos artigos precedentes desta Parte do presente pacto. ARTIGO 33 1. Se, na opinião unânime dos demais membro do Comitê deixar de desempenhar suas funções por motivos distintos de uma ausência temporária, o Presidente comunicará tal fato ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, que declarará vago o lugar que o referido membro ocupava. 2. Em caso de morte ou renúncia de um membro do Comitê, o Presidente comunicará imediatamente tal fato ao Secretário-Geral da POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 129 Organização das Nações Unidas, que declarará vago o lugar desde a data da morte ou daquela em que a renúncia passe a produzir efeitos. ARTIGO 34 1. Quando uma vaga for declarada nos termos do artigo 33 e o mandato do membro a ser substituído não expiar no prazo de seis meses a contar da data em que tenha sido declarada a vaga, o Secratário-Geral das Nações Unidas comunicará tal fato aos Estados Partes do presente pacto, que poderão, no prazo de dois meses, indicar candidatos, em conformidade com o artigo 29, para preencher a vaga. 2. O Secretário-Geral da organização das Nações unidas organizará uma lista por ordem alfabética dos candidatos assim designados e a comunicará aos Estados Partes do presente pacto. A eleição destinada a preencher tal vaga será realizada nos termos das disposições pertinentes desta parte do presente Pacto. 3. Qualquer membro do Comitê eleito para preencher uma vaga em conformidade com o artigo 33 fará parte do Comitê durante o restante do mandato do membro que deixar vago o lugar do Comitê, nos termos do referido artigo. ARTIGO 35 Os membros do Comitê receberão, com a aprovação da Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas, honorários provenientes de recursos da Organização das Nações Unidas, nas condições fixadas, considerando-se a importância das funções do Comitê, pela Assembléia-Geral. ARTIGO 36 O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas colocará à disposição do Comitê o pessoal e os serviços necessários ao desempenho eficaz das funções que lhe são atribuídas em virtude do presente Pacto. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 130 ARTIGO 37 1. Secretário-Geral da Organização das nações Unidas convocará os Membros do comitê para a primeira reunião, a realizar-se na sede da Organização. 2. após a primeira reunião, o Comitê deverá reunir-se em todas as ocasiões previstas em suas regras de procedimento. 3. As reuniões do Comitê serão realizadas normalmente na sede da Organização das Nações Unidas ou no Escritório das Nações Unidas em Genebra. ARTIGO 38 Todo membro do comitê deverá, antes de iniciar suas funções, assumir, em sessão pública, o compromisso solene de que desempenhará suas funções imparcial e conscientemente. ARTIGO 39 1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de dois anos. Os membros da mesa poderão ser reeleitos. 2. o próprio Comitê estabelecerá suas regras de procedimento; esta, contudo, deverão conter, entre outras, as seguintes disposições: a) o "quorum" será de doze membros; b) as mesas do Comitê tomadas por maioria de votos dos membros presentes. ARTIGO 40 1. os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a submeter relatórios sobre as medidas por eles adotadas para tornar efetivos os direitos reconhecidos no presente Pacto e sobre o progresso alcançado no gozo POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 131 desses direitos: a) dentro do prazo de um ano, a contar do início da vigência do presente Pacto nos Estados Partes interessados; b) a partir de então, sempre que o Comitê vier a solicitar. 2. Todos relatórios serão submetidos ao Secretário-Geral da Organização das nações Unidas, que os encaminhará. Para exame, ao Comitê. Os relatórios deverão sublinhar, caso existam, os fatores e as dificuldades que prejudiquem a implementação do presente pacto. 3. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas poderá, após consulta ao Comitê, encaminhar às agências especializadas cópias das partes dos relatórios que digam respeito à sua esfera de competência. 4. O Comitê estudará os relatórios apresentados pelos Estados partes do presente pacto e transmitirá aos Estados Partes seu próprio relatório, bem como os comentários gerais que julgar oportunos. O Comitê poderá igualmente transmitir ao Conselho Econômico e social os referidos comentários, bem como cópias dos relatórios que houver recebido dos Estados partes do Presente pacto. 5. Os Estados Partes no presente pacto poderão submeter ao Comitê as observações que desejarem formular relativamente aos comentários feitos nos termos do § 4° do presente artigo. ARTIGO 41 1. Com base no presente Artigo, todo Estado parte do presente pacto poderá declarar, a qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e examinar as comunicações em que um Estado parte alegue que outro Estado Parte não vem cumprindo as obrigações que lhe impõe a Pacto. As referidas comunicações só serão recebidas e examinadas nos termos do presente Artigo no caso de serem apresentadas por um Estado Parte que houver feito uma declaração em que reconheça, com relação a si próprio, a competência do Comitê.O Comitê não receberá comunicação alguma relativa a um Estado Parte que não houver feito uma declaração dessa POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 132 natureza. As comunicações recebidas em virtude do presente Artigo estarão sujeitas ao procedimento que se segue: a) se um Estado Parte do presente Pacto considerar que outro Estado Parte não vem cumprindo as disposições da presente Convenção poderá, mediante comunicação escrita, levar a questão ao conhecimento deste Estado Parte. Dentro de um prazo de três meses, a contar da data do recebimento da comunicação, o Estado destinatário fornecerá ao Estado que enviou a comunicação explicações ou quaisquer outras declarações por escrito que esclareçam a questão, as quais deverão fazer referência, até onde seja possível e pertinente, aos procedimentos, nacionais e aos recursos jurídicos adotados, em trâmite ou disponíveis sobre a questão; b) se, dentro de um prazo de seis meses, a contar da data do recebimento da comunicação original pelo Estado destinatário, a questão não estiver dirimida satisfatoriamente para ambos os Estados Partes interessados, tanto um como o outro terão o direito de submetê-lo ao comitê, mediante notificação endereçada ao Comitê ou outro Estado interessado; c) o comitê tratará de todas as questões que se lhe submetam em virtude do presente Artigo somente após ter-se assegurado de que todos os recursos jurídicos internos disponíveis tenham sido utilizados e esgotados, em consonância com os princípios do Direito internacional geralmente reconhecido. Não se aplicará esta regra quando a aplicação dos mencionados recursos se prolongar injustificadamente. d) o comitê realizará reuniões confidenciais quando estiver examinando as comunicações previstas no presente Artigo; e) sem prejuízo das disposições da alínea "c’, o Comitê colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados Partes interessados no intuito de se alcançar uma solução amistosa para a questão, baseada no respeito aos direitos humanos e a liberdades fundamentais reconhecidos no presente Pacto. f) em todas as questões que se lhe submetem em virtude do presente artigo, o Comitê poderá solicitar aos Estados Partes interessados, a que se faz referência na alínea b), que lhe forneçam quaisquer informação pertinentes; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 133 g) os estados Partes interessados, a que se faz referência na alínea "b", terão o direito de fazer-se representar quando as questões forem examinadas no Comitê e de apresentar suas observações verbalmente e/ou por escrito; h) o Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data de recebimento da notificação mencionada na b), apresentará relatório em que: i) se houver sido alcançada uma solução nos termos da alínea e), o comitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada; ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos termos alínea "e", o comitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos; serão anexados ao relatório o texto das observações escritas e as atas das observações orais apresentadas pelos Estados Partes interessados. Para cada questão, o relatório será encaminhado aos Estados partes interessados. 1. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor a partir do momento em que dez Estados Partes do presente Pacto houverem feito as declarações mencionadas no parágrafo §1º deste Artigo. As referidas declarações serão depositadas pelos Estados partes junto ao Secretário-Geral da Organização Nações Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais Estados Partes. Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer momento, mediante notificação endereçada ao Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do exame de quaisquer questões que constituam objeto de uma comunicação já transmitida nos termos deste artigo; em virtude do presente artigo, não se receberá qualquer nova comunicação de um Estado Parte uma vez que o Secretário-Geral tenha recebido a notificação sobre a retirada da declaração, a menos que o Estado parte interessado haja feito uma nova declaração. ARTIGO 42 1. a) se uma questão submetida ao Comitê, nos termos do artigo POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 134 41, não estiver dirimida satisfatoriamente para os Estado Partes interessados, o Comitê poderá, com consentimento prévio dos Estados Partes interessados, constituir uma comissão "ad hoc" (doravante denominada " a Comissão). A Comissão colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados Partes interessados no intuito de se alcançar uma solução amistosa para a questão baseada no respeito ao presente Pacto; b) a comissão será composta de cinco membros designados com o consentimento dos Estados Partes interessados. Se os Estados Partes interessados não chegarem a um acordo a respeito da totalidade ou de parte da composição da comissão dentro do prazo de três meses, os membros da Comissão em relação aos quais não se chegou a acordo serão eleitos pelo Comitê, entre os seus próprios membros, em votação secreta e por maioria de dois terços dos membros do comitê. 2. Os membros da Comissão exercerão suas funções a título pessoal. Não poderão ser nacionais dos Estados interessados, nem de Estados que não seja Parte do presente Pacto, nem de um Estado Parte que não tenha feito a declaração prevista no artigo 41. 3. A própria Comissão elegerá seu presidente e estabelecerá suas regras de procedimento. 4. As reuniões da Comissão serão normalmente na sede da Organização das Nações Unidas ou no Escritório das Nações Unidas em Genebra. Entretanto, poderão realizar-se em qualquer outro lugar apropriado que a Comissão determinar, após consulta ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas e aos Estados partes interessados. 5. O secretariado referido no artigo 36 também prestará serviços às comissões designadas em virtude do presente artigo. 6. As informações obtidas e coligidas pelo Comitê serão colocadas à disposição da Comissão, a qual poderá solicitar aos Estados partes interessados que lhe forneçam qualquer outra informação pertinente. 7. Após haver estudado a questão sob todos os seus aspectos, mas, em qualquer caso, no prazo de doze meses após dela ter tomado conhecimento, a Comissão apresentará um relatório ao Presidente do Comitê, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 135 que o encaminhará aos Estados Partes interessados: a) se a Comissão não puder terminar o exame da questão, restringir-se-á, em seu, a uma breve exposição sobre o estágio em que se encontra o exame da questão; b) se houver sido alcançado uma solução amistosa para a questão, baseada no respeito dos direitos humanos reconhecidos no presente pacto, a Comissão restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada; c) se não houver sido alcançada solução nos termos da alínea "b",a Comissão incluirá no relatório suas conclusões sobre os fatos relativos à questão debatida entre os Estados Partes interessados assim como sua opinião sobre a possibilidade de solução amistoso para a questão, o relatório incluirá as observações escritas e as atas das observações orais feitas pelos Estados Partes interessados; d) se o relatório da comissão for apresentado nos termos da alínea "c", os Estados partes interessados comunicarão, no prazo de três meses a contar da data do recebimento do relatório, ao presidente do comitê se aceitam ou não os termos do relatório da Comissão. 8. As disposições do presente artigo não prejudicarão as atribuições do Comitê previstas no artigo 41. 9. Todas as despesas dos membros da Comissão serão repartidas eqüitativamente entre os Estados Partes interessados, com base em estimativas a serem estabelecidas pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 10. Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas poderá, caso seja necessário, pagar as despesas dos membros da Comissão antes que sejam reembolsadas pelos Estados Partes interessados, em conformidade com o § 9° do presente artigo. ARTIGO 43 Os membros do Comitê e os membros da Comissão de Conciliação POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 136 "ad hoc" que forem designados nos termos do artigo 42 terão direitos às facilidades, privilégios e imunidades que se concedem aos peritos no desempenho de missões para a organização das nações unidas, em conformidade com as seções pertinentes da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas. ARTIGO 44 As disposições relativas à implementação do presente pacto aplicar-se-ão sem prejuízo dos procedimentos instituídos em matéria de direitos humanos, pelos - ou em virtude dos membros - instrumentos constitutivos e pelas Convenções da Organização das Nações Unidas e das agências especializadas e não impedirão que os Estados partes a recorrer a outros procedimentos para a solução de controvérsias em conformidade com os acordos internacionais gerais ou especiais vigentes entre eles. ARTIGO 45 Comitê submeterá à Assembléia-Geral, por intermédio do Conselho Econômico e social, um relatório sobre suas atividades. PARTE V ARTIGO 46 Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento das disposições da Carta das Nações unidas e das constituições das agências especializadas, as quais definem as responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da Organização das Nações Unidas e das agências especializadas relativamente às questões tratadas no presente pacto. ARTIGO 47 Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento do direito inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 137 livremente suas riquezas e seus recursos naturais. PARTE VI ARTIGO 48 1. O presente pacto está à aberto à assinatura de todos os Estados Membros da Organização das nações Unidas ou membros de qualquer de suas agências especializadas, de todo Estado Parte do estatuto da Corte Internacional de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convidado pela Assembléia-Geral a tornar-se Parte do presente Pacto. 2. O presente pacto está sujeito à ratificação. Os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 3. O presente Pacto está aberto à adesão de quaisquer dos Estados mencionados no § 1° do presente artigo. 4. Far-se-á adesão mediante depósito do instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 5. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas informará todos os Estados que hajam assinado o presente Pacto ou ele aderido do depósito de cada instrumento de ratificação ou adesão. ARTIGO 49 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou adesão. 2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente Pacto ou a ele aderir após o depósito do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou adesão, o presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento de ratificação ou adesão. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 138 ARTIGO 50 Aplicar-se-á as disposições do presente Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas unidades constitutivas dos Estados federativos. ARTIGO 51 1. Qualquer Estado Parte do presente Pacto poderá propor emendas e depositá-las junto ao Secretáio-Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretário-Geral comunicará todas as propostas de emendas aos Estados Partes do presente Pacto, pedindo-lhes que o notifiquem se desejam que se convoque uma conferência dos Estados Partes destinada a examinar as propostas e submetê-las a votação. Se pelo menos um terço dos Estados Partes se manifestar a favor da referida convocação, o Secretário-Geral convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados Partes presentes e votantes na conferência será submetida à aprovação da Assembléia-Geral das Nações Unidas. 2. Tais emendas entrarão em vigor quando aprovadas pela Assembléia-Geral das Nações Unidas e aceitas em conformidade com seus respectivos procedimentos constitucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados Partes no presente Pacto. 3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão obrigatórias para os Estados Partes que as aceitaram, ao passo que os demais Estados Partes permanecem obrigados pelas disposições do presente Pacto e pelas emendas anteriores por eles aceitas. ARTIGO 52 Independentemente das notificações prevista no § 5° do artigo 48, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a todos os Estados referidos no § 1° do referido artigo: a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com o artigo 48; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 139 b) a data de entrada em vigor do pacto, nos termos do artigo 49, e a data de entrada em vigor de quaisquer emendas, nos termos do artigo 51. ARTIGO 53 1. O presente Pacto, cujos textos em chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositado nos arquivos da Organização das Nações Unidas. 2. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas encaminhará cópias autênticas do presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo 48. Em fé que, os abaixo-assinados, devidamente autorizados por seus respectivos Governos, assinaram o presente Pacto, aberto à assinatura em nova York, aos 19 dias do mês de dezembro do ano mil novecentos e sessenta e seis. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOSHUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 140 PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS - PIDESC DECRETO No 591, DE 6 DE JULHO DE 1992. Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Promulgação. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e Considerando que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi adotado pela XXI Sessão da Assembléia- Geral das Nações Unidas, em 19 de dezembro de 1966; Considerando que o Congresso Nacional aprovou o texto do referido diploma internacional por meio do Decreto Legislativo n° 226, de 12 de dezembro de 1991; Considerando que a Carta de Adesão ao Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi depositada em 24 de janeiro de 1992; Considerando que o pacto ora promulgado entrou em vigor, para o Brasil, em 24 de abril de 1992, na forma de seu art. 27, parágrafo 2°; DECRETA: Art. 1° O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, apenso por cópia ao presente decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 06 de julho de 1992; 171º da Independência e 104° da República. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 141 FERNANDO COLLOR Celso Lafer Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 7.7.1992 ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA O PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS/MRE PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS PREÂMBULO Os Estados Partes do presente Pacto, Considerando que, em conformidade com os princípios proclamados na Carta das Nações Unidas, o relacionamento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa humana, Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos do Homem. O ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria. Não pode ser realizado a menos que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e políticos, Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem, Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para com seus POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 142 semelhantes e para com a coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e observância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, Acordam o seguinte: PARTE I ARTIGO 1º 1. Todos os povos têm direito a autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente de suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito Internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus próprios meios de subsistência. 3. Os Estados Partes do Presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas. PARTE II ARTIGO 2º 1. Cada Estado Parte do presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas. 2. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 143 garantir que os direitos nele enunciados e exercerão em discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação. 3. Os países em desenvolvimento, levando devidamente em consideração os direitos humanos e a situação econômica nacional, poderão determinar em que garantirão os direitos econômicos reconhecidos no presente Pacto àqueles que não sejam seus nacionais. ARTIGO 3º Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os direitos econômicos, sociais e culturais enumerados no presente Pacto. ARTIGO 4º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que, no exercício dos direitos assegurados em conformidade com presente Pacto pelo Estado, este poderá submeter tais direitos unicamente às limitações estabelecidas em lei, somente na medida compatível com a natureza desses direitos e exclusivamente com o objetivo de favorecer o bem-estar geral em uma sociedade democrática. ARTIGO 5º 1. Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a quaisquer atividades ou de praticar quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhe limitações mais amplas do que aquelas nele previstas. 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 144 humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer país em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau. PARTE III ARTIGO 6º 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho, que compreende o direito de toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medidas apropriadas para salvaguardar esse direito. 2. As medidas que cada Estado Parte do presente Pacto tomará a fim de assegurar o pleno exercício desse direito deverão incluir a orientação e a formação técnica e profissional,a elaboração de programas, normas e técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento econômico, social e cultural constante e o pleno emprego produtivo em condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e econômicas fundamentais. ARTIGO 7º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente: a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores: i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições de trabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual; ii) Uma existência decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições do presente Pacto; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 145 b) A segurança e a higiene no trabalho; c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu Trabalho, à categoria superior que lhes corresponda, sem outras considerações que as de tempo de trabalho e capacidade; d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a remuneração dos feridos. ARTIGO 8º 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a garantir: a) O direito de toda pessoa de fundar com outras, sindicatos e de filiar-se ao sindicato de escolha, sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização interessada, com o objetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades alheias; b) O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direito destas de formar organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às mesmas. c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer limitações além daquelas previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades das demais pessoas: d) O direito de greve, exercido de conformidade com as leis de cada país. 2. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desses direitos pelos membros das forças armadas, da política ou da administração pública. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 146 3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que os Estados Partes da Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas legislativas que restrinjam - ou a aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas na referida Convenção. ARTIGO 9º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à previdência social, inclusive ao seguro social. ARTIGO 10 Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que: 1. Deve-se conceder à família, que é o elemento natural e fundamental da sociedade, as mais amplas proteção e assistência possíveis, especialmente para a sua constituição e enquanto ele for responsável pela criação e educação dos filhos. O matrimonio deve ser contraído com o livre consentimento dos futuros cônjuges. 2. Deve-se conceder proteção especial às mães por um período de tempo razoável antes e depois do parto. Durante esse período, deve-se conceder às mães que trabalham licença remunerada ou licença acompanhada de benefícios previdenciários adequados. 3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e de assistência em prol de todas as crianças e adolescentes, sem distinção alguma por motivo de filiação ou qualquer outra condição. Devem-se proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e social. O emprego de crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam nocivos à moral e à saúde ou que lhes façam correr perigo de vida, ou ainda que lhes venham a prejudicar o desenvolvimento norma, será punido por lei. Os Estados devem também estabelecer limites de idade sob os quais fique proibido e punido por lei o emprego assalariado da mão-de-obra infantil. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 147 ARTIGO 11 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de vida adequando para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria continua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento. 2. Os Estados Partes do presente Pacto, reconhecendo o direito fundamental de toda pessoa de estar protegida contra a fome, adotarão, individualmente e mediante cooperação internacional, as medidas, inclusive programas concretos, que se façam necessárias para: a) Melhorar os métodos de produção, conservação e distribuição de gêneros alimentícios pela plena utilização dos conhecimentos técnicos e científicos, pela difusão de princípios de educação nutricional e pelo aperfeiçoamento ou reforma dos regimes agrários, de maneira que se assegurem a exploração e a utilização mais eficazes dos recursos naturais; b) Assegurar uma repartição eqüitativa dos recursos alimentícios mundiais em relação às necessidades, levando-se em conta os problemas tanto dos países importadores quanto dos exportadores de gêneros alimentícios. ARTIGO 12 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de desfrutar o mais elevado nível possível de saúde física e mental. 2. As medidas que os Estados Partes do presente Pacto deverão adotar com o fim de assegurar o pleno exercício desse direito incluirão as medidas que se façam necessárias para assegurar: a) A diminuição da mortinatalidade e da mortalidade infantil, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 148 bem como o desenvolvimento é das crianças; b) A melhoria de todos os aspectos de higiene do trabalho e do meio ambiente; c) A prevenção e o tratamento das doenças epidêmicas, endêmicas, profissionais e outras, bem como a luta contra essas doenças; d) A criação de condições que assegurem a todos assistência médica e serviços médicos em caso de enfermidade. ARTIGO 13 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimentoda personalidade humana e do sentido de sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda em que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 2. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que, com o objetivo de assegurar o pleno exercício desse direito: a) A educação primaria deverá ser obrigatória e acessível gratuitamente a todos; b) A educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a educação secundária técnica e profissional, deverá ser generalizada e torna-se acessível a todos, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito; c) A educação de nível superior deverá igualmente torna-se acessível a todos, com base na capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 149 d) Dever-se-á fomentar e intensificar, na medida do possível, a educação de base para aquelas pessoas que não receberam educação primaria ou não concluíram o ciclo completo de educação primária; e) Será preciso prosseguir ativamente o desenvolvimento de uma rede escolar em todos os níveis de ensino, implementar-se um sistema adequado de bolsas de estudo e melhorar continuamente as condições materiais do corpo docente. 3. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais de escolher para seus filhos escolas distintas daquelas criadas pelas autoridades públicas, sempre que atendam aos padrões mínimos de ensino prescritos ou aprovados pelo Estado, e de fazer com que seus filhos venham a receber educação religiosa ou moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 4. Nenhuma das disposições do presente artigo poderá ser interpretada no sentido de restringir a liberdade de indivíduos e de entidades de criar e dirigir instituições de ensino, desde que respeitados os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e que essas instituições observem os padrões mínimos prescritos pelo Estado. ARTIGO 14 Todo Estado Parte do presente pacto que, no momento em que se tornar Parte, ainda não tenha garantido em seu próprio território ou territórios sob sua jurisdição a obrigatoriedade e a gratuidade da educação primária, se compromete a elaborar e a adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de ação detalhado destinado à implementação progressiva, dentro de um número razoável de anos estabelecidos no próprio plano, do princípio da educação primária obrigatória e gratuita para todos. ARTIGO 15 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem a cada POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 150 indivíduo o direito de: a) Participar da vida cultural; b) Desfrutar o processo cientifico e suas aplicações; c) Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de toda a produção cientifica, literária ou artística de que seja autor. 2. As Medidas que os Estados Partes do Presente Pacto deverão adotar com a finalidade de assegurar o pleno exercício desse direito incluirão aquelas necessárias à convenção, ao desenvolvimento e à difusão da ciência e da cultura. 3.Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade indispensável à pesquisa cientifica e à atividade criadora. 4. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem os benefícios que derivam do fomento e do desenvolvimento da cooperação e das relações internacionais no domínio da ciência e da cultura. PARTE IV ARTIGO 16 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a apresentar, de acordo com as disposições da presente parte do Pacto, relatórios sobre as medidas que tenham adotado e sobre o progresso realizado com o objetivo de assegurar a observância dos direitos reconhecidos no Pacto. 2. a) Todos os relatórios deverão ser encaminhados ao Secretário- Geral da Organização das Nações Unidas, o qual enviará cópias dos mesmos ao Conselho Econômico e Social, para exame, de acordo com as disposições do presente Pacto. b) O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas encaminhará também às agências especializadas cópias dos relatórios - ou de todas as partes pertinentes dos mesmos enviados pelos Estados Partes do presente Pacto que sejam igualmente membros das referidas agências POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 151 especializadas, na medida em que os relatórios, ou partes deles, guardem relação com questão que sejam da competência de tais agências, nos termos de seus respectivos instrumentos constitutivos. ARTIGO 17 1. Os Estados Partes do presente Pacto apresentarão seus relatórios por etapas, segundo um programa a ser estabelecido pelo Conselho Econômico e Social no prazo de um ano a contar da data da entrada em vigor do presente Pacto, após consulta aos Estados Partes e às agências especializadas interessadas. 2. Os relatórios poderão indicar os fatores e as dificuldades que prejudiquem o pleno cumprimento das obrigações previstas no presente Pacto. 3. Caso as informações pertinentes já tenham sido encaminhadas à Organização das Nações Unidas ou a uma agência especializada por um Estado Parte, não será necessário reproduzir as referidas informações, sendo suficiente uma referência precisa às mesmas. ARTIGO 18 Em virtude das responsabilidades que lhe são conferidas pela Carta das Nações Unidas no domínio dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, o Conselho Econômico e Social poderá concluir acordos com as agências especializadas sobre a apresentação, por estas, de relatórios relativos aos progressos realizados quanto ao cumprimento das disposições do presente Pacto que correspondam ao seu campo de atividades. Os relatórios poderão, incluir dados sobre as decisões e recomendações referentes ao cumprimento das disposições do presente Pacto adotadas pelos órgãos competentes das agências especializadas. ARTIGO 19 O Conselho Econômico e Social poderá encaminhar à Comissão POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 152 de Direitos Humanos, para fins de estudo e de recomendação de ordem geral, ou para informação, caso julgue apropriado, os relatórios concernentes aos direitos humanos que apresentarem os Estados nos termos dos artigos 16 e 17 e aqueles concernentes aos direitos humanos que apresentarem as agências especializadas nos termos do artigo 18. ARTIGO 20 Os Estados Partes do presente Pacto e as agências especializadas interessadas poderãoencaminhar ao Conselho Econômico e Social comentários sobre qualquer recomendação de ordem geral feita em virtude do artigo 19 ou sobre qualquer referencia a uma recomendação de ordem geral que venha a constar de relatório da Comissão de Direitos Humanos ou de qualquer documento mencionado no referido relatório. ARTIGO 21 O Conselho Econômico e Social poderá apresentar ocasionalmente à Assembléia-Geral relatórios que contenham recomendações de caráter geral bem como resumo das informações recebidas dos Estados Partes do presente Pacto e das agências especializadas sobre as medidas adotadas e o progresso realizado com a finalidade de assegurar a observância geral dos direitos reconhecidos no presente Pacto. ARTIGO 22 O Conselho Econômico e Social poderá levar ao conhecimento de outros órgãos da Organização das Nações Unidas, de seus órgãos subsidiários e das agências especializadas interessadas, às quais incumba a prestação de assistência técnica, quaisquer questões suscitadas nos relatórios mencionados nesta parte do presente Pacto que possam ajudar essas entidades a pronunciar-se, cada uma dentro de sua esfera de competência, sobre a conveniência de medidas internacionais que possam contribuir para a implementação efetiva e progressiva do presente Pacto. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 153 ARTIGO 23 Os Estados Partes do presente Pacto concordam em que as medidas de ordem internacional destinada a tornar efetivos os direitos reconhecidos no referido Pacto incluem, sobretudo, a conclusão de convenções, a adoção de recomendações, a prestação de assistência técnica e a organização, em conjunto com os governos interessados, e no intuito de efetuar consultas e realizar estudos, de reuniões regionais e de reuniões técnicas. ARTIGO 24 Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento das disposições da Carta das Nações Unidas ou das constituições das agências especializadas, as quais definem as responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da Organização das Nações Unidas e agências especializadas relativamente às matérias tratadas no presente Pacto. ARTIGO 25 Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento do direito inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e livremente suas riquezas e seus recursos naturais. PARTE V ARTIGO 26 1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados membros da Organização das Nações Unidas ou membros de qualquer de suas agências especializadas, de todo Estado Parte do Estatuto da Corte internacional de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convidado pela Assembléia-Geral das Nações Unidas a torna-se Parte do presente Pacto. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 154 2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. Os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 3. O presente Pacto está aberto à adesão de qualquer dos Estados mencionados no parágrafo 1 do presente artigo. 4. Far-se-á a adesão mediante depósito do instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 5. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas informará todos os Estados que hajam assinado o presente Pacto ou a ele aderido, do depósito de cada instrumento de ratificação ou de adesão. ARTIGO 27 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou de adesão. 2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente Pacto ou a ele aderir após o depósito do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou de adesão, o presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento de ratificação ou de adesão. ARTIGO 28 Aplicar-se-ão as disposições do presente Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas as unidades constitutivas dos Estados Federativos. ARTIGO 29 1. Qualquer Estado Parte do presente Pacto poderá propor emendas e depositá-las junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretário-Geral comunicará todas as propostas de emenda aos Estados Partes do presente Pacto, pedindo-lhes que o notifiquem se desejam POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 155 que se convoque uma conferência dos Estados Partes destinada a examinar as propostas e submetê-las à votação. Se pelo menos um terço dos Estados Partes se manifestar a favor da referida convocação, o Secretário-Geral convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados Partes presentes e votantes na conferência será submetida à aprovação da Assembléia-Geral das Nações Unidas. 2. Tais emendas entrarão em vigor quando aprovadas pela Assembléia-Geral das Nações Unidas e aceitas, em conformidade com seus respectivos procedimentos constitucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados Partes no presente Pacto. 3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão obrigatórias para os Estados Partes que as aceitaram, ao passo que os demais Estados Partes permanecem obrigatórios pelas disposições do presente Pacto e pelas emendas anteriores por eles aceitas. ARTIGO 30 Independentemente das notificações previstas no parágrafo 5 do artigo 26, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a todos os Estados mencionados no parágrafo 1 do referido artigo: a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com o artigo 26; b) a data de entrada em vigor do Pacto, nos termos do artigo 27, e a data de entrada em vigor de quaisquer emendas, nos termos do artigo 29. ARTIGO 31 1. O presente Pacto, cujos textos em chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositado nos arquivos da Organização das Nações Unidas. 2. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 156 encaminhará cópias autenticadas do presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo 26. Em fé do que, os abaixo-assinados, devidamente autorizados por seus respectivos Governos, assinaram o presente Pacto, aberto à assinatura em Nova York, aos 19 dias no mês de dezembro do ano de mil novecentos e sessenta e seis. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 02 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 157 REFERÊNCIAS - BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. - LEITE, Rafael Soares. Direitos humanos. 2. Tir. Salvador:Jus Podivm, 2013. Coleção Leis especiais para concursos. - LIMA, George Marmelstein. Efetivação judicial dos direitos econômicos, sociais e culturais. Fortaleza: UFC, 2005. - MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito internacional público: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. - PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional internacional. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. - PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. 3. ed. Salvador: Jus Podivm, 2011. - RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.