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CADERNO DE DIREITO DO CONSUMIDOR - 7º PERÍODO

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30/07/2012
DIREITO DO CONSUMIDOR
Prof.ª Maristela Denise Marques de Souza
PROVAS: 
03/09/2012 
E
19/11/2012
Prova subjetiva com consulta a legislação; Haverá uma 3ª prova facultativa para recuperar, sendo esta cumulativa, objetiva s/ consulta.
* Até 9 faltas
BIBLIOGRAFICA BÁSICA:
Rizzato Nunes, Editora Saraiva – Curso de Direito do Consumidor
Claudia Lima
Antonio Carlos Zefi
CONTEÚDO DE ESTUDO DO SEMESTRE:�
PRINCÍPIOS – Art. 4º CDC
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR - Art. 6º CDC
ELEMENTOS
SUJEITOS:
CONSUMIDOR
FORNECEDOR
OBJETOS:
PRODUTOS
SERVIÇOS
FATO PROPULSOR:
CONTRATUAIS
EXTRACONTRATUAIS
TEORIAS (CONSUMIDOR):
FINALISTA
MAXIMALISTA
FINALISTA APROFUNDADA
TIPOLOGIA DAS IMPERFEIÇÕES -> RESPONSABILIDADE CIVIL DO FORNECEDOR
QUALIDADE
VÍCIO
DEFEITO
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO:
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:
PRÁTICAS COMERCIAIS
OFERTA
PUBLICIDADE
PRÁTICAS ABUSIVAS
COBRANÇA DE DÍVIDAS
BANCO DE DADOS E CADASTRO DE CONSUMIDORES
CONTRATOS DE CONSUMO:
CLÁUSULAS ABUSIVAS
CONTRATOS BANCÁRIOS, DE FINANCIAMENTO, DE SEGURO, DE PLANO DE SAÚDE, DE CONSÓRCIO.
REVISÃO DOS CONTRATOS.
SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS�
HISTÓRICO:
        Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
O direito do consumidor originou-se da economia. Antes do Código de Defesa do Consumidor tínhamos o Código de 1916, que tratava o consumidor como cliente, como freguês. Mesmo antes da Constituição Federal, a ONU, em 1962, passou a definir quais seriam os direitos e garantias dos consumidores. 
O Código de 1916 era extremamente patrimonialista, nem tinha o que se dizer em direito do consumidor. Mesmo antes da Constituição Federal de 1988, já tínhamos o anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor, que foi analisado desde 1985. Neste ano, os autores do anteprojeto se reuniram e passaram a elaborar aquilo que era pra ser uma cartilha de defesa do consumidor. Com a Constituição Federal de 1988 que o direito do consumidor foi elegido à condição de direito fundamental.
Em 1990 que a Lei 8.078 surgiu como matéria de ordem pública (são cogentes; imperativas; não derrogáveis pelas partes); e como matéria de interesse social, pois as relações de consumo são coletivas, sendo também que a defesa das ações em juízo não se dá exclusivamente por defesa individual. Ela se dá através da defesa individual, mas com possibilidade de ações coletivas, defendendo direitos difusos.
Ações coletivas – interesse da coletividade.
Os EUA publicaram uma Carta com os direitos dos consumidores em 1962, e o Brasil só a recepcionou em 1990. 
Em 1985, com o anteprojeto do CDC, já se falava em “consumidor” no Brasil na Lei de Ação Civil Pública, possuindo proteção no CC/16, como fregueses e clientes, e somente o comerciante era o fornecedor.
A CF/88, no seu art. 5º, diz que é direito fundamental do brasileiro a “proteção do consumidor”, e no seu art. 170, sobre a ordem econômica, diz que o direito do consumidor é ordem principiológica.
E os ADTC regula que em 180 dias fossem regulados os direitos do consumidor.
A LEI 8.078/90, que é o CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, embasa-se na CF/88.
06/08/2012
O Código trata de matérias de interesse social e de ordem pública, ou seja, as normas do CDC se impõe entre as partes. As partes não podem renunciar aos direitos impostos no CDC, sob pena de nulidade.
Tudo que está definido como Direito do Consumidor pode ser conhecido de ofício pelo juiz, inclusive os direitos básicos do Art. 6º.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Assim, o Estado deve promover políticas públicas para implementar alguns serviços essenciais para a população brasileira, tais políticas também servindo para a defesa do consumidor.
O art. 4º CDC traz os princípios norteadores do CDC
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade (está no CDC quando se preocupa em recuperar o crédito dos superendividados), saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: 
	
DIGNIDADE E BOA-FÉ: está na CF e no caput do art. 4º do CDC. Quando se fala em transparência, se fala em uma relação pautada na boa-fé, sendo um dever de conduta tanto do lado do consumidor quando do fornecedor. 
	“Tanto o fornecedor tem que agir em todas as fases de relação de consumo com boa-fé, como o consumidor também. Um exemplo é a banalização do dano moral na relação de consumo, onde se ofende o princípio da boa-fé.”
	
A Dignidade da pessoa humana, e do consumidor, é garantia fundamental que ilumina todos os demais princípios e normas e que, então, a ela devem respeito, dentro do sistema constitucional brasileiro. A dignidade garantida no art. 4º, caput, do CDC está ligada àquela maior, estampada no texto constitucional. 
VULNERABILIDADE: 
“I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;”
A sociedade de consumo formada pelo detentor dos produtos, que é o produtor., que tem a finalidade de lucro, este produtor devendo respeitar a parte fragilizada, que é o agente econômico: o consumidor, que retira o produto como destinatário final. Aqui se reconhece a vulnerabilidade do consumidor diante do fornecedor.
Todo consumidor é vulnerável, pois existe um desequilíbrio na relação de consumo. O fornecedor é o detentor do poder econômico, sendo o consumidor aquele que retira do mercado de consumo, produtos ou serviços como destinatário final. 
A hipossuficiência não se confunde com vulnerabilidade, pois aquela é um critério para o juiz analisar a possibilidade da inversão do ônus da prova. A inversão do ônus da prova é quando o consumidor não tem condições de provar o que está alegando, devido à sua fraqueza diante do fornecedor. 
O consumir é vulnerável na relação de consumo, e não hipossuficiente. Todo consumidor é vulnerável, mas nem todo consumidor é hipossuficiente, se este tiver condições de produzir provas.
O Art. 6º, VIII diz: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências
A vulnerabilidade pode ser técnica, jurídica, econômica ou fática. São formas de vulnerabilidade. Identificada uma delas, o juiz verificará e inverterá o ônus da prova.
LIBERDADE DE ESCOLHA
	O consumidor deve ter a opção de escolha entre os serviços e produtos, ou mais, a possibilidade de escolha entre os direitos dados pelo legislador. 
Exemplo: no vicio do produto, o consumidor tem o direito de que este vício seja sanado no prazo de 30 dias; no entanto, se não for resolvido, abre-se a livre escolha do consumidor três opções: abatimento proporcional do preço, outro produto sem vicio, ou a devolução da quantia efetivamente paga. Aqui entra o “princípio da liberdade de escolha”, pois não é o fornecedor que escolhe, mas sim o consumidor.
Art. 35 – oferta. A oferta em relação ao CDC tem um regime jurídico vinculante, pois a partir do momento que o fornecedor oferta, tem que cumprir conforme o anunciado. Quando o fornecedor não cumpre os termos da oferta, o consumidor pode escolher qual alternativa do art. 35 se adequaria a sua necessidade e interesse.
INTERVENÇÃO ESTATAL
O modelo intervencionista do Estado é um modelo que há tempos atrás não se falava. O direito do consumidor é misto: tem natureza privada e natureza pública. O Estado pode intervir mesmo quando o consumidor não o provoca, através das “Agências Reguladoras”, por exemplo, e taisagências irão intervir nos serviços de consumo.
“Como o código é de ordem pública e interesse social, o Estado irá intervir nas relações de consumo. O Estado está presente quando cria varas de direito do consumidor, o Procon, Ministério Público etc. Hoje o Estado está falhando com relação aos contratos, como por exemplo os contratos de adesão, onde o consumidor não tem escolha. Aqui deveria se atender os princípios da PRECAUÇÃO, PREVENÇÃO. Seria muito melhor evitar o dano, ao invés de indenizá-lo depois de ocorrido.”
	
        II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
        a) por iniciativa direta;
        b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
        c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
        d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
IGUALDADE
	Tanto formal quanto material, que tem por objetivo reequilibrar tais relações de consumo.É o equilíbrio de se estabelecer as regras de um contrato, por exemplo. É uma igualdade de tratamento que se busca.
INFORMAÇÃO
	O tempo inteiro o consumidor é bombardeado por informações. Toda informação dirigida ao consumidor, seja em qualquer fase, na publicidade, no contrato, devem conter este princípio. Tal princípio da informação existe na embalagem de um produto no supermercado, por exemplo. Tal princípio se desdobra nos seguintes:
VERACIDADE: as informações devem trazer toda a verdade sobre o produto.
TRANSPARÊNCIA: toda informação, principalmente ao consumidor, deve ser clara e destacada.
CONFIANÇA E SEGURANÇA
	Quando o consumidor escolhe uma marca ou um prestador de serviço, leva em conta a credibilidade e confiança do fornecedor. Assim, o fornecedor deve dar subsídios de qualidade, bom atendimento ao consumidor. Normalmente se faz este controle através do SAC. Confiança e segurança caminham juntas, uma vez que quando se tem confiança, se sente seguro.
EDUCAÇÃO
Tanto em relação com a educação formal ou informal. Na legislação atual do Paraná, há uma disposição que se dedique pelo menos em algum período do ano letivo uma aula destinada à educação no consumo. A educação informal se dá pelas associações civis, onde fazem cartilhas, formas de ensinar em relação ao consumo.
ADEQUAÇÃO E CONTINUIDADE
	Está relacionado no CDC com os serviços públicos contínuos que não podem ser interrompidos devido à sua essencialidade. Estes serviços devem ser adequados e aos essenciais, contínuos.Os serviços públicos tratados no CDC são aqueles que podem ser individualizados, como água, energia elétrica, telefonia. O INSS por exemplo, é um serviço coletivo, não podendo ser regulado pelo Código de Defesa do Consumidor. Estes serviços públicos são transferidos ao particular, através de concessão e permissão. As concessionárias de serviço público cobram tarifas, uma espécie de tributo. 
A partir do momento que se pode individualizar um serviço público (serviço público uti singuli), e este recebe um preço para ser prestado, ele passa a ser tutelado pelo CDC. Exemplo: água, telefonia, energia, etc.
Já os que são distribuídos à população, sem cobrança, não são abrangidos pelo CDC. Exemplo: INSS, IPTU, SUS, etc.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código
==XX==
	Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:  
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
por iniciativa direta;
por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
pela presença do Estado no mercado de consumo;
pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
================================================================================
13/08/2012
	ART. 5º - INSTRUMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
    
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
        I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente; - o acesso à justiça é um direito básico do consumidor; Hoje a defensoria publica também é destinada para defender os interesses do consumidor em juízo, tanto de forma individual como coletiva.
        II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; 
        III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;- as delegacias especializadas funcionam, mas apenas em horário comercial.
        IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; - o pioneiro nessas varas especializadas (juizado especial) foi realizado no aeroporto internacional de São Paulo, e qualquer problema é resolvido na hora.	
        V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
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CONSUMIDOR
	Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
	Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
	Para melhor elucidar a definição de consumidor, é mais adequado analisar o caput do art. 2º, que é exatamente o que apresenta maior oportunidades de problemas, especialmente pelo uso do termo “destinatário final”.
	A definição de consumidor começa no individual, mais concreto (art. 2º, caput) , e termina no geral, mais abstrato (art. 29). O art. 2º aponta para aquele consumidor rela que adquire concretamente um produto ou serviço, e o art. 29 indica o consumidor do tipo ideal, um ente abstrato, uma espécie de conceito difuso, na medida em que a norma fala da potencialidade, do consumidor que presumivelmente exista, ainda que possa não ser determinado.
	Assim,consumidor é a pessoa física (natural) e também a pessoa jurídica. Quanto a esta última, como a norma não faz distinção, trata-se de toda e qualquer pessoa jurídica, quer seja uma microempresa ou multinacional, pessoa jurídica civil ou comercial, associação, fundação, etc.
	A lei emprega o verbo “adquirir”, que não se trata apenas de adquirir, mas também de utilizar o produto ou o serviço, ainda que quem o utiliza não o tenha adquirido. Assim, a norma define como consumidor é tanto quem efetivamente adquire (obtém) o produto ou o serviço como aquele que, não o tendo adquirido, utiliza-o ou o consome.
	A norma fala em “destinatário final”, assim, se alguém adquire um produto não como destinatário final, mas como intermediário num ciclo de produção, não será considerado consumidor. O destinatário final é quem adquire o produto ou serviço como destinatário final, mas que usará tal bem como típico de produção.
PADRÃO: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
COLETIVO: o parágrafo único do art. 2º amplia a definição de consumidor, equiparando a ele a coletividade de pessoas, mesmo que não possam ser identificadas e desde que tenham, de alguma maneira, participado da relação de consumo. Assim, tal norma pretende garantir à coletividade de pessoas que possam ser afetadas pela relação de consumo.
Assim, permite-se o enquadramento de universalidade ou conjunto de pessoas, mesmo que não se constituam em pessoa jurídica. Por exemplo, a massa falida pode figurar na relação de consumo como consumidora ao adquirir produtos, ou, então, o condomínio, quando contrata serviços.
É essa regra que dá legitimidade para a propositura de ações coletivas para a defesa dos direitos coletivos e difusos.
Art. 2º - Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
EQUIPARADO: o art. 17 deixa patente a equiparação do consumidor às vitimas do acidente de consumo que, mesmo não tendo sido ainda consumidoras diretas, foram atingidas pelo evento danoso. 
Assim, por exemplo, na queda de um avião, todos os passageiros (consumidores do serviço) são atingidos pelo evento danoso (acidente de consumo) originado no fato do serviço da prestação do transporte aéreo. Se o avião cai em área residencial, atingindo a integridade física ou o patrimônio de outras pessoas (que não tinham participado da relação de consumo) estas são, então, equiparadas ao consumidor, recebendo todas as garantias legais instituídas no CDC
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as 	vítimas do evento.
	
DIREITOS BÁSICOS (essenciais) DO CONSUMIDOR
Art. 6º CDC
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
        I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
        II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
        III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
        IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
        V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
        VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
        VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
        VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
      X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
PRINCÍPIO “DA SEGURANÇA, DA VIDA, DA INTEGRIDADE 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
Está relacionado não só à qualidade de vida e saúde física do consumidor, mas também com questões de ordem emocional, saúde do crédito do consumidor, questões financeiras, e ao potencial dos produtos e servidos causarem males ao consumidor. Relacionado ao princípio da dignidade.
Estes terceiros passam a ser considerados como consumidores equiparados - art. 17º do CDC - todas as vitimas de um acidente de consumo são equiparados a consumidor, mesmo que não sejam o consumidor padrão. Exemplo: acidente aéreo.
Recapitulação do Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
EDUCAÇÃO DO CONSUMIDOR
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
Liberdade nas contratações é direito básico do consumidor, bem como educação formal ou informal sobre produtos e serviços e igualdade nas contratações.
Atrelada ao conhecimento, utiliza-se também o princípio da informação (III).
	INFORMAÇÃO SOBRE PRODUTOS E SERVIÇOS
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
O princípio da informação está diretamente relacionado à liberdade de escolha, pois o consumidor só compra o que certeza das características.
A informação deve ser o máximo possível e previamente clara e precisa, e quanto aos riscos necessariamente ostensiva.
O princípio da informação se desdobra na veracidade e transparência da informação.
        Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
        I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
        II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
        III - acréscimos legalmente previstos;
        IV - número e periodicidade das prestações;
        V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
PUBLICIDADE ABUSIVA E ENGANOSA E PRÁTICAS COMERCIAIS CONDENÁVEIS (PROTEÇÃO):	IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
Conceito e definição de Publicidade: art. 37.
A publicidade hoje é o nosso veículo de comunicação, é o que nos chama. Publicidade não se confunde com marketing. Marketing é uma ciência, que estuda o perfil do consumidor, estuda quem irá comprar aquele produto e utiliza de práticas comerciais ou também da publicidade. A publicidade é um mero instrumento do marketing. 
A publicidade não cria necessidades, o problema é que cria desejos.
As publicidades do art. 37 são publicidades ilícitas, e como tal sofrem as sanções do CDC.
        Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
        § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação decaráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
        § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
        § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
PRATICAS COMERCIAIS ABUSIVAS:
        Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas
        I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
        II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
        III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
        IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
        V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
        VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
        VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
        VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
        IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; 
        X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
        XI -  Dispositivo  incluído pela MPV  nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso  XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
        XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
         XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
        Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
CLÁUSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
O Art. 51 traz de forma exemplificativa quais são as cláusulas abusivas, não é taxativo também. É um direito básico do consumidor a revisão contratual, por onerosidade excessiva, prestações desproporcionais e também o pedido de nulidade não do contrato, mas nulidade absoluta da cláusula abusiva.
Há a possibilidade de REVISÃO CONTRATUAL por motivos diversos, por parte do consumidor:
Onerosidade excessiva
Prestações desproporcionais
Clausulas abusivas (nulidade da clausula)
O fornecedor também pode pedir revisão contratual por onerosidade excessiva, conforme §2º do art. 51 - § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
        Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
        I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
        II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;
        III - transfiram responsabilidades a terceiros;
        IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
        VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
        VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
        VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
        IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
        X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
        XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
        XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
        XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
        XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
        XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
        XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS
A precaução também está inserida no Direito do Consumidor, sendo esta prevenção não só individual, mas também coletiva.
	VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Tal qual a CF estabeleceu como direito fundamental a indenização para os danos morais, aqui também há a proteção do CDC em relação aos danos materiais e morais em relação às relações de consumo. Aqui entra o modelo intervencionista de Estado, quando este interfere nas relações privadas para proteger o consumidor.
Há aqui o “princípio da precaução”, precavendo-se de um futuro dano de um risco ao consumidor.
ACESSO À JUSTIÇA
O juizado especial não foi feito apenas para desafogar a justiça comum, mas se busca um acesso mais facilitado.
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Trata-se de um direito material do consumidor. Se torna efetivamente matéria processual a partir do momento que o juiz defere ou indefere a inversão. Pode ser conhecido de ofício, ainda e sem requerimento da parte.
O juiz irá analisar a verossimilhança dos fatos alegados, a quase certeza deste direito. Ou quando for o consumidor hipossuficiente.
		VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
A inversão do ônus da prova é um direito básico do consumidor, inda que não seja requerida pelo consumidor, podendo ser deferida de oficio
Na inversão do ônus da prova:
O juiz pode conhecer de oficio e independentemente de pedido daparte (aplicação direta do art. 1º - matéria de ordem pública);
O juiz deverá analisar se os fatos alegados são verossímeis ou hipossuficiência.
Qual o momento mais adequado para a inversão do ônus da prova.Muitos entendem que pode se dar em qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição. E outros acham que o mais tardar é antes da instrução.
PARTICIPAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS:
Inciso IX, foi vetado. Porém, hoje temos associações, muitos órgãos que fazem a defesa do consumidor. Não está somente nas mãos do Estado.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
Na prestação dos serviços públicos em que aplicamos o Código de Defesa do Consumidor, pois nem todos os serviços públicos são protegidos pelo CDC. São protegidos aqueles serviços públicos que podem ser individualizados, mediante o pagamento de tarifa, adequados e quanto aos essenciais contínuos. A remuneração é a característica principal da prestação de serviços, no caso dos serviços públicos, esta remuneração se dará através do preço público, denominado de tarifa. Nos outros impostos, são coletivos, não está individualizando a relação de consumo propriamente dita.
        X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Quando o CDC será aplicado nas relações com o Estado na prestação dos serviços públicos?
        Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
        Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
	Empreendimento – finalidade de lucro. O pode publico pode ter lucro na prestação do serviço público quando cobra um “preço público”, representado pela TARIFA. Essas tarifas são cobradas nos pedágios, ônibus público e privado, consumo de água, energia elétrica, telefone fixa e móvel, 
20/08/2012
TEORIAS PARA CARACTERIZAR O CONSUMIDOR
	TEORIA FINALISTA ou MONISTA: 
O CDC trata da figura do consumidor PF e PJ, embora no anteprojeto do código a PJ está afastada da tutela do consumidor. 
A Professora Claudia Lima Marques adotou esta teoria, que tem uma concepção de que o consumidor PJ ou PF somente pode receber a tutela do CDC se ele retirar do mercado de consumo produtos ou serviços e consumi-los como destinatário final, não reinserindo tal produto ou serviço novamente no mercado. 
	A PF retira o produto do mercado para consumo próprio ou de sua família, e mesmo que os filhos, por exemplo, não sejam que adquiriu os produtos no mercado, também são consumidores finais.
Da pessoa física irá atingir a família, as pessoas próximas da família; e quanto a pessoa jurídica, irá atingir a pessoa jurídica propriamente dita, não interferindo na atividade empresarial ou na atividade lucrativa da empresa.
	Exemplo: uma panificadora compra produtos de limpeza para higienização do local de trabalho. Tais produtos de limpeza que essa panificadora retira do mercado de consumo não irão retornar ao ciclo de vendas, assim, essa panificadora é o consumidor final.
Por esta teoria, não se equipara a consumidor, por exemplo, uma panificadora que compra farinha para fabricar os pães, pois não é destinatário final. Assim, não admite a aplicação dessa teoria para a PF ou PJ que adquire produtos ou serviços e os reinsere no mercado de consumo para adquirir lucro. 
	Exemplo: se a panificadora comprar trigo de um fornecedor e o transformar em um produto para ser comercializado terá finalidade de lucro, não se aplicando a teoria finalista em tal situação, pois não é considerada consumidora, pois tem finalidade de lucro.
	TEORIA MAXIMALISTA ou DUALISTA: 
Ainda que se adquiram produtos ou serviços no mercado de consumo e os reinsira como subproduto, mesmo com a finalidade de lucro, tem-se a defesa do CDC. 
	Exemplo: se a farinha vier contaminada diretamente do produtor a panificadora poderá reclamar pelo CDC pela teoria maximalista.
*** Para aplicar o CDC, deve-se analisar a VULNERABILIDADE, tanto da PJ ou PF. ***
	TEORIA FINALISTA APROFUNDADA ou MITIGADA: 
Aqui importa a proteção na relação jurídica de consumo da parte mais VULNERÁVEL. Identificada qualquer das vulnerabilidades (econômica, jurídica, técnica). É importante estabelecer o sujeito ativo, que será aquele que receberá a norma, e o fornecedor será quem irá sofrer as sanções.
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
ELEMENTOS:
Elemento Subjetivo - SUJEITOS:
CONSUMIDOR: Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
EQUIPARADO
        Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
COLETIVO
       Art. 2º - Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
        Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
FORNECEDOR
	Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
	
“Detém o poder econômico. A norma incide sobre o fornecedor, que passa a ter deveres, obrigações em relação aos direitos estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor.”
A leitura desse artigo já é capaz de dar um panorama da extensão das pessoas enumeradas como fornecedoras. Na realidade, são todas pessoas capazes, físicas ou jurídicas, além dos entes desprovidos de personalidade.
	Não há exclusão alguma do tipo de pessoa jurídica, já que o CDC é genérico e busca atingir todo e qualquer modelo. São fornecedores as pessoas jurídicas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, com sede ou não no País, as sociedades anônimas, por quotas de responsabilidade limitada, as sociedades civis, com ou sem fins lucrativos, as fundações, as sociedades de economia mista, as empresas públicas, autarquias, órgãos da Administração Direta, etc.
CARACTERISTICAS DO FORNECEDOR: Para caracterizar o fornecedor, não pode faltar nenhum dos três requisitos:
HABITUALIDADE
PROFISSIONALISMO
LUCRATIVIDADE:
“O fornecedor deve praticar uma atividade, seja profissional, seja empresarial, deve ser com habitualidade e profissionalismo. Outra característica fundamental também seria a lucratividade. Estas características devem ser apresentadas concomitantemente”
Elemento Objetivo - OBJETOS:
PRODUTOS: § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.	
No CC, na classificação dos bens (art. 79 do CC – corpóreos, incorpóreos, fungíveis, infungíveis, perecíveis, duráveis, etc.) é essencial para caracterizar a figura do produto, para saber qual o prazo para reclamação, conforme cada produto. Exemplo: em relação ao vício, os duráveis têm 90 dias e os não duráveis 30 dias.
SERVIÇOS: § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
A principal característica da prestação de serviços é a remuneração, e pode ser:
DIRETA: é recebida imediatamente no momento da contratação ou da execução do serviço. É quando o fornecedor identifica o benefício em espécie, pagamento a vista, a prazo, financiamento, cartão de crédito.
INDIRETA: nada mais é que vantagens econômicas que não se percebem de imediato, mas de forma mediata. Exemplo: o estacionamento do supermercado está ligado indiretamente com o serviço fim do mercado, pois é remunerado de forma mediata.
SERVIÇOSPÚBLICOS:
São tutelados pelo CDC, os serviços que possuem remuneração, que significa lucratividade que significa a imposição de um preço. Par ao serviço público é aquele que tem preço público, chamado de tarifa.
Estão fora do CDC os impostos, contribuição de melhorias, taxas e contribuições sociais.
Assim, quando o CDC será aplicado nas relações com o Estado na prestação dos serviços públicos?
        Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
	
TARIFA é o preço público cobrado pelos serviços públicos, que é prestado por empresas públicas ou particulares que visam lucro.
	“O Empreendimento tem finalidade de lucro. O poder público pode ter lucro na prestação do serviço público quando cobra um “preço público”, representado pela TARIFA. Essas tarifas são cobradas nos pedágios, ônibus público e privado, consumo de água, energia elétrica, telefone fixa e móvel”.
	Se o serviço publico tiver finalidade lucrativa, pode-se aplicar o CDC.
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27/08/2012
QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
TIPOLOGIA DAS IMPERFEIÇÕES
VÍCIO e DEFEITO não significam a mesma coisa!!!
 	É responsabilidade civil objetiva, com base na teoria objetiva da responsabilidade, e independe de culpa por parte do fornecedor, apurando-se a conduta =humana, o dano e o nexo de causalidade. A inversão dessa culpa é feita muitas vezes pela inversão do onus probandi.
	Se o vício não possibilitar o retorno ao status quo ao fornecedor, torna-se mais grave, isto é, é um DEFEITO.
	Todo VICIO é SANÁVEL, mas o DEFEITO NÃO É SANÁVEL, pois traz consequências extrínsecas ao consumidor.
VÍCIOS DOS PRODUTOS – ART. 18 CDC (MENOS GRAVE)
	O produto pode ser eivado dos seguintes vícios:
QUALIDADE
QUANTIDADE
INFORMAÇÃO (DISPARIDADE): é o vício da embalagem, das características apresentadas pelo produto. Se o produto apresenta um risco em potencial, tal risco deve estar expresso em sua embalagem. (Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
O vício pode ser aparente ou de fácil constatação, que é imediatamente identificado, ou ser vicio oculto, ou vício redibitório do CC, que pode gerar como consequência um defeito, gerando situações mais graves ao consumidor, que se identificado o prejuízo seria evitado.
A primeira alternativa que o consumidor possui é SANAR O VÍCIO, para que este seja efetivamente sanado. O prazo para o fornecedor sanar tal vício é do § 1º, sendo de 30 dias.
Se o vício não for sanado em 30 dias, poderá escolher, alternativamente:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; - mesmo diante do vício e das outras alternativas, o consumidor pode pedir indenização por perdas em danos, dentro do prazo prescricional de 05 anos.
III - o abatimento proporcional do preço. – se o produto a ser trocado for de maior valor, o consumidor deverá pagar a diferença; se for de menor valor, deverá ser restituído.
O prazo de 30 dias pode ser alterado por acordo entre as partes, devendo variar de 7 a 180 dias. Vale ressaltar também que o consumidor pode exigir imediatamente a troca imediata do produto, conforme o § 3º.
        Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
        § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
        § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
        § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
        § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
        § 6° São impróprios ao uso e consumo:
        I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
        II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
        III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
VÍCIOS DOS SERVIÇOS – ART. 20 CDC (MENOS GRAVE)
	O vício dos serviços é considerado menos grave.
QUALIDADE
DISPARIDADE
PRESTABILIDADE
        Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
        § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
        § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
FATOS DOS PRODUTOS – ART. 12 CDC (MAIS GRAVE)
DEFEITOS RELEVANTES - ART. 12: “defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”. 
O comerciante é solidariamente responsável no acondicionamento dos produtos e serviços, devendo-se acionar o fornecedor e o fabricante., pois são solidariamente responsáveis. 
A responsabilidade civil do CDC é objetiva, independente de culpa e solidária.DEFEITOS IRRELEVANTES (EXCLUDENTES) – ART. 12 §§2º E 3º: os defeitos juridicamente irrelevantes são a culpa exclusiva do consumidor, a culpa exclusiva de terceiro, de que o defeito inexista (mesmo que o fabricante tenha colocado no mercado de consumo, o defeito não existe) ou demonstrar caso fortuito e força maior.
        Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
        § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        I - sua apresentação;
        II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
        III - a época em que foi colocado em circulação.
        § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
        § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
        I - que não colocou o produto no mercado;
        II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
        III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
FATOS DOS SERVIÇOS – ART. 14 (MAIS GRAVE)
DEFEITOS RELEVANTES – ART. 14
DEFEITOS IRRELEVANTES – ART. 14 § 3º
        Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
        § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        I - o modo de seu fornecimento;
        II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
        III - a época em que foi fornecido.
        § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
        § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
        I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
        II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
        § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
	EXCEÇÃO À RESPONSABILIDADE OBJETIVA: § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. DEVE SER PROVADA AC ULPA DP PROFISSIONAL LIBERAL.
	Se a obrigação é de meio, permanece o § 4º.
	Se for obrigação de resultado, a responsabilidade é objetiva! (exceção da exceção!). Exemplo: cirurgia estética.
A responsabilidade civil, seja por vício ou defeito, é objetiva. 
A responsabilidade solidária se presume.
	Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
03/09/2012
CASOS CONCRETOS DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO FORNECEDOR
A consumidora Rita Aparecida adquiriu um fogão de 6 bocas da marca SEMPRE QUENTE, na loja SÓ QUINQUILHAS, com garantia de 6 meses. Passado 2 meses de uso, o fogão apresentou um vazamento em uma das bocas, sendo providenciada empresa autorizada para o reparo necessário. Passado 5 meses da aquisição do fogão, Rita resolve assar um bolo, usando pela primeira vez o forno. Quando o aquecimento atingiu a marca de 200°C, explodiu a tampa frontal do fogão atingindo a consumidora Rita e sua vizinha que fora fazer uma visita. Ambas ficaram feridas, Rita em menor gravidade e a vizinha com seqüelas graves que a impossibilitou ao trabalho como profissional liberal.
CONSUMIDORES: Rita, como consumidora padrão, conforme o art. 2º do CDC – perdas e danos
	E a Vizinha, como consumidora equiparada, conforme o art. 17 – perdas e danos e lucros cessantes (em decorrência de ser profissional liberal). Inversão do ônus da prova.
FORNECEDOR: Sempre Quente.
OBJETIVA: Defeito do produto – art. 14 – trouxe sequelas e uma gravidade maior, extrínseca ao produto, atingindo as consumidoras.
GARANTIA: 06 meses dados pelo fabricante.
EXCLUDENTES: mau uso do fogão pela consumidora – culpa exclusiva da consumidora.
Extrínseca: atinge com mais gravidade o consumidor.
Intrínseca: atinge o consumidor com menos gravidade e pode ser sanado.
Joel Afrânio, motorista de táxi autônomo, proprietário do veículo Chevrolet Meriva, ano 2011, instalou sistema de combustível a gás natural, para que houvesse maior economia e um melhor rendimento financeiro. O prestador do serviço de instalação AUTOGÁS, apresentou como garantia 6 meses a partir da instalação, sendo que o fabricante do equipamento, VAZAGÁS garantiu o funcionamento adequado por 12 meses. No entanto, o aparelho apresentou problemas de funcionamento após 7 meses de uso, causando um prejuízo ao taxista que teve seu veículo parado durante 20 dias.
	Além do consumidor taxista (considerado pela teoria maximalista, pois pela finalista pura não seria considerado consumidor), há também a figura dos fornecedores 
Fabricante: garantia pelo produto. Autogás. O fabricante alegaria erro na instalação, se apenas ele fosse acionado.
Instalador: garantia pela prestação de serviços. Vazagás. Se apenas o instalador fosse acionado, alegaria vícios ocultos no produto vindo da fábrica.
	Como não houve prejuízos mais graves, estamos diante de um vício do produto. Aqui fabricante e instalador tem SOLIDARIEDADE.
	A partir da constatação do vício oculto, começa-se a contar o prazo de 90 dias, conforme o art. 26, II, CDC.
EXCLUDENTES: risco do desenvolvimento pelo fabricante.
RISCO DO DESENVOLVIMENTO: a partir do momento que se tem a norma do consumidor, o fornecedor não pode colocar produtos e serviços no mercado de consumo com riscos ao consumidor, não adiantando nem o recall.
A administradora de cartões de crédito CREDITUDO anunciou publicamente que o consumidor que assinasse contrato de crédito no período de março de 2008 a dezembro de 2008 não teria limite de crédito. Fábio assinou contrato com a administradora em 15 de julho de 2008. Como usuário do cartão de crédito o consumidor, sabendo que não tinha limite de crédito fez uma compra no final de julho de 2008, e outras duas aquisições no início de agosto deste mesmo ano. Ao final do mês de agosto foi a uma loja de departamentos para aquisição de uma televisão de 29 polegadas, e quando no caixa foi informado que o limite do cartão de crédito havia ultrapassado, impossibilitando a compra com o cartão pelo consumidor, sentindo-se constrangido.
	FORNECEDOR: Banco e Administradora de cartão de crédito.
É prestação de serviço, e como tal deve-se identificar se existe VICIO ou FATO do serviço.
Houve DEFEITO na prestação de serviço, conforme o art. 14 do CDC, criando um DANO MORAL ao consumidor.
VÌCIO DE INFORMAÇÃO: no momento da oferta do Creditudo ao consumidor, que foi uma oferta enganosa.
EXCLUDENTES: não há, mas há possibilidade de uma boa oferta de negociação.
	Hoje as relações de consumo devem ser analisadas conforme o homem mínimo, e não o homem médio. É mais fácil provar a má-fé do fornecedor do que a má-fé do consumidor.
Pedro e cinco amigos foram comemorar seu aniversário numa casa noturna. Como cortesia ao aniversariante foi oferecido canapés de camarão. No dia seguinte, todos eles passaram mal e foram internados com intoxicação alimentar. O DECON compareceu ao bar e constatou que os canapés estavam contaminados (deteriorados). A casa noturna defendeu-se dizendo que adquiriu de uma determinada empresa, que não foi identificada na embalagem dos canapés. Além domais alegou de que não havia relação de consumo uma vez que não cobrou pelo consumo dos canapés, e sim como cortesia.
	CONSUMIDOR: Pedro – consumidor padrão e seus convidados – consumidores equiparados.
	FATO DO SERVIÇO (art. 14): em decorrência do fornecimento de um produto (art. 12), pois o objetivo da casa noturna não é vender produtos, mas oferecer serviços. Ela responderá porque o fabricante não foi identificado.
	PEDIDO: dano material.
	O consumidor, ainda que a titulo de cortesia, tem o direito de reclamar, pois existe um benefício indireto por parte do consumidor.
        Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Um consumidor adquire um DVD de última geração, após economizar durante meses para pagamento à vista. Ao levar para casa, entusiasmado com a aquisição instala o aparelho, de acordo com as instruções do fabricante, porém a imagem surge lenta e o aparelho desliga a todo instante. O consumidor procura a loja que lhe vendeu o aparelho, a mesma indica uma autorizada para a solução do problema. Passado 45 dias do protocolo junto à autorizada o consumidor recebe o aparelho e o instala em sua TV. Passado 2 dias aparece os mesmos problemas anteriormente apresentados e não solucionados.
	VICIO do produto, sanável, mas não o foi ao tempo do art. 18, que é de 30 dias. Como ultrapassou os 30 dias, o consumidor pode exigir as alternativas do art. 18.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
PROVA 
10/09/2012
ESTUDAR: Princípios, direitos básicos do consumidor (art. 6º), elementos das relações de consumo (art. 2º e 3º - 3 teorias e características de fornecedor e serviços) e responsabilidade civil.
2º BIMESTRE
17/09/2012
GARANTIA LEGAL
	A garantia estendida nada mais é que a garantia dada pela seguradora. Antes de qualquer coisa deve-se pensar que o art. 26 não traça exclusivamente uma garantia legal, mas traça um prazo legal para constatação dos defeitos e as devidas providências.
	Assim, esse artigo traz 30 dias para produtos e serviços não duráveis e 90 dias para os duráveis. 
	A partir do momento que se compra um produto ou se contrata um serviço, conta-se a garantia doa art. 26. Em regra a obrigação do fornecedor é fornecer, em conjunto com a prestação de serviços ou da entrega da coisa, a garantia contratual, que tem previsão expressa no art. 50 do CDC.
GARANTIA LEGAL: 
        Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
Este não traz exclusivamente uma garantia legal. Traz um prazo decadencial para reclamar em relação aos vícios de fácil constatação ou vícios aparentes e os vícios ocultos a partir da sua ciência, da sua constatação.
        I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
Produtos com prazo de duração menor e serviços de execução instantânea.
        II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
É em relação tano a prestação de serviço de rato sucessivo, como nos produtos duráveis.
	O legislador diz que este artigo é referenciado como o prazo legal. A partir do momento que compramos um produto ou contratamos um serviço e não nos é dado uma garantia em relação ao produto ou serviço, contamos então a garanta que está estabelecida neste artigo 26.
Em regra é obrigação do fornecedor:
Fornecer em conjunto com a prestação do serviço, em conjunto com a entrega da coisa, do produto que está sendo comercializado a garantia contratual e esta tem previsão expressa no artigo 50. 
GARANTIA CONTRATUAL:
        Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Este traça o perfil da garantia contratual e da obrigatoriedade dessa garantia acompanhar o produto ou o serviço. 
Essa garantia acompanha, seja num documento à parte, seja num manual de instrução, seja uma nota fiscal.
        Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
É muito comum contratar serviços e nesta contratação, não nos ser dado qualquer tipo de garantia. Já em relação aos produtos é muito difícil, porque estes já vem acompanhados de um prazo de validade ( produtos perecíveis, produtos in natura, por exemplo). Já no caso dos serviços esta garantia é no sentido de que este será prestado de forma adequada, que ele atende a característica de prestabilidade. Se este deixa de apresentar e apresenta um vício, passamos então a ter um prazo para reclamação.
	A prestação de serviços, a partir do momento que deixa de atender a prestabilidade, abre-se um prazo para reclamação.
	Serviço não durável, que é aquele de execução imediata, pode ser dado como exemplo a prestação do transporte público. O prazo para reclamar é de 30 dias, pois é de execução imediata. Aqui, o prazo é decadencial, não sendo a perda de exercitar o direito, mas sim a perda do próprio direito.
Exemplo: 
	Deixamos o carro para verificar os freios em uma oficina. Esta não tem nem regularidade fiscal, nem regularidade documental. Muitas vezes é uma oficina de fundo de quintal, mas que tem sua característica de consumidor. Neste caso, ainda que a garantia não tenha sido dada, a contagem do prazo começa a partir do momento da constatação do vício ( 90 dias, por se tratar de prestação de serviços duráveis). 
	Vamos pensar na prestação de serviços de execução imediata: o transporte coletivo. Este é um contrato de prestação de serviço, que está delegado a um particular, mediante concessão de serviço público e que pagamos uma tarifa. 
	Qual o tempo então que temos para reclamar em relação ao vício na prestação deste serviço? 90 ou 30 dias? 
	Aqui é de 30 dias, por se tratar de prestação de serviço de execução imediata. A partir do momento que acontece qualquer intercorrência durante o percurso, decorrente deste vício, o prazo será este, de 30 dias. 
	E, como será provado isto? 
	Através da inversão do ônus da prova. Ver que aqui é um PRAZO DECADENCIAL, não prescricional. Não é a perda do prazo em exercitar este direito é a PERDA DO PRÓPRIO DIREITO DE RECLAMAR.
 § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
 § 2° Obstam a decadência:
 I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
A mensagem negativa deve vir de forma inequívoca, dizendo que a garantia aqui já expirou. Aqui é a presunção. 
 III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
	§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
	Se o vício oculto transforma-se em um defeito, o prazo legal para reclamar é de 90 dias, mais 05 anos de prazo prescricional para reclamar em juízo pelas perdas e danos (art. 27).
PRESCRICIONAL – 05 ANOS: perdas e danos tem prazo de 05 anos para cobrança.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo,iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
	*** Deve-se analisar o uso do produto e a sua vida útil
	*** Perdas e danos sempre tem 05 anos para ser exigida.
	Vamos imaginar: dentro dos 3 anos só verificamos o defeito, porque aconteceu o acidente. Ninguém se machucou, mas os danos foram totais. Neste caso a seguradora pode até cobrir os custos, os ônus... Mas vamos imaginar que a seguradora não tenha dado a cobertura ou ainda que tenha, mas os lucros cessantes ou os danos morais eu não tenha cobertura pela apólice do seguro. O que posso pedir em face do fabricante? Uma indenização suplementar. E, se não há apólice de seguro? Vamos então acionar em sua integralidade o fornecedor pelo defeito. Não poderá alegar o fabricante que houve a extinção da garantia. Só que temos que levar em consideração o uso adequado do produto, a vida útil etc.
	Qual o prazo que tem o fornecedor para corrigir o vício? 
	É de 30 dias. 
	Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
	§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
	I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
	II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
	III - o abatimento proporcional do preço.
	Exemplo:
	Cliente que comprou o Renault Duster. Ele comprou na concessionária Globo e ao sair pela primeira vez o carro para na rua. Foi constatado problema na barra de direção e 2, 3 dias depois, ligou para o cliente vir buscar que estava consertado o carro. O cliente então viaja e acontece de novo o problema. Ao chegar em Curitiba, este não quer o carro mais de jeito nenhum. A concessionária quer dar outro carro e o cliente não quer. Quer o dinheiro devidamente atualizado e à vista. Aí procura a professora. Na audiência de conciliação, a concessionária propõe uma Duster top de linha. E o cliente não aceita. O juiz pede que seja feita uma proposta melhor que uma Duster. Na verdade o juiz julgará procedente, dando inclusive o dano moral. Esta é uma demanda líquida e certa. 
GARANTIA ESTENDIDA
	Esta é aquela que o consumidor paga. Nada mais é que um seguro, pago a esta, adicionalmente. Muitas vezes é imposto unilateralmente. Devemos tomar muito cuidado com a venda casada. Esta dá muito trabalho. É um engodo.
24.09.2012
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
	Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
Este não é um poder-dever do juiz e sim uma faculdade. A partir do momento em que este desconsidera a personalidade jurídica, deve fundamentar de acordo com o que está previsto no caput deste artigo, bem como em relação ao § 5º deste mesmo artigo.
ABUSO DE DIREITO: que pode gerar responsabilidade civil, art. 187 CC.
	Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
EXCESSO DE PODER econômico do fornecedor;
INFRAÇÃO DA LEI;
FATO E ATO ILÍCITO: são os mais corriqueiros para a desconsideração da personalidade jurídica;
VIOLAÇÃO DOS ESTATUTOS OU CONTRATOS SOCIAL: é bem difícil de se provar por parte do consumidor. Somente ocorre nas ações coletivas, intentadas pelo MP.
MÁ- ADMINISTRAÇÃO: Essa também é prova complexa, pois o consumidor terá dificuldade de provar. Nada impede que o consumidor, quando requerer a desconsideração, peça a inversão do ônus da prova. Ele alega e ao mesmo tempo pede a inversão, para que a produção da prova pelo fornecedor seja no sentido de que não houve o abuso de direito, que não houve efetivamente o descumprimento muitas vezes do Estatuto Social ou que ele tenha deixado sua empresa inativa.
	§ 1° (Vetado).
 § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
	§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
 § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
	Este parágrafo é o que realmente vai se destacar neste artigo...
 	§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Esta tem sido efetivamente a maior fundamentação para desconsiderarmos a personalidade jurídica no CDC. É usado como analogia tanto para as questões que envolvem as relações jurídicas de trabalho, as relações tributárias...
CAPÍTULO V
Das Práticas Comerciais
	A quem atinge estas práticas comerciais? 
	Estão relacionadas tanto ao consumidor padrão como o coletivo (sujeitos determináveis, determinados e ainda os indetermináveis, que são os que não sabemos ao certo quem foi atingido por determinada prática). 
	Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
OFERTA 
	Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
	Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
	Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
	Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
	Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
	Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
	Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
	Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
	Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
	I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
	II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
	III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmenteantecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
	Traz nestes artigos, um regime jurídico vinculante da oferta: a partir do momento que o fornecedor veicular mensagens publicitárias, ofertas ou qualquer forma de aproximação com o consumidor, ele passa a ficar vinculado com aquela promessa.
	A partir do momento que ofereceu, tem que cumprir. Caso contrário, cabem as opções do artigo abaixo, sempre a cargo do consumidor.
	Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Tem-se aqui uma obrigação.
E, o princípio que se destaca aqui é o Princípio da Informação e que se desdobra em dois outros princípios: da veracidade e da transparência. 
	Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
	Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. 
É isso que acontece mesmo? 
A primeira coisa que sai fora é o prazo de validade. Este não quer dizer que tenha se esgotado é que torna-se delével. O consumidor tem o direito de exigir que fique claro, para que assim possa consumir o produto sem riscos á sua saúde. 
	Toda informação deve ser: clara, precisa, segura e, quanto aos riscos, ostensiva...
Também na nossa língua pátria. Os produtos importados são exemplos, que devem ser esclarecidos em português. Sejam perecíveis ou não.
	Podemos ser levados a um vício de informação (é o que não apresenta com clareza as informações de determinado serviço ou produto)? 
	O que acontece com frequência, é a exposição dos produtos na vitrine com um numero pequeno e o preço abaixo. Isso induz você a entrar na loja, porque sempre resta um pouquinho de dúvida. A partir daí há todo um envolvimento do vendedor ao consumidor (exemplo das lojas com aromas). 
	Agora se está lá o preço à vista é tanto e em 3 vezes é tanto ( e não diz que é no cartão, no cheque etc.). A pessoa entra, gosta e resolve comprar. Entrega seu cartão de crédito e na hora de parcelar nas 3 vezes, o caixa diz que é só no cheque. 
	Se for parcelado no cartão tem acréscimo de 15%. Isso pode? 
	É obvio que não. Na vitrine não dizia qual o tipo de pagamento. A situação é de uma oferta que induziu o consumidor que o parcelamento era no cartão de crédito. E, a informação na hora do pagamento não sana, pois já é a oferta vinculada no momento da oferta, portanto vincula lá atrás, na oferta.
	Publicidade via mala direta. 
	Esta é comum e tem varias minucias nas entrelinhas. Determinada consumidora recebeu mala direta de um pegeaut 206 e a descrição do 307, a foto do 307 e o valor do 206. Chegou na concessionária com o folder nas mãos, fez teste drive e quando foi efetivar a compra, o vendedor disse que o preço não era aquele. Disse que o folder saiu errado. A consumidora perguntou da errata, da contrapropaganda. Não tinha. Ela exigiu o artigo 35, I.
	Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
	I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
Esta cliente foi a via judicial. E, a advogada chamou a responsabilidade da concessionária e do fornecedor.
Em primeiro grau, o juiz acolheu sua pretensão. Porém no TJPR, foi entendido pelos desembargadores que seria enriquecimento ilícito por parte da consumidora. A professora está esperando a decisão do STJ, para se der sorte cair com a Ministra Nancy, que é totalmente pró-consumidor. 
	A oferta hoje tem o caráter de estimular a compra, de persuadir, de envolver o consumidor. E, se pararmos para pensar, vemos que não precisávamos daquilo que compramos.
Em relação a oferta está definida como regime jurídico vinculante e o legislador também se preocupou com os produtos e serviços que siaram de linha, de produção e que deve ser mantido num prazo razoável para a reposição de suas peças.
	Há hoje as coisas são criadas para ser obsoletas. Para serem substituídas com frequência. E ainda a obsolescência perceptiva (sempre há novas tecnologias e sempre queremos acompanhá-las). 
PUBLICIDADE DE CONSUMO 
PUBLICIDADE ENGANOSA
PUBLICIDADE ABUSIVA
	Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
	Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
	§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
	§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
	§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
	
	Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
PRÁTICAS ABUSIVAS ART. 39 (ROL EXEMPLIFICATIVO)
	Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
	I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
	II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
	III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
	IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
	V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
	VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
	VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
	VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
	IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
	IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
	X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
	XI - Dispositivo

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