Buscar

processo civil tutelas de urgência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COMISSÃO EM PAGAMENTO
1. Conceito
É um modo de extinção da obrigação utilizada quando o pagamento não puder ser realizado em virtude da recusa do credor em recebê-lo ou em dar quitação ou, ainda, quando existir um obstáculo fático ou jurídico alheio à vontade do devedor que impossibilite o pagamento eficaz. Isto porque é um direito do devedor quitar sua dívida.
2. Espécies
a. Extrajudicial
— Requisitos:
i) consignação em dinheiro;
ii) existência, no local de pagamento, de estabelecimento bancário oficial ou particular, preferindo-se pelo oficial quando ambos existirem;
iii) conhecimento do endereço do credor;
iv) credor conhecido, capaz e solvente.
— Preenchidos os requisitos, cientifica-se o credor pelo banco por meio de carta com AR para que se posicione, no prazo de 10 dias a contar do efetivo recebimento do AR pelo banco, sobre o depósito.
— Possibilidades do credor:
i) levantar o valor — extinção da obrigação;
ii) levantar o valor e fazer ressalvas quanto à sua exatidão;
iii) silenciar-se — extinção da obrigação;
iv) recusar o depósito, mesmo sem qualquer motivação — depositante poderá levantar o dinheiro ou utilizá-lo para ingressar com a ação judicial.
— Após a recusa do credor, o devedor tem o prazo de 1 mês para ingressar com a ação. Transcorrido esse prazo, o devedor deve realizar a consignação do valor principal acrescido de juros e devidas correções.
3. Competência
Foro do lugar do pagamento. Em caso de dívidas quesíveis (nas quais é obrigação do credor procurar o devedor para o pagamento da dívida) o foro competente é o do domicílio do devedor. Em caso de dívidas portáveis (nas quais é obrigação do devedor procurar o credor para quitar a dívida) o foro competente é o de domicílio do credor. 
4. Legitimidade
— Ativa: devedor ou seus sucessores; terceiros estranhos à relação jurídica (juridicamente interessado — sub-rogação, terceiro não interessado — não ocorre sub-rogação).
— Passiva: credor e, quando for desconhecido, o réu será incerto, hipótese na qual há citação por edital.
5. Procedimento
a. Petição inicial — deve preencher os requisitos formais. Em caso de prévia consignação extrajudicial frustrada, deve constar a prova da recusa.
b. Intimação do devedor para que realize o depósito no prazo de 5 dias.
c. Intimação do réu — 5 dias. Poderá:
i) responder por meio de contestação — poderá alegar: valor inferior (procedimento de rito comum, 10 dias para impugnação do autor); que não houve recusa ou mora em receber a quantia; justeza da recusa.
ii) tornar-se revel — fatos presumidos verdadeiros e pedido do autor é julgado antecipadamente e procedente;
iii) requerer o levantamento da quantia depositada — extinção e pagamento por ele de verbas sucumbenciais.
c. Sentença (meramente declaratória, porém também será condenatória quando o réu alegar a insuficiência do depósito e o autor não complementá-lo em 10 dias).
6. Complementação de depósito 
O legislador permite que o autor complemente o depósito inicial. Não é suficiente que o réu alegue a inferioridade do valor, devendo apontar o valor que acha devido. Realizada a complementação e sendo a insuficiência do depósito a única alegação defensiva, a demanda será extinta com resolução de mérito, porém o autor será condenado ao pagamento das verbas. 
7. Prestações sucessivas
Quando tratam-se de prestações periódicas permite-se ao autor a consignação de prestações vincendas, conforme vençam no decorrer do trâmite procedimental, no prazo de 5 dias do vencimento da prestação. 
8. Dúvida referente ao credor
a. Espécies:
i) não saber a quem deve, hipótese na qual a citação é feita por edital;
ii) dúvida a respeito de qual dos pretendentes ao realmente o credor.
b. Hipóteses de diversos pretendentes:
i) nenhum dos réus comparece, verificando-se a revelia e o julgamento antecipado do mérito;
ii) somente uma das partes comparece, alegando ser o credor, devendo o juiz analisar os fundamentos da alegação — se convencido, dará procedência ao levantamento, se não, a quantia será arrecadada como bem de ausente;
iii) todos os réus comparecem — extinção da obrigação e exclusão do devedor, prosseguindo o feito apenas entre os réus, para verificar quem é o real credor.
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
1. Conceito
As pessoas, de quem é submetida a administração de certos bens ou interesses, são obrigados a prestar contas de seus atos de gestão. O administrador pode prestá-las por si mesmo ou o administrado pode solicitá-las judicialmente. Esse dever pode ser tanto contratual quanto legal.
2. Ação 
a. Autônoma — ajuizada por quem tem o dever de prestar as contas, para efetivamente prestá-las a quem as pode exigir.
b. Vinculada — prestação de contas devidas pelo inventariante, tutor, curador, depositário ou por outro administrador nomeado judicialmente devem ser prestadas no próprio processo em que ocorreu a nomeação, em apenso, dispensando, assim, ação própria.
— Possui duas fases distintas: 
i) apuração da existência do direito de exigir contas;
ii) adequação ou não das contas prestadas, impondo, quando couber, a restituição de eventual saldo credor.
3. Procedimento
a. Petição inicial 
b. Citação do réu em 15 dias — para apresentação das contas ou para contestação/resposta. Respostas possíveis: i) prestar contas, sem oferecer defesa — simplificação do processo, que passará para a segunda fase; ii) não presta contas, nem contesta — revelia, que permite o julgamento antecipado da lide; iii) não presta contas, mas oferece defesa — rito comum e se julgada procedente a medida, determinará então o magistrado ao réu que exiba as contas; iv) apresenta as contas e contesta — pode ocorrer quando o réu entende que jamais houve recusa na apresentação das contas, devendo o juiz julgar a alegação.
c. Segunda fase — examinar as contas apresentadas. Inicia com a decisão do juiz, determinando a apresentação de contas em 15 dias, acrescida de medida coercitiva em caso de descumprimento.
d. Não sendo obedecido o comando judicial — 15 dias para que o autor apresente contas que ache devidas e as apresentadas pelo autor são tidas como acertadas.
e. Sendo as contas apresentadas, há o prazo de 15 dias para a impugnação do autor, cabendo decisão posterior.
f. Se a sentença reconhecer erro na apresentação das contas, servirá ela de título executivo judicial. Reconhecendo regular a prestação de contas e havendo saldo em favor do autor, o juiz determinará o réu ao pagamento, virando a sentença título executivo judicial.
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
1. Conceito
Competem a quem pretender proteger a posse de seus bens, sem discutir o domínio sobre os mesmos.
2. Espécies
a. Reintegração de posse
Deve ter ocorrido a perda da posse, chamada de esbulho. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retomar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. Atos clandestinos, praticados na ausência do possuidor, não são suficientes para a perda da posse. É a ação do possuidor — fundada na posse — contra quem cometeu o esbulho. Compete ao proprietário, pois se funda no domínio. É de cognição plena, nela não existindo qualquer restrição às alegações de defesa. 
b. Manutenção de posse
Basta o incômodo do exercício da posse, chamado de turbação. É a ação daquele que possui direito à posse contra aquele que tem a obrigação de transferi-la. Tem como titular não apenas o adquirente, mas todo aquele que possui documento em que o alienante lhe outorgou o direito de se imitir na posse. É de cognição parcial, limitada, pois apenas permite que o réu se defenda alegando vício do documento que confere o direito à posse.
c. Interdito proibitório
 Conferido àquele que, temendo o esbulho ou a turbação iminentes, objetiva impedir agressão à sua posse. O autor deve demonstrar que é possuidor e, ainda, demonstrar que a sua posse está sendo ameaçada de turbação ou esbulho. É uma ação preventiva. Constitui objeto de ação autônoma, não cautelar. 
-> Petição inicial
-> Proteção liminar — estandoem ordem a petição inicial, o juiz deferirá a proteção liminar, que consistirá em mandado probatório, no qual será ordenada, ao réu, a abstenção, cominando-se multa pecuniária para eventual violação do comando judicial.
3. Cumulação de pedidos
— Admite-se a cumulação do pedido possessório aos pedidos de perdas e danos, indenização de frutos e inibição de novo esbulho ou turbação (por meio de medida coercitiva). 
4. Força velha e força nova
a. Nova: quando o procedimento é proposto dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial, portanto é feito pelo rito especial. A prova é mais simples, exigindo-se apenas a demonstração da posse.
b. Velha: quando o procedimento é proposto depois do ano e dia da turbação/esbulho e portanto não se sujeita ao regime especial, tramitando pelo regime comum. Será necessário que o requerente demonstre a coexistência dos requisito do art. 300 e art. 301 — periculum in mora e a evidência do direito do autor. 
5. Proteção provisória e caução
Sempre que houver proteção provisória, o réu pode pedir ao juiz que ordene ao autor depositar caução, sempre que ficar evidenciado que o autor carece de idoneidade financeira para responder por perdas e danos no caso de sucumbir o processo. Acolhida a alegação, o juiz dará prazo de 5 dias para que o autor apresente caução. Exclui-se, aqui, o hipossuficiente. 
6. Legitimidade
a. Ativa: aquele que se afirma possuidor do bem, pouco importando se detém, também, a condição de proprietário.
b. Passiva: aquele que se supõe haja infringido a posse alheia. A participação do cônjuge do autor é indispensável apenas nas hipóteses de composse ou de ator por ambos praticado. 
— Aquele que detém a coisa por interesse de outrem, está subordinado ao possuidor, não existindo aqui a posse, apenas a detenção. Mera permissão ou tolerância não autorizam aquisição. Portanto, o detentor não possui tutela contra o proprietário.
7. Contratos de leasing
— Leasing: contrato através do qual a arrendadora ou locadora adquire um bem escolhido pelo cliente para alugá-lo a ele por prazo determinado.
— É possível a reintegração de posse em caso de inadimplemento do contrato de leasing. Hipóteses:
a. diante da cláusula resolutiva expressa — o simples inadimplemento das prestações é suficiente para caracterizar a resolução do contrato e assim abrir margem para a reintegração;
b. em face do inadimplemento o credor deve notificar o devedor para caracterizar a mora e tornar ilegítima a posse sobre a coisa do objeto do leasing, quando então surge a oportuna ação de reintegração. 
8. Procedimento
a. Petição inicial — prova da posse e do ato violador;
b. Na ação de força nova, a tutela antecipatória pode ser concedida independentemente da afirmação de perigo, enquanto na ação de força velha, não é suficiente apenas a prova dos requisitos do art. 561, precisando também da prova do fato que autorize a concessão de medida antecipatória geral. 
c. Audiência de justificação — caso o juiz entender que os requisitos não estão suficientemente comprovados, determinará que o autor justifique previamente o alegado, designando audiência de justificação. Caso entenda que os requisitos estão presentes, concede a tutela antecipada. 
d. Acolhendo as razões, deve o juiz expedir mandado de manutenção ou reintegração na posse. 
e. Citação do réu — se houve audiência, o prazo começa a contar do dia que recebeu a notificação da medida liminar. 
9. Demanda possessória coletiva
Na maior parte das vezes são invasões coletivas organizadas por grupos sociais, como forma de protesto e de reivindicação de direitos. 
-> Petição inicial
-> Citação — não raras vezes esses movimentos não são dotados de personalidade jurídica própria, inviabilizando a citação do próprio movimento social. Da mesma forma, é difícil a citação de todos os invasores. Portanto, a citação é dada na pessoa do líder do movimento e os demais por edital.
-> Audiência de mediação — quando o esbulho ou turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido da liminar, deverá designar audiência de mediação. 
-> Comparecimento do juiz à área — quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional, o juiz pode comparecer à área da controvérsia. Pode servir para que o magistrado conheça melhor e possa dar a decisão mais adequada ao caso concreto.
AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
1. Conceito
Sob a premissa de que há o interesse na preservação da sociedade, ainda quando um dos sócios manifesta sua vontade de retirar-se dela, ou não pode mais vincular-se à ela, mostrou-se necessário estabelecer regime para que essa extinção parcial do vínculo com a sociedade possa fazer-se sem maiores percalços e sem prejuízo à continuidade das atividades de pessoa jurídica. 
2. Formas
a. Retirada — quando o sócio manifesta a própria vontade no sentido de desligar-se da sociedade. É motivada quando há modificação do contrato social, fusão de sociedade, incorporação de outra ou por outra e é admitida para qualquer sociedade limitada. Pode também ser imotivada sempre que o regime da sociedade aplicar, direta ou subsidiariamente, o das sociedades simples e se ela for de prazo indeterminado. 
b. Exclusão — a sociedade que manifesta sua intenção de não contar mais com a participação do sócio a ser excluído. Pode ser extrajudicial ou judicial por intermédio da ação de dissolução parcial de sociedade. Normalmente decorre de conduta grave e imputável a ele ou na hipótese de sua incapacidade superveniente. 
c. Morte de sócio — dá-se dissolução parcial em relação à ele, exceto quando:
i) o contrato dispuser diferentemente;
ii) os sócios remanescentes se manifestarem pela dissolução da sociedade;
iii) por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
Uma da sua consequência inafastável é o dever da sociedade em restituir o valor da quota daquele que deixa a sociedade. 
3. Finalidade
A grande função desta demanda é o oferecimento de ferramentas ao magistrado para que possa definir duas questões que são essenciais no processo de apuração de haveres sócio que deixa a sociedade: a forma de apuração do valor das quotas devidas e o momento em que se deve ter por ocorrida a resolução parcial.
4. Legitimidade
a. Morte de sócio
Espólio ou sucessores do sócio. Quando já houver sido homologada a partilha, pode ser apenas em nome do herdeiro com o qual ficou a quota da sociedade. Nesse caso, aqui apenas fala-se da apuração de haveres, visto que sequer faz sentido autorizar-se o sócio que não ingressou na sociedade, ou a sociedade que não quer alguém lá ingresse, a propor demanda de dissolução. 
b. Retirada
Sócio que pretende sair da sociedade, independentemente de motivado ou não. Como forma de estimular a resolução extrajudicial, a demanda judicial pode apenas se interposta caso haja inércia dos demais sócios quanto o interesse de saída transcorridos 10 dias. 
c. Exclusão
No caso do exercício do direito à exclusão, a sociedade e, no caso da apuração de haveres, o sócio excluído. 
5. Procedimento
a. Petição inicial 
b. Citação dos sócios/sociedade — prazo de 15 dias para que ofereçam resposta ou concordem com o pedido da inicial.
c. Opções:
i) Concordância quanto à dissolução — a questão é imediatamente julgada, seguindo-se o processo apenas para a liquidação da importância devida. Dispensa-se a condenação de verbas de sucumbência;
ii) Controvérsia quanto à apuração de haveres — o juiz determina que a sociedade deposite a parte incontroversa que poderá ser levantada desde logo pelo ex-sócio ou seus herdeiros. 
iii) Contestação — nos casos dos quais não há concordância. Permite-se, ainda, reconvenção.
d. Sentença
i) Acolhimento do pleito — deverá o juiz: fixar a data em que ocorreu a dissolução parcial da sociedade; determinar os critérios a serem empregados pelo perito para a futura apuração dos haveres, tomando em conta aquilo que dispõe o contrato social; nomear perito para realizar a apuraçãodos haveres. 
d. Perícia — para a apuração de haveres. Pode haver a impugnação das partes.
e. Decisão — o juiz deve arbitrar o valor que entende devido. Transitada em julgado, deve a sociedade pagar o valor correspondente, em dinheiro, no prazo de até 90 dias, salvo em acordo estipulando diferentemente. 
6. Data da dissolução
a. Morte de sócio — o dia de sua morte;
b. Retirada imotivada — o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento da notificação do sócio retirante pela sociedade;
c. Retirada motivada — o dia do recebimento pela sociedade da notificação do sócio;
d. Retirada com justa causa e exclusão judicial de sócio — trânsito em julgado da decisão que julga a dissolução parcial;
e. Exclusão extrajudicial — data da assembleia ou da reunião de sócios que tiver promovido essa remoção.
INVENTÁRIO
1. Conceito
Com o falecimento da pessoa natural, operas-se a imediata transferência do seu patrimônio aos seus herdeiros. Não se pode conceber patrimônio sem titular. É necessário que se atribua a cada um dos herdeiros a sua parcela da herança. O inventário tem por finalidade determinar a totalidade dos bens e direitos pertencentes ao falecido, saldar eventuais dívidas por ele deixadas e, por fim, partilhar esse patrimônio entre herdeiros. Admite plena controvérsia sobre os bens a serem partilhados e sobre a forma de partilha em si. 
2. Patrimônio negativo 
Hipótese em que se promove a medida judicial de inventário apenas para demonstrar que o falecido não deixou bens a inventariar. Objetiva apenas a demonstração do falecimento e a satisfação do requisito legal. Por isso, seu regime é muito mais simples do que o procedimento previsto pelo Código para o inventário. 
3. Prazo
Prevê a lei que o inventário seja iniciado em prazo máximo de dois meses da abertura da sucessão, devendo encerrar-se em no máximo de doze meses após seu início. Passado o prazo, ficarão os interessados sujeitos eventualmente a multa fixada por lei estadual. Pode ocorrer, e normalmente ocorre, que o inventário não possa ser concluído no prazo de um ano. Nesse caso, é possível que o magistrado prorrogue o prazo para o término do procedimento, sempre que necessário. 
4. Competência
Deve ser ajuizado no foro do último domicílio do autor da herança no Brasil, ainda que o óbito tenha ocorrido no exterior. Se o falecido não possuía domicílio certo, a ação deve ser proposta no lugar da situação dos bens imóveis. Se houver imóveis em vários lugares, será competente qualquer um deles. Se não houver imóveis a inventariar, então será competente o foro de qualquer dos bens móveis. Em se tratando de ausente, o inventário dele realizado deve ser proposto no foro do seu último domicílio. 
5. Legitimação 
Cabe, principalmente, à pessoa que estiver na posse e administração do espólio, na época da sucessão. Em regra, esta será ou o cônjuge ou um dos filhos do falecido, que deve observar o prazo antes examinado. 
6. Inventariante e administrador
Enquanto pende o processo de inventário, é necessário que alguém seja atribuído o encargo da administração e da representação do espólio. Essas atribuições cabem à duas pessoas:
a. Administrador provisório: terá designação estritamente provisória, que durará até a nomeação definitiva do inventariante. Normalmente será o cônjuge ou companheiro supérstite da pessoa falecida, especialmente se estiver na posse dos bens do acervo hereditário, cabendo, sucessivamente, o encargo a outras pessoas, na forma da legislação material. Competências: 
i) representação ativa e passiva do espólio; 
ii) o aporte ao acervo de bens dos frutos que desde a abertura da sucessão percebeu; 
iii) a gestão dos bens do falecido até a nomeação do inventariante; 
iv) a iniciativa da abertura do inventário.
b. Inventariante: administrador definitivo do espólio. Uma vez nomeado, deverá prestar compromisso, em cinco dias, de desempenhar bem as suas funções. Se assim não o fizer, pode ser destituído (rol de motivos art. 622). Dois tipos: 
i) Legítimo — nomeado entre as pessoas elencadas no rol do art. 616. A ele compete não a penas a administração dos bens e interesses do espólio, mas também a representação judicial e extrajudicial desta.
ii) Dativo — quando não há inventariante legítimo para cumprir as funções, nomeado pelo juiz. Não tem ele a função de representar o espólio em juizo, competindo essa tarefa a todos os herdeiros. 
7. Procedimento
a. Requerimento simples — início do inventário, devendo este requerimento ser um dos legitimados pela lei. 
b. Nomeação de inventariante
c. Primeiras declarações — tem a finalidade de dar um esboço inicial da situação patrimonial do de cujus e dos sucessores e as dívidas por aqueles deixados, a fim de permitir que os interessados possam apurar eventuais omissões ou defeitos nesse panorama primeiro. 
d. Citação — do cônjuge, companheiro sobrevivente, herdeiros, legatários e a Fazenda Pública para acompanharem os termos do inventário. 
e. Publicação em edital — é publicado edital para que terceiros possam ter ciência da existência do inventário e possa, assim, manifestar algum interesse na causa. Os interessados terão prazo comum de 15 dias para se manifestarem sobre as primeiras declarações.
f. Decisão 
i) acolhida impugnação sobre erros ou omissões na relação de bens ou herdeiros, o juiz mandará retificar as primeiras declarações;
ii) acolhida a impugnação a respeito do inventariante, este será removido;
iii) sendo a impugnação sobre herdeiro — quando houver comprovação documental, será decidido pelo próprio juízo, e quando não as houver, será enviada a ação para as vias normais, ficando o inventário suspenso até a resolução da ação. 
8. Herdeiro preterido
Havendo pessoa que se entenda preterida, porque não incluída no rol dos herdeiros,este pode demandar sua admissão no inventário, desde que o faça antes da partilha. Ouvidas as partes no prazo comum de quinze dias, cumpre o juiz decidir sobre esse ingresso. 
9. Colações
No mesmo prazo de 15 dias previsto para os interessados se manifestarem sobre as primeiras declarações, deverão os herdeiros donatários, obrigados à colação, trazer para conferência bens recebidos ou o seu valor. Os descendentes que tiverem recebido doações do ascendente, em vida, são obrigados, quando concorrerem com outros herdeiros de mesmo grau, a levar à colação os bens recebidos, a fim de igualar a legítima devida de cada um. Não apresentando esses bens à conferência, haverá a sonegação. 
10. Sonegação
Quando se verifica a ocultação maliciosa de bens do espólio, seja por ato do inventariante, seja por ato do herdeiro. Havendo sonegação por parte do inventariante, este deve ser removido. Em se tratando de herdeiros o responsável, este perderá o direito que lhe cabia sobre o bem sonegado, ou pagará o seu valor correspondente, mais perdas e danos, se não o tiver mais. Deve ser arguida por via própria. 
11. Avaliação dos bens
Após o prazo para a impugnação, terá vista do processo, por 20 dias, a Fazenda Pública, a fim de que informe ao juízo, de acordo com os dados presentes em seu cadastro imobiliário, o valor dos bens de raiz descritos nas primeiras declarações. O juiz determinará ao avaliador judicial que proceda à avaliação dos bens do espólio. Apresentado o laudo, poderão as partes sobre ele se manifestar no prazo comum de 15 dias. Efetuada a avaliação e resolvidas as questões, cumpre ao inventariante apresentar as últimas declarações — providência com a qual terá-se um retrato exato do patrimônio deixado pelo falecido. Podem as partes se manifestarem sobre elas em 15 dias. Resolvidas as questões, prossegue-se para o cálculo do imposto mortis causa pelo contador judicial. Efetuado o cálculo do tributo, as partes podem ser ouvidas pelo prazo de 5 dias. Homologado o valor dos tributos, será determinado o seu recolhimento junto à Fazenda Pública. 
12. Pagamento de dívidas 
Antes de iniciada a partilha dos bens entre os sucessores, é necessário quitar eventuais dívidas deixadas pelo falecido. Isso porque o espólio continua responsávelpelos débitos do falecido. Eventuais credores existentes do falecido podem habilitar seus créditos junto ao inventário, a fim de receber a importância a que têm direito antes de efetuada a partilha. O interessado deverá oferecer petição escrita, dirigida a o juízo do inventário, instruída com prova literal da dívida. Havendo concordância com o pagamento, o juiz declarará habilitado o credor, mandando reserva-lhe montante para saldar o seu crédito. Ultimadas as mesmas providências em relação a todos os credores habilitados, repetir-se-á entre eles o dinheiro existente. No caso de dívida líquida e certa ainda não vencida, pode o credor requerer sua habilitação e, se não houver impugnação, determinará o juiz a reserva de dinheiro para futuro pagamento. Havendo impugnação, deve o credor aguardar o vencimento de sua dívida, habilitando-a na forma normal.
13. Extrajudicial 
É feito em cartório, independentemente do acompanhamento ou homologação judicial. Admito para as situações em que não haja testamento ou herdeiro incapaz envolvido e para o caso em que todos os herdeiros concordem com a partilha dos bens. 
PARTILHA
1. Conceito
Consiste na repartição dos bens do falecido entre os seus herdeiros e sucessores. Pode ocorrer que essa divisão já estivesse determinada antes da sucessão (por testamento, por exemplo), mas sempre que assim não seja, impõe-se a partilha por determinação da porção do patrimônio do falecido. Evidentemente, se não houver mais do que um sucessor para o patrimônio, não se pode falar em partilha. 
2. Espécies
a. Amigável: quando resultar da concordância de todos os sucessores sobre a formado distribuição dos bens e direitos. A partilha será realizada por escritura pública homologada judicialmente. 
b. Judicial: hipótese na qual não há acordo entre os sucessores, ou havendo sucessor incapaz, que não possa manifestar sua concordância em relação à divisão dos bens, impõe-se a atividade jurisdicional para distribuir os bens. 
3. Procedimento 
a. Em caso de partilha amigável — partilha apresentada e reduzida à termo de inventário.
b. Em caso de partilha judicial:
-> Requerimentos — após as apresentação das últimas declarações, o juiz ouvirá os interessados para que no prazo comum de 15 dias formulem seus pedidos a respeito dos quinhões respectivos. 
-> Decisão — feitos os requerimentos, deverá o juiz deliberar sobre eles, designando os bens que deverão compor cada quinhão de herdeiro ou de legatário.
-> Esboço de partilha — o partido formula um esboço de partilha, que inicialmente apurará a somatória de todo patrimônio existente na abertura da sucessão. Depois de deduzidos os valores para pagamento de dívidas vencidas, reservado os bens para pagamento de dívidas vincendas, abatidos os valores gastos com o funeral, tem-se produto que, somado aos bens trazidos à colação, representa o monte partível, que será objeto de partilha. 
-> Auditiva das partes em 15 dias
-> Lançamento da partilha nos autos
-> Transitada em julgado a sentença que homologa a partilha, os herdeiros receberão os bens que lhes forem atribuídos e um formal de partilha. 
4. Desfazimento
Em havendo vício de consentimento, a partilha amigável será anulada por ação própria. Esta ação tem prazo decadencial de um ano a contar:
a. no caso de coação, do dia em que ela cessou;
b. no caso de erro ou dolo, no dia em que se realizou o ato;
c. quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.
Da mesma forma, a partilha judicial pode ser anulada se houver dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, se não forem obedecidas as formalidades legais ou se houve perecimento de herdeiro ou inclusão de quem não o seja. Não segue o rito da rescisória, mas sim o da ação anulatória descrita no art. 966. 
ARROLAMENTO
1. Conceito
Previsto como uma abreviação do inventário, para causas menos complexas, em que seriam exageradas as exigências formais — de cálculos e complexa interação entre as partes. 
2. Cabimento
Esse rito é adotado em quatro situações:
a. quando todos os herdeiros forem capazes e estiverem de acordo sobre a forma da partilha dos bens;
b. quando existir apenas um herdeiro, de modo que toda a herança ser-lhe-á transmitida por adjudicação;
c. quando o valor da herança for igual ou inferior à mil salários mínimos;
d. quando, na hipótese de herança igual ou inferior a mil salários mínimos, houver interesse de incapaz, mas estiverem de acordo todas as partes e o Ministério Público.
3. Espécies
a. Sumário
-> Utilizado para caso de partilha amigável de herdeiros capazes ou para a hipótese de adjudicação quando exista só um herdeiro.
-> Inicia-se por petição inicial, em que os herdeiros, independentemente de qualquer termo:
i) requererão ao juiz a nomeação do inventariante que designarem;
ii) declararão os títulos dos herdeiros e os bens do espólio;
iii) atribuirão o valor dos bens do espólio, para fins de partilha.
-> Nomeado o inventariante, cumpre-lhe apresentar o plano de partilha ou o pedido de adjudicação.
-> Não há avaliação dos bens, sendo vedada a discussão sobre lançamento, pagamento e quitação de taxas judiciárias e tributos, portanto não havendo a participação da Fazenda Pública.
b. Comum
-> Empregado para as duas hipóteses em que o valor da herança não supere o montante de mil salários mínimos.
-> A petição inicial será apresentada da mesma forma como no arrolamento sumário.
-> Nomeado o inventariante, cabe a ele, independentemente de compromisso, apresentar as primeiras declarações, no prazo de 20 dias.
-> A Fazenda Pública não faz parte do processo, porém a ação depende da comprovação do recolhimento dos valores devidos ao Fisco.
-> Poderão os interessados manifestar-se sobre o valor atribuído pelo inventariante aos bens no prazo comum de 10 dias. Caso haja impugnação, será determinado avaliador que oferecerá laudo em 10 dias.
-> Apresentado o laudo, intimará o juiz as partes para comparecerem à audiência, na qual será deliberado sobre todas as reclamações havidas e, se existirem, sobre o pagamento das dívidas do espólio.
-> Provada a quitação dos tributos, o juiz decidirá sobre a partilha, expedindo, depois do trânsito em julgado da ação, o formal e os alvarás necessários.
4. Sobrepartilha
-> Corresponde à nova partilha realizada depois da conclusão da primeira. Sujeitam-se à ela os bens:
a. sonegados;
b. da herança descobertos após a partilha;
c. litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;
d. situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.
-> Ingressam nesse procedimento todos os bens que obstruiriam o rápido andamento do inventário, por sua litigiosidade ou dificuldade em sua avaliação e descrição.
-> Também estão sujeitos à sobrepartilha os bens reservados sempre que, depois da ação própria por este ajuizada, for ele derrotado, demonstrando que a reserva era desnecessária. 
EMBARGOS DE TERCEIRO
1. Conceito
É possível que um processo acabe por atingir pessoas que não poderiam ser prejudicadas pela decisão judicial. Porque essas pessoas não são partes ou terceiros interessados para o processo em que foi proferida a decisão que as atinge, não é admissível que venham manifestar-se naquele feito. A lei, portanto, lhes confere um instrumento próprio, habilitando-as a mover uma ação “contra o processo” de onde provém a decisão judicial que os atinge, afim de verem protegidos os seus interesses e liberados os seus bens. Embora a medida seja muito empregada em fase de execução, ela é admissível sempre que se esteja diante de situação em que haja constrição judicial de bens de terceiros que se entenda indevida.
2. Natureza
Ação própria, mesmo quando se ligam ao processo de execução. Possui nítido caráter acessório, porque só existem e se justificam diante de uma outra demanda anterior. 
3. Cabimento
A proteção se dá sobre a posse de bem, mas pode ser postulada por quem seja possuidor (apenas) ou também pelo proprietário-possuidor. Admite-se o emprego dos embargos de terceiro, entre outros casos, para:a. a proteção meação ou da posse dos bens próprios dos cônjuges, quando seus bens não respondam por obrigação assumida pelo outro;
b. a proteção dos interesses do terceiro adquirente de bem cuja constrição se dê em razão do reconhecimento de fraude à execução;
c. a proteção dos interesses daquele que tem seu patrimônio atingido por força de desconsideração da personalidade jurídica, se ele não fez parte do incidente correspondente;
d. para que o credor com garantia real possa impedir a expropriação do bem objeto da garantia, se ele não for intimado, previamente, do ato expropiatório.
4. Legitimidade
Podem ser ajuizados por qualquer pessoa que ostente a condição de terceiro em relação à demanda de onde provém a decisão judicial que ordena a constrição do bem. Pode também opor essa ação o cônjuge ou companheiro do executado, quando busca defender a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação. No polo passivo, deverá assumir a condição de réu a parte beneficiária da decisão judicial guerreada. 
5. Prazo
a. Fase de conhecimento — iniciada a fase de cumprimento de sentença. Neste caso, pode ser ajuizada a qualquer momento antes do trânsito em julgado.
b. Fase de execução — 5 dias depois da arrematação, da adjudicação ou da remição dos bens. Em doutrina, considera-se que os embargos de terceiro podem ser opostos depois do prazo, sem, todavia, que possam nesse caso gerar suspensão do processo principal. Isto porque nem sempre é fácil ao terceiro perceber a existência da constrição judicial. Parece mais razoável concluir que, não ajuizada no prazo, perde-se o direito a postular a suspensão da ação principal, mas não de discutir a constrição tida como ilegítima.
6. Competência
Será ajuízada por dependência, perante o mesmo juízo que ordenou a apreensão do bem. 
7. Procedimento
a. Petição inicial — prova sumária de sua posse ou do domínio e a condição de terceiro.
b. Distribuição por dependência ao juízo da sentença
c. Audiência preliminar — no caso do terceiro não conseguir demonstrar a sua posse, com ou sem presença do réu.
d. Decisão — caso se convença na audiência preliminar do domínio do terceiro, determinará, liminarmente:
i) sustação da medida de constrição verificada, o que eventualmente gerará a suspensão integral do processo em que a constrição foi determinada, no caso de embargos totais;
ii) em caso de embargos parciais, o impedimento do prosseguimento do processo principal no que tange aos bens afetados, de modo que esse feito somente poderá prosseguirem relação aos bens não discutidos;
iii) se essa providência tiver sido requerida na inicial, a expedição de ordem de manutenção ou reintegração na posse, em favor do embargantes, podendo, ainda, condicionar a entrega dos bens à prestação de caução suficiente para reparar todos os prejuízos advindos dessa posse provisória, para eventualidade de improcedência final.
-> Desta decisão basta apenas a aparência da posse de terceiro.
e. Prosseguimento do feito no rito comum
AÇÃO MONITÓRIA
1. Conceito 
Pode ser usada por quem tem prova escrita, sem eficácia executiva do seu crédito e pretende obter soma em dinheiro, entrega de dois ou prestação de fazer ou não fazer. 
2. Cabimento 
Para ajuizar, é necessário que a parte possua prova escrita da obrigação sem eficácia de título executivo. A ausência da prova inviabiliza este rito especial.
3. Legitimidade
Pode propor a ação qualquer pessoa que se pretenda titular de uma prestação. É admissível em face de quem se supõe ser o devedor da prestação. 
4. Prova escrita
O objetivo da ação monitória é permitir, ao credor, um acesso mais rápido à execução forçada, o que somente ocorrerá se o devedor não apresentar embargos ao mandado. Quando exige-se apenas prova escrita como requisito da ação, considera-se apenas o que o devedor, diante de tal prova, poderá não apresentar embargos, permitindo ao credor um acesso mais rápido à execução. Não é prova que deve demonstrar, por si só, o fato constitutivo dod direito afirmado pelo autor. A prova escrita relaciona-se apenas a um juízo de probabilidade. Qualquer escrito particular, ainda que não reconhecido, constitui prova escrita. Também constituem prova escrita: cheque prescrito, duplicata sem aceite e o extrato autêntico dos escritos contábeis.
5. Competência
A ação será proposta no foro do lugar onde deva ser cumprida a obrigação ou no domicílio do réu ou, ainda, no foro de eleição, caso haja.
6. Procedimento
a. Petição inicial — prova escrita.
b. Mandado monitório — sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução da obrigação de fazer ou não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento.
c. Citação — caso haja cumprimento, o réu ficará isento de honorários de sucumbência e verbas. No caso de não haver cumprimento, o mandado é convertido em título executivo judicial. 
d. Resposta do réu — possibilidades:
i) atender à ordem, hipótese em que ficará isento do pagamento de custas e arcará com honorários reduzidos;
ii) permanecer inerte, quando será constituído o título executivo judicial;
iii) apresentar embargos, caso em que a demanda se converterá em procedimento de cognição plena e exauriente para se discutir o direito alegado. 
7. Embargos à monitória 
O mandado monitório será sua eficácia suspensa diante da apresentação dos embargos. Na verdade, a admissão dos embargos impede que o processo caminhe para a fase de execução. Por isso, pode-se dizer que o processo monitório possui dupla face: i) até a expedição do mandado — cognição sumária; ii) até a sentença dos embargos — cognição exauriente.
-> Após a oposição de embargos, intima-se o autor para responder deles no prazo de 15 dias.
-> Decisão (que pode ser apelada).
8. Ação contra a Fazenda Pública
O prazo oferecido para a FP é em dobro. Caso não oposto embargos, a decisão que concedeu o mandado monitório, antes de tornar-se definitiva, exige sujeição a reexame necessário. Do mesmo modo, caso sejam julgados improcedentes os embargos à monitória oferecidos pela FP, haverá a sujeição à reexame necessário.
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS
1. Conceito
Demarcação é uma operação que se assinala a linha divisória entre dois prédios com a finalidade de torná-la visível. Demarcar significa fixar marcos. A ação demarcatória visa fazer cessar a confusão de limites entre imóveis confinantes, seja fixando novos limites para cada um, seja aviventando os limites existentes, mas que se encontram apagados.
2. Legitimidade
Tem legitimidade ativa o proprietário, de modo que a ação deverá ser instruída com a certidão de propriedade. O condômino, o enfiteuta e o nu-proprietário também são legitimados, assim como o promissário comprador, com contrato sem cláusula de arrependimento.
3. Cabimento
Art. 569. Cabe: 
I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados;
 II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões.
4. Competência
Tem-se que as ações de divisão e demarcação de terras só poderão ser processadas e julgadas no foro de situação da coisa, não se admitindo modificação de juízo, pois cuida-se de regra de competência absoluta.
6. Legitimidade
Apenas o proprietário está legitimado a postular a demarcação de seu terreno. Aquele que tiver apenas a posse não poderá pleiteá-lo. Em situação de condomínio, qualquer dos titulares será parte legítima para ajuizar a demarcação do imóvel que lhes é comum, citando-se os demais na condição de litisconsortes, havendo, pois, um litisconsórcio ativo necessário. No polo passivo figurarão os confinantes. A necessidade de citação dos demais condôminos é evidente, pois todos sofrerão os efeitos da sentença. Na ação de divisão, o condômino é o legitimado ativo, enquanto os demais condôminos serão necessariamente os réus, integrando o polo passivo da demanda.
7. Ação demarcatóriaa. Petição inicial — erá instruída com os títulos de propriedade, designando-se o imóvel pela situação e pela denominação, descrevendo-se os limites por constituir, aviventar ou renovar, além do que também deverá nomear todos os confinantes da linha demarcanda.
b. Citação — A citação dos réus será feita por correio, observando o disposto no art. 247”. O art. 247, por sua vez, excetua a citação por correio quando: nas ações de estado; quando o citando for incapaz; quando o citando for pessoa de direito público; quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; quando o autor, justificadamente, requerer a citação de outra forma, que não por correio.
c. Resposta dos réus — Realizadas as citações, o prazo para que os réus apresentem contestação será comum, de 15 (quinze) dias. Findo tal prazo, observar-se-á o procedimento comum.
d. Nomeação de peritos — Antes de prolatar a sentença, o juiz deverá nomear um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. Concluídos tais estudos, os peritos apresentarão minucioso laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem.
e. Sentença — A sentença que julgar procedente o pedido de demarcação de terras determinará o traçado da linha demarcanda, e, ainda, a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos. Após o trânsito em julgado da sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários, operações que serão, obrigatoriamente, consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, a qualquer tempo, dos pontos assinalados. 
f. Manifestação — Juntado aos autos o relatório dos peritos, que deverá ser confeccionado na forma dos arts. 583/585 do NCPC, o juiz determinará que as partes sobre ele se manifestem no prazo comum de 15 (quinze) dias, lavrando-se, em seguida, o auto de demarcação em que os limites demarcados serão descritos de acordo com o memorial e a planta. Por fim, assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da demarcação. 
8. Ação divisória
a. Conceito
Ação que compete ao condômino para compelir os demais condôminos a promover a partilha da coisa indivisa. Qualquer condômino poderá requerer, a todo tempo, a divisão da coisa comum, embora possam todos concordar na indivisão pelo prazo de cinco anos. 
O procedimento compreende, na verdade, duas fases: 
i) contenciosa — que precede a operação material da partilha, que admite toda e qualquer discussão em torno da pretensão divisória e dos direitos que a informam. 
ii) executiva — em que se realizam os atos técnicos e objetivos da partilha material da coisa comum. 
b. Procedimento
i) petição inicial — será instruída com os títulos de domínio do promovente, e conterá: a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as características do imóvel.
ii) citação — as citações serão realizadas tal como a ação de demarcação, ou seja, por edital. Todo o restante do procedimento de divisão, até a prolação da sentença, será igual ao da demarcação, com prazos idênticos de resposta.
iii) trânsito em julgado — depois do trânsito em julgado da sentença, iniciam-se os trabalhos de efetiva divisão.
AÇÃO DE FAMÍLIA
1. Conceito
Aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. 
2. Procedimento
a. Petição inicial
b. Citação — O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo. Ocorrerá com antecedência mínima de 15 dias da data designada, pessoalmente.
c. Audiência — Quando houver acordo entre as partes o Ministério Público deverá ser comunicado para que não haja lesão ao direito das partes.
d. Contestação — não havendo acordo a parte requerida terá o prazo de 15 dias para contestar iniciando se no dia subseqüente a audiência. O termo inicial será a data da audiência quando não houver autocomposição. 
3. Divórcio
a. Consensual — poderá ser realizado em cartório, sem necessidade de homologação judicial, desde que as partes não tenham filhos incapazes e não havendo nascituro. 
-> A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: 
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; 
II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; 
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e 
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
b. Litigioso — poderá ser requerida por qualquer dos cônjuges, quando imputar ao outro, conduta desonrosa ou qualquer ato que torne insuportável a vida em comum. É possível que a parte contrária reconvir no prazo da contestação. O foro competente para ação de separação judicial é a do domicilio do guardião de filhos incapazes; do ultimo domicilio do casal, caso não haja filhos incapazes; do domicilio do réu, se nenhuma das partes residirem no antigo domicílio do casal. 
4. União estável
O antigo NCPC não tinha procedimento especifico para as ações de união estável. O reconhecimento ou extinção se davam via ação declaratória. Agora estas ações foram incluídas na parte de família do novo Código de Processo Civil. 
-> Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
5. Guarda
É cediço que o poder familiar é inerente aos pais enquanto os filhos forem menores de idade. Não havendo concordância entre os genitores quanto a guarda, lhes é assegurado o direito de ver seu litígio decidido judicialmente. Qualquer dos genitores poderá ingressar com ação de guarda. Quando for consensual o termo será homologado pelo juiz.
a. unilateral — atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua.
b. compartilhada — responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivem sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
6. Alimentos
No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. Na ocasião poderá o devedor realizar o pagamento, comprovar o pagamento ou justificar no mesmo prazo a impossibilidade de fazê-lo. Se os prazos foram respeitados pelo requerido o juiz não poderá decretar a prisão, antes de decidir sobre a justificativa apresentada, tendo na ocasião ouvido a parte contrária e o representante do MP. Quando houver recusa da justificativa por parte do juiz, será determinado o protesto da dívida e expedido o mandado de prisão civil pelo prazo de um a três meses (art. 517 NCPC). Ressalta-se que o cumprimento da pena não exime a obrigação de pagar do devedor. Sendo empregado o executado, poderá a parte exeqüente requerer o desconto em folha, não ultrapassando a 50% do rendimento liquido
OPOSIÇÃO
-> Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
-> Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitosexigidos para propositura da ação. Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
-> Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
-> Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. 
-> Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.
HABILITAÇÃO 
-> Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo. 
-> Art. 688. A habilitação pode ser requerida: I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido; II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte. 
-> Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo. Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador constituído nos autos. 
-> Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que determinará que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução. 
-> Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos.
HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL 
-> Art. 703. Tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o credor, ato contínuo, a homologação. 
§ 1o Na petição inicial, instruída com o contrato de locação ou a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos retidos, o credor pedirá a citação do devedor para pagar ou contestar na audiência preliminar que for designada. 
§ 2o A homologação do penhor legal poderá ser promovida pela via extrajudicial mediante requerimento, que conterá os requisitos previstos no § 1o deste artigo, do credor a notário de sua livre escolha. 
§ 3o Recebido o requerimento, o notário promoverá a notificação extrajudicial do devedor para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar o débito ou impugnar sua cobrança, alegando por escrito uma das causas previstas no art. 704, hipótese em que o procedimento será encaminhado ao juízo competente para decisão. 
§ 4o Transcorrido o prazo sem manifestação do devedor, o notário formalizará a homologação do penhor legal por escritura pública. 
-> Art. 704. A defesa só pode consistir em: 
I - nulidade do processo; 
II - extinção da obrigação; 
III - não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não estarem os bens sujeitos a penhor legal; 
IV - alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada pelo credor. 
-> Art. 705. A partir da audiência preliminar, observar-se-á o procedimento comum. 
-> Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal, consolidar-se-á a posse do autor sobre o objeto. 
§ 1o Negada a homologação, o objeto será entregue ao réu, ressalvado ao autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento comum, salvo se acolhida a alegação de extinção da obrigação. 
§ 2o Contra a sentença caberá apelação, e, na pendência de recurso, poderá o relator ordenar que a coisa permaneça depositada ou em poder do autor.
REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA 
-> Art. 707. Quando inexistir consenso acerca da nomeação de um regulador de avarias, o juiz de direito da comarca do primeiro porto onde o navio houver chegado, provocado por qualquer parte interessada, nomeará um de notório conhecimento. 
-> Art. 708. O regulador declarará justificadamente se os danos são passíveis de rateio na forma de avaria grossa e exigirá das partes envolvidas a apresentação de garantias idôneas para que possam ser liberadas as cargas aos consignatários. 
§ 1o A parte que não concordar com o regulador quanto à declaração de abertura da avaria grossa deverá justificar suas razões ao juiz, que decidirá no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 2o Se o consignatário não apresentar garantia idônea a critério do regulador, este fixará o valor da contribuição provisória com base nos fatos narrados e nos documentos que instruírem a petição inicial, que deverá ser caucionado sob a forma de depósito judicial ou de garantia bancária. 
§ 3o Recusando-se o consignatário a prestar caução, o regulador requererá ao juiz a alienação judicial de sua carga na forma dos arts. 879 a 903. 
§ 4o É permitido o levantamento, por alvará, das quantias necessárias ao pagamento das despesas da alienação a serem arcadas pelo consignatário, mantendo-se o saldo remanescente em depósito judicial até o encerramento da regulação. 
-> Art. 709. As partes deverão apresentar nos autos os documentos necessários à regulação da avaria grossa em prazo razoável a ser fixado pelo regulador. 
-> Art. 710. O regulador apresentará o regulamento da avaria grossa no prazo de até 12 (doze) meses, contado da data da entrega dos documentos nos autos pelas partes, podendo o prazo ser estendido a critério do juiz. 
§ 1o Oferecido o regulamento da avaria grossa, dele terão vista as partes pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, e, não havendo impugnação, o regulamento será homologado por sentença. 
§ 2o Havendo impugnação ao regulamento, o juiz decidirá no prazo de 10 (dez) dias, após a oitiva do regulador. 
-> Art. 711. Aplicam-se ao regulador de avarias os arts. 156 a 158, no que couber.
RESTAURAÇÃO DE AUTOS 
-> Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo. 
-> Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo:
I - certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório por onde haja corrido o processo; 
II - cópia das peças que tenha em seu poder; 
III - qualquer outro documento que facilite a restauração. 
-> Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder. 
§ 1o Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo desaparecido. 
§ 2o Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-se-á o procedimento comum. 
-> Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las. 
§ 1o Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de impossibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a requerimento. 
§ 2o Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sempre que possível pelo mesmo perito. 
§ 3o Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova. 
§ 4o Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de depor como testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido. 
§ 5o Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da original. 
-> Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos. 
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sendo-lhes apensadosos autos da restauração. 
-> Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o processo de restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do processo. 
§ 1o A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele realizados. 
§ 2o Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e proceder-se-á ao julgamento. 
-> Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
1. Conceito
É uma exceção à regra da jurisdição contenciosa. Trata-se de uma atividade estatal de integração e fiscalização, isto é, busca-se do Poder judiciário a integração da vontade, para torná-la apta a produzir determinada situação jurídica
2. Características
a. Obrigatoriedade – o que se nota na maioria das demandas de jurisdição voluntária é a obrigatoriedade, exigindo-se das partes a intervenção do Poder Judiciário para que obtenham o bem da vida pretendido. É decorrência exclusiva da previsão legal, significando uma opção do legislador de condicionar o efeito jurídico de determinadas relações jurídicas. Atualmente as partes poderão optar por obter o inventário, a partilha, separação e divórcio perante o cartório de registro civil de pessoas naturais ou o Poder Judiciário.
b. Inquisitoriedade – maior carga de inquisitoriedade dada ao juiz na formação, conduta e decisão da demanda. Exemplo: o juiz poderá dar início de ofício a determinadas de jurisdição voluntária, afastando-se o rigorismo do princípio da demanda (inércia da jurisdição); maiores poderes instrutórios ao juiz, que poderá produzir provas mesmo contra a vontade das partes; o juiz poderá decidir contra a vontade de ambas as partes; o juiz pode julgar utilizando-se de juízo de equidade.
3. Juizo de equidade
O juiz não é obrigado a observar o critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso concreto a solução que reputar mais conveniente ou oportuna. Esta previsão afasta o princípio da legalidade, permitindo que o juiz resolva inclusive contra a letra de lei, desde que entenda a sua decisão mais oportuna e conveniente.
4. Participação do Ministério Público
A participação do Ministério Público não é obrigatória, dependendo do caso concreto.
5. Inexistência do caráter substitutivo
Não há caráter substitutivo, considerando-se que o juiz não substitui a vontade das partes pela vontade da lei quando profere sua decisão, tão somente integrando o acordo de vontade entre as partes para que possa gerar seus regulares efeitos jurídicos.
6. Inexistência de aplicação do direito no caso concreto
Na jurisdição voluntária não há propriamente a aplicação do direito material ao caso concreto para resolver um conflito, até mesmo porque esse conflito não existe. A sentença proferida pelo juiz apenas integra juridicamente o acordo de vontades das partes, homologando-o, autorizando-o ou aprovando-o, o que permitem sejam produzidos os efeitos jurídicos previstos em lei e pretendidos pelas partes.
7. Ausência da lide
Não existe, na jurisdição voluntária, um conflito entre as partes, porque as vontades são convergentes. Ambas as partes pretendem obter o mesmo bem da vida; têm a mesma pretensão, mas precisam da intervenção do Poder Judiciário para que esse acordo de vontades produza os efeitos jurídicos almejados. Sem esse conflito de interesses não há lide. A jurisdição voluntária, portanto, mais do que afastar a lide, não a utiliza como condição de sua atuação, significando dizer que, havendo ou não a lide, existirá a necessidade de atuação judicial por meio da jurisdição voluntária.
8. Partes
Na jurisdição voluntária não há partes, somente interessados, porque nela só existem sujeitos, que pretendem obter um mesmo bem da vida e, portanto, não estão em situação antagônica da demanda judicial.

Continue navegando